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  • Qual a relação entre varizes e dor nas pernas?

    Qual a relação entre varizes e dor nas pernas?

    A dor nas pernas é um dos incômodos mais frequentes do dia a dia, especialmente na rotina de pessoas que passam muito tempo em pé ou sentadas. Ela pode ser causada por uma série de fatores, variando desde uma sensação de peso, que aparece no fim do dia, até dores intensas que atrapalham atividades simples.

    No entanto, quando a dor vem acompanhada de sinais típicos de varizes, como inchaço, sensação de peso e veias azuladas saltadas, é um sinal de alerta de alterações na circulação venosa. As varizes, além da estética, podem trazer desconfortos significativos e até indicar complicações vasculares mais graves.

    Mas afinal, como saber quando a dor nas pernas é sinal de varizes? Para esclarecer as principais dúvidas sobre essa relação, conversamos com o cirurgião vascular Marcelo Dalio. Confira!

    Afinal, como surgem as varizes?

    As varizes aparecem quando há falhas no retorno do sangue das pernas para o coração. Enquanto as artérias enviam o sangue para todo o corpo, o caminho de volta acontece pelas veias, que dependem da contração da musculatura, principalmente da panturrilha, e de pequenas válvulas internas que direcionam o fluxo para cima.

    Quando o mecanismo não funciona de forma eficiente, o sangue se acumula nos membros inferiores, provocando inchaço, peso e cansaço. Com o tempo, a sobrecarga favorece a dilatação dos vasos e o aparecimento das varizes, como explica Marcelo.

    Qual a relação entre varizes e dor nas pernas?

    A dor causada pelas varizes costuma ser descrita como um peso ou um cansaço nas pernas. Ela aparece, na maioria das vezes, nas duas pernas e tende a piorar ao final da tarde ou no fim do dia, especialmente depois de longos períodos em pé.

    Marcelo explica que situações comuns, como passar horas em um show, numa balada ou em trabalhos que exigem permanecer em pé (como segurança, limpeza ou comércio) favorecem o aparecimento do desconforto. Mas, quando a pessoa deita e eleva os pés, os sintomas costumam melhorar — justamente porque o sangue consegue fluir com mais facilidade.

    Além da dor, outros sintomas podem estar relacionados a varizes, como:

    • Inchaço nos tornozelos e pés;
    • Sensação de calor na região das veias;
    • Coceira na pele sobre as varizes;
    • Escurecimento da pele em estágios mais avançados.

    Dor nas pernas: o que mais pode ser?

    A dor nas pernas pode ser causada por uma série de fatores, desde causas simples e temporárias até condições que exigem avaliação médica, como:

    • Esforço físico: excesso de exercícios ou ficar muito tempo em pé pode gerar dor muscular e cansaço;
    • Problemas ortopédicos: alterações nos pés, quadris ou coluna podem sobrecarregar as pernas e provocar dor;
    • Lesões musculares: distensões, câimbras ou inflamações (como tendinite) provocam dor localizada;
    • Doenças articulares: artrite e artrose afetam joelhos e quadris, irradiando dor para as pernas;
    • Compressão nervosa: hérnia de disco ou ciático inflamado podem causar uma dor que desce pela perna;
    • Condições circulatórias graves: trombose venosa profunda, por exemplo, exige atenção médica imediata;
    • Outros fatores: obesidade, gravidez, uso de salto alto constante, sedentarismo e até alguns medicamentos podem contribuir para a dor.

    Se a dor nas pernas aparece com frequência e já começa a atrapalhar o dia a dia, o recomendado é procurar atendimento médico. Apenas um especialista pode investigar a causa, pedir exames se necessário e indicar o tratamento mais adequado.

    Como identificar as varizes?

    Não é difícil identificar as varizes, já que elas costumam ser visíveis sob a pele, formando veias azuladas, arroxeadas ou esverdeadas, dilatadas e tortuosas. No entanto, nem sempre os sinais externos aparecem logo de início. Em fases mais precoces, os sintomas podem se manifestar apenas como dor, inchaço e sensação de peso.

    Alguns sinais importantes para identificar incluem:

    • Veias aparentes: salientes, dilatadas e em formato irregular;
    • Sensação de peso: especialmente no fim do dia ou após longos períodos em pé;
    • Inchaço nos tornozelos: que pode piorar com o calor;
    • Alterações na pele: manchas, escurecimento ou descamação na região das pernas;
    • Câimbras noturnas: são comuns em pessoas com insuficiência venosa.

    Vale lembrar que existem também os vasinhos, que são menores, finos e superficiais. Eles costumam causar menos dor, mas podem ser um sinal inicial de insuficiência venosa. “Começa com um vasinho, depois eles vão se multiplicando, proliferando, e aí podem surgir sintomas”, explica Marcelo.

    O diagnóstico definitivo deve ser feito por um médico angiologista ou cirurgião vascular, geralmente com o auxílio do exame de ultrassonografia Doppler, que avalia o fluxo sanguíneo e confirma a presença de refluxo venoso.

    Quando procurar atendimento médico?

    É importante procurar um angiologista ou cirurgião vascular assim que surgirem os primeiros sinais de varizes ou qualquer sintoma relacionado, como:

    • Veias salientes e tortuosas;
    • Dor ou sensação de peso nas pernas;
    • Inchaço frequente ao final do dia;
    • Cãibras noturnas;
    • Formigamento;
    • Coceira;
    • Alterações na textura da pele ou até o aparecimento de manchas escuras na região das pernas e tornozelos.

    As varizes, de acordo com Marcelo, nunca são um problema apenas estético e o ideal é não esperar o problema agravar para procurar ajuda médica. Quanto antes o tratamento for iniciado, menores as chances de complicações, como úlceras varicosas, sangramentos ou trombose venosa.

    Leia mais: Pés inchados no fim do dia podem indicar problema no coração, mas há outras causas

    Perguntas frequentes sobre varizes e dor nas pernas

    1. As varizes sempre causam dor nas pernas?

    Nem sempre. Na verdade, muitas pessoas têm varizes bem visíveis e nunca sentem dor, enquanto outras podem sentir desconforto mesmo em casos leves. A dor típica das varizes costuma ser descrita como peso, queimação ou cansaço, principalmente no fim do dia ou após ficar muito tempo em pé.

    Isso acontece porque as veias não conseguem bombear o sangue de volta ao coração de forma eficiente, causando acúmulo de sangue e aumento da pressão dentro delas.

    2. Relaxante muscular serve para dor nas pernas?

    O relaxante muscular pode aliviar a dor nas pernas se ela for causada por tensão ou espasmos musculares, como depois de muito esforço físico, má postura ou câimbras. Nesses casos, o remédio pode trazer alívio temporário, porque age diminuindo a contração involuntária dos músculos.

    Quando a dor está associada a problemas de circulação, como varizes, insuficiência venosa ou até trombose, o relaxante muscular não resolve. Na verdade, ele pode até mascarar o sintoma, atrasando o diagnóstico. Por isso, não utilize nenhum medicamento sem orientação médica.

    3. Sentir câimbras frequentes à noite pode ser sinal de varizes?

    Pode ser. As câimbras noturnas são comuns em quem tem insuficiência venosa, já que a má circulação prejudica a oxigenação dos músculos. Isso deixa a musculatura mais sensível e propensa a contrações involuntárias.

    No entanto, as câimbras também podem estar ligadas à falta de magnésio, potássio, desidratação ou uso de certos remédios. Se elas vierem acompanhadas de varizes visíveis, inchaço ou dor, vale procurar orientação de um médico.

    4. As varizes podem provocar feridas dolorosas nas pernas?

    Sim, quando a insuficiência venosa não é tratada, a pressão dentro das veias e o acúmulo de líquido nos tecidos prejudicam a oxigenação da pele. Isso pode levar à formação de úlceras varicosas, feridas abertas, dolorosas e de difícil cicatrização, geralmente localizadas nos tornozelos. Elas exigem tratamento médico especializado.

    5. Tenho varizes e dor nas pernas, posso fazer exercícios físicos?

    Sim, e é até recomendado. A prática regular de atividade física ajuda a melhorar a circulação sanguínea, fortalece a musculatura da panturrilha e reduz os sintomas de peso, dor e inchaço nas pernas.

    Atividades como caminhada, bicicleta ergométrica, pilates, yoga são algumas das mais recomendadas, porque estimulam a circulação sem sobrecarregar as veias.

    Saiba mais: Varizes: o que são e como tratar

  • Varizes: o que é, causas, tratamento e como evitar

    Varizes: o que é, causas, tratamento e como evitar

    Você sabia que as varizes não são apenas um problema estético? Na verdade, a presença de veias dilatadas e tortuosas indica alterações na circulação venosa e pode causar sintomas como dor, inchaço e até feridas em casos mais graves.

    Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular, as varizes afetam cerca de 38% da população adulta, presentes em 30% dos homens e 45% das mulheres. Isso significa que quase quatro em cada dez pessoas convivem com algum grau de insuficiência venosa, muitas vezes sem sequer saber que se trata de uma condição de saúde.

    O problema pode começar com uma sensação de peso nas pernas ao fim do dia, mas evoluir para limitações maiores se não houver acompanhamento médico. Por isso, entender como elas se desenvolvem e as maneiras de tratar é fundamental para evitar complicações e preservar a qualidade de vida.

