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  • 5 dicas simples para se movimentar mais no dia a dia — e os benefícios disso 

    5 dicas simples para se movimentar mais no dia a dia — e os benefícios disso 

    O corpo foi feito para se movimentar mais, mas a rotina moderna tem feito muitas pessoas passarem boa parte do dia sentadas, como no trabalho, no carro, em frente à televisão ou mexendo no celular. Essa falta de movimento diário está entre os principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, obesidade e diabetes tipo 2.

    De fato, 150 minutos de exercícios semanais é a recomendação para uma boa saúde, mas não é preciso ir à academia todos os dias para ser mais ativo. Pequenas atitudes ao longo do dia, como subir escadas, caminhar após o almoço ou trocar o carro por uma curta caminhada, já fazem diferença para a saúde do coração.

    A seguir, veja 5 maneiras simples de se movimentar mais e os benefícios de cada uma.

    1. Suba escadas sempre que puder

    Trocar o elevador pelas escadas é uma das formas mais eficientes de adicionar atividade física ao dia. Subir degraus fortalece as pernas, o coração e o sistema respiratório, além de queimar calorias e melhorar a circulação.

    Se estiver sedentário, comece aos poucos, com um ou dois lances de escada por dia, e vá aumentando conforme o fôlego melhora.

    2. Faça uma breve caminhada após o almoço ou o jantar

    Caminhar por 10 a 15 minutos após as refeições ajuda na digestão, no controle da glicemia e na circulação sanguínea. O simples ato de levantar da mesa e se movimentar reduz o tempo sentado, que está relacionado a maior risco de doenças do coração e mortalidade precoce.

    Transforme a caminhada pós-refeição em um hábito. Pode ser no quarteirão, no corredor do prédio ou no quintal: o importante é levantar e se mover.

    3. Use menos o carro para trajetos curtos

    Se o destino for perto, vá a pé ou de bicicleta. Pequenas caminhadas substituindo o carro já contam como atividade física. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), adultos devem acumular pelo menos 150 minutos de atividade física por semana, o que pode ser atingido com movimentos simples ao longo do dia.

    Se o trajeto for muito longo e precisar ir de carro, uma dica é estacionar o carro um pouco mais longe. Descer um ponto antes do ônibus ou caminhar até a padaria, quando em ambientes seguros, também são estratégias que somam movimento ao seu cotidiano.

    4. Fique menos tempo sentado

    Passar muitas horas sentado reduz a circulação, aumenta o risco de trombose e favorece ganho de peso. Mesmo quem pratica exercícios pode ter prejuízos se passar longos períodos parado.

    Mesmo sem tempo para se exercitar, ao menos levante-se a cada 30-60 minutos, alongue-se, caminhe alguns passos ou faça uma pausa ativa de 2 minutos.

    5. Transforme tarefas domésticas em oportunidades de movimento

    Arrumar a casa, varrer, aspirar ou cuidar do jardim são atividades que ajudam a gastar energia e mexer os músculos. Essas tarefas contam como atividade física leve a moderada, especialmente quando feitas com ritmo e regularidade.

    Separe momentos do dia para cuidar da casa e tente fazer isso de uma forma leve, como ouvindo uma música ou um podcast. Assim, você se exercita sem nem perceber.

    Os benefícios de se movimentar mais

    Incorporar pequenas doses de movimento no dia a dia melhora o condicionamento físico, o humor e a saúde cardiovascular. Pessoas mais ativas têm menor risco de:

    • Pressão alta;
    • Diabetes tipo 2;
    • Obesidade;
    • Doenças cardíacas e AVC.

    Além disso, o movimento regular ajuda a controlar o estresse, melhora a disposição e a qualidade do sono.

    Lembre-se que cada passo conta. Pequenas mudanças somadas ao longo do tempo têm um impacto enorme na sua saúde.

    Confira: Exercícios para fortalecer a coluna: o guia completo para proteger sua postura e prevenir dores

    Perguntas frequentes sobre movimento e saúde

    1. Caminhar no dia a dia conta como atividade física?

    Sim. Caminhar, subir escadas e fazer tarefas domésticas são formas válidas de atividade física.

    2. Quantos minutos devo me movimentar por dia?

    A OMS recomenda pelo menos 150 minutos semanais de atividade física moderada, o que equivale a cerca de 20 a 30 minutos diários.

    3. Trabalhar um pouco em pé já ajuda?

    Sim, ficar em pé por alguns períodos e se movimentar entre as tarefas reduz o tempo sedentário e melhora a circulação.

    4. Tenho pouco tempo: é melhor um treino intenso curto ou várias pausas ao longo do dia?

    Ambas as opções ajudam. As pausas ativas ao longo do dia são ótimas para quem tem rotina corrida e ainda não consegue treinar regularmente.

    5. Subir escadas faz bem para o coração?

    Sim. É um exercício aeróbico que melhora a resistência cardiovascular e a força das pernas, além de ser prático e gratuito.

    6. Atividades domésticas substituem academia?

    Não totalmente, mas ajudam. Elas aumentam o gasto calórico e reduzem o sedentarismo, especialmente quando feitas com frequência.

    7. Por que se movimentar é tão importante para o coração?

    Porque o movimento fortalece o músculo cardíaco, melhora a circulação e regula a pressão arterial, e tudo isso ajuda a reduzir o risco de doenças cardiovasculares.

    Veja também: Sem tempo para treinar? Veja como criar uma rotina de exercícios

  • Diabetes MODY: o tipo raro que muita gente tem sem saber

    Diabetes MODY: o tipo raro que muita gente tem sem saber

    Embora pouco conhecido, o diabetes MODY vem ganhando atenção entre especialistas porque muitas pessoas convivem com ele sem saber. Como costuma surgir na adolescência ou no início da vida adulta, é comum que seja confundido com diabetes tipo 1 ou tipo 2, o que pode levar a tratamentos inadequados.

    A diferença é que, no MODY, a causa está em alterações genéticas específicas que afetam a capacidade das células do pâncreas de produzir insulina.

    Reconhecer essa forma rara de diabetes é importante para o paciente e para toda a família. Por ser hereditário e transmitido de forma autossômica dominante (ou seja, basta um dos pais ter a mutação), o diagnóstico correto ajuda a orientar parentes, escolher o tratamento ideal e prever riscos a longo prazo.

    O que é o diabetes MODY?

    O diabetes MODY (do inglês Maturity-Onset Diabetes of the Young) é um diabetes raro e hereditário, causado por alterações em um único gene, por isso é chamado de diabetes monogênico.

    Essas mutações afetam o funcionamento das células beta do pâncreas, que são responsáveis por produzir insulina. Assim como em outros tipos de diabetes, o organismo tem dificuldade em regular a glicose no sangue, mas o mecanismo por trás do problema é diferente.

    O diabetes MODY costuma surgir antes dos 25 anos, pode atingir várias pessoas da mesma família e, por ser leve em alguns casos, muitas vezes passa despercebido por anos.

    Pontos importantes sobre o diabetes MODY:

    • Não há autoanticorpos destruindo o pâncreas (como no tipo 1);
    • Geralmente não há resistência à insulina (como no tipo 2);
    • Não costuma causar cetoacidose.

    Por que o diabetes MODY acontece?

    A causa está em mutações hereditárias que prejudicam como o pâncreas percebe a glicose e libera insulina. Mais de 14 mutações diferentes já foram identificadas, cada uma com seu comportamento, idade típica de início e resposta ao tratamento.

    Como o MODY se diferencia de outros tipos de diabetes

    Tipo de diabetes O que acontece Autoanticorpos? Resistência à insulina?
    Tipo 1 O sistema imunológico destrói o pâncreas Sim Não
    Tipo 2 O corpo não usa a insulina corretamente Não Sim
    MODY Mutação genética afeta a produção de insulina Não Geralmente não

    Quem pode ter diabetes MODY?

    • Menos de 5% das pessoas com diabetes têm o MODY;
    • Ocorre em famílias com vários casos de diabetes em jovens, muitas vezes em pessoas magras.
    • É transmitido de pai/mãe para filho com 50% de chance.

