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  • Crupe viral: entenda a infecção que causa tosse intensa nas crianças

    Crupe viral: entenda a infecção que causa tosse intensa nas crianças

    É comum que, durante a madrugada, pais sejam despertados pelo som de uma tosse seca, intensa e rouca — parecida com o latido de um cachorro. Esse é um dos sinais mais característicos do crupe viral, uma infecção respiratória que atinge principalmente crianças entre 1 e 6 anos.

    A doença, geralmente causada por vírus, inflama as vias aéreas superiores e pode causar rouquidão, dificuldade para respirar e um som agudo na inspiração (estridor). Embora assuste, o crupe costuma ter boa evolução e se resolve em poucos dias com tratamento adequado e observação médica.

    O que é o crupe viral

    O crupe viral é uma infecção respiratória comum na infância, provocada por inflamação na laringe e na traqueia, que são as partes do corpo responsáveis pela produção da voz e pela passagem do ar até os pulmões.

    Essa inflamação estreita as vias respiratórias, causando tosse seca e rouca, rouquidão e, em alguns casos, dificuldade para respirar.

    A condição é mais frequente em crianças pequenas, especialmente entre 1 e 6 anos, e tende a ser leve e autolimitada.

    Causas

    A principal causa do crupe é viral. Os agentes mais comuns são:

    • Vírus parainfluenza (principal responsável pela maioria dos casos);
    • Vírus da gripe (Influenza A e B);
    • Vírus sincicial respiratório (VSR);
    • SARS-CoV-2 (COVID-19), em casos mais recentes.

    Casos raros podem ter origem bacteriana, geralmente como infecção secundária após o quadro viral.

    Como a doença acontece

    O crupe geralmente começa como um resfriado comum, com:

    • Nariz escorrendo;
    • Dor de garganta leve;
    • Febre baixa.

    Após 12 a 48 horas, surgem os sintomas típicos:

    • Tosse latida e seca, parecida com som de cachorro;
    • Rouquidão;
    • Dificuldade para respirar, especialmente ao inspirar;
    • Estridor, um som agudo que piora quando a criança chora ou se agita.

    A maioria das crianças melhora em 3 a 7 dias, sem complicações. Em casos graves, podem surgir sinais de insuficiência respiratória, como:

    • Respiração acelerada;
    • Retrações no peito (a pele afunda ao respirar);
    • Cansaço extremo;
    • Lábios azulados (falta de oxigênio).

    Esses sintomas exigem atendimento médico imediato.

    Formas da doença

    O crupe pode variar conforme a extensão da inflamação:

    • Laringite: afeta apenas a laringe, causando rouquidão e tosse seca;
    • Laringotraqueíte: atinge também a traqueia e provoca os sintomas típicos do crupe;
    • Laringotraqueobronquite: inflama também os brônquios, com chiado no peito e respiração mais difícil.

    Há ainda o crupe espasmódico, que aparece de forma súbita, geralmente à noite, e dura pouco tempo. Ele pode estar relacionado a alergias ou refluxo gastroesofágico.

    Diagnóstico

    O diagnóstico é clínico, feito pelo médico pediatra com base na observação dos sintomas e no exame físico. Em geral, não são necessários exames complementares, mas em casos de dúvida o médico pode solicitar:

    • Radiografia do pescoço ou tórax;
    • Testes laboratoriais, quando há suspeita de infecção bacteriana ou de outro problema, como aspiração de corpo estranho.

    Tratamento

    Na maioria dos casos, o crupe é leve e melhora com cuidados simples em casa. O tratamento tem como objetivo reduzir a inflamação e aliviar a dificuldade para respirar. Os cuidados principais são os abaixo.

    1. Manter a criança calma

    O choro e o nervosismo pioram a respiração. É essencial deixá-la em um ambiente tranquilo, confortável e seguro.

    2. Inalação

    A nebulização com soro fisiológico ou ar umidificado ajuda a aliviar o desconforto. Se a criança ficar agitada com o procedimento, é melhor interromper e esperar que se acalme.

    3. Corticosteroides

    Medicamentos que reduzem a inflamação e o inchaço da garganta, melhorando a respiração em poucas horas. Uma dose única geralmente é suficiente. Pode ser administrada por via oral, injetável ou inalável, conforme a orientação médica.

    4. Epinefrina (adrenalina) inalável

    Indicada para casos mais graves, atua rapidamente, mas o efeito é temporário. Por isso, a criança deve ser monitorada no hospital após o uso.

    5. Oxigênio

    Utilizado quando há queda da saturação. Deve ser administrado de forma suave para não causar agitação.

    Nos casos mais graves, em que há risco de obstrução das vias respiratórias, pode ser necessária intubação hospitalar, feita por equipe especializada.

    Evolução e prevenção

    A maioria das crianças se recupera completamente em poucos dias, sem deixar sequelas. Quando o crupe é recorrente, ou seja, aparece várias vezes ao ano, é importante investigar possíveis causas associadas, como refluxo, alergias ou alterações anatômicas das vias respiratórias.

    Prevenção

    Não existe vacina específica contra o crupe, mas algumas vacinas ajudam a prevenir infecções que podem causá-lo:

    • Vacina contra influenza (gripe);
    • Vacina contra o sarampo;
    • Vacina contra a covid-19.

    Também é importante:

    • Lavar bem as mãos com frequência;
    • Evitar contato com pessoas gripadas;
    • Proteger a criança do frio intenso.

    Quando procurar um médico

    Busque atendimento imediato se a criança:

    • Tiver dificuldade para respirar, mesmo em repouso;
    • Apresentar lábios ou dedos azulados;
    • Estiver muito sonolenta, agitada ou confusa;
    • Não conseguir engolir líquidos ou ficar cansada para mamar ou falar.

    Confira: Bronquiolite em bebês: sintomas e quando procurar o médico

    Perguntas frequentes sobre crupe viral

    1. O que é crupe viral?

    É uma infecção respiratória que inflama a laringe e a traqueia, causando tosse seca e rouca, mais comum em crianças pequenas.

    2. O crupe é contagioso?

    Sim. Ele é causado por vírus respiratórios e se espalha por gotículas eliminadas ao tossir ou espirrar.

    3. Quanto tempo dura o crupe viral?

    Geralmente de 3 a 7 dias, com melhora progressiva dos sintomas.

    4. Quando o crupe é grave?

    Quando há dificuldade intensa para respirar, cansaço, coloração azulada nos lábios ou confusão mental, situações que exigem hospitalização.

    5. A inalação ajuda a curar o crupe?

    A nebulização com soro fisiológico ajuda a aliviar o desconforto, mas não altera o curso da doença.

    6. Corticoides são seguros em crianças?

    Sim, quando usados corretamente e sob prescrição médica, são eficazes e seguros.

    7. Existe vacina contra o crupe?

    Não há vacina específica, mas as vacinas contra gripe, sarampo e covid-19 ajudam a prevenir infecções que podem causar o crupe.

    Veja mais: Pneumonia silenciosa em crianças: conheça as características da doença

  • Coqueluche: a ‘tosse comprida’ que pode ser perigosa para bebês 

    Coqueluche: a ‘tosse comprida’ que pode ser perigosa para bebês 

    Uma tosse seca, intensa e que parece não ter fim pode ser mais do que um simples resfriado. A coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Ela provoca crises de tosse que podem durar semanas e, em casos graves, trazer risco à vida, especialmente em bebês que ainda não completaram o esquema de vacinação.

    Extremamente contagiosa, a doença ainda preocupa os especialistas. Estima-se que até 90% das pessoas não vacinadas que convivem com alguém infectado podem contrair a coqueluche. Por isso, a vacinação e o diagnóstico precoce são fundamentais para conter a transmissão e proteger os mais vulneráveis.

    O que é coqueluche

    A coqueluche é uma infecção respiratória bacteriana aguda que atinge as vias respiratórias e provoca tosse seca, intensa e prolongada. O agente causador é a bactéria Bordetella pertussis, que se espalha facilmente de pessoa para pessoa.

    A doença pode afetar qualquer idade, mas é especialmente perigosa em bebês com menos de 1 ano, que ainda não completaram o esquema vacinal.

    Como acontece a infecção

    A transmissão ocorre por gotículas eliminadas pela tosse ou espirro da pessoa infectada. Ao serem inaladas, essas partículas levam a bactéria até o revestimento interno das vias respiratórias (epitélio ciliado), onde ela se fixa e libera toxinas.

    Essas substâncias danificam os cílios das células respiratórias, responsáveis por limpar secreções e impurezas. O resultado é uma tosse intensa e persistente, característica da doença.

    Quem corre mais risco

    Embora qualquer pessoa possa contrair coqueluche, os bebês menores de 1 ano são os mais vulneráveis. Neles, a doença pode evoluir com complicações graves, como:

    • Pneumonia;
    • Pausas na respiração (apneia);
    • Coloração arroxeada dos lábios (cianose);
    • Dificuldade para respirar, o que pode levar à morte.

