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  • Como saber se eu estou com diabetes gestacional? 

    Como saber se eu estou com diabetes gestacional? 

    Embora na maior parte das vezes o diabetes gestacional desapareça depois do parto, ele exige atenção especial durante a gestação. Isso porque níveis elevados de glicose podem trazer riscos tanto para a mãe quanto para o bebê, muitos deles evitáveis com orientação médica, alimentação equilibrada e monitoramento regular.

    Venha entender mais sobre essa condição que atinge grávidas e como descobrir se você tem a doença.

    O que é diabetes gestacional?

    O diabetes gestacional acontece quando os níveis de açúcar no sangue ficam mais altos do que o esperado durante a gravidez.

    Ao contrário do diabetes tipo 1 ou tipo 2, que já existem antes da gestação, o diabetes gestacional surge apenas durante a gravidez e costuma desaparecer após o parto.

    Quando a mulher já tem diabetes antes de engravidar, o quadro é chamado de diabetes prévio ou pré-gestacional, e não diabetes gestacional.

    Por que o diabetes gestacional acontece?

    Durante a gestação, a placenta produz hormônios que dificultam a ação da insulina, fenômeno chamado de resistência à insulina. Essa resistência é normal, mas em algumas mulheres ela acontece de forma mais intensa.

    Quando o corpo não consegue compensar essa dificuldade, a glicose começa a se acumular no sangue, levando ao diabetes gestacional.

    Quem tem mais risco de desenvolver diabetes gestacional?

    Fatores de risco

    • Ter tido diabetes gestacional em outra gravidez;
    • Estar com sobrepeso ou obesidade;
    • Idade materna acima de 35 anos;
    • Histórico familiar de diabetes;
    • Outras doenças metabólicas (triglicérides altos, pressão alta);
    • Síndrome dos ovários policísticos (SOP).

    Alguns fatores são modificáveis; outros, não. Mas identificar o risco ajuda a planejar o acompanhamento adequado.

    Diagnóstico: como é feito?

    O diagnóstico ocorre durante o pré-natal.

    1. Primeira consulta (antes da 20ª semana)

    O médico solicita o exame de glicemia em jejum. Com esse resultado, é possível:

    • Diagnosticar diabetes prévio;
    • Diagnosticar diabetes gestacional;
    • Ou seguir avaliando até um exame confirmatório.

    2. Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) — 24ª a 28ª semana

    Indicado quando:

    • O pré-natal começou tardiamente;
    • A glicemia de jejum inicial foi normal.

    A gestante coleta o sangue em jejum, bebe uma solução de glicose, e novas coletas são feitas após 1h e 2h.

    Riscos para a mãe e para o bebê

    Riscos para a mãe

    • Pressão alta na gravidez (pré-eclâmpsia);
    • Parto prematuro;
    • Maior chance de cesariana;
    • Infecções urinárias e candidíase;
    • Risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.

    Riscos para o bebê

    • Crescimento exagerado no útero (macrossomia), principalmente acima de 4.000 g;
    • Prematuridade;
    • Malformações congênitas;
    • Hipoglicemia ao nascer;
    • Maior risco de obesidade e diabetes na vida adulta.

    Tratamento e cuidados

    Mesmo sendo um quadro que exige atenção, o diabetes gestacional pode ser controlado.

    Alimentação equilibrada

    • Pequenas refeições ao longo do dia;
    • Priorizar frutas, legumes, verduras e integrais;
    • Evitar doces e alimentos gordurosos.

    Atividade física

    Com autorização do obstetra, atividades físicas leves ajudam a controlar a glicose.

    Monitoramento da glicose

    O médico pode orientar medições regulares em casa.

    Uso de insulina

    Pode ser necessário quando dieta e exercícios não são suficientes. Os remédios antidiabéticos orais são reservados apenas para casos específicos.

    O parto

    Diabetes gestacional controlado (sem insulina)

    • O parto pode ser normal;
    • Pode ocorrer até 40 semanas, se mãe e bebê estiverem bem;
    • Cesárea pode ser indicada se o bebê estiver muito grande.

    Uso de insulina durante a gestação

    O parto pode ser antecipado para entre 38 e 39 semanas.

    Cuidados após o parto

    • Manter alimentação saudável e rotina de exercícios;
    • Interromper o uso de insulina após o parto (quando usada apenas na gestação);
    • Aferir glicemia em jejum nas primeiras 24 a 72 horas;
    • Repetir o Teste Oral de Tolerância à Glicose entre 6 e 12 semanas;
    • Manter acompanhamento médico.

    O diabetes gestacional costuma desaparecer, mas há maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 futuramente.

    Importância do acompanhamento

    O pré-natal é essencial para:

    • Diagnosticar cedo;
    • Reduzir riscos para mãe e bebê;
    • Ajustar o tratamento;
    • Monitorar o crescimento fetal.

    Seguir as orientações médicas é a melhor forma de garantir uma gestação segura.

    Leia também: Toxoplasmose: entenda a importância de evitar a doença na gestação

    Perguntas frequentes sobre diabetes gestacional

    1. O diabetes gestacional sempre desaparece depois do parto?

    Na maioria das vezes, sim. Mas o risco de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro aumenta.

    2. Ter diabetes gestacional significa que terei diabetes para sempre?

    Não. Mas é importante fazer acompanhamento.

    3. Posso ter parto normal?

    Sim, se o diabetes estiver controlado e o bebê não estiver muito grande.

    4. É possível evitar o diabetes gestacional?

    Não totalmente, mas manter peso saudável e praticar exercícios reduz o risco.

    5. O bebê sente algo durante o exame de teste oral de tolerância à glicose?

    Não. O teste é seguro.

    6. Se eu precisar de insulina, significa que meu diabetes é grave?

    Não necessariamente. Muitas vezes é apenas o método mais seguro para controlar a glicose.

    7. O diabetes gestacional pode voltar em outra gravidez?

    Sim, especialmente se houve fatores de risco persistentes.

    Confira: Perda gestacional: causas, tipos e cuidados necessários

  • Caminhada depois da refeição: conheça os benefícios e como começar

    Caminhada depois da refeição: conheça os benefícios e como começar

    A praticidade da caminhada a torna uma das melhores formas de exercício que existe, podendo ser feita em qualquer lugar, sem a necessidade de roupas específicas ou equipamentos caros.

    E, quando feita depois de uma refeição, ela pode trazer diversos benefícios para o organismo. Muitas pessoas costumam sentir algum desconforto após comer, como estufamento, gases ou sensação de peso na região abdominal — e a movimentação leve pode ajudar a tornar a digestão mais leve. Entenda mais, a seguir!

    Quais os benefícios de caminhar depois da refeição?

    Desde que feita de maneira adequada, a caminhada após a refeição contribui para regular a digestão, a glicemia e a circulação de forma natural. Segundo Juliana, a atividade leve estimula os movimentos digestivos do estômago e do intestino, chamados de peristalse, o que facilita o esvaziamento gástrico. Isso melhora o trânsito de gases no organismo e reduz a sensação de azia.

    Ao mesmo tempo, a cardiologista explica que, ao se alimentar, o nível de açúcar no sangue tende a subir — e o pâncreas precisa trabalhar para liberar insulina, ainda mais quando permanecemos parados depois da refeição.

    Mas, ao caminhar, os músculos das pernas acabam drenando a glicose para utilizar como energia, o que ajuda a reduzir o pico glicêmico pós-refeição e diminui a demanda de insulina pelo organismo. O efeito melhora o controle da glicemia, favorece a sensibilidade à insulina e contribui para evitar oscilações bruscas de açúcar no sangue, especialmente importantes para pessoas com pré-diabetes ou diabetes.

    Para complementar, a atividade física promove uma dilatação dos vasos sanguíneos, o que ajuda a controlar a pressão arterial e evita picos pressóricos, especialmente após uma refeição muito salgada.

    E durante a noite, o que é melhor?

    A noite costuma ser um período em que o organismo reduz o ritmo metabólico, então a caminhada leve costuma ser a melhor opção após o jantar. A prática ajuda a melhorar a digestão, a controlar o pico de glicose e a preparar o corpo para um sono mais tranquilo.

    O ideal é evitar atividades vigorosas, pois elas desviam o fluxo de sangue do estômago para os músculos, prejudicam o processo digestivo e aumentam a produção de adrenalina, o que dificulta o relaxamento necessário para dormir.

    Existe um tempo de espera após as refeições?

    A recomendação, segundo Juliana, é iniciar a caminhada logo depois de comer ou dentro dos primeiros 30 minutos após a refeição.

