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  • Pedra nos rins (cálculo renal): quando os sintomas preocupam e como se prevenir 

    Pedra nos rins (cálculo renal): quando os sintomas preocupam e como se prevenir 

    As “pedras nos rins” estão entre as condições urológicas mais dolorosas e comuns. Estima-se que uma em cada dez pessoas terá ao menos um episódio de cálculo renal ao longo da vida. Embora em muitos casos eles sejam pequenos e eliminados sem grandes complicações, em outros podem provocar a temida cólica renal, considerada uma das dores mais intensas que o ser humano pode sentir.

    Conversamos com o urologista Luciano Teixeira, que detalha como os cálculos se formam, quais sintomas não devem ser ignorados, os fatores de risco, além de estratégias eficazes de prevenção.

    O que são cálculos renais e como eles se formam?

    Cálculos renais, popularmente chamados de “pedra nos rins”, são pequenos aglomerados de sais minerais e cristais que se acumulam dentro dos rins. “Normalmente, nossa urina contém substâncias que evitam a formação desses cristais, mas, quando há desequilíbrio, como excesso de sais, falta de líquidos ou alterações metabólicas, eles se juntam e formam as pedras”, explica Luciano.

    Essas formações podem começar microscópicas e aumentar com o tempo. Algumas permanecem no rim sem causar sintomas, mas, quando descem para os ureteres (canais que levam a urina dos rins até a bexiga), podem provocar dor intensa, conhecida como cólica renal.

    Quem tem mais risco de desenvolver cálculo renal?

    A propensão para desenvolver cálculos renais está ligada a fatores genéticos, metabólicos e de estilo de vida. Segundo o médico, algumas pessoas produzem urina mais concentrada ou rica em substâncias como cálcio, oxalato e ácido úrico, o que favorece a formação das pedras.

    Além disso, existem os fatores de risco para o cálculo renal, que incluem:

    • Baixa ingestão de água: deixa a urina mais concentrada, facilitando a formação e o acúmulo de cristais.
    • Alimentação rica em sal e proteínas animais: aumenta a eliminação de cálcio e ácido úrico, favorecendo pedra nos rins.
    • Histórico familiar de cálculos renais: fatores genéticos elevam a predisposição ao problema.
    • Doenças metabólicas: gota, obesidade e hiperparatireoidismo aumentam cálcio, oxalato e ácido úrico na urina.
    • Infecções urinárias de repetição: criam ambiente favorável para o desenvolvimento de certos tipos de cálculo.

    “Embora qualquer pessoa possa ter cálculo renal, alguns indivíduos estão mais propensos a repeti-los ao longo da vida”, explica Luciano.

    O que fazer quando um cálculo aparece em um exame de rotina

    Nem todo cálculo renal exige tratamento imediato, já que, muitas vezes, ele não está causando problemas e é descoberto por acaso em um exame de ultrassom ou tomografia.

    “Nesses casos, a conduta depende de condições como tamanho, localização, ‘dureza’ e composição provável da pedra”, fala o urologista.

    • Pedras pequenas e sem sintomas: podem exigir apenas observação, com aumento da ingestão de líquidos e acompanhamento regular.
    • Pedras maiores ou com risco de migrar: podem exigir tratamento antes que causem crises.

    “O mais importante é não ignorar a descoberta. Mesmo que a pedra não esteja causando sintomas, o acompanhamento com o urologista é essencial para evitar complicações futuras”.

    Quais são os sintomas de uma crise de cálculo renal?

    Quando um cálculo renal se desloca e obstrui os ureteres, o paciente pode apresentar uma crise aguda conhecida como cólica renal. Essa dor surge porque o rim e as vias urinárias são forçados a trabalhar contra a obstrução, provocando uma pressão intensa.

    Trata-se de um quadro súbito e incapacitante que pode causar diversos sintomas de cólica renal:

    • Dor súbita e intensa na região lombar: pode irradiar para abdome, virilha ou genitais.
    • Sangue na urina: geralmente deixa a urina rosada ou avermelhada.
    • Náuseas e vômitos: comuns devido à intensidade da dor.
    • Urgência ou ardência para urinar: ocorre quando o cálculo se aproxima da bexiga.

    “A cólica renal é considerada uma das piores dores que o ser humano pode sentir. Sempre que ela ocorre, é necessário atendimento médico imediato, não apenas para alívio da dor, mas também para avaliar o risco de complicações”, alerta Luciano.

    Como diferenciar a dor da cólica renal de outras dores?

    A dor do cálculo renal é tão característica que, em muitos casos, basta a descrição do paciente para levantar forte suspeita.

    “A dor do cálculo renal costuma começar de forma súbita, na região lombar. Diferente de outras dores abdominais, não melhora com a mudança de posição. O paciente anda de um lado para o outro, inquieto, tentando encontrar alívio, mas não consegue”, explica Luciano.

    Ele acrescenta que dores digestivas, musculares ou ginecológicas geralmente têm localização mais específica e podem aliviar em determinadas posições.

    “No entanto, como nem sempre a distinção é simples, qualquer dor lombar ou abdominal intensa deve levar o paciente a procurar atendimento médico imediato”.

    Tratamento de cálculo renal: quais as opções?

    O tratamento de cálculo renal varia de acordo com o tamanho, a localização e a composição do cálculo. Pedras pequenas, de até 5 mm, podem ser eliminadas naturalmente com hidratação abundante, além da indicação de analgésicos e, em alguns casos, medicamentos para relaxar o ureter.

    Medicamentos também podem ser usados para dissolver pedras de ácido úrico (alcalinizantes) ou prevenir a formação de novos cálculos (diuréticos tiazídicos). Quando necessário, entram os métodos cirúrgicos:

    • Litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LEOC): fragmenta pedras menores de 20 mm nos rins ou ureter superior.
    • Ureteroscopia: indicada para cálculos no ureter médio ou inferior; usa endoscópio para fragmentar e retirar a pedra.
    • Nefrolitotomia percutânea: feita por pequena incisão nas costas, indicada para cálculos maiores de 20 mm ou complexos.
    • Cirurgia aberta ou robótica: hoje rara, reservada para casos específicos.

    “O objetivo é sempre o mesmo: eliminar a pedra nos rins com o mínimo de invasividade possível, aliviar a dor e preservar a função renal”, enfatiza o médico, que lembra que ajustes de dieta e hidratação são fundamentais para reduzir o risco de novos episódios.

    Veja mais: 9 hábitos alimentares que ajudam a prevenir doenças no dia a dia

    Alimentação e hidratação para prevenir cálculos renais

    A alimentação é um dos principais fatores na prevenção dos cálculos renais. Alguns hábitos favorecem a formação das pedras, enquanto outros ajudam a evitá-las. Entre os pontos de risco, destacam-se:

    • Excesso de sal: aumenta a eliminação de cálcio pela urina, favorecendo a formação de cristais.
    • Proteínas animais em excesso: elevam o ácido úrico e deixam a urina mais ácida, o que facilita o surgimento de cálculos.
    • Baixa ingestão de cálcio: ao contrário do que muitos pensam, aumenta o risco. O cálcio da dieta neutraliza o oxalato no intestino e evita que ele chegue em excesso à urina.

    “Uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras, fibras e com moderação no sal e nas proteínas animais, é fundamental na prevenção”, fala Luciano, que acrescenta.

    “Lembrando que beber bastante água é a medida preventiva mais importante. A água dilui a urina, reduz a concentração de sais e dificulta que os cristais se juntem para formar pedras”.

    A recomendação é que o paciente elimine cerca de 2 litros de urina por dia, o que corresponde a 2 a 3 litros de líquidos ingeridos diariamente, variando conforme o clima e atividade física. Uma dica prática é observar a cor da urina: quanto mais clara, melhor a hidratação. Urina escura indica concentração elevada e risco maior de formação de cálculos.

    O risco da recorrência

    Um dos grandes desafios do cálculo renal é a sua alta taxa de recorrência. “Estima-se que cerca de 50% dos pacientes que tiveram uma pedra poderão formar outra em até 5 anos, se não houver prevenção adequada”, afirma Luciano.

