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  • Dengue: o que você precisa saber para se proteger

    Dengue: o que você precisa saber para se proteger

    Com o aumento das temperaturas e das chuvas, cresce também o alerta para uma das doenças mais conhecidas e perigosas do Brasil: a dengue. Transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, a infecção pode parecer uma simples febre no início, mas em poucos dias evoluir para formas graves que exigem acompanhamento médico.

    Nos últimos anos, o país vem enfrentando surtos recorrentes, o que levou à ampliação da vacinação e a campanhas mais intensas de combate ao mosquito. Saber identificar os sintomas e agir cedo pode salvar vidas.

    O que é a dengue

    A dengue é uma doença viral, causada por quatro sorotipos diferentes do vírus (DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4), transmitida pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti.

    Ela pode atingir pessoas de qualquer faixa etária e, em alguns casos, se tornar grave. Por isso, é considerada um dos principais problemas de saúde pública no Brasil.

    Como ocorre a transmissão

    A dengue faz parte das arboviroses, doenças causadas por vírus transmitidos por artrópodes. No caso da dengue, o vetor é o mosquito Aedes aegypti.

    A transmissão acontece quando o mosquito pica uma pessoa infectada e depois transmite o vírus a uma pessoa saudável. O contágio é mais comum em áreas urbanas, principalmente onde há acúmulo de água parada — em pneus, garrafas, vasos de plantas, calhas e caixas-d’água destampadas.

    Sintomas da dengue

    A doença pode variar de assintomática (sem sintomas) até casos graves. Os sintomas costumam surgir de 4 a 7 dias após a picada e durar de 3 a 10 dias.

    • Febre alta (até 40 °C);
    • Dor de cabeça;
    • Dor atrás dos olhos;
    • Dores no corpo e nas articulações;
    • Manchas vermelhas na pele;
    • Náuseas e vômitos.

    Fases da dengue

    1. Fase febril (início)

    • Febre alta, dor de cabeça, dores musculares e atrás dos olhos;
    • Manchas avermelhadas na pele;
    • Náuseas e vômitos.

    2. Fase crítica

    • A febre pode diminuir, mas o risco aumenta;
    • Queda nas plaquetas do sangue;
    • Sangramentos (nariz, gengivas, manchas roxas na pele);
    • Dor abdominal intensa e sinais de desidratação.

    Essa é a fase em que pode evoluir para dengue grave.

    3. Fase de recuperação

    • Os sintomas começam a melhorar;
    • Mesmo assim, é essencial manter o acompanhamento médico.

    O que é a dengue grave

    Em alguns casos, a doença evolui para formas graves, como dengue hemorrágica ou síndrome do choque da dengue. Essas formas provocam sangramentos, queda de pressão, dificuldade respiratória e podem levar à morte.

    Por isso, qualquer sinal de alarme deve ser avaliado imediatamente por um profissional de saúde.

    Diagnóstico

    O diagnóstico é feito com base nos sintomas clínicos e pode ser confirmado com exames laboratoriais.

    • Hemograma: avalia plaquetas e hematócrito;
    • Testes para o vírus: teste rápido (até o 5º dia) ou sorologia (a partir do 6º dia);
    • Exames diferenciais: ajudam a descartar chikungunya, Zika, febre amarela, gripe e malária.

    Tratamento da dengue

    Não existe medicamento específico para eliminar o vírus da dengue. O tratamento é de suporte, com o objetivo de aliviar sintomas e prevenir complicações.

    • Beber bastante líquido, incluindo soluções de reidratação oral;
    • Usar apenas medicamentos indicados pelo médico para febre e dor;
    • Evitar aspirina e anti-inflamatórios, que aumentam o risco de sangramento;
    • Fazer repouso.

    Em casos graves, pode ser necessária internação hospitalar, hidratação venosa e, em situações específicas, transfusão de sangue ou plaquetas.

    Como prevenir a dengue

    A prevenção é o ponto mais importante no combate à dengue. O foco deve estar no controle do mosquito e na eliminação de criadouros.

    • Não deixar água parada em recipientes;
    • Manter caixas-d’água fechadas;
    • Limpar calhas e vasos de plantas regularmente;
    • Usar repelente e roupas que cubram braços e pernas em áreas de risco.

    Vacinação contra dengue

    A vacinação reduz o risco de infecções sintomáticas, casos graves e hospitalizações.

    Vacinas disponíveis no Brasil

    Qdenga® (Takeda):

    • Aprovada e utilizada no SUS;
    • Tetravalente, protege contra os quatro sorotipos do vírus;
    • Pode ser aplicada em quem já teve dengue ou nunca teve.

    Dengvaxia® (Sanofi Pasteur):

    • Indicada apenas para quem já teve dengue (soropositivos);
    • Requer confirmação prévia de infecção anterior.

    Desde 2024, o SUS incorporou a vacina Qdenga®, voltada a crianças de 10 a 14 anos que vivem em áreas prioritárias, definidas conforme o cenário epidemiológico da doença no país.

    Confira: Dor abdominal: o que pode estar por trás desse sintoma tão comum?

    Perguntas frequentes sobre dengue

    1. Qual é o primeiro sintoma da dengue?

    Geralmente, febre alta acompanhada de dor de cabeça e dor atrás dos olhos.

    2. Quando devo procurar o médico?

    Procure atendimento se houver sangramento, dor abdominal forte, tontura, vômitos persistentes ou sinais de desidratação.

    3. Posso tomar qualquer remédio para a febre?

    Não. Evite aspirina e anti-inflamatórios. Use apenas medicamentos indicados por um médico.

    4. Quanto tempo dura a dengue?

    A fase aguda costuma durar de 7 a 10 dias, mas o cansaço pode persistir por mais tempo.

    5. Quem teve dengue pode ter de novo?

    Sim. Existem quatro tipos de vírus e é possível se infectar com mais de um ao longo da vida.

    6. A vacina é segura para quem nunca teve dengue?

    Sim, há uma vacina indicada tanto para quem já teve quanto para quem nunca teve a doença.

    7. Como posso ajudar a combater o mosquito?

    Elimine qualquer local com água parada, limpe calhas, caixas-d’água e tampe recipientes. A prevenção é responsabilidade de todos.

    Leia também: Calendário de vacinas para adultos: quais doses você não pode esquecer

  • Diarreia: o que pode estar por trás desse sintoma tão comum 

    Diarreia: o que pode estar por trás desse sintoma tão comum 

    Todo mundo já passou por isso: um mal-estar intestinal que parece inofensivo, mas causa desconforto, correria ao banheiro e preocupação. A diarreia, embora comum, pode ter diversas origens, que vão desde uma simples infecção alimentar a doenças crônicas que exigem acompanhamento médico.

    Por trás desse sintoma aparentemente simples, há uma série de mecanismos do corpo tentando lidar com algo que não vai bem. Entender o tipo, as causas e os sinais de alerta é importante para fazer o tratamento certo e evitar complicações.

    O que é diarreia

    A diarreia não é uma doença em si, mas um sintoma. Ela acontece quando há:

    • Evacuações mais de 3 vezes por dia;
    • Fezes mais moles ou aquosas;
    • Em alguns casos, aumento do volume fecal (difícil de medir na prática).

    Tipos de diarreia

    As diarreias podem ser classificadas de acordo com a duração, a causa ou o funcionamento do intestino.

    Por tempo de duração

    • Aguda: dura até 15 dias, geralmente melhora sozinha e é causada por vírus ou alimentos contaminados;
    • Persistente: dura entre 15 e 30 dias;
    • Crônica: dura mais de 30 dias e pode indicar doenças como intolerâncias alimentares, inflamações ou condições autoimunes.

    Por causa

    • Infecciosa: causada por vírus, bactérias, parasitas ou fungos;
    • Não infecciosa: relacionada a doenças intestinais, condições metabólicas ou uso de medicamentos.

    Por mecanismo de funcionamento

    • Osmótica: causada por alimentos ou substâncias que puxam água para o intestino;
    • Secretora: o intestino libera excesso de água e sais;
    • Exsudativa (inflamatória): há presença de sangue ou muco nas fezes;
    • Motora: o intestino funciona rápido demais, sem tempo de absorver líquidos.

    Principais causas da diarreia

    1. Infecciosas

    • Vírus: rotavírus e norovírus, transmitidos por água ou alimentos contaminados;
    • Bactérias: E. coli, Salmonella, Shigella, Campylobacter, Clostridium perfringens e Clostridium difficile (após uso de antibióticos);
    • Parasitas: Giardia lamblia, Entamoeba histolytica, Cryptosporidium;
    • Fungos: Candida albicans, geralmente em pessoas com imunidade baixa;
    • Vermes: como Strongyloides stercoralis.

    2. Não infecciosas (do intestino)

    • Síndrome do intestino irritável;
    • Doença celíaca (intolerância ao glúten);
    • Doença inflamatória intestinal (Crohn e retocolite ulcerativa);
    • Colite isquêmica (falta de circulação no intestino);
    • Uso de medicamentos (antibióticos, anti-inflamatórios, laxantes, hormônios da tireoide).

    3. Não infecciosas (fora do intestino)

    • Diabetes: pode alterar o funcionamento intestinal ou causar diarreia por adoçantes (sorbitol, manitol);
    • Doenças do pâncreas: falta de enzimas digestivas;
    • Hipertireoidismo: acelera o trânsito intestinal;
    • Tumores raros: como vipoma, gastrinoma e somatostatinoma.

    Como o médico identifica a causa

    Para descobrir o motivo da diarreia, o médico analisa:

    • Tempo de duração (aguda ou crônica);
    • Características das fezes: presença de sangue, muco, gordura ou volume aumentado;
    • Sintomas associados: febre, dor abdominal, náuseas ou vômitos;
    • Histórico do paciente: viagens, contato com pessoas doentes, uso de medicamentos ou doenças prévias.