    Por isso, a vacinação das gestantes é muito importante. Ela protege o bebê nos primeiros meses de vida, antes que possa ser vacinado.

    Sintomas

    Os sintomas variam conforme a idade e a resposta ao tratamento, mas geralmente a doença evolui em três fases distintas.

    Primeira fase: catarral

    Se assemelha a um resfriado comum, com:

    • Coriza;
    • Febre baixa;
    • Espirros;
    • Tosse leve.

    Segunda fase: paroxística

    Começa após cerca de uma semana e dura de duas a seis semanas. A tosse se torna mais intensa, em crises repetidas e rápidas, seguidas de um som característico na inspiração, o “guincho”. Podem acontecer:

    • Vômitos após a tosse;
    • Cansaço extremo;
    • Dificuldade para respirar;
    • Em bebês, apneia e coloração arroxeada dos lábios.

    Terceira fase: convalescença

    Os sintomas diminuem gradualmente, e a tosse melhora aos poucos. Essa fase pode durar semanas ou até meses.

    Diagnóstico

    O diagnóstico é feito com base na história clínica e nos sintomas. Nos primeiros dias, a coqueluche pode se confundir com resfriados, dificultando a detecção.

    Para confirmar, o médico pode solicitar:

    • Cultura ou PCR para identificar a Bordetella pertussis;
    • Exames de sangue e radiografias, quando há suspeita de outras doenças respiratórias.

    O reconhecimento precoce é importante para iniciar o tratamento rapidamente e evitar a transmissão.

    Tratamento

    O tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível, pois reduz a gravidade e o risco de contágio.

    Principais medidas de tratamento

    • Antibióticos, para eliminar a bactéria;
    • Repouso e boa hidratação;
    • Medicamentos para aliviar os sintomas;
    • Bebês menores de 6 meses ou prematuros têm maior risco de complicações (como apneia) e devem ser internados para acompanhamento hospitalar.

    Os demais pacientes são avaliados caso a caso, podendo receber tratamento ambulatorial.

    Isolamento

    Como a coqueluche é altamente contagiosa, o paciente deve ser mantido em isolamento, preferencialmente em quarto individual, durante os primeiros dias de antibiótico.

    Prevenção

    A vacinação é a principal forma de prevenção da coqueluche.

    No Brasil, ela está incluída na vacina pentavalente (DTP + Hib + Hepatite B), aplicada em:

    • Três doses, a partir dos 2 meses de idade;
    • Reforços aos 15 meses e entre 4 e 6 anos.

    Gestantes devem receber a vacina dTpa a partir da 20ª semana de gestação, garantindo a proteção do bebê após o nascimento.

    Mesmo quem já teve coqueluche pode se infectar novamente, pois a imunidade não é permanente. É essencial manter o calendário de vacinas atualizado e procurar o médico em casos de tosse persistente, principalmente em crianças pequenas.

    Com diagnóstico precoce, tratamento adequado e vacinação, é possível controlar a disseminação da doença e proteger os mais vulneráveis.

    Veja mais: 5 testes obrigatórios que devem ser feitos no recém-nascido

    Perguntas frequentes sobre coqueluche

    1. O que é coqueluche?

    É uma infecção respiratória bacteriana causada pela Bordetella pertussis, conhecida pela tosse seca e intensa que pode durar semanas.

    2. Como a coqueluche é transmitida?

    Por gotículas eliminadas pela tosse ou espirro de pessoas infectadas.

    3. Quem corre mais risco?

    Bebês menores de 1 ano, principalmente os que ainda não completaram o esquema vacinal.

    4. A coqueluche tem cura?

    Sim. Com tratamento adequado e uso de antibióticos, a infecção é controlada e o paciente se recupera.

    5. A vacina protege totalmente?

    A vacina é muito eficaz, mas a imunidade diminui com o tempo, exigindo reforços conforme o calendário vacinal.

    6. Por que gestantes devem tomar a vacina?

    Porque os anticorpos da mãe são transferidos ao bebê, protegendo-o nos primeiros meses de vida.

    7. É possível pegar coqueluche mais de uma vez?

    Sim, pois a imunidade natural após a infecção não é permanente.

    Veja mais: Por que o bebê fica amarelinho? Entenda tudo sobre a icterícia neonatal

  • Carboidratos nos treinos: veja a importância e como incluir na dieta

    Carboidratos nos treinos: veja a importância e como incluir na dieta

    Se você pratica esportes ou treina com frequência, provavelmente sabe que os carboidratos são a principal fonte de energia durante atividades de moderada a alta intensidade — responsáveis por manter o desempenho e retardar a fadiga. Eles também garantem foco, disposição e recuperação muscular após o esforço, sendo úteis antes, durante e depois do treino.

    Tanto atletas quanto praticantes de atividades físicas precisam manter uma ingestão adequada de carboidratos nos treinos de acordo com o tipo, a duração e a intensidade do exercício. Sem um equilíbrio, o corpo perde eficiência, o rendimento cai e a recuperação se torna mais lenta.

    Para entender por que os carboidratos são tão indispensáveis para o desempenho esportivo, a nutricionista Serena Del Favero explica qual é a função do macronutriente no corpo, quais são os melhores tipos e em quais momentos do dia ou do treino eles devem ser consumidos para garantir energia, resistência e recuperação adequadas. Confira!

    O que são carboidratos e qual o papel deles no corpo?

    Os carboidratos são a principal fonte de energia do corpo durante atividades de moderada a alta intensidade. Isso significa que, quando você está correndo, pedalando, nadando ou levantando peso, é a glicose, derivada dos carboidratos, que alimenta os músculos e o cérebro.

    Durante o exercício, o corpo transforma o carboidrato em glicogênio, uma forma de energia armazenada nos músculos e no fígado. Quanto maiores os estoques de glicogênio, maior a capacidade de manter o desempenho e retardar a fadiga.

    “Além disso, eles preservam a função cognitiva em treinos e competições de longa duração e favorecem a recuperação ao acelerar a ressíntese de glicogênio no período pós-exercício”, explica Serena.

    Por que os carboidratos são importantes para quem treina?

    Durante o exercício, especialmente em treinos de alta intensidade ou longa duração, o corpo depende quase totalmente dos carboidratos, pois eles são a fonte de energia que o organismo utiliza mais rapidamente.

    Quando há pouco glicogênio disponível, a pessoa sente fadiga, queda de rendimento, dificuldade de concentração e, em casos extremos, pode até desmaiar. Para completar, os carboidratos ajudam na recuperação muscular pós-treino, pois reabastecem os estoques de glicogênio e otimizam a síntese proteica, acelerando a regeneração dos tecidos musculares.

    E quem faz dieta cetogênica?

    A dieta cetogênica, que restringe o consumo de carboidratos e prioriza gorduras, pode até funcionar para perda de peso em alguns casos, mas não melhora o desempenho esportivo. Isso porque, sem carboidratos suficientes, o corpo perde sua principal fonte de energia rápida.

    “A dieta cetogênica não costuma trazer ganhos de desempenho esportivo. Na melhor das hipóteses, o efeito é neutro — ou seja, não atrapalha, mas também não melhora. Porém, na maioria dos estudos, ela acaba prejudicando o rendimento, principalmente em atletas de alto rendimento”, complementa Serena.

    Além disso, quem pratica esportes intensos pode sentir mais fadiga, perda de força e dificuldade de recuperação muscular ao seguir esse tipo de dieta por muito tempo.

    Quais são os melhores tipos de carboidratos antes do treino?

    No geral, existem dois tipos de carboidratos, sendo eles:

    • Carboidratos simples: são rapidamente absorvidos pelo organismo, fornecendo energia quase imediata. Estão presentes em frutas, mel, açúcar, sucos e bebidas esportivas — ideais antes ou durante o treino, quando o corpo precisa de energia rápida;
    • Carboidratos complexos: são digeridos mais lentamente e liberam energia de forma gradual. Encontrados em batata-doce, arroz integral, aveia, quinoa e grãos, são recomendados para refeições principais e para o pré-treino de quem vai se exercitar por longos períodos.

    De acordo com Serena, a escolha antes do treino depende do tempo e da atividade realizada:

    • Refeição feita com antecedência de 2 a 4 horas: prefira carboidratos complexos, pois liberam energia de forma gradual, mantêm os níveis de glicose estáveis e ajudam na saciedade durante o exercício;
    • Treino em até 1 hora: opte por carboidratos simples, que são digeridos rapidamente, fornecendo energia imediata sem causar desconforto gastrointestinal.

    “Em ambos os casos, a tolerância individual deve ser respeitada para evitar problemas gastrointestinais e garantir melhor desempenho”, explica a nutricionista.

    E após o treino, existem benefícios?

    O consumo de carboidratos no pós-treino contribui para acelerar a recuperação, principalmente por favorecer a reposição das reservas de glicogênio muscular.