    O que são varizes?

    As varizes são veias dilatadas e tortuosas, normalmente localizadas nas pernas, que aparecem devido a problemas na circulação do sangue de volta ao coração.

    Enquanto as artérias levam o sangue do coração para o corpo, as veias fazem o caminho de volta. Nesse retorno, o movimento acontece com a ajuda da contração da musculatura das pernas e de válvulas dentro das veias, que funcionam para manter o sangue na direção correta.

    De acordo com o cirurgião vascular Marcelo Dalio, quando essas válvulas não atuam adequadamente, o sangue tende a se acumular nas pernas, causando inchaço, sensação de peso e cansaço. Com o tempo, o processo leva à dilatação dos vasos, conhecida como varizes.

    Causas das varizes

    O surgimento das varizes resulta na combinação de predisposição genética com fatores ambientais e de estilo de vida. Entre as principais causas, é possível citar:

    • Genética: pessoas com histórico familiar têm maior risco de desenvolver varizes;
    • Idade: com o passar dos anos, as veias perdem elasticidade e as válvulas se tornam menos eficientes;
    • Gravidez: cada gestação aumenta a pressão sobre as veias e pode acelerar o aparecimento das varizes;
    • Sedentarismo: falta de atividade física reduz a ação da musculatura da panturrilha, que ajuda no retorno venoso;
    • Permanecer muito tempo em pé ou sentado: profissões como professores, seguranças e atendentes de loja favorecem a sobrecarga nas veias;
    • Sobrepeso e obesidade: o excesso de peso aumenta a pressão nas pernas, sobrecarregando as veias e dificultando o retorno do sangue ao coração, o que favorece o surgimento das varizes.

    É importante lembrar que cada pessoa reage de forma diferente: alguém com pouca predisposição genética pode desenvolver varizes por estilo de vida, enquanto outra com forte predisposição pode manifestá-las mesmo tendo hábitos saudáveis.

    Como identificar as varizes?

    Nem sempre as varizes causam sintomas além da aparência de veias salientes e tortuosas, mas em algumas pessoas, é possível observar:

    • Sensação de peso, dor ou cansaço nas pernas, principalmente no fim do dia;
    • Inchaço nos tornozelos e pés;
    • Coceira e desconforto local;
    • Câimbras e sensação de pernas inquietas;
    • Escurecimento da pele em torno das varizes em casos mais avançados.

    Segundo Marcelo, a dor típica das varizes costuma ser em peso e aparece mais no fim da tarde, após longos períodos em pé ou sentado. Quando a pessoa coloca as pernas para cima, o alívio costuma ser imediato.

    Qual a diferença entre varizes e vasos?

    É bastante comum que varizes sejam confundidas com os chamados vasinhos, mas existem diferenças significativas entre as duas condições.

    • Vasos (ou telangiectasias): são veias bem finas, visíveis na pele como linhas finas avermelhadas ou arroxeadas, e costumam ter impacto mais estético do que clínico;
    • Varizes: são veias maiores, com 4 a 5 mm de diâmetro, localizadas abaixo da pele, no tecido gorduroso. Podem causar dor, peso, inchaço e complicações.

    Segundo Marcelo, ambos fazem parte do mesmo problema: um acúmulo de sangue venoso nas pernas, e o que muda é a profundidade e o tamanho do vaso afetado.

    Apesar disso, o especialista lembra que o problema pode evoluir com o tempo. “Começa com um vasinho, depois eles vão se multiplicando, proliferando, e aí podem surgir sintomas”, explica.

    Como é feito o diagnóstico de varizes?

    O diagnóstico das varizes é clínico, de modo que o médico conversa com o paciente, avalia os sintomas e examina as pernas em pé, quando os sinais ficam mais evidentes.

    Depois, o especialista pode solicitar a realização de exames, como o ultrassom doppler venoso, que avalia o fluxo de sangue, identifica refluxos e mede o tamanho das veias. Ele é fundamental para definir se existe comprometimento de veias maiores, como a safena, e se há necessidade de tratamento cirúrgico ou procedimentos minimamente invasivos.

    Como funciona o tratamento de varizes?

    O tratamento das varizes depende do grau do problema e das queixas do paciente. Em casos mais leves, o médico pode indicar apenas medidas clínicas que ajudam a melhorar a circulação e aliviar sintomas como dor, peso e inchaço nas pernas. Elas não eliminam as varizes, mas trazem mais conforto ao dia a dia:

    • Praticar exercícios físicos (como caminhada, corrida leve, natação, bicicleta), que estimulam a musculatura da perna e favorecem o retorno venoso;
    • Elevar as pernas ao final do dia, facilitando a drenagem do sangue de volta ao coração;
    • Usar meias elásticas de compressão graduada, que apertam mais na região do tornozelo e aliviam o peso nas pernas;
    • Manter o peso saudável, reduzindo a sobrecarga sobre as veias;
    • Evitar permanecer longos períodos em pé ou sentado sem movimentar as pernas;
    • Utilizar medicamentos e cremes específicos, que podem aliviar sintomas de cansaço, inchaço e dor (mas não eliminam as varizes).

    Quando a cirurgia é necessária (e como é feita)?

    A indicação de cirurgia ou procedimento depende do contexto, de acordo com Marcelo: queixas do paciente, intensidade dos sintomas, tamanho e localização das varizes. Hoje existem técnicas modernas e variadas, que vão desde a aplicação em consultório até cirurgias minimamente invasivas.

    Para vasinhos (menos de 1 mm), o tratamento mais utilizado é a escleroterapia, que consiste na aplicação de uma substância dentro do vaso para que ele deixe de funcionar. Outra alternativa é o laser transdérmico, que atua através da pele e ajuda a eliminar os vasos mais superficiais.

    Para veias de 4–5 mm abaixo da pele, pode ser indicada a cirurgia convencional, realizada por meio de pequenos cortes para retirar a veia, ou o laser endovenoso, em que um cateter é introduzido na veia e emite energia térmica para inutilizá-la.

    Em casos mais avançados, com manchas na pele ou quando a cirurgia não é possível, pode ser feita a escleroterapia com espuma. O procedimento é realizado em consultório, com auxílio do ultrassom, e a espuma faz a veia perder a função, sendo depois absorvida pelo corpo. É uma alternativa menos invasiva, recomendada sobretudo para idosos ou pessoas com outras doenças.

    Segundo Marcelo, as técnicas não prejudicam a circulação, pois o sangue passa a ser direcionado para as veias saudáveis, melhorando o funcionamento do sistema venoso como um todo.

    É possível prevenir as varizes?

    Não é possível evitar totalmente o aparecimento das varizes, especialmente em quem tem forte predisposição genética. Mas algumas medidas ajudam a retardar e reduzir os sintomas, como:

    • Praticar atividade física regularmente;
    • Manter o peso saudável;
    • Evitar ficar longos períodos em pé ou sentado sem se movimentar;
    • Colocar as pernas para cima alguns minutos por dia;
    • Usar meias elásticas de compressão em situações de risco (longos voos, dias de trabalho em pé);
    • Evitar banhos muito quentes e exposição prolongada ao calor.

    Segundo Marcelo, o ideal é não esperar o problema agravar para procurar ajuda médica. Quanto antes o tratamento for iniciado, menores as chances de complicações, como úlceras e tromboses.

    Confira: Exercícios para fortalecer a coluna: o guia completo para proteger sua postura e prevenir dores

    Perguntas frequentes sobre varizes

    1. Qual a melhor meia de compressão para varizes?

    A melhor meia de compressão para varizes é aquela escolhida de acordo com o grau da doença, a intensidade dos sintomas e as necessidades individuais de cada paciente.

    Existem diferentes modelos, que variam tanto na altura quanto na força de compressão, e apenas um médico vascular pode indicar qual é a mais adequada para cada caso.

    2. Quem tem varizes sempre precisa operar?

    Nem sempre, pois o tratamento das varizes depende da gravidade do caso. Em situações leves, é possível controlar os sintomas com medidas clínicas, como praticar exercícios físicos regularmente, manter o peso adequado, adotar pausas para elevar as pernas ao longo do dia e usar meias elásticas de compressão.

    A cirurgia ou os procedimentos minimamente invasivos só são indicados quando as varizes causam dor intensa, complicações (como manchas na pele, úlceras ou sangramentos), ou quando o impacto estético é significativo para o paciente.

    Mesmo nesses casos, existem diferentes técnicas modernas, desde a escleroterapia até o laser endovenoso, que tornam o tratamento mais seguro e eficaz.

    3. Tenho varizes, posso usar salto alto?

    Sim, é possível usar salto alto, mas com moderação! O uso frequente de calçados altos pode dificultar o movimento natural da panturrilha, de modo que a circulação venosa fica mais lenta e os sintomas das varizes, como peso e inchaço, podem piorar.

    Por isso, quem tem varizes pode usar salto em ocasiões específicas, mas é recomendável alternar com sapatos mais confortáveis, de salto baixo ou médio, e sempre incluir atividade física na rotina para fortalecer a musculatura das pernas.

