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  • Como aferir a pressão arterial em casa? Cardiologista explica

    Como aferir a pressão arterial em casa? Cardiologista explica

    A hipertensão arterial, ou pressão alta, é uma das doenças crônicas mais comuns no Brasil. De acordo com a pesquisa Vigitel 2023, ela afeta cerca de 27,9% da população adulta brasileira — e muitas pessoas sequer percebem que têm o problema. Isso acontece porque, em muitos casos, a pressão alta não causa sintomas perceptíveis, evoluindo de forma silenciosa por anos até provocar complicações mais sérias.

    Nesse contexto, aliado ao acompanhamento médico regular, aferir a pressão arterial em casa é uma das formas mais eficazes de monitorar a saúde, além de ajudar a compreender como o corpo reage em diferentes situações do dia a dia, como momentos de estresse, descanso, sono ou após o consumo de café e sal.

    Conversamos com o cardiologista Giovanni Henrique Pinto para esclarecer as principais dúvidas sobre o tema, desde a escolha do aparelho até a forma correta de aferir a pressão em casa.

    Por que devemos medir a pressão arterial em casa?

    A pressão arterial é a força que o sangue exerce contra as paredes das artérias enquanto o coração bombeia para todo o corpo.

    Quando a pressão está muito alta, o coração precisa fazer mais força para bombear o sangue, o que, com o tempo, pode danificar os vasos sanguíneos e sobrecarregar o coração, os rins e o cérebro. Se a elevação é constante, caracteriza-se a hipertensão arterial, uma condição que aumenta o risco de infarto, AVC e insuficiência cardíaca — mesmo sem sintomas aparentes.

    Portanto, medir a pressão arterial em casa ajuda a identificar alterações antes que causem problemas graves para a saúde e, segundo Giovanni, “permite acompanhar a pressão em diferentes momentos do dia, o que dá uma visão mais real da saúde cardiovascular e ajuda no ajuste do tratamento.”

    Ela também ajuda a evitar o “efeito do jaleco branco”, de acordo com o cardiologista, um fenômeno em que a pressão arterial da pessoa sobe momentaneamente quando ela é medida no consultório médico ou em um ambiente hospitalar.

    Normalmente, isso acontece porque algumas pessoas ficam ansiosas ou tensas na presença do profissional de saúde, do ambiente clínico ou do próprio ato de medir a pressão. A reação faz o corpo liberar adrenalina e outros hormônios do estresse, que aumentam temporariamente a frequência cardíaca e a pressão.

    Qual o melhor aparelho para medir a pressão em casa?

    Os aparelhos digitais automáticos de braço são os mais confiáveis para medir a pressão arterial em casa, orienta Giovanni. Eles oferecem resultados precisos, são fáceis de usar e não exigem nenhum treinamento técnico.

    Existem também os modelos de pulso, que são mais portáteis e leves. No entanto, eles podem sofrer interferências, principalmente se o braço não estiver apoiado corretamente na altura do coração, e por isso devem ser utilizados apenas quando não for possível medir no braço — como em pessoas com circunferência de braço muito grande ou limitações de movimento.

    Independentemente do tipo escolhido, é fundamental que o equipamento tenha certificação e seja validado por sociedades médicas, como a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) ou entidades internacionais equivalentes. Isso garante que o aparelho passou por testes de precisão e qualidade.

    Também vale lembrar que o manguito (braçadeira) deve ser adequado ao tamanho do braço, cobrindo cerca de 80% da circunferência, pois tamanhos inadequados alteram o resultado da medição.

    Como medir a pressão arterial em casa?

    É bastante simples medir a pressão em casa, mas você deve ter alguns cuidados para que a leitura seja correta.

    O cardiologista Giovanni Henrique Pinto orienta que, antes da medição, é importante descansar por pelo menos 5 minutos em ambiente tranquilo. Evite fazer o teste logo após esforço físico, café, cigarro, bebidas alcoólicas ou refeições — pois isso pode alterar os valores temporariamente.

    Depois, siga o seguinte passo a passo:

    • Sente-se corretamente: fique sentado, com as costas apoiadas, pés no chão (sem cruzar as pernas) e o braço apoiado na altura do coração. O manguito deve estar ajustado cerca de 2 a 3 cm acima do cotovelo, com o tubo voltado para baixo;
    • Fique em silêncio e imóvel: durante a medição, não fale, não se mova e não mexa o braço, pois pequenas distrações podem alterar a pressão momentaneamente e comprometer a leitura;
    • Repita a aferição: faça duas ou três medições, com intervalo de 1 minuto entre elas. Depois, calcule a média das leituras — ela representa o valor mais fiel da sua pressão;
    • Anote os resultados: registre as medições em um caderno, planilha ou aplicativo e leve o histórico às consultas médicas. Assim, o profissional poderá avaliar as variações e ajustar o tratamento, se necessário.

    Existe um horário do dia melhor para medir a pressão?

    O ideal é medir a pressão arterial sempre nos mesmos horários, para garantir comparações confiáveis entre as medições. Os momentos mais indicados são pela manhã, antes do café da manhã e antes de tomar qualquer medicamento, e à noite, antes de dormir e após alguns minutos de descanso.

    Medir nesses períodos ajuda a observar como a pressão se comporta ao longo do dia e a identificar variações que possam indicar hipertensão ou hipotensão.

    Valores de referência

    Veja abaixo os valores médios recomendados conforme as Diretrizes Brasileiras de Hipertensão Arterial (2023):

    Classificação Pressão arterial sistólica (mmHg) Pressão arterial diastólica (mmHg)
    Normal Menor que 120 Menor que 80
    Pré-hipertensão 120 – 139 80 – 89
    Hipertensão arterial estágio 1 140 – 159 90 – 99
    Hipertensão arterial estágio 2 160 – 179 100 – 109
    Hipertensão arterial estágio 3 180 ou mais 110 ou mais

    De acordo com a nova diretriz brasileira de hipertensão arterial, os valores de 12 por 8 (120/80 mmHg) até 13,9 por 8,9 (139/89 mmHg) passam a ser classificados como pré-hipertensão, uma condição que exige atenção e acompanhamento médico, embora o tratamento medicamentoso normalmente não seja o primeiro passo.

    A meta de tratamento para pessoas hipertensas também foi endurecida, passando a ser abaixo de 13 por 8 (<130/80 mmHg).

    É importante lembrar que uma medida isolada alta não confirma o diagnóstico de hipertensão. O ideal é observar os valores ao longo de dias diferentes, em condições semelhantes, e discutir os resultados com o médico.

    Quando procurar um médico?

    A aferição em casa não substitui o acompanhamento médico, mas ajuda a identificar quando algo está fora do esperado. Giovanni orienta procurar atendimento de urgência se a pressão estiver persistentemente acima de 180/110 mmHg ou se vier acompanhada de sintomas como:

    • Dor no peito;
    • Falta de ar;
    • Visão turva;
    • Fraqueza em um lado do corpo;
    • Dor de cabeça súbita e intensa.

    Esses sinais podem indicar crise hipertensiva, uma emergência que exige avaliação médica rápida.

    É possível usar smartwatch ou aplicativo para medir a pressão?

    Os relógios inteligentes e aplicativos de celular podem ser bastante úteis no acompanhamento do estilo de vida, mas Giovanni aponta que eles não substituem os aparelhos validados de braço.

    Esses dispositivos estimam a pressão por sensores ópticos e algoritmos, o que pode gerar variações consideráveis. Até o momento, nenhum smartwatch é considerado confiável para diagnóstico ou controle médico da hipertensão.

    “Para diagnóstico e acompanhamento confiável, apenas aparelhos aprovados por órgãos de saúde devem ser usados”, orienta o cardiologista.

    Cuidados contínuos para controlar a pressão arterial

    No dia a dia, tanto para pessoas com diagnóstico de hipertensão quanto para aquelas que não têm a condição, alguns hábitos simples ajudam a fortalecer o sistema cardiovascular e manter o equilíbrio entre corpo e mente — contribuindo para o controle da pressão arterial. Entre os principais, podemos destacar:

    • Manter uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras, legumes e grãos integrais — alimentos in natura fornecem potássio, magnésio e fibras, nutrientes que ajudam a regular a pressão;
    • Reduzir o consumo de sal, embutidos, molhos prontos e ultraprocessados — o excesso de sódio retém líquidos e aumenta o volume de sangue circulante, elevando a pressão;
    • Praticar atividade física regularmente, como caminhada, ciclismo, natação ou musculação leve — o exercício melhora a circulação e fortalece o coração;
    • Evitar o tabaco e o consumo excessivo de álcool, que prejudicam os vasos sanguíneos e elevam a pressão arterial com o tempo;
    • Dormir bem e controlar o estresse, pois noites mal dormidas e tensão emocional constante aumentam a liberação de hormônios como adrenalina e cortisol, que podem elevar a pressão.