    Após o exercício, o corpo está em um estado ideal para absorver nutrientes — é o que chamamos de janela metabólica, que dura cerca de 30 a 60 minutos após o treino. Esse é o momento ideal para repor energia e iniciar o processo de recuperação muscular.

    Além do carboidrato, combine proteínas na alimentação para potencializar o resultado. Elas fornecem aminoácidos para reparar as microlesões musculares causadas pelo esforço físico, enquanto o carboidrato estimula a liberação de insulina, que melhora a absorção desses aminoácidos pelas células.

    Cortar carboidratos pode prejudicar o desempenho esportivo?

    No caso de pessoas que praticam atividades físicas, a falta de carboidratos pode prejudicar drasticamente o desempenho, fazendo com que o corpo:

    • Entre em catabolismo, quebrando massa muscular para obter energia;
    • Diminua o estoque de glicogênio, levando à fadiga precoce;
    • Comprometa a recuperação pós-treino;
    • Afete o sistema imunológico, aumentando o risco de adoecimento.

    Além disso, a falta de carboidratos pode afetar o humor e a concentração, especialmente em treinos longos ou competições.

    Quais alimentos ricos em carboidratos devem estar na dieta?

    Para um desempenho ideal, prefira carboidratos de boa qualidade — ricos em fibras, vitaminas e minerais. Alguns exemplos incluem:

    • Arroz integral, quinoa, batata-doce, mandioca;
    • Aveia, pão integral, macarrão integral;
    • Frutas (banana, maçã, uva, laranja, manga);
    • Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico);
    • Mel, melado e frutas secas (tâmara, uva-passa).

    Evite exageros em açúcares refinados e ultraprocessados, que podem causar picos de glicose e queda de energia logo depois.

    O que é “carbo load” e quando faz sentido fazer?

    O carbo load (ou carbohydrate loading) é uma estratégia usada para supercompensar os estoques de glicogênio antes de competições longas. “Ela faz sentido em provas de longa duração, acima de 90 minutos de exercício contínuo, como maratonas, triatlos e ciclismo de longa distância”, explica Serena.

    A técnica consiste em aumentar gradualmente o consumo de carboidratos 3 a 4 dias antes da prova, ao mesmo tempo em que se reduz a intensidade do treino. Isso faz com que os músculos armazenem mais glicogênio do que o normal, garantindo energia extra durante o evento.

    Vale lembrar que a técnica deve ser feita com acompanhamento profissional, especialmente em atletas de alta performance ou provas longas. Se feita de forma exagerada ou com alimentos pesados, pode causar desconforto gastrointestinal, inchaço e até prejudicar o rendimento.

    Leia também: Alimentação pré e pós-treino: guia completo para potencializar a musculação

    Perguntas frequentes sobre carboidratos nos treinos

    1. Fazer exercício em jejum ajuda a queimar mais gordura?

    O treino em jejum não é recomendado para todos e pode até reduzir o rendimento. O corpo realmente tende a usar mais gordura como fonte de energia quando está em jejum, mas isso não significa que você vá perder mais gordura corporal ao longo do tempo.

    Sem glicogênio suficiente, o desempenho cai, e o corpo pode até usar músculo como combustível. Para quem busca performance e recuperação, o ideal é comer algo leve antes do treino — especialmente se for de média ou alta intensidade.

    2. Carboidrato engorda ou é mito?

    O carboidrato por si só não engorda. O ganho de peso vem do excesso calórico, independentemente do nutriente. Além disso, os carboidratos têm papel vital na produção de energia e na manutenção da massa magra, evitando que o corpo use proteína muscular como combustível.

    A dica é escolher fontes de qualidade, como frutas, grãos integrais e tubérculos, e ajustar as quantidades conforme o gasto energético.

    3. Qual é a diferença entre carboidrato simples e complexo?

    Os carboidratos simples, como frutas, mel e pães brancos, são rapidamente digeridos e fornecem energia imediata — ideais para antes ou durante o treino. Já os complexos, como aveia, batata-doce e arroz integral, têm digestão mais lenta e liberam energia gradualmente, sendo ótimos para refeições principais e para manter a saciedade.

    4. Qual é o melhor horário para consumir carboidratos?

    O horário de consumo depende do seu objetivo e rotina. No pré-treino, os carboidratos servem como fonte de energia. Durante treinos longos, ajudam a manter a performance, e no pós-treino, contribuem para a recuperação muscular.

    Para quem busca emagrecer, concentrar carboidratos em torno do treino é uma boa estratégia. Já quem treina pesado precisa mantê-los distribuídos ao longo do dia.

    5. Quem faz treinos leves também precisa de carboidrato?

    Sim. Mesmo quem treina de forma leve, como caminhadas, yoga, pilates ou pedaladas curtas, precisa de carboidratos. Eles garantem energia suficiente para o corpo se manter ativo e ajudam na função cerebral. A diferença é apenas na quantidade, que pode ser menor.

    6. Quais sinais mostram que estou comendo pouco carboidrato?

    Alguns sintomas clássicos de falta de carboidratos na dieta incluem:

    • Falta de energia;
    • Irritabilidade e mudanças de humor;
    • Dores de cabeça;
    • Queda de rendimento nos treinos;
    • Tontura;
    • Dificuldade de concentração;
    • Desejo intenso por doces.

    Esses sinais indicam que o corpo está sem glicose suficiente. O ideal é ajustar a dieta e incluir boas fontes de carboidrato ao longo do dia.

    Leia também: Como evitar cãibras musculares com a alimentação?

  • Síndrome do túnel do carpo: quando o punho começa a doer 

    Síndrome do túnel do carpo: quando o punho começa a doer 

    Dor, formigamento e dormência nas mãos podem parecer apenas sinais de cansaço, mas quando se tornam frequentes, podem indicar a síndrome do túnel do carpo, uma condição que atinge milhões de pessoas e pode comprometer movimentos simples, como segurar objetos ou digitar.

    Causada pela compressão de um nervo no punho, a doença é mais comum em mulheres entre 40 e 60 anos e em quem realiza atividades manuais repetitivas. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado ajudam a evitar a progressão e devolvem a mobilidade e o conforto das mãos.

    O que é a síndrome do túnel do carpo

    A síndrome do túnel do carpo (STC) ocorre quando o nervo mediano, que passa por uma estrutura estreita no punho chamada túnel do carpo, sofre compressão. Esse nervo é responsável pela sensibilidade e pelos movimentos do polegar, indicador, dedo médio e parte do anelar.

    Quando pressionado, o nervo passa a funcionar incorretamente, provocando dor, formigamento, dormência e fraqueza. Os sintomas costumam começar à noite, mas com o tempo também aparecem durante o dia, especialmente em quem digita, costura, escreve ou usa o celular com frequência.

    A síndrome é comum e afeta principalmente mulheres entre 40 e 60 anos, mas também pode ocorrer em homens e pessoas que mantêm o punho em posição fixa por longos períodos.

    Causas e fatores de risco

    A síndrome do túnel do carpo surge quando há aumento da pressão dentro do túnel do carpo, que comprime o nervo mediano.

    Principais causas e situações associadas:

    • Manter o punho dobrado por longos períodos, como ao dormir ou dirigir;
    • Movimentos repetitivos das mãos e punhos (digitar, bordar, tocar instrumentos, usar ferramentas);
    • Traumas ou fraturas no punho;
    • Presença de cistos ou tumores dentro do túnel;
    • Doenças crônicas, como diabetes, artrite reumatoide, artrose e hipotireoidismo;
    • Gravidez e retenção de líquidos, que causam inchaço na região;
    • Obesidade e menopausa;
    • Histórico familiar, indicando predisposição genética.

    Sintomas

    Os sintomas variam conforme a gravidade, mas geralmente incluem:

    • Formigamento ou dormência nos dedos e na mão;
    • Dor no punho, que pode irradiar para o antebraço;
    • Sensação de inchaço ou peso nas mãos, mesmo sem inchaço aparente;
    • Dificuldade para segurar objetos, abotoar roupas ou abrir potes;
    • Fraqueza e, em casos mais avançados, atrofia dos músculos da base do polegar.

    Os sintomas tendem a piorar à noite ou ao acordar, e muitas pessoas relatam alívio temporário ao sacudir as mãos.

    Diagnóstico

    O diagnóstico é feito pelo médico clínico, ortopedista ou neurologista, com base nos sintomas e no exame físico.

    Testes clínicos mais usados

    • Teste de Phalen: o punho é dobrado para observar se os sintomas aparecem;
    • Sinal de Tinel: o médico toca o nervo no punho; se houver formigamento ou sensação de choque, o teste é positivo.

    Exames complementares

    • Eletromiografia e estudo de condução nervosa: avaliam o funcionamento do nervo;
    • Ultrassonografia ou ressonância magnética: indicadas em casos de dúvida diagnóstica ou suspeita de outras causas.

