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  • Taquicardia sinusal: o que é, causas e se é perigoso 

    Taquicardia sinusal: o que é, causas e se é perigoso 

    Em situações do cotidiano, como durante a prática de atividade física ou em momentos de ansiedade, é normal que a frequência cardíaca aumente como resposta fisiológica do organismo. Esse tipo de aceleração é controlado pelo nó sinusal, o marca-passo natural do coração — sendo conhecido como taquicardia sinusal.

    No entanto, quando os batimentos permanecem acelerados por tempo prolongado, de forma desproporcional ao estímulo ou sem uma causa evidente, o quadro pode indicar uma taquicardia sinusal inapropriada (IST), que requer avaliação médica para investigação e acompanhamento.

    Ela nem sempre está associada a uma doença, mas pode indicar que o organismo está reagindo a algum estímulo interno ou externo, e compreender as causas é o primeiro passo para um diagnóstico adequado. Entenda mais, a seguir!

    O que é taquicardia sinusal?

    A taquicardia sinusal consiste no aumento do número de batimentos cardíacos por minuto, normalmente acima dos 100 batimentos por minuto (bpm), mas mantendo o ritmo normal do coração. O termo sinusal indica que os impulsos elétricos que controlam o batimento continuam partindo do nó sinusal, estrutura responsável por ditar o ritmo cardíaco.

    Em pessoas saudáveis, ela ocorre como uma resposta fisiológica do organismo, um mecanismo de adaptação para aumentar a quantidade de sangue bombeado e atender a uma maior demanda de oxigênio em situações como exercícios físicos, febre, ansiedade, estresse ou consumo de cafeína.

    No entanto, pode ser anormal quando ocorre de forma persistente e frequente, mesmo em repouso, ou quando é causada por outra doença, como anemia ou hipertireoidismo, conforme explica a cardiologista Juliana Soares.

    O que causa a taquicardia sinusal?

    A aceleração dos batimentos cardíacos é controlada pelo sistema nervoso autônomo, responsável por ajustar as funções involuntárias do corpo, como respiração e pressão arterial. Uma série de fatores pode ativar o mecanismo, como:

    • Atividade física;
    • Emoções fortes (medo, raiva, ansiedade);
    • Febre;
    • Uso de cafeína, nicotina ou álcool;
    • Uso de medicamentos como descongestionantes e broncodilatadores;
    • Gravidez;
    • Situações de dor intensa.

    Já a taquicardia sinusal inapropriada pode ter causas mais complexas, incluindo:

    • Alterações hormonais (hipertireoidismo, por exemplo);
    • Desidratação;
    • Anemia;
    • Insuficiência cardíaca;
    • Doenças pulmonares;
    • Distúrbios do sistema nervoso autônomo.

    Juliana Soares ainda aponta que o uso de medicamentos como descongestionantes nasais e substâncias estimulantes como drogas ilícitas (cocaína, por exemplo), também podem provocar taquicardia.

    Taquicardia sinusal pode vir acompanhada de sintomas?

    Além dos batimentos cardíacos acelerados, quadros de taquicardia sinusal inapropriada podem causar:

    • Palpitações;
    • Falta de ar (dispneia);
    • Fadiga e cansaço;
    • Tontura ou sensação de desmaio;
    • Intolerância ao exercício;
    • Desconforto no peito.

    Quando há dor no peito, desmaio ou sensação de descontrole dos batimentos, é importante procurar atendimento médico, pois os sinais podem indicar uma arritmia mais grave.

    Taquicardia sinusal é perigoso?

    Na maioria dos casos, não é uma condição perigosa, especialmente quando está relacionada a estímulos fisiológicos como exercícios ou emoções. O coração acelera para atender à demanda de oxigênio e, depois, retorna ao normal.

    Contudo, o aumento da frequência cardíaca torna-se preocupante quando ocorre de forma persistente e em repouso, com frequência acima de 100 batimentos por minuto. Também é motivo de alerta quando surgem sintomas como falta de ar, dor no peito, tontura ou desmaio, de acordo com Juliana.

    Em pessoas com doenças cardíacas pré-existentes, como insuficiência cardíaca, o aumento da frequência pode sobrecarregar o coração e aumentar o risco de infarto ou acidente vascular cerebral (AVC).

    Como é feito o diagnóstico da taquicardia sinusal?

