Autor: Dra. Juliana Soares

  • Diabetes MODY: o tipo raro que muita gente tem sem saber

    Diabetes MODY: o tipo raro que muita gente tem sem saber

    Embora pouco conhecido, o diabetes MODY vem ganhando atenção entre especialistas porque muitas pessoas convivem com ele sem saber. Como costuma surgir na adolescência ou no início da vida adulta, é comum que seja confundido com diabetes tipo 1 ou tipo 2, o que pode levar a tratamentos inadequados.

    A diferença é que, no MODY, a causa está em alterações genéticas específicas que afetam a capacidade das células do pâncreas de produzir insulina.

    Reconhecer essa forma rara de diabetes é importante para o paciente e para toda a família. Por ser hereditário e transmitido de forma autossômica dominante (ou seja, basta um dos pais ter a mutação), o diagnóstico correto ajuda a orientar parentes, escolher o tratamento ideal e prever riscos a longo prazo.

    O que é o diabetes MODY?

    O diabetes MODY (do inglês Maturity-Onset Diabetes of the Young) é um diabetes raro e hereditário, causado por alterações em um único gene, por isso é chamado de diabetes monogênico.

    Essas mutações afetam o funcionamento das células beta do pâncreas, que são responsáveis por produzir insulina. Assim como em outros tipos de diabetes, o organismo tem dificuldade em regular a glicose no sangue, mas o mecanismo por trás do problema é diferente.

    O diabetes MODY costuma surgir antes dos 25 anos, pode atingir várias pessoas da mesma família e, por ser leve em alguns casos, muitas vezes passa despercebido por anos.

    Pontos importantes sobre o diabetes MODY:

    • Não há autoanticorpos destruindo o pâncreas (como no tipo 1);
    • Geralmente não há resistência à insulina (como no tipo 2);
    • Não costuma causar cetoacidose.

    Por que o diabetes MODY acontece?

    A causa está em mutações hereditárias que prejudicam como o pâncreas percebe a glicose e libera insulina. Mais de 14 mutações diferentes já foram identificadas, cada uma com seu comportamento, idade típica de início e resposta ao tratamento.

    Como o MODY se diferencia de outros tipos de diabetes

    Tipo de diabetes O que acontece Autoanticorpos? Resistência à insulina?
    Tipo 1 O sistema imunológico destrói o pâncreas Sim Não
    Tipo 2 O corpo não usa a insulina corretamente Não Sim
    MODY Mutação genética afeta a produção de insulina Não Geralmente não

    Quem pode ter diabetes MODY?

    • Menos de 5% das pessoas com diabetes têm o MODY;
    • Ocorre em famílias com vários casos de diabetes em jovens, muitas vezes em pessoas magras.
    • É transmitido de pai/mãe para filho com 50% de chance.

    Sintomas do diabetes MODY

    Parecidos com os de qualquer diabetes:

    • Sede aumentada;
    • Urinar mais vezes;
    • Perda de peso;
    • Visão embaçada;
    • Infecções de repetição.

    Mas alguns casos, como o diabetes MODY 2, podem quase não causar sintomas e ser descobertos apenas em exames.

    Principais tipos de diabetes MODY

    MODY 3 (HNF1A)

    • Mais comum;
    • Surge entre 20 e 25 anos;
    • Progressivo: o pâncreas perde capacidade de liberar insulina;
    • Responde muito bem a sulfonilureias.

    MODY 2 (GCK)

    • Causado por alteração na glicocinase;
    • Glicose levemente elevada e estável;
    • Geralmente não precisa de remédios;
    • Exige atenção especial na gestação.

    MODY 1 (HNF4A)

    • Semelhante ao MODY 3;
    • Pode causar maior peso ao nascer e hipoglicemia neonatal;
    • Boa resposta a sulfonilureias.

    MODY 5 (HNF1B)

    • Atinge outros órgãos: rins, fígado e genitais;
    • Pode exigir insulina;
    • Requer acompanhamento com nefrologista.

    Outros tipos

    Incluem MODY 4, 6, 12 e 13, alguns relacionados a diabetes neonatal ou hipoglicemia na infância.

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico depende de suspeita clínica bem feita. Sinais que levantam hipótese:

    • Diagnóstico antes dos 25 anos;
    • Vários parentes com diabetes jovem;
    • Paciente magro;
    • Ausência de autoanticorpos;
    • Produção de insulina preservada (peptídeo C normal).

    Quando a suspeita é forte, o médico solicita teste genético, que confirma o subtipo e orienta o tratamento.

    Tratamento

    O tratamento depende do tipo de mutação:

    Tipo de diabetes MODY Tratamento
    MODY 2 Geralmente não precisa de medicamentos
    MODY 1 e 3 Excelente resposta às sulfonilureias
    MODY 5 Costuma precisar de insulina; acompanhamento dos rins

    Em todos os casos:

    • Alimentação equilibrada;
    • Atividade física;
    • Controle regular da glicose;
    • Acompanhamento médico.

    Na gravidez, o acompanhamento deve ser ainda mais atento.

    Prognóstico

    • MODY 2: leve, raramente causa complicações;
    • MODY 1 e 3: risco semelhante ao tipo 1/2 se mal controlados;
    • MODY 5: maior risco de problemas renais.

    Com acompanhamento adequado, a maioria das pessoas tem vida longa e saudável.

    Por que o diagnóstico importa?

    Porque o tratamento muda completamente. E, por ser hereditário, outros membros da família podem ter diabetes MODY sem saber.

    Veja também: Sintomas silenciosos do diabetes: atenção aos sinais que podem passar despercebidos

    Perguntas frequentes sobre diabetes MODY

    1. O diabetes MODY é comum?

    Não. Representa menos de 5% dos casos de diabetes.

    2. Diabetes MODY é a mesma coisa que diabetes tipo 1?

    Não. No diabetes MODY não há autoanticorpos destruindo o pâncreas.

    3. Como descobrir se tenho diabetes MODY?

    O diagnóstico é confirmado por teste genético, solicitado quando há suspeita clínica.

    4. Quem tem diabetes MODY sempre precisa usar insulina?

    Depende do subtipo. Alguns respondem bem a comprimidos; outros precisam de insulina.

    5. Diabetes MODY pode causar cetoacidose?

    É raro. Diferente do diabetes tipo 1, o MODY normalmente não evolui com cetoacidose.

    6. Crianças podem ter diabetes MODY?

    Sim. Ele costuma aparecer antes dos 25 anos e pode surgir ainda na infância.

    7. Diabetes MODY tem cura?

    Não, mas tem tratamento eficaz e controle adequado evita complicações.

    8. Familiares precisam fazer exame?

    Sim. Como é hereditário, parentes de primeiro grau devem ser avaliados.

    Veja mais: Diabetes: por que controlar é tão importante para o coração

  • Como organizar uma geladeira saudável e prática para o dia a dia 

    Como organizar uma geladeira saudável e prática para o dia a dia 

    A geladeira é uma das principais coisas a se prestar atenção para quem quer manter uma alimentação equilibrada e ter mais saúde, mas também pode ser a origem de escolhas menos saudáveis se estiver desorganizada ou repleta de produtos ultraprocessados.