    Quando necessário, podem ser pedidos exames de fezes, coprocultura, pesquisa de parasitas, exames de sangue ou exames mais específicos.

    Sinais de alerta

    Procure atendimento médico imediato se houver:

    • Diarreia com sangue ou muco;
    • Febre alta;
    • Sinais de desidratação (boca seca, tontura, pouca urina);
    • Mais de 6 evacuações por dia;
    • Casos em crianças pequenas, idosos ou pessoas imunossuprimidas.

    Tratamento básico

    O tratamento depende da causa, mas algumas medidas gerais ajudam na maioria dos casos:

    • Hidratação: beba bastante água, soro caseiro ou soluções de reidratação oral;
    • Alimentação leve: evite frituras, leite, café, álcool e alimentos gordurosos. Prefira arroz, batata, frango, banana e maçã;
    • Probióticos: auxiliam na recuperação da flora intestinal;
    • Antidiarreicos: só devem ser usados com orientação médica;
    • Antibióticos: indicados apenas quando houver infecção bacteriana confirmada.

    Como prevenir a diarreia

    A maior parte das diarreias infecciosas está ligada à contaminação por água ou alimentos e falta de higiene.

    • Mantenha saneamento básico e higiene adequados;
    • Lave bem as mãos com água e sabão, principalmente após usar o banheiro e antes de comer;
    • Trate a água antes de beber ou preparar alimentos;
    • Higienize frutas e verduras corretamente.

    Confira: Intolerância à lactose: o que comer no dia a dia?

    Perguntas frequentes sobre diarreia

    1. Toda diarreia precisa de antibiótico?

    Não. A maioria dos casos é causada por vírus e melhora sozinha com hidratação e alimentação leve. Antibióticos só são usados em caso de diarreia causada por bactérias e sempre sob orientação médica.

    2. É normal ter febre junto com diarreia?

    Sim. Em infecções, a febre pode aparecer, mas febre alta e persistente é sinal de alerta.

    3. O que comer quando estou com diarreia?

    Prefira alimentos leves e cozidos: arroz, batata, frango grelhado, banana e maçã. Evite frituras, leite e café.

    4. Posso tomar remédio para parar a diarreia?

    Somente com orientação médica. Em alguns casos, “prender o intestino” pode piorar a infecção.

    5. Como saber se estou desidratado?

    Boca seca, tontura, fraqueza, urina escura ou diminuição do volume urinário são sinais de alerta.

    6. Criança com diarreia precisa ir ao hospital?

    Sim, especialmente se houver febre, desidratação, sangue nas fezes ou se o quadro durar mais de dois dias.

    7. A diarreia pode ser sintoma de doença crônica?

    Sim. Quando dura mais de 30 dias, pode estar ligada a doenças intestinais, intolerâncias ou alterações metabólicas.

    Veja mais: Intoxicação alimentar por alimentos crus: como se proteger

  • Vitamina mágica para memória? O que dizem os especialistas 

    Vitamina mágica para memória? O que dizem os especialistas 

    Você já viu por aí alguém falando de uma vitamina para a memória que é capaz de turbinar a cognição e quis logo experimentar? Você foi enganado.

    “Existe uma crença de que existe uma vitamina milagrosa que melhorar ou previne este problema, mas não existe nenhuma vitamina em específico que vá curar perda de memória de ninguém”, explica a neurologista Paula Dieckmann.

    Venha entender mais o problema de tomar vitaminas sem orientação médica ou nutricional para melhorar a memória e o que de fato ajuda a manter o cérebro saudável.

    Quando as vitaminas importam de verdade

    A falta de vitaminas é, de fato, prejudicial para a memória. “Mas isso não quer dizer que a reposição delas para pessoas saudáveis vá ter algum tipo de benefício”, diz o psiquiatra.

    “Na nossa investigação médica, descartamos sempre a hipovitaminose, que são deficiências de vitaminas específicas que podem estar ligadas a algum problema”, explica o psiquiatra Luiz Dieckmann.

    Em outras palavras, não existe “vitamina mágica”. Agora, se faltar alguma, sim, isso pode ter impacto no funcionamento do cérebro, inclusive na memória.

    Veja quais vitaminas, quando em falta, podem afetar a memória:

    • Vitamina B12: deficiência de B12 está associada em vários estudos com prejuízo da memória, confusão mental e até demência reversível em idosos;
    • Ácido fólico (vitamina B9): participa de processos que mantêm o cérebro saudável; aliado com B12, contribui para evitar acúmulo de homocisteína (uma substância que, em excesso, pode ser danosa);
    • Vitaminas C, D e antioxidantes em geral: embora não haja evidência de que façam “explodir” a memória, baixos níveis de vitamina C ou D e de antioxidantes estão associados a declínio cognitivo em pessoas mais velhas.

    Esses déficits são corrigíveis com avaliação médica, exames de sangue, dieta adequada ou suplementação quando necessário.

    Fique atento ao que não funciona para a memória

    • A reposição de vitaminas em pessoas sem deficiência não garante memória superior, melhoria milagrosa ou proteção absoluta contra doenças como Alzheimer;
    • Muitos suplementos são promovidos na internet com promessas exageradas, sem respaldo científico rigoroso ou aprovação técnica;
    • Suplementos vitamínicos têm variação de composição, dosagem e pureza. Interações com outros remédios ou efeitos adversos podem existir — é importante usar sempre com orientação médica ou nutricional.

    “Existem inúmeras coisas que vemos na internet prometendo milagres que não existem”, alerta o psiquiatra.

    Confira: Tem insônia? Veja o que fazer para voltar a dormir bem

    Práticas que realmente ajudam sua memória

    Mesmo não havendo uma vitamina mágica, há medidas comprovadas para cuidar bem da memória:

    • Alimentação balanceada, rica em proteínas, frutas, vegetais e gorduras boas (como ômega-3);
    • Exercícios físicos regulares, que melhoram o fluxo sanguíneo cerebral e promovem saúde dos neurônios;
    • Sono de qualidade, pois durante o sono o cérebro consolida memórias;
    • Aprender coisas novas (idiomas, instrumentos, hobbies) para estimular a plasticidade cerebral;
    • Vida social ativa, com convívio entre amigos, família e estímulos cognitivos.

    Assista ao vídeo dos especialistas a respeito de vitaminas e memória:

    Perguntas frequentes sobre vitaminas e memória

    1. Existe alguma vitamina milagrosa para turbinar a memória?

    Não. Especialistas são unânimes: não há vitamina que garanta aumento cognitivo acima do normal em pessoas saudáveis, ou seja, pessoas que já têm níveis adequados de vitaminas.

    2. Se eu tiver deficiência de vitaminas como B12, posso melhorar a memória ao repor?

    Sim. Em casos de deficiência, como baixa B12, a reposição pode reverter prejuízos cognitivos. É por isso que exames médicos são tão importantes.

    3. Posso tomar suplementos apenas supondo que estou com deficiência de vitaminas?

    Não. É importante fazer exames antes para evitar a hipervitaminose, que também pode fazer mal à saúde. Lembre-se: suplementos não são garantia de memória melhor se seus níveis vitamínicos já estiverem normais.

    4. Vitamina D ou C ajudam?

    Em parte, sim, mas apenas se a pessoa tiver deficiência delas. Elas colaboram para a saúde geral do cérebro e, em pessoas com deficiência, podem melhorar aspectos cognitivos. Mas não substituem boas práticas como sono, alimentação e exercício.

    5. Qual é o papel das vitaminas do complexo B (B1, B6, B9, B12)?

    Essas vitaminas participam da produção de energia no cérebro, da manutenção dos neurônios, da regulação da homocisteína, da síntese de DNA e da condução nervosa. Tudo isso pode impactar a memória se houver deficiência.

    6. Há risco em tomar vitaminas demais?

    Sim. O excesso pode causar efeitos adversos. Além disso, suplementos não seguem o mesmo rigor médico dos medicamentos — por isso, a orientação de um médico ou nutricionista é essencial.

    Leia também: Anemia carencial: o que acontece quando faltam nutrientes no sangue

  • Método contraceptivo após o parto: quais os mais indicados? 

    Método contraceptivo após o parto: quais os mais indicados? 

    Depois do nascimento do bebê, o corpo feminino experimenta uma série de mudanças físicas e hormonais. Aos poucos, os tecidos cicatrizam, o útero retorna ao tamanho habitual e os hormônios voltam a se estabilizar. É uma fase delicada, em que é comum surgir dúvidas sobre quando retomar o uso de contraceptivo após o parto.

    Primeiro, não é necessário esperar a menstruação voltar para iniciar um método. A ovulação pode acontecer antes dela, o que aumenta o risco de uma nova gravidez não planejada.

    Por isso, a escolha deve considerar fatores como tipo de parto, amamentação, tempo de recuperação e condições de saúde, mas sempre com orientação de um médico.

    Quando é seguro retomar a vida sexual após o parto?

    De acordo com a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza, após o parto, seja normal ou cesárea, não é recomendado ter relações sexuais antes de completar seis semanas, cerca de 42 dias.

    O período é conhecido como puerpério e corresponde ao tempo necessário para que o útero e os tecidos íntimos cicatrizem e o corpo retorne ao estado pré-gestação.

    Antecipar a relação antes do período pode trazer alguns riscos, como dor, sangramentos e aumento do risco de infecções uterinas — especialmente em casos de parto cesárea.

    É possível engravidar logo após o parto?

    Mesmo antes da primeira menstruação, é possível engravidar novamente, especialmente se a mulher não estiver em amamentação exclusiva. O retorno da ovulação pode ocorrer de forma imprevisível, e por isso é fundamental adotar um método contraceptivo seguro assim que possível.