    A janela é importante porque corresponde ao momento em que a glicose começa a subir no sangue. Logo, caminhar neste período ajuda a reduzir o pico glicêmico, melhora a digestão e evita a sensação de peso no estômago.

    O ideal é que a caminhada seja leve, com ritmo confortável e sem esforço excessivo, justamente para não desviar o fluxo de sangue necessário para a digestão nem acelerar demais o metabolismo em um momento de maior sensibilidade do organismo. Ela pode durar entre 10 a 15 minutos.

    Como começar a caminhar após as refeições?

    Para quem está começando do zero, o melhor é começar bem devagar, com caminhadas curtinhas de três a cinco minutos logo depois da refeição. O tempo já é suficiente para ativar a musculatura, melhorar a digestão e reduzir o pico glicêmico, sem provocar cansaço excessivo. O ritmo deve ser leve e confortável, permitindo que a pessoa converse normalmente enquanto caminha.

    Com o passar dos dias, a duração pode aumentar para dez ou quinze minutos, respeitando sempre o limite de cada pessoa. A caminhada pode acontecer dentro de casa, no corredor do prédio, na rua ou em qualquer lugar plano e seguro. O mais importante é criar o hábito: caminhadas pequenas feitas todos os dias já trazem diversos benefícios ao metabolismo.

    Quando caminhar depois da refeição não é indicado?

    De modo geral, a caminhada é recomendada para a maioria das pessoas, mas algumas situações exigem cuidado.

    Se houver mal-estar após a refeição, como náusea, dor abdominal intensa, tontura ou sensação de estômago muito cheio, o ideal é evitar a caminhada até que o desconforto passe. Também não é indicada para quem apresenta limitações físicas ou ortopédicas que impeçam o movimento seguro, segundo Juliana.

    Caso apareça qualquer sintoma durante a caminhada, como dor no peito, falta de ar fora do habitual, tontura ou sensação de desmaio, a orientação é interromper a atividade imediatamente.

    Fora isso, a caminhada após a refeição costuma ser segura, bem tolerada e trazer benefícios vários digestivos e metabólicos.

    Leia também: Pressão alta: quando ir ao pronto-socorro?

    Perguntas frequentes

    Qual é a duração ideal da caminhada pós-refeição?

    As caminhadas de 10 a 15 minutos já são suficientes para melhorar a digestão e reduzir picos de glicemia no sangue. Mas mesmo caminhadas muito curtas, como cinco minutos, são positivas para o controle do açúcar no sangue. A consistência tem papel mais importante do que a duração, desde que o hábito seja mantido de forma regular.

    Caminhar depois da refeição pode substituir o treino?

    A caminhada pós-refeição oferece benefícios importantes para digestão, glicemia e circulação, mas não substitui um treino estruturado. Ela atua como um complemento metabólico, ajudando o corpo a processar os alimentos e evitando picos glicêmicos que favorecem ganho de peso e resistência à insulina.

    No entanto, para melhorar o condicionamento cardiorrespiratório, força muscular e capacidade funcional, as atividades físicas mais robustas são necessárias.

    Tenho intestino preso, posso caminhar depois da refeição?

    O intestino funciona melhor quando há movimento corporal, e a caminhada leve estimula diretamente a peristalse, que é a onda de contrações que move o alimento pelo trato gastrointestinal.

    Pessoas com intestino preso costumam sentir melhora na sensação de inchaço, eliminação de gases e regularidade intestinal ao incluir caminhadas curtas após refeições.

    Como a digestão se torna mais eficiente, o trânsito intestinal também melhora, reduzindo desconfortos ao longo do dia. A prática constante tende a corrigir parte da lentidão funcional do intestino.

    Como o horário das refeições influencia o metabolismo ao longo do dia?

    O horário das refeições tem impacto direto no metabolismo porque o organismo trabalha em ciclos regulados pelo ritmo circadiano. Pela manhã, a sensibilidade à insulina é maior, a temperatura corporal está em ascensão e a digestão ocorre de forma mais eficiente.

    À noite, porém, há redução natural da atividade metabólica, queda da temperatura interna e menor eficiência na liberação de enzimas digestivas e de insulina.

    Por isso, refeições tardias tendem a causar maiores picos glicêmicos e acúmulo de gordura. A distribuição das refeições ao longo do dia ajuda a manter níveis energéticos estáveis, melhora o controle hormonal e favorece o equilíbrio metabólico.

    Caminhar depois da refeição é seguro para quem está acima do peso?

    Sim, pessoas com sobrepeso ou obesidade frequentemente apresentam lentidão digestiva, maior tendência a refluxo e variações importantes na glicemia pós-prandial.

    O hábito de caminhar por alguns minutos após comer ajuda a aliviar os sintomas e melhora a resposta metabólica. O movimento leve também reduz o impacto nas articulações, tornando a prática segura.

    Para completar, a caminhada pós-refeição favorece perda de peso gradual ao melhorar sensibilidade à insulina, reduzir estocagem de gordura e estabilizar o apetite. Para evitar desconfortos, o ideal é intensidades baixas, passo estável e calçados adequados.

    Confira: Circunferência abdominal: por que é tão importante medir?

  • Comer muito tarde pode causar diabetes? Saiba os riscos de comer perto da hora de dormir

    Comer muito tarde pode causar diabetes? Saiba os riscos de comer perto da hora de dormir

    Se você é uma daquelas pessoas que costuma jantar muito tarde por causa da rotina puxada, provavelmente já se perguntou se isso faz algum mal ao organismo. A correria do dia, o trânsito, o trabalho e as tarefas acumuladas acabam empurrando a última refeição para perto da hora de dormir — mas o hábito pode interferir no modo como o corpo funciona durante a noite. Vamos entender mais, a seguir.

    O que acontece com o corpo quando comemos muito tarde?

    A digestão noturna funciona de um jeito diferente porque o organismo segue um relógio natural, chamado ritmo circadiano, que reduz o metabolismo durante a noite. De acordo com a cardiologista Juliana Soares, quando escurece, o corpo começa a produzir melatonina, o hormônio do sono, que coloca o pâncreas em estado de descanso.

    Como o pâncreas libera a insulina, hormônio que ajuda a metabolizar o açúcar, comer tarde cria um descompasso entre a chegada do alimento e a capacidade do corpo de lidar com ele, já que o organismo reduz o ritmo metabólico à noite.

    Com isso, a cardiologista explica que a glicose permanece mais tempo circulando, e o pâncreas precisa trabalhar justamente quando deveria repousar, mas com menor eficiência. A liberação de insulina se torna mais lenta e menos eficaz, o que favorece o acúmulo de açúcar no sangue, o início da resistência insulínica e o aumento da gordura corporal.

    Comer tarde aumenta o risco de diabetes e pressão alta?

    Como a eficiência da insulina é menor durante a noite, há maior chance de o açúcar permanecer circulando no sangue (hiperglicemia), um efeito que pode se estender por toda a noite.

    Se isso acontece repetidamente, Juliana esclarece que o corpo passa a desenvolver resistência à insulina. O organismo entende que precisa produzir quantidades cada vez maiores do hormônio para metabolizar a glicose disponível, o que, com o tempo, pode evoluir para diabetes tipo 2.

    No caso da pressão arterial, durante a noite, acontece um processo natural chamado descenso noturno, fundamental para a regulação do sistema cardiovascular.

    Quando comemos muito tarde, a digestão mantém o organismo ativo e exige maior fluxo de sangue para o estômago, mantendo a pressão elevada mesmo durante o sono. A ausência dessa queda natural da pressão pode aumentar o risco de eventos como infarto e AVC.

    Por que não pode comer e dormir logo em seguida?

    O corpo não está preparado para realizar digestão intensa no momento em que deveria iniciar os processos de descanso e recuperação.

    A digestão exige gasto de energia, aumento do fluxo sanguíneo para o estômago e elevação da temperatura interna, enquanto o sono profundo depende justamente do contrário: redução da atividade metabólica e queda da temperatura corporal.

    Quando você deita logo após comer, alguns efeitos costumam ocorrer, como:

    • Digestão fica mais lenta e difícil, já que o estômago funciona melhor na posição vertical;
    • Temperatura interna aumenta, dificultando a entrada no sono profundo;
    • Sono se torna mais leve e fragmentado, levando a cansaço no dia seguinte;
    • Cortisol tende a subir pela manhã, porque o corpo precisa de estímulos extras para se manter alerta após uma noite de descanso ruim, favorecendo acúmulo de gordura abdominal;
    • Risco de refluxo aumenta, porque deitar logo após a refeição facilita o retorno do ácido ao esôfago.

    Qual deve ser o intervalo ideal entre a última refeição e o sono?