    Manter esse espaço bem arrumado e bem pensado ajuda a planejar melhor as refeições, evitar desperdícios e fazer escolhas mais conscientes, o que é importante para quem busca cuidar da saúde do coração e do corpo.

    Com pequenas mudanças na forma de armazenar e organizar os alimentos, é possível facilitar a rotina, reduzir o consumo de produtos industriais e garantir que frutas, verduras e proteínas estejam sempre à mão. Veja abaixo como montar uma geladeira saudável, prática e segura.

    1. Dê prioridade aos alimentos in natura e minimamente processados

    A base de uma geladeira saudável deve ser composta por alimentos frescos e naturais: frutas, verduras, legumes, ovos, carnes magras, iogurtes e queijos simples.

    Esses alimentos são ricos em nutrientes e ajudam a controlar a pressão arterial, o colesterol e o peso corporal, fatores diretamente ligados à saúde cardiovascular.

    Evite deixar refrigerantes, embutidos e doces à vista. Estudos mostram que a exposição visual aumenta o consumo por impulso. Prefira deixar frutas lavadas e cortadas em recipientes transparentes nas prateleiras centrais.

    2. Organize por zonas e frequência de uso

    Manter uma lógica de organização facilita a rotina e evita o desperdício.

    • Prateleira superior: guarde os alimentos prontos para consumo, como sobras de refeições, iogurtes, queijos e ovos;
    • Prateleira do meio: reserve para frutas, legumes e verduras já higienizados e cortados;
    • Gavetas inferiores: use para vegetais que duram mais tempo, como cenoura, beterraba, repolho e folhas;
    • Porta da geladeira: armazene produtos menos sensíveis à variação de temperatura, como temperos, molhos e bebidas.

    Manter os alimentos saudáveis em locais de fácil acesso estimula o consumo consciente e reduz a tentação de optar por opções calóricas ou ultraprocessadas.

    3. Evite o excesso de alimentos industrializados

    Salsichas, presuntos, queijos processados, refrigerantes e sobremesas prontas são práticos, mas ricos em sódio, gorduras e açúcares — substâncias associadas a maior risco de pressão alta, doenças cardíacas e câncer.

    A dica é deixar esses produtos fora do campo de visão. Quanto menos acessíveis estiverem, menor a probabilidade de consumo diário. Dê preferência a alimentos de preparo simples e rápido, como frango grelhado, ovos cozidos e legumes assados.

    4. Tenha porções prontas e saudáveis à vista

    Separar porções de alimentos prontos facilita as escolhas e ajuda a manter a alimentação equilibrada mesmo nos dias mais corridos. Deixe frutas cortadas, saladas lavadas e recipientes com legumes assados ou grelhados prontos para consumo.

    Quanto mais acessíveis estiverem as opções saudáveis, menor será a chance de recorrer a lanches calóricos ou fast food.

    5. Use potes transparentes e etiquetas

    A visualização é fundamental. Potes transparentes ajudam a enxergar o que há disponível, o que evita desperdício e facilita o planejamento das refeições. Use etiquetas com o nome do alimento e a data de preparo, principalmente em marmitas, sopas e legumes pré-cozidos.

    A falta de organização visual leva ao consumo de alimentos mais fáceis, nem sempre saudáveis. Uma geladeira organizada estimula escolhas conscientes e equilíbrio na alimentação.

    6. Reavalie o conteúdo da geladeira semanalmente

    Reserve um momento da semana para verificar prazos de validade, higienizar prateleiras e repor alimentos saudáveis. Esse hábito reduz o desperdício e mantém o foco em escolhas boas para a saúde.

    Uma dica é aproveitar esse momento para planejar as refeições da semana, pois ajuda a manter uma alimentação mais regular, variada e benéfica ao coração.

    Por que isso importa para a saúde

    Uma boa parte das doenças cardiovasculares pode ser prevenida com hábitos saudáveis, incluindo uma alimentação equilibrada. Uma geladeira bem organizada é mais do que uma questão de estética ou praticidade — é uma estratégia simples de prevenção e promoção de saúde.

    Ao manter alimentos frescos e evitar produtos industrializados, você melhora o controle da pressão arterial, do colesterol e da glicemia, além de facilitar a adesão a uma rotina alimentar equilibrada.

    Confira: Food noise: por que você não para de pensar em comida

    Perguntas frequentes sobre geladeira saudável

    1. O que não pode faltar em uma geladeira saudável?

    Frutas, verduras, legumes, ovos, queijos simples, carnes magras e iogurtes naturais devem ser prioridade.

    2. Posso deixar frutas e saladas já cortadas?

    Sim, desde que bem higienizadas e armazenadas em potes limpos e bem vedados.

    3. Alimentos industrializados podem fazer parte?

    Podem, mas com moderação. O ideal é que sejam exceção, não regra, e que fiquem menos visíveis.

    4. Com que frequência devo limpar a geladeira?

    O ideal é higienizar semanalmente para remover restos de alimentos e limpar prateleiras com pano úmido e sabão neutro.

    5. Ter uma geladeira organizada realmente ajuda a comer melhor?

    Sim. A facilidade visual e o acesso rápido a alimentos frescos incentivam escolhas mais equilibradas no dia a dia.

    Veja também: 6 dicas para quem está começando a usar canetas emagrecedoras

  • Descubra quanto de água você deve tomar por dia 

    Descubra quanto de água você deve tomar por dia 

    Beber água é um dos conselhos mais repetidos quando o assunto é saúde, e não é à toa. A hidratação adequada ajuda o corpo a funcionar bem, melhora a digestão, a circulação e até a aparência da pele.

    Mas será que existe uma dose certa de água para todo mundo? Na verdade, não há uma fórmula única, pois a quantidade ideal de água por dia depende do peso, da rotina e até da temperatura ambiente. E atenção: embora rara, a água em excesso também pode causar problemas, como a hiponatremia, uma condição perigosa em que o corpo perde sódio demais.

    Por que a água é tão importante para o corpo

    A água faz parte de praticamente todas as funções vitais do organismo. Ela é responsável por:

    • Transportar nutrientes e oxigênio para as células;
    • Regular a temperatura corporal;
    • Lubrificar articulações e tecidos;
    • Ajudar na digestão e na eliminação de toxinas;
    • Manter o bom funcionamento dos rins e prevenir cálculos renais;
    • Evitar prisão de ventre e ajudar no metabolismo.

    Estudos mostram que até mesmo uma leve desidratação pode causar fadiga, dor de cabeça e queda de concentração.

    Quanto de água você deve tomar por dia

    A média de quantidade de água por dia varia de acordo com o peso da pessoa. Uma estimativa prática é beber 35 ml de água por quilo de peso corporal. Por exemplo:

    • Uma pessoa de 60 kg deve beber cerca de 2,1 litros por dia;
    • Uma pessoa de 80 kg deve ingerir cerca de 2,8 litros por dia.

