Blog

  • Pé diabético: o que é, sintomas e como tratar

    Pé diabético: o que é, sintomas e como tratar

    Pessoas que convivem com o diabetes sabem da necessidade de manter alguns cuidados diários. O controle inadequado da glicose no sangue ao longo dos anos pode causar complicações em diferentes partes do corpo — especialmente nos membros inferiores.

    Uma das consequências mais conhecidas é o pé diabético, uma condição que deforma, altera a circulação e também a sensibilidade do pé. Isso favorece infecções e aumenta o risco de amputação, de acordo com o cirurgião vascular Marcelo Dalio. Vamos entender mais a fundo, a seguir!

    O que é pé diabético?

    O pé diabético é uma complicação que pode acontecer quando os níveis elevados de glicose no sangue afetam os nervos e os vasos sanguíneos dos pés, comprometendo a sensibilidade e a circulação. Com o tempo, pequenos machucados que passariam despercebidos em uma pessoa sem diabetes podem evoluir para feridas graves e até infecções.

    A condição é considerada uma das principais causas de amputação não traumática no mundo. Para se ter uma ideia, o Ministério da Saúde aponta que aproximadamente um quarto dos pacientes com diabetes desenvolvem úlceras nos pés e 85% das amputações de membros inferiores ocorrem em pacientes com diabetes.

    Vale apontar que pé diabético não se manifesta de um dia para o outro, sendo resultado de anos de glicemia alta, maus hábitos e falta de acompanhamento médico adequado. Isso reforça a importância do controle rigoroso do diabetes, o cuidado diário com os pés e o acompanhamento médico regular para prevenir complicações.

    Quais são as causas do pé diabético?

    O pé diabético é causado pela combinação de dois fatores principais, sendo eles:

    Neuropatia periférica

    A neuropatia periférica é o nome dado ao dano nos nervos que ligam o cérebro e a medula espinhal ao resto do corpo. Eles são responsáveis por controlar a sensibilidade, os movimentos e as funções automáticas, como a circulação e a digestão.

    No diabetes, o excesso de glicose no sangue agride os nervos com o tempo, principalmente os dos pés e das pernas — o que causa sintomas como formigamento, dormência, queimação, dor em pontadas e perda de sensibilidade.

    Quando a pessoa deixa de sentir dor nos pés, pequenos ferimentos passam despercebidos e podem evoluir para feridas graves e infecções.

    Má circulação (doença arterial obstrutiva)

    O diabetes favorece o acúmulo de gordura e inflamação nas paredes das artérias, formando placas que podem estreitar ou bloquear os vasos sanguíneos. Quando isso acontece, o sangue circula com dificuldade, especialmente nas pernas, no coração e no cérebro.

    Nos pés, a má circulação causa dor, feridas que demoram a cicatrizar e, em casos mais graves, pode levar à perda do membro — risco que aumenta ainda mais se houver infecção.

    Outros fatores

    O risco também pode ser maior devido a fatores como:

    • Uso de calçados inadequados, que causam atrito e pressionam áreas sensíveis dos pés;
    • Cortes malfeitos nas unhas, que podem gerar pequenas lesões e infecções;
    • Ressecamento da pele, que favorece rachaduras e feridas;
    • Tabagismo, que compromete a circulação e dificulta a cicatrização.

    Quais são os sintomas do pé diabético?

    Os sintomas de pé diabético variam conforme a gravidade, mas normalmente se desenvolvem de forma lenta e silenciosa. De acordo com Marcelo Dalio, o primeiro sintoma é a sensação de formigamento, que diminui conforme a pessoa perde a sensibilidade dos dedos dos pés — o que aumenta o risco de calos, deformidades e feridas.

    Outros sinais de alerta também podem ocorrer, como:

    • Pele seca, rachada ou com fissuras;
    • Feridas que demoram a cicatrizar, uma vez que a circulação sanguínea está prejudicada;
    • Inchaço e vermelhidão local;
    • Alterações na forma dos dedos ou no arco do pé;
    • Odor forte, secreção ou coloração escurecida na pele (sinais de infecção).

    Em casos mais graves, podem surgir úlceras abertas, infecções profundas e necrose. Nesses estágios, o risco de amputação é elevado.

    O pé diabético causa dor?

    Muitas pessoas costumam perder a sensibilidade, mas a dor pode aparecer em estágios iniciais da neuropatia ou quando há inflamação e infecção. Ela tende a surgir em forma de queimação, pontadas ou choques elétricos, principalmente à noite.

    A dor neuropática é causada por nervos lesionados e costuma ser persistente. Já a dor associada a feridas e infecções indica agravamento e exige tratamento médico urgente.

    Como é feito o diagnóstico do pé diabético?

    O diagnóstico é clínico e deve ser feito por um profissional de saúde, normalmente um endocrinologista, angiologista ou cirurgião vascular. O médico examina os pés em busca de feridas, calos, alterações de sensibilidade e sinais de má circulação.

    Em alguns casos, a Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV) aponta que podem ser realizados exames complementares, como:

    • Exames laboratoriais: avaliam os níveis de glicemia, identificam possíveis infecções associadas e investigam doenças correlacionadas, como insuficiência renal;
    • Índice tornozelo-braço (ITB): mede a gravidade da obstrução arterial, embora possa ser impreciso em pessoas com diabetes devido à calcificação (endurecimento) das paredes arteriais;
    • Radiografia simples: auxilia na detecção de deformidades ósseas e sinais de osteomielite (infecção óssea);
    • Tomografia computadorizada e ressonância magnética: permitem diagnóstico mais detalhado das alterações ósseas e dos tecidos moles;
    • Angiotomografia computadorizada: fornece uma avaliação precisa da circulação sanguínea, sendo especialmente útil em casos de obstrução arterial.

    Tratamento de pé diabetico

    Nos casos em que já existem feridas, deformidades ou alterações estruturais nos pés, o tratamento de pé diabetico envolve medidas como:

    • Manter as feridas sempre limpas e cobertas, com curativos trocados diariamente para evitar contaminações. As lesões nunca devem ficar expostas;
    • Usar antibióticos conforme prescrição médica, em caso de infecção;
    • Evitar apoiar o pé lesionado no chão, reduzindo o risco de piora e facilitando a cicatrização;
    • Manter acompanhamento médico rigoroso, com equipe multidisciplinar (endocrinologista, angiologista, podólogo e enfermeiro).

    Quando o tratamento clínico não é suficiente ou a ferida apresenta maior gravidade, pode ser necessária intervenção cirúrgica, apontada pela SBACV:

    • Revascularização do membro, indicada quando há obstrução arterial. Pode ser realizada por meio de pontes arteriais (cirurgia aberta) ou técnicas endovasculares, como angioplastia (dilatação da artéria com balão), com ou sem colocação de stent;
    • Remoção de tecido necrosado, eliminando partes mortas ou infeccionadas para permitir a recuperação dos tecidos saudáveis;
    • Correção cirúrgica de deformidades ósseas, em casos sem infecção ativa, para estabilizar o pé e prevenir novas lesões;
    • Amputação, indicada apenas em situações extremas, como infecção óssea grave (osteomielite) ou necrose extensa. Pode envolver desde a retirada de um único dedo até a amputação parcial do pé ou abaixo do joelho, dependendo da gravidade do quadro.

    Quando procurar atendimento médico?

    Pessoas com diabetes devem procurar atendimento médico ao primeiro sinal de alteração nos pés, mesmo que pareça algo simples, como bolhas ou calos que não cicatrizam. A avaliação precoce evita complicações graves e pode impedir a evolução para infecções profundas ou amputações.

    Pessoas com histórico de úlceras, infecções anteriores ou má circulação também devem manter acompanhamento periódico com o médico.

    Convivendo com o pé diabético

    Além do acompanhamento médico, existem alguns cuidados diários que ajudam a proteger os pés e evitar complicações, como:

    • Realizar avaliações periódicas dos pés, observando a presença de feridas, rachaduras, calos, mudanças de cor ou temperatura;
    • Utilizar sapatos adequados, confortáveis e sem costuras internas, que protejam o pé contra atritos e machucados;
    • Adotar uma alimentação equilibrada, rica em fibras, vegetais e proteínas magras, ajudando no controle da glicemia e do peso corporal;
    • Praticar atividade física regular, sempre com liberação médica, para melhorar a circulação e reduzir a resistência à insulina;
    • Controlar a pressão arterial e o colesterol, fatores que influenciam diretamente a saúde vascular;
    • Evitar o tabagismo e o consumo excessivo de álcool, que prejudicam a circulação e retardam a cicatrização.

    Marcelo ainda ressalta que quem já apresenta complicações, perda de sensibilidade, calos ou feridas precisa de acompanhamento mais próximo, preferencialmente com profissional especializado em pé diabético ou cirurgião vascular.

    Atualmente, nesses casos, existem palmilhas e calçados adaptados que redistribuem a pressão e ajudam a reduzir o atrito, prevenindo novas lesões. Alguns cuidados diários de higiene também fazem diferença, como secar muito bem os espaços entre os dedos após o banho, evitar micoses e inspecionar os pés regularmente para identificar qualquer alteração de pele, calo ou início de ferida antes que evolua.

    Vale lembrar que pessoas com diabetes precisam ser orientadas sobre como cuidar dos pés diariamente, identificar feridas ou alterações logo no início e reconhecer sinais de alerta que exigem avaliação médica. A educação em saúde é a principal aliada na prevenção de complicações do diabetes.

    Veja mais: Diabetes autoimune latente do adulto (LADA): o ‘tipo 1,5’ do diabetes

    Perguntas frequentes

    O pé diabético tem cura?

    O pé diabético não tem cura definitiva, mas pode ser controlado e tratado. Com o controle rigoroso da glicemia, cuidados diários com os pés e acompanhamento médico multidisciplinar, é possível evitar novas feridas e impedir a progressão da doença.

    O tratamento adequado permite viver com segurança e conforto, reduzindo significativamente o risco de infecções e amputações.

    Por que pessoas com diabetes perdem a sensibilidade nos pés?

    A perda de sensibilidade ocorre por causa da neuropatia periférica diabética, resultado de danos aos nervos causados pelo excesso de glicose no sangue. Com o tempo, os nervos deixam de transmitir corretamente os estímulos de dor, calor e pressão.

    Assim, o paciente pode se machucar sem perceber — por exemplo, com um sapato apertado ou um corte ao aparar as unhas, e o ferimento evoluir para uma infecção grave.

    Tenho diabetes e surgiu uma ferida no pé, o que devo fazer?

    Qualquer ferida, por menor que pareça, deve ser tratada imediatamente por um profissional de saúde. É necessário manter a lesão limpa, coberta e trocada diariamente, além de evitar apoiar o pé machucado no chão. O uso de pomadas ou curativos caseiros sem orientação médica pode piorar o quadro, então não se automedique!

    Qual é o melhor sapato para quem tem pé diabético?

    O calçado ideal deve ser macio, sem costuras internas, com solado firme e bico arredondado. O objetivo é proteger o pé de traumas e evitar pontos de pressão.

    Sapatos ortopédicos sob medida, palmilhas anatômicas e meias de algodão sem costura também ajudam. Vale evitar o uso de saltos altos, sandálias abertas e chinelos, pois eles aumentam o risco de lesões.

