Autor: Dra. Juliana Soares

  • Rubéola: sintomas, prevenção e por que a vacina é tão importante 

    Rubéola: sintomas, prevenção e por que a vacina é tão importante 

    Embora hoje seja considerada rara graças à vacinação, a rubéola ainda merece atenção — sobretudo entre mulheres em idade fértil e gestantes. Causada por um vírus de fácil transmissão, costuma se manifestar com febre baixa e manchas vermelhas na pele, lembrando um resfriado leve. Na maioria das vezes, a recuperação é rápida e sem complicações.

    O alerta maior é para a infecção durante a gravidez: o vírus pode atravessar a placenta e causar malformações graves no feto (Síndrome da Rubéola Congênita — SRC). Por isso, a vacinação segue sendo a principal forma de prevenção, protegendo gestantes e bebês.

    O que é rubéola

    A rubéola (também chamada de “sarampo alemão”) é uma doença viral aguda e contagiosa, do grupo das doenças exantemáticas (com manchas avermelhadas na pele). Em crianças, tende a ser leve e autolimitada; já na gestação pode provocar complicações graves ao feto, como malformações, abortamento ou natimorto — motivo pelo qual a prevenção por vacina é essencial.

    Período de incubação e contágio

    • Incubação: geralmente 17 dias (variando de 12 a 23 dias).
    • Transmissibilidade: de 5 a 7 dias antes e depois do surgimento das manchas.

    Isso significa que a pessoa pode transmitir o vírus antes de ter sintomas, facilitando a disseminação.

    Como ocorre a transmissão

    Causada pelo Rubivirus, a rubéola é transmitida por secreções respiratórias (saliva, gotículas ao tossir, falar ou respirar). O contágio ocorre de cerca de 5 dias antes até 7 dias depois do aparecimento das manchas — com pico entre 2 dias antes e 2 dias depois do exantema.

    Principais sintomas da rubéola

    Os sintomas costumam ser leves e ocorrem em duas fases:

    1. Fase prodrômica (antes das manchas)

    • Febre baixa e mal-estar;
    • Linfonodos aumentados (atrás da orelha, nuca e pescoço);
    • Dor de cabeça, coriza e dor de garganta.

    2. Fase exantemática (com manchas)

    • Exantema maculopapular rubeoliforme: manchas avermelhadas que surgem na face e pescoço e se espalham para tronco e membros; duram 3 a 5 dias, desaparecendo sem descamação;
    • Manchas rosadas puntiformes no céu da boca.

    Diagnóstico da rubéola

    É clínico e laboratorial, para diferenciar de outras doenças exantemáticas:

    • Sorologia (IgM e IgG): indica infecção recente ou imunidade prévia;
    • PCR para rubéola: em secreções de orofaringe/nasal ou urina.

    Tratamento da rubéola

    Não há antiviral específico. O manejo é sintomático:

    • Repouso e hidratação adequada;
    • Antitérmicos/analgésicos leves (ex.: paracetamol);
    • Anti-inflamatórios (apenas com prescrição) para dores articulares.

    Prevenção: a importância da vacina

    A tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) é segura e disponível no SUS.

    • 12 meses: 1ª dose;
    • 15 meses: 2ª dose;
    • Adolescentes e adultos até 29 anos: duas doses;
    • 30 a 59 anos: uma dose;
    • Profissionais de saúde: duas doses, independentemente da idade.

    Gestantes não devem ser vacinadas durante a gravidez; a imunização deve ocorrer antes da gestação ou logo após o parto.

    Cuidados e prevenção da transmissão

    • Lavar as mãos com frequência e evitar contato próximo com doentes;
    • Cobrir boca e nariz ao tossir/espirrar;
    • Manter ambientes ventilados;
    • Em suspeita de rubéola, evitar locais públicos até liberação médica.

    Por que a rubéola é perigosa na gravidez

    Na gestação — especialmente no 1º trimestre — o vírus pode atravessar a placenta e causar a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), com possíveis:

    • Surdez (mais comum);
    • Defeitos cardíacos (PCA, estenose pulmonar, defeitos do septo);
    • Lesões oculares (catarata, retinopatia, microftalmia, coriorretinite);
    • Alterações neurológicas (microcefalia, atraso do desenvolvimento, distúrbios de comportamento);
    • Problemas hematológicos (anemia, petéquias);
    • Baixo peso ao nascer, hepatoesplenomegalia;
    • Alterações endócrinas (diabetes tipo 1, doenças da tireoide).

    No pré-natal, a triagem sorológica é obrigatória e pode ser repetida. Se houver suspeita de infecção fetal, exames complementares (sangue/líquido amniótico) podem ser indicados. O acompanhamento é individualizado.

    Confira: Calendário de vacinas para adultos: quais doses você não pode esquecer

    Cuidados depois do nascimento

    Recém-nascidos com rubéola congênita devem permanecer em isolamento e seguimento regular: podem eliminar o vírus por até 1 ano e são contagiosos nesse período.

    Perguntas frequentes sobre rubéola

    1. O que é a rubéola?

    É uma doença viral contagiosa com manchas avermelhadas na pele e evolução geralmente leve — exceto em gestantes.

    2. Como a rubéola é transmitida?

    Por gotículas respiratórias (saliva, espirros, tosse), principalmente nos dias próximos ao aparecimento das manchas.

    3. Quais são os primeiros sintomas?

    Febre baixa, mal-estar, ínguas atrás da orelha/nuca/pescoço e, depois, manchas vermelhas no corpo.

    4. A rubéola tem tratamento?

    Não há antiviral específico. O tratamento é de suporte (repouso, hidratação e medicamentos leves para febre/dor).

    5. Como prevenir?

    Com a vacina tríplice viral, disponível gratuitamente no SUS.

    6. Por que é perigosa na gravidez?

    Pelo risco de Síndrome da Rubéola Congênita, com malformações, surdez, defeitos cardíacos e outras complicações graves.

    7. Gestantes podem tomar a vacina?

    Não durante a gestação. A imunização deve ocorrer antes de engravidar ou após o parto, conforme orientação médica.

    Leia mais: 7 cuidados que você deve ter antes de engravidar

  • Forame Oval Patente: a pequena abertura no coração que pode causar AVC

    Forame Oval Patente: a pequena abertura no coração que pode causar AVC

    Durante a gestação, o bebê recebe oxigênio através do sangue da mãe, via placenta — e não pelos pulmões. Para que essa circulação funcione bem, existe uma pequena abertura natural no coração fetal chamada forame oval, que liga as duas câmaras superiores do coração (os átrios).

    Depois do nascimento, essa abertura normalmente se fecha sozinha. No entanto, em até 25% das pessoas, ela permanece aberta ao longo da vida — condição conhecida como forame oval patente. Na maioria dos casos, isso não traz problemas e a pessoa vive sem sintomas.

    Em algumas situações específicas, no entanto, o forame oval patente pode estar relacionado a um tipo de acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico.

    O que é o forame oval patente

    O forame oval patente é uma pequena comunicação entre os átrios direito e esquerdo do coração que, em algumas pessoas, não se fecha completamente após o nascimento. Geralmente, quem tem essa condição não apresenta sintomas e não precisa de tratamento.

    Em casos específicos — especialmente quando há histórico de AVC sem causa aparente — o forame oval patente pode ter papel importante e precisa ser investigado.

    Qual é a relação entre o forame oval patente e o AVC?

    Em algumas pessoas, o forame oval patente pode funcionar como uma “porta” para a passagem de pequenos coágulos no sangue.

    Normalmente, esses coágulos seriam filtrados pelos pulmões antes de chegar ao cérebro. Porém, quando o forame oval permanece aberto, o coágulo pode passar diretamente do lado direito para o esquerdo do coração e seguir até o cérebro, provocando um AVC isquêmico.

    Quando ocorre um AVC sem causa aparente, mesmo após exames detalhados, ele é chamado de AVC criptogênico — e o forame oval patente pode estar entre os fatores envolvidos.