    4. Banhos quentes podem piorar as varizes?

    Sim, a água muito quente provoca dilatação dos vasos sanguíneos, o que aumenta a sensação de peso, inchaço e desconforto nas pernas. Além disso, a exposição frequente ao calor, como em dias quentes ou em ambientes como saunas, também pode agravar sintomas.

    O ideal, nesses casos, é optar por banhos mornos ou frios, que ajudam a manter a circulação mais equilibrada e proporcionam alívio imediato para o desconforto.

    5. O que é úlcera varicosa?

    A úlcera varicosa é uma ferida crônica que surge normalmente próxima ao tornozelo, causada pela insuficiência venosa prolongada.

    Quando o sangue não circula corretamente, ele se acumula nas pernas, aumentando a pressão e prejudicando a oxigenação dos tecidos — e isso faz com que a pele fique mais frágil, escura e, com o tempo, possa abrir uma ferida.

    Ela é considerada uma complicação grave das varizes e exige acompanhamento médico especializado, pois a cicatrização pode ser lenta e há risco de infecções. O tratamento inclui curativos adequados, uso de meias de compressão, controle dos sintomas e, em alguns casos, procedimentos para tratar a circulação venosa.

    6. O que posso fazer em casa para aliviar as pernas pesadas?

    Elevar as pernas acima do nível do coração, praticar exercícios que movimentem a panturrilha (como ficar na ponta dos pés), usar meias de compressão e evitar longos períodos em pé ou sentado. Medidas como massagens e drenagem linfática também podem ajudar, mas o exercício ativo é sempre a medida mais eficaz.

    Leia também: Pés inchados no fim do dia podem indicar problema no coração, mas há outras causas

  • Qual o papel do nutricionista no tratamento de transtornos alimentares? 

    Qual o papel do nutricionista no tratamento de transtornos alimentares? 

    Os transtornos alimentares são condições psiquiátricas sérias que afetam não apenas a saúde física, mas a vida emocional e social de quem convive com elas. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, a estimativa é que mais de 70 milhões de pessoas no mundo sejam afetadas por algum transtorno alimentar, incluindo anorexia, bulimia e compulsão alimentar.

    Apesar das características próprias, eles compartilham um fator em comum: a relação distorcida com a comida e com o corpo, que pode causar muito sofrimento, insegurança e até isolamento social. Por isso, o acompanhamento profissional multidisciplinar é um dos primeiros passos para a recuperação do paciente.

    Além do acompanhamento de psicólogos e psiquiatras, que garantem um suporte integral à saúde mental, o nutricionista é muito importante no processo, pois ajuda na reconstrução da relação com a alimentação e a trazer de volta o equilíbrio e o prazer de se alimentar bem.

    Conversamos com a nutricionista Fernanda Pacheco, formada pela Universidade de São Paulo (USP), para esclarecer como funciona o acompanhamento nutricional, que estratégias são adotadas em cada situação e o impacto positivo na saúde e na qualidade de vida de quem convive com transtornos alimentares. Entenda mais, a seguir.

    O que são transtornos alimentares?

    Os transtornos alimentares são condições psiquiátricas caracterizadas por padrões alimentares disfuncionais, medo intenso de engordar e uma relação distorcida com o corpo. Eles podem levar a complicações graves, como desnutrição, problemas cardíacos, desequilíbrios hormonais e até risco de morte.

    Entre os principais tipos, é possível apontar:

    • Anorexia nervosa: pode surgir como uma restrição intensa na alimentação, acompanhada de um medo persistente de ganhar peso e uma percepção distorcida da própria imagem corporal. Costuma aparecer principalmente na adolescência, entre os 12 e 17 anos, e afeta mais mulheres;
    • Bulimia nervosa: envolve ciclos de ingestão exagerada de alimentos, seguidos por comportamentos para tentar “compensar” o que foi comido, como provocar vômitos, usar laxantes ou praticar exercícios em excesso. É mais frequente no início da vida adulta e pode trazer sérias consequências físicas e emocionais;
    • Transtorno de compulsão alimentar periódica: nesse caso, a pessoa come grandes quantidades de comida em pouco tempo e sente culpa ou perda de controle. Diferente da bulimia, não costuma usar métodos compensatórios frequentemente;
    • Outros transtornos alimentares: às vezes, os sintomas não se encaixam exatamente em um diagnóstico “clássico”, mas ainda assim afetam de forma significativa a saúde e o bem-estar.

    Papel do nutricionista no tratamento de transtornos alimentares

    O acompanhamento com um nutricionista é um apoio muito valioso no processo de recuperação. Muito além de orientar uma dieta, Fernanda aponta que a função do profissional é ajudar o paciente a reconstruir uma relação equilibrada e saudável com a comida, de forma individualizada e respeitosa. Isso envolve especialmente:

    • Avaliar riscos clínicos (pressão arterial, deficiências nutricionais, perda de massa muscular);
    • Regularizar o padrão alimentar, reduzindo jejuns, compulsões ou episódios vômitos;
    • Mostrar a importância de todos os grupos alimentares, combatendo crenças equivocadas;
    • Reintroduzir o prazer e a naturalidade no ato de comer.

    “O nutricionista traz o olhar específico sobre a saúde física e nutricional, mas sempre considerando os impactos emocionais e comportamentais que a alimentação tem na vida do paciente. Dessa forma, o cuidado é integral e aumenta as chances de recuperação”, explica a nutricionista.

    Como funciona a primeira avaliação nutricional?

    O primeiro encontro com o nutricionista é importante para entender o histórico e os desafios da pessoa. De acordo com Fernanda, são investigados:

    • Relação com a alimentação ao longo da vida;
    • Possíveis gatilhos para o transtorno;
    • Presença de compulsões, vômitos, uso de laxantes ou exercícios excessivos;
    • Sintomas físicos como fraqueza, tontura, constipação ou frio constante;
    • Histórico de peso e hábitos de vida.

    Em alguns casos, exames laboratoriais são solicitados para verificar deficiências de ferro, vitaminas e eletrólitos (como potássio e fósforo). Quando há baixo peso, também é avaliado o risco de síndrome da realimentação — uma complicação grave que pode ocorrer ao voltar a comer após períodos de restrição, segundo Fernanda.

    Como o nutricionista atua em conjunto com outros profissionais?

    O cuidado com os transtornos alimentares nunca acontece de forma isolada. Na verdade, ele envolve uma equipe de profissionais que, juntos, oferecem apoio integral à pessoa:

    • Médico: acompanha complicações físicas, solicita exames e avalia necessidade de internação ou medicação;
    • Psicólogo: trabalha emoções, autoestima e pensamentos rígidos sobre corpo e comida, usando terapias como a Cognitivo-Comportamental;
    • Nutricionista: foca na alimentação segura, progressiva e acolhedora;
    • Fisioterapeuta/educador físico: ajuda na prática de exercícios com foco em saúde, e não como punição;
    • Terapeuta ocupacional: contribui com organização de rotina e vivências corporais.

    Com essa integração, o tratamento se torna mais completo e compassivo, oferecendo suporte tanto para a saúde do corpo quanto para o bem-estar emocional, de modo que a pessoa se sinta apoiada, compreendida e fortalecida em cada etapa da recuperação.

    Estratégias nutricionais em cada tipo de transtorno alimentar

    Não existe um protocolo único de tratamento. Cada transtorno exige cuidados específicos, respeitando as necessidades e fragilidades de cada pessoa. Contudo, é possível apontar algumas particularidades:

    • Anorexia nervosa: o foco está em reintroduzir a alimentação de forma lenta e segura, já que o corpo costuma estar fragilizado. O nutricionista elabora um plano estruturado de refeições e pode incluir preparações mais calóricas ou suplementos para auxiliar na recuperação do peso e da saúde;
    • Bulimia nervosa: o primeiro passo é estabilizar os horários e a qualidade das refeições, evitando longos períodos de jejum e restrições que favorecem as crises de compulsão. Também deve-se cuidar da hidratação e prevenir desequilíbrios nutricionais, como a perda de potássio causada pelos vômitos ou pelo uso de laxantes;
    • Compulsão alimentar: a prioridade é reduzir a restrição alimentar, já que muitos episódios de compulsão acontecem após tentativas de controle rígido. Criar uma rotina alimentar equilibrada e regular ajuda a diminuir a intensidade e a frequência das crises, trazendo mais estabilidade;
    • Outros transtornos: o nutricionista adapta o cuidado às necessidades específicas da pessoa, sempre com atenção, respeito e acolhimento.

    “Em todas as consultas, trabalhamos a educação nutricional do paciente e aspectos comportamentais para melhorar a relação com a comida e reduzir ou eliminar crenças equivocadas a respeito do corpo e da alimentação”, explica Fernanda.

    É possível recuperar uma relação saudável com a comida?

    A resposta é sim, mas o processo de recuperação tende a ser gradual, com avanços e alguns desafios pelo caminho.

    “O tratamento, quando bem conduzido, ajuda o paciente a reconectar-se com os sinais do próprio corpo, como fome e saciedade, permitindo que a alimentação volte a ser algo natural e não um motivo constante de preocupação”, conta Fernanda.

    A nutricionista explica que, com o tempo, o medo de engordar pode ser trabalhado e a comida volta a ser encarada de forma leve, como fonte de energia, nutrição e prazer.