    Sintomas do diabetes MODY

    Parecidos com os de qualquer diabetes:

    • Sede aumentada;
    • Urinar mais vezes;
    • Perda de peso;
    • Visão embaçada;
    • Infecções de repetição.

    Mas alguns casos, como o diabetes MODY 2, podem quase não causar sintomas e ser descobertos apenas em exames.

    Principais tipos de diabetes MODY

    MODY 3 (HNF1A)

    • Mais comum;
    • Surge entre 20 e 25 anos;
    • Progressivo: o pâncreas perde capacidade de liberar insulina;
    • Responde muito bem a sulfonilureias.

    MODY 2 (GCK)

    • Causado por alteração na glicocinase;
    • Glicose levemente elevada e estável;
    • Geralmente não precisa de remédios;
    • Exige atenção especial na gestação.

    MODY 1 (HNF4A)

    • Semelhante ao MODY 3;
    • Pode causar maior peso ao nascer e hipoglicemia neonatal;
    • Boa resposta a sulfonilureias.

    MODY 5 (HNF1B)

    • Atinge outros órgãos: rins, fígado e genitais;
    • Pode exigir insulina;
    • Requer acompanhamento com nefrologista.

    Outros tipos

    Incluem MODY 4, 6, 12 e 13, alguns relacionados a diabetes neonatal ou hipoglicemia na infância.

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico depende de suspeita clínica bem feita. Sinais que levantam hipótese:

    • Diagnóstico antes dos 25 anos;
    • Vários parentes com diabetes jovem;
    • Paciente magro;
    • Ausência de autoanticorpos;
    • Produção de insulina preservada (peptídeo C normal).

    Quando a suspeita é forte, o médico solicita teste genético, que confirma o subtipo e orienta o tratamento.

    Tratamento

    O tratamento depende do tipo de mutação:

    Tipo de diabetes MODY Tratamento
    MODY 2 Geralmente não precisa de medicamentos
    MODY 1 e 3 Excelente resposta às sulfonilureias
    MODY 5 Costuma precisar de insulina; acompanhamento dos rins

    Em todos os casos:

    • Alimentação equilibrada;
    • Atividade física;
    • Controle regular da glicose;
    • Acompanhamento médico.

    Na gravidez, o acompanhamento deve ser ainda mais atento.

    Prognóstico

    • MODY 2: leve, raramente causa complicações;
    • MODY 1 e 3: risco semelhante ao tipo 1/2 se mal controlados;
    • MODY 5: maior risco de problemas renais.

    Com acompanhamento adequado, a maioria das pessoas tem vida longa e saudável.

    Por que o diagnóstico importa?

    Porque o tratamento muda completamente. E, por ser hereditário, outros membros da família podem ter diabetes MODY sem saber.

    Veja também: Sintomas silenciosos do diabetes: atenção aos sinais que podem passar despercebidos

    Perguntas frequentes sobre diabetes MODY

    1. O diabetes MODY é comum?

    Não. Representa menos de 5% dos casos de diabetes.

    2. Diabetes MODY é a mesma coisa que diabetes tipo 1?

    Não. No diabetes MODY não há autoanticorpos destruindo o pâncreas.

    3. Como descobrir se tenho diabetes MODY?

    O diagnóstico é confirmado por teste genético, solicitado quando há suspeita clínica.

    4. Quem tem diabetes MODY sempre precisa usar insulina?

    Depende do subtipo. Alguns respondem bem a comprimidos; outros precisam de insulina.

    5. Diabetes MODY pode causar cetoacidose?

    É raro. Diferente do diabetes tipo 1, o MODY normalmente não evolui com cetoacidose.

    6. Crianças podem ter diabetes MODY?

    Sim. Ele costuma aparecer antes dos 25 anos e pode surgir ainda na infância.

    7. Diabetes MODY tem cura?

    Não, mas tem tratamento eficaz e controle adequado evita complicações.

    8. Familiares precisam fazer exame?

    Sim. Como é hereditário, parentes de primeiro grau devem ser avaliados.

    Veja mais: Diabetes: por que controlar é tão importante para o coração

  • Como organizar uma geladeira saudável e prática para o dia a dia 

    Como organizar uma geladeira saudável e prática para o dia a dia 

    A geladeira é uma das principais coisas a se prestar atenção para quem quer manter uma alimentação equilibrada e ter mais saúde, mas também pode ser a origem de escolhas menos saudáveis se estiver desorganizada ou repleta de produtos ultraprocessados.

    Manter esse espaço bem arrumado e bem pensado ajuda a planejar melhor as refeições, evitar desperdícios e fazer escolhas mais conscientes, o que é importante para quem busca cuidar da saúde do coração e do corpo.

    Com pequenas mudanças na forma de armazenar e organizar os alimentos, é possível facilitar a rotina, reduzir o consumo de produtos industriais e garantir que frutas, verduras e proteínas estejam sempre à mão. Veja abaixo como montar uma geladeira saudável, prática e segura.

    1. Dê prioridade aos alimentos in natura e minimamente processados

    A base de uma geladeira saudável deve ser composta por alimentos frescos e naturais: frutas, verduras, legumes, ovos, carnes magras, iogurtes e queijos simples.

    Esses alimentos são ricos em nutrientes e ajudam a controlar a pressão arterial, o colesterol e o peso corporal, fatores diretamente ligados à saúde cardiovascular.

    Evite deixar refrigerantes, embutidos e doces à vista. Estudos mostram que a exposição visual aumenta o consumo por impulso. Prefira deixar frutas lavadas e cortadas em recipientes transparentes nas prateleiras centrais.

    2. Organize por zonas e frequência de uso

    Manter uma lógica de organização facilita a rotina e evita o desperdício.

    • Prateleira superior: guarde os alimentos prontos para consumo, como sobras de refeições, iogurtes, queijos e ovos;
    • Prateleira do meio: reserve para frutas, legumes e verduras já higienizados e cortados;
    • Gavetas inferiores: use para vegetais que duram mais tempo, como cenoura, beterraba, repolho e folhas;
    • Porta da geladeira: armazene produtos menos sensíveis à variação de temperatura, como temperos, molhos e bebidas.

    Manter os alimentos saudáveis em locais de fácil acesso estimula o consumo consciente e reduz a tentação de optar por opções calóricas ou ultraprocessadas.

    3. Evite o excesso de alimentos industrializados

    Salsichas, presuntos, queijos processados, refrigerantes e sobremesas prontas são práticos, mas ricos em sódio, gorduras e açúcares — substâncias associadas a maior risco de pressão alta, doenças cardíacas e câncer.

    A dica é deixar esses produtos fora do campo de visão. Quanto menos acessíveis estiverem, menor a probabilidade de consumo diário. Dê preferência a alimentos de preparo simples e rápido, como frango grelhado, ovos cozidos e legumes assados.

    4. Tenha porções prontas e saudáveis à vista

    Separar porções de alimentos prontos facilita as escolhas e ajuda a manter a alimentação equilibrada mesmo nos dias mais corridos. Deixe frutas cortadas, saladas lavadas e recipientes com legumes assados ou grelhados prontos para consumo.

    Quanto mais acessíveis estiverem as opções saudáveis, menor será a chance de recorrer a lanches calóricos ou fast food.

    5. Use potes transparentes e etiquetas

    A visualização é fundamental. Potes transparentes ajudam a enxergar o que há disponível, o que evita desperdício e facilita o planejamento das refeições. Use etiquetas com o nome do alimento e a data de preparo, principalmente em marmitas, sopas e legumes pré-cozidos.

    A falta de organização visual leva ao consumo de alimentos mais fáceis, nem sempre saudáveis. Uma geladeira organizada estimula escolhas conscientes e equilíbrio na alimentação.

    6. Reavalie o conteúdo da geladeira semanalmente

    Reserve um momento da semana para verificar prazos de validade, higienizar prateleiras e repor alimentos saudáveis. Esse hábito reduz o desperdício e mantém o foco em escolhas boas para a saúde.