    Por isso, após o primeiro episódio, é essencial investigar a causa com exames de sangue, urina e análise da própria pedra, quando possível. Mudanças na alimentação, hidratação adequada e, em alguns casos, uso de medicamentos são medidas fundamentais para reduzir o risco de novos episódios.

    Perguntas e respostas sobre cálculo renal

    1. O que é cálculo renal e como ele se forma?

    Os cálculos renais são aglomerados de sais e cristais nos rins, causados por desequilíbrios como excesso de sais ou pouca ingestão de líquidos.

    2. Quem tem mais risco de desenvolver pedras nos rins?

    Quem bebe pouca água, consome muito sal e proteína, tem histórico familiar, doenças metabólicas ou infecções urinárias.

    3. Quais são os sintomas de uma crise de cálculo renal?

    Cólica renal com dor intensa na lombar, sangue na urina, náuseas, vômitos e urgência para urinar.

    4. Como diferenciar a cólica renal de outras dores?

    É súbita, não melhora com posição e deixa o paciente inquieto, diferente de dores digestivas ou musculares.

    5. Quais são as opções de tratamento?

    Depende do tamanho e da localização. Cálculos pequenos podem sair naturalmente com hidratação. Para pedras maiores, além de medicamentos, usam-se técnicas como ondas de choque, ureteroscopia, cirurgia percutânea e, em situações raras, cirurgia aberta ou robótica.

    6. Qual é o papel da hidratação no cálculo renal?

    É a medida preventiva mais importante. Beber de 2 a 3 litros de líquidos por dia ajuda a eliminar cerca de 2 litros de urina. A urina clara indica boa hidratação; a escura sugere risco maior de pedras.

    7. O cálculo renal pode voltar?

    Sim. Cerca de 50% dos pacientes terão nova pedra em até 5 anos, se não houver prevenção adequada. Por isso, é essencial investigar a causa, ajustar hábitos alimentares e manter acompanhamento médico.

    Leia também: Como montar um prato saudável para todas as refeições?

  • Hipoglicemia: saiba como reconhecer os sintomas e o que fazer na hora da crise 

    Hipoglicemia: saiba como reconhecer os sintomas e o que fazer na hora da crise 

    A hipoglicemia é um dos quadros clínicos que mais preocupam endocrinologistas e pacientes com diabetes. Popularmente chamada de “queda de açúcar no sangue”, a condição acontece quando a glicose atinge níveis abaixo do necessário para garantir energia suficiente para os órgãos vitais. Dependendo da gravidade, pode causar desde tremores e suor frio até perda de consciência e convulsões.

    Segundo o endocrinologista André Colapietro, a condição pode ocorrer tanto em pessoas com diabetes quanto em não diabéticos em situações específicas (como jejum prolongado). Com as orientações do médico, vamos entender como reconhecer os sintomas de hipoglicemia e o que fazer na hora da crise.

    O que é hipoglicemia e como identificar

    A hipoglicemia acontece quando a quantidade de glicose (açúcar) no sangue fica abaixo do normal. A glicose é o combustível principal do corpo, especialmente do cérebro. Sem energia suficiente, o organismo começa a dar sinais de alerta. Na prática clínica, considera-se:

    • Glicemia < 70 mg/dL: já caracteriza hipoglicemia.
    • Glicemia < 54 mg/dL: indica hipoglicemia grave, especialmente quando há alteração do nível de consciência.

    Mais importante do que o número isolado é o conjunto de sintomas. Muitas vezes, o paciente sente os sinais de glicemia baixa antes mesmo de confirmar no aparelho, e isso deve ser levado a sério. Afinal, é uma condição que pode se agravar rapidamente.

    Quem pode ter hipoglicemia?

    A maioria dos casos de hipoglicemia ocorre em pessoas com diabetes em tratamento com insulina ou medicamentos que aumentam o risco de quedas de glicose. No entanto, não se trata de uma condição exclusiva desse grupo.

    “Em não diabéticos, pode ocorrer em situações de jejum prolongado, prática intensa de exercícios, consumo excessivo de álcool ou, raramente, em alguns distúrbios hormonais ou tumores pancreáticos”, explica o endocrinologista.

    Em resumo, qualquer pessoa pode, em determinadas circunstâncias, apresentar uma queda de glicose e ter hipoglicemia. Por isso, conhecer os sinais e saber como agir é fundamental.

    Sintomas de hipoglicemia mais comuns

    A glicemia baixa geralmente dá sinais visíveis que podem ser reconhecidos precocemente. Esses sintomas de hipoglicemia aparecem porque o corpo tenta compensar a falta de glicose, acionando hormônios como a adrenalina.

    Os sinais mais típicos incluem:

    • Tremores
    • Sudorese (suor frio)
    • Palpitações
    • Fome intensa
    • Ansiedade
    • Tontura e fraqueza

    “Atenção, porque alguns desses sintomas de hipoglicemia podem ser semelhantes aos da pressão baixa, então é importante, sempre que possível, aferir a pressão e também a glicemia capilar para evitar confusão com a causa dos sintomas”, enfatiza André.

    Após os primeiros sinais, se a glicemia continuar caindo, o paciente pode até evoluir para sintomas neurológicos mais sérios, como dificuldade de raciocínio, alteração da fala e desmaio.

    Leia também: Diabetes gestacional: o que é, sintomas, o que causa e como evitar

    Hipoglicemia assintomática: o risco silencioso

    Nem todos percebem os sintomas de hipoglicemia. Alguns pacientes, principalmente aqueles com diabetes de longa duração, podem ter episódios sem qualquer sintoma perceptível.

    “Principalmente pacientes que apresentaram múltiplos episódios de hipoglicemia ao longo da vida podem se tornar menos sensíveis e evoluir com hipoglicemias assintomáticas”, explica Colapietro.

    Esse fenômeno, chamado de hipoglicemia inadvertida, é particularmente perigoso porque aumenta o risco de crises graves sem aviso prévio. Para esses pacientes, o monitoramento frequente da glicemia é indispensável.

    O que fazer na hora da crise de hipoglicemia

    Uma crise de hipoglicemia exige ação imediata, com medidas simples que podem salvar vidas. O protocolo inicial inclui três passos básicos:

    1. Medir a glicemia, se possível. Essa confirmação ajuda a diferenciar de outras condições.
    2. Consumir carboidratos de ação rápida. Os líquidos doces são os mais indicados, pois são rapidamente absorvidos pelo organismo. Entre as opções estão suco de fruta, refrigerante comum, água com açúcar ou mel.
    3. Ficar em local seguro. Evitar dirigir, operar máquinas ou realizar atividades que ofereçam risco até que a glicemia esteja normalizada.

    “Depois disso, deve-se repetir a medição da glicemia capilar em 15 minutos. Se não melhorar, é indicado repetir a ingestão de carboidrato e procurar um serviço de pronto-atendimento”. Na prática, recomenda-se a chamada regra dos 15: ingerir cerca de 15 g de glicose rápida. Isso pode ser feito com:

    • 3 a 4 balas de doce
    • Meio copo de suco de fruta
    • 1 colher de sopa de açúcar ou mel

    “Depois, a pessoa pode comer um lanche com carboidrato + proteína (um misto quente, por exemplo) para manter a glicemia estável”. Esse cuidado evita um novo episódio pouco tempo depois da correção inicial, garantindo que a glicemia se mantenha equilibrada.

    Veja mais: Diabetes: por que controlar é tão importante para o coração

    Hipoglicemia grave: quais os sinais?

    Algumas crises podem ser corrigidas em casa seguindo essas indicações do médico, porém, em alguns casos, a hipoglicemia se torna uma emergência médica.

    Situações que caracterizam hipoglicemia grave incluem:

    • Perda ou rebaixamento da consciência
    • Convulsões
    • Incapacidade de ingerir alimentos sozinho

    “Em casos graves, pode ser necessário glucagon injetável ou atendimento hospitalar”, afirma Colapietro. O uso de glucagon, que eleva a glicose rapidamente, deve ser prescrito e ensinado pelo médico para situações de emergência.