    Quem tem mais risco

    O forame oval patente costuma ser identificado com mais frequência em pessoas jovens (entre 25 e 45 anos) que tiveram um AVC sem causa definida. O risco aumenta quando:

    • O forame oval patente é grande ou tem alta condutância (a passagem de sangue entre os átrios é significativa);
    • Há alterações no septo, a parede que separa os átrios;
    • Existem outros fatores de coagulação associados.

    Mesmo assim, é importante lembrar que nem todo AVC em quem tem forame oval patente é causado por ele. Muitas vezes, o achado é apenas uma coincidência.

    Como o forame oval patente é diagnosticado

    O principal exame é o ecocardiograma com microbolhas — um tipo de ultrassom do coração em que se injetam microbolhas na veia para observar se elas passam de um lado para o outro do órgão.

    O exame pode ser feito de duas formas:

    • Ecocardiograma transtorácico: realizado pelo tórax;
    • Ecocardiograma transesofágico: feito com uma sonda pelo esôfago, oferecendo imagens mais detalhadas.

    Outro exame útil é o ultrassom transcraniano com microbolhas, que permite observar o fluxo sanguíneo no cérebro e confirmar a passagem anormal das microbolhas — sinal de forame oval patente.

    Outros exames complementares podem ser necessários, como:

    • Ressonância magnética ou tomografia do cérebro;
    • Monitoramento cardíaco para descartar arritmias;
    • Exames de sangue para avaliar coagulação e identificar possíveis trombofilias (condições que favorecem a formação de coágulos).

    Tratamento do forame oval patente

    As opções variam conforme o caso e a avaliação médica. Veja as principais abordagens:

    1. Tratamento com remédios

    • Antiplaquetários: ajudam a reduzir a chance de novos coágulos;
    • Anticoagulantes: indicados em casos específicos, sempre sob acompanhamento médico.

    2. Fechamento do forame oval patente com dispositivo

    É um procedimento feito por cateterismo cardíaco, sem necessidade de cirurgia aberta. Um pequeno dispositivo semelhante a um tampão é colocado no forame para fechá-lo e impedir a passagem de coágulos.

    Esse tipo de tratamento é geralmente indicado para:

    • Pessoas com menos de 60 anos;
    • Casos de AVC criptogênico;
    • Forame oval patente considerado de alto risco;
    • Pacientes em bom estado de saúde geral.

    3. Acompanhamento médico

    Nem todo forame oval patente precisa ser fechado. Em muitos casos, o médico opta apenas por tratamento medicamentoso e acompanhamento periódico. Mesmo após o fechamento, é importante manter o seguimento com cardiologista e neurologista, especialmente nos primeiros meses.

    Pontos importantes

    • O fechamento pode reduzir o risco de novos AVCs em pessoas selecionadas, mas também traz riscos, como arritmias e complicações do cateterismo;
    • A decisão sobre o tratamento deve ser individualizada e tomada por uma equipe multidisciplinar (cardiologista, neurologista e hematologista);
    • O acompanhamento médico regular é essencial para avaliar riscos e benefícios de cada abordagem.

    Confira: Suspeita de infarto: conheça os erros que colocam vidas em risco e saiba como agir

    Perguntas frequentes sobre forame oval patente

    1. O que é o forame oval patente?

    É uma pequena abertura entre os átrios do coração que, em algumas pessoas, não se fecha completamente após o nascimento.

    2. Ter forame oval patente é perigoso?

    Na maioria das pessoas, não. A condição costuma ser benigna e não requer tratamento.

    3. Qual a relação entre forame oval patente e AVC?

    Em casos raros, o forame oval patente pode permitir que pequenos coágulos passem do coração para o cérebro, provocando um AVC isquêmico.

    4. Todo mundo com forame oval patente precisa fechar essa abertura?

    Não. O fechamento é indicado apenas em casos específicos, após avaliação de uma equipe médica.

    5. Como saber se eu tenho forame oval patente?

    O diagnóstico é feito por meio do ecocardiograma com microbolhas, um exame simples e seguro.

    6. O fechamento do forame oval patente elimina totalmente o risco de AVC?

    Não, mas reduz o risco em pessoas selecionadas. O acompanhamento médico continua sendo indispensável.

    7. O forame oval patente tem cura?

    Sim. Quando o fechamento é indicado e realizado, o forame é corrigido permanentemente, impedindo a passagem anormal de coágulos.

    Leia mais: Potássio ajuda a reduzir a pressão alta? Cardiologista explica

  • Vitamina B3: o que essa vitamina faz pelo seu corpo 

    Vitamina B3: o que essa vitamina faz pelo seu corpo 

    A vitamina B3, também conhecida como niacina, é bem importante para o organismo. Ela participa da produção de energia, ajuda a manter o sistema nervoso funcionando bem, colabora na regeneração da pele e ainda pode contribuir para equilibrar os níveis de colesterol.

    Presente em alimentos do dia a dia, quando falta vitamina B3, o organismo sente: surgem cansaço, feridas na pele, alterações de humor e até sintomas neurológicos. Por outro lado, manter um bom aporte dessa vitamina é uma forma simples de cuidar da energia, da mente e até da aparência. Venha entender mais.

    O que é a vitamina B3

    A vitamina B3, também chamada de niacina, faz parte do grupo das vitaminas do complexo B e é solúvel em água. No corpo, ela participa da produção de energia, ajuda em reações que regulam o metabolismo de gorduras e colesterol, na reparação das células e ainda é importante para ajudar na proteção contra os radicais livres, que aceleram o envelhecimento celular.

    Por ser solúvel em água, o excesso de niacina é eliminado pela urina, o que torna importante obtê-la regularmente por meio da alimentação.

    Para que serve a vitamina B3

    A niacina realiza várias funções no organismo:

    • Produção de energia: participa do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas;
    • Saúde da pele e mucosas: auxilia na regeneração celular e protege a pele;
    • Função cerebral e nervosa: contribui para o funcionamento do sistema nervoso;
    • Lipídeos sanguíneos: em doses terapêuticas, pode elevar o HDL (“bom”) e reduzir triglicérides;
    • Ação antioxidante: ajuda no combate ao estresse oxidativo;
    • Suporte hormonal: participa de reações ligadas ao metabolismo energético necessário à síntese de hormônios esteroides.

    Sintomas de deficiência

    Quando não há ingestão suficiente de niacina, pode surgir a pelagra, caracterizada por:

    • Dermatite: lesões cutâneas nas áreas expostas ao sol;
    • Diarreia;
    • Demência (comprometimento cognitivo);
    • Morte, em casos extremos não tratados.

    Outros sinais possíveis incluem:

    • Cansaço e fraqueza;
    • Perda de apetite;
    • Lesões na boca ou na língua;
    • Transtornos digestivos.

    Onde encontrar vitamina B3 (niacina)

    A niacina está presente em muitos alimentos. Boas fontes incluem:

    • Origem animal: carnes magras, frango, fígado, peixes;
    • Cereais integrais;
    • Leguminosas: feijão, lentilha;
    • Sementes e oleaginosas;
    • Levedo de cerveja;
    • Produtos enriquecidos/fortificados.

    Quanto consumir por dia

    As recomendações variam conforme idade, sexo e condição (gestantes, lactantes). Em adultos saudáveis, uma referência comum é 14 a 16 mg NE (Niacina Equivalente) por dia. Como a vitamina não é armazenada de forma significativa, o consumo regular é importante.

    Suplementação: quando é indicada

    A suplementação pode ser considerada em situações como:

    • Dietas restritas ou com baixa ingestão de proteína;
    • Condições que prejudicam a absorção intestinal;
    • Tratamento de dislipidemias, sob orientação médica e em doses específicas;
    • Deficiências documentadas.

    Lembre-se: doses altas de niacina podem causar rubor, coceira e até impacto hepático — por isso, sempre use sob supervisão profissional.