    Uma dica é aproveitar esse momento para planejar as refeições da semana, pois ajuda a manter uma alimentação mais regular, variada e benéfica ao coração.

    Por que isso importa para a saúde

    Uma boa parte das doenças cardiovasculares pode ser prevenida com hábitos saudáveis, incluindo uma alimentação equilibrada. Uma geladeira bem organizada é mais do que uma questão de estética ou praticidade — é uma estratégia simples de prevenção e promoção de saúde.

    Ao manter alimentos frescos e evitar produtos industrializados, você melhora o controle da pressão arterial, do colesterol e da glicemia, além de facilitar a adesão a uma rotina alimentar equilibrada.

    Confira: Food noise: por que você não para de pensar em comida

    Perguntas frequentes sobre geladeira saudável

    1. O que não pode faltar em uma geladeira saudável?

    Frutas, verduras, legumes, ovos, queijos simples, carnes magras e iogurtes naturais devem ser prioridade.

    2. Posso deixar frutas e saladas já cortadas?

    Sim, desde que bem higienizadas e armazenadas em potes limpos e bem vedados.

    3. Alimentos industrializados podem fazer parte?

    Podem, mas com moderação. O ideal é que sejam exceção, não regra, e que fiquem menos visíveis.

    4. Com que frequência devo limpar a geladeira?

    O ideal é higienizar semanalmente para remover restos de alimentos e limpar prateleiras com pano úmido e sabão neutro.

    5. Ter uma geladeira organizada realmente ajuda a comer melhor?

    Sim. A facilidade visual e o acesso rápido a alimentos frescos incentivam escolhas mais equilibradas no dia a dia.

    Veja também: 6 dicas para quem está começando a usar canetas emagrecedoras

  • Descubra quanto de água você deve tomar por dia 

    Descubra quanto de água você deve tomar por dia 

    Beber água é um dos conselhos mais repetidos quando o assunto é saúde, e não é à toa. A hidratação adequada ajuda o corpo a funcionar bem, melhora a digestão, a circulação e até a aparência da pele.

    Mas será que existe uma dose certa de água para todo mundo? Na verdade, não há uma fórmula única, pois a quantidade ideal de água por dia depende do peso, da rotina e até da temperatura ambiente. E atenção: embora rara, a água em excesso também pode causar problemas, como a hiponatremia, uma condição perigosa em que o corpo perde sódio demais.

    Por que a água é tão importante para o corpo

    A água faz parte de praticamente todas as funções vitais do organismo. Ela é responsável por:

    • Transportar nutrientes e oxigênio para as células;
    • Regular a temperatura corporal;
    • Lubrificar articulações e tecidos;
    • Ajudar na digestão e na eliminação de toxinas;
    • Manter o bom funcionamento dos rins e prevenir cálculos renais;
    • Evitar prisão de ventre e ajudar no metabolismo.

    Estudos mostram que até mesmo uma leve desidratação pode causar fadiga, dor de cabeça e queda de concentração.

    Quanto de água você deve tomar por dia

    A média de quantidade de água por dia varia de acordo com o peso da pessoa. Uma estimativa prática é beber 35 ml de água por quilo de peso corporal. Por exemplo:

    • Uma pessoa de 60 kg deve beber cerca de 2,1 litros por dia;
    • Uma pessoa de 80 kg deve ingerir cerca de 2,8 litros por dia.

    O ideal é distribuir esse consumo ao longo do dia, e não beber tudo de uma vez.

    Vale lembrar também que esses valores incluem todas as fontes de líquidos, como sucos, sopas e alimentos com alto teor de água (melancia, pepino, laranja, etc).

    Quando é preciso beber mais água

    Algumas situações aumentam a necessidade de hidratação:

    • Calor ou exposição prolongada ao sol;
    • Atividade física muito intensa;
    • Febre, vômitos ou diarreia;
    • Gravidez e amamentação.

    Nesses casos, é importante repor não só a água, mas também os sais minerais perdidos no suor, especialmente sódio e potássio.

    O outro extremo: quando há água demais

    Beber água é essencial, mas exagerar pode ser perigoso. O excesso pode causar uma condição chamada hiponatremia, quando há diluição exagerada do sódio no sangue.

    O que é hiponatremia

    A hiponatremia ocorre quando o corpo não consegue eliminar o excesso de água, e o sódio, mineral que ajuda a regular o equilíbrio de líquidos, cai para níveis perigosos. Isso pode causar:

    • Náuseas e vômitos;
    • Dor de cabeça e confusão mental;
    • Fraqueza e cãibras;
    • Inchaço nas células e, em casos graves, convulsões e coma.

    O risco aumenta quando alguém ingere mais de 1 litro de água por hora por várias horas seguidas, sem repor sais minerais ou sem ter perda proporcional pelo suor.

    Ou seja: o ideal é equilíbrio. Hidratar-se bem, mas sem exageros.

    Dicas práticas para manter uma boa hidratação

    • Tenha sempre uma garrafinha à mão;
    • Observe a cor da urina: urina escura pode indicar desidratação, enquanto a clara indica que você está hidratado;
    • Inclua frutas e legumes ricos em água na dieta;
    • Beba um copo de água logo ao acordar e um tempo antes das refeições;
    • Evite substituir a água por refrigerantes ou sucos industrializados;
    • Durante exercícios longos, alterne água com bebidas isotônicas.

    A água é indispensável para o corpo humano, mas o segredo está na moderação e na escuta do próprio corpo. A média diária de 2 a 3 litros é suficiente para a maioria das pessoas, mas pode variar conforme o estilo de vida. Se você pratica muita atividade física, vive em locais quentes ou tem alguma doença, o ideal é conversar com o médico para ajustar sua hidratação.

    Leia também: Higiene do sono: guia prático para dormir melhor e cuidar da saúde

    Perguntas frequentes sobre hidratação e consumo de água

    1. Qual é a quantidade ideal de água por dia?

    Depende do peso e da rotina, mas em média, 2 a 3 litros por dia para adultos saudáveis é uma boa referência.

    2. É verdade que preciso beber 8 copos de água por dia?

    O famoso “8 copos” é uma estimativa simplificada. O ideal é adaptar à sua realidade, como o seu peso, e necessidades individuais.

    3. Beber muita água pode fazer mal?

    Sim. O excesso pode causar hiponatremia, quando o sódio do sangue cai demais.

    4. Posso substituir a água por suco ou chá?

    Eles contam como líquidos, mas a água pura é sempre a melhor opção, sem calorias nem aditivos.

    5. Beber água em jejum ajuda na digestão?

    Sim, ajuda a ativar o sistema digestivo e melhorar o trânsito intestinal.

    6. Como saber se estou desidratado?

    Sede, urina escura, boca seca, fadiga e tontura são sinais de alerta.

    7. Existe uma hora certa para beber água?

    Não. O importante é se manter hidratado ao longo do dia. Beba aos poucos, com frequência.

    Veja também: 7 erros comuns que atrapalham a saúde do coração

  • Como diferenciar dengue de gripe e covid-19? 

    Como diferenciar dengue de gripe e covid-19? 

    Febre, dor no corpo, mal-estar, dor de cabeça. Com sintomas tão semelhantes, não é raro ficar em dúvida: será dengue, gripe ou covid-19? As três doenças circulam com frequência no Brasil e, muitas vezes, aparecem nas mesmas épocas do ano.

    Apesar de compartilharem sinais parecidos, a origem e o comportamento dessas infecções são diferentes, o que muda o tratamento e os cuidados necessários. Saber identificar essas diferenças é importante para evitar complicações e buscar ajuda médica no momento certo.

    O que as três doenças têm em comum

    Tanto a dengue quanto a gripe e a covid-19 são doenças virais que causam febre, dor no corpo, dor de cabeça e cansaço. Nos primeiros dias, elas podem parecer idênticas, especialmente quando há surtos de dengue e aumento de casos respiratórios ao mesmo tempo.