    Segundo Juliana, o recomendado é que a última refeição seja feita pelo menos três horas antes de dormir. O intervalo é suficiente para permitir o esvaziamento gástrico e para que os níveis de insulina e glicose diminuam após o processo de metabolização.

    O que deve ser evitado na refeição da noite?

    O horário da refeição é importante, mas o tipo de alimento pode intensificar ainda mais os efeitos no organismo.

    Juliana explica que carboidratos refinados, açúcares e gorduras saturadas são particularmente prejudiciais quando ingeridos à noite porque têm maior capacidade de desregular o relógio biológico, aumentar rapidamente a glicose e exigir um esforço maior do metabolismo justamente no período em que o corpo naturalmente reduz o ritmo.

    Quando não é possível comer mais cedo, seja por festas, imprevistos ou compromissos, a orientação é escolher refeições mais leves, de fácil digestão e com impacto menor na glicemia — como proteínas magras, vegetais, sopas e preparações simples.

    Além disso, optar por porções menores, mastigar com calma e evitar alimentos muito gordurosos ou ricos em carboidratos simples pode diminuir a sobrecarga sobre o sistema digestivo.

    Ao longo do dia, beber água e evitar bebidas alcoólicas próximas ao horário de dormir também contribui para uma digestão mais confortável e um descanso melhor, reduzindo os efeitos negativos de uma refeição tardia.

    Leia também: Pressão alta: quando ir ao pronto-socorro?

    Perguntas frequentes

    Deitar depois de comer é perigoso?

    O hábito de deitar logo após comer favorece o refluxo gastroesofágico, já que a posição horizontal facilita o retorno do conteúdo ácido para o esôfago. O estômago cheio também pressiona o esfíncter esofágico inferior, que funciona como uma válvula.

    Quando deitamos com o estômago ativo, aumentamos o risco de azia, sensação de queimação, tosse noturna e engasgos. Também prejudicamos a qualidade do sono, pois o corpo tenta digerir alimentos enquanto deveria iniciar o descanso metabólico.

    Quais são os melhores alimentos para comer à noite?

    À noite, o ideal é escolher alimentos de fácil digestão e com impacto menor na glicemia, como as proteínas magras. Elas não sobrecarregam o sistema digestivo, não elevam a glicose rapidamente e permitem que o organismo entre no descanso mais facilmente.

    Comer tarde engorda?

    O ganho de peso não é causado apenas pelo hábito de comer tarde, mas ele contribui para isso quando se torna frequente. Como o metabolismo está mais lento à noite, o corpo queima menos calorias enquanto digere o alimento.

    A liberação limitada de insulina também faz com que a glicose circule por mais tempo, favorecendo o armazenamento de gordura, especialmente na região abdominal.

    Para complementar, o sono piorado por refeições tardias altera hormônios da fome, como grelina e leptina, aumentando o apetite e diminuindo a saciedade no dia seguinte.

    O metabolismo de pessoas que trabalham à noite funciona de maneira diferente?

    O metabolismo de pessoas que trabalham à noite funciona de maneira alterada devido ao desalinhamento entre o ritmo circadiano interno e o horário de atividade laboral. Eles tendem a se alimentar em horários que o corpo reconhece como horários de repouso, o que aumenta o risco de resistência à insulina, ganho de peso e alterações do colesterol.

    Beliscar alimentos durante a madrugada é perigoso?

    Como o corpo está em ritmo de repouso e o metabolismo funciona de forma muito lenta, o hábito de beliscar alimentos na madrugada aumenta o risco de refluxo, piora do sono, ganho de gordura abdominal e desregulação da glicemia.

    Confira: Circunferência abdominal: por que é tão importante medir?

  • Comer em frente a telas faz mal? Conheça os riscos e como diminuir o hábito

    Comer em frente a telas faz mal? Conheça os riscos e como diminuir o hábito

    Seja para colocar as notícias em dia ou para distrair as crianças durante as refeições, o uso de telas (celular, televisão ou tablets) enquanto se come se tornou rotina de várias famílias, ainda mais quando o dia a dia é atribulado.

    Pode até parecer prático, já que o ambiente fica silencioso e tudo parece fluir com menos esforço, mas o hábito interfere diretamente na forma como o cérebro percebe o ato de comer.

    Para se ter uma ideia, um estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) mostrou que, quanto mais tempo os adolescentes passam diante de celulares, TVs ou tablets, pior tende a ser a alimentação deles. O uso prolongado de telas também está associado a um risco maior de sobrepeso e obesidade, além de menos atividade física, menos horas de sono e uma sensação geral de bem-estar mais baixa.

    Durante as refeições, isso é especialmente prejudicial, pois a atenção se desloca totalmente para a tela, e o contato com o prato fica superficial. A mente entra em modo automático, e você come mais do que precisa sem notar, criando um padrão que favorece o excesso de calorias ao longo do dia.

    O que o uso de telas faz com o cérebro durante a refeição?

    Quando você come olhando para uma tela, o cérebro passa a concentrar quase toda a atenção no conteúdo que está sendo visto ou ouvido. A refeição deixa de ser uma experiência sensorial completa, porque mastigar, sentir a textura dos alimentos, perceber o sabor e engolir deixam de ser processados com clareza.

    “Quando comemos distraídos, o único foco que temos é no que está sendo assistido ou jogado. Assim, o cérebro recebe menos informações sensoriais sobre o ato de comer (mastigar, engolir…) e, consequentemente, os sinais de saciedade demoram mais tempo para aparecer”, explica a nutricionista Mariana Del Bosco.

    No caso das crianças, o uso de telas durante a refeição ativa o sistema dopaminérgico, ligado à sensação de recompensa. O estímulo visual e sonoro é tão marcante que toda a atenção se volta para o conteúdo da tela, deixando a comida em segundo plano.

    A criança passa a perceber menos os sinais do próprio corpo, reduz a autorregulação e demora mais para identificar quando já está satisfeita. O resultado é uma refeição automática, com maior risco de comer além do necessário.

    Comer na frente de telas interfere na qualidade da alimentação

    Além de comer mais do que o necessário, a nutricionista explica que o hábito causa maior preferência por alimentos ultraprocessados e fáceis de consumir — durante um jogo, por exemplo, é muito mais simples comer um salgadinho ou biscoito do que um prato completo de comida.

    O impacto é ainda maior em crianças pequenas, pois nessa fase, elas ainda estão formando a base do comportamento alimentar. Quando a refeição acontece sempre acompanhada de distração, o cérebro aprende a associar comida a estímulos externos, o que dificulta a construção de uma relação saudável com os alimentos.

    Quais os riscos do hábito em crianças e adolescentes?

    Quando a atenção da criança e adolescente se volta exclusivamente para o celular, a TV ou o tablet, o ato de comer deixa de ser consciente, abrindo espaço para problemas como:

    • Comer além do necessário, já que os sinais de saciedade ficam mais difíceis de perceber;
    • Mastigação rápida e insuficiente, o que pode causar desconforto e piorar a digestão;
    • Preferência crescente por alimentos ultraprocessados, mais fáceis de consumir durante o uso de telas;
    • Redução do interesse por frutas, legumes e preparações que exigem mais atenção;
    • Associação entre comida e entretenimento, criando o hábito de comer por tédio e não por fome real;
    • Aumento do risco de sobrepeso e obesidade ao longo do tempo;
    • Dificuldade para desenvolver autonomia alimentar, especialmente nas fases iniciais da infância;
    • Piora da qualidade geral da dieta, com escolhas menos nutritivas e maior ingestão calórica.

    Vale apontar que os hábitos alimentares aprendidos na infância e na adolescência tendem a acompanhar a pessoa ao longo da vida, o que pode elevar o risco de problemas de saúde no futuro, como diabetes tipo 2, hipertensão, colesterol alto e obesidade.

    Como criar um ambiente mais consciente na hora da refeição

    A redução do uso de telas durante as refeições pode ser feita com pequenas mudanças no cotidiano, que ajudam a transformar o momento da comida em algo mais tranquilo. Veja algumas dicas:

    • Fazer as refeições sempre à mesa, com todos sentados juntos, sem celular, TV ou tablet por perto;
    • Estabelecer horários fixos para comer, criando uma rotina previsível que ajuda a criança a entender quando é hora da refeição;
    • Servir porções menores no início, permitindo que a criança tenha autonomia para repetir se ainda estiver com fome;
    • Envolver a criança em conversas durante a refeição, perguntando sobre o dia ou pedindo que ela conte alguma história;
    • Usar pratos, copos e talheres infantis e coloridos, que chamem a atenção para o alimento e deixem o momento mais interessante;
    • Quando possível, convidar a criança para participar do preparo dos alimentos, o que aumenta o vínculo com a comida e estimula a curiosidade pelos ingredientes.