    Quando é necessária a amputação no pé diabético?

    A amputação é indicada apenas em casos graves, quando há necrose extensa, infecção óssea irreversível (osteomielite) ou obstrução arterial severa sem possibilidade de revascularização, a fim de evitar que a infecção se espalhe para outras partes do corpo.

    Apesar de ser uma medida extrema, muitas amputações poderiam ser evitadas com diagnóstico precoce, tratamento adequado e controle do diabetes.

    Leia também: Sintomas silenciosos do diabetes: atenção aos sinais que podem passar despercebidos

  • Acordar com o coração acelerado é normal? Veja o que pode ser

    Acordar com o coração acelerado é normal? Veja o que pode ser

    Você já acordou repentinamente com a sensação de que o coração está batendo com força, como se tivesse acabado de correr? O fenômeno de coração acelerado é relativamente comum e, na maioria dos casos, é uma resposta fisiológica normal do organismo.

    Segundo a cardiologista Juliana Soares, a frequência cardíaca é naturalmente mais baixa durante o sono e, quando acordamos, o corpo passa da fase de repouso para um estado de alerta. Nesse processo, a frequência cardíaca aumenta como parte da ativação do sistema nervoso simpático — que prepara o organismo para as atividades do dia.

    Porém, quando a aceleração é muito intensa, ocorre com frequência ou vem acompanhada de sintomas como tontura, falta de ar ou dor no peito, pode ser um sinal de sobrecarga do sistema cardiovascular ou de influência de outros fatores, como os que explicamos a seguir. Confira!

    O que pode causar coração acelerado ao acordar?

    Ansiedade e estresse

    Segundo Juliana, o simples ato de acordar pode ser um gatilho para episódios de ansiedade matinal, levando à aceleração dos batimentos cardíacos. Além disso, o estresse estimula a liberação de hormônios como adrenalina e cortisol, que intensificam a atividade do sistema nervoso simpático e, como resultado, aumentam a frequência cardíaca.

    Uma pessoa ansiosa também pode acordar com outros sintomas, como suor nas mãos, respiração curta, preocupação constante, insônia, enjoo e sensação de aperto no peito. Na maioria dos casos, a taquicardia costuma se normalizar em poucos minutos, conforme o corpo recupera o equilíbrio.

    Consumo de álcool ou cafeína

    O café, o chá preto, o chá mate, os refrigerantes com cafeína e os energéticos são bebidas que contêm substâncias estimulantes capazes de aumentar os batimentos cardíacos.

    A cafeína atua bloqueando a ação da adenosina, um neurotransmissor que promove relaxamento, e estimula a liberação de adrenalina. Isso deixa o corpo em estado de alerta e pode provocar taquicardia, tremores e nervosismo, especialmente em pessoas sensíveis.

    Quando ingerida à noite, a cafeína pode dificultar o sono e, na manhã seguinte, o corpo ainda pode estar sob efeito do estímulo, resultando na aceleração dos batimentos ao acordar.

    Apneia do sono

    A apneia do sono é um distúrbio em que a respiração para e recomeça repetidamente durante o sono, impedindo o corpo de receber oxigênio suficiente. Como consequência, o coração precisa trabalhar mais para compensar — levando a pequenos despertares e aumento da frequência cardíaca, de acordo com Juliana.

    Além do coração acelerado, pessoas com apneia podem apresentar sensação de sufocamento, boca seca, ronco alto, sonolência diurna e dores de cabeça ao acordar. Quando não tratada, a condição pode elevar o risco de hipertensão arterial e arritmias.

    Desidratação

    Durante o sono, o corpo continua perdendo água pela respiração e pelo suor. Se ao longo do dia a pessoa não bebe líquido suficiente, a perda vai se acumulando, aumentando o grau de desidratação durante a noite.

    Com menos líquido circulando, o volume de sangue diminui e o coração precisa trabalhar com mais intensidade para manter o transporte de oxigênio e nutrientes, o que eleva a frequência cardíaca.

    Uso de remédios estimulantes

    Assim como a cafeína, outras substâncias estimulantes podem acelerar os batimentos cardíacos — e diversas estão presentes em medicamentos vendidos com ou sem prescrição, como:

    • Corticoides inalados;
    • Anfetaminas;
    • Remédios para tireoide (como levotiroxina);
    • Xaropes e antigripais com pseudoefedrina;
    • Medicações para TDAH.

    Quando combinados com café ou álcool, o efeito estimulante se intensifica. Se a palpitação começar após o início de um tratamento, é importante conversar com o médico.

    Anemia

    A anemia ocorre quando há diminuição dos glóbulos vermelhos ou da hemoglobina, reduzindo o transporte de oxigênio. Para compensar, o coração bate mais rápido, e isso é percebido com mais intensidade ao acordar.

    Os sintomas incluem fadiga, fraqueza, tontura, dor de cabeça e falta de ar. A causa mais comum é a deficiência de ferro, mas também pode ocorrer por perda sanguínea ou doenças crônicas.

    Pesadelos ou terror noturno

    Pesadelos ativam o sistema nervoso simpático, liberando adrenalina e acelerando o coração. Nos terrores noturnos — mais comuns em crianças, mas possíveis em adultos — a pessoa desperta assustada, com suor, respiração rápida e batimentos fortes.

    Problemas cardíacos

    Arritmias como fibrilação atrial e taquicardia supraventricular podem provocar taquicardia ao acordar. Doenças estruturais do coração também aumentam a chance de alterações no ritmo.

    Nesses casos, a palpitação pode vir acompanhada de falta de ar, dor no peito ou sensação de aperto. Assim, é importante buscar avaliação médica.

    Consumo excessivo de açúcar

    Ingerir açúcar em excesso à noite gera picos de glicose. Quando os níveis caem durante a madrugada, o corpo libera adrenalina, acelerando o coração. O excesso de açúcar também aumenta a inflamação e pode sobrecarregar o sistema cardiovascular ao longo do tempo.

    Como é feita a investigação do coração acelerado pela manhã??

    O diagnóstico do coração acelerado começa com uma consulta médica envolvendo histórico, hábitos, sintomas e uso de substâncias estimulantes. Juliana destaca alguns exames úteis:

    • Eletrocardiograma;
    • Holter de 24h;
    • Exames de sangue (anemia, tireoide);
    • Ecocardiograma;
    • Teste ergométrico.

    Para suspeita de apneia do sono, o médico pode solicitar polissonografia.

    Como evitar que o coração acelere ao acordar?

    Como grande parte das palpitações matinais tem relação com o estilo de vida e a saúde mental, algumas medidas ajudam a reduzir o sintoma:

    • Manter horários regulares de sono;
    • Evitar telas por pelo menos 1 hora antes de deitar;
    • Deixar o quarto escuro e confortável;
    • Evitar álcool, cafeína e nicotina à noite;
    • Beber água ao longo do dia;
    • Praticar atividade física regularmente.

    Quando procurar atendimento médico por conta do coração acelerado?

    Procure um médico quando:

    • Aceleração vier com dor no peito, desmaio, falta de ar ou tontura;
    • As palpitações forem frequentes;
    • Houver histórico familiar de doenças cardíacas;
    • Os sintomas aparecerem após uso de novo medicamento;
    • Surgirem perda de peso, suor excessivo ou tremores.

    Leia mais: Arritmia cardíaca: quando os batimentos fora de ritmo merecem atenção

    Perguntas frequentes sobre acordar com coração acelerado

    Como saber se a palpitação tem origem no coração ou na ansiedade?

    A palpitação por ansiedade surge em momentos de tensão e melhora com o relaxamento. A de origem cardíaca pode ocorrer a qualquer hora e vir com falta de ar ou tontura. Só a avaliação médica confirma.

    O álcool pode causar coração acelerado pela manhã?

    Sim. Ele desidrata, interfere no sistema nervoso e altera eletrólitos importantes para o ritmo cardíaco.

    O que fazer quando o coração acorda acelerado todos os dias?

    Observe hábitos de sono, consumo de cafeína e níveis de estresse. Se o sintoma for frequente, procure um clínico ou cardiologista para avaliação e exames.

    Como saber se tenho algum problema no coração?

    Somente exames como eletrocardiograma, ecocardiograma e teste ergométrico confirmam. Procure um médico se tiver palpitações constantes, falta de ar ou dor no peito.

    O que fazer durante uma crise de palpitação ao acordar?

    Sente-se, respire fundo, mantenha a calma e beba água. Evite movimentos bruscos. Se não melhorar ou houver dor no peito, busque ajuda.

    Quando a palpitação matinal pode ser perigosa?

    É perigosa quando vem com dor no peito, tontura, desmaio, falta de ar ou suor frio — sintomas que podem indicar arritmia ou outro problema cardíaco.

    Confira: Por que o café acelera o coração? Veja quantas xícaras você pode tomar

  • Síndrome dos Ovários Policísticos: o que é e sintomas que você não deve ignorar

    Síndrome dos Ovários Policísticos: o que é e sintomas que você não deve ignorar

    A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma das condições hormonais mais frequentes no consultório ginecológico e uma das principais causas de irregularidade menstrual e dificuldade para engravidar. Embora seja comum, ainda é cercada por dúvidas, afinal, muitas mulheres convivem com sintomas por anos até obter o diagnóstico correto.

    A Síndrome dos Ovários Policísticos envolve um desequilíbrio hormonal que altera o funcionamento dos ovários. Isso favorece a produção aumentada de hormônios masculinos (andrógenos), interferindo na ovulação. Por isso, pode afetar o ciclo menstrual, a pele, o peso e até a saúde metabólica da mulher.

    Principais causas e fatores de risco

    A Síndrome dos Ovários Policísticos é uma condição complexa e multifatorial. Não existe uma única causa, mas sim uma interação entre genética, hormônios e fatores ambientais.

    Herança genética

    É comum encontrar várias mulheres na mesma família com Síndrome dos Ovários Policísticos. A síndrome resulta da ação de múltiplos genes, que se expressam de maneiras diferentes em cada pessoa.

    Desequilíbrio hormonal

    Na Síndrome dos Ovários Policísticos, há aumento de LH e redução de FSH, alteração que estimula os ovários a produzirem mais andrógenos, como a testosterona. Isso explica sintomas como acne, aumento de pelos e dificuldade para ovular.

    Resistência à insulina

    Bastante frequente na SOP, a resistência à insulina faz o corpo produzir níveis maiores desse hormônio — que, por sua vez, também estimulam a produção de andrógenos.

    Fatores ambientais e estilo de vida

    Sedentarismo, obesidade e exposição a substâncias químicas podem aumentar o risco ou agravar os sintomas.

    Sintomas mais comuns

    A SOP pode se manifestar de formas bastante diferentes entre as mulheres. Entre os sintomas mais frequentes estão:

    • Irregularidade menstrual (ciclos longos ou ausência de menstruação);
    • Dificuldade para engravidar, devido à falta de ovulação regular;
    • Hirsutismo (pelos aumentados no rosto, seios e abdômen);
    • Acne persistente e pele oleosa;
    • Queda de cabelo e afinamento dos fios;
    • Ganho de peso, especialmente na região abdominal.

    Não é necessário ter todos os sintomas para ser diagnosticada, e muitas mulheres com peso normal também podem ter Síndrome dos Ovários Policísticos.