    Mas há coisas que diferem a dengue de gripe ou covid-19:

    • O modo de transmissão: picada do mosquito no caso da dengue e vírus respiratórios no caso da gripe e covid-19;
    • O tipo de sintoma predominante, que costuma indicar qual sistema do corpo está mais afetado.

    Dengue: febre alta e dor intensa no corpo

    A dengue é transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti e costuma começar de forma abrupta, com febre alta (acima de 38,5 °C), forte dor no corpo e nas articulações, dor atrás dos olhos, cansaço intenso e, em muitos casos, manchas vermelhas pelo corpo.

    Outros sinais comuns são náusea, falta de apetite e dor abdominal. Não há sintomas respiratórios importantes, como tosse ou coriza, o que ajuda a distinguir da gripe e da covid-19.

    Se aparecerem manchas roxas, sangramento nasal ou nas gengivas, vômitos persistentes ou tontura, é preciso procurar atendimento imediatamente, pois podem ser sinais de alerta para formas graves da doença, como a dengue hemorrágica.

    Gripe: sintomas respiratórios e intensos

    A gripe, causada pelo vírus influenza, geralmente se manifesta com febre, bastante dor no corpo, tosse seca, coriza, garganta irritada e cansaço. A febre costuma durar de 2 a 4 dias, e os sintomas respiratórios predominam.

    É comum a melhora espontânea em até uma semana, embora em crianças, idosos e pessoas com doenças crônicas a gripe possa evoluir para complicações como pneumonia. Vacinar-se anualmente é a principal forma de prevenção.

    Covid-19: sintomas variados e perda de olfato

    A covid-19, causada pelo coronavírus SARS-CoV-2, pode se manifestar de formas muito diferentes, desde quadros leves, semelhantes a um resfriado simples, até casos graves com falta de ar.

    Os sintomas mais típicos são:

    • Febre ou sensação febril;
    • Tosse seca;
    • Dor de garganta;
    • Cansaço e dor muscular;
    • Perda de olfato e paladar (anosmia e ageusia);
    • Em casos graves, falta de ar e saturação baixa de oxigênio.

    Diferentemente da dengue, a covid-19 afeta principalmente o sistema respiratório.

    Como diferenciar os sintomas

    Sintoma principal Dengue Gripe (Influenza) Covid-19
    Febre Alta e súbita Alta, mas por poucos dias Pode ou não ocorrer
    Dor no corpo Intensa, inclusive nas articulações Moderada a intensa Variável
    Dor atrás dos olhos Comum Rara Rara
    Tosse e coriza Raras Frequentes Frequentes
    Manchas na pele Possíveis Não Raras
    Falta de ar Em casos graves Possível em idosos Pode ocorrer, especialmente entre não vacinados
    Perda de olfato/paladar Não Rara Comum
    Transmissão Picada do mosquito Aedes aegypti Gotículas respiratórias Gotículas e aerossóis
    Exame de confirmação Sorologia ou PCR para dengue Teste rápido de influenza Teste rápido para covid-19 ou RT-PCR

    Diagnóstico e exames

    Mesmo com sinais típicos, o diagnóstico deve ser confirmado por exames, já que é comum haver confusão entre as doenças, especialmente nos primeiros dias.

    O médico pode solicitar:

    • Testes rápidos de dengue (NS1 ou IgM/IgG);
    • RT-PCR ou teste de antígeno para covid-19;
    • Teste de influenza (em casos de síndrome gripal).

    O acompanhamento é fundamental para evitar o uso incorreto de medicamentos — como o AAS e anti-inflamatórios, que são perigosos em casos de dengue.

    Veja também: Dengue hemorrágica: quando os sintomas indicam alerta máximo

    Quando procurar um médico

    Procure atendimento se houver:

    • Febre alta que dura mais de 48 horas;
    • Dor abdominal intensa ou vômitos;
    • Dificuldade para respirar;
    • Manchas vermelhas ou roxas na pele;
    • Sangramento nasal ou nas gengivas;
    • Cansaço extremo ou tontura.

    Crianças, idosos, gestantes e pessoas com doenças crônicas devem ter atenção redobrada.

    Na dúvida, procure atendimento médico e realize o teste indicado — é o melhor caminho para o diagnóstico correto e o tratamento seguro.

    Confira: Veja por que você pode pegar dengue até quatro vezes

    Perguntas frequentes

    1. Dengue e covid-19 podem acontecer ao mesmo tempo?

    Sim. É possível ter as duas infecções simultaneamente, o que torna o quadro mais grave e exige acompanhamento hospitalar.

    2. Posso tomar remédios para dor ou febre em qualquer uma das três doenças?

    Não. Em caso de suspeita de dengue, evite AAS e anti-inflamatórios. Prefira paracetamol ou dipirona, conforme orientação médica.

    3. As manchas vermelhas na pele indicam sempre dengue?

    Não necessariamente, mas são mais características da dengue. O médico pode solicitar exames para confirmar.

    4. A perda de olfato é exclusiva da covid-19?

    É mais típica da covid-19, mas pode ocorrer em outras infecções virais, embora seja menos comum.

    5. Quanto tempo dura cada doença?

    A dengue dura de 7 a 10 dias, a gripe cerca de 5 a 7, e a covid-19 pode persistir por duas semanas ou mais, dependendo do caso.

    6. Existe vacina para todas as doenças?

    Sim, para gripe e covid-19 há vacinas amplamente disponíveis. Para dengue, a vacina é indicada em situações específicas e conforme faixa etária.

    7. Quando devo ir ao pronto-socorro?

    Se houver sinais de gravidade, como sangramentos, falta de ar, confusão mental ou febre persistente por mais de 48 horas.

    Leia mais: Por que não pode tomar AAS com dengue?

  • Vacinas contra o câncer: o que está sendo testado (e o que esperar)

    Vacinas contra o câncer: o que está sendo testado (e o que esperar)

    Nos últimos anos, pesquisas em universidades e centros científicos ao redor do mundo têm mostrado resultados animadores no desenvolvimento de vacina contra câncer. Diferente das vacinas convencionais, que atuam prevenindo infecções ao expor o corpo a fragmentos ou versões enfraquecidas de vírus e bactérias, essas novas terapias são criadas para tratar tumores já existentes ou evitar que a doença volte — usando as próprias células do paciente para ativar o sistema imunológico e fazer com que ele reconheça e combata o câncer.

    O oncologista Thiago Chadid explica que o processo é bastante complexo: o sangue do paciente é coletado, as células tumorais são isoladas e os cientistas identificam nelas marcadores genéticos específicos. A partir disso, é criado um vetor viral (um vírus modificado em laboratório) que carrega essa informação genética.

    O vírus é injetado em células do próprio paciente, modificando o DNA delas para que o sistema imunológico aprenda a reconhecer e combater o tumor. Depois, essas células modificadas são reintroduzidas no corpo — e é isso que chamamos de vacina personalizada.

    Como uma vacina funciona normalmente?

    As vacinas tradicionais funcionam apresentando ao corpo uma amostra inofensiva do agente causador da doença (seja um fragmento de vírus, bactéria ou proteína), estimulando o sistema imunológico a produzir uma resposta de defesa. Ele cria uma memória imunológica — de modo que o corpo aprende a reconhecer o invasor e reage rapidamente se ele aparecer de novo.

    No caso da vacina contra câncer, a ideia é semelhante, mas em vez de vírus ou bactérias, ela ensina o corpo a atacar células tumorais. O imunizante pode conter neoantígenos, moléculas específicas que aparecem nas células cancerígenas, mas não nas saudáveis. Assim, o sistema imune aprende a identificá-las como ameaças e a destruí-las.

    A seguir, veja algumas das vacinas que estão em desenvolvimento e sendo testadas em estudos clínicos e experimentais.

    Vacina universal do câncer

    Um dos avanços recentes mais notáveis decorre do conceito de uma vacina universal contra o câncer. Em 2024, pesquisadores publicaram na revista Nature Biomedical Engineering um estudo mostrando uma vacina experimental baseada em RNA mensageiro (mRNA) que, quando combinada com imunoterapia, eliminou tumores resistentes em ratos.