    “Lembrando que a criança aprende a comer por exemplificação, então é muito importante que ela consiga se basear nos pais”, complementa Mariana.

    Quando buscar orientação de um profissional de saúde

    A busca por orientação profissional pode ser necessária quando o uso de telas durante as refeições começa a interferir na rotina alimentar, no comportamento ou na saúde da criança ou do adolescente.

    Os ajustes no dia a dia costumam ajudar, mas alguns sinais mostram que o apoio de um nutricionista, pediatra ou psicólogo pode ser necessário, como:

    • Dificuldade constante de comer sem telas, com irritação intensa ou recusa alimentar quando o aparelho é retirado;
    • Aumento rápido de peso ou risco de sobrepeso e obesidade;
    • Perda de apetite ou preferência quase exclusiva por alimentos ultraprocessados;
    • Problemas frequentes de digestão, como dores abdominais, engasgos ou mastigação insuficiente;
    • Uso de telas em todas as refeições, mesmo após tentativas de mudança da rotina.

    O acompanhamento profissional ajuda a entender o comportamento alimentar, ajustar hábitos familiares e orientar estratégias adequadas para cada idade. Com o tempo, é possível criar uma relação mais saudável com a comida, prevenindo o surgimento de problemas futuros à saúde.

    Qual o tempo máximo recomendado de telas para crianças?

    Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), o limite de tempo para crianças estarem em contato com esses aparelhos são determinados pela faixa etária, sempre com supervisão:

    • Menores de 2 anos: nenhum contato com telas ou videogames;
    • Dos 2 aos 5 anos: até uma hora por dia;
    • Dos 6 aos 10 anos: entre uma e duas horas por dia;
    • Dos 11 aos 18 anos: entre duas e três horas por dia.

    Para substituir o uso de telas, o ideal é incentivar esportes, brincadeiras ao ar livre e contato com a natureza. As atividades físicas e ambientes externos oferecem estímulos mais variados, ajudam a gastar energia, melhoram o humor e fortalecem a convivência com outras crianças.

    Leia também: Capacete para criança: por que ele é importante nos esportes?

    Perguntas frequentes

    Comer na frente de telas também é ruim para adultos?

    O comportamento afeta pessoas de todas as idades, pois a distração durante a refeição reduz a atenção plena ao alimento, aumenta a ingestão calórica e favorece escolhas menos nutritivas.

    Os adultos que comem diante de celulares ou televisões também têm maior risco de exagerar nas porções e sentir fome novamente pouco tempo depois. A ausência de presença na hora da comida prejudica qualquer faixa etária, apesar do impacto sobre o desenvolvimento infantil ser mais significativo.

    O que fazer quando a criança só aceita comer com tela?

    A mudança precisa ser gradual, já que a retirada brusca da tela pode gerar frustração intensa na criança. Uma dica é reduzir o tempo de exposição durante a refeição ou desligar a tela apenas em momentos específicos, aumentando esse intervalo progressivamente.

    Comer com tela pode prejudicar o sono?

    O uso frequente de telas, especialmente no período da noite, interfere no sono por causa da luz azul emitida pelos aparelhos, que reduz a produção de melatonina.

    Quando o hábito se associa às refeições tardias, o corpo recebe estímulos demais no momento em que deveria estar desacelerando. O cérebro permanece ativo, processando imagens e sons, e a digestão fica mais pesada, dificultando o adormecer.

    Como consequência, as crianças e adolescentes tendem a dormir mais tarde, ter despertares frequentes e apresentar cansaço durante o dia.

    Por que comer distraído prejudica a digestão?

    A mastigação reduzida é um dos efeitos imediatos da distração. Pedaços maiores chegam ao estômago, dificultando a digestão e aumentando a possibilidade de refluxo, gases e desconforto abdominal.

    Além disso, o corpo não entra totalmente no estado de “modo digestivo”, no qual hormônios e enzimas são liberados de forma mais eficiente. A refeição automática resulta em digestão mais lenta e incômoda.

    Qual o horário ideal do jantar das crianças à noite?

    O horário ideal do jantar das crianças à noite costuma ser cerca de três horas antes de dormir, porque o organismo precisa de tempo para digerir a refeição com calma, evitando refluxo, desconforto abdominal e sono agitado.

    Confira: Vacinação infantil: proteção que começa cedo e dura a vida toda

  • Aneurisma de aorta abdominal: o que é, sintomas e quando operar 

    Aneurisma de aorta abdominal: o que é, sintomas e quando operar 

    O aneurisma de aorta abdominal é uma doença que costuma passar despercebida por muito tempo. Muitas pessoas só descobrem a dilatação da principal artéria do corpo durante exames de rotina, já que os sintomas, quando aparecem, geralmente indicam que o aneurisma está maior ou crescendo rapidamente. Isso torna o diagnóstico precoce essencial, especialmente em grupos de risco, como fumantes e homens acima dos 65 anos.

    Apesar de parecer assustador, hoje existem formas eficazes de monitoramento e tratamento, incluindo procedimentos minimamente invasivos que reduzem o risco de ruptura, uma emergência médica grave. Entender como a condição se desenvolve e quando é necessário intervir pode fazer toda a diferença.

    O que é o aneurisma de aorta abdominal?

    O aneurisma de aorta abdominal é uma dilatação da aorta na região abdominal que ultrapassa 50% do diâmetro normal da artéria. Ele costuma atingir a parte inferior da aorta, logo abaixo das artérias renais.

    Algumas características importantes:

    • O aneurisma cresce progressivamente ao longo do tempo
    • A velocidade de crescimento varia: aneurismas grandes crescem mais rápido
    • O risco de ruptura aumenta conforme o diâmetro aumenta
    • Rupturas são situações graves e exigem atendimento emergencial.

    Causas e fatores de risco

    O aneurisma ocorre devido ao enfraquecimento da parede da artéria, tornando-a mais suscetível à dilatação.

    Principais causas:

    • Aterosclerose (acúmulo de placas de gordura): a causa mais comum
    • Pressão alta
    • Traumas
    • Infecções da parede arterial
    • Doenças autoimunes

    Fatores de risco mais importantes:

    • Idade entre 65 e 80 anos
    • Sexo masculino
    • Histórico familiar
    • Tabagismo (um dos fatores mais determinantes)
    • Presença de aneurismas em outras artérias

    Maior risco de ruptura quando:

    • O aneurisma ultrapassa 5,5 cm
    • A pessoa é tabagista ativa
    • Há pressão alta descontrolada
    • O aneurisma cresce mais de 0,5 cm ao ano

    Principais sintomas

    A maioria dos aneurismas é assintomática.

    Quando os sintomas aparecem, podem incluir:

    • Massa pulsátil no abdome
    • Dor abdominal profunda
    • Dor irradiando para costas ou laterais do abdome

    Em caso de ruptura:

    • Dor abdominal ou lombar intensa e súbita
    • Queda da pressão arterial
    • Mal-estar importante

    Essa é uma emergência médica com alto risco de morte e requer cirurgia imediata.

    Rastreio: quem deve fazer?

    Como muitos aneurismas não dão sintomas, o rastreio é fundamental para pessoas de maior risco.

    A U.S. Preventive Services Task Force (USPSTF) recomenda:

    • Homens fumantes ou ex-fumantes entre 65 e 75 anos: realizar um ultrassom abdominal para rastreamento

    Para mulheres, o rastreio não é de rotina devido à menor prevalência da doença, mas pode ser considerado caso exista:

    • Histórico familiar
    • Tabagismo
    • Outras comorbidades associadas

    A decisão deve ser compartilhada entre paciente e médico.

    Diagnóstico

    O diagnóstico pode ser feito:

    • Casualmente: ao realizar exames de imagem por outros motivos.
    • Em avaliação clínica: quando há sintomas como dor abdominal ou massa pulsátil.

    Exames utilizados

    • Ultrassonografia abdominal: primeira escolha para rastreio e acompanhamento
    • Tomografia abdominal: detalha tamanho e forma do aneurisma, importante para planejamento cirúrgico
    • Exames laboratoriais: podem indicar anemia em casos de ruptura

    Sinal clássico de ruptura:

    Tríade clínica:

    • Dor abdominal/lombar intensa
    • Queda da pressão arterial
    • Massa pulsátil

    Nesses casos, não é necessário aguardar exames: o tratamento é cirúrgico imediato.

    Tratamento

    O tratamento depende do tamanho, dos sintomas e da velocidade de crescimento.