    Cuidados e curiosidades

    • Em doses terapêuticas (para colesterol), a niacina pode provocar rubor e calor facial como efeito colateral;
    • Nas doses alimentares, é considerada segura e o excesso é eliminado pela urina;
    • É relativamente resistente ao calor e às preparações culinárias comuns.

    Leia também: Vitamina E: importante para proteger células e muito mais

    Perguntas frequentes sobre vitamina B3

    1. Niacina e vitamina B3 são a mesma coisa?

    Sim. Niacina é o nome técnico mais usado; vitamina B3 é o termo comum.

    2. Tomar niacina ajuda no colesterol “bom”?

    Em doses terapêuticas, pode elevar o HDL e reduzir triglicérides, mas deve ser feita apenas com orientação médica.

    3. A deficiência de niacina é frequente?

    É rara em países com boa disponibilidade de alimentos, mas pode ocorrer em dietas restritas ou em casos de má absorção.

    4. Niacina pode causar efeito indesejado?

    Sim. Doses elevadas podem causar rubor, coceira e desconforto gástrico, além de possíveis efeitos hepáticos.

    5. Vegetarianos conseguem niacina suficiente?

    Sim, desde que incluam boas fontes vegetais (leguminosas, grãos integrais), sementes/oleaginosas e alimentos fortificados.

    6. Niacina ajuda em fadiga ou cansaço?

    Contribui para o metabolismo de energia, mas fadiga persistente deve ser investigada por outras causas médicas.

    7. Posso tomar suplemento de vitamina B3 junto com outras vitaminas do complexo B?

    Sim. Muitos suplementos combinam vitaminas do complexo B. Contudo, doses altas de niacina isolada devem ser acompanhadas por profissional de saúde.

    Leia mais: O que acontece no corpo quando falta vitamina A

  • Potássio ajuda a reduzir a pressão alta? Cardiologista explica

    Potássio ajuda a reduzir a pressão alta? Cardiologista explica

    Aliado ao acompanhamento médico, o controle da pressão alta envolve diversas mudanças consistentes no estilo de vida. A alimentação é uma das principais, já que os alimentos têm impacto direto sobre a circulação, o funcionamento do coração e o equilíbrio dos minerais no corpo — em especial, o potássio.

    O mineral, que está presente em grande concentração dentro das células, atua na regulação da pressão arterial ao equilibrar os efeitos do sódio, sendo especialmente importante na dieta de quem convive com a hipertensão. Mas afinal, onde podemos encontrá-lo? Entenda mais, a seguir.

    O que é pressão alta e por que ela é perigosa?

    A pressão alta é uma condição crônica em que os níveis de pressão do sangue nas artérias ficam acima do normal — iguais ou maiores que 140/90 mmHg (14 por 9). Isso significa que o sangue está circulando com mais força do que deveria, o que faz o coração trabalhar mais para bombear o sangue.

    Com o tempo, o esforço constante pode causar danos ao coração, rins, cérebro e olhos, aumentando o risco de AVC, infarto do miocárdio, insuficiência renal e aneurisma arterial.

    O problema é que, na maioria dos casos, a hipertensão não apresenta sintomas e, quando eles surgem, costumam ser inespecíficos — como dor de cabeça, tontura e falta de ar —, o que atrasa o diagnóstico.

    Qual a relação entre potássio e pressão alta?

    O potássio é um mineral essencial encontrado em praticamente todas as células do corpo. Ele participa de funções vitais como o equilíbrio de líquidos, o funcionamento dos músculos e a condução dos impulsos elétricos que fazem o coração bater.

    No caso da pressão alta, a cardiologista Juliana Soares explica que, em uma interação conjunta com o sódio, o potássio atua no equilíbrio da quantidade de líquidos no corpo, influenciando o volume de sangue e, consequentemente, o controle da pressão arterial.

    Além disso, o potássio atua diretamente no relaxamento das paredes dos vasos sanguíneos — processo chamado de vasodilatação —, que melhora o fluxo do sangue e contribui para a redução da pressão arterial.

    Assim, uma dieta rica em alimentos com potássio pode ajudar a manter a pressão sob controle e proteger a saúde do coração. O consumo frequente de frutas, verduras, legumes e leguminosas contribui para níveis adequados do mineral no organismo, promovendo o relaxamento dos vasos e auxiliando na eliminação do excesso de sódio.

    Potássio e sódio precisam estar em equilíbrio

    O bom funcionamento do organismo e a manutenção da pressão arterial dependem, em grande parte, do equilíbrio entre o sódio e o potássio — dois minerais que atuam de forma complementar.

    O sódio é importante para a regulação dos líquidos dentro e fora das células, a transmissão dos impulsos nervosos e a contração muscular, além de manter o volume sanguíneo. No entanto, quando consumido em excesso, ele provoca acúmulo de líquidos, aumentando o volume circulante e a pressão dentro das artérias.

    O potássio, por outro lado, atua de forma inversa, ajudando o corpo a eliminar o excesso de sódio pela urina e reduzindo a retenção de líquidos. Quando os dois estão em quantidades adequadas, o corpo mantém o equilíbrio ideal entre os líquidos, garantindo que o sangue circule com fluidez e sem sobrecarregar o coração.

    Esse equilíbrio também é essencial para o funcionamento dos músculos e dos nervos, já que a comunicação entre as células depende da troca controlada de sódio e potássio.

    Alimentos ricos em potássio que ajudam a controlar a pressão alta

    Na maioria dos casos, uma alimentação equilibrada é suficiente para atender às necessidades diárias de potássio, de acordo com Juliana. Entre as principais fontes do mineral estão:

    • Frutas: banana (principal fonte popular, com cerca de 450 mg por unidade média), abacate, goiaba, laranja e suco natural de laranja, melão, melancia, damasco, kiwi, manga e suco de ameixa;
    • Verduras e legumes: batata e batata-doce cozidas, espinafre, acelga, beterraba e folhas de beterraba, abóbora, feijão, ervilha, lentilha, inhame, cará e quiabo;
    • Laticínios e proteínas: leite, iogurte natural, kefir, peixes (truta, atum, salmão), frango, carne magra, feijão, grão-de-bico e tempeh (soja fermentada).

    Quanto de potássio é necessário por dia?

    A quantidade ideal de potássio varia conforme a idade, o peso e o estado de saúde de cada pessoa, mas o recomendado é ingerir cerca de 4,7 g por dia, especialmente para quem tem hipertensão arterial.

    Em geral, uma dieta variada, rica em frutas, verduras e leguminosas, é suficiente para alcançar esse valor. Não é necessário o uso de suplementos, a menos que haja indicação médica específica — por exemplo, em casos de perda excessiva de potássio por diarreia, vômitos ou uso de certos medicamentos diuréticos.

    O que acontece no corpo quando há falta de potássio?

    Como o potássio é essencial para o funcionamento dos tecidos do corpo, a deficiência do mineral — chamada de hipocalemia — pode afetar diversas funções. O coração, os músculos e o sistema nervoso são os mais prejudicados, pois dependem diretamente do equilíbrio desse mineral.

    De acordo com Juliana, quando o potássio está em níveis baixos, podem surgir sintomas como:

    • Batimentos cardíacos irregulares (arritmia);
    • Palpitações;
    • Fraqueza muscular;
    • Câimbras;
    • Espasmos musculares.

    Em casos mais graves, a hipocalemia pode causar paralisia muscular, dor abdominal, constipação intestinal e sensação de cansaço constante.

    E em excesso, potássio faz mal?

    Em excesso, o potássio também pode representar riscos à saúde. A hipercalemia, como é conhecido o aumento exagerado do mineral no sangue, pode causar irregularidade nos batimentos cardíacos, fraqueza e, em casos graves, parada cardíaca.