    Diagnóstico

    O diagnóstico é feito pelo ginecologista ou endocrinologista, combinando dados clínicos, exames laboratoriais e ultrassom.

    Segundo os critérios de Roterdã, o diagnóstico é confirmado quando a mulher apresenta dois dos três:

    • Irregularidade menstrual ou ausência de ovulação;
    • Excesso de andrógenos (clínico ou laboratorial);
    • Ovário com aspecto policístico no ultrassom.

    Antes disso, é essencial descartar outras doenças que podem causar sintomas parecidos, como:

    • Alterações da tireoide;
    • Hiperprolactinemia;
    • Hiperplasia adrenal congênita.

    Complicações e comorbidades associadas

    A Síndrome dos Ovários Policísticos vai muito além de alterações menstruais. É uma condição crônica e metabólica, associada a:

    • Síndrome metabólica;
    • Obesidade;
    • Diabetes tipo 2;
    • Resistência à insulina;
    • Alterações do colesterol;
    • Risco cardiovascular aumentado;
    • Ansiedade e depressão.

    Isso reforça a importância do acompanhamento regular.

    Tratamento e controle

    O tratamento é individualizado, levando em conta os sintomas e objetivos da paciente (regular ciclo, tratar acne, perder peso ou engravidar).

    Mudanças no estilo de vida

    São fundamentais. A perda de apenas 5% do peso corporal já melhora ciclos, ovulação e sintomas metabólicos.

    Tratamento medicamentoso (quando indicado)

    • Metformina: ajuda na resistência à insulina e pode auxiliar na ovulação;
    • Anticoncepcionais hormonais combinados: regulam o ciclo e reduzem o excesso de andrógenos;
    • Indutores de ovulação: indicados para quem deseja engravidar;
    • Tratamentos dermatológicos: para acne, hirsutismo e queda de cabelo.

    Abordagem multidisciplinar

    Pode incluir ginecologista, endocrinologista, nutricionista e dermatologista, dependendo dos sintomas.

    Importância do acompanhamento

    A Síndrome dos Ovários Policísticos não tem cura, mas tem controle. Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível recuperar a regularidade menstrual, melhorar a fertilidade e reduzir riscos metabólicos a longo prazo.

    O cuidado contínuo faz diferença significativa para a saúde e a qualidade de vida da mulher.

    Veja mais: Dor pélvica forte? Pode ser endometriose

    Perguntas frequentes sobre Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)

    1. É possível ter SOP mesmo com peso normal?

    Sim. O peso influencia, mas não determina o diagnóstico.

    2. A SOP causa infertilidade?

    Ela pode dificultar a ovulação, mas muitas mulheres conseguem engravidar com tratamento.

    3. Toda mulher com ovário policístico tem Síndrome dos Ovários Policísticos?

    Não. O aspecto policístico pode aparecer mesmo sem a síndrome.

    4. Síndrome dos Ovários Policísticos engorda?

    O ganho de peso é comum, especialmente na região abdominal, mas não ocorre em todas as mulheres.

    5. Quem tem SOP deve evitar anticoncepcionais?

    Pelo contrário: em muitos casos, eles fazem parte do tratamento.

    6. A SOP aumenta o risco de diabetes?

    Sim. A resistência à insulina é uma das características da síndrome.

    7. A Síndrome dos Ovários Policísticos tem cura?

    Não, mas pode ser controlada com acompanhamento e mudanças no estilo de vida.

    Leia mais: Insuficiência istmocervical: o que é e por que merece atenção na gravidez

  • Corrimento com cheiro forte? Pode ser vaginose bacteriana 

    Corrimento com cheiro forte? Pode ser vaginose bacteriana 

    O corrimento vaginal com odor forte é uma das queixas mais frequentes nos consultórios ginecológicos. Embora muitas mulheres associem imediatamente esse sintoma a infecção sexualmente transmissível, na maioria dos casos, trata-se de vaginose bacteriana, uma condição comum causada por um desequilíbrio da flora vaginal.

    Mesmo sendo um problema simples de tratar, a vaginose pode causar desconforto, afetar a vida sexual e, quando não tratada, trazer complicações importantes, especialmente durante a gravidez. Por isso, entender o que é, como surge e como se prevenir é essencial para manter a saúde íntima em dia.

    O que é a vaginose bacteriana?

    A vaginose bacteriana ocorre quando há um desequilíbrio na flora vaginal.

    Em condições normais, a vagina é protegida por Lactobacillus, bactérias que:

    • Mantêm o pH vaginal ácido;
    • Produzem substâncias que impedem o crescimento de micro-organismos nocivos.

    Quando esses lactobacilos diminuem, bactérias como Gardnerella vaginalis e outras anaeróbias passam a se multiplicar. O resultado é um corrimento alterado com odor característico.

    É importante dizer que a vaginose não é uma IST, embora a atividade sexual possa favorecer o desequilíbrio do pH vaginal.

    Causas e fatores de risco

    A vaginose acontece quando o pH vaginal aumenta e os lactobacilos diminuem.

    Os principais fatores de risco são:

    • Duchas vaginais;
    • Fumo;
    • Uso recente de antibióticos;
    • Uso de produtos de higiene íntima sem orientação;
    • Alterações hormonais;
    • Contato com sêmen (que aumenta o pH).

    Essas situações tornam a flora vaginal mais vulnerável ao crescimento das bactérias que causam a vaginose.

    Sintomas

    O sintoma mais característico é o corrimento com odor forte, descrito como “cheiro de peixe”.

    Outros sinais são:

    • Corrimento branco, acinzentado ou amarelado;
    • Odor mais intenso após a relação sexual;
    • Aumento da secreção vaginal.

    A vaginose não costuma causar coceira, ardor ou dor, o que ajuda a diferenciá-la de candidíase e tricomoníase.

    Cerca de 50% das mulheres são assintomáticas, o que reforça a importância da avaliação ginecológica.

    Como é feito o diagnóstico

    O diagnóstico é clínico, baseado nos critérios de Amsel, que são:

    • Corrimento branco-acinzentado e homogêneo;
    • pH vaginal > 4,5;
    • Odor de peixe ao misturar o corrimento com substâncias alcalinas (teste das aminas);
    • Presença de “células-guia” ao microscópio.

    Quando necessário, o ginecologista pode solicitar o teste de Nugent, exame laboratorial que analisa a flora vaginal pela coloração de Gram.

    Possíveis complicações

    Quando não tratada, a vaginose pode aumentar o risco de outras infecções, incluindo:

    • HIV e HPV;
    • Clamídia e gonorreia;
    • Doença inflamatória pélvica;
    • Infertilidade tubária.

    Complicações na gravidez

    Em gestantes, a vaginose pode estar associada a:

    • Parto prematuro;
    • Ruptura precoce da bolsa;
    • Infecção uterina após o parto;
    • Baixo peso ao nascer.

    Tratamento

    O objetivo é restaurar o equilíbrio da flora vaginal.

    Medicamentos

    Os antibióticos mais usados são:

    • Metronidazol (oral ou gel vaginal);
    • Clindamicina (oral ou creme vaginal).

    Durante o tratamento:

    • Evite álcool (especialmente com Metronidazol, pelo risco de reação adversa);
    • Evite relações sexuais desprotegidas;
    • Siga a orientação médica até o fim.

    Efeitos colaterais comuns

    • Náuseas;
    • Gosto metálico;
    • Dor de cabeça;
    • Tontura.

    O tratamento é seguro na gestação, desde que prescrito pelo ginecologista.

    E quando a vaginose volta?

    A recorrência é comum: até 80% das mulheres podem ter novos episódios em um ano.

    Nesses casos, pode ser necessário:

    • Tratamento prolongado com gel vaginal;
    • Restauração gradual da flora vaginal;
    • Acompanhamento mais regular com o ginecologista.

    Veja também: Candidíase vaginal: o que é, causas, sintomas e como tratar

    Como prevenir a vaginose bacteriana

    Alguns hábitos reduzem o risco de novos episódios:

    • Evite duchas vaginais;
    • Não use produtos íntimos perfumados;
    • Use camisinha;
    • Evite fumar;
    • Prefira roupas íntimas de algodão;
    • Faça higiene íntima suave, sem exageros;
    • Visite o ginecologista regularmente.

    Perguntas frequentes sobre vaginose bacteriana

    1. Vaginose é a mesma coisa que candidíase?

    Não. A vaginose tem odor forte e pH elevado; a candidíase causa coceira, vermelhidão e corrimento esbranquiçado.

    2. Vaginose pega do parceiro?

    Não é considerada uma IST, mas a atividade sexual pode modificar o pH vaginal.

    3. Homens precisam tratar?

    Não. O parceiro não precisa de tratamento, pois não há transmissão direta.

    4. Posso ter vaginose mesmo sem ter vida sexual ativa?

    Sim. Duchas vaginais, antibióticos e alterações hormonais também podem causar desequilíbrio.

    5. Probióticos ajudam?

    Podem ser úteis em alguns casos, mas devem ser usados sob orientação do ginecologista.

    6. A vaginose interfere na fertilidade?

    Pode interferir, pois aumenta o risco de doença inflamatória pélvica.

    7. Posso prevenir apenas com higiene?

    Higiene excessiva pode piorar. O ideal é limpar sem agredir a flora natural.

    Veja mais: Odor vaginal: quando é normal, sinais de alerta e cuidados

  • Síndrome metabólica: o que é, sintomas e como controlar 

    Síndrome metabólica: o que é, sintomas e como controlar 

    A síndrome metabólica é cada vez mais comum e silenciosa. Muitas pessoas só descobrem a condição após anos convivendo com pressão alta, açúcar elevado no sangue ou aumento da circunferência abdominal. O problema é que, quando esses fatores se somam, o impacto sobre o coração, vasos sanguíneos e metabolismo é muito maior do que cada um isoladamente.

    Hoje sabe-se que o estilo de vida é determinante para o surgimento e a evolução da síndrome metabólica, mas, mesmo sendo uma condição séria, ela é totalmente controlável e, em alguns casos, reversível, desde que feito um acompanhamento adequado.

    O que é a síndrome metabólica?

    A síndrome metabólica é a combinação de pelo menos três dos seguintes fatores:

    • Aumento da circunferência abdominal;
    • Pressão arterial elevada;
    • Glicose alta no sangue;
    • HDL baixo (colesterol “bom”);
    • Triglicerídeos elevados.

    Esses sinais mostram que o corpo está com dificuldade de controlar açúcar, gorduras e pressão arterial, e isso aumenta de forma significativa o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.

    Por que ela é perigosa?

    A síndrome metabólica atua de forma silenciosa. Na maior parte do tempo, a pessoa não sente nada, mas o corpo já está sofrendo:

    • Excesso de açúcar circulando;
    • Inflamação crônica;
    • Sobrecarga dos vasos sanguíneos;
    • Aumento do estresse oxidativo.

    Com o tempo, essas alterações podem levar a:

    • Doenças cardíacas;
    • AVC;
    • Doença renal;
    • Esteatose hepática;
    • Diabetes tipo 2.

    O que causa a síndrome metabólica?

    O principal fator é o estilo de vida, mas a genética também tem peso.

    Entre as causas mais comuns estão:

    • Alimentação rica em gorduras ruins, açúcar e ultraprocessados;
    • Sedentarismo;
    • Sobrepeso e obesidade (especialmente gordura abdominal);
    • Histórico familiar;
    • Idade avançada.