    De acordo com Andreia, a amamentação exclusiva até os seis meses pode funcionar como um método natural chamado amenorreia lactacional, que oferece eficácia de aproximadamente 80%.

    No entanto, não é um método totalmente seguro e deve sempre ser associado a outro método contraceptivo. A especialista ainda aponta que basta a introdução de fórmula, sucos ou até mesmo a redução na frequência das mamadas para a proteção cair significativamente.

    Quais métodos contraceptivos podem ser usados durante a amamentação?

    Segundo Andreia, durante a amamentação não se pode usar métodos que contenham estrogênio, pois o hormônio pode passar para o leite e prejudicar o bebê.

    As opções mais indicadas nesse período são:

    Métodos de barreira

    Os métodos de barreira funcionam criando uma proteção física que impede a entrada dos espermatozoides no útero. Eles não contêm hormônios, podem ser usados por qualquer mulher e são opções seguras durante a amamentação. Os mais indicados são:

    • Preservativo masculino e feminino;
    • Diafragma;
    • Esponja contraceptiva;
    • DIU de cobre.

    Métodos hormonais à base de progesterona

    Os métodos hormonais à base de progesterona utilizam versões sintéticas do hormônio para inibir a ovulação ou alterar o muco cervical, dificultando a chegada dos espermatozoides ao óvulo.

    Eles são considerados muito eficazes, podem ser de curta ou longa duração e são seguros para mulheres que estão amamentando, já que não contêm estrogênio. Os principais incluem:

    • DIU medicado (levonorgestrel, como o Mirena);
    • Implante subdérmico (etonogestrel);
    • Pílula contínua de desogestrel;
    • Injetáveis trimestrais de medroxiprogesterona.

    O DIU pode ser colocado logo após o parto?

    O DIU pode até ser colocado logo após o parto, mas Andreia aponta que não é o momento ideal, pois o útero ainda está voltando ao tamanho normal e há maior risco de expulsão.

    A recomendação é aguardar o resguardo de 42 dias e garantir que o útero já esteja próximo ao tamanho normal, oferecendo mais segurança e eficácia para o método contraceptivo.

    Métodos contraceptivos disponíveis no SUS após o parto

    O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diversos métodos contraceptivos gratuitos para o pós-parto, incluindo:

    • Preservativos masculinos e femininos;
    • DIU de cobre e hormonal;
    • Injetável mensal ou trimestral;
    • Anticoncepcionais orais (variações com progesterona).

    Também existem métodos definitivos, como a laqueadura. A escolha deve ser feita junto ao médico, levando em conta a saúde da mulher, a amamentação e as características de cada método.

    Veja também: Sinais de ovulação: descubra como o corpo mostra que você está no período fértil

    Quais cuidados devo ter ao reiniciar a vida sexual após o parto?

    Depois do parto, o corpo precisa de tempo para se recuperar, então é fundamental ter alguns cuidados para evitar riscos, como:

    • Respeitar os 42 dias de quarentena: tempo necessário para a cicatrização do útero e recuperação geral do corpo;
    • Usar preservativo desde a primeira relação: até que o método contraceptivo definitivo seja escolhido, a camisinha garante proteção contra gravidez e infecções;
    • Fazer consulta de revisão com o ginecologista: avaliação fundamental antes da liberação das relações e para discutir a contracepção ideal;
    • Observar sinais de alerta: dor intensa, sangramento fora do esperado ou secreção com odor devem ser investigados;
    • Não confiar apenas na amamentação: mesmo exclusiva, a amamentação não é 100% eficaz como contraceptivo.

    Confira: DIU de cobre: o que é, como funciona e efeitos colaterais

    Perguntas frequentes sobre contraceptivo após o parto

    1. O que é o puerpério?

    O puerpério é o período que vai do nascimento do bebê até, em média, 42 dias após o parto. Nesse tempo, o útero e os demais órgãos reprodutivos voltam ao estado normal, e o corpo da mulher passa por ajustes hormonais e físicos importantes.

    É justamente nessa fase que deve ser escolhida a estratégia de contracepção, pois uma gestação muito próxima pode aumentar riscos para a mãe e para o bebê.

    2. Quando posso voltar a ter relações sexuais depois do parto?

    A recomendação médica é esperar seis semanas (42 dias) após o parto, seja normal ou cesárea. O período, chamado de quarentena, resguardo ou puerpério, serve para que o útero e os órgãos reprodutivos voltem ao estado normal — reduzindo riscos de sangramento, dor e infecções. Antes desse tempo, as relações não são indicadas.

    3. Posso engravidar logo após o parto, mesmo sem menstruar?

    Sim, a ovulação pode voltar antes da primeira menstruação do pós-parto, e isso aumenta o risco de uma gravidez inesperada. Por isso, é importante escolher e iniciar um método contraceptivo assim que possível, principalmente após o período de resguardo.

    4. O DIU de cobre afeta a amamentação?

    Não. O DIU de cobre não libera hormônios, portanto não afeta o leite materno nem a saúde do bebê. É um dos métodos mais recomendados para mulheres que estão amamentando.

    5. É necessário usar anticoncepcional se estou no resguardo e sem relações?

    Se não houver atividade sexual durante o período de resguardo, não há risco de gravidez. No entanto, é importante lembrar que o corpo pode voltar a ovular antes mesmo da primeira menstruação pós-parto.

    Por isso, os médicos recomendam que a mulher já defina um método contraceptivo nessa fase, mesmo que ainda não tenha retomado as relações. Assim, quando a vida sexual voltar ao normal, não haverá intervalos sem proteção e o risco de uma gestação não planejada será reduzido.

    6. Quem fez laqueadura no parto precisa usar contraceptivo?

    A laqueadura feita no parto é um método definitivo e impede a gravidez de forma permanente. Porém, ela não protege contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), por isso o uso de preservativo ainda pode ser importante em relações sem parceiro fixo ou com risco de exposição a ISTs.

    Leia mais: DIU hormonal: o que é, tipos, vantagens e desvantagens

  • Marcapasso: para que serve, como funciona e como é colocado

    Marcapasso: para que serve, como funciona e como é colocado

    Indicado para pessoas com batimentos cardíacos lentos, irregulares ou que chegam a pausar por alguns segundos, o marcapasso é um pequeno dispositivo eletrônico implantado sob a pele do tórax. Ele monitora continuamente a atividade elétrica do coração e, quando detecta uma falha no ritmo, emite impulsos elétricos para estimular a contração cardíaca.

    Dependendo da causa do problema, o marcapasso pode ser temporário ou permanente. Por exemplo, quando a alteração no ritmo é passageira (como após uma cirurgia ou uso de certos medicamentos) o dispositivo é utilizado por um período limitado, apenas até que o coração recupere sua função normal.

    Em situações em que há falhas permanentes na condução elétrica, por outro lado, o marcapasso é implantado de forma definitiva para garantir que o coração mantenha batimentos regulares ao longo da vida. A indicação, em todos os casos, deve ser feita pelo cardiologista considerando as necessidades do paciente.

    Para esclarecer as dúvidas sobre como o marcapasso funciona na prática, como é feita a cirurgia e quais cuidados o paciente deve ter após o implante, conversamos com o cardiologista e arritmologista Rodrigo Caligaris Cagi. Confira, a seguir!

    Para que serve o marcapasso?

    O marcapasso serve para regular o ritmo dos batimentos cardíacos, emitindo impulsos elétricos sempre que o coração bate devagar demais ou falha em gerar seus próprios estímulos. De maneira geral, ele substitui ou complementa o sistema elétrico natural do coração.

    O objetivo é restabelecer o ritmo cardíaco normal, garantindo que o sangue circule adequadamente e que o corpo receba oxigênio suficiente. Em alguns casos, o marcapasso também ajuda a sincronizar as contrações das diferentes câmaras do coração — algo fundamental em pacientes com insuficiência cardíaca e batimentos descoordenados.

    Alguns tipos de marcapassos modernos também conseguem detectar o esforço físico e ajustar o ritmo automaticamente. Isso significa que, se você subir uma escada, por exemplo, o marcapasso acelera um pouco o coração, como faria naturalmente.

    Quando é indicado?

    A indicação depende da causa da arritmia e da gravidade dos sintomas. De acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, recomenda-se o marcapasso definitivo quando:

    • A frequência cardíaca cai abaixo de 40 batimentos por minuto e há sintomas como tontura, fadiga ou desmaios;
    • Há bloqueio atrioventricular de segundo grau tipo II ou de terceiro grau, mesmo sem sintomas, pelo risco de morte súbita;
    • O paciente apresenta desmaios (síncope) recorrentes associados a distúrbios do nó sinusal ou bloqueios de condução;
    • Após infarto, quando o bloqueio de condução é persistente e causa risco de parada cardíaca.

    Tipos de marcapasso

    Os marcapassos podem variar de acordo com a função, complexidade e o número de câmaras cardíacas estimuladas. Segundo Rodrigo, o termo é amplo e pode se referir a três grupos principais:

    Marcapasso convencional

    É o modelo mais utilizado e indicado para pacientes com disfunção do sistema de condução, com frequência cardíaca mais baixa (bradicardias importantes, bloqueios no coração) e que não podem ser tratados com remédios.

    Ele possui um pequeno gerador (bateria e circuito eletrônico) e um ou mais eletrodos que conduzem os impulsos elétricos até o coração.

    No geral, existem dois tipos principais:

    • Unicameral: estimula apenas uma câmara do coração — o átrio ou o ventrículo. É usado quando o problema está restrito a uma parte do sistema de condução;
    • Bicameral: estimula e monitora tanto o átrio quanto o ventrículo, coordenando o batimento entre eles e imitando mais de perto a fisiologia natural do coração.