    Confira: 12×8 já não é normal: nova diretriz muda o que entendemos por pressão alta

    Perguntas frequentes

    1. O que é hipertensão arterial?

    A hipertensão arterial, também conhecida como pressão alta, é uma condição em que o sangue exerce uma força maior do que o normal contra as paredes das artérias. A pressão elevada faz o coração trabalhar mais intensamente para bombear o sangue e, com o tempo, pode causar danos aos vasos sanguíneos, coração, cérebro, rins e olhos.

    O problema é que a hipertensão costuma evoluir de forma silenciosa, sem sintomas, o que faz com que muitas pessoas só descubram o diagnóstico após anos de alterações. Por isso, o controle e a medição regular são fundamentais para a prevenção de complicações.

    2. Quais são os sintomas da pressão alta?

    A pressão alta normalmente não causa sintomas aparentes, mas algumas pessoas podem apresentar sinais quando a pressão sobe demais, como:

    • Dores no peito;
    • Dor de cabeça;
    • Tonturas;
    • Zumbido no ouvido;
    • Fraqueza;
    • Visão embaçada;
    • Sangramento nasal.

    O ideal é não esperar sentir nada para medir a pressão, já que o corpo pode se adaptar aos valores altos e mascarar os sintomas.

    3. O que é a pré-hipertensão?

    A pré-hipertensão é uma fase intermediária entre a pressão normal e a pressão alta. De acordo com a nova diretriz brasileira, valores entre 120–139 mmHg (sistólica) e/ou 80–89 mmHg (diastólica) indicam atenção e risco aumentado de evolução para hipertensão.

    Nessa fase, normalmente não há necessidade de medicamentos, mas o médico orienta mudanças de hábitos, como reduzir o sal, praticar exercícios e controlar o estresse, para evitar que o quadro evolua. É o momento ideal para agir e prevenir complicações futuras.

    4. A alimentação pode influenciar a pressão arterial?

    Sim, e muito! O consumo excessivo de sal é um dos principais fatores que favorecem a pressão alta, pois o sódio retém líquidos e aumenta o volume de sangue circulante. O ideal é reduzir o sal do preparo dos alimentos e evitar produtos ultraprocessados — que costumam ter alto teor de sódio escondido.

    Por outro lado, frutas, verduras, legumes e grãos integrais ajudam a controlar a pressão por serem ricos em potássio, magnésio e fibras. Beber bastante água, evitar álcool em excesso e manter o peso corporal adequado também são atitudes que fazem a diferença.

    5. Quais são os riscos de não tratar a hipertensão?

    Com o tempo, a pressão elevada danifica as artérias e reduz o fluxo de sangue para órgãos vitais, o que aumenta o risco de infarto, AVC, insuficiência cardíaca, doença renal crônica e perda de visão. Além disso, a hipertensão acelera o envelhecimento dos vasos e prejudica a memória e a concentração. Mesmo sem sintomas, o corpo está sendo afetado lentamente.

    6. O que fazer em caso de crise hipertensiva?

    Uma crise hipertensiva ocorre quando a pressão atinge valores muito altos, geralmente acima de 180/110 mmHg, e pode vir acompanhada de dor no peito, falta de ar, visão turva, dor de cabeça intensa ou fraqueza em um lado do corpo.

    Nesses casos, é fundamental procurar atendimento médico imediato. Tentar resolver o problema em casa, tomando remédios por conta própria, pode agravar a situação. Após o controle da crise, o médico investigará as causas e ajustará o tratamento.

    Veja também: Potássio ajuda a reduzir a pressão alta? Cardiologista explica

  • Tremores, lentidão e rigidez: o que é e como tratar o Parkinson 

    Tremores, lentidão e rigidez: o que é e como tratar o Parkinson 

    A Doença de Parkinson é uma das condições neurológicas mais conhecidas, especialmente por afetar os movimentos do corpo. Ela provoca tremores, rigidez e lentidão, mas também pode causar sintomas menos lembrados, como alterações de sono, humor e memória.

    Embora ainda não tenha cura, o Parkinson conta hoje com tratamentos que ajudam a manter uma vida ativa e independente por muitos anos, desde que acompanhados por equipe médica especializada.

    O que é a Doença de Parkinson

    A Doença de Parkinson é crônica e progressiva, ou seja, evolui ao longo do tempo e exige acompanhamento constante. Ela afeta o sistema nervoso central, especialmente as áreas do cérebro responsáveis pelo controle dos movimentos.

    O que acontece no cérebro

    No Parkinson, ocorre uma degeneração das células nervosas localizadas em uma região chamada substância negra. Essas células produzem dopamina, neurotransmissor essencial para a coordenação, o equilíbrio e a fluidez dos movimentos.

    Quando há perda dessa dopamina, o cérebro perde a capacidade de enviar sinais adequados aos músculos, gerando os sintomas motores característicos da doença.

    Principais sintomas

    Os sintomas do Parkinson se desenvolvem de forma lenta e progressiva, e a intensidade varia de pessoa para pessoa.

    Sintomas motores

    • Tremor em repouso: movimento involuntário, geralmente nas mãos ou braços, que diminui durante a ação;
    • Rigidez muscular: sensação de enrijecimento, dificultando gestos simples;
    • Bradicinesia: lentidão para iniciar e realizar movimentos;
    • Instabilidade postural: dificuldade de equilíbrio e tendência a quedas.

    Sintomas não motores

    • Alterações do sono;
    • Perda do olfato;
    • Constipação intestinal;
    • Depressão, ansiedade e apatia;
    • Dificuldade de concentração e lentidão no raciocínio;
    • Alterações na fala e na escrita (a letra tende a ficar menor e trêmula).

    Causas e fatores de risco

    A causa exata da Doença de Parkinson ainda não é totalmente conhecida. Acredita-se que resulte da combinação de fatores genéticos e ambientais. Alguns casos estão ligados a mutações genéticas, mas a maioria ocorre de forma esporádica, sem histórico familiar.

    Os principais fatores de risco são:

    • Idade avançada;
    • Histórico familiar da doença;
    • Uso prolongado de certos medicamentos;
    • Exposição a toxinas ambientais.

    Diagnóstico

    O diagnóstico é clínico, feito com base na observação dos sintomas e no exame neurológico. Não existe um teste único que confirme a doença, mas exames complementares, como ressonância magnética, tomografia e análises laboratoriais, ajudam a descartar outras condições com sintomas semelhantes.

    Diagnósticos diferenciais

    Algumas doenças podem causar sintomas parecidos com o Parkinson, o que torna o diagnóstico diferencial essencial.

    Parkinsonismo secundário

    Apresenta sintomas semelhantes, mas é causado por outro fator externo. Pode ocorrer por:

    • Uso prolongado de medicamentos (como antipsicóticos e antieméticos);
    • Traumatismos cranianos repetidos;
    • Acidentes vasculares cerebrais (AVC) em áreas específicas do cérebro.

    Tremor essencial

    Apesar de se parecer com o Parkinson, o tremor essencial ocorre durante o movimento, e não em repouso.

    Tratamento

    Ainda não existe cura para a Doença de Parkinson, mas os tratamentos atuais controlam os sintomas e proporcionam boa qualidade de vida.

    As principais abordagens são:

    1. Medicamentos

    Os fármacos usados têm como objetivo aumentar ou substituir a dopamina, ou ainda reduzir sua degradação. Eles ajudam a melhorar a rigidez, o tremor e a lentidão dos movimentos.

    2. Fisioterapia e atividade física

    Essenciais para manter a mobilidade, a força e o equilíbrio. Exercícios como caminhadas, alongamentos e pilates são altamente benéficos.

    3. Fonoaudiologia

    Ajuda na fala e na deglutição, comuns de serem afetadas pela doença.

    4. Terapia ocupacional

    Auxilia o paciente a adaptar rotinas, preservar a autonomia e facilitar as atividades diárias.

    5. Psicologia

    Fundamental para lidar com o impacto emocional da doença.

    6. Cirurgia de estimulação cerebral profunda (DBS)

    Indicada em casos em que os medicamentos deixam de surtir efeito. O procedimento implanta eletrodos em áreas específicas do cérebro para regular os impulsos nervosos e melhorar os sintomas motores.