    A proposta, no geral, é criar um imunizante que funcione contra diferentes tipos de tumores, usando o mesmo princípio das vacinas de Covid-19. O mRNA carrega instruções genéticas que fazem as células do corpo produzirem proteínas que simulam o comportamento do tumor. Isso desperta o sistema imunológico, que aprende a reconhecer e atacar essas proteínas anormais.

    Nos testes, a vacina aumentou a eficácia da imunoterapia e conseguiu eliminar completamente tumores que até então não respondiam a tratamentos convencionais. Apesar de ainda estar em fase experimental, a pesquisa abre caminho para uma geração de vacinas que podem tratar múltiplos tipos de câncer com um único mecanismo molecular.

    Vacina bacteriana para câncer colorretal avançado e melanoma

    Cientistas da Universidade Columbia criaram uma vacina composta por bactérias probióticas geneticamente modificadas que educam o sistema imunológico a destruir células cancerígenas.

    Segundo o estudo, publicado na revista Nature, as bactérias foram programadas para produzir neoantígenos tumorais, fazendo com que o sistema imune ataque as células com essas proteínas — e poupe as células normais. Em modelos de ratos com câncer colorretal avançado e melanoma, a vacina eliminou o crescimento dos tumores e impediu metástases, mantendo as áreas saudáveis intactas.

    O mais interessante é que a vacina usa o comportamento natural das bactérias, que migram e se instalam dentro dos tumores, onde há menos oxigênio. Isso permite uma resposta imunológica direta no coração do tumor.

    De acordo com o pesquisador Nicholas Arpaia, da Columbia, a terapia foi projetada para ser segura e personalizada: as bactérias são rapidamente eliminadas se não encontrarem o tumor, reduzindo o risco de efeitos adversos. Agora, o próximo passo será testar a técnica em humanos.

    Vacina contra o câncer de pele

    Chamada de mRNA-4157 (V940), a vacina contra o câncer de pele está sendo desenvolvida pela Moderna em parceria com a MSD (Merck). O imunizante, feito com a tecnologia de RNA mensageiro, está sendo testado em pacientes com melanoma avançado.

    Nos estudos de fase 2, a vacina combinada com o medicamento Keytruda (pembrolizumabe), uma imunoterapia amplamente usada, reduziu em 44% o risco de recidiva ou morte em comparação com o tratamento isolado.

    Cada dose é feita sob medida, com base nas mutações específicas encontradas no tumor do paciente. Ela induz o corpo a reconhecer essas mutações e a eliminar células que as contenham.

    Vacina contra o câncer de pâncreas

    O Memorial Sloan Kettering Cancer Center (MSK) está testando uma vacina de mRNA para tratar o câncer de pâncreas. O imunizante é feito de forma personalizada, com base nas características de cada paciente — e tem como objetivo reduzir o risco de o câncer voltar após a cirurgia para remover o tumor.

    Os resultados do ensaio clínico de fase 1, publicados na revista Nature, indicam que a vacina terapêutica contra o câncer foi capaz de ativar células imunológicas específicas do tumor, que permaneceram ativas no organismo por quase quatro anos em alguns pacientes.

    Além disso, aqueles que apresentaram resposta imune à vacina tiveram menor risco de recidiva após três anos de acompanhamento, em comparação com os que não responderam ao tratamento. Se comprovada, a abordagem pode aumentar significativamente a sobrevida de pacientes com câncer pancreático em estágios iniciais.

    Vacina contra o câncer de cabeça e pescoço

    Outro estudo liderado pelo MSK está testando uma vacina terapêutica para cânceres de cabeça e pescoço causados pelo HPV. Os tumores se originam de uma infecção viral, o que torna a vacina especialmente estratégica.

    O imunizante é baseado em proteínas virais expressas nas células infectadas que se tornam cancerígenas. A ideia é ensinar o sistema imune a reconhecer essas proteínas e eliminá-las, destruindo as células doentes.

    No futuro, essa vacina do câncer pode complementar o papel preventivo da vacina contra HPV, agindo como uma forma de tratamento para quem já desenvolveu o câncer. Os ensaios clínicos iniciais mostram respostas imunes positivas e segurança adequada, o que reforça o potencial da abordagem.

    Vacina personalizada contra câncer de intestino

    Em junho de 2024, o Serviço Nacional de Saúde do Reino Unido (NHS) iniciou os primeiros testes com vacinas personalizadas contra o câncer de intestino, também utilizando a tecnologia do mRNA.

    O processo começa com a análise genética do tumor de cada paciente. A partir daí, os cientistas identificam mutações exclusivas e criam uma vacina sob medida. Cada imunizante é único, fabricado de acordo com o “perfil genético” do câncer daquela pessoa.

    O primeiro paciente a receber a vacina foi Elliot Pfebve, de 55 anos, em um hospital na cidade de Birmingham. A expectativa é que a tecnologia reduza as chances de o câncer voltar após cirurgia ou tratamento convencional.

    Vacina contra o câncer renal

    Pesquisadores do Dana-Farber Cancer Institute, ligado à Harvard Medical School, divulgaram resultados iniciais de uma vacina personalizada para câncer renal em estágio III e IV.

    O estudo, publicado na Nature, incluiu nove pacientes com carcinoma renal de células claras, todos com alto risco de recorrência. A vacina foi administrada após cirurgia, com o objetivo de eliminar células tumorais remanescentes.

    Todos os pacientes permaneceram sem sinais de câncer por mais de 40 meses após o tratamento. A vacina foi feita com base em neoantígenos extraídos do próprio tumor, permitindo que o sistema imunológico reconhecesse e destruísse células com a mesma assinatura genética.

    Terapias combinadas contra o câncer

    Nos últimos anos, pesquisadores têm avançado não apenas na criação de novas vacinas terapêuticas contra o câncer, mas também na forma de potencializá-las por meio de terapias combinadas.

    Uma vacina sozinha pode não ser suficiente para conter o crescimento tumoral, especialmente em casos de câncer avançado. À medida que os tumores se desenvolvem, eles passam a produzir moléculas que inibem ativamente o sistema imunológico, bloqueando a ação das células de defesa.

    Por isso, cientistas têm apostado em combinar vacinas com imunoterapias, como os inibidores de ponto de controle imunológico — medicamentos que “liberam os freios” do sistema de defesa. Remédios como o Keytruda (pembrolizumabe) atuam impedindo que as células tumorais se escondam, permitindo que o sistema imunológico as ataque com mais força.

    Os avanços em sequenciamento genético também estão ajudando a identificar neoantígenos, proteínas anormais criadas pelas mutações das células cancerígenas. Esses alvos específicos permitem desenvolver vacinas mais precisas, capazes de estimular o sistema imune de forma direcionada e duradoura.

    Com essa combinação, o tratamento se torna mais inteligente: o corpo aprende a reconhecer, atacar e lembrar do tumor — reduzindo as chances de recidiva.

    O que esperar para os próximos anos?

    Apesar da maioria dos estudos ainda estar em fases iniciais, os resultados têm sido consistentes, seguros e cheios de potencial.

    Os próximos passos envolvem ampliar os testes clínicos em humanos e avaliar a combinação das vacinas com tecnologias de RNA mensageiro junto a tratamentos já consolidados, como a imunoterapia. A proposta é unir diferentes estratégias para aumentar a eficácia e reduzir as chances de o câncer voltar.

    Por enquanto, o oncologista Thiago Chadid explica que essa tecnologia apresenta melhores resultados em cânceres hematológicos. Nos tumores sólidos, o desafio é maior porque o tumor cria uma espécie de barreira protetora, chamada estroma, que dificulta o acesso da vacina.

    As pesquisas atuais buscam entender como romper esse “escudo”, permitindo que o tratamento atinja diretamente as células tumorais.

    Confira: Metástase: o que é, sintomas, como surge e se tem cura

    Perguntas frequentes

    O que são vacinas terapêuticas contra o câncer?