    Os marcapassos modernos podem ter modulação de frequência, ajustando automaticamente o ritmo dos impulsos conforme o esforço físico do paciente.

    Ressincronizadores cardíacos

    O marcapasso ressincronizador (terapia de ressincronização cardíaca – TRC) é indicado para pacientes com insuficiência cardíaca que apresentam batimentos descoordenados entre os ventrículos. Ele emite estímulos simultâneos nas duas câmaras inferiores, promovendo sincronia e melhorando a eficiência do bombeamento de sangue, com melhora de falta de ar, cansaço e menor risco de internações.

    Cardiodesfibriladores implantáveis (CDI)

    Os cardiodesfibriladores implantáveis (CDI) são dispositivos semelhantes ao marcapasso, porém com função adicional de tratar arritmias graves (taquicardias ventriculares e fibrilação ventricular) por meio de choques elétricos quando necessário.

    Existem versões combinadas, como o ressincronizador com desfibrilador (TRC-D), indicadas para insuficiência cardíaca com dessincronia e alto risco de arritmias fatais. O CDI funciona como um “backup”: detecta a arritmia e aplica o choque para manter o coração batendo até o atendimento médico, mas não trata a causa de base.

    Como se preparar para a cirurgia de implantação?

    Antes da cirurgia, o paciente passa por avaliação cardiológica (eletrocardiograma, ecocardiograma, exames de sangue). Entre as recomendações, estão:

    • Jejum de 4 a 6 horas antes da cirurgia;
    • Informar todos os medicamentos, vitaminas e suplementos em uso (principalmente anticoagulantes e antitrombóticos);
    • Informar alergias e outras condições de saúde;
    • Retirar acessórios metálicos e objetos pessoais;
    • Evitar fumar ou consumir álcool antes do procedimento;
    • Levar documentos, exames e um acompanhante.

    O cardiologista também explica o funcionamento do aparelho, riscos e cuidados pós-operatórios.

    Como é feita a cirurgia do marcapasso?

    A implantação é simples e segura, geralmente levando 1 a 2 horas:

    • Pequena incisão abaixo da clavícula;
    • Introdução dos eletrodos por uma veia até o coração, guiada por imagem;
    • Conexão dos eletrodos ao gerador, que fica alojado sob a pele no tórax;
    • Teste e programação do sistema;
    • Fechamento da incisão com pontos e curativo.

    Após o posicionamento dos cabos, o gerador (bateria e circuito) é inserido sob a pele, logo abaixo do músculo peitoral. O corte é fechado com pontos e coberto com curativo.

    Recuperação da cirurgia

    Em geral, alta no dia seguinte. Nos primeiros 30 dias, evitar esforços com o braço do lado do implante e manter repouso relativo. Consultas de acompanhamento verificam o funcionamento do dispositivo. Em geral, o paciente não sente o marcapasso funcionando; pode haver apenas leve desconforto local nos primeiros dias.

    Coloquei um marcapasso, quais cuidados devo ter?

    Nos primeiros 30 dias:

    • Evite levantar o braço do lado do implante acima da cabeça;
    • Mantenha o curativo limpo e seco (o médico dirá quando pode molhar);
    • Não dirija nas primeiras semanas;
    • Evite exercícios intensos ou carregar peso até liberação médica.

    Depois, retome atividades normais, inclusive esportes leves. O acompanhamento costuma ser semestral, com leitura por telemetria para checar bateria e eletrodos.

    Duração da bateria e troca do marcapasso

    A bateria dura, em média, de 8 a 10 anos (alguns modelos chegam a 12–13 anos). Quando a bateria está no fim, o aparelho sinaliza nas consultas. A troca é simples: reabre-se a incisão, remove-se o gerador antigo e coloca-se um novo. Em alguns casos, os eletrodos também são trocados.

    O que uma pessoa com marcapasso não pode fazer?

    Quem tem marcapasso pode levar vida normal, mas com alguns cuidados:

    • Evite campos eletromagnéticos fortes (portais de segurança, detectores de metal);
    • Mantenha celulares e fones com ímã a pelo menos 15 cm do implante;
    • Ressonância magnética: somente se o dispositivo for compatível (MRI-safe) e em aparelhos até 1,5 Tesla;
    • Compatibilidade: preferir gerador e cabos da mesma marca para garantir funcionamento e possibilidades de exames futuros.

    Quais as complicações?

    Complicações são pouco frequentes, mais comuns logo após a cirurgia:

    • Infecção no local do implante;
    • Sangramento ou hematoma;
    • Deslocamento do eletrodo;
    • Reação alérgica ao material;
    • Irritação da pele;
    • Raros choques inadvertidos em CDI.

    A maioria tem manejo simples, especialmente com seguimento adequado.

    Leia mais: Holter 24h: como o exame ajuda a flagrar arritmias ocultas

    Perguntas frequentes

    1. O marcapasso exige acompanhamento para o resto da vida?

    Sim. Consultas regulares (geralmente semestrais) verificam cabos, gerador, bateria e permitem ajustes pelo médico via telemetria, sem necessidade de cirurgia.

    2. O marcapasso é visível sob a pele?

    Depende do biotipo. Em pessoas magras, pode ficar levemente saliente sob a clavícula; em outras, é quase imperceptível. Com o tempo, os tecidos se adaptam.

    3. Quem usa marcapasso pode infartar?

    Sim. O marcapasso corrige o ritmo, mas o infarto é causado por obstrução das artérias coronárias — são problemas distintos.

    4. Posso viajar de avião com marcapasso?

    Sim, sem restrições. Leve o cartão de identificação do dispositivo e apresente-o nos controles de segurança para evitar detectores de metal convencionais.

    5. Quais atividades são permitidas após o implante?

    Após a recuperação, quase todas: correr, nadar, pedalar, viajar e praticar esportes leves. Respeite os limites do corpo e mantenha seguimento com o cardiologista.

    6. O que acontece se o marcapasso parar de funcionar?

    É raro falhar de forma súbita. As revisões identificam fim de bateria com antecedência. Se houver tontura, palpitações, desmaios ou fadiga súbita, procure seu médico ou pronto-socorro.

    Confira: Arritmia cardíaca: quando os batimentos fora de ritmo merecem atenção

  • Câncer de mama: o que é, sintomas, causa e como identificar

    Câncer de mama: o que é, sintomas, causa e como identificar

    No Brasil, o câncer de mama é o tipo de tumor maligno mais comum em mulheres, depois do não-melanoma — e responde por aproximadamente 28% de todos os novos casos de câncer entre elas. Ele também pode ocorrer em homens, mas é bastante raro e representa menos de 1% dos casos totais da doença.

    Ele pode ser descoberto ainda no começo, na maioria dos casos, o que aumenta as chances de fazer um tratamento mais leve e com bons resultados. Logo, compreender como a doença se manifesta e os principais sintomas é importante para o diagnóstico precoce. Vamos entender mais, a seguir.

    O que é câncer de mama?

    O câncer de mama é uma doença que resulta da multiplicação anormal e descontrolada das células da mama, que formam um tumor capaz de invadir tecidos vizinhos e, em casos mais graves, se espalhar para outros órgãos.

    De acordo com o oncologista Thiago Chadid, a glândula mamária pode ser comparada a uma árvore: os dutos lactíferos seriam os “troncos”, e os lóbulos, onde o leite é produzido, seriam as “copas”. As alterações genéticas podem surgir em qualquer parte desta estrutura, dando origem a diferentes tipos de tumores.

    Nesse sentido, nem todos os tumores mamários são iguais! Existem tumores que crescem de forma lenta e localizada, com bom prognóstico, e outros que evoluem rapidamente e exigem tratamento mais intenso. Por isso, cada paciente tem um tipo de câncer de mama com características próprias — o que justifica a importância de uma avaliação individualizada.

    Tipos de câncer de mama

    Existem diversos tipos e subtipos de câncer de mama, e cada um apresenta características próprias, como local de origem, velocidade de crescimento e resposta ao tratamento.

    A principal divisão é entre os tumores invasivos (ou infiltrantes), que se espalham para tecidos próximos, e os não invasivos (ou in situ), que permanecem restritos ao local de origem.

    A diferenciação é importante porque influencia diretamente a escolha do tratamento e o prognóstico.

    Carcinoma ductal

    O carcinoma ductal é o tipo mais comum, representando cerca de 80% dos casos de câncer de mama. Ele se origina nos dutos mamários, canais que conduzem o leite até o mamilo.

    Quando está em fase inicial, ainda restrito ao ducto, recebe o nome de carcinoma ductal in situ (CDIS). Nessa fase, o tumor ainda não invadiu tecidos vizinhos e tem altas chances de cura.

    Já o carcinoma ductal invasivo ocorre quando as células anormais rompem as paredes do ducto e começam a infiltrar o tecido mamário. Ele costuma ser mais agressivo e requer tratamento combinado, com cirurgia, quimioterapia, radioterapia e, em alguns casos, hormonioterapia.

    Carcinoma lobular

    O carcinoma lobular representa cerca de 10% dos casos, e surge nos lóbulos, pequenas glândulas produtoras de leite.

    O carcinoma lobular in situ (CLIS), apesar do nome, não é considerado propriamente um câncer, e sim um marcador de risco aumentado. Ele indica que há maior probabilidade de desenvolver câncer em uma ou ambas as mamas no futuro.

    Já o carcinoma lobular invasivo tende a ser mais discreto nas imagens e, por isso, pode ser diagnosticado um pouco mais tarde. Em compensação, tem comportamento mais lento e costuma responder bem à hormonioterapia, quando há receptores hormonais positivos.