    Evolução e qualidade de vida

    O Parkinson tem progressão lenta, e o ritmo varia entre as pessoas. Com tratamento adequado e acompanhamento neurológico regular, é possível controlar os sintomas por muitos anos.

    Além da adesão medicamentosa, o apoio familiar e o acompanhamento multidisciplinar com fisioterapeutas, fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e psicólogos são fundamentais para manter a autonomia e o bem-estar.

    Há como prevenir?

    Ainda não existe uma forma comprovada de prevenir o Parkinson. Porém, hábitos que favorecem a saúde cerebral e a neuroplasticidade — a capacidade do cérebro de criar e reforçar conexões neuronais — podem ajudar a proteger o sistema nervoso.

    São recomendadas:

    • Atividades físicas regulares;
    • Alimentação equilibrada;
    • Atividades cognitivas e sociais, que estimulam o cérebro.

    Veja mais: Esclerose múltipla: entenda a doença em que o corpo ataca o sistema nervoso

    Perguntas frequentes sobre Doença de Parkinson

    1. O que causa a Doença de Parkinson?

    A causa é multifatorial e envolve fatores genéticos e ambientais. A perda de células que produzem dopamina é o que gera os sintomas.

    2. O Parkinson tem cura?

    Não. Mas há tratamentos eficazes que controlam os sintomas e permitem uma vida ativa.

    3. Quais são os primeiros sinais da doença?

    Tremor em repouso, rigidez, lentidão e mudanças na escrita ou fala costumam ser os primeiros sinais.

    4. Como é feito o diagnóstico?

    Por meio da avaliação clínica e neurológica. Exames de imagem são usados para descartar outras doenças.

    5. O tratamento é apenas com remédios?

    Não. Fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional e apoio psicológico são fundamentais.

    6. Quando é indicada a cirurgia cerebral profunda (DBS)?

    Em casos avançados, quando os medicamentos não controlam mais os sintomas.

    7. O Parkinson pode ser evitado?

    Não existe prevenção comprovada, mas atividades físicas, cognitivas e sociais ajudam a preservar a função cerebral.

    Leia também: Demência por corpos de Lewy (DCL): o que é, como reconhecer e tratar

  • Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA): o que é e como afeta a vida 

    Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA): o que é e como afeta a vida 

    A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma das doenças neurológicas mais desafiadoras da medicina moderna. Embora rara, ela impacta profundamente a vida das pessoas diagnosticadas e provoca limitações motoras progressivas que exigem acompanhamento contínuo.

    No Brasil, estima-se que milhares de pessoas convivam com o diagnóstico. O físico Stephen Hawking, por exemplo, foi um dos casos mais conhecidos no mundo. Apesar de ainda não haver cura, avanços na medicina e o apoio de equipes multidisciplinares têm permitido mais tempo e qualidade de vida aos pacientes.

    O que é a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)

    A Esclerose Lateral Amiotrófica é uma doença neurodegenerativa progressiva que afeta os neurônios motores, responsáveis por enviar comandos do cérebro e da medula espinhal para os músculos.

    Com o tempo, esses neurônios se deterioram e morrem, fazendo com que os músculos percam a capacidade de se mover. Isso causa fraqueza muscular, dificuldade para andar, falar, engolir e respirar.

    Apesar do comprometimento motor, a doença não afeta a memória nem a sensibilidade da pele, ou seja, a pessoa sente tudo normalmente, mas não consegue mover o corpo como antes.

    Como a ELA se manifesta

    Os sintomas iniciais variam de pessoa para pessoa, mas geralmente começam de forma discreta e vão piorando com o tempo.

    Sinais mais comuns:

    • Fraqueza em braços ou pernas (dificuldade para segurar objetos, caminhar ou subir escadas);
    • Dificuldade para falar claramente (disartria);
    • Engasgos e dificuldade para engolir (disfagia);
    • Mudanças emocionais, como choro ou riso fora de hora (afeto pseudobulbar).

    Com a progressão, a fraqueza se espalha pelo corpo, comprometendo fala, deglutição e respiração.

    Quem pode ter ELA

    A ELA pode afetar qualquer adulto, mas é mais comum após os 50 anos e atinge homens e mulheres.

    A maioria dos casos é esporádica, ou seja, sem histórico familiar. Há, porém, formas hereditárias, ligadas a alterações genéticas.

    Entre os fatores de risco estão:

    • Idade mais avançada;
    • Histórico familiar de ELA;
    • (De forma controversa) tabagismo e exposição a metais pesados.

    Como é feito o diagnóstico

    Não existe um exame único que confirme a doença. O diagnóstico é clínico, feito por um neurologista com base em sinais, sintomas e exames complementares.

    Avaliações mais comuns:

    • História clínica detalhada e exame neurológico;
    • Eletroneuromiografia (ENMG): avalia a atividade elétrica dos músculos;
    • Ressonância magnética do cérebro e da medula: descarta outras doenças semelhantes;
    • Exames de sangue: para investigar causas metabólicas ou autoimunes.

    O diagnóstico pode demorar porque a ELA pode se parecer com outras doenças neurológicas. Quanto antes for feita a confirmação, mais cedo o tratamento pode começar.

    Tratamento e cuidados

    Ainda não há cura para a ELA, mas existem terapias que retardam a progressão e melhoram a qualidade de vida. O tratamento deve ser conduzido por uma equipe multidisciplinar.

    Principais abordagens:

    • Medicamentos: dois remédios aprovados conseguem retardar a evolução da doença por alguns meses; novas terapias estão em estudo;
    • Suporte ventilatório: ajuda na respiração quando os músculos enfraquecem;
    • Nutrição adequada: pode incluir sonda para manter o peso e prevenir desnutrição;
    • Fisioterapia motora e respiratória: mantém a mobilidade e reduz complicações;
    • Fonoaudiologia: melhora fala e deglutição;
    • Terapia ocupacional: adapta o ambiente para atividades do dia a dia;
    • Apoio psicológico: essencial para o paciente e familiares.

    Prognóstico e qualidade de vida

    A ELA não afeta apenas os músculos: também pode causar alterações cognitivas e emocionais, como depressão e apatia.

    O impacto social e emocional é grande, tanto para quem convive com a doença quanto para cuidadores e familiares.

    Por isso, os cuidados paliativos são parte importante do acompanhamento. Eles buscam aliviar sintomas, garantir conforto e apoiar decisões sobre o tratamento nas fases mais avançadas.

    Veja também: Esclerose múltipla: entenda a doença em que o corpo ataca o sistema nervoso

    Perguntas frequentes sobre Esclerose Lateral Amiotrófica

    1. O que causa a Esclerose Lateral Amiotrófica?

    Na maioria dos casos, a causa é desconhecida. Alguns estão ligados a mutações genéticas hereditárias.

    2. A ELA tem cura?

    Ainda não. No entanto, existem medicamentos e terapias que retardam a progressão e melhoram a qualidade de vida.

    3. A doença afeta a memória ou o raciocínio?

    Em geral, não. A ELA compromete os músculos, mas o paciente continua lúcido e consciente.

    4. Como é feito o diagnóstico da ELA?

    O diagnóstico é clínico e envolve exames neurológicos, eletroneuromiografia e ressonância magnética.

    5. A ELA é hereditária?

    Cerca de 5% a 10% dos casos têm origem genética. O restante é considerado esporádico.

    6. O que esperar da evolução da doença?

    A progressão é gradual e varia de pessoa para pessoa. O foco do tratamento é manter a autonomia e o conforto pelo máximo de tempo possível.

    7. O que pode ajudar quem tem ELA a viver melhor?

    Acompanhamento multiprofissional, fisioterapia, nutrição, suporte respiratório e apoio psicológico fazem diferença significativa.

    Leia também: Demência: como reconhecer os sinais e entender os tipos mais comuns

  • Vitamina K: importante para coagulação do sangue e ossos fortes 

    Vitamina K: importante para coagulação do sangue e ossos fortes 

    Assim como muitas outras, a vitamina K é também muito importante para o organismo. E não é à toa: ela é indispensável para que o sangue coagule corretamente, o que evita sangramentos excessivos, e também ajuda o corpo a manter os ossos saudáveis. Sem ela, pequenas feridas podem demorar a cicatrizar, e o risco de fraturas pode aumentar.

    Presente em alimentos simples, como folhas verdes e alguns óleos vegetais, essa vitamina também é produzida em parte pelas bactérias intestinais. Apesar disso, nem sempre o corpo consegue obtê-la nas quantidades ideais.