    O processo também envolve aprender a se alimentar em diferentes situações sociais, sem culpa ou ansiedade, resgatando a liberdade e a convivência que o ato de comer proporciona.

    “Muitas pessoas conseguem se recuperar plenamente e conquistar uma vida equilibrada, desde que contem com acompanhamento contínuo e apoio adequado”, complementa.

    Quanto tempo leva para notar resultados no tratamento nutricional?

    O tempo para notar resultados no tratamento dos transtornos alimentares varia bastante. Isso depende da gravidade do caso, do histórico de saúde e, principalmente, do quanto a pessoa consegue se engajar no processo de recuperação.

    Ainda assim, Fernanda aponta que é possível notar algumas mudanças:

    • Primeiras semanas: já é possível perceber melhora da energia, sono e concentração;
    • Meses seguintes: estabilização do peso, melhora dos exames laboratoriais e redução de compulsões;
    • 5 a 6 meses: muitos pacientes apresentam progressos significativos na relação com a comida;
    • Anos seguintes: manutenção dos ganhos e prevenção de recaídas.

    “É importante lembrar que o tratamento completo pode se estender por anos, já que envolve não apenas restaurar o corpo, mas também transformar padrões de pensamento e comportamento. Por isso, mesmo após a melhora dos sintomas, o acompanhamento intermitente é fundamental para prevenir recaídas e garantir que as conquistas se mantenham a longo prazo”, finaliza a nutricionista.

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    Perguntas frequentes sobre transtornos alimentares

    1. Quem é mais afetado por transtornos alimentares?

    Qualquer pessoa pode desenvolver um transtorno alimentar, mas eles aparecem com mais frequência entre jovens e mulheres. A anorexia nervosa tem maior incidência entre adolescentes de 12 a 17 anos, enquanto a bulimia é mais comum no início da vida adulta. Homens também podem ser diagnosticados, especialmente em casos ligados a pressões estéticas e práticas esportivas de alto desempenho.

    2. Quais os sintomas de transtorno alimentar?

    Os sintomas variam de acordo com o tipo de transtorno, mas geralmente se manifestam em uma combinação de comportamentos, pensamentos e sentimentos relacionados à alimentação, peso e imagem corporal. Alguns incluem:

    • Perda ou ganho de peso repentino;
    • Preocupação excessiva com calorias, gorduras e porções;
    • Evitar refeições sociais;
    • Uso frequente de roupas largas para esconder o corpo;
    • Visitas frequentes ao banheiro logo após comer;
    • Mudanças de humor;
    • Isolamento;
    • Queda de rendimento escolar ou profissional.

    Além dos sinais específicos, há sintomas emocionais e físicos comuns, como medo intenso de engordar, insatisfação constante com o corpo, baixa autoestima, ansiedade, fadiga, tontura, queda de cabelo, alterações menstruais e problemas gastrointestinais.

    Em muitos casos, familiares e amigos percebem mudanças antes mesmo do próprio indivíduo reconhecer o problema.

    3. Como a família pode ajudar no tratamento?

    A família tem papel muito importante na recuperação: apoiar sem julgar, evitar comentários sobre peso ou corpo, e estar presente em consultas ou refeições quando necessário são cuidados que fazem grande diferença.

    Muitas vezes, familiares também precisam de orientação, já que podem se sentir perdidos diante do comportamento da pessoa doente. O acompanhamento psicológico familiar ajuda a criar um ambiente de acolhimento, onde o paciente se sente seguro para avançar no tratamento.

    4. O SUS oferece tratamento para transtornos alimentares?

    Sim. O Sistema Único de Saúde (SUS) conta com Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) e serviços de saúde mental que oferecem atendimento multiprofissional, incluindo acompanhamento médico, psicológico e nutricional.

    Em casos graves, pode ser necessária a internação hospitalar, também disponível pela rede pública. O ideal é procurar a Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima para encaminhamento adequado.

    5. Quem costuma perceber os primeiros sinais?

    Na maioria das vezes, não é a própria pessoa que percebe a gravidade da situação. Familiares, amigos e colegas são os primeiros a notar mudanças de comportamento, como isolamento durante refeições, idas frequentes ao banheiro após comer, emagrecimento rápido ou compra exagerada de laxantes. Por isso, a atenção das pessoas próximas é fundamental para buscar ajuda o quanto antes.

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  • Envelhecimento saudável: 6 hábitos para manter a autonomia

    Envelhecimento saudável: 6 hábitos para manter a autonomia

    Você sabe o que significa envelhecer com saúde? Além de simplesmente acumular anos de vida, o envelhecimento saudável envolve preservar a autonomia, a vitalidade e a clareza mental ao longo do tempo — adotando hábitos que fortalecem o corpo, estimulam a mente e nutrem as relações afetivas.

    A autonomia, de acordo com a geriatra Karina Kuraoka Tutiya, é a capacidade de tomar decisões e conduzir a própria vida de acordo com os próprios valores e escolhas. Isso inclui desde decidir a rotina diária, onde morar, como se cuidar, até aspectos importantes do fim da vida.

    E nunca é tarde para investir em hábitos que preservem a saúde física e mental! Nesse sentido, listamos 7 hábitos para incluir no dia a dia que podem ter um grande impacto na forma envelhecemos.

    Alimentação equilibrada

    Na terceira idade, as necessidades nutricionais mudam, uma vez que o metabolismo fica mais lento, há perda de massa muscular e, muitas vezes, surgem condições como hipertensão, diabetes e colesterol alto. Por isso, a alimentação deve ser adaptada para garantir energia, imunidade e força.

    “Uma alimentação completa e equilibrada – rica em proteínas, carboidratos integrais, gorduras saudáveis, vitaminas e minerais – contribui diretamente para a manutenção da independência do idoso. Ela protege contra doenças crônicas, conserva a massa muscular, apoia a saúde cerebral e melhora a mobilidade e a vitalidade em geral”, explica Karina.

    Segundo a especialista, a independência do idoso depende diretamente da capacidade funcional. Isso significa conseguir se cuidar, preparar refeições, caminhar, administrar a própria rotina. Uma nutrição adequada garante combustível e nutrientes fundamentais para preservar essa capacidade.

    Mas afinal, o que priorizar na rotina alimentar? Confira:

    Macronutrientes

    Os macronutrientes são os nutrientes que o corpo precisa em maior quantidade, pois fornecem energia e sustentação para o funcionamento do organismo. Eles incluem:

    • Proteínas: fundamentais para evitar a perda de massa muscular (sarcopenia). Fontes incluem carnes magras, peixes, ovos, laticínios, feijão e grão-de-bico;
    • Carboidratos complexos: fornecem energia de forma equilibrada, sem picos de glicemia. Estão presentes em arroz integral, aveia, batata-doce, legumes e frutas;
    • Gorduras saudáveis: como o ômega-3 (encontrado em peixes, nozes e linhaça) e o azeite de oliva, que beneficiam o coração e o cérebro.

    Micronutrientes

    Os micronutrientes são as vitaminas e minerais que o corpo necessita em pequenas quantidades, mas que têm funções vitais. Eles participam de processos como fortalecimento dos ossos, funcionamento do sistema imunológico, produção de energia e proteção das células.

    • Vitamina D e cálcio: ajudam a manter os ossos fortes, reduzem o risco de osteoporose e dão mais firmeza aos músculos, o que diminui a chance de quedas e fraturas;
    • Vitamina B12: contribui para a memória, o raciocínio e também evita quadros de anemia, que podem causar fraqueza e cansaço excessivo, comprometendo a autonomia do idoso;
    • Ferro e zinco: atuam diretamente na manutenção da energia e da imunidade, garantindo disposição para as atividades do dia a dia e fortalecendo o sistema imunológico.

    Fibras

    As fibras são componentes presentes em frutas, verduras, legumes, sementes e grãos integrais. Apesar de não fornecer energia, elas regulam o funcionamento do intestino, ajudam no controle do colesterol, estabilizam os níveis de glicose no sangue e aumentam a sensação de saciedade.

    Como aponta Karina, as fibras alimentares podem vir de diferentes alimentos, como:

    • Grãos integrais (arroz, trigo);
    • Frutas;
    • Verduras;
    • Leguminosos (feijão, lentilha, grão de bico);
    • Sementes (chia, linhaça).

    Hidratação

    Com o passar dos anos, a sensação de sede tende a diminuir, o que faz muitas pessoas idosas acreditarem que não precisam beber água com frequência. No entanto, mesmo sem sentir sede, o organismo continua precisando de líquidos para funcionar bem.

    O ideal é distribuir o consumo de água ao longo do dia, incluir líquidos sob a forma de chás claros e naturais, caldos leves e também priorizar alimentos ricos em água, como frutas (melancia, laranja, melão) e legumes (pepino, abobrinha, tomate).

    De acordo com Karina Kuraoka Tutiya, quando a ingestão de água é insuficiente, o corpo pode apresentar:

    • Desidratação;
    • Piora da função renal;
    • Constipação intestinal;
    • Queda da pressão arterial;
    • Tontura.

    “Todas as situações listadas acima podem comprometer a independência da pessoa”, complementa a geriatra.