    Esses exames ajudam a confirmar o diagnóstico e definir o grau de compressão do nervo.

    Tratamento

    O tratamento depende da gravidade e pode ser sem cirurgia (conservador) ou cirúrgico.

    1. Tratamento não cirúrgico

    Indicado para casos leves, inclui:

    • Uso de talas de punho, principalmente à noite, para manter a posição neutra e reduzir a pressão sobre o nervo;
    • Fisioterapia, com alongamentos e fortalecimento dos músculos da mão e do punho;
    • Injeções de corticoides, que reduzem inflamação e aliviam a dor.

    Essas medidas costumam aliviar os sintomas e evitar a progressão da doença.

    2. Tratamento cirúrgico

    Em casos moderados a graves ou quando o tratamento conservador não traz melhora, é indicada a cirurgia de liberação do túnel do carpo.

    Durante o procedimento, o médico abre o ligamento que forma o túnel, aliviando a pressão sobre o nervo mediano. A recuperação é geralmente rápida, e a maioria dos pacientes recupera os movimentos e o alívio da dor.

    Prevenção

    Alguns hábitos simples ajudam a reduzir o risco de desenvolver a síndrome:

    • Evitar movimentos repetitivos por longos períodos;
    • Fazer pausas regulares durante o trabalho;
    • Alongar e fortalecer mãos e punhos;
    • Controlar doenças crônicas, como diabetes e hipotireoidismo;
    • Manter o peso saudável.

    O que esperar

    Quando tratada precocemente, a síndrome do túnel do carpo tem excelente prognóstico, e a maioria das pessoas recupera totalmente a função da mão.

    Sem tratamento, o nervo mediano pode sofrer danos permanentes, resultando em fraqueza e perda de movimentos finos.

    Leia mais: Quando a dor nas costas pode ser preocupante? Entenda os sinais de alerta

    Perguntas frequentes sobre síndrome do túnel do carpo

    1. O que é síndrome do túnel do carpo?

    É uma condição em que o nervo mediano, localizado no punho, é comprimido, causando dor, formigamento e fraqueza nas mãos.

    2. Quais são os primeiros sinais?

    Formigamento nos dedos, dormência e dor que piora à noite ou ao acordar.

    3. A síndrome do túnel do carpo tem cura?

    Sim. Casos leves melhoram com tratamento, e casos graves podem ser resolvidos com cirurgia.

    4. Quem corre mais risco de desenvolver a síndrome?

    Mulheres entre 40 e 60 anos, pessoas com doenças como diabetes ou artrite e quem faz movimentos repetitivos com as mãos.

    5. O uso de talas ajuda mesmo?

    Sim. Elas mantêm o punho na posição correta, aliviando a pressão sobre o nervo e reduzindo os sintomas.

    6. A fisioterapia é eficaz?

    Sim. Alongamentos e exercícios específicos fortalecem os músculos e ajudam a aliviar o desconforto.

    7. Quando a cirurgia é necessária?

    Quando há fraqueza persistente, dor intensa ou quando os sintomas não melhoram com o tratamento conservador.

    Leia também: 8 dicas para prevenir a dor nas costas no dia a dia

  • Miastenia gravis: conheça a doença que causa fraqueza muscular 

    Miastenia gravis: conheça a doença que causa fraqueza muscular 

    Sentir os músculos enfraquecerem ao longo do dia, com dificuldade para levantar os braços, falar ou até manter os olhos abertos, pode ser sinal de uma doença pouco conhecida, mas que tem tratamento. A miastenia gravis é uma condição rara e crônica que interfere na comunicação entre nervos e músculos, o que causa fraqueza progressiva.

    Apesar de não ter cura, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado permitem que o paciente tenha uma vida ativa e independente. Com acompanhamento médico e alguns cuidados, é possível controlar os sintomas e evitar crises graves.

    O que é miastenia gravis

    A miastenia gravis é uma doença neuromuscular autoimune que causa fraqueza muscular variável, que piora com o esforço e melhora com o descanso.

    Ela ocorre porque o sistema imunológico, que normalmente defende o corpo contra infecções, passa a atacar por engano os receptores da acetilcolina, substância essencial para a contração dos músculos.

    O resultado é uma falha na transmissão dos sinais nervosos para os músculos, o que dificulta movimentos simples e reduz a força muscular.

    Causa da doença

    Na miastenia gravis, o corpo produz anticorpos que bloqueiam ou destroem os receptores de acetilcolina na junção entre o nervo e o músculo. Com menos receptores ativos, os sinais elétricos não chegam corretamente, e os músculos não conseguem responder aos comandos do cérebro.

    A doença é autoimune, ou seja, causada por um erro do próprio sistema de defesa. Em alguns casos, está associada a alterações na glândula timo, que pode estar aumentada ou apresentar tumores benignos (timomas).

    Fatores de risco

    A miastenia gravis pode afetar pessoas de qualquer idade, mas é mais comum:

    • Em mulheres jovens, antes dos 40 anos;
    • Em homens acima dos 60 anos.

    Alguns fatores podem agravar os sintomas, como:

    • Infecções;
    • Estresse físico ou emocional;
    • Exposição prolongada ao calor;
    • Uso de certos medicamentos, como antibióticos ou relaxantes musculares.

    Principais sintomas

    O sintoma mais característico é a fraqueza muscular que piora com o esforço e melhora com o repouso.

    A doença pode atingir diferentes grupos musculares, mas os músculos dos olhos são os mais frequentemente afetados. Entre os sintomas mais comuns estão:

    Região ocular

    • Queda das pálpebras (ptose), muitas vezes o primeiro e único sinal;
    • Visão dupla (diplopia).

    Rosto e boca

    • Dificuldade para falar, mastigar ou engolir.

    Pescoço e membros

    • Dificuldade para manter a cabeça erguida;
    • Fraqueza nos braços ou pernas, especialmente ao subir escadas ou carregar objetos.

    Respiração

    • Em casos graves, pode ocorrer falta de ar intensa, chamada crise miastênica — uma emergência médica que requer atendimento imediato.

    Os sintomas podem variar ao longo do dia e de pessoa para pessoa.

    Como é feito o diagnóstico

    O diagnóstico da miastenia gravis é feito pelo neurologista e combina a avaliação clínica com exames específicos.

    Principais exames utilizados

    • Exame físico e neurológico: avalia a força e a fadiga muscular;
    • Exames de sangue: detectam os anticorpos típicos da doença;
    • Eletromiografia: mede a atividade elétrica dos músculos;
    • Teste do edrofônio (ou similares): observa melhora temporária da força após o uso de medicamentos que aumentam a acetilcolina;
    • Tomografia ou ressonância do tórax: avalia possíveis alterações no timo.

    Esses exames ajudam a confirmar o diagnóstico e excluir outras causas de fraqueza muscular.

    Tratamento

    Embora não tenha cura definitiva, a miastenia gravis pode ser controlada com tratamento adequado, o que permite que a pessoa leve uma vida praticamente normal.

    Os principais objetivos são melhorar a força muscular e reduzir a ação do sistema imunológico sobre os nervos.

    As opções de tratamento são:

    • Medicamentos que aumentam a acetilcolina: melhoram a comunicação entre nervos e músculos;
    • Corticóides e imunossupressores: diminuem a resposta exagerada do sistema imunológico;
    • Cirurgia de retirada do timo (timectomia): indicada em alguns casos, especialmente quando há timoma;
    • Plasmaférese ou imunoglobulina intravenosa (IVIg): usadas em crises ou casos graves, ajudam a remover anticorpos do sangue.

    Além disso, é essencial evitar fatores que agravam os sintomas, manter acompanhamento neurológico regular e seguir corretamente as orientações médicas.

    Quando procurar ajuda médica

    A pessoa deve buscar atendimento se apresentar:

    • Fraqueza que piora ao longo do dia;
    • Dificuldade para abrir os olhos, mastigar ou falar claramente;
    • Problemas para engolir ou respirar.

    A crise miastênica é uma emergência médica. Ela ocorre quando há fraqueza intensa dos músculos respiratórios, levando à dificuldade para respirar. Nesses casos, deve-se procurar socorro imediato para evitar insuficiência respiratória.

    Veja também: Esclerose múltipla: entenda a doença em que o corpo ataca o sistema nervoso

    Perguntas frequentes sobre miastenia gravis

    1. O que é miastenia gravis?

    É uma doença autoimune que afeta a comunicação entre nervos e músculos, provocando fraqueza que piora com o esforço e melhora com o descanso.

    2. Quais são os primeiros sintomas?

    Queda das pálpebras, visão dupla e fraqueza muscular que se agrava ao longo do dia.

    3. A miastenia gravis tem cura?

    Não há cura definitiva, mas o tratamento permite controle dos sintomas e boa qualidade de vida.

    4. A doença pode piorar com o tempo?

    Sim, se não for tratada. No entanto, o acompanhamento médico regular ajuda a evitar crises e complicações.