    O que é a vitamina K

    A vitamina K é um grupo de compostos lipossolúveis que exercem funções muito importantes no corpo.

    Os tipos mais estudados são:

    • Vitamina K1 (filoquinona): encontrada em plantas verdes, especialmente folhas escuras.
    • Vitamina K2 (menaquinonas, como MK-4, MK-7, etc.): encontrada em alimentos fermentados, em alguns produtos animais e também produzida por bactérias intestinais.

    Apesar de ambas serem vitamina K, os subtipos K1 e K2 podem ter diferenças em absorção, distribuição no corpo e funções extras além da coagulação.

    Funções principais da vitamina K

    1. Coagulação do sangue

    A função mais conhecida da vitamina K é ajudar o sangue a coagular, ou seja, a formar aquela “casquinha” natural que impede um corte de sangrar demais. Ela ativa proteínas que fazem o sangue fechar o ferimento e interromper o sangramento.

    Quando falta vitamina K, esse mecanismo não funciona direito. Pequenos machucados podem demorar mais para estancar e, em casos graves, o risco de sangramentos aumenta.

    No organismo, a vitamina K é parte importante da produção de vários fatores de coagulação, que são substâncias presentes no fígado que tornam esse processo possível.

    2. Saúde óssea e metabolismo do cálcio

    Nos ossos e nos tecidos conectivos, a vitamina K também participa da ativação de proteínas que regulam o uso do cálcio — ou seja, ajuda que o cálcio vá para onde é necessário, nos ossos, e não acabe depositado em locais indesejados, como as artérias.

    Níveis corretos de vitamina K estão associados a um osso mais saudável e menor risco de fraturas.

    Causas e fatores de risco para deficiência de vitamina K

    A deficiência de vitamina K não é tão comum em pessoas saudáveis, mas pode ocorrer em certas situações.

    Alguns fatores de risco são:

    • Problemas no intestino, que dificultam a absorção das gorduras dos alimentos e, junto com elas, da vitamina K;
    • Uso prolongado de antibióticos, que pode eliminar as bactérias boas do intestino — são elas que ajudam a produzir uma parte da vitamina K2;
    • Alimentação pobre em verduras e legumes verdes, como couve, brócolis e espinafre, que são as principais fontes da vitamina;
    • Doenças no fígado, já que esse órgão precisa estar saudável para usar a vitamina e produzir substâncias que ajudam o sangue a coagular;
    • Uso de certos remédios anticoagulantes (como a varfarina), que interferem no efeito da vitamina K e exigem acompanhamento médico;
    • Recém-nascidos, porque ainda não têm as bactérias do intestino totalmente formadas. Por isso, logo após o parto, o bebê recebe uma injeção de vitamina K para evitar sangramentos.

    Quando há falta de vitamina K, alguns sinais que podem aparecer são: sangramentos frequentes (hematomas, sangramento nas gengivas, sangramentos prolongados) e elevação do tempo de coagulação nos exames de sangue.

    Fontes alimentares de vitamina K

    É possível conseguir boa parte da vitamina K por meio da alimentação. Aqui vão algumas fontes importantes:

    • Vegetais verdes escuros: couve, espinafre, brócolis, agrião, rúcula;
    • Óleos vegetais: óleo de soja, óleo de canola;
    • Alimentos fermentados ou fermento natural: natto (soja fermentada — especialmente rico em K2) e certos queijos maturados;
    • Fígado e algumas carnes: principalmente fontes de K2;
    • Ovos e laticínios integrais: em menor grau.

    A parte que o corpo consegue absorver varia conforme o tipo de vitamina K, o alimento e o contexto da dieta.

    Como saber se está recebendo o suficiente

    Não existe um exame de sangue comum que mostre exatamente quanto de vitamina K a pessoa tem no corpo. Mas o médico pode desconfiar da falta da vitamina ao observar alguns sinais e exames.

    Quando o sangue demora mais para coagular, isso pode aparecer nos exames de coagulação. O profissional também avalia se a pessoa tem sangramentos frequentes, manchas roxas que surgem com facilidade ou alimentação pobre em verduras.

    Em alguns casos, pode ser necessário investigar mais a fundo, mas quase sempre uma boa alimentação é o suficiente para manter os níveis adequados.

    Suplementação e tratamento

    Se for identificada deficiência ou risco alto, o médico ou nutricionista pode recomendar suplementação ou ajustes na dieta. Algumas observações importantes:

    • Suplementos de vitamina K podem ter formas K1 ou K2 — a escolha depende do objetivo e do perfil da pessoa;
    • A dose e a forma ideal ainda são objeto de estudo para muitos usos, especialmente para ossos;
    • Pessoas que utilizam medicamentos anticoagulantes devem ter acompanhamento rigoroso, pois a vitamina K pode interferir no efeito desses medicamentos;
    • A suplementação não substitui uma dieta saudável e balanceada;
    • Em alguns casos específicos (por exemplo, em recém-nascidos), administra-se injeção de vitamina K para prevenir hemorragias.

    Cuidados e riscos

    A vitamina K dos alimentos é segura e não faz mal, mesmo quando consumida todos os dias. O problema pode aparecer quando alguém toma suplementos por conta própria, em doses altas, ou mistura com remédios anticoagulantes sem orientação médica.

    Quem tem problemas no fígado ou já teve reações alérgicas deve conversar com o médico antes de usar qualquer tipo de suplemento. E atenção: nunca pare nem mude o uso de remédios que afinam o sangue (como varfarina) sem falar com o profissional que acompanha seu tratamento.

    Quando procurar um médico ou nutricionista

    Procure orientação profissional se você:

    • Tiver sangramentos fora do normal, como nariz sangrando, gengivas que sangram com facilidade ou manchas roxas que aparecem do nada;
    • Sofrer de ossos fracos ou já tiver tido diagnóstico de osteopenia ou osteoporose;
    • Usar remédios anticoagulantes e tiver dúvidas sobre o que pode comer;
    • Ou perceber sinais de má alimentação, como fraqueza e cansaço sem motivo.

    Confira: O que acontece no corpo quando falta vitamina A

    Perguntas frequentes sobre a vitamina K

    1. Posso exagerar na dose de vitamina K?

    A vitamina K que vem dos alimentos não faz mal. O cuidado deve ser com suplementos em excesso, que podem atrapalhar o efeito de remédios anticoagulantes.

    2. Quem usa anticoagulante pode comer alimentos ricos em vitamina K?

    Pode sim, mas é importante manter uma alimentação equilibrada e constante. Comer demais ou de menos de uma vez pode atrapalhar o controle da medicação.

    3. Qual a quantidade ideal por dia?

    A necessidade varia de pessoa para pessoa, mas os especialistas recomendam cerca de 90 a 120 microgramas por dia para adultos saudáveis. Isso pode ser alcançado com uma boa alimentação.

    4. A vitamina K ajuda a evitar fraturas?

    Alguns estudos mostram que sim, que ela pode fortalecer os ossos e reduzir o risco de fraturas, mas os cientistas ainda pesquisam mais sobre isso.

    5. Grávidas e mulheres que amamentam podem tomar vitamina K?

    Sim, a vitamina K é importante nessas fases. Mas qualquer suplemento deve ser indicado pelo médico, para garantir a dose certa e a segurança da mãe e do bebê.

    6. Dá para conseguir vitamina K só com a alimentação?

    Na maioria das vezes, sim. Comer verduras de folhas verdes, brócolis, couve e alimentos fermentados costuma trazer a vitamina que o corpo precisa.

    Leia mais: Deficiências nutricionais em adultos: aprenda a identificar sinais no dia a dia e prevenir riscos

  • 7 erros comuns que atrapalham a saúde do coração 

    7 erros comuns que atrapalham a saúde do coração 

    As doenças cardiovasculares continuam sendo a principal causa de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, estima-se que uma pessoa morra a cada 90 segundos por causas relacionadas ao coração, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Grande parte desses casos, porém, poderia ser evitada com mudanças simples no estilo de vida.

    Muitos dos fatores de risco estão ligados a hábitos que temos no dia a dia, aparentemente inofensivos, mas que, com o tempo, aumentam a pressão arterial, os níveis de colesterol e o risco de infarto e AVC. Veja, a seguir, os 7 erros mais comuns que colocam a saúde do coração em perigo e como corrigi-los a tempo.

    1. Levar uma vida sedentária

    Ficar longos períodos sentado e não praticar atividade física regularmente é um dos maiores inimigos do coração. O sedentarismo reduz a capacidade cardiovascular, eleva a pressão arterial e facilita o ganho de peso.