    O quadro geralmente ocorre em pessoas que fazem uso de medicamentos que interferem na excreção do potássio, como alguns diuréticos, ou que têm doenças renais, já que os rins são responsáveis por eliminar o excesso do mineral.

    Pode usar sal sem sódio tomando poupador de potássio?

    Os poupadores de potássio são diuréticos usados para eliminar o excesso de líquido e sódio do corpo sem reduzir os níveis de potássio. Eles são indicados para tratar hipertensão e insuficiência cardíaca, entre outras condições.

    Segundo Juliana, quem faz uso desse tipo de medicamento não deve consumir sal sem sódio (como o sal light), pois ele contém alta concentração de potássio — e a combinação pode causar hipercalemia.

    Além disso, os sais sem sódio podem ser perigosos para quem tem doença renal, já que o organismo tem dificuldade em eliminar o excesso do mineral, o que pode levar ao acúmulo no sangue e complicações cardíacas.

    Confira: Pressão alta e rins: como proteger a saúde renal

    Perguntas frequentes sobre potássio e pressão arterial

    1. É melhor consumir potássio por meio de suplementos ou alimentos?

    Na maioria dos casos, o ideal é obter potássio por meio da alimentação. Os alimentos naturais contêm quantidades equilibradas do mineral, além de fibras, vitaminas e antioxidantes que auxiliam na absorção e aproveitamento pelo corpo. A suplementação deve ser feita apenas com orientação médica, pois o excesso pode causar hipercalemia — condição perigosa que afeta o coração.

    2. Quem tem problema nos rins pode consumir potássio normalmente?

    Pessoas com doença renal crônica precisam ter muito cuidado com o consumo de potássio, pois seus rins não conseguem eliminar o excesso adequadamente. Isso pode levar à hipercalemia, condição grave que afeta o coração. Nesses casos, é essencial seguir uma dieta controlada por um médico ou nutricionista, ajustando o consumo conforme os exames laboratoriais.

    3. Existe relação entre potássio e frequência cardíaca?

    Sim. O potássio é fundamental para a transmissão dos impulsos elétricos que coordenam os batimentos do coração. Quando há desequilíbrio — por falta ou excesso —, o coração pode bater de forma irregular, causando arritmias, palpitações e, em casos graves, parada cardíaca.

    4. Como saber se meu consumo de potássio está adequado?

    A melhor forma de avaliar o consumo de potássio é por meio de consulta médica e exames laboratoriais. O exame de sangue que mede o nível de potássio sérico é o principal indicador, e os resultados devem ser interpretados pelo profissional de saúde.

    5. O que causa pressão alta?

    De acordo com o Ministério da Saúde, a pressão alta é herdada dos pais em cerca de 90% dos casos. No entanto, fatores como excesso de sal, sobrepeso, sedentarismo, estresse, tabagismo e consumo exagerado de álcool são determinantes. Algumas doenças, como o diabetes e os distúrbios renais, também podem contribuir para o desenvolvimento da hipertensão.

    6. Como faço para medir a pressão em casa?

    Para medir a pressão em casa, use um aparelho digital validado (de braço, preferencialmente) e siga estas orientações:

    • Sente-se em ambiente calmo e repouse por pelo menos cinco minutos;
    • Mantenha os pés apoiados no chão e o braço na altura do coração;
    • Evite conversar, cruzar as pernas ou medir logo após comer, beber café ou fazer esforço físico;
    • Realize duas ou três medições com um minuto de intervalo entre elas e anote os valores para mostrar ao médico.

    O ideal é medir a pressão sempre nos mesmos horários, como pela manhã (antes do café e da medicação) e à noite (antes de dormir, após alguns minutos de repouso e em ambiente tranquilo).

    Confira: 12×8 já não é normal: nova diretriz muda o que entendemos por pressão alta

  • Vitamina B2: o que é, para que serve e onde encontrar 

    Vitamina B2: o que é, para que serve e onde encontrar 

    Pouco lembrada fora dos livros de biologia, a vitamina B2, também conhecida como riboflavina, é uma daquelas vitaminas muito importantes para o funcionamento do corpo. Ela age em processos fundamentais, como a produção de energia, o metabolismo das gorduras e proteínas e na proteção das células contra o estresse oxidativo.

    A deficiência de vitamina B2 é rara, mas quando acontece pode causar incômodos que vão de lábios rachados a sensação de cansaço constante. Já o consumo adequado favorece pele, olhos e sistema nervoso mais saudáveis. Entender onde encontrá-la e por que ela é tão importante é o primeiro passo para manter o equilíbrio do organismo.

    O que é a vitamina B2

    A vitamina B2, também chamada de riboflavina, faz parte do complexo B e tem papel essencial na produção de energia. Ela ajuda o corpo a transformar carboidratos, proteínas e gorduras em combustível — tudo aquilo que mantém você acordado, ativo e com o metabolismo funcionando bem.

    Por ser hidrossolúvel (dissolve-se em água), a B2 não fica estocada no organismo. O corpo usa o que precisa e elimina o excesso pela urina. Por isso, é importante garantir a quantidade correta da vitamina diariamente pela alimentação.

    Para que serve a vitamina B2

    A riboflavina participa de diversas funções importantes, muitas ligadas à energia e à proteção das células:

    • Produz energia: participa da quebra dos alimentos e da conversão em combustível para as células;
    • Protege as células: tem ação antioxidante, combatendo radicais livres e o envelhecimento precoce;
    • Cuida da pele, olhos e boca: contribui para a saúde da pele, das mucosas (lábios e língua) e da visão;
    • Dá suporte a outras vitaminas: auxilia na ativação de outras vitaminas do complexo B e do ferro;
    • Auxilia no crescimento e regeneração: é importante na formação de tecidos novos.

    Sem vitamina B2, o corpo até tenta funcionar, mas é como um carro com o tanque na reserva.

    Sintomas de deficiência

    Quando a vitamina B2 está em falta, o corpo costuma dar sinais específicos:

    • Rachaduras nos cantos da boca;
    • Língua vermelha e dolorida;
    • Pele seca e descamando;
    • Irritação nos olhos e sensibilidade à luz;
    • Fadiga e cansaço fácil;
    • Em casos mais graves, anemia e problemas de visão.

    Essa deficiência tem até nome: ariboflavinose, que em geral vem acompanhada de falta de outras vitaminas do complexo B.

    Fontes de vitamina B2 (riboflavina)

    A vitamina B2 está presente em diversos alimentos, muitos deles fáceis de incluir no dia a dia.

    Fontes de origem animal

    • Fígado e outras vísceras;
    • Leite, queijos e iogurte;
    • Ovos;
    • Peixes como salmão e truta;
    • Carnes em geral.

    Fontes de origem vegetal

    • Verduras verde-escuras (espinafre, couve, agrião);
    • Leguminosas (soja, ervilha, lentilha);
    • Cogumelos;
    • Amêndoas e sementes de girassol;
    • Cereais integrais e levedo de cerveja.

    Quanto consumir por dia

    A necessidade diária de vitamina B2 depende da idade e da fase da vida. Em geral, adultos precisam de 1,1 a 1,3 mg/dia, podendo aumentar em gestantes e lactantes.

    Como o corpo não armazena riboflavina, o ideal é consumir um pouco todos os dias — pela comida ou, em casos especiais, por suplementos. Em geral, uma alimentação equilibrada já supre a necessidade diária.

    Quando a suplementação é indicada

    Nem todo mundo precisa de suplemento de B2, mas ele pode ser indicado quando há:

    • Dietas muito restritas;
    • Doenças intestinais que dificultam a absorção;
    • Gravidez, lactação ou crescimento acelerado;
    • Uso de medicamentos que aumentam a eliminação da vitamina.

    Mesmo sendo uma vitamina segura, não se automedique. Converse com um médico ou nutricionista para avaliar a real necessidade.