    As vacinas terapêuticas são imunizantes desenvolvidos não para prevenir o câncer, mas para tratar pacientes que já têm a doença. Elas estimulam o sistema imunológico a reconhecer e atacar as células tumorais, identificando-as por meio de proteínas específicas chamadas neoantígenos — presentes apenas nas células cancerígenas. Assim, o corpo aprende a reconhecer o tumor e pode impedir que ele cresça ou volte a aparecer.

    Qual é a diferença entre vacinas preventivas e vacinas terapêuticas?

    As vacinas preventivas evitam o surgimento de um câncer causado por um agente infeccioso, como o HPV (responsável pelo câncer de colo de útero) e a hepatite B (que pode causar câncer de fígado). Já as vacinas terapêuticas são usadas em pacientes que já têm a doença, com o objetivo de ativar o sistema imune para combater o tumor ou reduzir as chances de ele retornar após o tratamento.

    O que é imunoterapia?

    A imunoterapia é um tipo de tratamento que estimula o próprio sistema imunológico a combater o câncer. Diferente da quimioterapia, que ataca diretamente as células tumorais, a imunoterapia fortalece as defesas naturais do corpo, permitindo que ele mesmo destrua as células doentes.

    Há diferentes categorias de imunoterápicos, entre elas os inibidores de ponto de verificação imunológico, que removem os mecanismos de bloqueio do sistema imunológico, permitindo uma resposta mais intensa contra as células tumorais.

    As vacinas contra o câncer podem substituir a quimioterapia ou a radioterapia?

    Não. As vacinas terapêuticas não substituem os tratamentos convencionais, mas podem complementá-los. A ideia é que sejam usadas em conjunto com terapias já estabelecidas, como imunoterapia, quimioterapia ou cirurgia, para aumentar a eficácia e reduzir o risco de recidiva.

    Apesar de ainda estarem em fase de testes para o tratamento de tumores, as vacinas personalizadas têm potencial para proporcionar uma abordagem mais precisa e eficaz, com menor risco de efeitos colaterais em comparação aos tratamentos convencionais.

    Vacinas contra o câncer podem ser usadas para prevenir a doença?

    Algumas, sim. As vacinas preventivas já são realidade e têm um papel importante na redução de certos tipos de câncer, como é o caso da vacina contra o HPV, que previne cânceres de colo do útero, ânus, garganta e pênis, e da vacina contra hepatite B, que ajuda a evitar o câncer de fígado.

    Já as vacinas terapêuticas ainda estão sendo estudadas e visam tratar o câncer já existente, não preveni-lo.

    Leia mais: Câncer: quais os principais fatores de risco?

  • Descubra como deve ser feita a higiene íntima dos meninos

    Descubra como deve ser feita a higiene íntima dos meninos

    Desde o nascimento até o fim da primeira infância, os cuidados com a região genital dos meninos são essenciais para evitar irritações, desconfortos e infecções. Isso porque o pênis passa por mudanças ao longo do crescimento — especialmente o prepúcio, a pele que recobre a glande. Compreender essas fases e saber como higienizar corretamente ajuda a manter a saúde íntima e a prevenir problemas.

    Conversamos com uma especialista para entender como deve ser feita a higiene íntima de meninos em cada fase — bebês, crianças e adolescentes — e como ensiná-los a cuidar sozinhos do próprio corpo de forma segura e natural.

    Como deve ser feita a higiene íntima dos meninos?

    A higiene deve ser sempre delicada e respeitar o desenvolvimento natural do prepúcio. A regra número um: nunca forçar a pele que cobre a glande.

    Nos primeiros anos, é comum que a pele ainda não retraia totalmente — isso se chama fimose fisiológica e é normal. A tendência é que ela se solte espontaneamente entre os 3 e 5 anos. Até lá, a limpeza deve ser apenas externa, com água morna e sabonete neutro ou glicerinado, sem perfumes ou conservantes.

    Com o tempo, conforme o prepúcio se solta naturalmente, será possível fazer uma limpeza mais completa, sempre sem puxar a pele à força.

    Higiene íntima de bebês

    Nos bebês, os cuidados envolvem trocas de fralda e o banho diário. A limpeza deve ser feita assim:

    • Trocas de fralda: use algodão com água morna ou lenços umedecidos sem álcool e sem perfume. Limpe com movimentos suaves e seque bem antes de colocar a fralda.
    • Banho: lave pênis e escroto com água e sabonete neutro apenas na parte externa, fazendo espuma nas mãos antes de aplicar.

    De acordo com a urologista pediátrica Veridiana Andrioli e o Ministério da Saúde, também é importante:

    • Trocar fraldas frequentemente;
    • Evitar produtos com perfume, álcool ou conservantes;
    • Usar roupas leves e não apertadas;
    • Lavar com sabonetes suaves e não aplicar o produto diretamente na pele;
    • Nunca tentar retrair o prepúcio — a limpeza interna não é necessária nessa fase.

    A especialista reforça: pomadas de assadura não devem ser aplicadas no interior do pênis, apenas na virilha e no bumbum.

    Higiene íntima de meninos

    Quando a criança cresce e deixa as fraldas, a higiene passa a ser parte da rotina de forma mais independente. É importante tratar o assunto com naturalidade e orientar sem constrangimento.

    Antes dos 3 anos, o prepúcio geralmente não retrai completamente, então a limpeza deve ser apenas externa. Já entre os 3 e 5 anos, ele costuma se soltar naturalmente. Quando isso acontecer:

    • Puxe o prepúcio delicadamente, sem forçar;
    • Lave a glande e a parte interna com espuma de sabonete neutro;
    • Enxágue bem;
    • Recoloque o prepúcio cobrindo totalmente a glande.

    Esse cuidado evita o acúmulo de esmegma, uma substância natural que, em excesso, pode causar irritação ou mau cheiro.

    Na pré-adolescência e adolescência, os meninos devem ser orientados a fazer a higiene diariamente, secar bem a região e usar roupas íntimas de algodão. É importante evitar sabonetes perfumados, buchas e qualquer prática que irrite a pele.

    Pode usar sabonete comum na higiene íntima dos meninos?

    Não. Sabonetes comuns costumam ter perfumes e substâncias que podem agredir a pele sensível. A recomendação é usar sabões neutros, glicerinados e próprios para crianças.

    Segundo Veridiana, o sabonete deve ser sempre usado na forma de espuma produzida nas mãos — nunca aplicado diretamente no pênis.

    Sinais de alerta para inflamação ou infecção

    Os responsáveis devem observar qualquer alteração na aparência ou no comportamento da criança, como:

    • Vermelhidão persistente;
    • Inchaço na ponta do pênis;
    • Dor ou ardência ao urinar;
    • Secreção branca ou amarelada com mau cheiro;
    • Dificuldade para urinar;
    • Febre sem causa aparente.

    Nesses casos, procure atendimento médico e evite aplicar pomadas por conta própria.

    Atenção: fimose não é doença

    A fimose é comum em bebês e crianças pequenas e costuma se resolver naturalmente. Segundo Veridiana, 80% dos meninos retraem o prepúcio até os 3 anos e até 95% até os 5 anos.

    Portanto, não é necessário tratar antes do tempo ou usar pomadas sem orientação. O pediatra ou urologista pediátrico deve acompanhar o desenvolvimento e orientar a higiene adequada.

    Leia também: Criptorquidia: o que é, causas, fatores de risco e cirurgia

    Como ensinar os meninos a fazer a higiene sozinhos?

    Quando a criança ganha autonomia, os pais devem ensinar passo a passo, sem tabu ou vergonha:

    • No banho: retrair delicadamente (sem forçar), lavar com espuma e enxaguar bem;
    • Ao urinar: expor a glande, fazer xixi e recobrir depois, secando se necessário;
    • No dia a dia: trocar cueca diariamente e mantê-la sempre seca;
    • Após atividade física: tomar banho ou trocar a roupa íntima.

    Explique que qualquer dor, coceira ou vermelhidão deve ser comunicada aos responsáveis. Esse aprendizado fortalece a autonomia e previne irritações e infecções.