    O ideal é distribuir esse consumo ao longo do dia, e não beber tudo de uma vez.

    Vale lembrar também que esses valores incluem todas as fontes de líquidos, como sucos, sopas e alimentos com alto teor de água (melancia, pepino, laranja, etc).

    Quando é preciso beber mais água

    Algumas situações aumentam a necessidade de hidratação:

    • Calor ou exposição prolongada ao sol;
    • Atividade física muito intensa;
    • Febre, vômitos ou diarreia;
    • Gravidez e amamentação.

    Nesses casos, é importante repor não só a água, mas também os sais minerais perdidos no suor, especialmente sódio e potássio.

    O outro extremo: quando há água demais

    Beber água é essencial, mas exagerar pode ser perigoso. O excesso pode causar uma condição chamada hiponatremia, quando há diluição exagerada do sódio no sangue.

    O que é hiponatremia

    A hiponatremia ocorre quando o corpo não consegue eliminar o excesso de água, e o sódio, mineral que ajuda a regular o equilíbrio de líquidos, cai para níveis perigosos. Isso pode causar:

    • Náuseas e vômitos;
    • Dor de cabeça e confusão mental;
    • Fraqueza e cãibras;
    • Inchaço nas células e, em casos graves, convulsões e coma.

    O risco aumenta quando alguém ingere mais de 1 litro de água por hora por várias horas seguidas, sem repor sais minerais ou sem ter perda proporcional pelo suor.

    Ou seja: o ideal é equilíbrio. Hidratar-se bem, mas sem exageros.

    Dicas práticas para manter uma boa hidratação

    • Tenha sempre uma garrafinha à mão;
    • Observe a cor da urina: urina escura pode indicar desidratação, enquanto a clara indica que você está hidratado;
    • Inclua frutas e legumes ricos em água na dieta;
    • Beba um copo de água logo ao acordar e um tempo antes das refeições;
    • Evite substituir a água por refrigerantes ou sucos industrializados;
    • Durante exercícios longos, alterne água com bebidas isotônicas.

    A água é indispensável para o corpo humano, mas o segredo está na moderação e na escuta do próprio corpo. A média diária de 2 a 3 litros é suficiente para a maioria das pessoas, mas pode variar conforme o estilo de vida. Se você pratica muita atividade física, vive em locais quentes ou tem alguma doença, o ideal é conversar com o médico para ajustar sua hidratação.

    Leia também: Higiene do sono: guia prático para dormir melhor e cuidar da saúde

    Perguntas frequentes sobre hidratação e consumo de água

    1. Qual é a quantidade ideal de água por dia?

    Depende do peso e da rotina, mas em média, 2 a 3 litros por dia para adultos saudáveis é uma boa referência.

    2. É verdade que preciso beber 8 copos de água por dia?

    O famoso “8 copos” é uma estimativa simplificada. O ideal é adaptar à sua realidade, como o seu peso, e necessidades individuais.

    3. Beber muita água pode fazer mal?

    Sim. O excesso pode causar hiponatremia, quando o sódio do sangue cai demais.

    4. Posso substituir a água por suco ou chá?

    Eles contam como líquidos, mas a água pura é sempre a melhor opção, sem calorias nem aditivos.

    5. Beber água em jejum ajuda na digestão?

    Sim, ajuda a ativar o sistema digestivo e melhorar o trânsito intestinal.

    6. Como saber se estou desidratado?

    Sede, urina escura, boca seca, fadiga e tontura são sinais de alerta.

    7. Existe uma hora certa para beber água?

    Não. O importante é se manter hidratado ao longo do dia. Beba aos poucos, com frequência.

    Veja também: 7 erros comuns que atrapalham a saúde do coração

  • Como diferenciar dengue de gripe e covid-19? 

    Como diferenciar dengue de gripe e covid-19? 

    Febre, dor no corpo, mal-estar, dor de cabeça. Com sintomas tão semelhantes, não é raro ficar em dúvida: será dengue, gripe ou covid-19? As três doenças circulam com frequência no Brasil e, muitas vezes, aparecem nas mesmas épocas do ano.

    Apesar de compartilharem sinais parecidos, a origem e o comportamento dessas infecções são diferentes, o que muda o tratamento e os cuidados necessários. Saber identificar essas diferenças é importante para evitar complicações e buscar ajuda médica no momento certo.

    O que as três doenças têm em comum

    Tanto a dengue quanto a gripe e a covid-19 são doenças virais que causam febre, dor no corpo, dor de cabeça e cansaço. Nos primeiros dias, elas podem parecer idênticas, especialmente quando há surtos de dengue e aumento de casos respiratórios ao mesmo tempo.

    Mas há coisas que diferem a dengue de gripe ou covid-19:

    • O modo de transmissão: picada do mosquito no caso da dengue e vírus respiratórios no caso da gripe e covid-19;
    • O tipo de sintoma predominante, que costuma indicar qual sistema do corpo está mais afetado.

    Dengue: febre alta e dor intensa no corpo

    A dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti e costuma começar de forma abrupta, com febre alta (acima de 38,5 °C), forte dor no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, cansaço intenso e, em muitos casos, manchas vermelhas pelo corpo.

    Outros sinais comuns são náusea, falta de apetite e dor abdominal. Não há sintomas respiratórios importantes, como tosse ou coriza, o que ajuda a distinguir da gripe e da covid-19.

    Se aparecerem manchas roxas, sangramento nasal ou nas gengivas, vômitos persistentes ou tontura, é preciso procurar atendimento imediatamente, pois podem ser sinais de alerta para formas graves da doença, como a dengue hemorrágica.

    Gripe: sintomas respiratórios e intensos

    A gripe, causada pelo vírus influenza, geralmente se manifesta com febre, bastante dor no corpo, tosse seca, coriza, garganta irritada e cansaço. A febre costuma durar de 2 a 4 dias, e os sintomas respiratórios predominam.

    É comum a melhora espontânea em até uma semana, embora em crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas a gripe possa evoluir para complicações como pneumonia. Vacinar-se anualmente é a principal forma de prevenção.

    Covid-19: sintomas variados e perda de olfato

    A covid-19, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, pode se manifestar de formas muito diferentes, desde quadros leves, semelhantes a um resfriado simples, até casos graves com falta de ar.

    Os sintomas mais típicos são:

    • Febre ou sensação febril;
    • Tosse seca;
    • Dor de garganta;
    • Cansaço e dor muscular;
    • Perda de olfato e paladar (anosmia e ageusia);
    • Em casos graves, falta de ar e saturação baixa de oxigênio.

    Diferentemente da dengue, a covid-19 afeta principalmente o sistema respiratório.