    Leia mais: Vitamina B12: o que é, para que serve e como identificar carência ou excesso

    Perguntas frequentes sobre vitamina B2

    1. O que é vitamina B2 e para que serve?

    É uma vitamina do complexo B que ajuda o corpo a produzir energia, proteger as células e manter pele, olhos e boca saudáveis.

    2. Onde encontrar vitamina B2?

    Principalmente em carnes, leite, ovos, verduras verde-escuras, amêndoas, cogumelos e cereais integrais.

    3. O que acontece se eu tiver deficiência de B2?

    Podem surgir rachaduras nos lábios, inflamação na língua, irritação nos olhos e cansaço.

    4. Vegetarianos precisam se preocupar?

    Sim, mas é possível atingir as necessidades com boas fontes vegetais (leguminosas e vegetais verde-escuros) e alimentos fortificados.

    5. Posso tomar suplementos de B2 por conta própria?

    O ideal é não. Suplementar sem necessidade não traz benefício. Sempre consulte um profissional de saúde.

    6. Por que o xixi fica amarelo quando tomo vitamina B?

    Porque a B2 tem essa coloração e pigmenta a urina. É normal.

    Confira: O que acontece no corpo quando falta vitamina A

  • Pancreatite aguda: quando o pâncreas inflama e exige atenção imediata

    Pancreatite aguda: quando o pâncreas inflama e exige atenção imediata

    A dor começa de repente, geralmente forte, na parte superior do abdome. Muitas vezes, irradia para as costas e vem acompanhada de enjoo e vômitos. Esses podem ser os primeiros sinais de uma pancreatite aguda, uma inflamação no pâncreas que exige atendimento médico imediato.

    Apesar de parecer um problema raro, a doença é mais comum do que se imagina e pode ter causas simples, como o consumo de álcool em excesso ou pedras na vesícula. Quando identificada logo no início, costuma ter boa recuperação. Mas se o diagnóstico demora, pode evoluir para quadros graves e até colocar a vida em risco.

    O que é pancreatite aguda

    A pancreatite aguda é uma inflamação repentina do pâncreas, uma glândula que fica atrás do estômago e tem duas funções essenciais: produzir enzimas que ajudam na digestão e hormônios como a insulina, que controlam o açúcar no sangue.

    Quando o pâncreas inflama, ele pode afetar outros órgãos e causar sintomas intensos. A doença pode surgir de forma leve e se resolver em poucos dias com repouso e tratamento, mas pode evoluir para quadros graves, que exigem internação em UTI e, em alguns casos, cirurgia.

    Causas mais comuns da pancreatite aguda

    A inflamação pode ter várias origens, mas as causas mais frequentes são:

    • Pedras na vesícula: quando pequenos cálculos saem da vesícula e bloqueiam o canal por onde passam as enzimas do pâncreas;
    • Consumo excessivo de álcool: muito comum em homens jovens, o álcool pode agredir as células pancreáticas;
    • Triglicérides muito altos: quando os níveis passam de 1.000 mg/dL, aumentam o risco de inflamação;
    • Certos medicamentos: alguns remédios podem causar irritação no pâncreas como efeito colateral;
    • Cálcio elevado no sangue: em casos raros, o excesso de cálcio pode causar depósitos no pâncreas;
    • Infecções virais ou bacterianas;
    • Exames endoscópicos (como a CPRE): usados para examinar a bile e o pâncreas, podem causar pancreatite em até 7% dos casos;
    • Tumores, especialmente em pessoas com mais de 40 anos;
    • Doenças autoimunes: quando o sistema de defesa do corpo ataca as células do pâncreas.

    Como acontece a inflamação

    Em condições normais, o pâncreas produz enzimas digestivas que só são ativadas quando chegam ao intestino. Na pancreatite, essas enzimas se ativam dentro do próprio pâncreas, o que faz com que o órgão comece a se “auto-digerir”.

    Essa agressão provoca dor e inflamação local e, em casos mais graves, as substâncias inflamatórias podem se espalhar pelo corpo e atingir outros órgãos como pulmões, rins e coração, o que torna o quadro mais perigoso.

    Sintomas da pancreatite aguda

    Os sintomas costumam aparecer de forma repentina e podem variar em intensidade:

    • Dor forte na parte superior do abdome, que pode irradiar para as costas;
    • Náuseas e vômitos;
    • Abdome inchado e sensível;
    • Febre e fraqueza;
    • Em casos graves: queda de pressão, falta de ar, confusão mental e pele amarelada (icterícia).

    A dor costuma melhorar um pouco quando a pessoa se inclina para frente. Mesmo assim, é um sinal de alerta que precisa de avaliação médica imediata.

    Como é feito o diagnóstico

    O médico faz uma avaliação completa que inclui:

    • Histórico clínico e exame físico, em que o especialista observa o abdome e outros sinais no corpo;
    • Exames de sangue, como amilase e lipase, que ficam muito elevadas na pancreatite;
    • Exames de imagem, como ultrassonografia ou tomografia, que ajudam a confirmar a inflamação e identificar a causa;
    • Outros exames específicos, quando é necessário descobrir o que provocou a doença.

    Pancreatite leve ou grave: qual a diferença?

    • Forma leve: representa cerca de 85% dos casos. Melhora com repouso, hidratação e analgésicos em até 7 dias. O risco de morte é baixo (em torno de 3%).
    • Forma grave: é mais rara, mas pode causar complicações como insuficiência pulmonar, falência dos rins, necrose do pâncreas ou infecções graves. Esses casos precisam de internação e acompanhamento intensivo.

    Tratamento da pancreatite aguda

    O tratamento depende da gravidade do quadro e deve ser feito sempre em ambiente hospitalar.

    As medidas mais comuns incluem:

    • Repouso e observação médica, com internação em enfermaria ou UTI, conforme a necessidade;
    • Hidratação intensa na veia, principalmente nas primeiras horas;
    • Controle da dor, com analgésicos potentes;
    • Jejum temporário, para “descansar” o pâncreas até a melhora;
    • Antibióticos, apenas se houver infecção confirmada.

    Além disso, o tratamento precisa corrigir a causa do problema, que pode incluir:

    • Retirada da vesícula, quando há pedras;
    • Parar o consumo de álcool;
    • Controlar triglicérides e colesterol;
    • Ajustar medicamentos que possam estar relacionados.

    Em alguns casos, podem ser necessários procedimentos endoscópicos ou cirúrgicos para retirar cálculos, drenar líquidos ou tratar complicações.

    Quando procurar ajuda médica

    Qualquer dor abdominal forte e persistente deve ser avaliada o quanto antes. Procurar atendimento rápido aumenta muito as chances de recuperação completa e evita complicações graves.

    Leia também: Dor abdominal: o que pode estar por trás desse sintoma tão comum?

    Perguntas frequentes sobre pancreatite aguda

    1. A pancreatite aguda tem cura?

    Sim. Na maioria dos casos, com diagnóstico rápido e tratamento adequado, a recuperação é total.

    2. Beber álcool uma vez ou outra pode causar pancreatite?

    O risco é maior em quem consome bebidas alcoólicas com frequência e em grande quantidade, mas até pequenas doses podem causar crises em pessoas predispostas.

    3. Pedras na vesícula sempre causam pancreatite?

    Não. Mas quando uma pedra bloqueia o canal do pâncreas, pode sim desencadear a inflamação. Por isso, muitas vezes é recomendada a retirada da vesícula.

    4. A pancreatite pode voltar?

    Sim. Quando a causa (como o álcool ou as pedras) não é tratada, a doença pode recidivar, ou seja, reaparecer.

    5. O que comer depois de uma crise de pancreatite?

    Depois da melhora, a alimentação deve ser leve e com pouca gordura. Evite bebidas alcoólicas e frituras, e siga sempre a orientação do médico ou nutricionista.

    6. Quem tem pancreatite aguda pode morrer?

    Nos casos leves, o risco é muito baixo. Mas nas formas graves, especialmente com infecções ou falência de órgãos, a doença pode ser fatal — daí a importância do tratamento imediato.