    Atividades físicas

    A prática regular de exercícios é um dos pilares mais importantes para um envelhecimento saudável. Quando feita de forma adequada, ajuda a fortalecer o sistema cardiovascular, controla a pressão arterial, o colesterol e a glicemia, reduzindo o risco de infarto, AVC e diabetes.

    Além disso, traz benefícios muito significativos para a saúde mental, aliviando sintomas de ansiedade e estresse, ao mesmo tempo em que melhora a autoestima e a qualidade de vida.

    “No âmbito social e de qualidade de vida, podemos dizer que participar de atividades físicas em grupo oferece a oportunidade de interação social e combate ao isolamento. E manter a capacidade funcional através da atividade física permite que os idosos continuem participando de suas atividades diárias e hobbies, promovendo uma maior independência e qualidade de vida”, esclarece a geriatra.

    Entre as atividades recomendadas na terceira idade, estão:

    • Caminhada diária;
    • Musculação leve (com acompanhamento);
    • Alongamentos e yoga;
    • Hidroginástica;
    • Pilates;
    • Dança.

    O mais importante é escolher atividades prazerosas, que possam ser mantidas de forma constante no dia a dia.

    Sono de qualidade

    Dormir bem é importante para recuperar as energias, consolidar memórias e regular funções metabólicas. No entanto, muitos idosos convivem com insônia, sono fragmentado ou sonolência diurna.

    O sono influencia diretamente na autonomia porque melhora a memória e o aprendizado, mantém o equilíbrio emocional, reduz o risco de quedas (já que a falta de descanso compromete a atenção e os reflexos) e ainda regula hormônios ligados ao apetite e ao metabolismo.

    Para garantir noites de descanso mais reparadoras, é importante criar uma rotina de hábitos saudáveis, como:

    • Horários fixos para dormir e acordar;
    • Evitar cafeína e álcool no período noturno;
    • Reduzir o uso de telas antes de deitar;
    • Manter o quarto escuro, silencioso e confortável.

    Atividades relaxantes, como leitura ou meditação, também ajudam a preparar o corpo e a mente para o sono.

    Relações sociais

    O contato humano tem um papel indispensável na prevenção do isolamento, da depressão e do declínio cognitivo. Uma vida social ativa estimula o cérebro, fortalece a memória, promove o bem-estar emocional e aumenta a motivação para cuidar da própria saúde.

    “Para manter o convívio ativo, é necessário esforço e intencionalidade. Neste sentido, podemos buscar o contato com os amigos e familiares com visitas presenciais, ligações de telefone ou videochamada, propor almoços, jantares ou outras reuniões”, sugere Karina.

    A especialista ainda aponta que participar de clubes e associações, atividades de voluntariado, aulas ou cursos ou até mesmo frequentar centros de convivência auxiliam a mantermos o vínculo com as pessoas. A prática de esportes ou hobbies como yoga, dança, grupo de caminhada também são ótimas oportunidades para socializar.

    Prevenção e acompanhamento médico

    Na terceira idade, as consultas de rotina ajudam a identificar doenças de forma precoce e evitar complicações que podem comprometer a qualidade de vida.

    Os cuidados incluem realizar exames periódicos para acompanhar pressão arterial, colesterol e glicemia, manter o controle de doenças crônicas preexistentes (como hipertensão e diabetes), avaliar regularmente visão e audição e garantir que as vacinas estejam em dia, como as contra Influenza (gripe), pneumonia e COVID-19.

    O acompanhamento constante preserva a autonomia porque reduz o risco de limitações físicas e cognitivas que poderiam levar à dependência. Além disso, quando problemas de saúde são detectados cedo, os tratamentos tendem a ser mais eficazes e menos invasivos.

    Bem-estar emocional e mental

    O envelhecimento saudável não envolve apenas o físico, sabia? De acordo com Karina, manter o cérebro ativo ajuda a retardar o declínio cognitivo e a manter a independência nas atividades do dia a dia.

    Entre os hábitos que fortalecem o bem-estar emocional estão:

    • Estímulo cognitivo: aprender novos idiomas, tocar instrumentos, ler, escrever e se envolver em atividades que desafiem o cérebro;
    • Atividades prazerosas: dedicar-se a hobbies, viajar, cozinhar ou cultivar interesses pessoais que tragam alegria;
    • Gerenciamento do estresse: praticar meditação, exercícios de respiração e técnicas de relaxamento, além de buscar momentos de lazer;
    • Apoio psicológico: contar com acompanhamento profissional sempre que necessário para lidar com questões emocionais.

    Atividades como aprender coisas novas, resolver quebra-cabeças, jogar ou simplesmente manter o hábito da leitura ajudam a treinar a memória, retardar o declínio cognitivo e manter a mente engajada.

    Veja também: 8 dicas para prevenir a dor nas costas no dia a dia

    Como os familiares podem ajudar?

    A família tem papel muito importante no envelhecimento saudável, mas é importante respeitar a autonomia do idoso. A ideia não é impor, mas apoiar as escolhas e oferecer condições para que ele mantenha a sua independência com segurança. Algumas formas de incentivo incluem:

    • Ser exemplo e praticar hábitos saudáveis junto com o idoso;
    • Cozinhar refeições equilibradas em conjunto;
    • Incentivar a prática de atividades físicas, acompanhando sempre que possível;
    • Estimular a vida social, oferecendo transporte ou companhia para eventos;
    • Facilitar o acesso a cuidados médicos, sem decidir pelo idoso;
    • Respeitar suas escolhas, mesmo quando diferentes do que a família considera ideal.

    “O papel da família é oferecer amor, apoio, informação e oportunidades, criando um ambiente onde o idoso se sinta seguro, valorizado e capaz de fazer escolhas que promovam sua saúde e bem-estar, mantendo sua independência”, finaliza Karina.

    Perguntas frequentes sobre envelhecimento saudável

    1. A atividade física é segura na terceira idade?

    Sim, e é bastante recomendada. O ideal é escolher atividades adequadas ao condicionamento físico e às limitações individuais, sempre com orientação profissional.

    Caminhadas, hidroginástica, musculação leve, yoga e dança são opções seguras que fortalecem músculos, ossos, equilíbrio e ainda estimulam a socialização.

    Além disso, exercícios regulares ajudam a controlar doenças crônicas, melhoram a disposição e reduzem sintomas de ansiedade e depressão.

    2. O que fazer quando o idoso tem dificuldades para dormir bem?

    O sono de qualidade é fundamental, mas muitos idosos enfrentam insônia ou acordam várias vezes à noite. É importante manter horários fixos para dormir, evitar cafeína e telas à noite, ter um quarto silencioso e escuro e incluir atividades relaxantes antes de deitar.

    Caso a dificuldade persista, o ideal é investigar causas médicas, como apneia do sono ou uso de medicamentos que interferem no descanso. Um sono reparador melhora a memória, o humor, a energia e a segurança nos movimentos.

    3. O que é sarcopenia e como evitá-la?

    A sarcopenia é a perda progressiva de massa e força muscular que acontece com o envelhecimento. Ela aumenta o risco de quedas, fraturas e dependência para atividades diárias.

    Para prevenir o quadro, ressalta-se o consumo adequado de proteínas, prática de exercícios físicos, principalmente de força, e acompanhamento médico regular. Quando o idoso mantém músculos ativos, ele consegue caminhar, carregar pesos leves e se levantar com mais facilidade, preservando sua independência.

    4. O idoso precisa de acompanhamento psicológico?

    O acompanhamento psicológico pode ser muito importante, principalmente diante de situações de luto, solidão, ansiedade ou depressão. O processo de envelhecer traz mudanças que podem impactar a autoestima e a identidade da pessoa.

    Ter um espaço para falar sobre emoções, medos e expectativas ajuda a manter o equilíbrio mental e fortalece a saúde global. Psicoterapia, grupos de apoio e até práticas de meditação também podem trazer grandes benefícios para a mente.

    5. Quais cuidados com a casa ajudam a prevenir quedas?

    É recomendado retirar tapetes soltos, instalar barras de apoio no banheiro, garantir boa iluminação em todos os cômodos, usar calçados antiderrapantes e manter os corredores livres de obstáculos. Pequenas adaptações tornam a rotina mais segura, preservando a independência do idoso.

    Leia também: Alongamentos simples para aliviar dores musculares: veja quando e como praticar

  • Queimaduras: causas, tipos e o que fazer em cada situação 

    Queimaduras: causas, tipos e o que fazer em cada situação 

    Um descuido na cozinha, o sol forte do verão, o contato com produtos de limpeza ou até acidentes com eletricidade. As queimaduras podem acontecer em segundos, mas os danos à pele e ao corpo podem durar muito mais tempo. Entender os tipos de queimaduras, como agir nos primeiros socorros e quando procurar ajuda médica pode fazer toda a diferença na recuperação.

    O que é uma queimadura?

    A queimadura é uma lesão provocada por agentes externos capazes de danificar a pele e, em casos mais graves, atingir tecidos mais profundos, músculos e até ossos. Ela pode ser causada por diferentes fatores:

    • Agentes físicos (térmicos): fogo, líquidos quentes, vapores ou superfícies aquecidas;
    • Eletricidade: contato com fios, tomadas, eletrodomésticos ou até raios;
    • Radiação: desde acidentes nucleares até a mais comum, a exposição solar excessiva;
    • Produtos químicos: como soda cáustica, solventes, ácidos, alvejantes ou outros produtos de uso doméstico/industrial;
    • Agentes biológicos: contato com alguns animais e plantas, como águas-vivas, taturanas e urtigas.