    Como diferenciar os sintomas

    Sintoma principal Dengue Gripe (Influenza) Covid-19
    Febre Alta e súbita Alta, mas por poucos dias Pode ou não ocorrer
    Dor no corpo Intensa, inclusive nas articulações Moderada a intensa Variável
    Dor atrás dos olhos Comum Rara Rara
    Tosse e coriza Raras Frequentes Frequentes
    Manchas na pele Possíveis Não Raras
    Falta de ar Em casos graves Possível em idosos Pode ocorrer, especialmente entre não vacinados
    Perda de olfato/paladar Não Rara Comum
    Transmissão Picada do mosquito Aedes aegypti Gotículas respiratórias Gotículas e aerossóis
    Exame de confirmação Sorologia ou PCR para dengue Teste rápido de influenza Teste rápido para covid-19 ou RT-PCR

    Diagnóstico e exames

    Mesmo com sinais típicos, o diagnóstico deve ser confirmado por exames, já que é comum haver confusão entre as doenças, especialmente nos primeiros dias.

    O médico pode solicitar:

    • Testes rápidos de dengue (NS1 ou IgM/IgG);
    • RT-PCR ou teste de antígeno para covid-19;
    • Teste de influenza (em casos de síndrome gripal).

    O acompanhamento é fundamental para evitar o uso incorreto de medicamentos — como o AAS e anti-inflamatórios, que são perigosos em casos de dengue.

    Veja também: Dengue hemorrágica: quando os sintomas indicam alerta máximo

    Quando procurar um médico

    Procure atendimento se houver:

    • Febre alta que dura mais de 48 horas;
    • Dor abdominal intensa ou vômitos;
    • Dificuldade para respirar;
    • Manchas vermelhas ou roxas na pele;
    • Sangramento nasal ou nas gengivas;
    • Cansaço extremo ou tontura.

    Crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas devem ter atenção redobrada.

    Na dúvida, procure atendimento médico e realize o teste indicado — é o melhor caminho para o diagnóstico correto e o tratamento seguro.

    Confira: Veja por que você pode pegar dengue até quatro vezes

    Perguntas frequentes

    1. Dengue e covid-19 podem acontecer ao mesmo tempo?

    Sim. É possível ter as duas infecções simultaneamente, o que torna o quadro mais grave e exige acompanhamento hospitalar.

    2. Posso tomar remédios para dor ou febre em qualquer uma das três doenças?

    Não. Em caso de suspeita de dengue, evite AAS e anti-inflamatórios. Prefira paracetamol ou dipirona, conforme orientação médica.

    3. As manchas vermelhas na pele indicam sempre dengue?

    Não necessariamente, mas são mais características da dengue. O médico pode solicitar exames para confirmar.

    4. A perda de olfato é exclusiva da covid-19?

    É mais típica da covid-19, mas pode ocorrer em outras infecções virais, embora seja menos comum.

    5. Quanto tempo dura cada doença?

    A dengue dura de 7 a 10 dias, a gripe cerca de 5 a 7, e a covid-19 pode persistir por duas semanas ou mais, dependendo do caso.

    6. Existe vacina para todas as doenças?

    Sim, para gripe e covid-19 há vacinas amplamente disponíveis. Para dengue, a vacina é indicada em situações específicas e conforme faixa etária.

    7. Quando devo ir ao pronto-socorro?

    Se houver sinais de gravidade, como sangramentos, falta de ar, confusão mental ou febre persistente por mais de 48 horas.

    Leia mais: Por que não pode tomar AAS com dengue?

  • 6 dicas para quem está começando a usar canetas emagrecedoras

    6 dicas para quem está começando a usar canetas emagrecedoras

    Os análogos do GLP-1, como semaglutida e tirzepatida, transformaram o tratamento da obesidade e do sobrepeso. Conhecidos como “canetas emagrecedoras”, eles ajudam a controlar o apetite, aumentar a saciedade e até reduzir o ruído alimentar (food noise) — aquele pensamento insistente sobre comida. Mas, apesar dos resultados animadores, esses medicamentos não fazem tudo sozinhos.

    Para quem recebeu indicação médica e está começando o uso, seguir um plano estruturado é fundamental para garantir um emagrecimento seguro, contínuo e com preservação da massa muscular. A seguir, veja 6 dicas práticas para aproveitar melhor os resultados e manter o equilíbrio durante todo o tratamento.

    1. Nunca use canetas emagrecedoras sem acompanhamento médico

    Pode parecer básico, mas este é o ponto-chave. Os agonistas de GLP-1 (como a semaglutida) e os agonistas de GLP-1 e GIP (como a tirzepatida) são medicamentos potentes, que exigem prescrição e monitoramento médico.

    Somente o médico pode indicar a dose ideal, avaliar contraindicações e ajustar o tratamento conforme a resposta do organismo. Usar por conta própria ou por sugestão de terceiros pode trazer riscos sérios.

    2. Tenha uma dieta validada por uma nutricionista

    As canetas não substituem uma alimentação equilibrada — elas são parceiras dela. O ideal é ter um plano alimentar personalizado e adequado à nova rotina de fome reduzida.

    A nutricionista ajuda a:

    • Garantir ingestão adequada de vitaminas, minerais e proteínas;
    • Evitar deficiências nutricionais;
    • Proteger a massa muscular e evitar queda de energia.

    3. Foque no aporte de proteínas

    Com menos fome, é fácil comer menos do que o corpo precisa. Se faltar proteína, porém, o organismo perde músculo junto com a gordura — e isso prejudica o metabolismo e a saúde.

    Por isso, mesmo sem muita fome, priorize:

    • Ovos, peixes, frango e carnes magras;
    • Queijos brancos, iogurtes naturais e whey protein;
    • Feijão, lentilha, grão-de-bico e outras leguminosas.

    A proteína ajuda a manter o metabolismo ativo, melhora a saciedade e preserva os músculos durante o emagrecimento.

    4. Aplique a caneta estrategicamente

    Os efeitos de maior saciedade costumam atingir o pico cerca de dois dias após a aplicação. Por isso, uma estratégia útil é aplicar um ou dois dias antes dos momentos em que você costuma exagerar.

    Se os deslizes acontecem no fim de semana, aplicar a dose na quinta-feira pode ajudar a controlar melhor o apetite. Não substitui disciplina, mas é um reforço bem-vindo.

    5. Alinhe as expectativas

    Os resultados são consistentes, mas exigem paciência. Uma média de até 5% de perda de peso no primeiro mês já é considerada excelente.

    Evite comparações: cada corpo reage em um ritmo. O foco deve estar em perder gordura e preservar músculos, e não apenas em ver números menores na balança. Emagrecimento saudável também traz mais energia, disposição e melhora da composição corporal.

    6. Foque na musculação

    A musculação é o melhor complemento ao uso das canetas emagrecedoras, porque ela:

    • Preserva e aumenta a massa muscular;
    • Melhora o metabolismo;
    • Reduz o risco de efeito sanfona.

    Treinar com regularidade faz muita diferença. Combine exercícios de força com caminhadas ou outras atividades aeróbicas para cuidar também do coração.

    Veja mais: Ozempic, Mounjaro: como evitar o efeito rebote no emagrecimento?

    Perguntas frequentes sobre canetas emagrecedoras

    1. Posso usar canetas emagrecedoras sem receita?

    Não. São medicamentos de prescrição obrigatória. Automedicação é perigosa.