    Como prevenir episódios em pessoas com diabetes

    Para quem vive com diabetes, a prevenção é o pilar central do cuidado. Pequenas mudanças no dia a dia reduzem muito o risco de quedas de glicose. Entre as principais medidas estão:

    • Monitoramento regular da glicemia: ajuda a identificar quedas antes que causem sintomas.
    • Ajuste da medicação: sempre em parceria com o médico, para usar o menor número possível de fármacos de alto risco.
    • Padrão estável de atividade física: manter rotina equilibrada, evitando mudanças bruscas de intensidade.
    • Alimentação adequada: evitar jejum prolongado e manter horários regulares de refeição.
    • Reconhecimento precoce dos sintomas: agir rápido assim que aparecerem os primeiros sinais.

    Para pessoas com diabetes, a prevenção deve ser parte do cuidado diário, enquanto para a população em geral, conhecer os sinais é uma forma de evitar emergências.

    Embora seja uma condição comum, nunca deve ser banalizada. O acompanhamento médico é essencial para ajustar o tratamento, orientar condutas de emergência e reduzir os riscos a longo prazo.

    Perguntas e respostas sobre hipoglicemia

    1. O que é hipoglicemia?

    É a queda do nível de glicose no sangue abaixo de 70 mg/dL. Quando chega a menos de 54 mg/dL, já pode ser considerada grave.

    2. Quem pode ter hipoglicemia?

    É mais comum em pessoas com diabetes que usam insulina ou certos medicamentos, mas pode ocorrer em não diabéticos em casos como jejum prolongado, exercício intenso ou consumo excessivo de álcool.

    3. Quais são os sintomas mais comuns?

    Tremores, suor frio, palpitações, fome intensa, ansiedade, tontura e fraqueza. Em casos mais graves, pode causar dificuldade de raciocínio e até desmaios.

    4. Existe hipoglicemia sem sintomas?

    Sim. Pacientes com diabetes de longa duração podem perder a sensibilidade aos sinais, apresentando crises silenciosas, o que aumenta o risco de complicações.

    5. O que fazer durante uma crise?

    Consumir carboidratos de rápida absorção, como suco, refrigerante comum, açúcar ou mel. Depois, repetir a glicemia em 15 minutos e reforçar a alimentação com carboidrato e proteína.

    6. Quando a hipoglicemia é considerada grave?

    Quando causa perda de consciência, convulsões ou incapacidade de se alimentar sozinho. Nessas situações, pode ser necessário glucagon injetável ou atendimento hospitalar.

    7. Como prevenir novos episódios?

    Monitorar a glicemia com frequência, ajustar medicamentos com orientação médica, evitar jejum prolongado, manter alimentação regular e reconhecer os sintomas logo no início.

    Leia também: Sintomas silenciosos do diabetes: atenção aos sinais que podem passar despercebidos

  • Alergia à poeira doméstica: por que acontece e como aliviar os sintomas?

    Alergia à poeira doméstica: por que acontece e como aliviar os sintomas?

    Se você é alérgico à poeira, sabe como ela pode atrapalhar o dia a dia: espirros, tosse e nariz entupido costumam aparecer — principalmente durante a faxina. A poeira acumulada em móveis, cortinas, roupas de cama e até no ar carrega ácaros, fungos, restos de pele e outros microrganismos que irritam o sistema respiratório e podem desencadear crises de rinite, asma ou dermatite.

    Com alguns cuidados simples é possível reduzir os sintomas e ganhar qualidade de vida. Entenda!

    Por que a poeira doméstica causa alergia?

    A “poeira” não é só o pó visível: trata-se de uma mistura de partículas microscópicas, como:

    • Restos de pele humana e de animais;
    • Fragmentos de insetos (ex.: baratas);
    • Esporos de mofo;
    • Poluentes que entram pelas janelas;
    • Ácaros e seus resíduos (fezes e partes do corpo).

    Segundo a alergista e imunologista Brianna Nicoletti, em pessoas predispostas essa exposição ativa uma resposta IgE-mediada. O organismo libera histamina, gerando inflamação nas mucosas do nariz, garganta e olhos; casos mais intensos alcançam os brônquios e agravam a asma.

    Qual o papel dos ácaros na alergia à poeira?

    Os ácaros são os maiores vilões. As proteínas de suas fezes e dos próprios corpos são potentes alérgenos. Eles penetram e se acumulam em:

    • Tapetes e carpetes;
    • Cortinas grossas;
    • Sofás e estofados;
    • Colchões e travesseiros.

    Ambientes quentes e úmidos favorecem sua proliferação (≈20–25 °C e umidade > 60%). Com o tempo, esses locais viram “reservatórios”, dificultando o controle.

    Sintomas mais comuns de alergia a poeira

    • Espirros em sequência (frequentes ao acordar);
    • Nariz entupido ou coriza clara;
    • Coceira em nariz, garganta e olhos;
    • Olhos vermelhos e lacrimejando;
    • Tosse seca persistente;
    • Chiado e falta de ar em asmáticos;
    • Lesões de pele em quem tem dermatite atópica sensível a ácaros.

    Atenção: se os sintomas durarem > 2 semanas, forem recorrentes em faxinas/troca de roupa de cama/lugares fechados, procure avaliação médica.

    Cuidados domésticos para reduzir poeira e ácaros

    Limpeza adequada

    • Use pano levemente úmido ou aspirador com filtro HEPA (evite varrer a seco);
    • Aspire sofás, poltronas, colchões e cantos com regularidade.

    Controle da umidade

    • Mantenha a umidade entre 40% e 50% (ventile a casa diariamente);
    • Conserte infiltrações e trate mofo em paredes/teto.

    Redução de reservatórios de poeira

    • Prefira superfícies lisas e fáceis de limpar;
    • Troque tapetes felpudos, cortinas pesadas e bichos de pelúcia por alternativas laváveis.

    Higienização da roupa de cama

    • Lave lençóis e fronhas semanalmente em água quente (≥ 54 °C);
    • Evite colchões/travesseiros muito antigos e enchimentos naturais (penas/lã);
    • Faça trocas regulares da roupa de cama.

    Capas antiácaro

    Capas para colchões e travesseiros, com trama fechada, funcionam como barreira física e reduzem sintomas, especialmente em rinite/asma frequentes.

    Purificadores de ar ajudam?

    Sim, com ressalvas. Modelos com HEPA reduzem partículas suspensas (benefício mais notável em quartos fechados). Não substituem a limpeza nem o controle de umidade e o efeito clínico é modesto. Evite ionizadores/ozonizadores (irritantes).

    Confira: 5 causas de alergia dentro de casa e o que fazer para evitar

    Como é feito o tratamento da alergia a poeira?

    • Anti-histamínicos: aliviam espirros e coceira;
    • Corticoides nasais: reduzem inflamação;
    • Broncodilatadores: em asma, para abrir as vias aéreas;
    • Imunoterapia (dessensibilização): microdoses do alérgeno por injeções ou via sublingual, conforme indicação médica.

    O plano terapêutico deve ser individualizado, considerando histórico, intensidade dos sintomas e condições associadas (rinite, asma, dermatite).

    Perguntas frequentes sobre alergia a poeira doméstica

    1. O que são ácaros?

    São microrganismos que vivem em colchões, travesseiros, tapetes e estofados, alimentando-se de restos de pele. Suas fezes e fragmentos provocam resposta inflamatória intensa em pessoas sensíveis.

    2. Crianças têm mais risco?

    Sim. O sistema imune ainda está em desenvolvimento e a exposição é maior (brincadeiras no chão, pelúcias, objetos na boca). Reforce limpeza e ventilação dos quartos.

    3. Como diferenciar alergia de resfriado?

    Resfriado (vírus) dura 7–10 dias e pode ter febre/secreção amarelada. Alergia pode durar semanas/meses, com coriza clara, espirros em salva, coceira e sem febre.

    4. Qual aspirador é melhor?

    Com HEPA (retém até 99,97% das partículas < 0,3 μm). Aspiradores comuns podem devolver partículas finas ao ar e piorar sintomas.

    5. Existe cura definitiva?

    Não para a predisposição genética, mas é possível controlar muito bem os sintomas com medidas ambientais, medicamentos e, em alguns casos, imunoterapia.