    Como é feito o diagnóstico

    Avaliação clínica

    • História detalhada;
    • Exame físico;
    • Medida da pressão arterial;
    • Circunferência abdominal (alerta acima de 88 cm em mulheres e 102 cm em homens).

    Exames laboratoriais

    • Glicemia;
    • Colesterol;
    • Triglicerídeos.

    O médico reúne os resultados e confirma o diagnóstico quando há três ou mais fatores alterados.

    Tem cura? Como é o tratamento

    Sim, a síndrome metabólica pode ser revertida com mudanças consistentes no estilo de vida.

    As principais medidas incluem:

    • Alimentação equilibrada, rica em fibras e pobre em ultraprocessados;
    • Prática regular de exercícios físicos;
    • Perda de peso saudável;
    • Redução do consumo de álcool;
    • Abandono do tabagismo;
    • Acompanhamento médico periódico.

    Em alguns casos, o médico pode prescrever medicamentos para controlar:

    • Pressão arterial;
    • Colesterol;
    • Triglicerídeos;
    • Glicemia.

    Manifestações associadas

    Por estar relacionada à resistência à insulina e à hiperinsulinemia, outras condições podem aparecer junto com a síndrome metabólica:

    Acantose nigricans

    Manchas escurecidas, aveludadas e endurecidas, especialmente em axilas, virilhas e pescoço.

    Esteatose hepática

    Acúmulo de gordura nas células do fígado, que pode evoluir para inflamação e fibrose hepática.

    Hiperandrogenismo

    Em algumas pessoas, especialmente mulheres, pode causar hirsutismo (excesso de pelos), acne e irregularidade menstrual.

    Veja mais: 12×8 já não é normal: nova diretriz muda o que entendemos por pressão alta

    Perguntas frequentes sobre síndrome metabólica

    1. A síndrome metabólica é o mesmo que diabetes?

    Não. Mas ela aumenta muito o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

    2. É possível reverter totalmente a síndrome metabólica?

    Sim, especialmente quando o diagnóstico é precoce e o estilo de vida é corrigido.

    3. Só pessoas acima do peso têm síndrome metabólica?

    Não. Pessoas magras com acúmulo de gordura abdominal também podem desenvolver.

    4. Quais exercícios ajudam mais?

    O ideal é combinar aeróbico (como caminhada) com musculação para aumentar a sensibilidade à insulina.

    5. Preciso tomar remédios?

    Nem sempre. Mas quando os valores estão muito altos, o uso de medicamentos pode ser necessário.

    6. A circunferência abdominal é mesmo tão importante?

    Sim. A gordura abdominal é metabolicamente ativa e libera substâncias inflamatórias.

    7. A síndrome metabólica dá sintomas?

    Quase nunca no início, por isso é tão perigosa.

    Veja também: Sintomas silenciosos do diabetes: atenção aos sinais que podem passar despercebidos

  • Produtos hipoalergênicos: o que significam e como funcionam

    Produtos hipoalergênicos: o que significam e como funcionam

    A variedade de itens de autocuidado disponíveis nos supermercados é enorme — mas você sabe como escolher? Para quem tem pele sensível, histórico de dermatite ou tendência a alergias de contato, os produtos hipoalergênicos se popularizaram pelas formulações suaves e com menor risco de irritação.

    Para entender como eles funcionam e como são regulamentados, conversamos com a alergologista Brianna Nicoletti e esclarecemos tudo em detalhes, a seguir!

    Na prática, o que significa ser hipoalergênico?

    Na prática, um produto hipoalergênico é formulado para reduzir o risco de causar alergias ou irritações na pele. Isso significa que ele contém ingredientes com menor potencial alergênico, como fragrâncias, corantes e certos conservantes, e passa por testes dermatológicos específicos para avaliar sua tolerância em peles sensíveis.

    No entanto, vale apontar que hipoalergênico não quer dizer que o produto seja totalmente livre de risco. Cada organismo reage de forma diferente, e mesmo substâncias seguras para a maioria das pessoas podem causar desconforto em algumas. O termo indica apenas que a probabilidade de reação é menor em comparação a produtos comuns.

    “Nenhum cosmético é universalmente seguro. A resposta da pele depende de múltiplos fatores: genética, estado da barreira cutânea, uso prévio de produtos e presença de doenças como dermatite atópica ou rosácea. Mesmo ingredientes considerados neutros podem provocar reações em pessoas predispostas”, complementa Brianna.

    A especialista lembra ainda que, no Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) exige que as empresas realizem testes dermatológicos para validar o rótulo, avaliando a tolerância cutânea em voluntários sob supervisão médica.

    Como é feita a avaliação para que um cosmético seja hipoalergênico?

    A avaliação para que um cosmético seja considerado hipoalergênico envolve uma série de testes científicos e clínicos conduzidos sob supervisão dermatológica. O objetivo é verificar se o produto tem baixo potencial de causar reações alérgicas ou irritações cutâneas, especialmente em pessoas com pele sensível.

    De acordo com Brianna, a avaliação é feita especialmente por meio de testes de sensibilidade rigorosos — como o teste de contato (ou patch test), realizado em laboratórios especializados com um grupo de voluntários, incluindo, muitas vezes, pessoas com histórico de peles sensíveis ou alergias conhecidas.

    “Esses testes envolvem aplicação do produto em uma pequena área da pele de voluntários com histórico de sensibilidade, observando a presença de irritação, coceira, vermelhidão ou outras reações. Caso a taxa de resposta alérgica seja mínima, o produto é classificado como hipoalergênico”, esclarece a alergologista.

    No entanto, os critérios podem variar entre países e não existe uma padronização global. Isso torna fundamental considerar a credibilidade do fabricante e a supervisão científica do teste, segundo Brianna.

    Quando os produtos hipoalergênicos são indicados?

    Os produtos hipoalergênicos são indicados principalmente para pessoas com pele sensível, dermatite atópica, rosácea, alergias de contato ou histórico de irritações cutâneas. Eles ajudam a reduzir o risco de reações adversas causadas por fragrâncias, corantes, conservantes e outras substâncias irritantes comuns em cosméticos tradicionais.

    Também são recomendados para bebês, crianças e idosos, já que a pele desses grupos costuma ser mais fina e delicada, com a barreira cutânea menos resistente. Em situações de pós-procedimentos dermatológicos, como peelings, depilação a laser ou cirurgias estéticas, os hipoalergênicos também podem ser indicados por oferecerem fórmulas mais suaves e seguras.

    Ainda assim, Brianna aponta que é importante observar a composição e preferir produtos de marcas que realizam testes clínicos sob supervisão de dermatologistas e alergistas.

    Qual a diferença entre hipoalergênico e antialérgico?

    A principal diferença está no propósito e na forma de ação de cada um.

    • Produtos hipoalergênicos: formulados para reduzir o risco de causar reações em pessoas sensíveis. Contêm menos substâncias irritantes e passam por testes dermatológicos.
    • Produtos antialérgicos: são medicamentos usados para tratar uma reação alérgica já existente, contendo anti-histamínicos ou corticosteroides.

    Vale apontar que eles não são intercambiáveis, então um cosmético hipoalergênico não substitui um medicamento antialérgico, e vice-versa. A escolha depende do objetivo: prevenir reações ou tratar uma alergia instalada.

    Em casos de irritações recorrentes ou sintomas intensos, o ideal é procurar um dermatologista, que poderá identificar a causa exata da alergia e indicar o tratamento mais adequado — além de orientar sobre os produtos seguros para uso contínuo.

    E os produtos “sem fragrância” e “dermatologicamente testados”?

    De acordo com Brianna, os conceitos são diferentes, mas complementares:

    • Sem fragrância: não possui perfume adicionado, mas pode apresentar o odor natural dos ingredientes.
    • Dermatologicamente testado: significa que o produto foi avaliado sob supervisão médica, mas isso não garante ausência de reações.

    Cuidados ao usar um produto novo na pele

    Antes de usar um produto novo na pele, é importante adotar alguns cuidados para evitar reações adversas, alergias ou irritações, como:

    • Aplique uma pequena quantidade na parte interna do antebraço ou atrás da orelha e aguarde 24 a 48 horas. Se houver coceira, ardência ou vermelhidão, não utilize.
    • Leia o rótulo com atenção, evitando ingredientes aos quais você já teve sensibilidade.
    • Introduza o produto aos poucos, aplicando em dias alternados.
    • Evite testar vários cosméticos novos ao mesmo tempo.

    Nos primeiros dias, observe sinais como ardência, vermelhidão ou aumento de sensibilidade. Caso ocorram, suspenda o uso e consulte um dermatologista.

    Veja também: Alergia a níquel de bijuterias: por que acontece, como tratar e se tem cura

    Perguntas frequentes

    1. Como identificar se tenho pele sensível ou reativa?

    A pele sensível reage facilmente a cosméticos, poluição e variações de temperatura. Já a pele reativa apresenta respostas mais intensas, com descamação ou inflamação. Um dermatologista pode ajudar a identificar gatilhos e ajustar a rotina ideal.

    2. Quais ingredientes devem ser evitados por quem tem alergia cutânea?

    Alguns ingredientes têm maior potencial alergênico, como parabenos, fragrâncias sintéticas, corantes artificiais, lanolina e certos conservantes. Ácidos e extratos concentrados também podem irritar peles sensíveis.

    3. Existe diferença entre alergia e sensibilidade na pele?

    Sim! A alergia envolve resposta imunológica, enquanto a sensibilidade é uma irritação mais leve, sem envolvimento do sistema imunológico.

    4. Como fazer um teste de toque?

    Aplique o produto no antebraço ou atrás da orelha e aguarde 24 a 48 horas. Se não houver reação, o uso tende a ser seguro.

    5. Produtos naturais ou veganos são mais seguros?

    Não necessariamente. Alguns extratos vegetais e óleos essenciais podem irritar a pele. O importante é avaliar a composição e priorizar produtos com testes clínicos.

    6. É seguro usar produtos hipoalergênicos em bebês?

    Sim, desde que formulados para o público infantil. Mesmo assim, recomenda-se teste de toque antes do uso regular.

    Veja mais: Alergia à tatuagem existe? Saiba mais sobre sintomas e tratamentos

  • IST ou infecção urinária? Saiba como diferenciar os sintomas

    IST ou infecção urinária? Saiba como diferenciar os sintomas

    As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são condições causadas por vírus, bactérias ou parasitas transmitidos principalmente pelo contato sexual sem proteção, seja vaginal, anal ou oral. Elas podem atingir diferentes partes do corpo, inclusive o sistema urinário – com sintomas que muitas vezes se confundem com infecções comuns das vias urinárias.

    Nesses casos, o paciente pode acreditar estar apenas com uma cistite simples, mas, na verdade, pode ter adquirido uma IST, que também compromete uretra, bexiga ou próstata. Ardor ao urinar, desconforto pélvico, corrimento e vontade frequente de urinar são sinais que podem surgir tanto em uma infecção urinária quanto em uma IST, o que torna fundamental um diagnóstico preciso.

    Para esclarecer de que maneira as infecções podem afetar o sistema urinário e como diferenciá-las das infecções urinárias comuns, conversamos com o urologista Luciano Teixeira. Confira!