    2. Qual é a melhor hora para aplicar?

    Escolha um dia fixo da semana e mantenha horários semelhantes. Muitas pessoas preferem quinta-feira para reduzir o apetite no fim de semana.

    3. Quanto peso posso perder no primeiro mês?

    Em média, até 5% do peso corporal. Resultados maiores devem ser avaliados com o médico e a nutricionista.

    4. Posso fazer exercícios durante o uso?

    Sim — e é recomendável. A musculação preserva músculos, melhora o tônus e evita efeito sanfona.

    5. O que comer durante o tratamento?

    Priorize proteínas, vegetais, frutas, legumes e evite frituras, ultraprocessados e álcool.

    6. Posso parar quando atingir o peso ideal?

    Só com orientação médica, que definirá o melhor momento e a estratégia para interrupção.

    7. A caneta substitui dieta e treino?

    Não. Ela é um suporte importante, mas os resultados duradouros vêm do conjunto de hábitos saudáveis.

    Confira: Canetas emagrecedoras: saiba como evitar a perda de massa muscular

  • Food noise: por que você não para de pensar em comida

    Food noise: por que você não para de pensar em comida

    Você se pega comendo ou planejando a próxima refeição mesmo pouco tempo depois de ter comido? Ou então acorda já pensando no que vai comer ao longo do dia?

    Se esse tipo de diálogo interno com comida parece constante, pode ser que você esteja lidando com o chamado ruído alimentar — ou food noise —, um zumbido mental que atrapalha o foco em uma alimentação equilibrada, interfere no humor e pode dificultar o emagrecimento, quando necessário.

    E aqui vai um ponto importante: pessoas que usam medicamentos da classe dos agonistas de GLP-1 (as famosas “canetas emagrecedoras”) relatam redução significativa desse ruído alimentar. Ou seja, além de ajudarem no peso e no controle glicêmico, esses remédios parecem melhorar também a relação mental com a comida. Entenda como isso funciona.

    O que é ruído alimentar ou food noise?

    O termo descreve pensamentos persistentes e intrusivos sobre comida, mesmo sem fome real. Alguns exemplos:

    • Pensar em comida o tempo todo;
    • Ficar preocupado com a próxima refeição, planejando horários e alimentos;
    • Desejar um alimento por horas, mesmo estando saciado.

    Muitas pessoas com sobrepeso ou obesidade relatam esse tipo de padrão. O problema é que esse “barulho mental” drena energia, aumenta a vontade de comer, dificulta hábitos saudáveis e pode gerar culpa, frustração e ansiedade.

    Por que o ruído alimentar importa?

    • Dificulta a adesão a uma alimentação equilibrada: quando a mente está ocupada com comida, fica mais difícil fazer escolhas saudáveis;
    • Afeta o bem-estar emocional: muitas pessoas sentem vergonha ou culpa por não “controlarem a mente” ou por comerem além do planejado;
    • Pode indicar um padrão além da fome física: como comer por emoção, por estresse, tédio ou estímulos externos.

    Como as canetas emagrecedoras (análogos de GLP-1) interferem no ruído alimentar

    Medicamentos como semaglutida (Ozempic, Wegovy) e tirzepatida (Mounjaro) já são conhecidos pelo impacto no peso e na glicemia. Mas estudos recentes mostram que eles também reduzem o ruído alimentar.

    O que os estudos observaram

    • Em uma pesquisa com 550 pessoas usando semaglutida, os relatos de pensar em comida o tempo todo caíram de 62% para 16% durante o tratamento;
    • Cerca de 64% relataram melhora da saúde mental;
    • Quase 80% disseram ter uma relação mais equilibrada com os hábitos alimentares;
    • Outros estudos apontam menos fome, saciedade mais rápida e até mudanças no paladar.

    Como isso pode acontecer

    O mecanismo exato ainda está sendo estudado, mas sabe-se que os agonistas de GLP-1 atuam tanto no estômago quanto no cérebro:

    • Aumentam a saciedade;
    • Retardam o esvaziamento gástrico;
    • Reduzem a fome e, junto com ela, os pensamentos constantes sobre comida.

    Quem sofre com ruído alimentar?

    • Pessoas com sobrepeso ou obesidade;
    • Quem utiliza a comida como alívio emocional (estresse, tédio, recompensa);
    • Quem faz dietas muito restritivas, que tendem a aumentar ainda mais os pensamentos sobre comida.

    Estratégias além da medicação

    Mesmo quando a pessoa usa agonistas de GLP-1, outras estratégias ajudam a reduzir o ruído alimentar — e são especialmente importantes após o fim do tratamento:

    • Alimentação consciente (mindful eating): comer com atenção plena ajuda a reconhecer os sinais reais de fome e saciedade;
    • Identificar gatilhos emocionais: entender se o ruído aparece mais em momentos de estresse, tédio ou após dietas restritivas;
    • Atividade física e técnicas de relaxamento: ajudam a reduzir o foco constante em comida;
    • Evitar dietas radicais: proibições rígidas aumentam o desejo e o pensamento obsessivo;
    • Psicoterapia: auxilia no manejo das emoções e no controle dos pensamentos alimentares.

    Leia também: Ela perdeu 25 kg: ‘Minha relação com o corpo e saúde antes do emagrecimento era das piores’

    Perguntas frequentes sobre ruído alimentar (food noise)

    1. O que significa ruído alimentar?

    É o barulho mental ou os pensamentos repetitivos sobre comida, mesmo sem fome física.

    2. Semaglutida ou tirzepatida podem ajudar?

    Sim. Muitos usuários relatam redução do ruído alimentar, mas o efeito varia e o uso deve ser orientado por um médico.

    3. Quem não usa esses medicamentos pode melhorar?

    Sim. Estratégias como alimentação consciente, psicoterapia, gestão do estresse e acompanhamento profissional são eficazes.

    4. Ruído alimentar é o mesmo que fome emocional?

    São conceitos relacionados, mas diferentes. A fome emocional é comer pela emoção; o ruído alimentar é pensar em comida o tempo todo.

    5. Posso ter ruído alimentar sem perceber?

    Sim. Muitas pessoas acham normal pensar exageradamente em comida e só identificam o padrão ao buscar ajuda.

    6. O GLP-1 sempre “silencia” o ruído alimentar?

    Não. O efeito varia conforme cada organismo.

    7. Quando devo procurar ajuda profissional?

    Quando os pensamentos sobre comida atrapalham seu dia, seu humor, sua alimentação ou sua saúde emocional.

    Veja também: Fome emocional: o que é, sintomas e como controlar

  • Papanicolau: o exame que ajuda a prevenir o câncer de colo do útero 

    Papanicolau: o exame que ajuda a prevenir o câncer de colo do útero 

    A colpocitologia oncótica, conhecida popularmente como exame de Papanicolau, é um dos testes mais importantes da saúde feminina. Simples, rápido e amplamente disponível no SUS, ele permite detectar alterações celulares no colo do útero antes mesmo que se tornem lesões pré-cancerosas. Ou seja: é um exame que salva vidas.