    De acordo com a American Heart Association (AHA), o ideal é praticar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana — o equivalente a 30 minutos por dia, cinco vezes por semana. Caminhar, nadar, pedalar ou dançar já fazem diferença.

    2. Comer alimentos ultraprocessados com frequência

    Produtos industrializados, como embutidos, salgadinhos, refrigerantes e biscoitos recheados, são de fato gostosos, mas são ricos em gordura saturada, açúcar, sódio e aditivos químicos. O consumo frequente desses alimentos está intimamente ligado ao aumento do colesterol ruim (LDL) e à pressão alta.

    A recomendação médica é priorizar alimentos naturais e minimamente processados, como frutas, verduras, grãos integrais, feijão e azeite de oliva, seguindo o modelo da dieta mediterrânea, considerada uma das mais protetoras para o coração.

    3. Exagerar na gordura saturada e nas frituras

    Mesmo dentro de casa, o excesso de gordura saturada, presente em carnes gordas, manteiga, queijos amarelos e frituras, prejudica a saúde do coração. Essas gorduras aumentam a formação de placas nas artérias, que podem levar a um infarto e AVC.

    Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, o ideal é que menos de 7% das calorias diárias venham de gordura saturada. Trocar frituras por preparações assadas, cozidas ou grelhadas já faz uma grande diferença.

    4. Viver sob estresse constante

    O estresse crônico libera hormônios como adrenalina e cortisol, que elevam a pressão arterial e favorecem a inflamação nas artérias. Com o tempo, isso aumenta o risco de doenças como pressão alta, arritmia e até insuficiência cardíaca.

    Aprender a controlar o estresse com pausas, meditação, atividade física e sono de qualidade é essencial para manter o coração protegido.

    Leia também: Deficiências nutricionais em adultos: aprenda a identificar sinais no dia a dia e prevenir riscos

    5. Dormir pouco ou mal

    Dormir menos de 7 horas por noite afeta a pressão arterial, os níveis de açúcar no sangue e o controle do apetite, fatores que impactam diretamente o coração. Estudos mostram que pessoas com insônia ou apneia do sono têm maior risco de desenvolver pressão alta e doenças coronarianas.

    Manter horários regulares, evitar telas antes de dormir e criar um ambiente silencioso e escuro ajudam a ter um sono mais tranquilo e restaurador.

    6. Ignorar a pressão alta e o colesterol elevado

    Muita gente só descobre que tem pressão alta ou colesterol alto depois de um susto. O problema é que essas condições são silenciosas e não causam sintomas no início, mas são os principais fatores de risco para infarto e AVC.

    Fazer check-ups periódicos, medir a pressão regularmente e manter um acompanhamento médico é muito importante para detectar e tratar ainda cedo qualquer alteração.

    7. Fumar — e até conviver com quem fuma

    O cigarro é um dos piores inimigos do coração. Ele danifica as paredes dos vasos sanguíneos, reduz o oxigênio no sangue e aumenta a formação de coágulos. Mesmo quem não fuma, mas convive com fumantes, tem risco maior de doenças cardíacas.

    A boa notícia é que parar de fumar traz benefícios imediatos: em 20 minutos, a pressão arterial começa a normalizar; em 24 horas, o risco de infarto já diminui; e, após um ano, o risco de doenças cardíacas cai pela metade.

    Hoje, há diversos tratamentos para ajudar a parar de fumar, inclusive gratuitamente no Sistema Único de Saúde (SUS).

    Perguntas frequentes sobre saúde do coração

    1. Qual é o principal vilão para a saúde do coração?

    O conjunto de maus hábitos, como sedentarismo, alimentação ruim e estresse, é mais perigoso do que um único fator isolado.

    2. Existe uma alimentação ideal para o coração?

    Sim. A dieta mediterrânea e a DASH (voltada para quem tem pressão alta) são as mais indicadas, pois priorizam frutas, verduras, grãos integrais e gorduras boas.

    3. Beber vinho ajuda o coração?

    Não. Hoje sabe-se que, apesar do vinho conter resveratrol, um bom antioxidante, não há benefícios para o coração em consumi-lo justamente por conta do álcool.

    4. Quem faz exercícios pode dispensar exames de rotina?

    Não. Mesmo pessoas ativas precisam de acompanhamento médico regular para avaliar pressão, colesterol e glicemia.

    5. O estresse pode causar infarto?

    Sim. O estresse libera hormônios que aumentam a pressão e podem favorecer espasmos nas artérias coronárias.

    6. Dormir bem realmente faz diferença para o coração?

    Sim. O sono regula hormônios e mantém a pressão estável. Dormir menos de 7 horas por noite eleva o risco de pressão alta e infarto.

    Veja mais: 7 dicas de um médico para ser mais produtivo e ter menos estresse

  • Ferro: saiba mais sobre o papel do ferro no organismo 

    Ferro: saiba mais sobre o papel do ferro no organismo 

    O ferro é um dos minerais mais importantes para o funcionamento do organismo. Ele é essencial para a produção das células do sangue, transporte de oxigênio e até metabolismo cerebral. Quando está em falta, o corpo sofre uma série de consequências, como cansaço, fraqueza e queda de desempenho físico e mental.

    Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a deficiência de ferro é a carência nutricional mais comum do mundo e afeta principalmente mulheres em idade fértil, gestantes e crianças pequenas. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, a anemia ferropriva, causada pela falta de ferro, tem prevalência de 50% em crianças menores de cinco anos.

    O que é o ferro e por que ele é essencial

    O ferro é um mineral essencial que o corpo humano não consegue produzir sozinho e, por isso, precisa ser obtido pela alimentação.

    A principal função do ferro é formar a hemoglobina, uma proteína presente nos glóbulos vermelhos que transporta o oxigênio dos pulmões para todas as células do corpo.

    Além disso, o ferro:

    • Faz parte da produção de energia nas células;
    • Age na função muscular e no desenvolvimento cerebral;
    • É importante para o funcionamento correto do sistema imunológico;
    • É essencial durante o crescimento, gestação e lactação.

    O que acontece quando o ferro está baixo

    A deficiência de ferro reduz a produção de hemoglobina e, consequentemente, a oxigenação dos tecidos. O resultado é a anemia ferropriva, que se manifesta com sintomas como:

    • Cansaço constante e falta de energia;
    • Palidez;
    • Tontura e dor de cabeça;
    • Queda de cabelo e unhas fracas;
    • Falta de ar;
    • Dificuldade de concentração e aprendizado.

    A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta que, em crianças, a falta de ferro pode comprometer o desenvolvimento cognitivo e motor. Já em adultos, a carência está associada à queda de produtividade e à maior suscetibilidade a infecções.

    Quais são as principais causas da deficiência de ferro

    Os motivos mais comuns para a falta de ferro são:

    • Alimentação pobre em ferro ou com baixa absorção;
    • Perdas de sangue por conta de menstruação intensa, úlceras, hemorroidas ou cirurgias;
    • Gestação, em decorrência do aumento da necessidade do mineral;
    • Doenças intestinais que prejudicam a absorção, como doença celíaca e gastrite atrófica;
    • Dietas restritivas sem acompanhamento nutricional.

    Alimentos ricos em ferro

    O ferro pode ser encontrado em alimentos de origem animal e vegetal.

    • Fontes animais (ferro heme): carne vermelha, fígado, frango, peixe e frutos do mar — é o tipo mais facilmente absorvido pelo corpo;
    • Fontes vegetais (ferro não heme): feijão, lentilha, grão-de-bico, tofu, espinafre, couve e cereais integrais.

    O ferro heme, de origem animal, costuma ter uma biodisponibilidade maior, ou seja, é mais bem aproveitado pelo organismo.

    Para melhorar a absorção do ferro vegetal (ferro não heme), é importante consumir alimentos ricos em vitamina C, como laranja, acerola, kiwi e morango, junto das refeições.

    Excesso de ferro: também faz mal

    Assim como a falta, o excesso de ferro pode causar problemas. A sobrecarga pode acontecer em pessoas que fazem suplementação sem orientação médica ou têm doenças como hemocromatose, que causam acúmulo do mineral no fígado e em outros órgãos.

    O excesso de ferro pode provocar:

    • Danos no fígado;
    • Alterações hormonais;
    • Problemas no pâncreas e no coração.

    Por isso, a suplementação deve ser feita apenas com prescrição médica, após avaliação com exame de sangue.