    6. Como manter os sintomas sob controle?

    • Ventile a casa diariamente;
    • Aspire 2x/semana com HEPA e passe pano úmido;
    • Controle a umidade (desumidificadores quando preciso);
    • Lave roupa de cama semanalmente em água quente;
    • Use capas antiácaro e evite acumuladores de poeira;
    • Faça lavagem nasal diária com soro fisiológico.

    7. Por que piora à noite?

    Colchões, travesseiros e roupas de cama concentram ácaros; o contato prolongado durante o sono intensifica espirros, obstrução e tosse.

    8. Máscara ajuda em ambientes empoeirados?

    Sim. Máscaras com filtro (PFF2/N95) reduzem a inalação de poeira/ácaros durante faxinas, mudanças e locais com muita poeira ou poluição.

    Leia mais: Vacina para alergia: entenda como funciona a imunoterapia

  • Exercícios para fortalecer a coluna: o guia completo para proteger sua postura e prevenir dores 

    Exercícios para fortalecer a coluna: o guia completo para proteger sua postura e prevenir dores 

    Manter a saúde da coluna é um desafio. Longas horas sentado, má postura no trabalho e o sedentarismo contribuem para dores lombares e problemas que comprometem a qualidade de vida. A boa notícia é que a prática regular de exercícios simples pode mudar esse cenário, pois é possível fazer em casa exercícios para fortalecer a coluna.

    “Uma rotina de exercícios para fortalecer a coluna melhora a consciência corporal e a mobilidade, contribuindo para uma melhor qualidade de vida”, afirma o ortopedista Caio Gonçalves. A seguir, entenda por que fortalecer a região é importante e veja exercícios seguros para fazer em casa.

    Por que exercícios de fortalecimento para a coluna são importantes?

    Fortalecer a musculatura que envolve e sustenta a coluna é essencial para manter a postura adequada, reduzir dores e evitar lesões.

    • Estabilidade: músculos fortes dão suporte ao peso corporal e permitem movimentos seguros no dia a dia.
    • Proteção contra sobrecargas: a musculatura distribui melhor as cargas sobre vértebras, discos e articulações.
    • Prevenção de desequilíbrios: reduz risco de desvios posturais (ex.: hiperlordose) e desgastes.
    • Consciência corporal e mobilidade: favorecem autonomia e um estilo de vida mais ativo.

    Exercícios para fortalecer a coluna: simples e seguros para fazer em casa

    Não é preciso equipamento sofisticado. “Exercitar-se em casa é uma excelente alternativa para quem busca saúde da coluna, qualidade de vida e mais autonomia”, explica Caio.

    Como começar: escolha 2–3 exercícios de cada grupo (força, mobilidade/alongamento e postura), 3x por semana. Movimentos lentos e controlados. Se sentir dor aguda, pare e procure orientação.

    Fortalecimento muscular

    1. Prancha frontal
      Como fazer: apoie antebraços e pontas dos pés, corpo alinhado. Contraia o abdômen por 20–40 s.
      Objetivo: fortalecer o core (abdômen, lombar e glúteos) para proteger a coluna.
    2. Ponte (elevação de quadril)
      Como fazer: deite de costas, joelhos flexionados e pés no chão. Eleve o quadril até alinhar ombros–quadris–joelhos. 10–15 repetições.
      Objetivo: trabalhar glúteos e lombar, estabilizando a pelve.
    3. Superman
      Como fazer: de bruços, eleve braços e pernas por 3–5 s. 8–12 repetições.
      Objetivo: ativar a cadeia posterior e fortalecer a região lombar.

    Alongamento e mobilidade

    1. Gato e Camelo (Cat–Cow)
      Como fazer: em quatro apoios, alterne arqueamento e extensão suave da coluna. 10 repetições.
      Objetivo: mobilizar a coluna e reduzir rigidez.
    2. Rotações de tronco deitado
      Como fazer: de costas, joelhos dobrados; leve-os para um lado e gire o rosto para o outro. Segure 20–30 s e troque.
      Objetivo: relaxar a lombar e melhorar a flexibilidade.
    3. Alongamento isquiotibial
      Como fazer: sentado ou em pé, leve as mãos aos pés com leve flexão dos joelhos. Segure 20–30 s.
      Objetivo: alongar posterior de coxas e aliviar tensão lombar.

    Exercícios de postura e consciência corporal

    1. Sentar na ponta da cadeira
      Como fazer: sente-se na borda, pés no chão, coluna ereta e abdômen ativo por 1–2 min.
      Objetivo: treinar postura e ativar o core.
    2. Respiração diafragmática
      Como fazer: deite-se, uma mão no peito e outra na barriga. Inspire pelo nariz expandindo o abdômen; expire lentamente.
      Objetivo: relaxar, melhorar estabilidade e consciência corporal.

    Atenção: quem tem histórico de dor crônica ou lesões deve adaptar os exercícios e, se possível, iniciar com supervisão.

    Diferença entre exercícios de força e alongamento

    São complementares: força aumenta estabilidade e proteção articular; alongamento amplia flexibilidade e reduz tensões. O equilíbrio entre ambos evita rigidez (muita força sem mobilidade) e instabilidade (muita flexibilidade sem força).

    Confira: Como manter a postura correta no trabalho? Veja dicas práticas

    Cuidados para quem tem histórico de lesões

    • Evite movimentos bruscos e grandes amplitudes.
    • Não force exercícios que provoquem dor aguda.
    • Comece leve e evolua gradualmente.
    • Priorize exercícios posturais e respiratórios.
    • Mantenha acompanhamento com ortopedista ou fisioterapeuta.

    Contraindicações: quando não fazer certos exercícios

    Em casos de hérnias avançadas, estenose ou osteoporose grave, evite cargas excessivas, impactos e flexões/rotações bruscas da coluna. Gestantes, idosos e pessoas em reabilitação devem adaptar movimentos com orientação profissional. Dor intensa é sinal para parar.

    Pilates e ioga também podem ajudar?

    • Pilates: fortalece o core, melhora estabilidade e postura.
    • Ioga: combina força, flexibilidade, respiração e relaxamento.

    Ambas reduzem dores e tensões; adapte as práticas se houver histórico de lesões.

    Perguntas frequentes sobre exercícios para fortalecer a coluna

    1. Por que devo fortalecer a musculatura da coluna?

    Para garantir postura correta, prevenir dores e lesões, distribuir melhor o peso corporal e aumentar a estabilidade nos movimentos diários.

    2. Exercícios simples em casa funcionam mesmo?

    Sim. Com poucos minutos e sem equipamentos é possível fortalecer, alongar e melhorar a mobilidade da coluna.

    3. Qual a diferença entre exercícios de força e alongamento?

    Força dá estabilidade e protege a coluna; alongamento amplia flexibilidade e alivia tensões. São complementares.

    4. Tenho hérnia ou dor crônica. Posso treinar?

    Sim, mas com orientação profissional, evitando sobrecargas e respeitando os limites do corpo.

    5. Pilates e ioga ajudam a coluna?

    Sim. O pilates fortalece o core e melhora a postura; a ioga trabalha força, flexibilidade e relaxamento.

    Leia mais: Alongamentos simples para aliviar dores musculares: veja quando e como praticar

  • Intolerância à lactose: o que comer no dia a dia? 

    Intolerância à lactose: o que comer no dia a dia? 

    Você sabe o que é intolerância à lactose? A condição é caracterizada pela dificuldade parcial ou total do organismo em digerir a lactose, o açúcar natural do leite. Como consequência, podem surgir sintomas desconfortáveis após o consumo de leite e derivados, como gases, dores abdominais, diarreia e náuseas.

    Dependendo do caso, a intensidade pode variar: algumas pessoas conseguem consumir pequenas quantidades de queijos curados ou iogurtes, enquanto outras precisam cortar completamente a lactose da dieta.

    Por isso, é fundamental entender o seu nível de tolerância e buscar alternativas seguras no dia a dia, para manter um cardápio equilibrado e saudável. Entenda mais a seguir!

    O que é intolerância à lactose?

    A intolerância à lactose é a dificuldade parcial ou total do organismo em digerir a lactose. Isso acontece porque a enzima lactase, responsável por quebrar esse açúcar, está em menor quantidade no intestino de quem convive com a condição.