    Câncer de mama triplo negativo

    O câncer de mama triplo negativo é aquele que não apresenta receptores de estrogênio, progesterona nem da proteína HER2. Ele corresponde a 10% a 15% dos casos e tende a ser mais agressivo e de crescimento rápido.

    Também afeta com maior frequência mulheres mais jovens e, em alguns casos, está associado a mutações hereditárias, como as do gene BRCA1.

    Câncer de mama inflamatório

    O câncer de mama inflamatório é um tipo raro e agressivo de câncer invasivo. Ele acontece quando as células cancerígenas bloqueiam os vasos linfáticos da pele, fazendo com que a mama fique vermelha, inchada e quente, como se estivesse inflamada. A pele pode ficar mais grossa e com aparência de casca de laranja.

    Esse tipo de câncer costuma crescer rápido e pode ser confundido com uma infecção na mama, o que atrasa o diagnóstico. Ele representa de 1% a 5% dos casos e precisa de tratamento rápido, normalmente com quimioterapia, cirurgia e radioterapia.

    Tipos menos incidentes de câncer de mama

    • Doença de Paget: começa nos ductos mamários e se espalha para a pele do mamilo e da aréola. É rara, representando entre 1% e 3% dos casos;
    • Angiossarcoma: representa menos de 1% dos casos de câncer de mama, e surge nas células que revestem os vasos sanguíneos ou linfáticos. Em alguns casos, aparece após radioterapia nessa região;
    • Tumor filoide: muito raro, desenvolve-se no estroma (tecido conjuntivo) da mama. A maioria é benigna, mas alguns podem se tornar malignos.

    Sintomas do câncer de mama

    O sintoma mais comum do câncer de mama é o aparecimento de um nódulo (caroço) na mama, geralmente duro, irregular e indolor. Mas nem sempre o tumor provoca dor — por isso, a ausência dela não significa que está tudo bem.

    Outros sinais para ficar atenta(o):

    • Alterações na pele da mama, que pode ficar vermelha, inchada ou com aspecto de casca de laranja;
    • Retração ou inversão do mamilo;
    • Secreção espontânea pelo mamilo (transparente, rosada ou com sangue);
    • Feridas, descamações ou úlceras no mamilo;
    • Dor local persistente;
    • Inchaço ou caroços nas axilas;
    • Diferença no tamanho ou formato das mamas.

    Os sinais nem sempre indicam câncer, pois existem doenças benignas que causam sintomas semelhantes. No entanto, qualquer alteração suspeita deve ser avaliada por um médico o quanto antes.

    Quais os fatores de risco para o câncer de mama?

    O desenvolvimento do câncer de mama envolve uma combinação de fatores genéticos, hormonais, ambientais e comportamentais. Segundo o INCA, os principais fatores de risco são:

    Comportamentais e ambientais

    • Obesidade e sobrepeso após a menopausa;
    • Sedentarismo;
    • Consumo regular de bebidas alcoólicas;
    • Exposição frequente a radiações ionizantes (raios X e tomografias).

    Reprodutivos e hormonais

    • Primeira menstruação antes dos 12 anos;
    • Não ter tido filhos;
    • Primeira gravidez após os 30 anos;
    • Menopausa após os 55 anos;
    • Uso prolongado de anticoncepcionais orais;
    • Terapia de reposição hormonal por mais de cinco anos.

    Genéticos e hereditários

    • Histórico de câncer de mama ou de ovário em familiares de primeiro grau (mãe, irmã, filha), principalmente antes dos 50 anos;
    • Alterações herdadas nos genes BRCA1 e BRCA2, que aumentam o risco da doença.

    Ter um ou mais fatores de risco não significa que a pessoa terá câncer de mama, mas indica que ela deve redobrar o cuidado com os exames preventivos e manter hábitos saudáveis.

    Diagnóstico de câncer de mama

    O diagnóstico começa com avaliação clínica. Ao identificar um nódulo ou alteração suspeita, o médico solicita exames de imagem — como mamografia, ultrassonografia ou ressonância magnética.

    A confirmação se faz por biópsia, com análise microscópica do tecido suspeito. O patologista identifica tipo tumoral e características como receptores hormonais e HER2. Quando necessário, exames como FISH e painéis genéticos ajudam a definir a melhor terapia.

    Diagnóstico precoce é determinante: quanto mais cedo o tumor é descoberto, maiores as chances de cura e menor a necessidade de tratamentos agressivos.

    Para quem a mamografia é indicada?

    A Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda exame anual a partir de 40 anos. Já o SUS orienta:

    • 40 a 49 anos: disponível, fora do rastreamento populacional. Realiza-se por solicitação médica ou iniciativa da paciente;
    • 50 a 74 anos: rastreamento bienal (a cada dois anos), mesmo sem sintomas;
    • Acima de 74 anos: decisão individualizada conforme saúde e expectativa de vida.

    Quem tem familiar de primeiro grau com câncer de mama deve iniciar o rastreamento 10 anos antes da idade do diagnóstico desse familiar.

    Como é feito o tratamento de câncer de mama?

    O tratamento é individualizado, considerando tipo/estágio do tumor, receptores hormonais, risco de metástase e condições clínicas.

    • Tratamento local: cirurgia (parcial ou total) e, muitas vezes, radioterapia;
    • Tratamento sistêmico: quimioterapia, hormonioterapia, terapias-alvo e imunoterapia.

    Quando o tumor é grande, pode-se iniciar com terapia sistêmica (neoadjuvante) para reduzir o tamanho e permitir cirurgia mais conservadora. Em doença metastática, o tratamento sistêmico é essencial para controle e alívio de sintomas.

    Nem todas as pacientes precisam de quimioterapia. Testes genômicos (como Oncotype DX e MammaPrint) ajudam a selecionar quem realmente se beneficiará, evitando toxicidades desnecessárias.

    Leia também: Metástase: o que é, sintomas, como surge e se tem cura

    Cuidados e acompanhamento do câncer de mama

    Após o tratamento, o seguimento varia conforme o subtipo:

    • HER2 positivo ou triplo negativo: monitorados por ~5 anos; sem recidiva nesse período, considera-se cura;
    • Receptor hormonal positivo: bom prognóstico, porém risco de recidiva tardia — seguimento prolongado com consultas e exames periódicos.

    Fisioterapia e reabilitação

    A cirurgia pode afetar músculos, nervos e mobilidade do ombro/ braço (especialmente com retirada de linfonodos). A fisioterapia oncológica auxilia na recuperação, previne e trata linfedema, melhora circulação e postura e favorece a autonomia no dia a dia.

    Cuidado da autoestima

    Queda de cabelo, cicatrizes e mastectomia impactam a autoimagem. Busque estratégias que tragam conforto (lenços, turbantes, laces ou visual natural), atividades prazerosas e rede de apoio. Se houver tristeza persistente, insônia ou ansiedade, procure suporte psicológico/psiquiátrico.

    Sexualidade durante o tratamento

    Mudanças físicas e emocionais podem reduzir o desejo. Respeite seu tempo, reconecte-se ao corpo de forma gentil e converse com o(a) parceiro(a). A terapia pode ajudar a lidar com fatores emocionais e a redescobrir o prazer.

    Reconstrução mamária e alternativas

    A reconstrução restaura a forma e aparência da mama após mastectomia ou cirurgia conservadora, contribuindo para autoestima e equilíbrio corporal. Onde o acesso cirúrgico é limitado, próteses externas são alternativa segura e confortável até que a reconstrução seja possível.

    Câncer de mama tem cura?

    Sim, especialmente quando diagnosticado precocemente. Mesmo em casos avançados, as terapias atuais permitem controle da doença e anos de vida com qualidade.

    É possível prevenir o câncer de mama?

    Não há prevenção absoluta, mas é possível reduzir o risco. Segundo o INCA, até 28% dos casos poderiam ser evitados com:

    • Manter o peso corporal adequado;
    • Praticar atividades físicas regularmente;
    • Evitar bebidas alcoólicas;
    • Amamentar pelo maior tempo possível;
    • Não fumar e evitar o tabagismo passivo.

    Leia também: Autoexame: como detectar precocemente diferentes tipos de câncer

    Perguntas frequentes sobre câncer de mama

    1. O câncer de mama sempre causa dor?

    Na maioria das vezes, não. O nódulo inicial costuma ser indolor. A ausência de dor não exclui doença; alterações devem ser avaliadas por médico.

    2. O câncer de mama pode aparecer em mulheres jovens?

    Sim. Embora mais comum após os 50 anos, pode ocorrer em jovens, sobretudo com histórico familiar ou mutações genéticas (BRCA1/2). Nesses casos, o rastreamento pode começar antes dos 40.

    3. A reconstrução da mama é obrigatória após a mastectomia?

    Não. É uma decisão pessoal, conforme tipo de cirurgia, condições clínicas e desejo da paciente. Próteses externas são opção segura quando a reconstrução não é imediata.

    4. A reposição hormonal aumenta o risco de câncer de mama?

    Pode aumentar, sobretudo com terapia combinada (estrogênio + progesterona) por períodos prolongados (>5 anos). A decisão deve ser individualizada e acompanhada por ginecologista, com mamografias regulares.

    5. O que é radioterapia?

    Terapia local com radiação para eliminar células remanescentes e reduzir recidiva, frequentemente indicada após cirurgias conservadoras ou em tumores/agressividade maiores. Sessões diárias por algumas semanas, indolor.

    6. Posso fazer atividades físicas durante o tratamento?

    Sim, com orientação médica. Exercícios leves a moderados (caminhada, ioga, alongamento, pilates) melhoram disposição, controlam peso e reduzem efeitos colaterais. Respeite seus limites.

    7. Como lidar com a menopausa induzida pelo tratamento?

    Há estratégias seguras: lubrificantes vaginais, roupas leves, técnicas de relaxamento e acompanhamento médico. Converse com o oncologista sobre opções adequadas para o seu caso.