    7. Pancreatite e câncer de pâncreas são a mesma coisa?

    Não. A pancreatite é uma inflamação, enquanto o câncer é um tumor. Porém, em pessoas acima de 40 anos, a pancreatite sem causa aparente pode ser um sinal precoce de tumor e deve ser investigada.

    Leia mais: Doenças da vesícula biliar: quando os cálculos viram problema

  • Catapora: tudo o que você precisa saber sobre sintomas e prevenção

    Catapora: tudo o que você precisa saber sobre sintomas e prevenção

    A catapora é uma daquelas doenças que quase todo mundo já ouviu falar e muitos já tiveram na infância. Causada por um vírus altamente contagioso, ela provoca febre, cansaço e pequenas bolhas que se espalham pelo corpo, causando coceira e desconforto. Apesar de parecer simples, a infecção pode trazer complicações em alguns casos.

    Embora a maioria das crianças se recupere sem grandes problemas, a catapora pode ser perigosa para adultos, gestantes e pessoas com imunidade baixa. Por isso, saber como identificar os primeiros sinais e entender a importância da vacinação é fundamental para evitar complicações e interromper a transmissão do vírus.

    O que é catapora

    A catapora, também conhecida como varicela, é uma infecção causada por um vírus chamado Varicela-Zóster, do grupo dos herpesvírus. Ela faz parte das chamadas doenças exantemáticas, que são aquelas que causam manchas e bolhas na pele, como o sarampo e a rubéola.

    Embora a catapora seja mais comum em crianças, ela pode afetar pessoas de qualquer idade. Na maioria dos casos, é uma doença leve e passageira, mas em adultos, gestantes ou pessoas com baixa imunidade, pode ser mais grave e exigir acompanhamento médico.

    Como se pega catapora

    A catapora é muito contagiosa e pode ser transmitida de várias formas:

    • Pelo ar, ao falar, tossir ou espirrar;
    • Pelo contato direto com as bolhas da pele;
    • Por objetos contaminados, como roupas, toalhas ou lençóis;
    • Durante a gravidez, da mãe para o bebê, no útero ou no parto.

    O vírus pode demorar de 10 a 21 dias para causar os primeiros sintomas. A pessoa transmite a doença um ou dois dias antes das manchas aparecerem e continua transmitindo até que todas as bolhas sequem e formem crostas, o que leva de 7 a 10 dias.

    Sintomas da catapora

    Os sintomas geralmente começam leves, com febre, mal-estar, dor de cabeça e falta de apetite. Em seguida, aparecem as lesões na pele, que passam por várias fases:

    • Manchas vermelhas, pequenas e espalhadas;
    • Bolhas com líquido, que causam coceira intensa;
    • Feridinhas com pus;
    • Crostas, que se formam quando as bolhas secam.

    As manchas surgem primeiro no rosto, no tronco e no couro cabeludo, e depois se espalham. Elas aparecem em diferentes estágios, o que dá à catapora o aspecto “misto”, com manchas, bolhas e crostas ao mesmo tempo.

    Após cerca de uma semana, as crostas caem e deixam manchas claras temporárias, que não costumam deixar cicatriz, a não ser se houver infecção ao coçar.

    Quem deve ter cuidado especial

    A catapora costuma ser leve em crianças saudáveis, mas pode ser mais perigosa para:

    • Gestantes, pois o vírus pode causar complicações para a mãe e o bebê;
    • Recém-nascidos, se a mãe tiver catapora próximo ao parto;
    • Prematuros;
    • Pessoas com imunidade baixa, como quem faz quimioterapia, transplantados ou portadores de HIV;
    • Adultos, que tendem a ter sintomas mais intensos e risco de pneumonia.

    Complicações possíveis

    Mesmo sendo uma doença geralmente benigna, a catapora pode causar complicações, como:

    • Infecções de pele, quando as feridas infeccionam ao coçar;
    • Pneumonia, especialmente em adultos e pessoas imunodeprimidas;
    • Meningite ou encefalite, inflamações raras, mas graves no cérebro;
    • Manifestações hemorrágicas, em casos muito graves;
    • Síndrome de Reye, que pode afetar o fígado e o cérebro — principalmente se a pessoa usar ácido acetilsalicílico durante a doença;
    • Problemas na gravidez, como malformações, aborto ou varicela congênita no bebê.

    Como é feito o diagnóstico

    Na maioria dos casos, o diagnóstico é clínico, ou seja, o médico identifica a doença pelo aspecto das lesões e pela história do paciente sem precisar de exames. Em situações graves ou duvidosas, podem ser feitos exames de sangue ou testes específicos para confirmar o vírus.

    Tratamento da catapora

    Não existe um remédio que elimine o vírus, então o tratamento é feito para aliviar os sintomas:

    • Repouso e boa hidratação;
    • Antitérmicos e analgésicos, exceto o ácido acetilsalicílico, que é proibido;
    • Antialérgicos para diminuir a coceira;
    • Banhos mornos e roupas leves;
    • Manter as unhas curtas e evitar coçar, para não infectar as feridas.

    Na maioria dos casos, a recuperação é completa em poucos dias. Em situações mais graves, como em gestantes, adultos ou pessoas com imunidade baixa, o médico pode indicar o uso de antivirais (como o aciclovir).

    Isolamento e prevenção

    Quem está com catapora deve ficar em casa até que todas as feridas estejam secas, pois ainda pode transmitir o vírus. Roupas, toalhas e lençóis devem ser lavados separadamente e não compartilhados.

    Em hospitais, recomenda-se isolamento respiratório e de contato para evitar a transmissão.

    Vacinação: a melhor forma de prevenção

    A vacina contra catapora é a forma mais eficaz de se proteger.

    • Está disponível na rede pública, com a vacina tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela);
    • Também pode ser feita em clínicas particulares;
    • Em situações de exposição (como surtos em escolas ou hospitais), pode ser indicada a vacinação de emergência.

    Pessoas com risco elevado, como gestantes suscetíveis, recém-nascidos e imunodeprimidos, podem receber a imunoglobulina específica (VZIG) até 96 horas após o contato com o vírus, para tentar evitar a infecção.

    Catapora e imunidade futura

    Quem teve catapora normalmente fica imune pelo resto da vida. O vírus, porém, permanece “adormecido” no corpo e pode se reativar anos depois, causando o herpes-zóster, conhecido popularmente como “cobreiro”.

    Leia mais: Pneumonia em crianças: o que causa, sintomas e como tratar

    Perguntas frequentes sobre catapora

    1. Catapora e varicela são a mesma coisa?

    Sim. “Catapora” é o nome popular da varicela, causada pelo mesmo vírus.

    2. Quanto tempo dura a catapora?

    Geralmente, entre 7 e 10 dias, até que todas as bolhas sequem e formem crostas.

    3. Quem já teve catapora pode pegar de novo?

    Não. A pessoa normalmente fica imune para o resto da vida.

    4. A catapora pode deixar cicatrizes?

    Só se a pessoa coçar as feridas e causar infecção na pele.

    5. A catapora pode ser perigosa em adultos?

    Sim. Nos adultos, os sintomas costumam ser mais fortes e há maior risco de pneumonia e complicações graves.

    6. É preciso tomar vacina mesmo já tendo tido catapora?

    Não. Quem já teve a doença não precisa se vacinar, pois já tem imunidade natural.

    7. Posso tomar vacina se tiver tido contato com alguém doente?

    Sim. A vacina pode proteger mesmo após o contato, se aplicada em até 3 a 5 dias depois da exposição.

    Leia também: 5 testes obrigatórios que devem ser feitos no recém-nascido

  • O que acontece no corpo quando falta vitamina A 

    O que acontece no corpo quando falta vitamina A 

    A vitamina A é muito importante para enxergarmos bem no escuro e para que nossa pele funcione bem. Quando falta vitamina A no corpo, surgem sinais discretos primeiro, como dificuldade em enxergar à noite e, se não for corrigida, a deficiência pode evoluir para danos permanentes nos olhos e aumento do risco de infecções.