    Sem lactase suficiente, a lactose não é digerida corretamente e acaba fermentando no intestino, causando sintomas como:

    • Gases e inchaço abdominal;
    • Cólicas e dor abdominal;
    • Diarreia;
    • Náusea e mal-estar.

    Qual a diferença entre intolerância à lactose e alergia ao leite?

    A intolerância à lactose não é a mesma coisa que a alergia ao leite. Na alergia, há uma reação do sistema imunológico às proteínas do leite, gerando sintomas imediatos (como urticária e falta de ar) ou tardios (como problemas gastrointestinais). Já na intolerância, não há envolvimento do sistema imunológico, mas sim dificuldade de digerir a lactose pela baixa produção da lactase.

    Na prática:

    • Alergia ao leite: deve-se evitar totalmente leite e derivados.
    • Intolerância à lactose: é preciso apenas restringir a lactose. Produtos sem lactose ou com a enzima lactase adicionada podem ser consumidos.

    O que não comer na intolerância à lactose?

    Nem sempre é necessário cortar todos os derivados. Tudo depende do nível individual de tolerância. Porém, alguns alimentos devem ser evitados:

    • Leite integral, desnatado ou em pó;
    • Iogurtes tradicionais;
    • Queijos frescos, como minas padrão e requeijão;
    • Manteiga e creme de leite;
    • Sorvetes feitos com leite;
    • Molhos e cremes prontos com leite em pó ou soro;
    • Produtos de confeitaria (bolos, biscoitos, chocolates ao leite);
    • Pães industrializados que contenham leite.

    Cardápio para intolerância à lactose

    Café da manhã

    • Leite ou iogurte sem lactose;
    • Queijos frescos (minas frescal, ricota) ou queijos com lactase adicionada;
    • Iogurtes vegetais e bebidas de amêndoas, aveia, coco ou castanhas;
    • Receitas adaptadas, como panquecas, tapiocas, bolos e smoothies.

    Almoço e jantar

    As refeições principais podem ser mantidas, apenas adaptando preparações que levem creme de leite. Exemplos:

    • Arroz integral e feijão;
    • Frango grelhado;
    • Salada de folhas com azeite;
    • Brócolis refogado;
    • Sopa de legumes;
    • Pães e saladas variadas.

    Lanches

    • Frutas com castanhas;
    • Iogurte vegetal com granola;
    • Smoothie de frutas com bebida vegetal;
    • Pão integral com homus ou guacamole;
    • Biscoitos integrais ou cookies caseiros;
    • Barras de cereal sem lactose;
    • Tapioca com queijo sem lactose ou pasta de amendoim;
    • Mix de castanhas e frutas secas.

    Lactose pode trazer benefícios?

    Para quem não tem intolerância, sim. A lactose pode ajudar na digestão e absorção de cálcio. Cortá-la sem necessidade pode reduzir a produção de lactase e até gerar intolerância transitória. O ideal é restringir apenas quando houver sintomas, sempre com orientação médica ou nutricional.

    Confira: Proteína para ganhar massa muscular: veja quanto você precisa por dia

    Fontes de cálcio além dos laticínios

    • Bebidas vegetais enriquecidas com cálcio (soja, aveia, coco, castanha);
    • Sementes de gergelim e tahine;
    • Verduras verde-escuras (couve, brócolis, espinafre);
    • Leguminosas (feijão, grão-de-bico, lentilha);
    • Oleaginosas (amêndoas, castanhas).

    Dieta sem lactose emagrece?

    Não há evidências de que retirar lactose por si só cause emagrecimento. A perda de peso pode ocorrer indiretamente, ao cortar alimentos calóricos que contêm lactose. Versões magras de laticínios, inclusive, podem ajudar na saciedade e na perda de peso dentro de uma dieta equilibrada.

    Perguntas frequentes sobre intolerância à lactose

    1. Quais os sintomas?

    Dor abdominal, gases, inchaço, diarreia, náusea e mal-estar, geralmente entre 30 minutos e 2 horas após o consumo.

    2. Como saber se tenho intolerância?

    O diagnóstico é feito por avaliação médica, baseado nos sintomas. Existem testes específicos (teste de tolerância à lactose, teste genético), mas a confirmação depende da relação entre ingestão e sintomas.

    3. Pode surgir em qualquer idade?

    Sim. Costuma aparecer na adolescência ou vida adulta, mas também pode ser secundária a outras doenças. Em casos raros, existe a intolerância congênita, presente desde o nascimento.

    4. Tem cura?

    Não há cura definitiva. A forma secundária pode ser revertida quando a doença de base é tratada. Já a forma genética persiste, mas pode ser controlada com ajustes na dieta.

    5. Quem tem intolerância pode comer chocolate?

    O chocolate ao leite contém lactose. Já os meio amargos ou amargos têm menos e podem ser tolerados. Existem também chocolates sem lactose no mercado.

    6. Posso tomar café com leite?

    Sim, desde que seja usado leite sem lactose ou bebida vegetal. Algumas pessoas toleram pequenas quantidades de leite comum.

    7. O que acontece se continuar consumindo lactose?

    Pode haver sintomas como dor, gases e diarreia, mas não há lesões permanentes no intestino. O principal impacto é a queda na qualidade de vida.

    Leia mais: Lanches práticos para levar para a academia: saiba como escolher os melhores

  • Ecocardiograma na gestação: por que é essencial para cuidar do coração da mãe e do bebê 

    Ecocardiograma na gestação: por que é essencial para cuidar do coração da mãe e do bebê 

    A gravidez é um momento de intensas transformações no corpo da mulher e de grande expectativa para a chegada do bebê. Nesse período, cada exame de pré-natal é essencial para garantir que a gestação siga saudável. Entre eles, o ecocardiograma na gestação ganhou destaque, pois permite avaliar tanto o coração da mãe quanto o do bebê em formação.

    Indolor, seguro e feito por ultrassom, o exame ajuda a identificar alterações cardíacas precocemente, contribuindo para a prevenção de complicações e a escolha do tratamento mais adequado quando necessário.

    O que é o ecocardiograma?

    O ecocardiograma é um exame de imagem que utiliza ondas de ultrassom para mostrar o coração em tempo real. Ele não usa radiação, é indolor e totalmente seguro durante a gestação.

    Com ele, é possível avaliar o tamanho do coração, o movimento das válvulas, a força de bombeamento e o fluxo de sangue. Na gravidez, os principais tipos são:

    • Ecocardiograma transtorácico: feito colocando o aparelho sobre o peito da mãe, avaliando seu coração.
    • Ecocardiograma fetal: semelhante ao ultrassom de rotina, em que um gel é aplicado no abdome da gestante e o transdutor gera imagens detalhadas do coração do bebê.

    Leia também: Gravidez e coração: o que muda e quais são os riscos

    Por que o ecocardiograma na gestação é importante?

    Para a mãe

    Durante a gestação, o coração da mulher trabalha mais, já que precisa bombear sangue para ela e para o bebê. O exame pode ser indicado em casos de:

    • Doença cardíaca já conhecida;
    • Sintomas como falta de ar, palpitações ou inchaço excessivo;
    • Histórico de pressão alta ou sopros no coração.

    O exame avalia válvulas, força do músculo cardíaco e circulação sanguínea, permitindo detectar alterações precocemente e orientar o tratamento adequado.

    Para o bebê

    O coração do bebê começa a se formar muito cedo e passa por várias etapas até estar completo. O ecocardiograma fetal ajuda a identificar malformações antes do nascimento, sendo recomendado especialmente em situações como:

    • Alterações suspeitas nos ultrassons de rotina;
    • Histórico familiar de cardiopatias congênitas;
    • Gestantes com diabetes, pressão alta, lúpus ou uso de certos medicamentos;
    • Gravidez de risco ou idade materna avançada;
    • Infecções virais durante a gestação, como rubéola.

    O exame pode ser feito a partir da 18ª semana, mas as melhores imagens costumam ser obtidas entre a 24ª e a 28ª semana.

    Como é feito o ecocardiograma na gestação?

    O procedimento é simples e semelhante ao ultrassom do pré-natal. A mãe permanece deitada, um gel é aplicado no abdome e o transdutor capta imagens em tempo real do coração do bebê.