    Pacientes assintomáticos

    Indicado para aneurismas menores que 5,5 cm:

    • Acompanhamento regular com exames
    • Aspirina e estatinas para controle do colesterol
    • Controle rigoroso da pressão arterial
    • Parar de fumar
    • Incentivo à atividade física

    Tratamento cirúrgico

    Indicado para:

    • Aneurismas maiores que 5,5 cm em homens
    • Aneurismas maiores que 5,0 cm em mulheres
    • Crescimento acelerado
    • Aneurismas associados a outras dilatações arteriais

    Opções cirúrgicas:

    Cirurgia aberta:

    • Reparo direto da aorta
    • Realizada com anestesia geral

    Endoprótese (EVAR):

    • Menos invasiva
    • Introdução da prótese pela região pélvica
    • Geralmente indicada para pacientes com maior risco cirúrgico

    Ruptura de aneurisma

    • Cirurgia de emergência
    • Pode ser aberta ou por endoprótese
    • Prognóstico depende da rapidez do atendimento

    Leia também: Por que a pressão arterial aumenta no frio? Cardiologista explica

    Perguntas frequentes sobre aneurisma de aorta abdominal

    1. O aneurisma sempre rompe?

    Não. Muitos permanecem estáveis por anos, desde que monitorados.

    2. Quem fuma tem mais risco?

    Sim. O tabagismo é um dos fatores mais importantes para formação e ruptura de aneurismas.

    3. É possível sentir o aneurisma?

    Às vezes. Alguns pacientes relatam sensação pulsátil no abdome.

    4. Ultrassom detecta todos os casos?

    Sim. É o exame ideal para rastreio e acompanhamento.

    5. Após a cirurgia, o aneurisma pode voltar?

    Pode ocorrer dilatação em outros segmentos, por isso o acompanhamento é contínuo.

    6. Mulheres também podem ter aneurisma?

    Sim, mas é menos comum. O limite para indicação cirúrgica é menor que o dos homens.

    7. Aneurisma pequeno precisa de cirurgia?

    Não. O acompanhamento periódico é suficiente na maioria dos casos.

    Confira: Dor no ombro esquerdo pode ser infarto? Saiba como identificar

  • Vacinação na gestação: o que grávidas podem (e não podem) tomar

    Vacinação na gestação: o que grávidas podem (e não podem) tomar

    A vacinação na gestação voltou a ganhar destaque entre médicos e autoridades de saúde, especialmente diante do aumento de casos de doenças respiratórias e infecciosas que podem trazer riscos para grávidas e bebês. Manter o calendário vacinal atualizado é uma das formas mais eficazes de reduzir complicações na gestação e garantir um início de vida mais protegido para o recém-nascido.

    Isso porque, ao se vacinar, a gestante não só fortalece o próprio sistema imunológico, que naturalmente fica mais vulnerável durante a gravidez, como também transfere anticorpos para o bebê ainda dentro do útero. Assim, o recém-nascido recebe uma proteção fundamental nos primeiros meses de vida, antes que ele possa tomar suas próprias vacinas.

    Por que é importante a vacinação durante a gestação?

    Vacinar-se na gravidez é seguro, eficaz e recomendado. A imunização protege tanto a mãe quanto o bebê, garantindo defesa contra infecções que podem causar complicações graves.

    Durante a gestação, o corpo da mulher passa por mudanças hormonais e imunológicas. Isso pode deixá-la mais vulnerável a infecções. Já o bebê depende da proteção materna até que seu sistema imunológico amadureça.

    Ao ser vacinada, a gestante produz anticorpos que atravessam a placenta e protegem o bebê dentro do útero e após o nascimento.

    Porém, nem todas as vacinas podem ser aplicadas nesse período, e por isso a orientação profissional é essencial.

    Vacinas recomendadas durante a gestação

    As vacinas abaixo são indicadas pelo SUS e são consideradas seguras para grávidas.

    Vacina contra a gripe (influenza)

    • Indicada em qualquer fase da gestação;
    • Grávidas não vacinadas têm maior risco de evoluir para formas graves da doença;

    Vacina dTpa (tríplice acelular adulto)

    • Protege contra difteria, tétano e coqueluche.
    • Essencial para prevenir coqueluche em recém-nascidos;
    • Para quem já recebeu dT anteriormente: 1 dose a partir da 20ª semana;
    • Para não vacinadas: esquema com 3 doses (dT + dTpa + dT);
    • Se não aplicada na gestação, recomenda-se no puerpério.

    Vacina contra hepatite B

    • Indicada para gestantes não vacinadas.
    • Esquema de 3 doses (0, 1 e 6 meses).
    • Pode ser completada mesmo se interrompida anteriormente.

    Vacina contra covid-19

    Recomendada em qualquer idade gestacional ou puerpério.

    Outras vacinas em situações especiais

    A critério médico, podem ser recomendadas em casos de risco:

    • Febre amarela: apenas para quem vive ou viajará para áreas endêmicas;
    • Meningococo: utilizada em bloqueio de surtos;
    • Pneumococo: indicada para gestantes de alto risco;
    • Raiva: profilaxia pós-exposição é permitida;
    • Poliomielite inativada: para não vacinadas que viajarão a áreas endêmicas.

    Vacinas contraindicadas durante a gestação

    Vacinas com vírus vivos atenuados não devem ser aplicadas, por risco teórico de transmitir a doença ao bebê.

    Contraindicadas

    • Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola);
    • Varicela (catapora);
    • HPV;
    • BCG (tuberculose);
    • Dengue.

    Se aplicadas antes de descobrir a gravidez, geralmente basta acompanhamento médico, não há necessidade de medidas adicionais.

    Mulheres que desejam engravidar devem aguardar 1 mês após a aplicação dessas vacinas.

    Vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR)

    Recém aprovada no Brasil (2024), protege contra bronquiolite no primeiro ano de vida. A aplicação durante a gestação tem como objetivo repassar anticorpos maternos ao bebê, o que reduz o risco de internação.

    Cuidados e orientações para gestantes

    Antes da gravidez

    • Atualizar o cartão de vacinas;
    • Evitar engravidar no primeiro mês após vacinas de vírus vivos.

    Durante o pré-natal

    • Revisar o histórico vacinal;
    • Receber orientações sobre vacinas indicadas e contraindicadas;
    • Seguir o calendário recomendado.

    Vacinar-se na gestação é uma forma simples e gratuita de proteger duas vidas ao mesmo tempo.

    Veja mais: Vacinação infantil: proteção que começa cedo e dura a vida toda

    Perguntas frequentes sobre vacinação na gravidez

    1. É seguro tomar vacinas na gravidez?

    Sim. As vacinas recomendadas são seguras para mãe e bebê.

    2. O bebê realmente recebe anticorpos da mãe?

    Sim. Os anticorpos atravessam a placenta e protegem o recém-nascido nos primeiros meses.

    3. Posso tomar vacina contra gripe no primeiro trimestre?

    Sim. A influenza é indicada em qualquer fase da gestação.

    4. Tomei uma vacina contraindicada sem saber que estava grávida. E agora?

    Geralmente não é necessário fazer nada além do acompanhamento médico.

    5. A vacina dTpa é obrigatória?

    É fortemente recomendada para proteger o bebê da coqueluche.

    6. Posso tomar vacina de covid-19 grávida?

    Sim, a vacina de covid-19 é indicada em qualquer fase da gestação.

    7. Quais vacinas não posso tomar grávida?

    Contra sarampo, caxumba, rubéola, varicela, HPV, dengue e BCG, que são vacinas de vírus vivos atenuados.

    Leia também: Toxoplasmose: entenda a importância de evitar a doença na gestação

  • Não tem tempo para academia? Saiba se vale a pena treinar só no fim de semana

    Não tem tempo para academia? Saiba se vale a pena treinar só no fim de semana

    Por causa da rotina agitada, seja por trabalho ou estudos, não é todo mundo que consegue conciliar uma rotina de treinos ao longo da semana — e o sábado e o domingo acabam sendo os únicos momentos livres para movimentar o corpo.

    Contudo, concentrar as atividades físicas em dois dias pode levantar uma dúvida muito comum: vale a pena praticar exercícios apenas no final de semana? Conversamos com a cardiologista Gisele Bachur para entender se existem benefícios e quais os cuidados básicos para não exagerar.

    Treinar só no fim de semana faz diferença para a saúde?

    Quando o volume total semanal de exercícios é atingido nos fins de semana, é possível reduzir o risco cardiovascular mesmo quando a atividade é concentrada em dois dias, de acordo com Gisele. O organismo responde ao esforço acumulado, independentemente da distribuição dos treinos ao longo da semana, desde que a carga semanal recomendada seja cumprida.