    Em várias regiões do mundo, especialmente em locais com insegurança alimentar, a deficiência de vitamina A ainda é um problema de saúde pública. Entender o que seu corpo sinaliza é o primeiro passo para corrigir o problema antes que ele se torne grave.

    Para que serve a vitamina A no organismo

    A vitamina A tem vários papéis importantes:

    • Ajuda a formar pigmentos na retina que permitem enxergar com pouca luz;
    • Protege as mucosas e a pele;
    • É importante para o sistema imunológico;
    • Colabora para o crescimento e no desenvolvimento do corpo;
    • É importante para funções reprodutivas.

    O que causa a deficiência

    A falta de vitamina A pode aparecer por alguns motivos, como:

    • Dieta pobre em alimentos que contêm vitamina A, como alimentos de origem animal ou aqueles ricos em carotenóides — como a cenoura;
    • Problemas que dificultam a absorção de gorduras no intestino, já que o nutriente é lipossolúvel;
    • Doenças hepáticas, porque o fígado armazena boa parte da vitamina A do corpo;
    • Condições crônicas intestinais, uso de álcool em excesso ou cirurgias digestivas que interferem na absorção.

    Quais sintomas surgem quando há falta de vitamina A

    Os primeiros sinais geralmente envolvem os olhos:

    • Cegueira noturna: dificuldade para enxergar no escuro ou em ambientes com pouca luz;
    • Xeroftalmia: ressecamento da superfície ocular e das mucosas dos olhos, que pode levar a danos na córnea se não tratada;
    • Manchas de Bitot: pequenas opacidades espumosas na parte branca dos olhos;

    Nos casos mais graves, pode haver úlceras ou até perfuração da córnea e cegueira permanente.

    Além dos olhos, outros efeitos são:

    • Pele seca, áspera, escamosa, com tendência a rachaduras;
    • Infecções frequentes, como infecções respiratórias e intestinais, por conta da queda da imunidade;
    • Dificuldade de cicatrização de feridas;
    • Atraso no crescimento em crianças;
    • Alterações na função reprodutiva.

    Diagnóstico e tratamento

    O diagnóstico é feito com base nos sintomas, no exame físico (especialmente oftalmológico) e por exames laboratoriais que medem os níveis de retinol no sangue. No entanto, como o corpo armazena vitamina A, esses níveis só caem quando a deficiência é grave.

    Tratamento

    O tratamento é relativamente direto, quando feito com orientação médica. Pode incluir:

    • Suplementação do nutriente em doses controladas;
    • Correção da causa da deficiência, como melhorar absorção ou tratar doenças associadas;
    • Ajustes na dieta para incluir alimentos ricos em vitamina A.

    Se o tratamento começar logo, muitos dos sintomas iniciais podem regredir, especialmente os oculares, embora danos avançados possam ser irreversíveis.

    Veja mais: Vitamina B1 (tiamina): energia para o corpo e alerta para a memória

    Perguntas frequentes sobre deficiência de vitamina A

    1. A deficiência de vitamina A é comum no Brasil?

    Depende da região e do acesso a alimentos nutritivos. Em áreas com insegurança alimentar, é mais prevalente.

    2. Qual o primeiro sinal de alerta?

    Cegueira noturna, ou dificuldade para enxergar no escuro, costuma ser um dos primeiros sinais.

    3. Comer cenoura resolve o problema?

    Cenoura contém carotenóides (provitamina A), que o corpo pode converter em vitamina A. Mas se a deficiência for grave ou houver problemas de absorção, pode não ser suficiente.

    4. Tomar suplemento por conta própria ajuda?

    Não. O excesso de vitamina A é tóxico e pode causar problemas graves, como lesão no fígado. A suplementação só pode ser feita com orientação médica.

    5. A deficiência pode causar cegueira permanente?

    Sim. Se a deficiência for grave e não tratada, pode levar a danos irreversíveis nos olhos.

    6. Crianças são mais vulneráveis?

    Sim. Elas têm maior necessidade de vitamina A para crescer, e a deficiência pode comprometer o desenvolvimento e a imunidade.

    Veja também: Vitamina B12: o que é, para que serve e como identificar carência ou excesso

  • Vitamina E: importante para proteger células e muito mais 

    Vitamina E: importante para proteger células e muito mais 

    Parte do que mantém a pele firme, a visão estável e o corpo resistindo ao desgaste do tempo é atribuído à vitamina E, um nutriente que age como um protetor das células. Em tempos de poluição, estresse e radicais livres, ela é ainda mais importante no dia a dia.

    Porém, embora os benefícios da vitamina E sejam amplamente elogiados, o excesso pode trazer riscos, e a deficiência, embora rara, também merece atenção. Venha entender como essa vitamina funciona, onde encontrá-la e quando se preocupar.

    O que é a vitamina E?

    A vitamina E é uma vitamina lipossolúvel, ou seja, se dissolve em gordura e pode ser armazenada em partes em que há gordura no corpo. Ela não é produzida pelo organismo, por isso é necessário obtê-la pela alimentação.

    Dentro do grupo da vitamina E, há várias formas químicas e, dentre elas, o α-tocoferol é a mais ativa no corpo humano. Essa forma é especialmente valorizada, porque é a que melhor cumpre os papéis biológicos da vitamina.

    Para que serve a vitamina E?

    A principal função da vitamina E é atuar como antioxidante e proteger as células contra os efeitos ruins dos radicais livres, aquelas moléculas instáveis que surgem em reações no corpo, especialmente na presença de estresse, poluição, radiação, cigarro, entre outras coisas.

    Além disso, ela é importante para:

    • Integridade das membranas celulares;
    • Fortalecimento do sistema imunológico;
    • Participação na saúde neurológica e na função nervosa.

    Quais os valores recomendados de vitamina E?

    A recomendação usual para adultos saudáveis é cerca de 15 miligramas por dia de vitamina E.

    Para crianças e outras faixas etárias, os valores variam:

    • Crianças 1 a 3 anos: 6 mg/dia;
    • 4 a 8 anos: 7 mg/dia;
    • 9 a 13 anos: 11 mg/dia;
    • Adolescentes a adultos: 15 mg/dia.

    É importante lembrar que a vitamina E é obtida principalmente na alimentação, ou seja, a suplementação só é necessária quando um médico ou nutricionista indica.

    Níveis muito altos sem orientação profissional podem ser perigosos, pois doses excessivas podem interferir na coagulação sanguínea.

    Fontes alimentares de vitamina E

    Você pode encontrar vitamina E em diversos alimentos, principalmente de origem vegetal e com teor de gordura saudável:

    • Óleos vegetais: girassol, oliva, gérmen de trigo;
    • Nozes, castanhas e sementes: amêndoas, avelãs, sementes de girassol;
    • Verduras de folhas verde-escura: espinafre, couve;
    • Abacate;
    • Grãos integrais;
    • Gema de ovo.

    Vale lembrar que o processamento, calor e luz podem degradar a vitamina E nos alimentos, por isso o ideal é comer alimentos sempre frescos.

    Deficiência de vitamina E: quando ocorre e o que causa

    A deficiência de vitamina E é rara em pessoas saudáveis, porque uma pequena quantidade de alimentos já costuma suprir a necessidade. Mas ela pode acontecer em casos de má absorção de gorduras, como doenças intestinais, distúrbios genéticos raros ou complicações nutricionais graves.

    Os sintomas associados são:

    • Problemas neurológicos, como fraqueza, coordenação comprometida, visão prejudicada;
    • Danos aos nervos (neuropatia);
    • Problemas na retina e visão.

    Excesso de vitamina E: riscos

    Doses muito altas de vitamina E, especialmente em forma de suplementação, podem trazer efeitos ruins e até perigosos, como interferência na coagulação sanguínea e risco aumentado de hemorragias.