    Tipos de queimaduras: conheça os graus

    As queimaduras são classificadas de acordo com a profundidade da lesão:

    • 1º grau: atingem apenas a camada mais superficial da pele, a epiderme. Causam vermelhidão, inchaço leve e dor suportável. Não formam bolhas;
    • 2º grau: chegam até a segunda camada da pele (derme). Além da vermelhidão e do inchaço, podem formar bolhas dolorosas e até desprendimento da pele;
    • 3º grau: são as mais graves, pois destroem todas as camadas da pele e podem alcançar músculos e ossos. A pele pode ficar esbranquiçada ou escura por conta da morte do tecido (necrose). Muitas vezes não doem, pois os nervos também são destruídos. São lesões de alto risco de infecção e complicações.

    Além da profundidade, os médicos também avaliam a extensão da lesão, o quanto da pele foi atingida. Para isso, pode-se utilizar:

    • Regra dos 9: em adultos, cada parte do corpo representa uma porcentagem específica, sempre em múltiplos de 9 (exemplo: um braço equivale a 9%, a frente do tronco a 18%, etc.);
    • Regra da palma da mão: a palma da própria mão do paciente, quando aberta e contando os dedos próximos uns dos outros, corresponde a 1% da sua superfície corporal.

    O que fazer em caso de queimadura?

    As medidas iniciais fazem toda a diferença:

    • Afaste-se da fonte causadora (apague o fogo rolando no chão, desligue o aparelho da tomada, retire roupas contaminadas por produtos químicos);
    • Retire anéis, pulseiras, piercings e próteses próximas à área queimada, antes que a região inche;
    • Resfrie a área queimada com água corrente fria (jato leve, nunca use gelo);
    • Em queimaduras químicas, lave bastante a área com água corrente para remover resíduos;
    • Em queimaduras elétricas, não toque na vítima até desligar a fonte de energia.

    O que não fazer nunca em caso de queimaduras

    Muitos costumes populares atrapalham mais do que ajudam. Evite:

    • Passar manteiga, óleo, pasta de dente, clara de ovo, pó de café ou qualquer outra substância caseira;
    • Usar gelo diretamente sobre a pele;
    • Furar bolhas ou arrancar tecidos grudados na lesão;
    • Ficar tocando na área queimada sem necessidade.

    Se não puder chegar imediatamente a um serviço de saúde, cubra a queimadura com um pano limpo e úmido até conseguir atendimento.

    Quando procurar atendimento médico?

    • Queimaduras de 2º grau extensas ou em regiões delicadas (rosto, mãos, pés, genitais);
    • Qualquer queimadura de 3º grau;
    • Queimaduras elétricas e químicas;
    • Casos em que a dor é intensa, tem sinais de infecção ou há dificuldade de movimentar a área.

    Tratamento para queimaduras

    O tratamento varia conforme o grau e a extensão da queimadura. De forma geral, envolve limpeza adequada, hidratação da pele e medicamentos para aliviar a dor e favorecer a cicatrização.

    Em situações graves, pode ser necessário:

    • Hidratação direto na veia, por soro (endovenosa);
    • Cuidados para manter a respiração e as vias aéreas seguras;
    • Cirurgias, como enxertos de pele ou limpeza profunda.

    O tratamento muitas vezes exige uma equipe multiprofissional, que pode incluir médicos, enfermeiros e psicólogos. Isso porque, além das cicatrizes físicas, as queimaduras podem deixar marcas emocionais, afetando a autoestima e a qualidade de vida.

    Veja também: Alongamentos simples para aliviar dores musculares: veja quando e como praticar

    Perguntas frequentes sobre queimaduras

    1. Queimadura de sol é considerada grave?

    Na maioria dos casos, a queimadura solar é de 1º grau e melhora sozinha com hidratação da pele e bastante líquido. Mas se houver bolhas grandes, febre ou mal-estar, é importante procurar atendimento médico.

    2. É verdade que pasta de dente ajuda em queimadura?

    Não. Produtos caseiros como pasta de dente, manteiga ou óleo podem irritar ainda mais a pele e atrapalhar a cicatrização.

    3. Queimaduras sempre deixam cicatriz?

    Nem sempre. Queimaduras leves geralmente cicatrizam sem deixar marcas. Já as mais profundas podem deixar cicatrizes e até exigir cirurgias reparadoras.

    4. Em caso de queimadura elétrica, o que fazer primeiro?

    Antes de ajudar a vítima, desligue a fonte de energia. Só depois é seguro prestar os primeiros socorros.

    5. Quando uma queimadura precisa de cirurgia?

    Queimaduras de 3º grau ou que atingem grandes áreas podem exigir procedimentos como enxertos de pele para favorecer a cicatrização.

    6. Posso tratar uma queimadura leve em casa?

    Sim, desde que seja de 1º grau. Basta resfriar a pele com água corrente fria, hidratar a região e evitar exposição ao sol. Mas se houver dúvida sobre a gravidade, procure avaliação médica.

    Leia também: Fisioterapia preventiva: cuidar antes da dor aparecer pode mudar sua saúde

  • Novas metas de colesterol em 2025: valores mais rígidos para proteger seu coração 

    Novas metas de colesterol em 2025: valores mais rígidos para proteger seu coração 

    As metas de níveis de colesterol no Brasil ficaram mais exigentes. Em 2025, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e outras entidades atualizaram as diretrizes de dislipidemia para refletir estudos recentes e evidências de que menos colesterol “ruim” significa menor risco de infarto, AVC e outras complicações cardíacas.

    Com isso, os valores de LDL-c (colesterol “ruim”), colesterol não-HDL e lipoproteína(a) foram revisados e ajustados conforme o risco cardiovascular de cada pessoa.

    A ideia é tornar as metas mais individualizadas, ou seja, quem tem risco baixo terá metas diferentes de quem tem risco muito alto ou risco extremo. O novo documento reforça também o uso de exames adicionais como medição de Lipoproteína(a) para refinar a avaliação de risco.

    O que mudou nas metas de colesterol no Brasil em 2025

    As mudanças principais foram:

    • Introdução da categoria risco extremo, além de risco muito alto;
    • Metas de LDL-c mais baixas para todos os grupos de risco;
    • Meta para colesterol não-HDL-c também definida (ou seja, o “colesterol mal total”, que inclui outras frações além do LDL);
    • ApoB passou a ter valores de corte específicos, dependendo do risco;
    • Lp(a) recomendado para dosagem ao menos uma vez na vida, para pessoas com risco elevado ou histórico familiar.

    Tabela comparativa: metas antigas versus metas novas

    Aqui está uma tabela para facilitar a comparação entre os valores antigos e os novos valores de LDL-c / não-HDL-c / apoB conforme a diretriz de 2025 da Sociedade Brasileira de Cardiologia:

    Categoria de risco Meta antiga de LDL-c* Nova meta de LDL-c (2025) Meta de não-HDL-c (2025) Meta de apoB (2025)
    Baixo risco ~ < 130 mg/dL < 115 mg/dL < 145 mg/dL ~ 100 mg/dL
    Risco intermediário ~ < 115–120 mg/dL < 100 mg/dL < 130 mg/dL ~ 90 mg/dL
    Risco alto < 100 mg/dL < 70 mg/dL < 100 mg/dL ~ 70 mg/dL
    Risco muito alto < 70 or < 50 mg/dL (dependia da diretriz) < 50 mg/dL < 80 mg/dL ~ 55 mg/dL
    Risco extremo Não havia categoria oficial < 40 mg/dL < 70 mg/dL ~ 45 mg/dL

    Por que essas metas de colesterol ficaram mais rígidas?

    Há várias razões para toda essa mudança:

    • Há evidência científica crescente de que níveis mais baixos de LDL-c reduzem consideravelmente o risco de eventos cardiovasculares como infarto e AVC;
    • Muitos pacientes com risco elevado ou histórico cardíaco não estavam atingindo as metas antigas; com metas mais rígidas, espera-se melhor prevenção;
    • Introdução de novos marcadores ou medidas como Lp(a) e apoB, que ajudam a identificar risco que não aparecia apenas olhando o LDL-c.

    O que isso significa para você

    • Se você for de baixo risco cardiovascular, será solicitado manter o LDL-c abaixo de ~ 115 mg/dL, enquanto antes o valor aceitável era mais alto;
    • Se estiver em risco intermediário, alto ou muito alto, pode ter metas ainda mais rigorosas, como < 70 mg/dL ou < 50 mg/dL;
    • Para quem já teve infarto, AVC ou tem doença multivascular, a categoria de risco extremo implica meta de LDL-c < 40 mg/dL;
    • Além de tomar remédios. quando indicados, aderir ao estilo de vida saudável tornou-se ainda mais importante. Ou seja, cessar tabagismo, ter dieta saudável e fazer atividade física são fundamentais para o tratamento.