    Quais ISTs podem afetar o trato urinário (e como isso acontece)?

    Diversas infecções sexualmente transmissíveis podem atingir o trato urinário, especialmente a uretra. Entre as mais frequentes que provocam sintomas urinários, é possível destacar:

    • Clamídia;
    • Gonorreia;
    • Papilomavírus humano (HPV);
    • Herpes genital.

    “As infecções são causadas por bactérias ou vírus transmitidos principalmente pelo contato sexual desprotegido. Uma vez no organismo, elas se instalam na uretra — o canal por onde sai a urina — e podem provocar inflamação local, conhecida como uretrite”, explica.

    Em homens, a infecção pode avançar para a próstata e o epidídimo, causando dor testicular, desconforto pélvico e risco de complicações mais profundas. Já em mulheres, pode alcançar o colo do útero e as trompas, aumentando o risco de doença inflamatória pélvica e infertilidade futura se não houver diagnóstico e tratamento adequado.

    “Por isso, toda queixa de ardência ao urinar ou secreção genital deve ser avaliada por um médico. Nem sempre é uma infecção urinária simples — muitas vezes, é uma IST”, complementa Luciano.

    Quais os sintomas de IST?

    Os sintomas mais típicos das ISTs que acometem o trato urinário podem variar entre homens e mulheres, mesmo que eles sejam infectados pelos mesmos agentes. Em homens, os sinais costumam ser mais evidentes e incluem:

    • Ardência ao urinar;
    • Secreção uretral com coloração amarelada ou esbranquiçada;
    • Coceira e vermelhidão na glande;
    • Dor testicular ou no baixo ventre em quadros mais avançados.

    Nas mulheres, o quadro pode ser mais sutil e até silencioso nas primeiras semanas, o que facilita o atraso no diagnóstico. Os sintomas mais comuns são:

    • Corrimento vaginal fora do padrão habitual;
    • Ardência ao urinar;
    • Dor pélvica ou dor durante o sexo;
    • Possibilidade de ausência de sintomas nas fases iniciais.

    “Por isso, é essencial que ambos os parceiros sejam avaliados e tratados quando há suspeita de IST. O tratamento de apenas um dos dois costuma levar à reinfecção”, aponta o urologista.

    Como diferenciar os sintomas de IST de infecções do trato urinário?

    Tanto as infecções sexualmente transmissíveis quanto infecções urinárias podem causar sintomas como ardência ao urinar, desconforto na região íntima e urgência miccional — o que acaba confundindo muitos pacientes. No entanto, existem sinais que ajudam a separar os dois quadros.

    “A principal diferença em relação à infecção urinária comum está justamente no corrimento uretral, que é raro nas infecções simples da bexiga. Além disso, nas ISTs, a dor ao urinar aparece mesmo com pouca urina na bexiga — já nas infecções urinárias clássicas, o desconforto surge mais ao final da micção e vem acompanhado de vontade frequente de urinar pequenas quantidades”, explica Luciano.

    O urologista alerta que ISTs costumam surgir após sexo sem preservativo, e o parceiro pode ter sintomas parecidos. Na dúvida, o recomendado é procurar um especialista e não se automedicar. O médico pode solicitar exames que identificam o agente causador para confirmar se o quadro é uma infecção urinária simples ou uma IST.

    Diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis (IST)

    O diagnóstico das ISTs é feito por meio de avaliação clínica e exames laboratoriais específicos. O médico investiga sintomas como corrimento, feridas, coceira, dor ao urinar ou verrugas genitais e solicita exames conforme a suspeita, como:

    • Exame de urina tipo I e urocultura, para diferenciar infecções urinárias simples de ISTs;
    • Exames de sangue, para rastrear sífilis, HIV e hepatites;
    • Peniscopia, biópsia e captura híbrida, que auxiliam no diagnóstico do HPV;
    • Análise de secreção uretral ou vaginal, observada ao microscópio ou por técnicas moleculares, como PCR, que identifica agentes como gonorreia e clamídia com alta precisão;
    • Exames ginecológicos específicos, como o Papanicolau, são fundamentais para detectar lesões precoces causadas pelo HPV e prevenir o câncer de colo do útero.

    Os testes são simples e úteis para identificar cada agente e evitar tratamentos errados. O ideal é que sejam sempre solicitados e interpretados por um médico, que avaliará os resultados dentro do contexto clínico de cada paciente.

    Quais as complicações das ISTs?

    Quando as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) não são diagnosticadas e tratadas de forma adequada, podem causar complicações graves e, em muitos casos, permanentes à saúde, de acordo com Luciano.

    Em homens, as complicações incluem:

    • Disseminação da infecção para a próstata, epidídimo e testículos, causando inflamação, dor e febre;
    • Infertilidade, devido à obstrução dos canais que transportam os espermatozoides após infecções repetidas;
    • Estenose uretral, estreitamento da uretra que provoca dificuldade para urinar e, em alguns casos, exige cirurgia.

    Já em mulheres, a falta de tratamento adequado pode causar:

    • Progressão da infecção para o útero e trompas, resultando em doença inflamatória pélvica (DIP), condição dolorosa que pode levar à infertilidade;
    • Infecções por HPV, que em algumas cepas têm potencial oncogênico e estão diretamente associadas ao câncer de colo do útero.

    “Em ambos os sexos, infecções não tratadas também aumentam o risco de transmissão de outras ISTs, incluindo o HIV. Por isso, a abordagem deve ser sempre completa: diagnóstico precoce, tratamento adequado e acompanhamento médico regular. A prevenção e a responsabilidade sexual continuam sendo os pilares para evitar complicações graves”, complementa Luciano.

    Como prevenir as infecções sexualmente transmissíveis (IST)?

    O preservativo é a principal forma de prevenção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e deve ser utilizado em todas as relações sexuais, inclusive no sexo oral e anal. Ele reduz de forma significativa o risco de transmissão de vírus e bactérias como HIV, gonorreia, clamídia, sífilis e tricomoníase.

    Contudo, vale apontar que nenhum método oferece proteção total. No caso do HPV e do herpes genital, por exemplo, Luciano explica que o vírus pode estar presente em áreas da pele não cobertas pelo preservativo, permitindo a transmissão mesmo com o uso correto.

    Ainda assim, o preservativo continua sendo a medida mais eficaz para reduzir a disseminação das ISTs, associado a medidas como:

    • Vacinação contra HPV e hepatite B, indicada para homens e mulheres, preferencialmente antes do início da vida sexual, mas também benéfica em adultos;
    • Evitar múltiplos parceiros e relações desprotegidas, já que o risco aumenta com a exposição;
    • Realizar exames periódicos, mesmo sem sintomas, pois muitas ISTs são silenciosas;
    • Procurar atendimento médico ao primeiro sinal de ardência, corrimento, dor ou lesões genitais, evitando a automedicação.

    “O urologista deve sempre reforçar [para o paciente] que cuidar da saúde sexual não é apenas prevenir doenças, mas também preservar fertilidade, qualidade de vida e relações saudáveis baseadas em responsabilidade e confiança”, finaliza Luciano.

    Veja mais: Próstata aumentada: o que você precisa saber

    Perguntas frequentes

    H3 – 1. Quais são os sintomas mais comuns quando uma IST atinge o trato urinário?

    Os sintomas variam de acordo com o tipo de infecção, mas os sinais clássicos incluem ardência ao urinar, dor pélvica, corrimento anormal, vontade frequente de urinar, odor forte e urina turva.

    Em homens, pode haver dor nos testículos e saída de secreção pela uretra. Em mulheres, o corrimento pode vir acompanhado de coceira e sangramento leve fora do período menstrual. Nos casos de herpes, há ainda pequenas bolhas e feridas doloridas na região genital.

    É importante ressaltar que muitas ISTs podem ser assintomáticas, especialmente a clamídia e a gonorreia, o que aumenta o risco de complicações.

    H3 – 2. Como as ISTs chegam ao trato urinário?

    O ponto de entrada é normalmente a uretra, o canal por onde a urina sai do corpo. Durante o contato sexual sem proteção, vírus e bactérias presentes nas secreções podem entrar nesse canal e causar inflamação. Se não forem tratadas, essas infecções podem subir e atingir a bexiga, os ureteres e até os rins, tornando o quadro mais grave.

    Nas mulheres, a proximidade entre uretra e vagina facilita a infecção. Nos homens, o avanço da bactéria pode levar à prostatite ou epididimite, atingindo a próstata e o epidídimo.

    H3 – 3. Herpes genital pode causar dor ao urinar?

    Sim! O herpes genital, causado pelo vírus Herpes simplex tipo 1 ou 2, forma pequenas bolhas e feridas doloridas na região genital. Quando as lesões estão próximas à saída da uretra, urinar pode causar dor intensa e ardência. Além disso, o vírus pode inflamar a uretra mesmo sem feridas aparentes, resultando em uretrite herpética.

    O herpes não tem cura, mas o tratamento com antivirais controla a infecção, diminui a frequência e a gravidade dos surtos, e alivia os sintomas.

    H3 – 4. Como ocorre a transmissão de IST?

    A transmissão das ISTs acontece pelo contato direto com secreções ou mucosas infectadas durante o ato sexual. Também pode ocorrer por compartilhamento de seringas, transfusão de sangue contaminado (hoje rara) e de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação.

    H3 – 5. O que é PEP e PrEP?

    A PEP (profilaxia pós-exposição) é um tratamento de emergência que deve ser iniciado até 72 horas após uma exposição de risco ao HIV. Já a PrEP (profilaxia pré-exposição) é o uso contínuo de medicamentos que previnem a infecção antes do contato com o vírus. Ambos estão disponíveis no SUS.

    H3 – 6. O uso de anticoncepcional dispensa o uso de camisinha?

    O uso de anticoncepcionais não dispensa o uso da camisinha! Pílulas, injeções, implantes, DIU e outros métodos hormonais previnem apenas a gravidez, mas não oferecem proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

    A camisinha é o único método que impede o contato direto com secreções e mucosas, reduzindo de forma significativa o risco de transmissão de vírus e bactérias, como HIV, sífilis, gonorreia e clamídia.

    Por isso, mesmo que o casal utilize outro método contraceptivo, o preservativo deve continuar sendo usado em todas as relações, inclusive no sexo oral e anal.

    Leia mais: Infecção urinária: sintomas, causas e tratamento

  • Pressão alta: quando ir ao pronto-socorro?

    Pressão alta: quando ir ao pronto-socorro?

    No Brasil, a estimativa é que 388 pessoas morrem diariamente por problemas decorrentes da hipertensão, uma condição crônica em que a força do sangue contra as paredes das artérias fica constantemente acima do nível considerado normal.

    Ela faz com que o coração tenha que trabalhar mais para empurrar o sangue pelo corpo — aumentando o risco de doenças graves, como AVC, infarto e aneurisma. Por isso, é ainda mais importante manter o acompanhamento médico regular para controlar a pressão e cuidar da saúde do coração.

    Mas você sabe quando é hora de ir ao pronto-socorro? A pressão alta costuma ser silenciosa, mas, quando os níveis sobem demais, o corpo geralmente emite sinais de alerta que podem indicar uma crise hipertensiva. Entenda melhor a seguir.

    A partir de qual valor a pressão é considerada perigosa?