    Não há necessidade de jejum e não existem riscos para a mãe ou o bebê.

    Confira: Bronquiolite em bebês: sintomas e quando procurar o médico

    Prevenção e cuidados gerais

    O ecocardiograma é uma parte do pré-natal que pode fazer diferença quando solicitado no momento certo. Algumas orientações incluem:

    • Manter o pré-natal em dia;
    • Relatar sintomas novos, como dor no peito, palpitações ou falta de ar;
    • Realizar todos os exames solicitados;
    • Seguir o tratamento indicado pelo médico para proteger mãe e bebê.

    Perguntas frequentes sobre ecocardiograma na gestação

    1. O ecocardiograma é seguro durante a gravidez?

    Sim. O exame é feito com ultrassom, não utiliza radiação e não traz riscos para a mãe nem para o bebê.

    2. Qual a diferença entre ecocardiograma fetal e transtorácico?

    O transtorácico avalia o coração da mãe, enquanto o fetal analisa o coração do bebê em formação.

    3. Quando o ecocardiograma fetal deve ser feito?

    Pode ser realizado a partir da 18ª semana, mas a janela ideal é entre a 24ª e a 28ª semana, quando as imagens são mais nítidas.

    4. Toda gestante precisa fazer ecocardiograma?

    Não necessariamente. Ele pode ser indicado para todas, mas é especialmente importante em casos de risco, como doenças cardíacas maternas ou suspeita de malformação no bebê.

    5. Preciso de algum preparo para o exame?

    Não. O ecocardiograma não exige jejum nem cuidados prévios.

    Leia também: Diabetes gestacional: o que é, sintomas, o que causa e como evitar

  • Primeiros socorros em emergências cardíacas: o que realmente salva vidas 

    Primeiros socorros em emergências cardíacas: o que realmente salva vidas 

    Dor no peito, falta de ar, palpitações, desmaios ou até uma parada cardíaca. Situações como essas assustam — e com razão. As emergências cardíacas são graves e podem colocar a vida em risco em poucos minutos. Por isso, saber os primeiros socorros em emergências cardíacas até a chegada do socorro especializado é fundamental.

    A cardiologista Juliana Soares, do Hospital Albert Einstein, reforça que, independentemente da situação, o essencial é agir com rapidez e manter a calma.

    Infarto: como reconhecer e agir

    O infarto agudo do miocárdio acontece quando uma artéria do coração fica entupida e impede o fluxo de sangue para o músculo cardíaco. É uma emergência que requer atendimento imediato.

    Principais sintomas do infarto:

    • Dor no peito, que pode irradiar para costas, pescoço ou braço;
    • Falta de ar;
    • Náuseas;
    • Suor frio;
    • Tontura.

    O que fazer em caso de infarto:

    • Ligue imediatamente para o SAMU (192) e informe sintomas e localização;
    • Mantenha a pessoa calma, sentada ou deitada;
    • Afrouxe roupas apertadas;
    • Não ofereça água ou alimentos;
    • Pergunte sobre uso de medicamentos. Se o SAMU orientar, dê um comprimido de AAS 100 mg para mastigar.

    Desmaios: primeiros socorros

    Os desmaios (síncopes) podem ter diversas causas, incluindo alterações cardíacas.

    • Coloque a pessoa deitada de costas, em local seguro;
    • Levante as pernas para favorecer o fluxo de sangue para o cérebro;
    • Afrouxe as roupas e proteja a cabeça;
    • Verifique se está respirando;
    • Chame ajuda médica.

    Se o desmaio estiver associado a dor no peito, falta de ar ou palpitações, a situação é considerada uma emergência.

    Leia mais: 5 coisas para fazer hoje e proteger o coração contra o infarto

    Palpitações: quando se tornam urgência

    As palpitações — aquela sensação de batimentos rápidos ou irregulares — podem assustar, mas nem sempre são graves.

    • Ajude a pessoa a se sentar ou deitar;
    • Mantenha a calma;
    • Se houver sintomas associados (dor no peito, falta de ar, tontura ou suor excessivo), chame o SAMU imediatamente.

    Parada cardíaca: cada minuto conta

    A parada cardíaca é a situação mais grave: o coração para de bater, a pessoa fica inconsciente e não respira ou apresenta respiração agônica.

    • Ligue imediatamente para o SAMU (192);
    • Deite a pessoa de barriga para cima, em superfície dura;
    • Inicie massagem cardíaca:
      • Posicione as mãos no centro do tórax;
      • Entrelace os dedos;
      • Faça compressões rápidas e firmes, de 100 a 120 por minuto;
      • Continue até a chegada do socorro;
      • Se possível, reveze a cada 2 minutos para não perder força.
    • Se houver desfibrilador externo automático (DEA), use-o conforme instruções.

    “Saber o que fazer nestes minutos iniciais pode fazer a diferença entre a vida e a morte”, reforça a cardiologista.

    Confira: Drogas e coração: os riscos reais que você precisa conhecer

    Perguntas frequentes sobre primeiros socorros em emergências cardíacas

    1. Qual a primeira coisa a fazer diante de um infarto?

    Ligar para o SAMU (192) imediatamente. Nunca tente dirigir até o hospital por conta própria.

    2. Posso dar água ou alimento a alguém com dor no peito?

    Não. A pessoa deve permanecer em repouso, sem ingerir nada, até avaliação médica.

    3. Quando devo suspeitar que uma palpitação é grave?

    Se vier acompanhada de dor no peito, falta de ar, tontura ou suor frio, é uma emergência.

    4. Como saber se é desmaio simples ou parada cardíaca?

    No desmaio, a pessoa retoma a consciência em segundos ou minutos. Na parada, ela permanece inconsciente, não respira e não responde a estímulos.

    5. E se eu não souber fazer massagem cardíaca?

    Mesmo sem treinamento, pressione com força e ritmo no centro do peito até o SAMU chegar. Isso aumenta muito as chances de sobrevivência.

    Veja também: Saiba quando os batimentos acelerados estão relacionados a uma arritmia cardíaca

  • Infarto ou angina? Saiba quais são os principais sinais e fique atento 

    Infarto ou angina? Saiba quais são os principais sinais e fique atento 

    A dor no peito é sempre um sinal de alerta. Entre as causas mais conhecidas estão a angina e o infarto agudo do miocárdio. Embora possam parecer semelhantes, não são a mesma coisa. Saber diferenciar se é infarto ou angina é essencial para procurar ajuda rapidamente.

    Ambas fazem parte da doença arterial coronariana, relacionadas à isquemia miocárdica (redução do fluxo de sangue e oxigênio ao coração). Mas existem diferenças fundamentais em como surgem, são diagnosticadas e tratadas.

    O que é angina e como ela acontece

    A angina é caracterizada por dor ou aperto no peito causado por um desequilíbrio transitório entre a oferta e a demanda de oxigênio ao coração. É um quadro geralmente passageiro, que não causa aumento nos marcadores de lesão cardíaca (como a troponina).

    Tipos de angina

    • Angina estável: aparece durante esforço físico (subir escadas, caminhar rápido) ou estresse emocional. Melhora com repouso ou medicação.
    • Angina instável: pode surgir em repouso, é mais imprevisível e representa risco elevado de evoluir para infarto.

    Sintomas mais comuns da angina

    • Aperto ou pressão no peito;
    • Dor que pode irradiar para braço, mandíbula, pescoço ou costas;
    • Alívio dos sintomas com repouso ou uso de remédios prescritos.

    Confira: Saiba quando os batimentos acelerados estão relacionados a uma arritmia cardíaca

    O que é infarto

    O infarto acontece quando a isquemia é tão intensa e prolongada que causa morte das células do coração. Geralmente ocorre por obstrução súbita de uma artéria coronária por trombo, após ruptura de uma placa de gordura.

    O diagnóstico é confirmado por sintomas de isquemia + aumento de biomarcadores cardíacos (como troponina) e, muitas vezes, alterações no eletrocardiograma (ECG).

    Sintomas típicos do infarto

    • Dor forte no peito que dura mais de 20 minutos;
    • Dor que não melhora com repouso ou medicação;
    • Podem aparecer suor frio, falta de ar, náusea, tontura ou sensação de fraqueza intensa.