    A regularidade relativa, ainda que comprimida em 48 horas, ajuda o corpo a se adaptar — melhorando a saúde do coração, aumentando a sensibilidade à insulina, reduzindo inflamações e fortalecendo os músculos que protegem as articulações.

    O padrão, conhecido como weekend warrior (guerreiros do fim de semana, na tradução), apresentou os seguintes benefícios, de acordo com estudos:

    • Redução do risco de hipertensão (pressão alta);
    • Menor risco de diabetes tipo 2;
    • Redução do risco de obesidade;
    • Redução do risco de apneia do sono;
    • Redução do risco de mais de 200 doenças;
    • Melhora da saúde cardiovascular;
    • Melhora do metabolismo e da sensibilidade à insulina;
    • Menor inflamação corporal;
    • Melhora da capacidade cardiorrespiratória;
    • Proteção contra diversas doenças digestivas, respiratórias e mentais.

    No entanto, Gisele lembra que distribuir os exercícios ao longo da semana continua sendo a opção mais indicada. Quando o esforço não fica concentrado em poucos dias, o corpo recupera melhor, há menos chance de lesões e os estímulos são mais regulares. Mesmo assim, para quem só consegue treinar no sábado e no domingo, manter essa rotina é muito mais vantajoso do que ficar sedentário.

    Existem riscos de lesão para quem só treina dois dias?

    Quando todo o treino é concentrado em pouco tempo, o corpo enfrenta um esforço intenso e pouco frequente, o que aumenta o risco de lesões musculoesqueléticas, como distensões, tendinites e dores articulares. A musculatura e os tendões não recebem estímulos regulares ao longo da semana, acumulando tensão e fadiga de uma só vez, o que aumenta a chance de sobrecarga.

    Quanto ao coração, Gisele aponta que o risco depende do histórico de cada pessoa:

    • Em pessoas sedentárias, que decidem treinar forte apenas no fim de semana, picos súbitos de intensidade podem elevar o risco cardiovascular;
    • Já em indivíduos que se mantêm minimamente ativos, sem cardiopatias estruturais e com condicionamento razoável, o risco é baixo.

    O recomendado, quando o treino fica restrito a dois dias na semana, é progredir lentamente na intensidade, realizar um aquecimento adequado e evitar sessões muito longas de uma só vez. Também é importante alternar modalidades para não sobrecarregar sempre as mesmas articulações e permitir que o corpo tenha tempo suficiente para se recuperar.

    Quanto de atividade física é recomendado?

    O recomendado pela Organização Mundial da Saúde é alcançar 150 minutos por semana de atividade aeróbica moderada ou 75 minutos por semana de atividade intensa. Mesmo quando a rotina só permite treinar no fim de semana, é possível organizar o tempo de forma prática e segura.

    Gisele aponta uma distribuição possível:

    • 2 sessões de 40 a 45 minutos de atividade moderada (como caminhada rápida, bicicleta leve ou dança);
    • ou 2 sessões de 25 a 30 minutos de atividade intensa (como corrida, tiros curtos, bicicleta em ritmo forte ou HIIT).

    Também é importante reservar 10 a 15 minutos para aquecimento antes da atividade e 10 a 15 minutos para desaquecimento no final. Isso reduz o risco de lesões, ajuda na adaptação do corpo ao esforço e deixa o treino mais confortável.

    Como evitar exageros nos treinos de fim de semana?

    Para evitar exageros e diminuir o risco de lesões, alguns cuidados simples tornam o treino mais seguro, como:

    • Fazer um aquecimento gradual de 5 a 10 minutos, preparando músculos, articulações e coração para o esforço e evitando impacto súbito no organismo;
    • Evitar treinos máximos quando o condicionamento ainda não está adequado, já que esforços intensos demais aumentam o risco de lesões e podem causar fadiga;
    • Priorizar exercícios que você já domina, pois os movimentos familiares reduzem chances de erros de técnica e sobrecarga inesperada nas articulações;
    • Beber bastante água ao longo do dia, não apenas durante o treino, para garantir recuperação adequada e evitar tonturas, cãibras e queda de desempenho;
    • Usar tênis adequados ao tipo de atividade, com bom amortecimento e estabilidade, oferecendo mais segurança e proteção às articulações;
    • Evitar treinar logo após refeições pesadas, dando tempo ao processo digestivo para prevenir enjoo, desconforto abdominal e sensação de mal-estar;
    • Reduzir a intensidade após doença viral recente, permitindo que o organismo retome forças antes de ser exposto a esforços maiores.

    Cuidados para manter a saúde do coração

    Além de alcançar a quantidade semanal de atividade aeróbica, mesmo para quem treina apenas aos sábados e domingos, alguns cuidados ajudam a manter o coração saudável, como:

    • Realizar uma caminhada diária curta, mesmo que de 10 a 15 minutos, para estimular a circulação e reduzir o tempo total parado;
    • Quebrar longos períodos de sedentarismo, levantando-se regularmente para andar, alongar ou mover o corpo de forma leve;
    • Optar por exercícios seguros e sustentáveis, que combinem prazer, regularidade e baixo risco de lesão, facilitando a manutenção do hábito;
    • Manter alimentação saudável, com frutas, legumes, verduras, grãos integrais e proteínas magras, favorecendo o controle de peso e a saúde metabólica;
    • Priorizar o sono de qualidade, garantindo horas suficientes de descanso para melhorar recuperação muscular e equilíbrio hormonal.

    No caso de pessoas com problemas cardiovasculares, é importante fazer uma avaliação médica antes de iniciar esforços intensos. A consulta garante orientações adequadas e ajustes no tipo, na carga e na intensidade do exercício, de acordo com as necessidades de cada pessoa.

    Leia também: Treino full body: o que é, para quem é indicado e como montar

    Perguntas frequentes

    Como começar a treinar aos poucos quando falta tempo durante a semana?

    O primeiro passo é escolher atividades simples e viáveis, que caibam na rotina sem exigir grandes deslocamentos ou equipamentos, como caminhadas curtas, alongamentos leves e exercícios com peso do próprio corpo.

    A evolução deve ser lenta, aumentando a duração e a intensidade somente quando o corpo se adaptar. Pequenas sessões de 10 a 15 minutos já despertam músculos, melhoram a circulação e reduzem o impacto de treinos concentrados no fim de semana. O importante é criar consistência, mesmo com pouco tempo.

    Como se movimentar mais no dia a dia?

    Uma dica prática é espalhar pequenas doses de movimento ao longo do dia. Se você trabalha sentado por muitas horas, levantar-se a cada hora, alongar braços e pernas, escolher escadas em vez do elevador e caminhar curtas distâncias sempre que possível criam microestímulos que reduzem o sedentarismo.

    Também vale incluir metas simples na rotina, como dez minutos de caminhada após o almoço ou deslocamentos mais ativos em tarefas diárias, por exemplo.

    Como saber se estou exagerando no treino?

    Os sinais de excesso de treino podem incluir tontura, náusea, dor aguda, sensação de peso no peito, fadiga desproporcional, falta de ar intensa e dores persistentes após dias de descanso. O corpo costuma avisar antes de uma lesão aparecer.

    Se houver sintomas desse tipo, a recomendação é reduzir a carga, descansar e, se necessário, buscar avaliação de um profissional.

    Quais dicas ajudam a manter constância ao longo das semanas?

    Quanto mais o exercício físico fizer parte da rotina, menor a chance de abandonar depois. Algumas dicas incluem:

    • Criar horários fixos para treinar;
    • Registrar treinos;
    • Estabelecer metas realistas e evitar comparações com outras pessoas;
    • Preparar roupas com antecedência;
    • Escolher locais acessíveis;
    • Contar com apoio de amigos ou familiares.

    Qual é o melhor exercício para quem está começando do zero?

    As atividades simples e de baixo impacto costumam ser as mais seguras para quem está começando, como caminhada acelerada, bicicleta em ritmo leve ou exercícios básicos com peso corporal.

    Eles exigem pouco conhecimento e permitem que o corpo se adapte aos poucos. À medida que a resistência melhora, é possível incluir exercícios mais desafiadores e aumentar a intensidade com segurança.

    Qual é o melhor horário para treinar no fim de semana?

    O melhor horário para treinar é aquele em que o corpo está mais disposto e o clima mais confortável. Pela manhã, as temperaturas costumam ser mais amenas e o organismo responde bem ao esforço. À tarde, os músculos já estão aquecidos e a mobilidade tende a ser maior. O importante é evitar treinar em horários muito quentes e manter hidratação adequada.

    Suplementos são necessários para quem treina só no fim de semana?