    O diagnóstico de taquicardia sinusal é feito a partir de uma avaliação clínica feita pelo cardiologista, e depende da história do paciente e de exames complementares, como:

    • Eletrocardiograma (ECG): registra a atividade elétrica do coração e confirma se o ritmo acelerado tem origem no nó sinusal;
    • Holter 24 horas: monitora o ritmo cardíaco ao longo do dia, permitindo identificar variações e episódios de taquicardia;
    • Ecocardiograma: avalia a estrutura e a função do coração, identificando possíveis alterações anatômicas;
    • Exames laboratoriais: verificam a presença de anemia, hipertireoidismo e alterações nos níveis de potássio e magnésio.

    Em alguns casos, é necessário um teste ergométrico (teste de esforço), para observar como o coração reage durante a atividade física.

    Qual a diferença entre taquicardia sinusal e outros tipos de taquicardia?

    O termo “taquicardia” significa apenas que o coração está batendo rápido, mas existem vários tipos.

    A taquicardia sinusal é regular e com origem no nó sinusal, sendo considerada a forma mais comum e, na maioria das vezes, benigna. Já as taquicardias supraventriculares e ventriculares são mais perigosas, pois se originam em outras partes do coração e podem causar arritmias graves, levando até à parada cardíaca.

    No eletrocardiograma, o médico consegue diferenciar facilmente o tipo de taquicardia e indicar o tratamento adequado.

    É necessário tratar a taquicardia sinusal?

    De acordo com Juliana, o tratamento não é necessário quando a taquicardia sinusal é fisiológica, isto é, uma resposta normal do organismo ao esforço físico ou a emoções intensas. Quando há uma causa secundária, o tratamento deve ser direcionado a ela — tratar infecções em casos de febre, corrigir anemia ou disfunções da tireoide e manejar a ansiedade por meio de terapia ou medicação, por exemplo.

    Em situações raras, como na síndrome da taquicardia sinusal inapropriada, em que ocorre uma resposta exagerada e persistente, pode ser necessário o uso de medicamentos para reduzir a frequência cardíaca e prevenir sobrecarga ou danos ao coração a longo prazo.

    Como controlar a taquicardia sinusal sem remédios?

    Quando o aumento dos batimentos é fisiológico, pequenas mudanças de estilo de vida podem ajudar a controlar a taquicardia sinusal, como:

    • Controlar o estresse e a ansiedade com técnicas de respiração, meditação ou yoga;
    • Evitar o consumo de café, energéticos, nicotina e álcool;
    • Dormir bem todos os dias;
    • Beber bastante água para evitar desidratação;
    • Praticar atividade física leve e regular;
    • Manter uma alimentação equilibrada, com frutas, verduras e alimentos ricos em magnésio e potássio;
    • Fazer pausas durante o dia para respirar fundo e relaxar;
    • Realizar acompanhamento periódico com o cardiologista.

    Quando procurar atendimento médico?

    Procure um cardiologista quando a aceleração dos batimentos ocorrer em repouso, for frequente ou vier acompanhada de:

    • Dor ou aperto no peito;
    • Falta de ar;
    • Tontura ou desmaio;
    • Fadiga extrema;
    • Sensação de descompasso no ritmo cardíaco.

    Em emergências, como dor torácica intensa, falta de ar súbita ou desmaio, procure imediatamente um pronto-socorro.

    Confira: Por que o café acelera o coração? Veja quantas xícaras você pode tomar

    Perguntas frequentes

    Como diferenciar taquicardia sinusal de outras arritmias?

    Isso pode ser feito através de exames solicitados pelo médico, como o eletrocardiograma (ECG). Na taquicardia sinusal, o ritmo é regular e o impulso elétrico parte do nó sinusal, o que a torna mais previsível e geralmente benigna.

    Já em arritmias como a taquicardia supraventricular ou ventricular, o ritmo é desorganizado, podendo gerar palpitações súbitas e perigosas, com risco de desmaios e parada cardíaca. Por isso, o ECG é fundamental para identificar o tipo e a origem da aceleração.

    Taquicardia sinusal pode causar desmaios?

    Sim, embora seja pouco comum. Quando o coração bate rápido demais, pode haver redução do volume de sangue bombeado por batimento, diminuindo a oxigenação cerebral — o que provoca tontura e, em casos extremos, desmaio. Ah, e também pode ocorrer queda de pressão durante crises de taquicardia intensa.