    Mesmo sendo um procedimento essencial e de fácil acesso, muitas mulheres ainda têm dúvidas ou deixam de fazê-lo com regularidade. Entender como ele funciona e por que é tão valioso é o primeiro passo para manter a prevenção em dia.

    Como é feito o exame?

    O Papanicolau é rápido e, na maioria das vezes, indolor. Durante a consulta:

    • A mulher se deita na maca ginecológica;
    • O profissional introduz um espéculo, que permite visualizar o colo do útero;
    • Com uma escovinha e uma espátula, coleta amostras de células do colo do útero e da vagina;
    • O material é colocado em lâmina ou em meio líquido e enviado ao laboratório.

    Todo o processo leva poucos minutos e é muito seguro.

    Tipos de exame

    Existem duas formas principais de realizar a colpocitologia:

    • Citologia convencional: as células coletadas são depositadas diretamente em uma lâmina de vidro. É o modelo oferecido pelo SUS;
    • Citologia em meio líquido: as células são colocadas em uma solução conservante, o que melhora a qualidade da amostra e permite testes complementares, como o de HPV.

    Ambos têm o mesmo objetivo: identificar precocemente alterações que podem evoluir para câncer.

    O que o exame detecta?

    O Papanicolau pode identificar:

    • Infecções (candidíase, vaginose, tricomoníase);
    • Inflamações;
    • Presença de HPV;
    • Alterações celulares pré-cancerosas.

    A detecção precoce permite tratamentos mais simples, eficazes e menos invasivos.

    Quando fazer o exame

    Segundo o Ministério da Saúde, devem fazer o exame:

    • Mulheres entre 25 e 64 anos que já tiveram relação sexual;
    • A cada três anos, após dois exames anuais consecutivos normais.

    Mesmo após a menopausa, o exame continua essencial.

    Precisa de preparo?

    Sim. Alguns cuidados deixam o resultado mais confiável:

    • Evitar relações sexuais nas 72 horas anteriores;
    • Não usar duchas, cremes ou medicamentos vaginais no período;
    • Evitar realizar o exame durante a menstruação.

    O que significam os resultados?

    Os resultados podem ser:

    • Normal — sem alterações;
    • Alterações benignas — inflamações ou infecções;
    • Alterações suspeitas — células anormais que exigem investigação.

    A classificação segue o Sistema Bethesda, que organiza desde pequenas alterações até lesões de alto grau ou câncer.

    Quando há alterações, o médico pode solicitar repetição do exame, colposcopia ou teste de HPV.

    Por que o exame é tão importante?

    O câncer do colo do útero é um dos tumores mais preveníveis. Com o Papanicolau, é possível identificar alterações antes que evoluam, permitindo tratamento precoce e evitando casos graves.

    É uma ferramenta barata, acessível e extremamente eficaz na prevenção.

    Leia mais: Odor vaginal: quando é normal, sinais de alerta e cuidados

    Perguntas frequentes sobre o exame de Papanicolau

    1. O exame de Papanicolau dói?

    Geralmente não. Pode haver leve desconforto, mas o procedimento é rápido.

    2. Mulheres virgens podem fazer o exame?

    Em geral, ele é recomendado apenas para quem já iniciou atividade sexual. Em casos específicos, o médico pode avaliar a necessidade.

    3. Menstruação atrapalha o exame?

    Sim. O ideal é fazer fora do período menstrual para melhorar a análise das células.

    4. O exame detecta todas as infecções?

    Ele identifica algumas infecções vaginais, mas não substitui testes específicos para ISTs.

    5. Fiz histerectomia. Ainda preciso fazer Papanicolau?

    Depende do tipo de cirurgia e se o colo do útero foi removido. O médico orientará conforme o caso.

    6. Posso fazer o exame grávida?

    Sim. O exame é seguro durante a gestação.

    7. O exame substitui a vacina contra HPV?

    Não. A vacina e o Papanicolau se complementam na prevenção do câncer do colo do útero.

    Leia também: Exame preventivo ginecológico: o que é e quando fazer

  • Apendicite aguda: como reconhecer os sintomas e quando correr para o hospital 

    Apendicite aguda: como reconhecer os sintomas e quando correr para o hospital 

    A apendicite aguda é uma das emergências abdominais mais frequentes no mundo e uma das principais causas de cirurgia de urgência. Ela acontece quando o apêndice, um pequeno tubo localizado no lado inferior direito do abdome, inflama rapidamente, o que provoca dor e risco de complicações graves se não for tratada a tempo.

    Embora possa ocorrer em qualquer idade, é mais comum entre os 5 e 45 anos, especialmente em jovens adultos. Reconhecer os sinais cedo e buscar atendimento médico imediato faz toda a diferença para evitar a evolução para quadros graves, como perfuração e infecção generalizada.

    Por que a apendicite acontece

    A apendicite geralmente começa quando o interior do apêndice (o lúmen) fica obstruído, dificultando a saída do muco produzido no local. Várias situações podem causar essa obstrução:

    • Fecalitos (fezes endurecidas);
    • Aumento do tecido linfático;
    • Parasitas;
    • Pequenos tumores.

    Quando o conteúdo não consegue sair, aumenta a pressão dentro do apêndice. Isso prejudica a circulação de sangue e oxigênio no tecido, levando à inflamação, infecção e até necrose.

    Além disso, bactérias do intestino podem se multiplicar no local, agravando o quadro. Se não for tratada rapidamente, o apêndice pode romper, liberando pus e bactérias na cavidade abdominal — uma situação grave chamada peritonite.

    Quem pode ter apendicite

    A apendicite pode ocorrer em qualquer pessoa, mas é um pouco mais frequente em homens.

    • Crianças: costuma estar ligada ao aumento do tecido linfático do apêndice;
    • Adultos: o mais comum é o bloqueio por fezes endurecidas ou pequenas massas benignas.

    O que acontece no corpo durante a apendicite

    No início, a dor costuma ser difusa, muitas vezes em volta do umbigo. Com o avanço da inflamação, ela se desloca e se intensifica no lado inferior direito do abdome, onde o apêndice está localizado.

    Outras manifestações são:

    • Febre;
    • Náuseas e vômitos;
    • Falta de apetite;
    • Inchaço abdominal;
    • Mal-estar geral.

    Em quadros graves, pode haver formação de abscesso ou perfuração, aumentando muito o risco de complicações.

    Sinais e sintomas

    Os sinais mais típicos de apendicite são:

    • Dor abdominal que começa perto do umbigo e migra para o lado inferior direito;
    • Náuseas e vômitos;
    • Febre leve a moderada;
    • Falta de apetite;
    • Inchaço ou desconforto abdominal;
    • Diarreia ou constipação.

    Crianças pequenas e idosos podem ter sintomas menos típicos, o que dificulta o diagnóstico e torna a avaliação médica ainda mais importante.

    Como é feito o diagnóstico

    O diagnóstico começa com um exame clínico detalhado. O médico pressiona áreas específicas do abdome para avaliar sensibilidade, como no ponto de McBurney, localizado entre o umbigo e o quadril direito.