    5. O que é uma crise miastênica?

    É uma complicação grave, com fraqueza dos músculos respiratórios que causa falta de ar. Exige atendimento de urgência.

    6. Quem tem miastenia pode fazer exercícios?

    Sim, desde que sejam leves e supervisionados. O descanso entre as atividades é fundamental.

    7. A miastenia pode afetar a respiração?

    Sim, em casos graves. Por isso, sintomas de falta de ar devem ser tratados como emergência.

    Veja mais: Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA): o que é e como afeta a vida

  • Dermatite atópica: o que é, sintomas e cuidados 

    Dermatite atópica: o que é, sintomas e cuidados 

    A dermatite atópica, também conhecida como eczema atópico, é a forma mais comum de inflamação crônica da pele. Geralmente aparece ainda na infância e provoca coceira intensa, vermelhidão, descamação e ressecamento.

    Embora não seja contagiosa, a doença afeta profundamente a qualidade de vida. A coceira constante pode atrapalhar o sono, o convívio social e até causar infecções na pele. Com cuidados diários e acompanhamento médico, no entanto, é possível controlar as crises e viver bem.

    O que é a dermatite atópica

    A dermatite atópica é uma doença inflamatória crônica da pele caracterizada por ressecamento, coceira intensa e lesões vermelhas que podem descamar ou formar crostas. Com o tempo, a pele pode ficar mais espessa e marcada (liquenificação).

    Apesar de seu aspecto, não é contagiosa. O principal desafio está no desconforto e no impacto físico e emocional causado pelos sintomas.

    Por que a dermatite atópica acontece

    A doença surge da combinação de fatores genéticos, imunológicos e ambientais. Essa interação altera a barreira cutânea, deixando a pele mais seca, sensível e propensa à entrada de substâncias irritantes e alérgenos.

    Principais causas e influências

    • Imunidade alterada: o sistema imunológico reage de forma exagerada a estímulos comuns, causando inflamação;
    • Histórico familiar: se um dos pais tem doenças atópicas (asma, rinite ou dermatite), o risco do filho é de até 50%; se ambos têm, pode chegar a 80%;
    • Fatores ambientais: clima seco e frio, poluição, poeira, tabagismo, sabonetes agressivos e tecidos sintéticos podem agravar o quadro;
    • Alimentação: em 10% a 30% dos pacientes, alergias alimentares (a ovos, leite, amendoim, soja ou trigo) podem desencadear crises.

    Essa associação com outras doenças alérgicas é chamada de tríade atópica — dermatite, asma e rinite. Quando essas condições aparecem em sequência, o fenômeno é conhecido como marcha atópica.

    Como reconhecer os sintomas

    Os sintomas variam conforme a idade e a gravidade do quadro.

    Em bebês:

    • Manchas avermelhadas no rosto, couro cabeludo e braços ou pernas (a área da fralda costuma ser poupada).

    Em crianças:

    • Lesões principalmente nas dobras do corpo, como atrás dos joelhos, cotovelos e no pescoço.

    Em adultos:

    • Pele mais espessa, seca e com lesões em mãos, pés, pescoço e rosto.

    Sintomas mais comuns:

    • Coceira intensa (piora à noite);
    • Pele seca e sensível;
    • Lesões que soltam líquido, formam crostas e descamam;
    • Feridas por coçar excessivamente;
    • Infecções secundárias, como as causadas pela bactéria Staphylococcus aureus.

    Como é feito o diagnóstico

    Na maioria dos casos, o diagnóstico é clínico, feito pelo dermatologista a partir da avaliação da pele e do histórico do paciente.

    O médico pode levar em conta:

    • Idade de início dos sintomas;
    • Histórico familiar de asma, rinite ou alergias;
    • Intensidade da coceira;
    • Fatores que agravam as lesões (calor, suor, tecidos sintéticos, sabonetes, poeira).

    Os critérios de Hanifin e Rajka, amplamente usados, auxiliam no diagnóstico da doença. Em situações específicas, o médico pode solicitar testes de alergia, dosagem de IgE ou biópsia da pele, mas esses exames não são sempre necessários.

    Tratamento e cuidados

    O tratamento da dermatite atópica tem como objetivo controlar os sintomas, reduzir as crises e melhorar a qualidade de vida. Ele se baseia em três pilares principais:

    1. Prevenir os gatilhos

    • Evitar banhos muito quentes e demorados;
    • Preferir roupas de algodão em vez de tecidos sintéticos;
    • Evitar sabonetes agressivos e produtos com álcool ou perfume;
    • Reduzir contato com poeira, ácaros, pelos de animais e alimentos desencadeantes.

    2. Cuidar da pele todos os dias

    • Hidratar a pele: aplicar cremes ou pomadas hidratantes (emolientes) ao menos duas vezes ao dia, especialmente após o banho;
    • Banho rápido e morno: secar suavemente, sem esfregar, e aplicar o hidratante em até 3 minutos para evitar a perda de água.

    3. Controlar a inflamação e as crises

    • Cremes ou pomadas com corticoides: usados por períodos curtos para reduzir vermelhidão, coceira e inflamação;
    • Cremes não corticoides: indicados para áreas sensíveis, como rosto, axilas e virilha;
    • Novos medicamentos tópicos: ajudam em casos leves a moderados;
    • Medicamentos orais ou injetáveis: em casos graves, podem incluir imunossupressores, fototerapia (luz UV) ou terapias biológicas;
    • Antibióticos ou antivirais: usados quando há infecção secundária.

    O acompanhamento com o dermatologista e uma rotina de cuidados diários são fundamentais para manter a doença sob controle.

    Veja mais: Alergia à poeira doméstica: por que acontece e como aliviar os sintomas?

    Perguntas frequentes sobre dermatite atópica

    1. A dermatite atópica tem cura?

    Não, mas é possível controlar as crises com tratamento e cuidados diários.

    2. É contagiosa?

    Não. A dermatite atópica não é causada por vírus ou bactérias e não passa de pessoa para pessoa.

    3. O que piora a dermatite?

    Banhos quentes, clima seco, tecidos sintéticos, estresse e certos alimentos podem agravar os sintomas.

    4. Qual é o melhor hidratante para quem tem dermatite?

    Os hidratantes com ceramidas, ureia em baixa concentração e glicerina ajudam a restaurar a barreira da pele.

    5. Crianças com dermatite atópica podem levar uma vida normal?

    Sim. Com o tratamento adequado, é possível controlar bem a doença e evitar crises frequentes.

    6. É preciso fazer dieta restritiva?

    Apenas se houver alergias alimentares comprovadas. Dietas sem orientação médica não são recomendadas.

    7. A dermatite atópica melhora com o tempo?

    Em muitos casos, os sintomas diminuem ou desaparecem na adolescência ou na vida adulta.

    Leia também: Alergia à tatuagem existe? Saiba mais sobre sintomas e tratamentos

  • Bexiga hiperativa: entenda mais sobre quando o controle da urina fica difícil 

    Bexiga hiperativa: entenda mais sobre quando o controle da urina fica difícil 

    Sentir vontade de fazer xixi várias vezes ao dia, inclusive durante a noite, pode parecer algo banal, mas nem sempre é. A bexiga hiperativa é uma condição que provoca urgência urinária, às vezes tão intensa que a pessoa não consegue chegar ao banheiro a tempo.

    Embora não seja uma doença grave, o problema interfere na rotina, no sono e na autoestima, e afeta milhões de pessoas, especialmente mulheres e idosos. Com diagnóstico correto e tratamento adequado, é possível recuperar o controle e a tranquilidade no dia a dia.

    O que é bexiga hiperativa

    A bexiga hiperativa é uma síndrome caracterizada pela vontade súbita e frequente de urinar, mesmo quando a bexiga ainda não está cheia. Em alguns casos, essa urgência vem acompanhada de perda involuntária de urina, o que pode causar desconforto e constrangimento.

    A condição ocorre quando o músculo da bexiga (detrusor) se contrai de forma descontrolada e envia sinais errados ao cérebro, provocando a sensação de urgência.

    Embora seja mais comum em mulheres e pessoas mais velhas, também pode afetar homens de diferentes idades.

    Por que isso acontece

    A bexiga funciona como um reservatório natural, armazenando a urina até o momento certo para eliminá-la. Na bexiga hiperativa, o músculo detrusor se contrai involuntariamente, mesmo quando a bexiga ainda está parcialmente vazia.

    Essas contrações indevidas podem acontecer por diversos motivos:

    • Alterações nos nervos que controlam a bexiga, como em doenças neurológicas ou traumas na medula;
    • Mudanças no funcionamento muscular, tornando a bexiga mais sensível;
    • Defeitos anatômicos que afetam o suporte da bexiga e da uretra;
    • Alterações no microbioma, que é o desequilíbrio das bactérias naturais da bexiga;
    • Ou ainda sem causa identificável, o que é bastante comum.