    A pressão arterial é considerada alta quando está igual ou acima de 140/90 mmHg (14 por 9), e normalmente não manifesta sintomas importantes, o que faz com que muitas pessoas convivam com a condição sem perceber.

    Contudo, ela se torna perigosa quando ultrapassa 180/120 mmHg (18 por 12), especialmente se acompanhada de sintomas, conforme explica o cardiologista e cardio-oncologista Giovanni Henrique Pinto.

    Os níveis elevados podem indicar uma crise hipertensiva, situação em que a pressão sobe a ponto de ameaçar a integridade de órgãos vitais, como o cérebro, o coração e os rins. O quadro exige atenção médica imediata, sendo recomendado procurar o pronto-socorro para avaliação e tratamento rápido — o que pode reduzir o risco de complicações graves.

    A pressão está alta, o que fazer antes de ir ao hospital?

    Quando a pressão arterial fica muito alta, antes de ir ao hospital, existem alguns passos simples que podem ajudar a conferir se o valor está realmente elevado e se existe risco imediato, sendo eles:

    • Refaça a medida após 5 a 10 minutos de repouso, sentado, em um ambiente calmo e sem falar durante a aferição;
    • Evite entrar em pânico, pois o nervosismo pode, por si só, elevar ainda mais a pressão, piorando a situação. Respire fundo e tente manter a calma;
    • Não repita a medição várias vezes seguidas. Medir a pressão repetidamente em poucos minutos aumenta a ansiedade, pode gerar leituras erradas e não ajuda a controlar o quadro;
    • Se, mesmo após o repouso, os valores continuarem acima de 180/120 mmHg (18 por 12) ou se surgirem sintomas de alerta, procure imediatamente um pronto-socorro.

    Importante: se você já usa remédios para o controle da pressão arterial, não aumente a dosagem sem orientação médica. “Alguns medicamentos (como captopril, losartana ou clonidina) até podem reduzir a pressão rapidamente, mas o uso inadequado pode causar queda brusca da pressão, tontura, desmaio ou até redução da perfusão cerebral e renal”, explica Giovanni.

    O cardiologista esclarece que o ideal é seguir o plano indicado pelo médico para situações de elevação da pressão, pois muitos pacientes recebem um “plano de ação” personalizado, que orienta quando e como usar um medicamento de resgate.

    Leia também: Pressão alta e rins: como proteger a saúde renal

    Quando ir ao pronto-socorro por conta de pressão alta?

    É importante procurar atendimento médico quando a pressão continuar acima de 180/120 mmHg (18 por 12) e se vier acompanhada de sinais de alerta, como:

    • Dor no peito ou sensação de aperto;
    • Falta de ar;
    • Dor de cabeça intensa e súbita;
    • Visão borrada, turvação visual ou perda de visão;
    • Tontura, confusão mental, desmaio ou fala arrastada;
    • Fraqueza ou dormência em um lado do corpo;
    • Náuseas e vômitos intensos.

    “Mesmo sem sintomas, uma pressão acima de 180/120 mmHg deve ser reavaliada rapidamente — se não baixar após alguns minutos de repouso, é motivo para procurar o pronto-socorro”, explica Giovanni.

    Como é feito o atendimento de pressão alta?

    No pronto-socorro, o atendimento em casos de crise hipertensiva é focado em identificar rapidamente se a pressão elevada já causou danos em órgãos importantes.

    Primeiro, o médico irá aferir a pressão diversas vezes e avaliar a presença de sintomas, como dor no peito e falta de ar. Depois, podem ser solicitados exames para entender se existe comprometimento de órgãos como cérebro, coração ou rins, como:

    • Eletrocardiograma;
    • Dosagem de creatinina;
    • Eletrólitos;
    • Exame de urina;
    • Raio-X do tórax;
    • Se necessário, tomografia.

    O tratamento costuma começar com medicamentos via oral ou intravenosa, de forma gradual. “A meta é reduzir a pressão sem quedas abruptas, que poderiam agravar o quadro”, complementa Giovanni.

    Como evitar uma crise de pressão alta?

    Para evitar uma crise hipertensiva, é importante controlar a pressão no dia a dia e reduzir os fatores que fazem esses números subirem. Algumas medidas simples ajudam muito, como:

    • Tomar os remédios exatamente como o médico orientou, sem pular doses;
    • Reduzir o consumo de sal na alimentação;
    • Evitar excesso de álcool e de alimentos ultraprocessados;
    • Manter o peso adequado e praticar atividade física regular;
    • Dormir bem e tentar reduzir o estresse diário;
    • Evitar uso de anti-inflamatórios e descongestionantes nasais sem orientação médica;
    • Medir a pressão com certa frequência e acompanhar os valores.

    “Com tratamento contínuo e hábitos saudáveis, é possível manter a pressão sob controle e evitar novas emergências”, finaliza o cardiologista.

    Confira: 12×8 já não é normal: nova diretriz muda o que entendemos por pressão alta

    Perguntas frequentes sobre pressão alta

    Pressão alta tem cura?

    A hipertensão é uma doença crônica, o que significa que ela não tem cura. Contudo, é totalmente possível controlar os números com acompanhamento médico regular e hábitos saudáveis.

    Quando a pessoa segue o tratamento, faz consultas de rotina, tem uma alimentação equilibrada, reduz o consumo de sal e pratica atividade física, a pressão pode ficar estável por longos períodos. Com o tempo, isso evita complicações graves e melhora a qualidade de vida.

    É verdade que o sal aumenta a pressão?

    O excesso de sal está diretamente ligado ao aumento da pressão arterial porque interfere na retenção de líquidos e no equilíbrio do organismo. Nesse sentido, reduzir o sal é uma das estratégias mais importantes para controlar a hipertensão, especialmente em quem já tem tendência ou histórico familiar.

    Quem tem pressão alta precisa medir a pressão em casa?

    Sim! Medir a pressão em casa faz parte do tratamento e ajuda a acompanhar se o remédio está funcionando e se as mudanças na rotina estão dando resultado. Além disso, a monitorização caseira ajuda a identificar oscilações e perceber quando algo não vai bem, antes de surgir uma emergência.

    O ideal é medir a pressão com aparelhos digitais validados e, de preferência, de braço, pois são mais confiáveis do que os de pulso.

    É normal a pressão subir quando estou nervoso ou ansioso?

    Sim! Em momentos de estresse emocional, o corpo libera substâncias que aumentam os batimentos cardíacos e elevam a pressão temporariamente — o que pode acontecer em qualquer pessoa. Porém, valores muito altos não devem ser ignorados, mesmo se o motivo for ansiedade.

    Se a pressão sobe com frequência em momentos de estresse, isso deve ser avaliado com o médico para ajustar o tratamento e evitar crises.

    Posso parar o remédio se a pressão estiver controlada?

    Não, pois a pressão controlada significa que o tratamento está funcionando. Parar o remédio por conta própria pode fazer a pressão subir novamente e colocar a saúde em risco, aumentando chances de AVC e infarto. Qualquer ajuste de dose, troca de medicação ou suspensão precisa ser orientado pelo médico.

    É possível controlar a pressão apenas com alimentação e exercícios?

    Em alguns casos mais leves, principalmente quando o diagnóstico é recente e não há outras doenças associadas (como diabetes), as mudanças de hábitos podem ajudar muito e até permitir controle sem remédios — mas isso não se aplica a todo mundo.

    Em muitas pessoas, mesmo com alimentação adequada e atividade física regular, o uso de medicamentos continua sendo necessário. A melhor forma de saber é com acompanhamento médico, análises periódicas e monitorização da pressão ao longo do tempo.

    Leia mais: Potássio ajuda a reduzir a pressão alta? Cardiologista explica

  • Canetas emagrecedoras: como evitar deficiências nutricionais?

    Canetas emagrecedoras: como evitar deficiências nutricionais?

    Em qualquer tratamento que envolva a perda de peso, o acompanhamento médico e nutricional deve acontecer de forma constante — e não seria diferente com o uso de agonistas de GLP-1, conhecidos como canetas emagrecedoras.

    Eles atuam controlando a fome e retardando o esvaziamento do estômago, o que prolonga a saciedade e, consequentemente, reduz o consumo de alimentos. Se não houver um plano alimentar individualizado, isso pode resultar em deficiências nutricionais, que comprometem o bem-estar e a saúde ao longo do tratamento, inclusive tornando o processo de emagrecimento mais desgastante.

    Como as canetas emagrecedoras atuam no emagrecimento?

    As canetas emagrecedoras, como semaglutida (Ozempic, Wegovy) e tirzepatida (Mounjaro), atuam principalmente por meio da regulação do apetite e do metabolismo, interferindo em áreas específicas do cérebro responsáveis pela fome e saciedade.

    Elas imitam a ação de um hormônio natural do corpo, o GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1), que é liberado pelo intestino após as refeições. Ele envia sinais ao cérebro informando que o organismo está satisfeito, o que diminui o consumo de alimentos.

    Somado a isso, as canetas também retardam o esvaziamento do estômago, fazendo com que a sensação de saciedade dure por mais tempo. Com isso, a pessoa tende a comer menos e de forma mais controlada ao longo do dia — o que cria um ambiente metabólico favorável ao emagrecimento.

    Por que o uso pode causar deficiências nutricionais?

    As deficiências nutricionais podem acontecer porque os agonistas GLP-1 reduzem de forma significativa o apetite e, como resultado, a ingestão de alimentos. Quando a pessoa passa a comer menos, o corpo pode deixar de receber quantidades adequadas de vitaminas, minerais e outros nutrientes essenciais, como explica a nutricionista Bárbara Yared.

    Portanto, mesmo que a pessoa consiga emagrecer, a restrição alimentar prolongada, sem acompanhamento nutricional adequado, cria um desequilíbrio que pode afetar desde a imunidade até a saúde da pele, cabelos e músculos.

    A redução significativa da ingestão calórica também interfere na absorção de nutrientes. Como o esvaziamento do estômago é mais lento, o processo digestivo passa por algumas alterações, comprometendo a absorção de ferro, cálcio, vitamina B12 e outras substâncias.

    Para complementar, o enjoo e a sensação de saciedade precoce, efeitos comuns nas primeiras semanas, levam muitas pessoas a evitarem refeições completas ou variados grupos alimentares.

    Quais os riscos das deficiências nutricionais?

    Os riscos das deficiências nutricionais são muitos e podem afetar o corpo de várias formas, como:

    • Perda de massa muscular;
    • Fraqueza e fadiga frequente;
    • Queda de cabelo;
    • Pele e unhas mais frágeis;
    • Redução da imunidade;
    • Dificuldade de concentração;
    • Alterações no humor;

    Em situações mais graves, podem surgir quadros de anemia, enfraquecimento dos ossos (osteopenia), alterações hormonais e até dificuldades de concentração ou raciocínio.

    Como prevenir deficiências nutricionais usando canetas emagrecedoras?

    Antes de tudo, é importante destacar que o uso de agonistas de GLP-1 deve ser feito apenas com prescrição médica. Todo o tratamento precisa ter acompanhamento médico e nutricional, já que cada organismo reage de forma diferente aos medicamentos e às mudanças alimentares.