    Como manter bons níveis de ferro no corpo

    • Tenha uma alimentação variada e equilibrada;
    • Combine alimentos ricos em ferro com fontes de vitamina C;
    • Evite exagerar no consumo de café e chá preto junto às refeições, pois eles reduzem a absorção de ferro;
    • Gestantes, lactantes e crianças devem fazer acompanhamento médico ou nutricional regular;
    • Em caso de sintomas de anemia, procure orientação profissional antes de usar suplementos.

    Veja mais: Deficiências nutricionais em adultos: aprenda a identificar sinais no dia a dia e prevenir riscos

    Perguntas frequentes sobre o ferro

    1. Qual é a principal função do ferro no corpo?

    O ferro é essencial para formar a hemoglobina, proteína que transporta o oxigênio no sangue. Sem ele, o corpo fica sem energia e as células não funcionam bem. Em longo prazo, essa falta pode ser perigosa.

    2. Quais são os sintomas da falta de ferro?

    Cansaço, fraqueza, palidez, falta de ar, tontura, unhas frágeis e queda de cabelo são sinais comuns de deficiência.

    3. Quem precisa de mais ferro?

    Crianças, adolescentes, gestantes e mulheres com menstruação intensa têm maior necessidade do mineral.

    4. É verdade que o ferro da carne é melhor que o do feijão?

    Sim. O ferro da carne (ferro heme) é absorvido mais facilmente pelo corpo do que o ferro vegetal (não heme).

    5. Posso tomar suplemento de ferro por conta própria?

    Não. O excesso de ferro pode ser tóxico. A suplementação deve ser feita apenas com orientação médica e após exames.

    6. Como aumentar a absorção do ferro dos vegetais?

    Basta combinar com alimentos ricos em vitamina C, por exemplo, feijão com laranja ou couve com limão.

    7. Café e chá atrapalham a absorção do ferro?

    Sim. As substâncias taninos e cafeína reduzem a absorção. Por isso, evite essas bebidas junto às principais refeições.

    Leia também: Anemia carencial: o que acontece quando faltam nutrientes no sangue

  • Dentro de casa e no quintal: os 7 esconderijos mais comuns do mosquito da dengue 

    Dentro de casa e no quintal: os 7 esconderijos mais comuns do mosquito da dengue 

    Quando pensamos em combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, imaginamos grandes poças de água ou pneus abandonados. Mas a verdade é que muitos dos criadouros da dengue estão bem ao nosso alcance, em quintais, vasos, caixas d’água ou pratos de plantas.

    De acordo com o Ministério da Saúde, esse mosquito é doméstico, ou seja, vive dentro ou ao redor de residências ou ambientes frequentados por pessoas. Com isso em mente, adotar uma rotina de inspeção e eliminação de focos vira uma das armas mais poderosas que temos em casa.

    Neste texto, mostramos 7 lugares que você deve checar com frequência, explicamos como o mosquito da dengue se adapta ao ambiente urbano e por que uma pequena poça já basta para dar início a uma nova geração de mosquitos e finalizamos com uma rotina semanal simples, fácil de fazer por qualquer morador. Vamos lá!

    7 lugares que o mosquito da dengue gosta e todo mundo esquece de olhar

    1. Pratos de vaso de plantas

    Se o prato acumula água, vira hotel para ovos e larvas do mosquito da dengue. Mas não é preciso se desfazer das plantas, basta colocar areia no prato ou virá-lo quando não estiver usando. E, claro, toda semana lave-o bem.

    2. Calhas e lajes planas

    Água que fica empoçada por horas ou dias é prato cheio para o mosquito se reproduzir. Escove com sabão ou limpe semanalmente.

    3. Caixas d’água, tonéis e barris com tampa solta ou filtro danificado

    Se esses recipientes não estiverem bem tampados, viram facilmente criadouros da dengue. Verifique-os toda semana para impedir que o mosquito se reproduza.

    4. Bebedouros de animais

    Esses parecem inofensivos, mas água limpa e parada é o prato cheio para o Aedes aegypti. Não basta só trocar a água, é preciso lavar os recipientes toda semana, esfregando-os bem.

    5. Embalagens plásticas, latas ou garrafas vazias em quintais ou jardins

    Com chuva ou um pouco de água deixada, já servem de criadouros da dengue.

    6. Piscinas pouco usadas ou infláveis

    Se a água estiver parada, sem cloro ou filtragem, fique atento. Mesmo que a piscina seja pequena, pode ser foco do mosquito da dengue.

    7. Pratos de suporte de geladeiras externas ou máquinas de ar-condicionado

    A cada limpeza desses aparelhos, vale checar por água acumulada e lavar bem o recipiente.

    Como o mosquito se adapta a ambientes urbanos

    O Aedes aegypti é especialista em morar perto de pessoas. Ele prefere depositar ovos em água limpa, parada, em ambientes urbanos ou residenciais, não necessariamente em águas sujas.

    Ou seja, não adianta olhar apenas áreas externas grandes, o criadouro costuma estar dentro da casa ou no quintal, acessível, aproveitando recipientes comuns. O Ministério da Saúde reforça que uma inspeção simples de 10 minutos por semana pode fazer toda a diferença.

    Pequenas poças já são suficientes para a reprodução

    Mesmo que a poça de água seja minúscula, como aquele pratinho de planta ou a tampa de garrafa com água, ela já serve para completar o ciclo do mosquito. Os ovos podem aderir às paredes do recipiente e aguardar até que fique cheio de água para eclodirem.

    Isso significa que eliminar grandes depósitos de água é importante, mas não o bastante. Tenha atenção também aos pequenos reservatórios, pouco visíveis, mas altamente eficazes para o Aedes aegypti.

    Rotina semanal para evitar focos no lar

    Aqui vai um plano simples para você aplicar em casa ou no prédio:

    • Escolha um dia da semana para fazer a inspeção, por exemplo, o sábado pela manhã;
    • Olhe bem todos os vasos, pratos, calhas, caixas d’água, tonéis e recipientes no quintal;
    • Vire ou elimine água acumulada nos pratos de plantas, garrafas, latas, entre outros recipientes;
    • Tampe bem caixas d’água, limpe calhas e dê atenção às lajes planas;
    • Use areia nos pratos de plantas ou recipientes que você não quer eliminar;
    • Avise vizinhos ou condomínio sobre o problema — a ação em conjunto amplia a eficácia.

    Veja mais: Dengue no Brasil: por que a doença volta todo ano

    Perguntas frequentes sobre criadouros da dengue

    1. Preciso fazer isso mesmo se moro em apartamento?

    Sim. O Aedes aegypti vive dentro ou ao redor de domicílios, ou seja, apartamentos também podem ser criadouros da dengue. Lembre-se: qualquer recipiente que acumule água pode virar foco.

    2. Quanto tempo demora para os ovos virarem mosquitos?

    Depende de temperatura e umidade, mas o ciclo que transforma o ovo em um mosquito pode ocorrer em poucos dias, quando as condições são favoráveis. Por isso, a prevenção deve acontecer toda semana.

    3. E se eu faço a inspeção, mas meu vizinho ou o condomínio não ajudam? Isso atrapalha?

    Sim. A luta contra o criadouro da dengue exige coletividade. Mesmo que você cuide da sua casa perfeitamente, um criadouro próximo pode manter a infestação. A mobilização de vizinhos ou condomínio ajuda bastante.

    4. A limpeza semanal realmente faz diferença?

    Sim. O próprio Ministério da Saúde sugere dedicar ao menos 10 minutos por semana para eliminar os focos do mosquito. Isso reduz muito as chances de ele encontrar local para se reproduzir.

    Leia também: Dengue hemorrágica: quando os sintomas indicam alerta máximo

  • Mamografia no SUS pode ser feita a partir dos 40 anos: veja como era e como fica

    Mamografia no SUS pode ser feita a partir dos 40 anos: veja como era e como fica

    A mamografia é um dos exames mais importantes para a saúde da mulher. Realizada com um aparelho de raio X, permite identificar alterações sutis nas mamas — como nódulos e microcalcificações — antes mesmo de serem perceptíveis ao toque. Esse diagnóstico precoce é essencial para detectar o câncer de mama em estágios iniciais, quando as chances de cura são muito maiores.

    Com o avanço da tecnologia, o exame tornou-se mais rápido, preciso e confortável. Hoje, existem versões digitais e tridimensionais (3D), que oferecem imagens mais nítidas e detalhadas, tornando a mamografia um dos pilares da prevenção e do autocuidado feminino.

    Como o exame surgiu e evoluiu

    Os primeiros aparelhos de mamografia produziam imagens simples, em preto e branco. Com o tempo, surgiram os equipamentos digitais, que oferecem melhor qualidade e armazenamento eletrônico, e a mamografia 3D (tomossíntese), que cria imagens em camadas e facilita a detecção de pequenas alterações.