    Fatores de risco

    Diversos fatores podem aumentar a chance de desenvolver bexiga hiperativa:

    • Doenças neurológicas, como AVC, Parkinson e esclerose múltipla;
    • Infecções urinárias de repetição;
    • Alterações hormonais, especialmente após a menopausa;
    • Uso de medicamentos diuréticos;
    • Consumo excessivo de café, chá, álcool e refrigerantes;
    • Estresse e fatores emocionais;
    • Obesidade e envelhecimento.

    Principais sintomas

    Os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas geralmente são:

    • Vontade súbita e intensa de urinar;
    • Urinar muitas vezes ao dia (aumento da frequência urinária);
    • Levantar várias vezes à noite para urinar (noctúria);
    • Perda involuntária de urina antes de chegar ao banheiro;
    • Sensação de bexiga cheia o tempo todo, mesmo após urinar.

    Nem todas as pessoas apresentam incontinência — em muitos casos, há apenas a urgência e o aumento da frequência urinária.

    Diagnóstico

    O diagnóstico é feito a partir da avaliação clínica e dos sintomas relatados pelo paciente. O médico costuma perguntar sobre a frequência urinária, a presença de escapes e os hábitos diários.

    Exames complementares que podem ser solicitados:

    • Exame de urina e urocultura: para descartar infecção urinária;
    • Ultrassonografia das vias urinárias: para avaliar bexiga, rins e uretra;
    • Exame urodinâmico: mede o funcionamento da bexiga durante o enchimento e o esvaziamento;
    • Avaliação ginecológica ou urológica, conforme o caso.

    Tratamento

    O tratamento busca controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida. Ele costuma ser feito em etapas, começando por medidas simples e evoluindo conforme a necessidade.

    1. Mudanças de hábitos e fisioterapia

    É o primeiro passo do tratamento e traz ótimos resultados. Ele pode ser feito da seguinte forma:

    • Reduzir o consumo de café, refrigerantes, bebidas alcoólicas e frutas cítricas;
    • Evitar líquidos à noite para diminuir as idas ao banheiro;
    • Treinar a bexiga, espaçando o tempo entre as micções;
    • Fazer exercícios do assoalho pélvico (fisioterapia pélvica) para fortalecer os músculos que controlam a urina;
    • Manter o peso saudável e praticar atividade física regularmente.

    2. Medicamentos

    Se as mudanças de comportamento não forem suficientes, o médico pode indicar remédios que relaxam a bexiga e reduzem as contrações involuntárias. Em alguns casos, dois tipos de medicamento podem ser combinados para potencializar o efeito.

    3. Tratamentos complementares

    Quando os sintomas persistem, existem alternativas eficazes:

    • Toxina botulínica: aplicada na parede da bexiga para reduzir as contrações;
    • Neuromodulação: estimulação elétrica dos nervos que controlam a bexiga, feita com impulsos leves;
    • Cirurgia: em casos muito graves e raros, pode ser indicada para aumentar a capacidade da bexiga.

    Viver bem com bexiga hiperativa

    Mesmo sendo uma condição crônica e sem cura definitiva, a bexiga hiperativa pode ser controlada. Com acompanhamento médico e adesão ao tratamento, a maioria das pessoas recupera o conforto e a autoconfiança.

    Buscar ajuda é fundamental: sentir urgência urinária frequente não é normal e merece atenção. O diagnóstico precoce faz toda a diferença para preservar o bem-estar e evitar constrangimentos.

    Leia também: Infecção urinária: sintomas, causas e tratamento

    Perguntas frequentes sobre bexiga hiperativa

    1. O que é bexiga hiperativa?

    É uma condição em que o músculo da bexiga se contrai de forma involuntária, provocando vontade súbita e frequente de urinar.

    2. Quem pode ter bexiga hiperativa?

    É mais comum em mulheres e idosos, mas também pode afetar homens e pessoas mais jovens.

    3. A bexiga hiperativa tem cura?

    Não há cura definitiva, mas os sintomas podem ser controlados com tratamento e mudanças de hábitos.

    4. Beber menos água ajuda a melhorar?

    Não. O ideal é ajustar a ingestão, evitando excessos à noite, mas sem restringir líquidos de forma exagerada.

    5. Quais bebidas pioram os sintomas?

    Café, chá preto, refrigerantes, álcool e sucos cítricos estimulam a bexiga e devem ser evitados.

    6. A fisioterapia pélvica realmente ajuda?

    Sim. Os exercícios fortalecem os músculos que controlam a urina e melhoram o controle da bexiga.

    7. Quando procurar um médico?

    Se houver urgência urinária frequente, noctúria ou perda involuntária de urina, é importante consultar um urologista ou ginecologista.

    Leia também: 5 hábitos diários que ajudam a prevenir doenças urológicas

  • Consultas médicas para idosos: quais as mais importantes para quem vive sozinho?

    Consultas médicas para idosos: quais as mais importantes para quem vive sozinho?

    O envelhecimento é um processo natural marcado por mudanças que afetam a força, o equilíbrio, a memória e até o humor. Com o passar dos anos, os cuidados médicos também precisam ser adaptados para garantir que os idosos tenham acesso a cuidados de qualidade — que promovam não apenas o tratamento de doenças, mas também a prevenção, o bem-estar e a autonomia no dia a dia.

    No caso de idosos que moram sozinhos, a ausência de uma rede de apoio próxima pode aumentar o risco de acidentes domésticos, atrasar diagnósticos e dificultar o acesso aos serviços de saúde.

    Por isso, é fundamental que o acompanhamento médico seja contínuo e que envolva não apenas o controle de doenças crônicas, mas também a avaliação das condições de segurança, nutrição, cognição e saúde mental. Vamos entender mais, a seguir.

    Por que consultas regulares são importantes?

    A terceira idade é um período em que o organismo passa por mudanças que afetam diversos sistemas, como cardiovascular, metabólico, musculoesquelético e cognitivo. Mesmo que a pessoa se sinta bem, doenças silenciosas podem se desenvolver ao longo do tempo, como hipertensão, diabetes e alterações hormonais.

    No caso de idosos que vivem sozinhos, o acompanhamento regular é ainda mais importante, porque a ausência de alguém no dia a dia que perceba pequenas mudanças (como tonturas, esquecimentos, perda de peso ou alterações de humor) pode atrasar o diagnóstico de problemas importantes. As consultas periódicas ajudam a manter o controle de doenças crônicas, ajustar medicamentos e prevenir complicações.

    Além disso, o médico pode identificar fatores de risco no ambiente doméstico, orientar sobre alimentação, sono, atividade física e uso seguro de medicamentos. O médico de família, em especial, tem uma visão ampla da saúde e consegue integrar os aspectos físicos, mentais e sociais, garantindo um cuidado completo.

    “O médico de família acompanha a trajetória de vida do paciente, integra informações sobre saúde física, mental e contexto social, e propõe cuidados individualizados. Esse vínculo fortalece a autonomia, favorece o envelhecimento ativo e promove segurança ao idoso que mora sozinho”, explica Lilian Ramaldes, médica de família e comunidade.

    Consultas médicas para idosos: quais as mais importantes?

    O acompanhamento dos idosos que vivem sozinhos deve incluir consultas periódicas com diferentes especialidades, conforme o histórico e as condições de saúde de cada pessoa. Entre algumas das principais, é possível destacar:

    • Médico de família: acompanha os idosos de forma integral, coordena o cuidado, solicita exames e monitora doenças crônicas. Também avalia aspectos mentais, emocionais e sociais, propondo intervenções além da prescrição de medicamentos;
    • Geriatra: especialista que atua no processo de envelhecimento, avalia a capacidade funcional, o uso de medicamentos, o estado nutricional, a memória e o equilíbrio. Ele também orienta adaptações em casa e estratégias para prevenir quedas;
    • Cardiologista: realiza avaliações da pressão arterial, colesterol e ritmo cardíaco. O acompanhamento regular previne complicações graves, como infarto e AVC;
    • Oftalmologista e otorrinolaringologista: cuidam da visão e da audição, fundamentais para a autonomia e a segurança. Alterações nesses sentidos aumentam o risco de quedas e isolamento social;
    • Nutricionista: avalia o estado nutricional e ajusta a dieta conforme as necessidades individuais, prevenindo desnutrição e deficiências nutricionais;
    • Dentista: consultas semestrais ajudam a prevenir infecções, ajustar próteses e tratar inflamações que interferem na alimentação e na fala;
    • Psicólogo: oferece apoio emocional para lidar com perdas, solidão e mudanças na rotina, reduzindo sintomas de depressão e ansiedade.

    “Idosos que vivem sozinhos necessitam de um cuidado integral, que abranja não apenas doenças já existentes, mas também prevenção. É fundamental avaliar condições crônicas (como pressão alta e diabetes), estado nutricional, uso correto de medicamentos, além da saúde mental e do suporte social disponível”, aponta Lilian.

    Quais exames básicos de rotina não podem faltar?