    8. O que é câncer de mama metastático?

    É quando células do tumor mamário se espalham para outros órgãos (ossos, pulmões, fígado, cérebro). Mesmo à distância, mantém as características do câncer de mama e é tratado como tal.

    Confira: 7 sintomas iniciais de câncer que não devem ser ignorados

  • Quando o corpo ataca a própria tireoide: entenda a síndrome de Hashimoto 

    Quando o corpo ataca a própria tireoide: entenda a síndrome de Hashimoto 

    A síndrome de Hashimoto é uma doença autoimune em que o próprio sistema de defesa do corpo passa a atacar a glândula tireoide, responsável por produzir hormônios que regulam o metabolismo.

    Com o tempo, essa inflamação leva à redução da atividade da tireoide, provocando o chamado hipotireoidismo. É uma condição crônica, mais comum em mulheres entre 30 e 50 anos, mas que pode acontecer em qualquer idade.

    O que é a síndrome de Hashimoto

    Na síndrome de Hashimoto, também chamada de tireoidite de Hashimoto, o sistema imunológico identifica erroneamente as células da tireoide como inimigas e começa a produzir anticorpos que atacam a glândula.

    Essa agressão contínua causa inflamação e, aos poucos, destrói o tecido tireoidiano, o que impacta na produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), que são substâncias essenciais para manter o corpo com energia, regular o peso, a temperatura e até o humor.

    Causas e fatores de risco

    As causas exatas ainda não são totalmente compreendidas, mas sabe-se que a síndrome de Hashimoto envolve uma combinação de fatores genéticos, hormonais e ambientais.

    Entre os principais fatores de risco estão:

    • Predisposição genética: histórico familiar de doenças autoimunes, como diabetes tipo 1, lúpus ou vitiligo;
    • Sexo feminino: mulheres têm até 10 vezes mais chance de desenvolver a doença;
    • Alterações hormonais: a doença pode aparecer após a gravidez (tireoidite pós-parto);
    • Excesso de iodo: suplementação inadequada pode desencadear ou agravar o quadro;
    • Estresse e infecções virais: podem funcionar como gatilhos em pessoas predispostas a ter a doença.

    Sintomas da síndrome de Hashimoto

    Os sintomas variam conforme o grau de comprometimento da tireoide. No início, podem ser sutis ou até inexistentes, então muita gente nem nota. À medida que a glândula perde sua função, o corpo desacelera e os sintomas aparecem.

    Os sinais mais comuns são:

    • Cansaço constante e sono excessivo;
    • Ganho de peso sem explicação;
    • Queda de cabelo e pele seca;
    • Sensação de frio mesmo em dias quentes;
    • Inchaço no rosto e nas pálpebras;
    • Constipação (intestino preso);
    • Alterações de humor, como tristeza e irritabilidade;
    • Dificuldade de concentração e memória;
    • Menstruação irregular.

    Em alguns casos pode acontecer um aumento do volume da tireoide, conhecido como bócio, que pode ser percebido como um pequeno caroço no pescoço.

    Como é feito o diagnóstico da síndrome de Hashimoto

    O diagnóstico é confirmado por meio de exames de sangue que avaliam os níveis dos hormônios tireoidianos (T3, T4 e TSH) e dos anticorpos antitireoidianos — especialmente o anti-TPO (antiperoxidase tireoidiana), que costuma estar elevado na doença.

    O ultrassom da tireoide também pode ser solicitado pelo médico para observar o tamanho e a textura da glândula.

    Tratamento da síndrome de Hashimoto

    Não existe cura para a síndrome de Hashimoto, mas o tratamento é simples e eficaz. O objetivo é repor os hormônios que a tireoide deixou de produzir.

    O médico endocrinologista prescreve a levotiroxina, uma versão sintética do hormônio T4. A dose é ajustada individualmente, com base nos exames e sintomas.

    Além do remédio, é importante:

    • Fazer acompanhamento periodicamente com o médico;
    • Tomar o hormônio em jejum, sempre no mesmo horário;
    • Evitar automedicação e suplementos sem orientação;
    • Manter alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras e proteínas magras.

    Síndrome de Hashimoto tem cura?

    Não. A síndrome de Hashimoto é uma doença crônica, o que significa que o tratamento precisa ser contínuo. Com o uso correto da medicação e acompanhamento médico, porém, a pessoa pode levar uma vida absolutamente normal, com energia e qualidade de vida.

    Quando procurar um médico

    Procure um endocrinologista se você notar sintomas como cansaço persistente, ganho de peso inexplicável, queda de cabelo ou irregularidade menstrual. Quanto mais cedo a doença for diagnosticada, mais simples é o controle e menor o risco de complicações.

    Veja mais: Nódulos na tireoide: quando se preocupar e como diferenciar benignos de malignos

    Perguntas frequentes sobre a síndrome de Hashimoto

    1. A síndrome de Hashimoto é a mesma coisa que hipotireoidismo?

    Não exatamente. O Hashimoto é a causa mais comum de hipotireoidismo, mas nem todo hipotireoidismo é causado por Hashimoto.

    2. Quem tem Hashimoto pode engravidar?

    Sim, mas é importante manter o tratamento e acompanhamento médico. O controle hormonal é essencial para uma gestação saudável.

    3. A alimentação influencia a doença?

    Sim. O excesso de iodo e o consumo exagerado de alimentos ultraprocessados podem prejudicar o controle. É recomendável uma dieta equilibrada.

    4. O glúten deve ser cortado?

    Algumas pessoas relatam melhora dos sintomas sem glúten, especialmente se têm sensibilidade, mas não há consenso científico de que isso seja obrigatório.

    5. O tratamento é para sempre?

    Na maioria dos casos, sim. Como a glândula perde a capacidade de produzir hormônios, é necessário repor continuamente.

    6. Existe risco de complicações?

    Sim, se não for tratada, a doença pode causar hipotireoidismo grave, com risco para coração, metabolismo e fertilidade.

    7. Hashimoto pode causar depressão?

    Sim. A falta dos hormônios tireoidianos atinge o humor e pode contribuir para sintomas de depressão, que costumam melhorar com o tratamento.

    Leia também: Tireoide: a pequena glândula que comanda o corpo inteiro

  • 5 testes obrigatórios que devem ser feitos no recém-nascido

    5 testes obrigatórios que devem ser feitos no recém-nascido

    Logo após o nascimento, uma das primeiras medidas de cuidado com o bebê é garantir que ele passe pelos testes do recém-nascido, ou testes de triagem neonatal. Simples e rápidos, esses exames são fundamentais para detectar de maneira precoce doenças ou alterações que ainda não apresentam sintomas, mas que podem comprometer o desenvolvimento da criança se não forem tratadas a tempo.

    Realizados gratuitamente nas maternidades e postos de saúde, os testes ajudam a identificar condições que envolvem audição, visão, coração, metabolismo e fala. Quanto antes o diagnóstico é feito, maiores são as chances de o bebê crescer saudável e se desenvolver plenamente.

    Veja quais exames de triagem neonatal são obrigatórios por lei e devem ser feitos em todos os recém-nascidos. Eles têm como objetivo identificar precocemente doenças ou condições que, se tratadas logo no início da vida, podem garantir melhor desenvolvimento da criança.

    De acordo com o Ministério da Saúde, os principais são:

    Teste do pezinho

    O teste do pezinho é feito com algumas gotinhas de sangue retiradas do calcanhar do bebê, geralmente entre o 3º e o 5º dia de vida. Ele tem a função de rastrear doenças que não apresentam sinais logo após o nascimento, mas que podem trazer complicações sérias se não forem tratadas cedo.

    Hoje, o teste consegue identificar condições como:

    • Fenilcetonúria;
    • Hipotireoidismo congênito;
    • Fibrose cística;
    • Doenças falciformes;
    • Hiperplasia adrenal congênita;
    • Deficiência de biotinidase.

    Teste do olhinho

    O teste do olhinho serve para avaliar a saúde ocular logo no início da vida. O pediatra projeta uma luz nos olhos do bebê por meio de um aparelho específico. Se o reflexo for avermelhado ou alaranjado, é sinal de que a visão está normal. Caso o reflexo apareça esbranquiçado ou com alterações, a criança deve ser encaminhada ao oftalmologista para investigação.

    Teste do coraçãozinho

    O teste do coraçãozinho é feito com um oxímetro de pulso, um aparelhinho que mede a oxigenação do sangue e os batimentos cardíacos. Ele pode identificar, de forma precoce, problemas cardíacos congênitos.

    O exame deve ser realizado entre 24 e 48 horas após o nascimento, antes de o bebê receber alta da maternidade.

    Teste da linguinha

    O teste da linguinha observa o frênulo da língua — aquela pequena membrana que fica embaixo dela e conecta à boca. Alterações nessa estrutura podem limitar os movimentos da língua e atrapalhar a pega correta durante a amamentação. A detecção precoce permite tratar e evitar dificuldades futuras na fala e na alimentação.

    Teste da orelhinha

    O teste da orelhinha verifica se o bebê ouve normalmente desde os primeiros dias de vida. Feito com um pequeno fone colocado no ouvido do recém-nascido, o exame é rápido, indolor e seguro. Ele permite detectar qualquer grau de perda auditiva ainda no início do desenvolvimento.

    Se alguma alteração for identificada, a equipe de saúde inicia o acompanhamento e o tratamento precoce, aproveitando a fase em que o cérebro do bebê está mais receptivo aos sons e à formação da fala.

    Quando a deficiência auditiva não é diagnosticada cedo, a criança pode ter atraso na fala, dificuldade de aprendizagem e até impactos sociais e emocionais. Por isso, o teste é obrigatório e essencial para garantir um bom desenvolvimento auditivo e linguístico.