    Leia mais: 5 coisas para fazer hoje e proteger o coração contra o infarto

    Perguntas frequentes sobre as novas metas de colesterol

    1. Todos precisam alcançar essas metas baixas de LDL-c?

    Não. As metas de colesterol dependem do seu risco cardiovascular: idade, histórico de infarto/AVC, doenças associadas, genética. Pessoas com risco baixo têm metas menos rígidas; risco extremo demanda valores muito baixas.

    2. O que é o risco extremo?

    É a nova categoria da diretriz que inclui pessoas que, mesmo usando tratamento potente (como estatinas ou combinação de medicamentos), continuam com aterosclerose ativa, ou já têm doença em várias artérias, ou um evento recente como infarto ou AVC.

    3. Como saber meu LDL, não-HDL ou apoB?

    Você precisa de exames de sangue solicitados pelo médico. Com ele e com o seu histórico de saúde, o especialista vai avaliar qual categoria você se enquadra e indicar o melhor tratamento.

    4. Existe risco em deixar o LDL muito baixo?

    Até hoje, estudos mostram que metas mais baixas de LDL-c são seguras e trazem benefícios, especialmente em risco elevado. Mas como todo tratamento, deve ter acompanhamento médico.

    5. Quanto tempo leva para ver diferença das metas de colesterol mais rígidas?

    Depende de cada pessoa, tratamento e adesão. Mudanças no estilo de vida (dieta, exercício) podem mostrar efeito em semanas a meses. Medicamentos ajudam em meses, mas avaliação contínua é importante.

    6. E se eu já tomo estatina ou medicamento para colesterol, mas não atinjo a nova meta de colesterol?

    O médico pode ajustar tratamento: dose maior, mudar medicamento, combinar com ezetimiba ou outras terapias, sempre considerando segurança, possíveis efeitos colaterais e seu perfil de risco.

    7. Preciso mudar meus hábitos se quero seguir essas metas de colesterol?

    Sim. Alimentação saudável, exercício regular, evitar fumar, controlar peso, glicose e pressão são partes importantíssimas para o controle do colesterol.

    Leia também: Colesterol alto tem solução! Veja como é o tratamento

  • Relógios inteligentes que medem frequência cardíaca: valem a pena? 

    Relógios inteligentes que medem frequência cardíaca: valem a pena? 

    Os relógios inteligentes, ou smartwatches, conquistaram espaço no pulso de quem gosta de tecnologia, esportes ou deseja acompanhar a saúde mais de perto no dia a dia. Entre suas funções mais usadas, em determinados modelos, está a medição da frequência cardíaca, recurso que transformou esses gadgets em pequenos monitores pessoais do coração.

    Mas, afinal, como esses dispositivos medem os batimentos? Eles são confiáveis? E até que ponto podem ajudar o médico a cuidar melhor do paciente?

    Como os smartwatches medem a frequência cardíaca?

    A maioria dos relógios inteligentes utiliza uma tecnologia chamada fotopletismografia:

    • Pequenos sensores de luz verde iluminam os vasos sanguíneos do pulso;
    • A variação na quantidade de luz refletida indica o fluxo de sangue a cada batimento;
    • O aparelho traduz esses sinais em números de frequência cardíaca (batimentos por minuto).

    Alguns modelos mais avançados também incluem sensores elétricos, parecidos com os do eletrocardiograma, capazes até de registrar um traçado básico da atividade elétrica do coração.

    Vantagens dos relógios inteligentes

    • Acompanhamento contínuo: monitoram os batimentos ao longo do dia, inclusive durante o sono e exercícios, permitindo observar variações que podem ser relatadas ao médico.
    • Alertas em tempo real: alguns modelos notificam quando os batimentos estão muito altos, baixos ou irregulares.
    • Incentivo à saúde: estimulam a prática de exercícios e a adoção de hábitos mais saudáveis.

    Limitações e cuidados

    • Precisão variável: movimento, suor, pele fria ou tatuagens podem interferir na leitura.
    • Não detectam todas as arritmias: mesmo os modelos avançados não substituem exames como o Holter de 24h.
    • Necessidade de interpretação médica: os números só têm significado quando avaliados por um cardiologista.
    • Risco de ansiedade: acompanhar batimentos constantemente pode gerar preocupações desnecessárias em pessoas saudáveis.

    Leia também: Saiba quando os batimentos acelerados estão relacionados a uma arritmia cardíaca

    O que os médicos pensam sobre os smartwatches?

    Para cardiologistas, os smartwatches são uma ferramenta complementar. Eles ajudam a levantar hipóteses e antecipar consultas quando alertas aparecem com frequência, mas não substituem uma avaliação clínica completa.

    Ou seja, são ótimos para acompanhar tendências e aumentar a consciência sobre a saúde, mas não devem ser usados como diagnóstico.

    Perguntas frequentes sobre relógios inteligentes e frequência cardíaca

    1. Os smartwatches podem substituir exames como o eletrocardiograma?

    Não. Eles fornecem dados úteis, mas não têm a mesma precisão dos exames médicos.

    2. Todo smartwatch mede batimentos cardíacos?

    Não. É preciso verificar se o modelo tem um sensor específico para frequência cardíaca.

    3. O relógio pode detectar arritmias?

    Alguns modelos avançados conseguem indicar ritmos irregulares, mas não substituem o diagnóstico feito por exames clínicos.

    4. É seguro confiar apenas no smartwatch para monitorar o coração?

    Não. Eles são ferramentas de apoio, mas o acompanhamento médico é essencial.

    5. Idosos podem usar esses dispositivos?

    Sim. Eles podem ser muito úteis, desde que haja orientação sobre como interpretar os dados.

    6. Os dados do relógio podem ser compartilhados com o médico?

    Sim. Muitos aplicativos permitem exportar relatórios, que podem auxiliar o cardiologista no acompanhamento.

    Leia mais: Arritmia cardíaca: quando os batimentos fora de ritmo merecem atenção

  • Triglicérides: do combustível do corpo ao risco para o coração 

    Triglicérides: do combustível do corpo ao risco para o coração 

    O resultado do exame de sangue chegou e, entre colesterol, glicemia e outras siglas, lá estão eles: os triglicérides. Apesar do nome complicado, trata-se de um dos exames mais importantes para avaliar a saúde cardiovascular.

    Quando estão em níveis corretos, funcionam como reserva de energia para o corpo. Mas, quando se elevam demais, podem indicar risco aumentado para doenças do coração e até pancreatite. Por isso, sociedades médicas no Brasil e no mundo reforçam a importância de acompanhar esses valores.

    O que são triglicérides?

    Os triglicérides são um tipo de gordura que circula no sangue e que o corpo utiliza como fonte de energia. Sempre que uma pessoa se alimenta, parte do que consome — especialmente carboidratos e gorduras — é transformada em triglicérides e armazenada nas células de gordura. Entre as refeições, eles são liberados para fornecer combustível aos músculos e outros tecidos.

    Além da alimentação, o fígado também pode produzir triglicérides, principalmente quando há excesso de calorias. É por isso que dietas ricas em açúcar, massas, pães e bebidas alcoólicas aumentam os níveis dessa gordura no sangue.

    Ou seja: os triglicérides têm função importante, mas quando permanecem em níveis muito altos aumentam o risco de doenças cardiovasculares e, em casos extremos, de pancreatite.

    Valores de referência de exame de triglicérides

    • Normal: abaixo de 150 mg/dL
    • Limítrofe: entre 150 e 199 mg/dL
    • Alto: entre 200 e 499 mg/dL
    • Muito alto: acima de 500 mg/dL

    O que causa triglicérides altos?

    Entre os principais fatores estão:

    • Alimentação rica em açúcares, frituras e álcool;
    • Excesso de peso e obesidade;
    • Sedentarismo;
    • Doenças como diabetes descontrolado e hipotireoidismo;
    • Uso de alguns remédios (corticoides, diuréticos, anticoncepcionais).

    Valores acima de 500 mg/dL exigem atenção imediata, pois aumentam o risco de pancreatite aguda. Já níveis muito baixos podem estar relacionados à desnutrição, dietas restritivas ou doenças do fígado.

    Leia mais: Colesterol alto: entenda os riscos, causas e como prevenir

    Como manter os triglicérides sob controle?

    • Praticar exercícios físicos regularmente;
    • Reduzir consumo de açúcar, massas, pães e frituras;
    • Evitar bebidas alcoólicas;
    • Manter um peso saudável;
    • Seguir corretamente o tratamento médico, quando indicado.

    Perguntas frequentes sobre triglicérides

    1. Triglicérides e colesterol são a mesma coisa?

    Não. Ambos são gorduras no sangue, mas com funções diferentes: o colesterol participa da produção de hormônios e membranas celulares, enquanto os triglicérides armazenam energia.

    2. O exame de triglicérides precisa de jejum?

    Na maioria dos laboratórios, sim: entre 8 e 12 horas de jejum. O ideal é confirmar com o laboratório.

    3. Só dieta resolve triglicérides altos?

    Em muitos casos, sim. Mas quando os níveis estão muito elevados, pode ser necessário o uso de medicamentos prescritos pelo médico.

    4. Álcool aumenta triglicérides mesmo em pequenas quantidades?

    Sim. A bebida alcoólica é uma das principais causas de aumento dos triglicérides.

    5. Crianças podem ter triglicérides altos?

    Sim. Crianças com sobrepeso e má alimentação também podem apresentar triglicérides elevados.