    Os exames preventivos ajudam a identificar doenças logo no início, quando o tratamento é mais simples. Lilian aponta os principais:

    • Exames laboratoriais de sangue e urina;
    • Avaliação cardiovascular (como eletrocardiograma e controle da pressão arterial);
    • Controle do diabetes (glicemia e hemoglobina glicada);
    • Rastreamento de cânceres prevalentes (mama, próstata e intestino);
    • Exames de imagem, conforme indicação médica;
    • Avaliação regular da visão e da audição.

    Como o médico avalia a cognição e a saúde mental dos idosos?

    A saúde cognitiva, que inclui memória, atenção, raciocínio e linguagem, precisa de acompanhamento constante para preservar a autonomia e a capacidade de comunicação na terceira idade. Pequenas falhas de memória podem ser normais, mas quando se tornam frequentes ou interferem nas atividades diárias, precisam de avaliação.

    Durante a consulta, o médico pode aplicar testes simples que medem atenção, orientação temporal e capacidade de lembrar informações.

    “O acompanhamento da cognição pode detectar precocemente quadros de demência e garantir intervenções que preservem a qualidade de vida”, aponta Lilian.

    A saúde mental também é observada por meio de conversas sobre sono, apetite, humor e engajamento social. O isolamento é um dos maiores fatores de risco para o declínio cognitivo e deve ser enfrentado com empatia, estímulo e acompanhamento profissional.

    Com que frequência os idosos devem fazer consultas médicas?

    A periodicidade das consultas depende do estado de saúde dos idosos. Para pessoas saudáveis e independentes, recomenda-se pelo menos uma avaliação médica completa a cada seis meses.

    Já aqueles com doenças crônicas, limitações físicas ou alterações cognitivas devem ser avaliados com maior frequência, conforme orientação do profissional de saúde. Em alguns casos, o acompanhamento é mensal ou trimestral.

    Além das consultas programadas, o idoso deve procurar o médico se notar sintomas estranhos, como tonturas, perda de peso inexplicada, quedas, esquecimento acentuado, falta de apetite ou mudanças de humor.

    Quais sinais indicam que o idoso precisa de mais atenção médica?

    É importante que o médico de família esteja atento aos seguintes sinais:

    • Perda de peso não intencional;
    • Fraqueza ou fadiga constante;
    • Lentidão nos movimentos;
    • Quedas frequentes;
    • Diminuição do apetite;
    • Esquecimentos mais intensos;
    • Mudanças de humor ou isolamento.

    Esses sintomas podem indicar um quadro de fragilidade, que aumenta o risco de quedas, internações e perda de independência. O médico deve avaliar força, equilíbrio, marcha e o ambiente da casa — tapetes soltos, escadas e pouca luz são riscos que podem ser evitados com adaptações simples.

    Como prevenir quedas e acidentes em casa?

    A segurança doméstica é uma das principais preocupações para quem vive sozinho, especialmente idosos. Algumas adaptações na casa podem fazer grande diferença, como:

    • Retirar tapetes e fios soltos;
    • Instalar barras de apoio no banheiro;
    • Garantir boa iluminação em corredores e escadas;
    • Evitar calçados escorregadios;
    • Manter os objetos mais usados ao alcance das mãos.

    O médico ou fisioterapeuta pode avaliar a necessidade de exercícios específicos para equilíbrio e coordenação. A prática regular de atividades físicas é uma das formas mais eficazes de evitar quedas e preservar a autonomia.

    Veja também: Envelhecimento saudável: 6 hábitos para manter a autonomia

    Perguntas frequentes

    1. Quais vacinas são obrigatórias para pessoas com 60 anos ou mais?

    Para pessoas com 60 anos ou mais no Brasil, o calendário de vacinação do SUS inclui as vacinas contra gripe (anual), pneumocócica 23-valente, dupla adulto (difteria e tétano – dT) e hepatite B, além da febre amarela para quem vive em áreas endêmicas.

    Também existem vacinas recomendadas, mas disponíveis apenas na rede privada, como as de herpes zóster e vírus sincicial respiratório (VSR). É importante manter o cartão de vacinação atualizado, respeitando reforços e complementos indicados.

    2. Como deve ser a alimentação ideal para idosos que vivem sozinhos?

    A alimentação na terceira idade precisa ser variada, equilibrada e adaptada às necessidades individuais. À medida que o metabolismo desacelera e o apetite diminui, é comum a ingestão de nutrientes cair — o que pode levar à perda de massa muscular, fraqueza e deficiências vitamínicas.

    O ideal é manter refeições leves, distribuídas ao longo do dia, com boa presença de frutas, verduras, legumes, cereais integrais, proteínas magras e laticínios. Quanto mais colorido o prato, melhor!

    Já os alimentos ultraprocessados, ricos em sal e gordura saturada, devem ser evitados. E não se deve esquecer da hidratação: o idoso deve beber água regularmente, mesmo sem sentir sede.

    3. Os idosos precisam tomar vacina contra a febre amarela?

    Sim, mas com cautela. A vacina contra a febre amarela é recomendada para idosos acima de 60 anos que não foram vacinados, mas apenas após avaliação médica, pois a vacina contém vírus vivo atenuado e pode, em alguns casos, causar reações adversas.

    4. Quais atividades físicas são mais indicadas para idosos que vivem sozinhos?

    Para quem vive sozinho, os exercícios físicos ajudam não apenas na mobilidade e equilíbrio, mas também na saúde emocional e social. Caminhadas leves, alongamentos, hidroginástica, yoga e musculação supervisionada estão entre as atividades mais recomendadas nessa fase da vida.

    O ideal é realizar pelo menos 150 minutos de atividade física por semana, divididos em sessões curtas e regulares. Exercícios de força também ajudam a preservar a massa muscular e evitar quedas.

    5. O que fazer para evitar doenças crônicas?

    A prevenção de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, envolve a prática de exercícios, alimentação saudável, controle de peso, abandono do tabagismo e moderação no consumo de álcool. O acompanhamento médico regular também reduz complicações como infarto e AVC.

    6. Como identificar os primeiros sinais de perda de memória?

    Pequenos esquecimentos fazem parte do envelhecimento, mas é importante observar mudanças mais marcantes, como repetir perguntas com frequência, esquecer compromissos recentes, perder-se em locais familiares ou apresentar dificuldade para realizar tarefas do dia a dia.

    Esses sinais podem indicar um comprometimento cognitivo leve ou o início de demência. O diagnóstico precoce, realizado pelo médico de família ou geriatra, permite planejar o tratamento e adotar estratégias que retardam a progressão dos sintomas.

    Para manter o cérebro ativo, o idoso pode investir em leitura, jogos de raciocínio, conversas e aprendizado de novas habilidades — ótimas formas de socializar e fortalecer as conexões neurais.

    Veja mais: Médico de família e clínico geral: conheça as diferenças

  • Colonoscopia: o exame que avalia o intestino 

    Colonoscopia: o exame que avalia o intestino 

    A colonoscopia é um dos exames mais importantes para cuidar da saúde intestinal. Por meio de um tubo fino e flexível com uma microcâmera na ponta — o colonoscópio —, o médico consegue observar o interior do intestino grosso e, em alguns casos, a parte final do intestino delgado.

    Além de diagnosticar doenças, o exame também permite tratar pequenas lesões, como pólipos e sangramentos, no mesmo procedimento. Por isso, é considerado o método mais completo e eficaz para prevenir o câncer colorretal.

    O que é a colonoscopia

    A colonoscopia é um exame endoscópico que permite visualizar o cólon e o reto em tempo real. O médico introduz o colonoscópio pelo ânus e o conduz cuidadosamente pelo intestino grosso, registrando imagens detalhadas da mucosa intestinal.

    Durante o exame, é possível observar inflamações, úlceras, pólipos, tumores e outras alterações. Também podem ser feitas biópsias (pequenas amostras de tecido) e até procedimentos terapêuticos, como a retirada de pólipos.

    Preparação para o exame

    A preparação é fundamental para garantir que o exame seja preciso e seguro. Ela consiste principalmente em limpar completamente o intestino, para que o médico tenha boa visibilidade.

    Cuidados principais

    • Dieta: dois dias antes, prefira alimentos leves e de fácil digestão. Na véspera, adote líquidos claros como caldos, sucos coados, gelatina e água;
    • Laxantes: o médico pode indicar laxativos específicos para auxiliar na limpeza intestinal;
    • Medicações: pacientes que usam anticoagulantes, antidiabéticos ou remédios contínuos devem informar o médico, pois alguns precisam ser suspensos temporariamente;
    • Jejum: normalmente de 8 a 12 horas antes do exame;
    • Acompanhante: o exame é feito sob sedação, portanto é obrigatório ir acompanhado.

    Como o exame é feito

    O paciente é deitado de lado e recebe uma sedação leve ou moderada por via venosa, que o deixa relaxado e sem dor. O colonoscópio é introduzido com cuidado pelo ânus e percorre todo o intestino grosso, transmitindo imagens em alta definição.