    Exames complementares ajudam a confirmar:

    • Exames de sangue: detectam sinais de infecção;
    • Ultrassom abdominal: útil especialmente em crianças e gestantes;
    • Tomografia computadorizada (TC): é o exame mais preciso para identificar inflamação e complicações;
    • Ressonância magnética: usada em casos selecionados.

    Esses exames permitem diferenciar apendicite simples (não complicada) de casos graves (com pus, perfuração ou abscesso).

    Tratamento da apendicite

    O tratamento clássico é a cirurgia para retirada do apêndice, chamada apendicectomia.

    Hoje, a técnica mais utilizada é a laparoscopia, que faz pequenas incisões e usa uma câmera para guiar o procedimento. Isso reduz a dor pós-operatória e acelera a recuperação.

    Tratamento com antibióticos

    Estudos recentes sugerem que alguns casos leves (sem perfuração) podem ser tratados apenas com antibióticos, evitando a cirurgia. Mas isso só é indicado quando:

    • Exames de imagem confirmam que não houve rompimento;
    • Não há pus ou complicações;
    • O paciente tem acompanhamento médico rigoroso.

    Ainda há debate sobre essa abordagem, e ela não substitui a cirurgia em casos moderados ou graves.

    Casos complicados

    Se houver perfuração, abscesso ou peritonite, o tratamento cirúrgico é obrigatório. Pode ser necessário:

    • Uso de drenos;
    • Antibióticos mais potentes;
    • Internação prolongada.

    Recuperação e cuidados após o tratamento

    A recuperação varia conforme a gravidade e o tipo de tratamento.

    Após cirurgia laparoscópica, a alta costuma ocorrer em poucos dias e a dor tende a ser leve e melhora rapidamente.

    Cuidados recomendados:

    • Evitar esforço físico intenso nas primeiras semanas;
    • Manter alimentação leve;
    • Usar os medicamentos prescritos corretamente;
    • Retornar às consultas de acompanhamento.

    Quando procurar ajuda médica

    Procure atendimento urgente se houver:

    • Dor abdominal que piora rapidamente;
    • Dor que começa no umbigo e migra para o lado direito;
    • Febre com dor abdominal;
    • Náuseas e vômitos persistentes;
    • Dificuldade para andar ou se mexer devido à dor.

    A apendicite é comum, mas pode evoluir rapidamente. A avaliação precoce evita complicações e salva vidas.

    Veja mais: Quando a dor nas costas pode ser preocupante? Entenda os sinais de alerta

    Perguntas frequentes sobre apendicite

    1. A apendicite pode melhorar sozinha?

    Não. Sem tratamento, o risco de perfuração é alto.

    2. Toda dor do lado direito é apendicite?

    Não. Outras condições podem causar dor nessa região, por isso é importante avaliação médica.

    3. Após tirar o apêndice, posso ter problemas digestivos?

    Não. A vida segue normalmente, sem impacto na digestão.

    4. Crianças pequenas têm sintomas diferentes?

    Sim, muitas vezes menos típicos, o que dificulta o diagnóstico.

    5. Antibiótico pode substituir a cirurgia?

    Em alguns casos muito leves, sim, mas apenas com confirmação por exames e acompanhamento médico rigoroso.

    6. O apêndice pode inflamar mais de uma vez?

    Não. Uma vez removido, não volta a inflamar.

    7. Quanto tempo demora para voltar às atividades normais?

    Geralmente de 1 a 3 semanas após cirurgia por via laparoscópica.

    Leia mais: Dor abdominal: quais podem ser as causas desse sintoma tão frequente?

  • Alopécia androgenética: o que é e por que acontece 

    Alopécia androgenética: o que é e por que acontece 

    A queda de cabelo padrão, também chamada de alopécia androgenética, é o tipo mais comum de perda capilar tanto em homens quanto em mulheres. Ela costuma aparecer aos poucos e provoca um afinamento progressivo dos fios, até que os cabelos mais grossos se transformam em fios cada vez mais delicados.

    Embora seja uma condição benigna, o impacto emocional pode ser grande. Muitas pessoas relatam desconforto com a própria aparência, dificuldade de aceitar as mudanças e até prejuízo na autoestima. A boa notícia é que hoje existem diversas opções de tratamento que ajudam a estabilizar a queda e recuperar a densidade dos fios.

    Causas genéticas e hormonais

    A alopécia androgenética tem forte influência genética, mas a manifestação varia de pessoa para pessoa. Isso acontece porque ela envolve vários genes e porque fatores epigenéticos — pequenas mudanças no modo como os genes se expressam — também podem desempenhar papel importante.

    Nos homens, há uma relação clara com o gene do receptor de andrógeno (AR). Esse receptor responde aos hormônios masculinos, especialmente à di-hidrotestosterona (DHT), um derivado da testosterona com maior afinidade pelos receptores. A ligação da DHT desencadeia uma cascata de sinais que leva ao afinamento dos fios.

    Já nas mulheres, a situação é mais complexa. A genética tem papel importante, mas podem existir influências hormonais e metabólicas ainda não totalmente compreendidas.

    Como a queda evolui e as diferenças entre homens e mulheres

    A alopécia androgenética é uma condição progressiva. Sem tratamento, tende a avançar ao longo dos anos, embora o couro cabeludo permaneça saudável, sem inflamação ou descamação.

    Nos homens

    • O início geralmente ocorre após a puberdade;
    • As áreas mais afetadas são a frente, as têmporas e o topo da cabeça (vértex);
    • Esse padrão é dividido em estágios pela escala de Hamilton-Norwood.

    Nas mulheres

    • A queda é mais difusa, principalmente na região central e superior do couro cabeludo;
    • A linha frontal costuma ser preservada;
    • A perda total dos fios é rara, mas há redução importante da densidade.

    Diagnóstico: como saber se é queda de cabelo padrão

    O diagnóstico é feito por um dermatologista, com base na história clínica, no exame físico e na análise da distribuição da rarefação capilar.

    O médico pode:

    • Avaliar o histórico familiar;
    • Examinar hábitos de vida (alimentação, estresse, medicamentos);
    • Usar um dermatoscópio, que amplia os fios e identifica miniaturização;
    • Solicitar exames de sangue para avaliar hormônios, função da tireoide, níveis de ferro e vitaminas (especialmente em mulheres).

    Em casos duvidosos, uma biópsia do couro cabeludo pode ser indicada para confirmar o diagnóstico.

    Tratamento: o que pode ser feito

    O tratamento deve ser individualizado, considerando a causa, o grau da queda e o perfil do paciente. O objetivo é interromper a progressão e estimular o crescimento de novos fios.

    As principais opções são:

    1. Medicamentos tópicos

    São aplicados diretamente no couro cabeludo e ajudam a melhorar a circulação local e estimular o folículo.

    2. Medicamentos orais

    Devem ser usados somente com orientação médica, pois exigem acompanhamento e podem ter efeitos colaterais.

    3. Terapias complementares

    Podem potencializar os resultados, como:

    • Microagulhamento com fatores de crescimento;
    • Laser de baixa intensidade;
    • PRP (plasma rico em plaquetas), que utiliza substâncias presentes no próprio sangue do paciente.