    Confira: Criança que não consegue segurar o xixi: quando é normal e quando é problema

    Perguntas frequentes sobre higiene íntima de meninos

    1. Quais são os riscos da higiene íntima inadequada?

    Irritações, mau cheiro, acúmulo de secreções, balanite e, em casos extremos na vida adulta, maior risco de câncer de pênis. Mas o excesso de limpeza com produtos agressivos também irrita a pele — o ideal é equilíbrio.

    2. Pode puxar a pele do pênis para limpar?

    Não. Forçar pode causar fissuras, sangramento e cicatrizes. A retração deve ser natural. A limpeza interna só deve começar quando a pele se soltar espontaneamente.

    3. É necessário usar pomadas preventivas?

    Apenas com indicação médica. Pomadas dentro do pênis nunca devem ser usadas.

    4. Como saber se há infecção?

    Procure sinais como vermelhidão, dor, secreção, mau cheiro e febre. Em bebês, observe choro ao urinar.

    5. Quando o menino pode cuidar da higiene sozinho?

    Geralmente entre 4 e 6 anos, sempre com supervisão e orientação.

    6. É normal sair secreção branca?

    Pequenas quantidades podem ser esmegma, que é normal. Mas se houver mau cheiro, dor ou febre, deve-se consultar um médico.

    Veja mais: Criança engoliu um objeto? Veja o que fazer imediatamente

  • 6 dicas para quem está começando a usar canetas emagrecedoras

    6 dicas para quem está começando a usar canetas emagrecedoras

    Os análogos do GLP-1, como semaglutida e tirzepatida, transformaram o tratamento da obesidade e do sobrepeso. Conhecidos como “canetas emagrecedoras”, eles ajudam a controlar o apetite, aumentar a saciedade e até reduzir o ruído alimentar (food noise) — aquele pensamento insistente sobre comida. Mas, apesar dos resultados animadores, esses medicamentos não fazem tudo sozinhos.

    Para quem recebeu indicação médica e está começando o uso, seguir um plano estruturado é fundamental para garantir um emagrecimento seguro, contínuo e com preservação da massa muscular. A seguir, veja 6 dicas práticas para aproveitar melhor os resultados e manter o equilíbrio durante todo o tratamento.

    1. Nunca use canetas emagrecedoras sem acompanhamento médico

    Pode parecer básico, mas este é o ponto-chave. Os agonistas de GLP-1 (como a semaglutida) e os agonistas de GLP-1 e GIP (como a tirzepatida) são medicamentos potentes, que exigem prescrição e monitoramento médico.

    Somente o médico pode indicar a dose ideal, avaliar contraindicações e ajustar o tratamento conforme a resposta do organismo. Usar por conta própria ou por sugestão de terceiros pode trazer riscos sérios.

    2. Tenha uma dieta validada por uma nutricionista

    As canetas não substituem uma alimentação equilibrada — elas são parceiras dela. O ideal é ter um plano alimentar personalizado e adequado à nova rotina de fome reduzida.

    A nutricionista ajuda a:

    • Garantir ingestão adequada de vitaminas, minerais e proteínas;
    • Evitar deficiências nutricionais;
    • Proteger a massa muscular e evitar queda de energia.

    3. Foque no aporte de proteínas

    Com menos fome, é fácil comer menos do que o corpo precisa. Se faltar proteína, porém, o organismo perde músculo junto com a gordura — e isso prejudica o metabolismo e a saúde.

    Por isso, mesmo sem muita fome, priorize:

    • Ovos, peixes, frango e carnes magras;
    • Queijos brancos, iogurtes naturais e whey protein;
    • Feijão, lentilha, grão-de-bico e outras leguminosas.

    A proteína ajuda a manter o metabolismo ativo, melhora a saciedade e preserva os músculos durante o emagrecimento.

    4. Aplique a caneta estrategicamente

    Os efeitos de maior saciedade costumam atingir o pico cerca de dois dias após a aplicação. Por isso, uma estratégia útil é aplicar um ou dois dias antes dos momentos em que você costuma exagerar.

    Se os deslizes acontecem no fim de semana, aplicar a dose na quinta-feira pode ajudar a controlar melhor o apetite. Não substitui disciplina, mas é um reforço bem-vindo.

    5. Alinhe as expectativas

    Os resultados são consistentes, mas exigem paciência. Uma média de até 5% de perda de peso no primeiro mês já é considerada excelente.

    Evite comparações: cada corpo reage em um ritmo. O foco deve estar em perder gordura e preservar músculos, e não apenas em ver números menores na balança. Emagrecimento saudável também traz mais energia, disposição e melhora da composição corporal.

    6. Foque na musculação

    A musculação é o melhor complemento ao uso das canetas emagrecedoras, porque ela:

    • Preserva e aumenta a massa muscular;
    • Melhora o metabolismo;
    • Reduz o risco de efeito sanfona.

    Treinar com regularidade faz muita diferença. Combine exercícios de força com caminhadas ou outras atividades aeróbicas para cuidar também do coração.

    Veja mais: Ozempic, Mounjaro: como evitar o efeito rebote no emagrecimento?

    Perguntas frequentes sobre canetas emagrecedoras

    1. Posso usar canetas emagrecedoras sem receita?

    Não. São medicamentos de prescrição obrigatória. Automedicação é perigosa.

    2. Qual é a melhor hora para aplicar?

    Escolha um dia fixo da semana e mantenha horários semelhantes. Muitas pessoas preferem quinta-feira para reduzir o apetite no fim de semana.

    3. Quanto peso posso perder no primeiro mês?

    Em média, até 5% do peso corporal. Resultados maiores devem ser avaliados com o médico e a nutricionista.

    4. Posso fazer exercícios durante o uso?

    Sim — e é recomendável. A musculação preserva músculos, melhora o tônus e evita efeito sanfona.

    5. O que comer durante o tratamento?

    Priorize proteínas, vegetais, frutas, legumes e evite frituras, ultraprocessados e álcool.

    6. Posso parar quando atingir o peso ideal?

    Só com orientação médica, que definirá o melhor momento e a estratégia para interrupção.

    7. A caneta substitui dieta e treino?

    Não. Ela é um suporte importante, mas os resultados duradouros vêm do conjunto de hábitos saudáveis.

    Confira: Canetas emagrecedoras: saiba como evitar a perda de massa muscular

  • Food noise: por que você não para de pensar em comida

    Food noise: por que você não para de pensar em comida

    Você se pega comendo ou planejando a próxima refeição mesmo pouco tempo depois de ter comido? Ou então acorda já pensando no que vai comer ao longo do dia?

    Se esse tipo de diálogo interno com comida parece constante, pode ser que você esteja lidando com o chamado ruído alimentar — ou food noise —, um zumbido mental que atrapalha o foco em uma alimentação equilibrada, interfere no humor e pode dificultar o emagrecimento, quando necessário.

    E aqui vai um ponto importante: pessoas que usam medicamentos da classe dos agonistas de GLP-1 (as famosas “canetas emagrecedoras”) relatam redução significativa desse ruído alimentar. Ou seja, além de ajudarem no peso e no controle glicêmico, esses remédios parecem melhorar também a relação mental com a comida. Entenda como isso funciona.

    O que é ruído alimentar ou food noise?

    O termo descreve pensamentos persistentes e intrusivos sobre comida, mesmo sem fome real. Alguns exemplos:

    • Pensar em comida o tempo todo;
    • Ficar preocupado com a próxima refeição, planejando horários e alimentos;
    • Desejar um alimento por horas, mesmo estando saciado.

    Muitas pessoas com sobrepeso ou obesidade relatam esse tipo de padrão. O problema é que esse “barulho mental” drena energia, aumenta a vontade de comer, dificulta hábitos saudáveis e pode gerar culpa, frustração e ansiedade.

    Por que o ruído alimentar importa?

    • Dificulta a adesão a uma alimentação equilibrada: quando a mente está ocupada com comida, fica mais difícil fazer escolhas saudáveis;
    • Afeta o bem-estar emocional: muitas pessoas sentem vergonha ou culpa por não “controlarem a mente” ou por comerem além do planejado;
    • Pode indicar um padrão além da fome física: como comer por emoção, por estresse, tédio ou estímulos externos.