    Durante o exame, o médico pode:

    • Visualizar o revestimento interno do intestino;
    • Fazer biópsias;
    • Remover pólipos;
    • Tratar pequenos sangramentos.

    O procedimento dura de 20 a 40 minutos e, em geral, causa apenas leve desconforto abdominal, que desaparece rapidamente.

    Quando a colonoscopia é indicada

    A colonoscopia é indicada tanto para investigação de sintomas quanto para rastreamento preventivo.

    Investigação de sintomas

    • Sangue nas fezes ou sangramento anal;
    • Dor ou cólica abdominal persistente;
    • Diarreia crônica ou constipação prolongada;
    • Perda de peso sem explicação;
    • Anemia sem causa aparente;
    • Diagnóstico e acompanhamento de doenças inflamatórias intestinais (como retocolite ulcerativa e doença de Crohn).

    Rastreamento e prevenção

    • Prevenção do câncer colorretal, geralmente a partir dos 45 ou 50 anos;
    • Histórico familiar de câncer de cólon ou pólipos intestinais;
    • Seguimento de câncer colorretal após o tratamento.

    Colonoscopia terapêutica

    A colonoscopia não serve apenas para diagnosticar — ela também pode tratar durante o mesmo exame.

    Entre as intervenções mais comuns estão:

    • Retirada de pólipos (polipectomia);
    • Cauterização de pequenos sangramentos;
    • Dilatação de áreas estreitadas (estenoses);
    • Remoção de corpos estranhos.

    Esses procedimentos evitam cirurgias e ajudam a prevenir complicações futuras.

    Contraindicações

    Embora seja um exame seguro, a colonoscopia não deve ser feita em casos de:

    • Perfuração intestinal suspeita ou confirmada;
    • Diverticulite aguda;
    • Colite fulminante;
    • Ausência de consentimento do paciente.

    Possíveis complicações

    As complicações são raras, mas podem incluir:

    • Sangramento leve, após biópsia ou retirada de pólipo;
    • Reações à sedação, como queda de pressão ou sonolência prolongada;
    • Perfuração intestinal (rara);
    • Desconforto abdominal ou gases, que costumam passar em poucas horas.

    Recuperação após o exame

    Após a colonoscopia, o paciente permanece em observação até acordar completamente da sedação.

    As principais recomendações incluem:

    • Ir para casa acompanhado;
    • Evitar dirigir, trabalhar ou operar máquinas no mesmo dia;
    • Procurar atendimento médico se houver dor intensa, febre ou sangramento.

    Importância da colonoscopia

    A colonoscopia é o método mais eficaz para prevenir o câncer de intestino, pois permite detectar e remover lesões antes que se tornem malignas. Com preparo adequado e equipe especializada, o exame é seguro, rápido e salva vidas.

    Leia mais: Prisão de ventre: o que fazer quando o intestino trava

    Perguntas frequentes sobre colonoscopia

    1. O que é colonoscopia?

    É um exame que permite visualizar o interior do intestino grosso por meio de uma câmera acoplada a um tubo fino e flexível.

    2. A colonoscopia dói?

    Não. O exame é feito sob sedação, e o paciente não sente dor.

    3. Quando devo fazer a colonoscopia?

    A partir dos 45 a 50 anos, como exame preventivo. Também é indicada para investigar sintomas intestinais.

    4. Preciso fazer dieta antes?

    Sim. É necessário seguir uma dieta leve nos dias anteriores e adotar líquidos claros na véspera.

    5. Quanto tempo dura o exame?

    De 20 a 40 minutos, em média.

    6. Quais são os riscos?

    As complicações são raras, mas podem incluir sangramento leve e, muito raramente, perfuração intestinal.

    7. A colonoscopia pode prevenir o câncer de intestino?

    Sim. O exame detecta e remove pólipos antes que evoluam para câncer, sendo o principal método de prevenção.

    Confira: Exames de rotina para prevenir câncer: conheça os principais

  • Vitamina B6: saiba mais sobre a importância dela no cérebro e metabolismo das proteínas

    Vitamina B6: saiba mais sobre a importância dela no cérebro e metabolismo das proteínas

    Indispensável, a vitamina B6, também chamada de piridoxina, é uma das vitaminas que fazem o corpo funcionar em harmonia. Ela atua no cérebro, ajuda na produção de neurotransmissores, que são as substâncias que regulam o humor e o sono, e participa de reações que ajudam o corpo a obter energia a partir dos alimentos.

    Mesmo em pequenas quantidades, sua presença é muito importante. A deficiência pode causar sintomas como irritabilidade, fadiga, queda de imunidade e até problemas de pele. Por outro lado, manter bons níveis de vitamina B6 ajuda no equilíbrio físico e mental.

    O que é a vitamina B6

    A vitamina B6 é uma vitamina hidrossolúvel do grupo B, o que significa que não é armazenada em grandes quantidades no corpo e precisa ser obtida diariamente pela alimentação. Ela participa de mais de 100 reações químicas diferentes no organismo, com destaque para:

    • Metabolismo das proteínas e aminoácidos: ajuda o corpo a aproveitar melhor os alimentos;
    • Produção de neurotransmissores: serotonina, dopamina e GABA, que influenciam o humor, o sono e a concentração;
    • Síntese da hemoglobina: proteína que transporta oxigênio no sangue;
    • Sistema imunológico: ajuda na função imunológica.

    Para que serve a vitamina B6

    A piridoxina é importante para vários sistemas do corpo:

    • Função cerebral e emocional: ajuda na produção de serotonina e dopamina, que controlam o humor e a ansiedade;
    • Metabolismo energético: transforma proteínas, gorduras e carboidratos em energia;
    • Saúde do sangue: importante para a formação da hemoglobina;
    • Sistema imunológico: ajuda nas defesas naturais do organismo.

    Sinais de deficiência

    A carência de vitamina B6 não é comum, mas pode acontecer em dietas muito restritivas, alcoolismo ou uso prolongado de certos medicamentos, como anticonvulsivantes.

    Os principais sintomas são:

    • Fadiga e fraqueza;
    • Irritabilidade, ansiedade ou alterações de humor;
    • Feridas nos cantos da boca e rachaduras nos lábios;
    • Dermatite ou descamação da pele;
    • Dificuldade de concentração;
    • Formigamento nas mãos e pés (neuropatia periférica).

    Fontes alimentares de vitamina B6

    A piridoxina está presente em diversos alimentos, tanto de origem animal quanto vegetal. Boas fontes são:

    • Carnes magras: frango, porco, fígado;
    • Peixes: atum, salmão, sardinha;
    • Grãos integrais: aveia, arroz integral;
    • Leguminosas: feijão, lentilha, grão-de-bico;
    • Frutas: banana, abacate, melancia;
    • Nozes e sementes.

    Por ser solúvel em água, parte da vitamina pode ser perdida no cozimento. Variar as fontes e preferir preparações menos prolongadas ajuda a manter o aporte.

    Quanto consumir por dia

    As necessidades diárias variam de acordo com idade e sexo, mas, para adultos saudáveis em geral, a recomendação gira em torno de 1,3 a 1,7 mg/dia. Gestantes e lactantes têm necessidade ligeiramente maior.

    Como o corpo não armazena a vitamina B6, é importante mantê-la presente na alimentação todos os dias.

    Suplementação: quando é necessária

    A suplementação deve ser feita apenas sob orientação médica. Pode ser indicada em casos de:

    • Deficiência comprovada;
    • Uso prolongado de medicamentos que reduzem seus níveis;
    • Gravidez e lactação, quando há aumento da necessidade;
    • Transtornos do metabolismo ou condições neurológicas específicas.

    O excesso de suplementação pode causar formigamentos e danos nos nervos, por isso é importante não ultrapassar a dose recomendada.

    Veja também: O que acontece no corpo quando falta vitamina A

    Perguntas frequentes sobre vitamina B6

    1. Vitamina B6 e piridoxina são a mesma coisa?

    Sim. Piridoxina é o nome químico da vitamina B6, usada em suplementos e alimentos fortificados.

    2. A vitamina B6 melhora o humor?

    Sim. Ela ajuda na produção de neurotransmissores ligados ao bem-estar, como serotonina e dopamina.

    3. É possível ter excesso de vitamina B6?

    Sim, mas apenas com suplementação em altas doses. O excesso pode causar formigamento e danos nervosos.

    4. Vegetarianos precisam se preocupar com a B6?

    Não necessariamente, pois ela está presente em leguminosas, cereais integrais, banana e abacate — mas é importante manter variedade na dieta.

    5. B6 ajuda na imunidade?

    Sim, pois a vitamina B6 é necessária para a síntese de linfócitos e anticorpos, que fortalecem a resposta imune.

    Veja mais: Vitamina B3: o que essa vitamina faz pelo seu corpo