    A maioria das pessoas não precisa de suplementos, pois uma alimentação equilibrada e hidratação adequada normalmente já atendem às necessidades do corpo. Os suplementos podem ser úteis em situações específicas, como baixa ingestão proteica ou deficiências nutricionais, sempre com orientação profissional.

    Confira: Como começar a correr? Veja 8 dicas práticas para iniciantes

  • Câncer colorretal: entenda mais sobre o terceiro tipo de tumor mais frequente no Brasil

    Câncer colorretal: entenda mais sobre o terceiro tipo de tumor mais frequente no Brasil

    Sendo o terceiro tipo de tumor mais frequente no Brasil, atrás apenas do câncer de mama e próstata, o câncer colorretal se forma no intestino grosso, a partir do crescimento anormal de células na parede interna do intestino, formando pólipos — pequenas lesões benignas que, com o tempo, podem sofrer mutações e se tornar malignas.

    Por ter um crescimento lento, o rastreamento permite detectar alterações no intestino ainda em fase inicial, aumentando as chances de tratamento e recuperação. Vamos entender, a seguir, como a doença se manifesta e quais exames são importantes para o diagnóstico.

    O que é câncer colorretal?

    O câncer colorretal, também conhecido como câncer de intestino, é um tipo de tumor que se forma no intestino grosso, especialmente no cólon ou no reto. Ele costuma surgir a partir de pequenos pólipos — lesões benignas que se desenvolvem na parede interna do intestino.

    Com o tempo, o cardiologista Thiago Chadid explica que o pólipo pode evoluir. Primeiro, surge o pólipo hiperplásico, que é uma pequena elevação benigna e sem risco de virar câncer. Depois, ele pode se transformar em um adenoma, um tipo de pólipo que já tem potencial de se tornar maligno. O adenoma pode variar em gravidade — quanto mais alterações ele apresenta nas células, maior é o risco de evoluir para um câncer colorretal (adenocarcinoma).

    Quando o adenoma é pouco diferenciado (grau 3), o risco de progressão é alto, indicando que o tumor está prestes a se tornar invasivo. Também existem mutações genéticas que aumentam a probabilidade de desenvolvimento do câncer de intestino, podendo ser hereditárias ou adquiridas ao longo da vida.

    Por ter uma evolução mais lenta, é possível detectar e tratar ainda em estágios iniciais por meio de exames preventivos, como a colonoscopia, que permite visualizar o interior do intestino e remover pólipos antes que se tornem perigosos.

    Quais as causas do câncer colorretal?

    O câncer de intestino é causado por um conjunto de fatores que aumentam as chances de mutações no DNA das células do cólon e do reto, como:

    • Alimentação rica em carne vermelha e embutidos (como salsicha, bacon e presunto);
    • Baixo consumo de frutas, verduras, legumes e fibras;
    • Sedentarismo e falta de atividade física regular;
    • Excesso de peso e obesidade;
    • Consumo frequente de bebidas alcoólicas;
    • Tabagismo;
    • Idade acima de 50 anos;
    • Histórico familiar de câncer colorretal ou pólipos;
    • Doenças inflamatórias intestinais, como colite ulcerativa e doença de Crohn;
    • Alterações genéticas hereditárias (como síndrome de Lynch e polipose adenomatosa familiar).

    Pessoas com diverticulite têm mais risco de câncer de intestino?

    A resposta é não! De acordo com Thiago, a presença de divertículos, pequenas bolsas que se formam na parede do intestino, não aumenta o risco de câncer. Eles podem inflamar e causar diverticulite, mas a inflamação não tem relação com o surgimento de pólipos ou tumores.

    Os divertículos são pequenas bolsas que se projetam para fora da parede intestinal, enquanto os pólipos são elevações que crescem para dentro do intestino. Por isso, são alterações distintas, com origens e comportamentos completamente diferentes.

    Sintomas do câncer colorretal

    O câncer colorretal normalmente não apresenta sintomas nos estágios iniciais, mas com o avanço do tumor, eles começam a surgir de forma mais evidente. De acordo com Thiago, os sintomas variam de acordo com a localização do tumor.

    No lado direito, os sinais costumam ser mais discretos:

    • Alterações no hábito intestinal, como prisão de ventre alternando com diarreia leve;
    • Cólicas;
    • Sensação de inchaço;
    • Sangramento oculto.

    Já no lado esquerdo, eles são mais evidentes:

    • Sangue nas fezes (vermelho vivo ou escuro);
    • Dor ou desconforto abdominal frequente;
    • Perda de peso sem motivo aparente;
    • Febre;
    • Infecções intestinais recorrentes;
    • Fezes mais finas e afiladas.

    Como é feito o diagnóstico de câncer colorretal?

    O diagnóstico é feito por meio de exames clínicos e laboratoriais que permitem observar o interior do intestino e identificar alterações.

    Os principais exames incluem:

    • Colonoscopia: exame principal para visualizar o intestino e remover pólipos.
    • Exame de sangue oculto nas fezes: identifica pequenas quantidades de sangue.
    • Biópsia: feita durante a colonoscopia para confirmar células cancerígenas.

    Exames complementares como tomografia e ressonância podem ser solicitados para avaliar a extensão do tumor.

    Rastreamento de câncer colorretal

    O rastreamento é fundamental, principalmente para pessoas entre 50 e 75 anos — ou a partir dos 45 anos, segundo sociedades médicas.

    A frequência depende do tipo de pólipo encontrado. Em casos de alto risco, o controle deve ser feito em um ano.

    Exame de sangue oculto nas fezes substitui a colonoscopia?

    Não. Ele é um exame de triagem. Um resultado positivo indica a necessidade de colonoscopia.

    Como é feito o tratamento de câncer colorretal?

    O tratamento depende do estágio e da localização do tumor. As principais abordagens incluem:

    • Cirurgia — tratamento principal;
    • Quimioterapia — antes ou depois da cirurgia;
    • Radioterapia — especialmente para tumores de reto;
    • Terapias-alvo e imunoterapia — indicadas em casos específicos.

    Câncer colorretal tem cura?

    Sim — especialmente quando diagnosticado precocemente. A taxa de sobrevida em cinco anos pode chegar a 90%.

    Câncer de intestino costuma gerar metástases com frequência?

    Isso depende da localização do tumor. Tumores do cólon esquerdo e reto alto costumam metastatizar para o fígado; tumores do reto baixo, para o pulmão.

    Metástases isoladas podem, em alguns casos, ser tratadas com cirurgia ou ablação.

    É possível prevenir o câncer colorretal?

    Algumas medidas ajudam a reduzir o risco:

    • Praticar atividade física;
    • Manter o peso adequado;
    • Basear a alimentação em alimentos naturais;
    • Evitar ultraprocessados;
    • Comer frutas, verduras e legumes diariamente;
    • Reduzir consumo de carnes vermelhas;
    • Não fumar;
    • Evitar álcool.

    Veja também: Câncer: quais os principais fatores de risco?

    Perguntas frequentes

    Como o câncer colorretal se forma?

    O processo começa com mutações nas células do intestino, que formam pólipos. Alguns tipos podem evoluir para câncer.

    Como é feito o exame de colonoscopia?

    É realizado com um tubo flexível com câmera. Pode remover pólipos durante o exame. É feito sob sedação.

    O que significa ter pólipos no intestino?

    Pólipos são lesões benignas, mas alguns podem se tornar câncer. Removê-los reduz drasticamente o risco.

    Pessoas com intestino preso têm mais risco?

    A constipação não causa câncer, mas hábitos associados a ela podem aumentar o risco.

    O câncer colorretal causa perda de apetite?

    Sim. Pode ocorrer pela ação do tumor, pelo tratamento ou pelo impacto emocional.

    Veja mais: Cura ou remissão do câncer? Entenda a diferença entre os termos

  • Artrite psoriásica: quando a psoríase atinge as articulações

    Artrite psoriásica: quando a psoríase atinge as articulações

    A artrite psoriásica tem chamado cada vez mais atenção de especialistas e pacientes, especialmente porque muitas pessoas convivem com a psoríase por anos sem imaginar que a inflamação da pele também pode atingir articulações e tendões.

    A doença surge em pessoas que já têm psoríase ou que apresentam predisposição genética para desenvolvê-la. Nem todos com psoríase terão artrite psoriásica, mas entre 20% e 30% podem apresentar inflamação nas articulações, tendões e outras estruturas. A boa notícia é que hoje existem diversas terapias eficazes para controlar a progressão e aliviar os sintomas.

    O que é artrite psoriásica?

    A artrite psoriásica é uma inflamação autoimune que afeta articulações, tendões e outros tecidos, aparecendo em pessoas que têm psoríase, uma doença que causa manchas vermelhas e descamação na pele. É mais comum em adultos e tem forte influência genética.