    Como as canetas emagrecedoras (análogos de GLP-1) interferem no ruído alimentar

    Medicamentos como semaglutida (Ozempic, Wegovy) e tirzepatida (Mounjaro) já são conhecidos pelo impacto no peso e na glicemia. Mas estudos recentes mostram que eles também reduzem o ruído alimentar.

    O que os estudos observaram

    • Em uma pesquisa com 550 pessoas usando semaglutida, os relatos de pensar em comida o tempo todo caíram de 62% para 16% durante o tratamento;
    • Cerca de 64% relataram melhora da saúde mental;
    • Quase 80% disseram ter uma relação mais equilibrada com os hábitos alimentares;
    • Outros estudos apontam menos fome, saciedade mais rápida e até mudanças no paladar.

    Como isso pode acontecer

    O mecanismo exato ainda está sendo estudado, mas sabe-se que os agonistas de GLP-1 atuam tanto no estômago quanto no cérebro:

    • Aumentam a saciedade;
    • Retardam o esvaziamento gástrico;
    • Reduzem a fome e, junto com ela, os pensamentos constantes sobre comida.

    Quem sofre com ruído alimentar?

    • Pessoas com sobrepeso ou obesidade;
    • Quem utiliza a comida como alívio emocional (estresse, tédio, recompensa);
    • Quem faz dietas muito restritivas, que tendem a aumentar ainda mais os pensamentos sobre comida.

    Estratégias além da medicação

    Mesmo quando a pessoa usa agonistas de GLP-1, outras estratégias ajudam a reduzir o ruído alimentar — e são especialmente importantes após o fim do tratamento:

    • Alimentação consciente (mindful eating): comer com atenção plena ajuda a reconhecer os sinais reais de fome e saciedade;
    • Identificar gatilhos emocionais: entender se o ruído aparece mais em momentos de estresse, tédio ou após dietas restritivas;
    • Atividade física e técnicas de relaxamento: ajudam a reduzir o foco constante em comida;
    • Evitar dietas radicais: proibições rígidas aumentam o desejo e o pensamento obsessivo;
    • Psicoterapia: auxilia no manejo das emoções e no controle dos pensamentos alimentares.

    Leia também: Ela perdeu 25 kg: ‘Minha relação com o corpo e saúde antes do emagrecimento era das piores’

    Perguntas frequentes sobre ruído alimentar (food noise)

    1. O que significa ruído alimentar?

    É o barulho mental ou os pensamentos repetitivos sobre comida, mesmo sem fome física.

    2. Semaglutida ou tirzepatida podem ajudar?

    Sim. Muitos usuários relatam redução do ruído alimentar, mas o efeito varia e o uso deve ser orientado por um médico.

    3. Quem não usa esses medicamentos pode melhorar?

    Sim. Estratégias como alimentação consciente, psicoterapia, gestão do estresse e acompanhamento profissional são eficazes.

    4. Ruído alimentar é o mesmo que fome emocional?

    São conceitos relacionados, mas diferentes. A fome emocional é comer pela emoção; o ruído alimentar é pensar em comida o tempo todo.

    5. Posso ter ruído alimentar sem perceber?

    Sim. Muitas pessoas acham normal pensar exageradamente em comida e só identificam o padrão ao buscar ajuda.

    6. O GLP-1 sempre “silencia” o ruído alimentar?

    Não. O efeito varia conforme cada organismo.

    7. Quando devo procurar ajuda profissional?

    Quando os pensamentos sobre comida atrapalham seu dia, seu humor, sua alimentação ou sua saúde emocional.

    Veja também: Fome emocional: o que é, sintomas e como controlar

  • Papanicolau: o exame que ajuda a prevenir o câncer de colo do útero 

    Papanicolau: o exame que ajuda a prevenir o câncer de colo do útero 

    A colpocitologia oncótica, conhecida popularmente como exame de Papanicolau, é um dos testes mais importantes da saúde feminina. Simples, rápido e amplamente disponível no SUS, ele permite detectar alterações celulares no colo do útero antes mesmo que se tornem lesões pré-cancerosas. Ou seja: é um exame que salva vidas.

    Mesmo sendo um procedimento essencial e de fácil acesso, muitas mulheres ainda têm dúvidas ou deixam de fazê-lo com regularidade. Entender como ele funciona e por que é tão valioso é o primeiro passo para manter a prevenção em dia.

    Como é feito o exame?

    O Papanicolau é rápido e, na maioria das vezes, indolor. Durante a consulta:

    • A mulher se deita na maca ginecológica;
    • O profissional introduz um espéculo, que permite visualizar o colo do útero;
    • Com uma escovinha e uma espátula, coleta amostras de células do colo do útero e da vagina;
    • O material é colocado em lâmina ou em meio líquido e enviado ao laboratório.

    Todo o processo leva poucos minutos e é muito seguro.

    Tipos de exame

    Existem duas formas principais de realizar a colpocitologia:

    • Citologia convencional: as células coletadas são depositadas diretamente em uma lâmina de vidro. É o modelo oferecido pelo SUS;
    • Citologia em meio líquido: as células são colocadas em uma solução conservante, o que melhora a qualidade da amostra e permite testes complementares, como o de HPV.

    Ambos têm o mesmo objetivo: identificar precocemente alterações que podem evoluir para câncer.

    O que o exame detecta?

    O Papanicolau pode identificar:

    • Infecções (candidíase, vaginose, tricomoníase);
    • Inflamações;
    • Presença de HPV;
    • Alterações celulares pré-cancerosas.

    A detecção precoce permite tratamentos mais simples, eficazes e menos invasivos.

    Quando fazer o exame

    Segundo o Ministério da Saúde, devem fazer o exame:

    • Mulheres entre 25 e 64 anos que já tiveram relação sexual;
    • A cada três anos, após dois exames anuais consecutivos normais.

    Mesmo após a menopausa, o exame continua essencial.

    Precisa de preparo?

    Sim. Alguns cuidados deixam o resultado mais confiável:

    • Evitar relações sexuais nas 72 horas anteriores;
    • Não usar duchas, cremes ou medicamentos vaginais no período;
    • Evitar realizar o exame durante a menstruação.

    O que significam os resultados?

    Os resultados podem ser:

    • Normal — sem alterações;
    • Alterações benignas — inflamações ou infecções;
    • Alterações suspeitas — células anormais que exigem investigação.

    A classificação segue o Sistema Bethesda, que organiza desde pequenas alterações até lesões de alto grau ou câncer.

    Quando há alterações, o médico pode solicitar repetição do exame, colposcopia ou teste de HPV.

    Por que o exame é tão importante?

    O câncer do colo do útero é um dos tumores mais preveníveis. Com o Papanicolau, é possível identificar alterações antes que evoluam, permitindo tratamento precoce e evitando casos graves.

    É uma ferramenta barata, acessível e extremamente eficaz na prevenção.

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    Perguntas frequentes sobre o exame de Papanicolau

    1. O exame de Papanicolau dói?

    Geralmente não. Pode haver leve desconforto, mas o procedimento é rápido.

    2. Mulheres virgens podem fazer o exame?

    Em geral, ele é recomendado apenas para quem já iniciou atividade sexual. Em casos específicos, o médico pode avaliar a necessidade.

    3. Menstruação atrapalha o exame?

    Sim. O ideal é fazer fora do período menstrual para melhorar a análise das células.

    4. O exame detecta todas as infecções?

    Ele identifica algumas infecções vaginais, mas não substitui testes específicos para ISTs.

    5. Fiz histerectomia. Ainda preciso fazer Papanicolau?

    Depende do tipo de cirurgia e se o colo do útero foi removido. O médico orientará conforme o caso.

    6. Posso fazer o exame grávida?

    Sim. O exame é seguro durante a gestação.

    7. O exame substitui a vacina contra HPV?

    Não. A vacina e o Papanicolau se complementam na prevenção do câncer do colo do útero.

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