    Esses avanços aumentaram a precisão e o conforto do exame, reduzindo diagnósticos equivocados e ampliando a eficácia na detecção precoce do câncer de mama.

    Tipos de mamografia

    • Mamografia convencional: utiliza filme radiográfico para registrar as imagens;
    • Mamografia digital: usa sensores eletrônicos, com melhor qualidade e armazenamento digital;
    • Mamografia 3D (tomossíntese): cria imagens em camadas e permite visualizar detalhes milimétricos, aumentando a precisão diagnóstica.

    Quando a mamografia é indicada

    O exame é indicado tanto para rastreamento preventivo quanto para investigação de sintomas.

    Prevenção (rastreamento)

    Em geral, deve ser feita a partir dos 40 anos e repetida anualmente ou a cada dois anos até os 74 anos. Mulheres com histórico familiar de câncer de mama ou outros fatores de risco podem iniciar o rastreamento mais cedo, conforme orientação médica.

    Investigação de sintomas

    A mamografia também é indicada em casos de:

    • Presença de nódulo, dor ou secreção mamilar;
    • Alterações percebidas no autoexame;
    • Assimetria entre as mamas.

    Preparação para o exame

    • Agende o exame na primeira quinzena após o ciclo menstrual, quando as mamas estão menos sensíveis;
    • Evite desodorantes, cremes, talcos e perfumes nas axilas e mamas no dia do exame;
    • Leve exames anteriores para comparação;
    • Use roupas de duas peças (como calça e blusa) para facilitar o procedimento.

    Como o exame é feito

    Durante o exame, a mulher permanece de pé, de frente para o aparelho. O técnico posiciona a mama sobre uma placa de acrílico e a comprime por alguns segundos, etapa necessária para espalhar o tecido mamário e obter imagens nítidas com menor dose de radiação.

    São feitas duas incidências por mama, registrando ângulos diferentes. O procedimento dura poucos minutos e pode causar leve desconforto, mas não deve provocar dor intensa. Após o exame, as imagens são analisadas por um radiologista, que emite o laudo com o resultado.

    Possíveis achados no exame

    A mamografia pode identificar:

    • Nódulos;
    • Cistos mamários;
    • Microcalcificações (pequenos depósitos de cálcio);
    • Alterações suspeitas que podem exigir biópsia.

    Nem toda alteração é sinal de câncer. Muitas são benignas e apenas precisam de acompanhamento médico regular.

    Contraindicações e limitações

    • Não deve ser realizada durante a gravidez, exceto em situações de extrema necessidade e com proteção adequada;
    • Em mulheres abaixo dos 35 anos, o tecido mamário mais denso pode dificultar a leitura — nesses casos, o médico pode indicar ultrassonografia como alternativa.

    Possíveis desconfortos e riscos

    A mamografia é segura, com baixa exposição à radiação. Os principais incômodos possíveis são:

    • Leve dor ou sensibilidade durante a compressão;
    • Pequenos hematomas (raros);
    • Ansiedade antes do exame, que pode ser reduzida com explicações da equipe médica.

    Após o exame

    A paciente pode retomar suas atividades imediatamente. Os resultados ficam prontos em poucos dias. Se houver alterações, o médico pode solicitar exames complementares, como ultrassonografia ou biópsia.

    A importância da mamografia

    Realizar a mamografia regularmente é uma das formas mais eficazes de detectar o câncer de mama precocemente, muitas vezes antes de qualquer sintoma. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e permite tratamentos menos agressivos.

    Veja também: Autoexame: como detectar precocemente diferentes tipos de câncer

    Perguntas frequentes sobre mamografia

    1. A mamografia dói?

    Pode causar leve desconforto durante a compressão, mas a dor é passageira e depende da sensibilidade individual.

    2. Com que frequência devo fazer o exame?

    Em geral, a partir dos 40 anos, anualmente ou a cada dois anos. Mulheres com risco aumentado devem seguir orientação médica.

    3. A mamografia pode causar câncer por causa da radiação?

    Não. A dose de radiação é muito baixa e considerada segura.

    4. É preciso fazer mamografia antes dos 40 anos?

    Apenas se houver histórico familiar de câncer de mama ou recomendação médica específica.

    5. Posso fazer mamografia durante a amamentação?

    Não é o ideal, pois as mamas estão mais sensíveis e o exame pode ser menos preciso.

    6. A mamografia substitui o autoexame?

    Não. O autoexame ajuda a conhecer o próprio corpo, mas não substitui os exames de imagem recomendados.

    7. O que fazer se o resultado der alterado?

    Não se assuste. Muitas alterações são benignas. O médico indicará os exames complementares adequados para confirmar o diagnóstico.

    Leia também: Câncer de mama: o que é, sintomas, causa e como identificar

  • Mamografia: o exame que ajuda a detectar câncer de mama antes dos sintomas 

    Mamografia: o exame que ajuda a detectar câncer de mama antes dos sintomas 

    A mamografia é um dos exames mais importantes para a saúde da mulher. Realizada com um aparelho de raio X, permite identificar alterações sutis nas mamas — como nódulos e microcalcificações — antes mesmo de serem perceptíveis ao toque. Esse diagnóstico precoce é essencial para detectar o câncer de mama em estágios iniciais, quando as chances de cura são muito maiores.

    Com o avanço da tecnologia, o exame tornou-se mais rápido, preciso e confortável. Hoje, existem versões digitais e tridimensionais (3D), que oferecem imagens mais nítidas e detalhadas, tornando a mamografia um dos pilares da prevenção e do autocuidado feminino.

    Como o exame surgiu e evoluiu

    Os primeiros aparelhos de mamografia produziam imagens simples, em preto e branco. Com o tempo, surgiram os equipamentos digitais, que oferecem melhor qualidade e armazenamento eletrônico, e a mamografia 3D (tomossíntese), que cria imagens em camadas e facilita a detecção de pequenas alterações.

    Esses avanços aumentaram a precisão e o conforto do exame, reduzindo diagnósticos equivocados e ampliando a eficácia na detecção precoce do câncer de mama.

    Tipos de mamografia

    • Mamografia convencional: utiliza filme radiográfico para registrar as imagens;
    • Mamografia digital: usa sensores eletrônicos, com melhor qualidade e armazenamento digital;
    • Mamografia 3D (tomossíntese): cria imagens em camadas e permite visualizar detalhes milimétricos, aumentando a precisão diagnóstica.

    Quando a mamografia é indicada

    O exame é indicado tanto para rastreamento preventivo quanto para investigação de sintomas.

    Prevenção (rastreamento)

    Em geral, deve ser feita a partir dos 40 anos e repetida anualmente ou a cada dois anos até os 74 anos. Mulheres com histórico familiar de câncer de mama ou outros fatores de risco podem iniciar o rastreamento mais cedo, conforme orientação médica.

    Investigação de sintomas

    A mamografia também é indicada em casos de:

    • Presença de nódulo, dor ou secreção mamilar;
    • Alterações percebidas no autoexame;
    • Assimetria entre as mamas.

    Preparação para o exame

    • Agende o exame na primeira quinzena após o ciclo menstrual, quando as mamas estão menos sensíveis;
    • Evite desodorantes, cremes, talcos e perfumes nas axilas e mamas no dia do exame;
    • Leve exames anteriores para comparação;
    • Use roupas de duas peças (como calça e blusa) para facilitar o procedimento.

    Como o exame é feito

    Durante o exame, a mulher permanece de pé, de frente para o aparelho. O técnico posiciona a mama sobre uma placa de acrílico e a comprime por alguns segundos, etapa necessária para espalhar o tecido mamário e obter imagens nítidas com menor dose de radiação.

    São feitas duas incidências por mama, registrando ângulos diferentes. O procedimento dura poucos minutos e pode causar leve desconforto, mas não deve provocar dor intensa. Após o exame, as imagens são analisadas por um radiologista, que emite o laudo com o resultado.

    Possíveis achados no exame

    A mamografia pode identificar:

    • Nódulos;
    • Cistos mamários;
    • Microcalcificações (pequenos depósitos de cálcio);
    • Alterações suspeitas que podem exigir biópsia.

    Nem toda alteração é sinal de câncer. Muitas são benignas e apenas precisam de acompanhamento médico regular.

    Contraindicações e limitações

    • Não deve ser realizada durante a gravidez, exceto em situações de extrema necessidade e com proteção adequada;
    • Em mulheres abaixo dos 35 anos, o tecido mamário mais denso pode dificultar a leitura — nesses casos, o médico pode indicar ultrassonografia como alternativa.