    No dia a dia, existem algumas estratégias que podem ajudar a prevenir deficiências nutricionais e manter o equilíbrio do corpo, como:

    Fracionar as refeições ao longo do dia

    Como o apetite tende a diminuir com o uso de agonistas GLP-1, Bárbara orienta a fracionar a alimentação em pequenas porções distribuídas ao longo do dia. O hábito de comer em intervalos regulares evita longos períodos de jejum e ajuda o corpo a receber nutrientes de forma contínua. Ah, e pequenas refeições equilibradas também reduzem o risco de enjoo, que é comum nas primeiras semanas do tratamento.

    Montar pratos equilibrados nas refeições principais

    Nas principais refeições, como almoço e jantar, o ideal é montar pratos balanceados, como:

    • 1/3 de carboidratos integrais, como arroz integral, batata-doce ou quinoa;
    • 1/3 de proteínas, como frango, peixe, ovos, carne magra ou leguminosas;
    • 1/3 de vegetais, preferindo uma boa variedade de cores para garantir diferentes vitaminas e minerais.

    Ter um equilíbrio ajuda a preservar a massa magra, sustenta por mais tempo e garante que o corpo receba energia suficiente para as atividades do dia a dia.

    Incluir gorduras boas nas refeições

    As gorduras boas são tipos de lipídios que ajudam a manter várias funções vitais em equilíbrio. Elas participam da produção de hormônios, protegem o coração, auxiliam na absorção de vitaminas (A, D, E e K) e contribuem para o bom funcionamento do cérebro.

    As gorduras são divididas em dois grupos, sendo eles:

    Monoinsaturadas: ajudam a reduzir o colesterol ruim (LDL) e aumentar o colesterol bom (HDL). Estão presentes em alimentos como azeite de oliva, abacate, amêndoas, castanhas e amendoim;

    Poli-insaturadas: incluem os famosos ômega-3 e ômega-6, que têm ação anti-inflamatória e são importantes para o sistema nervoso e imunológico. Podem ser encontradas em peixes como salmão, sardinha e atum, além de sementes de chia, linhaça e nozes.

    Apesar de saudáveis, as gorduras devem ser consumidas com moderação. Pequenas porções já são suficientes para oferecer benefícios sem prejudicar o controle de peso.

    Considerar opções nutritivas e leves

    Quando o apetite está muito reduzido, pode ser difícil atingir a quantidade ideal de nutrientes apenas com comida sólida. Nessas situações, podem ser incluídas vitaminas proteicas, shakes equilibrados ou sopas completas, sempre com orientação profissional. Elas ajudam a manter a ingestão adequada de proteínas e micronutrientes, evitando carências nutricionais.

    Fazer acompanhamento regular com exames

    Durante o tratamento com as canetas emagrecedoras, realizar exames periódicos é necessário para monitorar níveis de ferro, cálcio, vitamina B12, vitamina D e outros nutrientes. A avaliação constante ajuda a identificar precocemente qualquer sinal de deficiência e permite ajustar o plano alimentar antes que o problema evolua.

    Ainda, os resultados laboratoriais orientam o médico e o nutricionista na decisão sobre possíveis suplementações ou mudanças na dieta. Em alguns casos, pode ser necessário reforçar o consumo de determinados alimentos ou incluir vitaminas e minerais em cápsulas ou líquidos, de acordo com a necessidade de cada um.

    Leia também: Canetas emagrecedoras: como evitar o efeito rebote no emagrecimento?

    Quando o uso de suplementos é necessário?

    O uso de suplementos alimentares pode ser necessário quando a alimentação, mesmo quando bem planejada, não consegue suprir todas as necessidades nutricionais do organismo durante o tratamento com as canetas emagrecedoras.

    A indicação deve sempre ser feita por um profissional de saúde, após a análise de exames laboratoriais. Quando existe uma deficiência comprovada de nutrientes como ferro, vitamina B12, vitamina D, cálcio ou proteínas, o médico ou o nutricionista pode definir o tipo, a dose e o tempo de uso mais adequado. O uso depende sempre da avaliação individual, segundo Bárbara.

    Sinais de alerta de deficiências nutricionais

    Os principais sinais de que o corpo está com deficiências nutricionais são, de acordo com Bárbara:

    • Cansaço e fraqueza;
    • Fadiga constante;
    • Sonolência excessiva;
    • Falta de ar;
    • Infecções frequentes, como gripes e resfriados;
    • Cicatrização lenta de feridas;
    • Unhas quebradiças;
    • Queda de cabelo;
    • Constipação;
    • Dores abdominais.

    Se algum desses sinais aparecer, é importante procurar um médico para realizar exames e identificar possíveis deficiências antes que elas se tornem mais sérias.

    Veja mais: Canetas emagrecedoras: saiba como evitar a perda de massa muscular

    Perguntas frequentes sobre deficiências nutricionais

    1. Quem pode usar medicamentos agonistas de GLP-1?

    Os agonistas GLP-1, como Ozempic, são indicados para adultos com diagnóstico de obesidade, ou de sobrepeso com doenças associadas, como diabetes tipo 2, hipertensão, colesterol alto ou apneia do sono.

    O uso deve sempre ser avaliado e prescrito por um médico, que analisará o histórico clínico, possíveis contraindicações e os objetivos do tratamento. O uso recreativo, estético ou sem acompanhamento profissional não é recomendado, pois pode causar efeitos colaterais graves. Nunca se automedique!

    2. Quais são os principais efeitos colaterais das canetas emagrecedoras?

    Os efeitos mais comuns aparecem nas primeiras semanas de uso e costumam ser leves e temporários, sendo eles:

    • Náuseas;
    • Dor de estômago;
    • Gases;
    • Constipação;
    • Diarreia;
    • Azia;
    • Sensação de estufamento.

    Os sintomas normalmente diminuem à medida que o corpo se adapta, mas ainda é importante manter o acompanhamento médico e relatar qualquer desconforto, já que o ajuste da dose ou a mudança na forma de administração podem amenizar os efeitos.

    3. É possível manter os resultados após parar o uso?

    Sim, mas depende do estilo de vida adotado durante o tratamento. O medicamento ajuda a controlar o apetite e criar novos hábitos, mas, ao suspender o uso, o corpo tende a retomar o comportamento anterior se não houver uma reeducação alimentar sólida.

    Para manter o peso, é preciso continuar com uma alimentação equilibrada, prática regular de exercícios e acompanhamento médico. Alguns profissionais também recomendam uma transição gradual para evitar o “efeito rebote”.

    4. O uso de canetas de GLP-1 substitui dieta e exercícios?

    Não! O remédio deve ser visto como um apoio no processo de emagrecimento, mas não substitui a importância de uma alimentação equilibrada e da prática regular de atividades físicas.

    A combinação entre remédio, dieta e exercício é o que garante resultados mais saudáveis. Sem isso, o corpo tende a recuperar todo o peso perdido assim que o tratamento termina.

    5. O que comer durante o tratamento com agonistas de GLP-1?

    Durante o uso de canetas emagrecedoras, a prioridade é comer alimentos leves, nutritivos e de fácil digestão. Uma ideia é montar pratos equilibrados com proteínas magras (frango, peixe, ovos), carboidratos integrais (arroz integral, quinoa, batata-doce) e vegetais variados.

    As refeições devem ser pequenas, fracionadas e distribuídas ao longo do dia para evitar enjoo e garantir energia constante.

    6. Quais alimentos evitar durante o uso de canetas emagrecedoras?

    O recomendado, durante e após o tratamento, é evitar o consumo de bebidas alcoólicas, refrigerantes, alimentos ultraprocessados e frituras. Também é bom limitar o consumo de doces e carboidratos simples, que podem causar picos de glicemia e atrapalhar o controle do apetite.

    O ideal é priorizar comidas naturais, ricas em fibras e proteínas, que sustentam por mais tempo e protegem a massa magra.

    Confira: 6 dicas para quem está começando a usar canetas emagrecedoras

  • Exames no pré-natal: entenda quais são e quando fazer 

    Exames no pré-natal: entenda quais são e quando fazer 

    Se tem um bebê a caminho, a futura mamãe já sabe que existe uma lista de cuidados que devem começar muito antes do parto. O pré-natal é o momento de acompanhar cada etapa da gestação, sendo importante para detectar precocemente qualquer alteração e reduzir os riscos de complicações.

    Mas afinal, quais exames no pré-natal são obrigatórios e quando devem ser feitos? Conversamos com a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza para esclarecer as principais dúvidas.

    Como funciona o pré-natal?

    O pré-natal funciona como um conjunto de consultas e exames realizados durante toda a gestação, com o objetivo de monitorar a saúde da mãe e o desenvolvimento do bebê.

    Os exames no pré-natal que são obrigatórios são definidos pelo Ministério da Saúde e estão disponíveis gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Eles ajudam a detectar infecções, anemias, diabetes gestacional, incompatibilidades sanguíneas e outros problemas que, se tratados a tempo, evitam complicações graves.

    Andreia também explica que o pré-natal avalia se a paciente já possui alguma comorbidade que pode se agravar durante a gravidez, além de condições específicas do feto ou da placenta. Se surgir alguma complicação, ela é tratada de forma imediata.

    Além dos exames no pré-natal, o acompanhamento também envolve orientações sobre alimentação, atividade física, vacinas e saúde mental, garantindo uma gestação mais tranquila e segura.

    Quando começar o pré-natal?

    O ideal é iniciar o acompanhamento assim que a gravidez for descoberta, de preferência até a 12ª semana de gestação. Quanto mais cedo começar, maiores as chances de detectar alterações e garantir um tratamento eficaz. A ginecologista Andreia Sapienza orienta a frequência de consultas:

    • Uma consulta por mês até 32 semanas;
    • Depois, uma consulta a cada 15 dias até 36 semanas;
    • E duas consultas por semana até o parto.

    O recomendado é que a gestante realize no mínimo sete a dez consultas ao longo da gravidez, de acordo com Andreia.

    Durante as visitas, o médico pede e acompanha os resultados dos exames obrigatórios, faz o controle de peso, pressão arterial, altura uterina e batimentos cardíacos do bebê, além de orientar sobre vacinas e preparo para o parto.

    Quais são os exames obrigatórios do pré-natal?

    Os principais exames solicitados no início do pré-natal e que são repetidos em momentos específicos da gestação incluem:

    Ultrassonografia

    O ultrassom obstétrico é um dos primeiros exames realizados na gestação, importante para confirmar a gravidez, a idade gestacional, o número de bebês e os batimentos cardíacos. Ele utiliza ondas sonoras para gerar imagens do útero e do bebê em tempo real, sem exposição à radiação.

    Andreia esclarece a frequência e objetivo de cada ultrassom:

    • 1º ultrassom (muito precoce): confirma se a gestação está localizada dentro do útero, verifica a presença do saco gestacional, batimentos cardíacos e viabilidade inicial da gravidez;
    • Ultrassom morfológico do 1º trimestre (11 semanas a 13 semanas e 6 dias): avalia translucência nucal, osso nasal e ducto venoso, marcadores que auxiliam no cálculo de risco para síndromes genéticas, como a Síndrome de Down;
    • Ultrassom morfológico do 2º trimestre (entre 20 e 24 semanas): analisa detalhadamente a formação de cada órgão do bebê, detectando possíveis malformações estruturais.

    O ideal é que o ultrassom seja realizado pelo menos duas vezes no primeiro trimestre, podendo ser repetido com maior frequência conforme a necessidade clínica para monitorar a evolução da gestação.