    Diferença entre angina e infarto

    • Angina: dor mais leve e curta, que melhora com repouso.
    • Infarto: dor intensa, prolongada e que não passa.

    Quando procurar atendimento? Sempre que houver dor forte no peito, diferente do habitual ou sem melhora com repouso, procure ajuda médica imediatamente.

    Exames e diagnóstico

    • Angina: pode ser investigada com teste ergométrico, ecocardiograma ou exames de imagem. Avaliação geralmente feita em consultório.
    • Infarto: exige diagnóstico de urgência, com eletrocardiograma e exames de sangue para confirmar lesão cardíaca.

    Tratamento da angina

    O tratamento se baseia em três pilares:

    • Mudança de hábitos: parar de fumar, controlar pressão, diabetes e colesterol, praticar exercícios, manter peso saudável.
    • Medicamentos: nitratos para crises, betabloqueadores, aspirina, estatinas e outros para prevenir complicações.
    • Procedimentos: angioplastia com stent ou cirurgia de revascularização, indicados quando os sintomas persistem ou o risco é maior.

    Tratamento do infarto

    O infarto é uma emergência médica. O objetivo é desobstruir a artéria o quanto antes, para salvar o músculo cardíaco:

    • Angioplastia: idealmente em até 90 minutos após a chegada ao hospital.
    • Trombólise: uso de medicamentos que dissolvem o coágulo, indicada quando não há acesso imediato à angioplastia.

    Saiba mais: Infarto em mulheres: sintomas silenciosos para ficar atenta

    Fatores de risco e prevenção

    O que aumenta o risco

    • Pressão alta, colesterol elevado, diabetes;
    • Tabagismo;
    • Sedentarismo e obesidade;
    • Histórico familiar de doenças cardíacas.

    O que fazer para prevenir

    • Praticar atividade física regularmente;
    • Ter uma alimentação equilibrada;
    • Controlar pressão, glicemia e colesterol;
    • Evitar o cigarro;
    • Realizar consultas médicas de rotina.

    Em resumo: a angina é um alerta de que há falta de oxigênio no coração, mas sem morte celular. Já o infarto é a consequência mais grave, em que ocorre necrose do tecido cardíaco. Reconhecer os sinais e buscar ajuda imediata pode salvar vidas.

    Perguntas frequentes sobre angina e infarto

    1. Como saber se a dor no peito é infarto ou angina?

    A angina geralmente é mais leve, dura poucos minutos e melhora com repouso ou medicação. Já o infarto causa dor forte, prolongada, que não melhora com descanso e pode vir acompanhada de suor frio, falta de ar, náusea ou tontura.

    2. Angina pode virar infarto?

    Sim. A angina instável pode evoluir para um infarto, já que indica que o coração não está recebendo sangue de forma adequada.

    3. Existe exame específico para diferenciar angina e infarto?

    Sim. Na angina, os médicos podem solicitar testes de esforço, ecocardiograma ou exames de imagem. No infarto, o diagnóstico é feito com eletrocardiograma e exames de sangue que detectam lesão no coração, como a troponina.

    4. Quais são os sinais de alerta que exigem ajuda médica imediata?

    Dor intensa no peito ou diferente do habitual, que não melhora com repouso, especialmente se acompanhada de falta de ar, suor frio, náusea ou desmaio, deve levar a uma busca imediata por atendimento médico.

    5. Quais hábitos ajudam a prevenir infarto ou angina?

    Praticar exercícios regularmente, manter uma alimentação equilibrada, controlar pressão arterial, glicemia e colesterol, não fumar e realizar acompanhamento médico frequente são medidas fundamentais para reduzir os riscos.

    6. Quem já teve infarto pode ter angina depois?

    Sim. Muitas pessoas que já tiveram infarto podem apresentar angina, indicando que ainda há obstrução nas artérias do coração. Por isso, o acompanhamento médico é essencial.

    Leia mais: 5 coisas para fazer hoje e proteger o coração contra o infarto

  • Autismo em adultos: sinais que você pode não saber e quando buscar diagnóstico 

    Autismo em adultos: sinais que você pode não saber e quando buscar diagnóstico 

    O Transtorno do Espectro Autista (TEA) costuma ser associado à infância, mas ele não desaparece com o tempo. Muitas pessoas só identificam características autísticas na vida adulta, porque os sinais foram sutis ou confundidos com timidez, introversão ou “manias”.

    A neurologista Paula Dieckmann explica: “O autismo é uma condição do neurodesenvolvimento, o que significa que está presente desde a infância, mesmo que não tenha sido identificado nessa época”.

    Em outras palavras, o cérebro da pessoa autista funciona de forma característica desde cedo. Vamos entender!

    O autismo em adultos sem diagnóstico precoce

    Quando o diagnóstico não acontece na infância, geralmente é porque os sinais eram discretos. Muitos adultos aprenderam a “camuflar” comportamentos ou criar estratégias de compensação.

    Segundo Paula: “Podem ter desenvolvido roteiros de conversação, imitado comportamentos de pessoas sociáveis ou evitado eventos difíceis. O autismo estava presente, mas foi invisibilizado”.

    Isso traz sofrimento e sensação de “não pertencimento”. Alguns relatam desde cedo dificuldades em fazer amigos, incômodo exagerado com estímulos sensoriais, apego a rotinas ou interesses muito específicos.

    Leia também: ‘Acordava com a sensação de que não conseguia respirar’: o relato de quem convive com ansiedade

    Sinais de autismo em adultos

    Alguns sinais passam despercebidos porque se confundem com características de personalidade. Entre os mais comuns estão:

    • Dificuldade em entender ironias, sarcasmo e entrelinhas sociais;
    • Preferência por rotinas rígidas e ansiedade com mudanças;
    • Hiperfoco em interesses específicos, que podem parecer apenas hobbies intensos;
    • Cansaço após interações sociais;
    • Sensibilidade a luzes, sons ou texturas;
    • Dificuldade em manter conversas longas;
    • Sensação constante de “não pertencer”.

    “Essas manifestações podem não ser óbvias para os outros, mas são muito significativas para a própria pessoa”, reforça a médica.

    Autismo, introversão e timidez: como diferenciar

    Muitos acreditam ser apenas tímidos ou introvertidos, mas existem diferenças claras:

    • Introversão: preferência por menos estímulo social, mas entendimento das regras sociais.
    • Timidez: desejo de interagir, mas com ansiedade em iniciar contatos.
    • Autismo: diferenças qualitativas na socialização, dificuldades em decodificar sinais sociais, interesses restritos, padrões repetitivos e sensibilidades sensoriais.

    Paula exemplifica: “Um introvertido percebe que o outro está entediado, mas continua falando. Já um autista pode não perceber esse sinal. A pessoa tímida quer se enturmar, mas fica nervosa. O autista, muitas vezes, não sabe como se enturmar ou não vê sentido em certas convenções”.

    Veja mais: Crise de ansiedade: o que fazer e como controlar os sintomas

    Diagnóstico de autismo na vida adulta

    O diagnóstico em adultos é cada vez mais comum, muitas vezes após episódios de esgotamento ou pela percepção de um padrão de dificuldades ao longo da vida.

    O processo inclui entrevistas clínicas detalhadas, análise de histórico desde a infância, aplicação de questionários como o Autism Quotient (AQ) e o SRS-2, e, sempre que possível, a participação de familiares. O médico deve diferenciar o TEA de outras condições, como ansiedade, depressão ou TDAH.

    “Às vezes, testes neuropsicológicos aprofundados são solicitados, avaliando habilidades cognitivas e de comunicação. Mesmo na vida adulta, o diagnóstico traz autoconhecimento, reduz culpa e melhora a autoestima”, diz Paula.

    Tratamentos de autismo e terapias para adultos

    Não existe cura para o autismo, mas há apoios eficazes para promover autonomia e qualidade de vida. Entre eles:

    • Psicoterapia adaptada: especialmente Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), voltada para habilidades sociais e manejo da ansiedade.
    • Terapia ocupacional: ajuda na organização prática e na adaptação sensorial.
    • Grupos de habilidades sociais: para treinar conversas e interações.
    • Medicação: apenas para condições associadas, como depressão, ansiedade ou TDAH.
    • Psicoeducação: acesso a grupos de apoio e troca com autistas adultos.
    • Hábitos saudáveis: sono, alimentação equilibrada e atividade física regular.