    Leia também: Criptorquidia: o que é, causas, fatores de risco e cirurgia

    Perguntas frequentes sobre os testes do recém-nascido

    1. Todos os testes do recém-nascido são obrigatórios por lei?

    Sim. Os testes do pezinho, olhinho, coraçãozinho, linguinha e orelhinha são obrigatórios em todo o Brasil, conforme o Ministério da Saúde.

    2. Quando esses exames devem ser feitos?

    Eles são realizados ainda nos primeiros dias de vida. O teste do pezinho, entre o 3º e o 5º dia, e os demais, antes da alta da maternidade.

    3. O bebê sente dor durante os testes?

    Apenas o teste do pezinho envolve uma pequena picada no calcanhar. Os outros são indolores, rápidos e seguros.

    4. E se algum teste apontar alteração?

    O bebê será encaminhado para avaliação médica e acompanhamento especializado. A detecção precoce permite que o tratamento seja feito mais rápido.

    5. O teste do pezinho do SUS é o mesmo da rede particular?

    O teste ampliado oferecido por laboratórios particulares pode incluir mais doenças, mas o teste básico do SUS já rastreia as principais condições previstas em lei.

    6. É possível fazer os testes em casa?

    Não. Todos devem ser realizados por profissionais de saúde qualificados, em maternidades, postos de saúde ou laboratórios credenciados.

    7. O que acontece se os testes não forem feitos?

    A falta dessa triagem pode atrasar o diagnóstico de doenças graves, e isso pode comprometer o crescimento e o desenvolvimento do bebê.

    Veja mais: Teste da orelhinha: para que serve e como é feito

  • Artrite ou artrose? Conheça as diferenças entre as doenças  

    Artrite ou artrose? Conheça as diferenças entre as doenças  

    Dor nas articulações, rigidez e inchaço são sintomas que podem surgir tanto em quadros de artrose quanto de artrite. Apesar das similaridades, as condições têm origens e progressão diferentes — e exigem alguns cuidados específicos.

    A artrose está relacionada ao desgaste da cartilagem que reveste as articulações, sendo mais frequente a partir dos 50 anos de idade. A artrite, por outro lado, acontece quando há um processo inflamatório nas articulações, podendo ter diferentes causas, como infecções, doenças autoimunes, reações metabólicas ou até traumatismos.

    Nesse contexto, é ideal entender se é artrite ou artrose, como elas se manifestam, o diagnóstico e as medidas de tratamento, uma vez que ambas podem prejudicar diretamente a qualidade de vida. Entenda mais, a seguir!

    O que é artrite?

    A artrite é o nome dado a qualquer inflamação nas articulações, que são as áreas onde os dois ossos se encontram — como joelhos, punhos, tornozelos e dedos, por exemplo. De acordo com a reumatologista Flávia Alexandra Guerrero, a artrite pode estar relacionada tanto a doenças autoimunes quanto a quadros infecciosos.

    Ela pode afetar uma ou várias articulações, e surgir em qualquer faixa etária, dependendo da causa. Alguns tipos são transitórios, enquanto outros, como a artrite reumatoide, têm evolução crônica e exigem tratamento contínuo.

    No geral, existem mais de 100 tipos de artrite, mas os mais comuns incluem:

    • Artrite reumatoide: doença autoimune em que o sistema imunológico ataca as próprias articulações, causando inflamação crônica, dor e deformidades, principalmente nas mãos e nos punhos;
    • Artrite psoriásica: ocorre em pessoas com psoríase (doença de pele) e provoca inflamação nas articulações, rigidez matinal e dor, afetando com frequência dedos e coluna;
    • Gota (artrite gotosa): causada pelo acúmulo de cristais de ácido úrico nas articulações, normalmente atinge o dedão do pé e causa crises de dor intensa, inchaço e calor local;
    • Artrite séptica: provocada por uma infecção bacteriana dentro da articulação, que exige tratamento imediato com antibióticos para evitar danos permanentes;
    • Artrite reativa: aparece após infecções intestinais, urinárias ou genitais, como resposta exagerada do sistema imunológico, geralmente afetando joelhos e tornozelos.

    Quais são os principais sintomas da artrite?

    • Dor e inchaço nas articulações;
    • Rigidez, especialmente pela manhã ou após períodos de repouso;
    • Dificuldade de movimentar a articulação afetada;
    • Calor e vermelhidão no local.

    De acordo com Flávia, no caso da artrite, muitas vezes o paciente se queixa de piora da dor após períodos prolongados de repouso, inclusive com sensação de rigidez após esse tempo de imobilização.

    O que é artrose?

    A artrose, também chamada de osteoartrite, é uma doença degenerativa caracterizada pelo desgaste progressivo da cartilagem que recobre as extremidades dos ossos.

    Com a cartilagem comprometida, o atrito entre os ossos aumenta, resultando em dor, rigidez e limitação de movimento. A doença é mais comum em pessoas acima de 50 anos, mas pode aparecer em jovens após lesões ou uso excessivo de determinadas articulações.

    A artrose está relacionada especialmente ao envelhecimento, sobrepeso, atividades de alto impacto e predisposição genética.

    Quais são os principais sintomas da artrose?

    • Dor que melhora com repouso;
    • Estalos nas articulações;
    • Redução da amplitude de movimento;
    • Rigidez matinal que dura menos de 30 minutos.

    A artrose também pode provocar deformidades, mas elas surgem de forma mais lenta, relacionadas ao desgaste crônico.

    Principais diferenças entre artrite e artrose

    Característica Artrite Artrose
    Causa Processo inflamatório nas articulações, que pode ter origem infecciosa, autoimune ou metabólica Desgaste da cartilagem (degenerativa)
    Idade mais comum Pode ocorrer em qualquer idade, dependendo do tipo e da causa É mais comum após os 50 anos de idade
    Sintomas principais Dor que piora com repouso, rigidez matinal prolongada, inchaço, calor e vermelhidão Dor que piora com esforço, rigidez curta, estalos
    Evolução Pode ser aguda (curta duração) ou crônica (persistente) Progressiva, ligada ao envelhecimento
    Exames Exames de sangue (marcadores inflamatórios) e imagem (radiografias, ultrassom) Exames de imagem (radiografias, ressonância)
    Tratamento Anti-inflamatórios, analgésicos, fisioterapia e abordagens específicas conforme a causa (antibióticos, imunossupressores, etc.) Analgésicos, anti-inflamatórios, fisioterapia, controle do peso

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico diferencial entre artrite e artrose deve ser feito por um médico especialista, normalmente o reumatologista, em alguns casos com apoio do ortopedista. O processo começa com a avaliação clínica: o médico ouve as queixas do paciente, analisa os sintomas e realiza um exame físico detalhado das articulações.

    A partir da análise inicial, o especialista levanta a hipótese de artrite ou artrose e solicita exames complementares para confirmar, como:

    • Exames de imagem (radiografias, ultrassonografias, tomografias ou ressonâncias) — importantes para mostrar o desgaste da articulação;
    • Exames de sangue, que ajudam a identificar marcadores inflamatórios.

    Como é feito o tratamento de artrite?

    Na artrite, é necessário identificar a causa exata da inflamação, já que o tratamento depende diretamente da origem do problema, de acordo com Flávia. Existem vários tipos de artrite, e cada um deles exige uma abordagem específica:

    • Artrite autoimune: acontece quando o sistema imunológico ataca as próprias articulações, como na artrite reumatoide. O tratamento é feito com imunossupressores e anti-inflamatórios para controlar a inflamação e evitar danos permanentes;
    • Artrite infecciosa: surge quando vírus, bactérias ou fungos atingem a articulação, causando infecção e dor intensa. O tratamento depende do agente causador e pode incluir antibióticos, antivirais ou antifúngicos, além de drenagem do líquido articular em alguns casos;
    • Artrite metabólica: ocorre pelo acúmulo de substâncias, como o ácido úrico na gota ou cristais de cálcio na condrocalcinose. O tratamento envolve controlar essas substâncias no sangue, aliviar a dor e prevenir novas crises inflamatórias.

    De acordo com Flávia, se a artrite não for adequadamente tratada, ao longo do tempo o processo inflamatório vai degradando as estruturas articulares e podendo levar a um quadro de artrose — que é justamente a degeneração da cartilagem que reveste as extremidades dos ossos dentro da articulação.

    Como é feito o tratamento de artrose?

    A artrose não tem cura, mas existem diversas abordagens para controlar os sintomas, melhorar a mobilidade e retardar o avanço da doença, como:

    • Uso de analgésicos e anti-inflamatórios: em fases de dor intensa, podem ser prescritos pelo médico para aliviar o desconforto e ajudar a manter a funcionalidade no dia a dia;
    • Fisioterapia: fundamental para fortalecimento muscular, melhora da flexibilidade e prevenção da rigidez articular. Exercícios supervisionados ajudam a proteger as articulações, reduzir a dor e aumentar a independência do paciente;
    • Controle do peso corporal: manter o peso adequado reduz a sobrecarga sobre as articulações que sustentam o corpo, como joelhos, quadris e coluna;
    • Atividade física adaptada: exercícios de baixo impacto, como hidroginástica, pilates, yoga e caminhadas leves, são recomendados para estimular a circulação, fortalecer os músculos e preservar a amplitude dos movimentos, sem causar sobrecarga;
    • Cirurgia: quando o desgaste é muito avançado e os outros tratamentos não trazem alívio, pode ser necessária a substituição da articulação por uma prótese (como prótese de joelho ou quadril).

    Além de tratar os sintomas, o reumatologista ou ortopedista orienta o paciente sobre hábitos de vida e terapias complementares que ajudam a preservar as articulações no longo prazo.