    Por isso, suplementar vitamina E sem necessidade e sem orientação profissional não é recomendado. Vale lembrar que uma alimentação equilibrada geralmente supre a necessidade diária de vitamina E e não leva ao excesso.

    Suplementação de vitamina E: quando e como

    A suplementação pode ser indicada por um médico ou nutricionista apenas em casos de deficiência diagnosticada por exame de sangue ou em condições especiais de saúde, como má absorção e doenças gastrointestinais mais graves.

    Mesmo nesses casos, o uso deve ser orientado por médico ou nutricionista, para ajustar dose, acompanhar efeitos e evitar excessos.

    Saiba mais: Vitamina B12: o que é, para que serve e como identificar carência ou excesso

    Perguntas frequentes sobre vitamina E

    1. Posso consumir mais vitamina E do que o necessário para retardar o envelhecimento?

    Não. Consumir vitamina E em excesso não traz benefícios e pode até causar riscos, como interferir na coagulação.

    2. A vitamina E pode melhorar a pele e os cabelos?

    Na forma tópica, é comum em cosméticos por conta de ser antioxidante e potencial efeito hidratante. Já o uso oral com fins estéticos ainda não tem evidências consistentes.

    3. É fácil ter deficiência de vitamina E?

    Não em pessoas com alimentação equilibrada. A deficiência é rara e geralmente associada a condições médicas que comprometem a absorção de gorduras.

    4. Tomar suplemento de vitamina E todo dia faz mal?

    Se for indicado por um médico ou nutricionista e em doses seguras, pode ser usado. Mas o uso indiscriminado pode trazer riscos, por isso não faça isso sozinho.

    5. Qual forma da vitamina E o corpo mais aproveita?

    O α-tocoferol é a forma mais ativa e significativa no corpo humano.

    6. Qual a dose máxima segura?

    Embora o valor exato dependa do contexto, doses acima de 400–800 UI/dia por longos períodos não são recomendadas sem indicação clínica, e o limite máximo estabelecido é 1.000 mg/dia (cerca de 1.500 UI).

    Confira: Vitamina B1 (tiamina): energia para o corpo e alerta para a memória

  • Escarlatina: uma infecção antiga que ainda exige atenção hoje

    Escarlatina: uma infecção antiga que ainda exige atenção hoje

    Doença muito conhecida no passado, a escarlatina volta à atenção da medicina moderna como uma infecção que, apesar de antiga, ainda exige vigilância. Quando não tratada corretamente, pode evoluir para problemas que afetam o coração, os rins e até causar infecções graves secundárias.

    Nos últimos anos, a conscientização sobre seu diagnóstico rápido e tratamento adequado ganhou espaço, especialmente em ambientes pediátricos. Entender como reconhecer os sinais, como ela se espalha e quais medidas adotar pode fazer toda a diferença para proteger crianças e adultos.

    O que é a escarlatina

    A escarlatina é uma doença infecciosa causada pela bactéria Streptococcus pyogenes — a mesma que provoca amigdalite. Embora seja mais comum em crianças, ela também pode afetar adultos. O nome “escarlatina” deve-se ao exantema vermelho característico que surge na pele: uma erupção cutânea avermelhada e com textura típica, que confere à doença seu apelido visual.

    Transmissão e período de incubação

    A transmissão ocorre por contato direto com saliva ou secreções de pessoas infectadas. O período de incubação — ou seja, entre a exposição ao bacilo e o surgimento dos primeiros sintomas — varia de 2 a 5 dias.

    Sinais e sintomas

    A escarlatina frequentemente começa como uma gripe forte ou amigdalite, evoluindo com manifestações na pele mais específicas após 2 dias. Depois de 3 a 4 dias, pode ocorrer descamação da pele.

    Principais sintomas:

    • Febre alta súbita;
    • Dor de garganta intensa (às vezes com pus nas amígdalas);
    • Mal-estar geral: cansaço, dor de cabeça, falta de apetite;

    Exantema cutâneo (erupção vermelha):

    • Surge entre 12 e 48 horas após o início da febre;
    • Começa no pescoço e tronco e se alastra para braços, pernas e rosto;
    • Geralmente poupa palmas, plantas dos pés e região ao redor da boca;
    • A pele fica avermelhada e áspera, como “lixa”;
    • Algumas áreas próximas à boca ficam mais pálidas.

    Língua característica: inicialmente esbranquiçada com pontinhos vermelhos, depois torna-se vermelha intensa (“língua de morango”).

    Descamação: após alguns dias, ocorre principalmente em mãos e pés.

    Diagnóstico

    O diagnóstico da escarlatina costuma ser feito no consultório, baseado nos sintomas e no exame físico. Em casos duvidosos, pode-se pedir cultura de garganta para detectar a presença de Streptococcus pyogenes.

    Exames de sangue geralmente não são necessários, mas podem ser úteis para avaliar complicações.

    Tratamento e cuidados

    Quando bem tratado, o prognóstico da escarlatina é geralmente bom e a recuperação costuma ser rápida.

    • Antibióticos: devem ser usados exatamente pelo tempo indicado, mesmo que os sintomas melhorem antes do fim. Parar prematuramente pode aumentar o risco de complicações;
    • Repouso e hidratação: beber bastante líquido e repousar auxiliam na recuperação;
    • Medicamentos para alívio dos sintomas: antitérmicos (para febre) e analgésicos (para dor) podem ser usados conforme orientação médica.

    Possíveis complicações

    Se não tratada corretamente, a escarlatina pode levar a:

    • Febre reumática: inflamação que pode afetar coração e articulações;
    • Glomerulonefrite: inflamação dos rins;
    • Infecções secundárias: como em ouvido, pulmões ou pele.

    Com tratamento adequado e precoce, essas complicações são menos frequentes.

    Como prevenir

    Algumas medidas simples ajudam a reduzir o risco de escarlatina:

    • Tratar rapidamente infecções de garganta causadas por estreptococo;
    • Evitar contato próximo com pessoas infectadas enquanto não estiverem em antibiótico por pelo menos 24 horas;
    • Lavar as mãos com frequência e não compartilhar copos, talheres ou toalhas;
    • Manter a vacinação em dia. Embora não exista vacina específica para escarlatina, proteger-se contra outras infecções reforça a saúde como um todo.

    Confira: Anemia carencial: o que acontece quando faltam nutrientes no sangue

    Perguntas frequentes sobre escarlatina

    1. A escarlatina só afeta crianças?

    Não. Embora seja mais comum em crianças, adultos também podem contrair a doença.

    2. Escarlatina é uma forma grave de gripe?

    Não exatamente. Apesar de começar parecido com gripe ou amigdalite, trata-se de uma infecção bacteriana que exige tratamento com antibiótico.

    3. Quanto tempo dura a escarlatina?

    Com tratamento, muitos casos melhoram dentro de poucos dias, mas o antibiótico deve ser mantido por todo o período prescrito.

    4. Posso voltar à escola ou trabalho logo após iniciar o antibiótico?

    Após 24 horas de uso contínuo do antibiótico, a pessoa costuma deixar de ser contagiosa, mas a retomada das atividades depende de avaliação médica.

    5. Há vacina contra escarlatina?

    Não existe vacina específica para escarlatina. A prevenção se baseia no tratamento de infecções por estreptococo e em medidas de higiene.

    6. Qual a diferença entre escarlatina e sarampo?

    Ambas têm exantema (erupção), mas causas diferentes: escarlatina é bacteriana (Streptococcus); sarampo é viral. Sintomas iniciais e história clínica ajudam a diferenciar.

    7. Posso ter escarlatina várias vezes?

    Sim, é possível. A imunidade não é necessariamente permanente, e reinfecções podem ocorrer, embora sejam menos frequentes.

    Leia também: Dor abdominal: o que pode estar por trás desse sintoma tão comum?