    Quando o processo inflamatório ultrapassa a pele e chega às articulações, aparecem dor, inchaço e rigidez, sintomas que podem variar de leves a mais intensos.

    Principais sintomas

    Artrite

    Inchaço, dor e rigidez articular, geralmente envolvendo poucas articulações no início. Pode afetar dedos, joelhos, tornozelos, entre outras regiões.

    Tendinite

    Inflamação nos tendões, especialmente os envolvidos em movimentos repetitivos.

    Dactilite

    Inchaço importante dos dedos das mãos ou dos pés, o que gera um aspecto de “dedo em salsicha”.

    Lesões nas unhas

    Unhas irregulares, quebradiças, com manchas ou descolamento.

    Alterações oculares

    Pode causar uveíte, que provoca dor, vermelhidão, sensibilidade à luz e visão borrada.

    Causas

    A doença resulta da combinação entre predisposição genética e fatores ambientais.

    Predisposição genética

    Histórico familiar de psoríase ou artrite psoriásica aumenta o risco.

    Gatilhos ambientais

    Infecções, estresse físico ou emocional podem desencadear o processo inflamatório. Após o gatilho, o sistema imune passa a agir de forma exagerada e promove inflamação contínua na pele, nos tendões e nas articulações.

    Diagnóstico

    O diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas e no histórico de psoríase.

    Exames úteis

    • Exames de sangue: mostram inflamação e ausência de anticorpos de outras doenças reumatológicas (a artrite psoriásica é soronegativa).
    • Exames de imagem: raio-X, ressonância ou tomografia revelam desgaste articular e inflamação.
    • Análise do líquido articular: ajuda a descartar infecções ou outras artrites.

    Tratamento

    Medidas não medicamentosas

    • Fisioterapia
    • Exercícios físicos
    • Parar de fumar
    • Compressas mornas

    Casos leves

    Anti-inflamatórios podem controlar dor e inchaço.

    Casos moderados a graves

    Podem exigir:

    • Imunossupressores
    • Terapias biológicas

    Cirurgia

    Indicada quando há lesão articular grave ou ruptura de tendões.

    Seguimento

    O acompanhamento contínuo com reumatologista é essencial para:

    • Ajustar o tratamento
    • Monitorar efeitos colaterais
    • Evitar danos permanentes nas articulações
    • Prevenir complicações sistêmicas

    Com tratamento adequado, a maioria das pessoas consegue manter autonomia e qualidade de vida.

    Veja mais: Psoríase: entenda a doença de pele que vai muito além da aparência

    Perguntas frequentes sobre artrite psoriásica

    1. A artrite psoriásica tem cura?

    Não. Mas pode ser controlada com tratamento contínuo.

    2. Toda pessoa com psoríase desenvolve artrite psoriásica?

    Não. Apenas 20% a 30% dos pacientes evoluem para artrite.

    3. A doença é igual à artrite reumatoide?

    Não. São doenças diferentes, com mecanismos e tratamentos distintos.

    4. Exercícios fazem mal?

    Não. Atividade física orientada ajuda a reduzir dor e rigidez, desde que bem indicada pelo médico.

    5. O estresse piora a doença?

    Sim. Pode aumentar a inflamação e desencadear crises.

    6. Como saber se a dor na articulação é causada pela psoríase?

    O reumatologista avalia sintomas, exames e histórico clínico para fazer o diagnóstico.

    7. A doença pode afetar os olhos?

    Sim. A uveíte é uma complicação possível e precisa de tratamento rápido.

    Confira: Artrite ou artrose? Conheça as diferenças entre as doenças

  • Cristais nas articulações: entenda o que é a pseudogota 

    Cristais nas articulações: entenda o que é a pseudogota 

    Embora o nome soe incomum, a pseudogota é uma causa frequente de dor e inflamação nas articulações, principalmente em pessoas mais velhas. Muitas vezes, ela é confundida com gota ou artrite reumatoide, já que os sintomas podem ser parecidos, como inchaço, calor no local e dificuldade para movimentar a articulação afetada.

    Mas a pseudogota tem suas próprias características e exige atenção específica. Quando diagnosticada corretamente, o tratamento costuma ser eficaz, seja para aliviar crises agudas, seja para controlar a doença em sua forma crônica. Entender como ela se manifesta e quais são as opções de cuidado ajuda pacientes e familiares a lidar melhor com os episódios de dor e com o impacto no dia a dia.

    O que é a pseudogota?

    A pseudogota é uma doença causada pela deposição de cristais de pirofosfato de cálcio nas articulações, provocando inflamação e artrite. O nome popular vem da semelhança dos sintomas com os da gota, embora as duas condições sejam diferentes.

    Ela ocorre com mais frequência em idosos e afeta homens e mulheres de maneira semelhante.

    Principais sintomas

    Os sintomas variam desde quadros assintomáticos até formas mais crônicas e incapacitantes.

    Doença assintomática

    A pessoa não apresenta dor ou inflamação, mas exames — como radiografia — mostram condrocalcinose, depósito visível dos cristais na cartilagem.

    Artrite aguda

    • Inchaço da articulação
    • Vermelhidão
    • Calor local
    • Dor intensa
    • Limitação de movimento

    A articulação mais acometida é o joelho, mas punhos, tornozelos, ombros, pés e cotovelos também podem ser afetados.

    Artrite crônica

    Semelhante à artrite reumatoide:

    • Rigidez matinal
    • Fadiga
    • Inchaço persistente
    • Redução da mobilidade

    Pode atingir várias articulações ao mesmo tempo. Mesmo na forma crônica, podem ocorrer crises agudas.

    Osteoartrite

    A inflamação constante e a deposição de cristais desgastam progressivamente a articulação, contribuindo para quadros de osteoartrite.

    Causas

    A pseudogota surge quando há excesso de produção ou falha na metabolização do pirofosfato, levando ao depósito dos cristais dentro das articulações.

    Ela pode aparecer isoladamente, mas também está associada a algumas doenças:

    • Hemocromatose
    • Hiperparatireoidismo
    • Gota
    • Distúrbios metabólicos

    Também pode ter origem genética, aumentando o risco em pessoas com familiares diagnosticados.

    Diagnóstico

    O diagnóstico deve ser considerado principalmente em idosos com quadro súbito de artrite.

    Os principais métodos são os abaixo.

    Análise do líquido sinovial

    É o exame mais importante. A presença de cristais com birrefringência positiva confirma a pseudogota e diferencia da gota.

    Exames de imagem

    • Radiografia: mostra condrocalcinose e desgaste articular.
    • Ultrassonografia: identifica depósitos de cristais em cartilagens e tendões.

    Avaliação clínica

    Inclui histórico dos sintomas e exclusão de outras causas de artrite.

    Tratamento

    O tratamento depende da fase da doença: crise aguda ou forma crônica.

    Durante crises agudas

    • Corticoides (como prednisona)
    • Anti-inflamatórios não esteroidais
    • Corticoide intra-articular (quando infecção for excluída)
    • Repouso e compressas frias

    Prevenção de crises

    Para pessoas que têm episódios frequentes, há um anti-inflamatório específico que ajuda a evitar as crises, mas somente o médico poderá indicar.

    Nos casos crônicos

    • Anti-inflamatórios contínuos
    • Imunossupressores, como hidroxicloroquina e metotrexato, quando necessário

    O tratamento é individualizado e depende da gravidade do quadro.

    Prognóstico

    A maioria das crises tem melhora rápida após o início do tratamento. Nos casos crônicos, pode haver impacto na mobilidade e nas atividades diárias, mas a doença costuma ser controlável com acompanhamento adequado.

    Leia também: Artrite reumatoide: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamento

    Perguntas frequentes sobre pseudogota

    1. A pseudogota é a mesma coisa que gota?

    Não. Apesar de sintomas semelhantes, a gota envolve cristais de ácido úrico; a pseudogota, cristais de pirofosfato de cálcio.

    2. A pseudogota tem cura?

    Não, mas as crises podem ser bem controladas com tratamento.

    3. É uma doença comum em jovens?

    Não. Ela é mais frequente em idosos.

    4. A pseudogota pode virar artrite reumatoide?

    Não. São doenças diferentes, embora a forma crônica possa se parecer com ela.

    5. Radiografia sempre mostra pseudogota?

    Não sempre, mas os depósitos de cálcio nas cartilagens das articulações é um achado frequente.

    6. A pseudogota é hereditária?

    Pode ser. Algumas famílias têm predisposição genética.

    Confira: Gota: quando o ácido úrico causa inflamação nas articulações