    Como prevenir a artrite ou a artrose?

    As medidas de prevenção da artrite e da artrose são bem parecidas, já que ambas afetam as articulações e compartilham fatores de risco em comum. O foco principal é manter as articulações saudáveis e evitar tanto inflamações quanto desgastes.

    No caso da artrite, o objetivo é prevenir processos inflamatórios, enquanto na artrose é necessário reduzir o desgaste da cartilagem que ocorre com o tempo.

    Por isso, cuidar do corpo no dia a dia faz toda a diferença, com cuidados como:

    • Manter o peso adequado;
    • Praticar atividades físicas regulares de baixo impacto, como natação, caminhada e bicicleta;
    • Fortalecer a musculatura e evitar sobrecarga nas articulações;
    • Evitar o sedentarismo, mantendo o corpo ativo e as articulações em movimento;
    • Alimentar-se bem, com foco em alimentos ricos em cálcio, vitamina D e ômega-3;
    • Fazer acompanhamento médico.

    Veja também: 8 dicas para prevenir a dor nas costas no dia a dia

    Perguntas frequentes sobre diferença entre artrite e artrose

    1. Quais articulações são mais afetadas pela artrose?

    A artrose pode atingir qualquer articulação do corpo, mas joelhos, quadris, mãos e coluna são os locais mais comuns. Isso ocorre porque essas regiões sofrem maior sobrecarga mecânica ao longo da vida, seja pelo peso corporal, pelo esforço repetitivo ou por traumas prévios.

    Por isso, pacientes costumam sentir dor ao andar, subir escadas ou mesmo realizar movimentos simples com as mãos.

    2. Qual a diferença entre dor da artrose e dor muscular?

    A dor da artrose tem algumas características próprias. Primeiro, ela piora ao longo do dia, conforme a articulação é usada, e costuma melhorar com o repouso. A pessoa também pode apresentar rigidez articular, estalos e até deformidades com o passar do tempo, o que ajuda a diferenciar.

    Em contrapartida, a dor muscular normalmente aparece após esforço físico ou em casos de má postura e tende a aliviar mais rapidamente com descanso ou alongamento.

    3. Quando a cirurgia é indicada para artrose?

    A cirurgia costuma ser indicada quando os tratamentos conservadores já não oferecem alívio suficiente. Em muitos casos, o paciente apresenta dor intensa, dificuldade para andar ou perda significativa da função articular.

    Nesses casos, uma das opções é a prótese articular, especialmente em joelhos e quadris. A cirurgia é capaz de devolver a mobilidade e melhorar a qualidade de vida, mas é reservada para situações mais avançadas.

    4. A artrose pode aparecer em jovens?

    A artrose é mais comum em pessoas com mais de 50 anos de idade, mas pode surgir em pessoas jovens — especialmente quando há fatores predisponentes, como lesões articulares repetidas, prática de esportes de alto impacto sem preparo adequado, sobrepeso desde cedo ou histórico familiar.

    Em alguns casos, a presença de doenças que afetam a cartilagem, como displasias ou alterações congênitas, também podem favorecer o aparecimento precoce da artrose.

    5. Quem tem artrose precisa parar de trabalhar?

    A artrose não significa, necessariamente, o afastamento das atividades profissionais. Na verdade, a necessidade de parar ou adaptar o trabalho depende da gravidade dos sintomas e do tipo de atividade desempenhada.

    Pessoas com funções que exigem esforço físico intenso ou movimentos repetitivos podem precisar de ajustes, pausas mais frequentes ou até reabilitação. Já em casos leves e controlados, é perfeitamente possível continuar trabalhando normalmente, desde que a pessoa mantenha acompanhamento com um médico.

    6. A artrose pode virar câncer?

    Não, a artrose não pode se transformar em câncer. Ela é uma doença degenerativa das articulações, caracterizada pelo desgaste da cartilagem e pela formação de alterações ósseas secundárias. Já o câncer é uma proliferação anormal e descontrolada de células, com comportamento completamente diferente.

    A artrose não aumenta o risco de câncer e não tem qualquer relação direta com doenças oncológicas.

    Confira: Quando a dor nas costas pode ser preocupante? Entenda os sinais de alerta

  • Vitamina B1 (tiamina): energia para o corpo e alerta para a memória 

    Vitamina B1 (tiamina): energia para o corpo e alerta para a memória 

    Você já ouviu falar da vitamina B1, também chamada de tiamina? Talvez ela não receba tanta atenção quanto a vitamina C ou a vitamina D, mas é fundamental para manter o corpo em um bom funcionamento. Essa pequena molécula é muito importante na transformação de energia dos alimentos e no bom desempenho do sistema nervoso e muscular.

    Apesar de essencial, a deficiência de vitamina B1 ainda é uma realidade em todo o mundo, principalmente em pessoas com consumo excessivo de álcool, dietas restritivas ou doenças que dificultam a absorção de nutrientes. E quando falta, os sinais podem ser sérios, pois podem afetar desde a memória até o coração.

    O que é a vitamina B1 (tiamina)?

    A vitamina B1 é uma vitamina hidrossolúvel do complexo B. Ou seja, ela não fica armazenada no corpo por muito tempo e precisa ser obtida regularmente pela alimentação. Ela participa de reações fundamentais no metabolismo dos carboidratos e ajuda a transformar a glicose em energia.

    Como se não bastasse, a tiamina atua na transmissão nervosa e no bom funcionamento muscular, incluindo o músculo cardíaco.

    Benefícios da vitamina B1

    • Energia: ajuda a converter carboidratos em glicose, combustível para as células;
    • Sistema nervoso: participa da condução de impulsos nervosos e da saúde do cérebro;
    • Função muscular e cardíaca: é importante para o bom funcionamento dos músculos e do coração;
    • Metabolismo: também ajuda no uso de proteínas e gorduras pelo organismo.

    Alimentos ricos em vitamina B1

    A vitamina B1 pode ser encontrada em diversos alimentos:

    • Carnes magras (especialmente carne de porco);
    • Peixes;
    • Fígado;
    • Leguminosas (feijão, lentilha, ervilha);
    • Grãos integrais (arroz integral, aveia, trigo integral);
    • Sementes e castanhas;
    • Ovos.

    Dica: o processamento de alimentos, como a retirada da casca de grãos, pode reduzir bastante a quantidade de tiamina. Por isso, versões integrais costumam ser melhores fontes do nutriente.

    Deficiência de vitamina B1: sinais de alerta

    A carência de vitamina B1 pode trazer problemas sérios, conhecidos principalmente como beribéri. Essa condição pode afetar tanto o sistema nervoso quanto o coração.

    Sinais e sintomas mais comuns:

    • Fadiga e fraqueza;
    • Irritabilidade e alterações de humor;
    • Perda de memória e dificuldade de concentração;
    • Dormência ou formigamento nos pés e mãos;
    • Perda de apetite;
    • Falta de ar e palpitações;
    • Inchaço nas pernas.

    Em casos graves, pode levar ao beribéri úmido (com insuficiência cardíaca) ou beribéri seco (com degeneração nervosa). Pessoas com alcoolismo crônico podem desenvolver a síndrome de Wernicke-Korsakoff, que compromete seriamente a memória e a coordenação motora.

    Excesso de vitamina B1 faz mal?

    Como é uma vitamina hidrossolúvel, o excesso de vitamina B1 é eliminado principalmente pela urina. Casos de toxicidade são raríssimos. No entanto, suplementar sem necessidade não traz benefícios extras.

    Confira: Delivery saudável: nutricionista dá dicas para escolher bem

    Suplementação de vitamina B1

    A suplementação de tiamina pode ser indicada em situações específicas, como:

    • Deficiência diagnosticada em exames;
    • Casos de alcoolismo crônico;
    • Gestantes e lactantes com baixa ingestão alimentar;
    • Pessoas em nutrição parenteral (alimentação por via intravenosa).

    A suplementação sempre deve ser feita com orientação de médico ou nutricionista, já que a necessidade varia de acordo com idade, sexo, condição de saúde e dieta.

    Valores ideais de vitamina B1

    Os valores séricos considerados normais de vitamina B1 no sangue variam entre 2,5 e 7,5 µg/dL, dependendo do método laboratorial. Já a ingestão diária recomendada (IDR) é de:

    • Homens adultos: cerca de 1,2 mg/dia;
    • Mulheres adultas: cerca de 1,1 mg/dia;
    • Gestantes e lactantes: até 1,4 mg/dia.

    Perguntas frequentes sobre a vitamina B1

    1. A deficiência de vitamina B1 é comum?

    Ela é mais frequente em pessoas com alcoolismo crônico, desnutrição ou dietas muito restritivas.

    2. O que é beribéri?

    É a doença clássica da falta de vitamina B1, podendo afetar nervos, músculos e o coração.

    3. Quem deve se preocupar mais com a carência de tiamina?

    Idosos, pessoas que consomem muito álcool, indivíduos em hemodiálise ou que passaram por cirurgia bariátrica.

    4. Posso repor vitamina B1 sozinho?

    Não. A suplementação deve ser feita apenas com recomendação médica ou nutricional.

    5. Quais alimentos ajudam a prevenir a deficiência?

    Carnes magras, leguminosas, grãos integrais, sementes e ovos são boas fontes.

    6. Tomar mais vitamina B1 dá mais energia?

    Não. Se você já tem níveis normais, o excesso não aumenta energia. O corpo só usa o que precisa.

    7. Existe risco em cozinhar alimentos ricos em B1?

    Sim, a tiamina é sensível ao calor e à água. Cozinhar por muito tempo pode reduzir a quantidade disponível.

    Leia também: Vitamina B12: o que é, para que serve e como identificar carência ou excesso