    6. Triglicérides altos sempre causam sintomas?

    Não. Na maioria das vezes, a condição é silenciosa e só aparece no exame de sangue. Em casos extremos, podem surgir depósitos de gordura na pele, em forma de pequenas pápulas.

    7. É possível reduzir triglicérides rapidamente?

    Sim. Ajustes na alimentação — como reduzir açúcar e álcool — já podem diminuir os valores em semanas. No entanto, o acompanhamento médico é essencial.

    Veja também: 5 coisas para fazer hoje e proteger o coração contra o infarto

  • Desfibrilador automático: o aparelho que pode salvar vidas em minutos 

    Desfibrilador automático: o aparelho que pode salvar vidas em minutos 

    Quando uma pessoa sofre uma parada cardíaca, o tempo é o fator mais crítico. A cada minuto sem atendimento, as chances de sobrevivência caem em torno de 7% a 10%, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Por isso, encontrar um desfibrilador automático em locais como shoppings, aeroportos ou estádios pode ser a diferença entre a vida e a morte.

    Os desfibriladores externos automáticos (DEA) foram desenvolvidos justamente para esses momentos. Pequenos, portáteis e fáceis de usar, eles podem ser manuseados não apenas por médicos, mas por qualquer pessoa presente no local, seguindo as instruções do aparelho.

    O que é um desfibrilador e para que serve?

    O coração funciona a partir de impulsos elétricos que coordenam os batimentos. Quando há uma arritmia grave, como a fibrilação ventricular, esses impulsos ficam desorganizados e o coração perde a capacidade de bombear sangue. O desfibrilador emite um choque controlado, capaz de “resetar” o sistema elétrico e permitir que o coração volte ao ritmo normal.

    Sem essa intervenção rápida, a pessoa pode evoluir para morte súbita em poucos minutos.

    Como funcionam os desfibriladores automáticos (DEA)?

    • Ligar o aparelho: basta abrir a caixa e apertar o botão de ligar;
    • Instruções de voz e imagens: o aparelho orienta cada passo para salvar a vítima;
    • Colocação dos eletrodos: adesivos são fixados no peito da vítima, conforme indicado;
    • Análise do ritmo cardíaco: o DEA verifica automaticamente se o choque é necessário;
    • Aplicação do choque: se indicado, o aparelho avisa quando apertar o botão e alerta para que todos se afastem.

    Importante: o equipamento só libera o choque se realmente for necessário, garantindo segurança mesmo quando usado por leigos.

    Quem pode usar o DEA em locais públicos?

    O DEA foi desenvolvido para que qualquer pessoa possa usá-lo em emergências. O aparelho guia o socorrista com comandos de voz. Ainda assim, cursos de primeiros socorros e RCP aumentam a confiança de quem presta o socorro.

    Onde os desfibriladores automáticos estão disponíveis?

    É cada vez mais comum encontrar DEAs em locais como:

    • Aeroportos e rodoviárias;
    • Shoppings e centros comerciais;
    • Estádios e ginásios esportivos;
    • Escolas, universidades e academias;
    • Estações de metrô e prédios públicos.

    Geralmente, ficam em caixas de vidro sinalizadas e com alarmes que disparam quando abertas, indicando emergência.

    Confira: 5 coisas para fazer hoje e proteger o coração contra o infarto

    Importância do DEA em espaços públicos

    • Velocidade: o tempo até a chegada da ambulância pode ser longo; o DEA aumenta as chances de sobrevivência até o socorro;
    • Maior chance de vida: quando usado nos primeiros 3 a 5 minutos, pode elevar em até 70% a chance de sobrevivência;
    • Complemento da RCP: o desfibrilador deve ser usado junto com compressões torácicas.

    Perguntas frequentes sobre desfibriladores automáticos

    1. O DEA pode ser usado em qualquer pessoa que desmaia?

    Não. Ele só é indicado em casos de parada cardíaca por arritmias graves. O aparelho identifica se o choque é necessário.

    2. Preciso ser médico para usar um desfibrilador automático?

    Não. O DEA foi projetado para uso por leigos, com instruções claras em voz alta e imagens.

    3. O choque do DEA pode machucar quem está por perto?

    Não, desde que todos se afastem no momento do disparo, conforme orienta o aparelho.

    4. O DEA substitui a massagem cardíaca (RCP)?

    Não. As compressões devem começar imediatamente e o DEA deve ser usado assim que possível.

    5. O aparelho pode errar na análise?

    Não. Ele só reconhece arritmias que exigem choque. Se não houver necessidade, não dispara.

    6. Qual a diferença entre desfibrilador automático (DEA) e manual?

    O manual é usado por profissionais em hospitais. O DEA é automático, guiado por voz, e pode ser usado em locais públicos por qualquer pessoa.

    Leia também: Ecocardiograma: saiba mais sobre o exame que mostra detalhes do coração

  • Quantos infartos acontecem por ano no Brasil e o que aumenta esse risco 

    Quantos infartos acontecem por ano no Brasil e o que aumenta esse risco 

    Você já deve ter ouvido falar que o infarto é uma das maiores preocupações de saúde pública no Brasil, e isso não é exagero. Segundo o Ministério da Saúde, acontecem de 300 mil a 400 mil casos de infarto agudo do miocárdio por ano no país. Além disso, aproximadamente em cada 5 a 7 casos, há morte.

    Esse número alto importa para todo mundo, porque o infarto não escolhe idade. Embora seja mais comum em pessoas mais velhas, alguns fatores de risco — muitos deles ligados ao estilo de vida — aumentam muito a probabilidade de pessoas jovens também sofrerem um infarto.

    O que é infarto agudo do miocárdio

    O infarto agudo do miocárdio acontece quando uma artéria do coração fica bloqueada por uma placa de gordura, coágulo ou outro impedimento, cortando ou reduzindo severamente o fluxo de sangue para parte do músculo cardíaco.

    Essa falta de sangue pode danificar ou matar células do coração e causa sintomas como dor no peito, falta de ar, suor frio e tontura. Quanto mais rápido chegar atendimento médico, maiores as chances de salvar o tecido cardíaco e reduzir danos.

    Fatores de risco: quem está mais vulnerável

    Pouca gente infarta por acaso. Há uma série de fatores que aumentam bastante as chances:

    • Tabagismo: um dos maiores inimigos do coração, prejudica os vasos, favorece placas de gordura nas artérias e provoca inflamação;
    • Colesterol alto: excesso de colesterol LDL e triglicerídeos altos elevam o risco de obstrução arterial;
    • Pressão alta: força os vasos, danifica artérias e facilita obstruções;
    • Diabetes: aumenta de 2 a 4 vezes o risco de infarto, devido ao impacto da glicose alta nos vasos;
    • Obesidade e gordura abdominal: aumentam inflamação e riscos metabólicos;
    • Sedentarismo: piora colesterol, pressão, glicemia e peso;
    • Histórico familiar: parentes próximos com infarto aumentam a vulnerabilidade;
    • Estresse, ansiedade e sono ruim: fatores psicossociais que também pesam no risco cardíaco.

    Outros fatores que merecem atenção

    • Idade: o risco cresce com o passar dos anos;
    • Sexo: homens têm infartos mais cedo; nas mulheres, o risco aumenta após a menopausa;
    • Condições socioeconômicas: acesso limitado à saúde e alimentação adequada aumenta a gravidade dos casos.

    O que você pode fazer hoje para evitar infartos

    • Parar de fumar ou não começar;
    • Praticar atividade física regular (caminhar, pedalar, nadar);
    • Manter alimentação equilibrada, com mais frutas, legumes e verduras;
    • Controlar glicemia, colesterol e pressão com acompanhamento médico;
    • Dormir bem e reduzir o estresse;
    • Fazer check-ups regulares, especialmente a partir dos 40 anos — antes, se houver histórico familiar.

    Perguntas frequentes sobre infarto no Brasil

    1. Quantos casos de infarto ocorrem por ano no Brasil?

    Estima-se que ocorram entre 300 mil e 400 mil casos de infarto agudo do miocárdio anualmente.

    2. Quantas pessoas morrem por infarto no país?

    Em cada 5 a 7 casos de infarto, ocorre um óbito. A taxa de mortalidade é alta.

    3. Jovens também infartam?

    Sim. Internações por infartos em pessoas de 30 a 40 anos estão aumentando, especialmente em quem tem fatores de risco como sobrepeso, sedentarismo e histórico familiar.

    4. Ter diabetes realmente aumenta muito o risco?

    Sim. Pessoas com diabetes têm de 2 a 4 vezes mais chances de sofrer infarto.

    5. E o tabagismo? Qual é seu impacto?

    É um dos principais fatores de risco: fumar inflama e danifica os vasos, favorecendo o acúmulo de placas de gordura.

    6. Mudanças no estilo de vida realmente ajudam?

    Sim. Alimentação saudável, atividade física, controle de pressão, glicemia e colesterol, sono de qualidade e menos estresse reduzem significativamente o risco.

    7. O que fazer se alguém suspeita que está infartando?

    Diante de dor no peito intensa, irradiação para braço, mandíbula ou costas, falta de ar, suor frio ou náusea, procure atendimento de urgência imediatamente. Quanto mais rápido o atendimento, melhores as chances de recuperação.