    Tipagem sanguínea (ABO/Rh)

    A tipagem sanguínea identifica o grupo sanguíneo (A, B, AB ou O) e o fator Rh (positivo ou negativo), sendo importante para avaliar se há risco de incompatibilidade entre o sangue da mãe e do bebê. Se a gestante tem Rh negativo e o pai Rh positivo, o médico solicita o exame Coombs Indireto para verificar se o organismo da mãe está produzindo anticorpos contra o sangue do bebê.

    Se ele nascer com Rh positivo, a mãe deve receber uma vacina específica (imunoglobulina anti-D) em até três dias após o parto, para evitar complicações em gestações futuras.

    Hemograma completo

    O hemograma completo é um dos exames mais importantes do pré-natal e avalia a quantidade e a qualidade das células sanguíneas, permitindo identificar anemia, infecções e outros distúrbios que podem surgir na gestação.

    A anemia ferropriva, por exemplo, é comum durante a gravidez, uma vez que o corpo precisa de mais ferro para formar o sangue do bebê. Se não for tratada, ela pode causar cansaço extremo, baixo peso fetal e parto prematuro.

    Urina tipo 1 e urocultura

    Durante a gravidez, as infecções urinárias são mais frequentes devido às alterações hormonais e à pressão do útero sobre a bexiga. O exame de urina tipo 1 e a urocultura são capazes de detectar bactérias e inflamações — e podem ser repetidos no primeiro e no terceiro trimestre da gestação.

    Exames sorológicos

    As sorologias são solicitadas para identificar HIV, sífilis, hepatites B e C, citomegalovírus (CMV), toxoplasmose e rubéola. As infecções, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem causar aborto espontâneo, malformações fetais, parto prematuro ou infecção congênita.

    O ideal é que os exames sejam feitos logo no início da gestação e repetidos conforme a recomendação médica.

    Glicemia em jejum

    A glicemia de jejum mede a quantidade de açúcar no sangue e ajuda a identificar diabetes gestacional — uma condição que ocorre em aproximadamente 4% das gestações e pode causar complicações como parto prematuro, excesso de líquido amniótico e bebês grandes demais para a idade gestacional.

    Para fazer o exame, a gestante precisa ficar de 8 a 12 horas em jejum, tomando apenas água. Em alguns casos, o médico também pode pedir a curva glicêmica, que mede como o açúcar no sangue se comporta após a ingestão de uma solução com glicose.

    Parasitológico de fezes

    O exame parasitológico de fezes é feito para detectar a presença de parasitas intestinais que podem afetar diretamente a saúde da gestante e do bebê. Infecções como giardíase, amebíase e verminoses, por exemplo, podem causar anemia, perda de peso, desnutrição e má absorção de nutrientes — condições perigosas durante a gestação, pois comprometem o desenvolvimento fetal.

    Função da tireoide (TSH e T4 livre)

    A função da tireoide no pré-natal é avaliada para garantir que a gestante produza hormônios em níveis adequados para o próprio metabolismo e para o desenvolvimento neurológico do bebê. A presença de alterações, como hipotireoidismo ou hipertireoidismo, pode causar aborto, parto prematuro, pré-eclâmpsia e comprometimento cognitivo fetal, mesmo antes de apresentarem sintomas evidentes.

    Teste de malária

    De acordo com orientações do Ministério da Saúde, o teste de malária é obrigatório para gestantes que vivem ou viajam para áreas de risco, especialmente na Região Amazônica. A doença pode ser grave durante a gravidez e causar aborto, parto prematuro e baixo peso ao nascer. A testagem deve ser feita mesmo sem sintomas.

    Exames indicados para o pai no pré-natal

    A saúde paterna também influencia no desenvolvimento do bebê, então é importante que o pai ou parceiro (adulto, jovem e adolescente) seja incentivado a participar do pré-natal e realizar exames de rotina, como:

    • Hemograma;
    • Tipagem sanguínea e fator Rh;
    • Testes rápidos para sífilis, HIV e hepatites B e C;
    • Eletroforese de hemoglobina;
    • Glicemia e lipidograma.

    Além de aproximar o pai do cuidado com o bebê, os exames ajudam a identificar infecções transmissíveis e evitam complicações na gestação.

    Exames complementares importantes

    Além da bateria de exames obrigatória, Andreia aponta alguns exames complementares importantes, como:

    • TOTG (teste oral de tolerância à glicose): feito no 2º trimestre, capaz de detectar o diabetes gestacional;
    • Streptococcus do grupo B: bactéria do canal vaginal que pode infectar o bebê no parto. Se detectada, é feita profilaxia com antibiótico no trabalho de parto;
    • Cardiotocografia e perfil biofísico fetal: usados para monitorar o bem-estar do bebê a partir da 28ª semana (mais útil depois da 34ª).

    Vacinas no pré-natal: quais são obrigatórias?

    Durante a gravidez, o sistema imunológico da mulher passa por uma série de alterações, o que a torna mais vulnerável a infecções. As vacinas recomendadas ajudam a proteger mãe e bebê de doenças graves, sendo elas:

    • Vacina contra tétano, difteria e coqueluche (dTPa): se a gestante nunca foi vacinada, deve iniciar o esquema o quanto antes. O foco principal é coqueluche, que causa surtos graves em bebês com menos de 1 ano;
    • Vacina contra hepatite B: indicada para gestantes não vacinadas anteriormente. São aplicadas três doses, garantindo proteção para mãe e bebê;
    • Vacina contra gripe (influenza): é recomendada para todas as gestantes, principalmente durante a campanha nacional de vacinação. A gripe pode causar complicações respiratórias mais graves na gravidez, e a imunização é segura em qualquer trimestre;
    • Covid-19: reduz o risco de formas graves da doença na gestante, que tem mais chance de complicações. Os anticorpos passam pela placenta e ajudam a proteger o bebê após o nascimento.

    Vírus sincicial respiratório: protege o bebê de bronquiolite e pneumonia nos primeiros meses de vida, causadas pelo VSR — um dos vírus que mais interna crianças pequenas. A recomendação atual é a vacinação entre 28 e 36 semanas de gestação, uma dose única a cada gravidez.

    De acordo com Andreia, o esquema vacinal depende do histórico da paciente, então o ideal é sempre seguir a orientação do médico obstetra.

    Pré-natal de alto risco: o que muda?

    Quando a mulher apresenta condições que aumentam o risco de complicações, como hipertensão, diabetes, doenças cardíacas, obesidade, idade materna avançada ou gravidez de gêmeos, o acompanhamento precisa ser ainda mais cuidadoso.

    Nesses casos, o pré-natal de alto risco inclui consultas mais frequentes, exames especializados e, quando necessário, o suporte de profissionais de diferentes áreas — como cardiologista, endocrinologista, nutricionista e obstetra especializado em medicina fetal.

    Segundo Andreia, também podem ser solicitados os seguintes exames:

    • Exames cardíacos e renais (para gestantes com hipertensão);
    • Ajuste de insulina e controle de glicemia (em caso de diabetes);
    • Anticoagulação (em caso de lúpus ou risco elevado de trombose);
    • Cerclagem (ponto cirúrgico no colo do útero, para prevenir o parto prematuro ou abortamento tardio em gestantes com incompetência istmocervical).

    O objetivo é monitorar de perto tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento do bebê, prevenindo situações que possam colocar a gestação em perigo. Com acompanhamento adequado, é possível reduzir complicações e garantir uma gravidez segura até o nascimento do pequeno.

    Veja mais: 7 cuidados que você deve ter antes de engravidar

    Perguntas frequentes

    1. Quando devo começar o pré-natal?

    O ideal é iniciar o pré-natal assim que a gravidez for descoberta, de preferência até a 12ª semana de gestação. Quanto antes começar, melhor será o acompanhamento da saúde da mãe e do bebê. O início precoce permite detectar possíveis problemas logo no começo e ajustar hábitos de alimentação, suplementação e estilo de vida conforme as necessidades da gestação.

    Mesmo quem descobre a gravidez mais tarde deve procurar o médico imediatamente para iniciar o acompanhamento.

    2. É normal sentir enjoo, tontura e cansaço nas primeiras semanas de gravidez?

    Sim, os sintomas são comuns no início da gestação. Eles acontecem por causa das mudanças hormonais e do aumento da progesterona, que afeta o sistema digestivo e o equilíbrio do corpo. Apesar de desconfortáveis, eles tendem a melhorar a partir do segundo trimestre.

    Para aliviar os sintomas, o médico pode indicar ajustes na alimentação, fracionamento das refeições e hidratação adequada. Se os enjoos forem intensos e acompanhados de perda de peso, é importante avisar o especialista.

    3. Posso praticar atividade física durante a gravidez?

    Sim! A prática de exercícios leves e regulares é indicada na maioria das gestações saudáveis, como caminhadas, hidroginástica, yoga e alongamentos. Elas ajudam na circulação, reduzem dores nas costas e melhoram o bem-estar emocional.

    No entanto, procure conversar com o médico antes de iniciar qualquer atividade. O acompanhamento profissional garante segurança e evita sobrecarga física.

    4. É seguro fazer ultrassom com frequência?

    Sim, o ultrassom é um exame seguro de ser realizado com frequência, pois ele utiliza apenas ondas sonoras, sem radiação. Ele permite acompanhar o crescimento fetal, o desenvolvimento dos órgãos e a posição dentro do útero.

    A quantidade necessária deve ser determinada pelo médico, de acordo com as particularidades de cada gravide

    5. O que é considerado uma gravidez de alto risco?

    Uma gravidez é classificada como alto risco quando existem fatores que aumentam a probabilidade de complicações para a mãe ou para o bebê. Isso inclui doenças pré-existentes (como hipertensão, diabetes, lúpus ou problemas cardíacos), gestações múltiplas, histórico de partos prematuros, idade acima de 35 anos ou abaixo de 17, entre outros.

    Nessas situações, o acompanhamento deve ser mais frequente, com exames especializados e suporte de diferentes profissionais.

    6. Quais são os sintomas da pré-eclâmpsia?

    A pré-eclâmpsia é uma complicação grave caracterizada por pressão alta e presença de proteínas na urina após a 20ª semana de gestação. Os principais sintomas incluem:

    • Inchaço repentino nas mãos, rosto e pernas;
    • Forte dor de cabeça;
    • Visão turva ou embaçada;
    • Náuseas e tontura.

    A condição exige acompanhamento médico imediato, pois pode evoluir para eclâmpsia, que causa convulsões e risco de vida para a mãe e o bebê. O controle da pressão, repouso e medicamentos ajudam a evitar complicações e garantir a segurança até o parto.

    7. Como saber se estou com infecção urinária durante a gravidez?

    Os sintomas mais comuns de infecção urinária na gravidez são ardência ao urinar, vontade frequente de ir ao banheiro, urina turva ou com odor forte e, em casos mais graves, dor abdominal e febre.

    Durante o pré-natal, o exame de urina tipo 1 e a urocultura ajudam a detectar infecções mesmo sem sintomas. O tratamento é feito com antibióticos seguros para a gestação, que devem ser receitados por um médico.

    Veja mais: ‘Bebês Ozempic’: como os análogos do GLP-1 impactam a fertilidade?