    “A saúde física impacta diretamente a saúde mental. Dormir bem, se exercitar e manter alimentação equilibrada também beneficiam pessoas autistas”, reforça a médica.

    Perguntas e respostas sobre autismo em adultos

    1. O autismo pode surgir na vida adulta?

    Não. Ele está presente desde a infância, mas pode ser diagnosticado tardiamente.

    2. Quais os sinais mais comuns em adultos?

    Dificuldade em compreender sinais sociais sutis, preferência por rotinas, hiperfoco, fadiga após interações, sensibilidade sensorial e sensação de não pertencimento.

    3. Como diferenciar autismo de timidez ou introversão?

    Timidez e introversão envolvem preferência ou ansiedade, mas preservam o entendimento social. No autismo, há dificuldade em decodificar interações e presença de padrões repetitivos e sensibilidades.

    4. Como é feito o diagnóstico?

    Com entrevistas clínicas, questionários padronizados (AQ, SRS-2), análise de histórico desde a infância e diferenciação de outras condições.

    5. O diagnóstico tardio traz benefícios?

    Sim. Ele promove autoconhecimento, melhora autoestima, facilita acesso a terapias e adaptações no trabalho e amplia redes de apoio.

    6. Existe cura?

    Não. O autismo não tem cura, mas terapias e estratégias ajudam a melhorar autonomia e bem-estar.

    7. Medicamentos fazem parte do tratamento?

    Não há remédios específicos para o TEA, mas eles podem ser usados para tratar condições associadas, como depressão, ansiedade ou TDAH.

    Leia também: Psicoterapia: entenda quando é hora de começar

    Este conteúdo é informativo e não substitui avaliação médica. Para diagnóstico ou tratamento do TEA, procure acompanhamento especializado.

  • TDAH em adultos: saiba mais sobre os sintomas e como descobrir se você tem 

    TDAH em adultos: saiba mais sobre os sintomas e como descobrir se você tem 

    O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é geralmente lembrado como um diagnóstico da infância, mas o TDAH em adultos também é comum. Muitos convivem com sintomas sem saber, o que afeta trabalho, relacionamentos e qualidade de vida.

    A neurologista Paula Dieckmann explica: “Trata-se de um transtorno neurobiológico, que se inicia na infância e pode persistir na vida adulta”.

    A seguir, veja como o TDAH se manifesta em adultos, como é diagnosticado e quais tratamentos e estratégias ajudam a lidar com os sintomas.

    O que é o TDAH na vida adulta

    Nos adultos, o TDAH se apresenta de forma diferente da infância. Em vez de hiperatividade física, predomina uma inquietação interna, descrita como a sensação de “não conseguir desligar a mente”.

    Segundo Paula: “No adulto, o TDAH se manifesta principalmente por dificuldades persistentes de atenção, concentração e controle de impulsos. Muitas vezes a agitação é interna, mesmo sem movimentos físicos evidentes”.

    Isso interfere na organização pessoal, na capacidade de manter foco em tarefas prolongadas e na memória de compromissos.

    Principais sintomas de TDAH em adultos

    Os sintomas se agrupam em três eixos: desatenção, impulsividade e hiperatividade interna. Entre eles:

    • Desatenção: distração fácil, esquecimento frequente, dificuldade em concluir projetos, procrastinação.
    • Impulsividade: decisões precipitadas, compras por impulso, falar sem filtrar, mudanças de planos repentinas.
    • Hiperatividade interna: inquietude constante, balançar pernas, roer unhas, mexer no cabelo.

    “Mudanças de humor, irritabilidade ou ansiedade podem ocorrer quando a pessoa se sente sobrecarregada. É a persistência do conjunto de sinais, e não sintomas isolados, que caracteriza o transtorno”, reforça a neurologista.

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    Como é feito o diagnóstico de TDAH em adultos

    O diagnóstico é clínico — não há exame de sangue ou imagem que confirme a condição. O processo envolve:

    • Entrevista clínica detalhada (sintomas atuais e histórico desde a infância).
    • Exclusão de outras condições (ansiedade, depressão, distúrbios de sono, alterações da tireoide).
    • Questionários padronizados para mapear frequência e intensidade dos sintomas.
    • Conversa com familiares ou pessoas próximas (com consentimento).

    “O diagnóstico é feito pela conversa e observação clínica, aplicando critérios formais e descartando outras doenças”, resume Paula.

    Impacto do TDAH no trabalho e nos relacionamentos

    No trabalho, o desempenho pode ser inconsistente: picos de alta produtividade em tarefas estimulantes seguidos de quedas de concentração em atividades repetitivas.

    Nos relacionamentos, a impulsividade pode gerar discussões, e a desatenção pode ser interpretada como falta de interesse. Pesquisas mostram maior taxa de conflitos conjugais e divórcios entre pessoas com TDAH, mas o tratamento adequado reduz esses impactos.

    Tratamento de TDAH: abordagem multidisciplinar

    O tratamento combina estratégias médicas e comportamentais. As principais incluem:

    • Medicação: estimulantes (metilfenidato, lisdexanfetamina) e não estimulantes (atomoxetina, antidepressivos específicos).
    • Terapia: especialmente Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC), que ensina técnicas de organização, gestão de tempo e autoestima.
    • Educação e suporte: grupos de apoio e orientação familiar.
    • Estilo de vida saudável: sono adequado, exercícios físicos e alimentação equilibrada.

    “A escolha depende da intensidade dos sintomas, das atividades do paciente e até do acesso a tratamentos. Casos leves podem ser controlados apenas com terapia e mudanças de rotina. Já quadros mais intensos podem se beneficiar da combinação com medicação”, explica Paula.

    Hábitos e estratégias que ajudam no dia a dia

    Além do tratamento formal, rotinas práticas trazem ganhos significativos. Algumas recomendações:

    • Estabelecer rotina fixa (horários regulares para acordar, trabalhar, dormir).
    • Usar ferramentas de organização (agendas, aplicativos, lembretes).
    • Quebrar tarefas grandes em partes menores.
    • Reduzir distrações no ambiente de estudo ou trabalho.
    • Manter hábitos saudáveis: sono regular, exercícios, alimentação equilibrada.
    • Aplicar técnicas de gestão do tempo (ex.: método Pomodoro).

    No trabalho, vale conversar com colegas ou gestores de confiança para estabelecer prazos claros e lembretes. Em casa, dividir responsabilidades e pedir apoio em lembretes também pode ajudar.

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    Perguntas e respostas sobre TDAH em adultos

    1. O que é o TDAH em adultos?

    É um transtorno neurobiológico que afeta atenção, concentração e impulsividade, manifestando-se mais como inquietação mental do que hiperatividade física.

    2. Quais são os principais sintomas de TDAH em adultos?

    Incluem distração fácil, esquecimento, procrastinação, impulsividade e sensação constante de inquietude interna.

    3. Como é feito o diagnóstico de TDAH em adultos?

    É clínico, baseado em entrevistas, questionários e exclusão de outras condições. Deve ser feito por neurologista ou psiquiatra.

    4. O TDAH pode impactar trabalho e relacionamentos?

    Sim. No trabalho, pode gerar dificuldades com prazos e organização. Nos relacionamentos, pode causar conflitos por impulsividade ou distração.

    5. Quais são os principais tratamentos de TDAH em adultos?

    Medicação (quando indicada), terapia cognitivo-comportamental, suporte familiar e mudanças de estilo de vida.

    6. A medicação é sempre necessária?

    Não. Casos leves podem ser controlados com terapia e hábitos saudáveis. Casos intensos geralmente exigem medicação.

    7. Quais hábitos ajudam no dia a dia?

    Rotina estruturada, ferramentas de organização, divisão de tarefas, sono regular, exercícios físicos e técnicas de gestão do tempo.

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    Este conteúdo é informativo e não substitui a avaliação médica. Se houver suspeita de TDAH, procure acompanhamento especializado.