    Possíveis desconfortos e riscos

    A mamografia é segura, com baixa exposição à radiação. Os principais incômodos possíveis são:

    • Leve dor ou sensibilidade durante a compressão;
    • Pequenos hematomas (raros);
    • Ansiedade antes do exame, que pode ser reduzida com explicações da equipe médica.

    Após o exame

    A paciente pode retomar suas atividades imediatamente. Os resultados ficam prontos em poucos dias. Se houver alterações, o médico pode solicitar exames complementares, como ultrassonografia ou biópsia.

    A importância da mamografia

    Realizar a mamografia regularmente é uma das formas mais eficazes de detectar o câncer de mama precocemente, muitas vezes antes de qualquer sintoma. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e permite tratamentos menos agressivos.

    Veja mais: Autoexame: como detectar precocemente diferentes tipos de câncer

    Perguntas frequentes sobre mamografia

    1. A mamografia dói?

    Pode causar leve desconforto durante a compressão, mas a dor é passageira e depende da sensibilidade individual.

    2. Com que frequência devo fazer o exame?

    Em geral, a partir dos 40 anos, anualmente ou a cada dois anos. Mulheres com risco aumentado devem seguir orientação médica.

    3. A mamografia pode causar câncer por causa da radiação?

    Não. A dose de radiação é muito baixa e considerada segura.

    4. É preciso fazer mamografia antes dos 40 anos?

    Apenas se houver histórico familiar de câncer de mama ou recomendação médica específica.

    5. Posso fazer mamografia durante a amamentação?

    Não é o ideal, pois as mamas estão mais sensíveis e o exame pode ser menos preciso.

    6. A mamografia substitui o autoexame?

    Não. O autoexame ajuda a conhecer o próprio corpo, mas não substitui os exames de imagem recomendados.

    7. O que fazer se o resultado der alterado?

    Não se assuste. Muitas alterações são benignas. O médico indicará os exames complementares adequados para confirmar o diagnóstico.

    Leia também: Câncer de mama: o que é, sintomas, causa e como identificar

  • Gravidez ectópica: saiba o que é e os sinais da gestação fora do útero 

    Gravidez ectópica: saiba o que é e os sinais da gestação fora do útero 

    Nem toda gravidez se desenvolve onde deveria. Em alguns casos, o embrião se implanta fora do útero — nas trompas, no colo uterino, nos ovários ou até no abdômen — dando origem à gravidez ectópica. Embora rara, essa condição é uma emergência médica que pode causar hemorragia interna e colocar a vida da mulher em risco se não for identificada e tratada rapidamente.

    A gravidez ectópica ocorre em cerca de 1% a 2% das gestações. Quando diagnosticada precocemente e tratada corretamente, a maioria das mulheres se recupera bem e pode engravidar novamente no futuro.

    O que é a gravidez ectópica

    A gravidez ectópica acontece quando o embrião se desenvolve fora do útero — o local natural preparado para a gestação. A forma mais comum é a gestação tubária, quando o embrião se implanta nas trompas de Falópio. Porém, também pode ocorrer no colo do útero, nos ovários, no abdômen ou, mais raramente, em uma cicatriz de cesariana anterior.

    Apesar de rara, é perigosa porque o crescimento do embrião em um local inadequado pode romper vasos sanguíneos e causar hemorragias graves.

    Por que a gravidez ectópica acontece

    Em uma gravidez normal, o óvulo fertilizado percorre as trompas até o útero, onde se fixa. Na gravidez ectópica, algo interrompe esse trajeto, fazendo o embrião se implantar antes de chegar ao útero.

    Principais fatores de risco:

    • Infecções nas trompas (como gonorreia ou clamídia), que causam cicatrizes;
    • Cirurgias prévias nas trompas ou no útero (laqueadura, cesariana);
    • Endometriose, que provoca inflamações e aderências;
    • Tabagismo, que altera o funcionamento das trompas;
    • Tratamentos de fertilização (como FIV);
    • Idade acima dos 35 anos;
    • Uso de DIU — raro, mas aumenta o risco de ser ectópica caso ocorra gravidez;
    • Histórico anterior de gravidez ectópica.

    Mesmo assim, metade dos casos ocorre sem fatores de risco conhecidos.

    Sintomas de gravidez ectópica

    Mulheres em idade fértil com atraso menstrual e dor pélvica devem ser avaliadas para descartar essa condição. Os sintomas mais comuns são:

    • Dor abdominal ou pélvica (geralmente de um lado só);
    • Sangramento vaginal leve ou irregular;
    • Útero menor do que o esperado para a idade gestacional;
    • Mal-estar, tontura ou fraqueza.

    Se houver ruptura da trompa, a dor torna-se intensa e súbita, podendo vir acompanhada de dor no ombro, queda de pressão e desmaio — um quadro de emergência médica que exige atendimento imediato.

    Como é feito o diagnóstico

    O diagnóstico envolve avaliação clínica, exames de sangue e ultrassonografia transvaginal.

    • Exame de β-hCG: confirma a gestação e avalia se o hormônio está subindo de forma adequada. Em gestações normais, o β-hCG dobra a cada dois dias. Se não ocorre esse aumento, há suspeita de anormalidade.
    • Ultrassonografia: se o hormônio estiver alto (acima de 2.000 mUI/mL) e não houver saco gestacional no útero, a suspeita de gravidez ectópica é forte.
    • O exame também pode identificar massas nas trompas ou em outros locais, mostrando onde o embrião está implantado.

    Quando o diagnóstico ainda não é conclusivo, a mulher é acompanhada com exames seriados até a confirmação.

    Tratamento

    A escolha do tratamento depende do estado clínico da paciente, do tamanho do saco gestacional e dos níveis de β-hCG.

    1. Tratamento com medicamentos

    Indicado quando o diagnóstico é precoce e a mulher está estável. Utiliza remédios que interrompem o crescimento do tecido gestacional, permitindo que o corpo o reabsorva naturalmente. É seguro e preserva a fertilidade.

    Durante o tratamento, deve-se evitar álcool, anti-inflamatórios e relações sexuais até a recuperação completa.

    2. Tratamento cirúrgico

    Necessário quando há risco de ruptura ou o tratamento medicamentoso não é viável. Pode ser feito por laparoscopia (minimamente invasiva) ou por cirurgia aberta em emergências.

    Opções cirúrgicas:

    • Salpingostomia: retirada apenas do tecido gestacional, preservando a trompa;
    • Salpingectomia: remoção total da trompa, se estiver muito danificada.

    3. Observação

    Em casos muito iniciais e estáveis, o médico pode apenas monitorar com exames, permitindo que o corpo elimine o tecido gestacional naturalmente.

    Prognóstico e prevenção

    Com o tratamento adequado, a maioria das mulheres se recupera completamente e pode engravidar novamente.

    Para reduzir o risco de recorrência:

    • Trate infecções ginecológicas precocemente;
    • Evite o cigarro;
    • Mantenha acompanhamento regular com o ginecologista;
    • Aguarde o período recomendado pelo médico antes de tentar nova gestação.

    Veja também: Ecocardiograma na gestação: por que é essencial para cuidar do coração da mãe e do bebê

    Perguntas frequentes sobre gravidez ectópica

    1. O que é uma gravidez ectópica?

    É uma gestação em que o embrião se desenvolve fora do útero, geralmente nas trompas de Falópio.

    2. Quais são os sintomas?

    Dor abdominal, sangramento leve, tontura e fraqueza. Se houver ruptura da trompa, a dor é intensa e pode causar desmaio.

    3. Como é feito o diagnóstico?

    Com o exame de β-hCG e o ultrassom transvaginal, que mostram a ausência de saco gestacional no útero e possíveis massas nas trompas.

    4. É possível tratar sem cirurgia?

    Sim, se o diagnóstico for precoce e a mulher estiver estável, o tratamento pode ser feito com medicamentos.

    5. A gravidez ectópica pode acontecer mais de uma vez?

    Sim, especialmente em mulheres com histórico anterior ou alterações nas trompas.

    6. Dá para engravidar novamente após uma gravidez ectópica?

    Na maioria dos casos, sim — principalmente quando o tratamento é feito cedo e há preservação das trompas.

    7. Como prevenir?

    Tratando infecções ginecológicas, evitando o cigarro e fazendo acompanhamento médico antes de tentar engravidar.

    Leia também: Gravidez e coração: o que muda e quais são os riscos