    4. Transplante capilar

    Indicado quando a perda é extensa. Fios da região da nuca — mais resistentes à queda — são transplantados para áreas calvas. Os resultados são naturais e duradouros quando o procedimento é realizado por especialistas.

    Cuidados diários que fazem diferença

    Além dos tratamentos, pequenos hábitos ajudam a proteger os fios:

    • Mantenha uma alimentação equilibrada;
    • Reduza o estresse sempre que possível;
    • Lave adequadamente o couro cabeludo;
    • Evite penteados muito apertados;
    • Não interrompa o tratamento sem orientação, pois a queda pode voltar.

    Aspectos emocionais

    A perda de cabelo pode afetar muito mais do que a aparência. Muitas pessoas relatam baixa autoestima, insegurança, estresse e isolamento social. O acompanhamento médico e, quando necessário, apoio psicológico fazem parte de um tratamento completo e humanizado.

    Confira: Queda de cabelo ou alopecia? Saiba quando investigar

    Perguntas frequentes sobre queda de cabelo padrão

    1. A queda de cabelo padrão tem cura?

    Não, mas pode ser controlada. Os tratamentos estabilizam a queda e estimulam o crescimento.

    2. A queda de cabelo em mulheres é igual à dos homens?

    Não. Nas mulheres, a queda é mais difusa e a linha frontal geralmente é preservada.

    3. Estresse causa queda de cabelo padrão?

    O estresse não causa a alopécia androgenética, mas pode piorar a queda.

    4. Transplante capilar resolve definitivamente?

    Ele melhora muito a densidade, mas a tendência genética continua. Por isso, o tratamento deve ser mantido.

    5. Vitaminas ajudam na queda de cabelo padrão?

    Ajudam apenas se houver deficiência. Por isso, exames podem ser necessários.

    6. O uso de boné provoca calvície?

    Não. Bonés não causam queda de cabelo.

    7. Quanto tempo leva para o tratamento fazer efeito?

    Em geral, de 3 a 6 meses para notar melhora, dependendo do tratamento escolhido.

    Veja mais: Queda de cabelo: o que causa e quando é preocupante?

  • Rotavírus: o que é, como se manifesta e por que a vacina é tão importante 

    Rotavírus: o que é, como se manifesta e por que a vacina é tão importante 

    O rotavírus continua sendo uma das principais causas de diarreia grave em bebês e crianças pequenas. Mesmo com a ampliação das campanhas de vacinação, ele ainda provoca milhares de internações todos os anos, principalmente em regiões com menor acesso a saneamento básico, água tratada e atendimento médico rápido.

    A doença costuma surgir de forma repentina e pode evoluir rapidamente para desidratação — que é o grande risco para os pequenos. Porém, há uma vacina disponível no SUS que é muito eficaz e faz toda a diferença para evitar formas graves e salvar vidas.

    O que é o rotavírus e como ele é transmitido

    O nome rotavírus vem do formato de roda observado ao microscópio. Ele infecta principalmente o intestino delgado, provoca inflamação e leva à perda importante de líquido e sais minerais.

    A transmissão ocorre pela via fecal-oral, ou seja, quando partículas microscópicas de fezes contaminadas entram em contato com a boca.

    Isso pode acontecer por meio de:

    • Mãos sujas, especialmente após trocar fraldas ou usar o banheiro;
    • Brinquedos, objetos e superfícies contaminadas;
    • Alimentos ou água contaminados.

    Por isso, higiene das mãos e água tratada são medidas essenciais para prevenir a doença.

    Quem pode pegar o vírus

    O rotavírus é muito contagioso e está presente no mundo todo.

    • A maioria das crianças é infectada pelo menos uma vez até os 5 anos;
    • Em países com vacinação ampla, os casos graves diminuíram muito;
    • Em regiões mais pobres, ainda é uma das principais causas de morte por diarreia infantil, especialmente por conta da desnutrição e da falta de acesso rápido ao atendimento.

    Sintomas

    Os sintomas do rotavírus costumam aparecer entre 1 e 3 dias após o contágio e geralmente começam de forma abrupta.

    Os sinais mais comuns são:

    • Diarreia intensa, aquosa e frequente;
    • Febre;
    • Vômitos;
    • Cansaço, irritabilidade e mal-estar.

    Sinais de alarme de possível desidratação:

    • Boca seca;
    • Olhos fundos;
    • Urina escassa;
    • Sonolência ou letargia.

    A doença costuma durar de 5 a 7 dias, mas pode evoluir rápido em bebês. Por isso, a vigilância dos sinais de desidratação é fundamental.

    Diagnóstico

    Na maioria dos casos, o diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas e na avaliação física. Em situações específicas, o médico pode pedir exame de fezes para confirmar a presença do vírus.

    Tratamento

    Não existe um medicamento que elimine o rotavírus. O foco do tratamento é evitar a desidratação.

    As principais medidas são:

    • Soro de reidratação oral (caseiro ou industrializado);
    • Alimentação leve;
    • Repouso;
    • Evitar remédios para diarreia e vômitos sem orientação médica.

    Nos casos graves, quando a hidratação oral não é suficiente, é necessária internação para hidratação na veia.

    Estudos mostram que probióticos e suplementação de zinco podem ajudar na recuperação, especialmente em crianças pequenas.

    Prevenção: por que a vacina é tão importante

    A vacina contra o rotavírus é a principal forma de prevenção e reduz drasticamente o risco de diarreia grave, internação e óbitos. Ela é oral (pingos administrados na boca) e aplicada aos 2 e 4 meses de idade no SUS.

    Além da vacinação, outras medidas de proteção são:

    • Lavar bem as mãos com água e sabão;
    • Usar água filtrada, fervida ou tratada;
    • Lavar frutas, verduras e utensílios corretamente;
    • Manter superfícies limpas, especialmente onde há crianças pequenas.

    Veja também: Criança engoliu um objeto? Veja o que fazer imediatamente

    Perguntas frequentes sobre rotavírus

    1. Adultos podem pegar rotavírus?

    Sim, mas em geral apresentam quadros mais leves.

    2. A vacina impede totalmente a infecção?

    Ela pode não impedir todos os casos, mas reduz muito a gravidade e praticamente elimina o risco de formas graves.

    3. É perigoso oferecer soro caseiro?

    Não, desde que preparado corretamente. No SUS, o soro industrializado é preferível e pode ser retirado gratuitamente em postos de saúde.

    4. Criança com diarreia pode continuar comendo?

    Sim. A alimentação deve ser mantida, respeitando os sinais de apetite da criança.

    5. Quando devo procurar atendimento urgente?

    Se houver sinais de desidratação, vômitos persistentes, pouca urina ou letargia.

    6. É possível pegar rotavírus mais de uma vez?

    Sim. Existem diferentes tipos de rotavírus, e a imunidade não é totalmente duradoura.

    7. Probióticos realmente ajudam?

    Estudos mostram que podem acelerar a recuperação nesses quadros.

    Veja também: Diarreia: o que pode estar por trás desse sintoma tão comum