    Qualquer episódio de desmaio associado a palpitações deve ser avaliado com urgência por um cardiologista, pois pode indicar risco de arritmia mais grave.

    Quando o tratamento de taquicardia sinusal com remédios é indicado?

    O uso de medicamentos é indicado em casos de sintomas intensos, taquicardia persistente ou taquicardia sinusal inapropriada (aceleração sem causa aparente). A escolha do tratamento deve ser feita pelo médico cardiologista, conforme o quadro clínico e a tolerância do paciente.

    Como diferenciar taquicardia sinusal inadequada de ansiedade?

    Na ansiedade, a aceleração dos batimentos resulta da descarga de adrenalina e ocorre em situações emocionais específicas, desaparecendo quando a pessoa se acalma. Na síndrome da taquicardia sinusal inadequada, porém, o aumento da frequência cardíaca pode ser contínuo ou ocorrer em repouso, sem necessariamente estar ligado a emoções.

    O diagnóstico é confirmado por avaliação clínica e eletrocardiograma, que mostram se o ritmo é de origem sinusal ou não.

    Quem tem taquicardia sinusal pode praticar esportes?

    Sim, desde que o quadro seja benigno e avaliado por um cardiologista. A prática regular de atividades físicas melhora a capacidade cardiovascular e ajuda a manter o ritmo cardíaco estável.

    O ideal é iniciar com exercícios leves, como caminhadas ou natação, e aumentar a intensidade de forma gradual. Pessoas com taquicardia sinusal inapropriada devem evitar esportes de alta exigência até liberação médica.

    Confira: Acordar com o coração acelerado é normal? Veja o que pode ser

  • Dor no ombro esquerdo pode ser infarto? Saiba como identificar

    Dor no ombro esquerdo pode ser infarto? Saiba como identificar

    A dor intensa no peito, descrita como um aperto, peso ou queimação, é um dos principais sintomas para identificar um infarto. Como as vias nervosas do coração se conectam à medula espinhal nos mesmos pontos que outras áreas do corpo, a dor pode ser percebida em regiões diferentes da sua origem, como o ombro esquerdo.

    Afinal, por que isso acontece? O fenômeno, conhecido como dor referida, acontece porque o cérebro, ao receber os sinais nervosos, pode confundir a origem da dor. Por isso, um problema cardíaco pode se manifestar com sintomas que lembram lesões musculares ou articulares — e ficar de olho nas diferenças ajuda a identificar o quadro.

    O que pode causar dor no ombro esquerdo?

    A dor no ombro esquerdo pode ter diversas causas e nem sempre está relacionada ao coração. Na verdade, o incômodo costuma ser consequência de condições musculoesqueléticas, neurológicas ou posturais, como:

    • Lesões musculares, como estiramentos, contraturas ou distensões;
    • Tendinites (inflamação nos tendões do ombro);
    • Bursites (inflamação na bursa, estrutura que reduz o atrito entre os tecidos);
    • Problemas articulares, como luxações, artrose ou instabilidade do ombro;
    • Hérnias cervicais (compressão dos nervos da coluna cervical que irradiam dor para o ombro);
    • Inflamações nos nervos periféricos, como neurites ou síndrome do desfiladeiro torácico;
    • Má postura prolongada, especialmente em ambientes de trabalho;
    • Esforço físico excessivo ou repetitivo, como levantar pesos ou movimentos repetidos;
    • Traumas diretos, como quedas, batidas ou pancadas na região;
    • Tensão emocional ou estresse, que pode gerar contraturas musculares reflexas.

    Em alguns casos, a dor pode ser reflexo de uma alteração no tórax, irradiando para o ombro esquerdo — o que inclui a possibilidade de um problema cardiovascular.

    Dor no ombro esquerdo é sintoma de infarto?

    A dor no ombro esquerdo pode ser sintoma de infarto, especialmente quando surge de forma súbita, sem causa muscular aparente, e vem acompanhada de outros sinais como desconforto no peito, falta de ar, suor frio, mal-estar, náusea, tontura ou sensação de desmaio.

    O coração e as fibras nervosas que o inervam atingem a medula espinhal na mesma região em que chegam as fibras nervosas do braço, do ombro esquerdo e da mandíbula.

    Juliana explica que quando o cérebro recebe essas informações, vindas de raízes nervosas que convergem em um mesmo ponto da medula, pode ocorrer uma interpretação errada da localização da dor — levando à sensação de que uma dor originada no coração vem, na verdade, de outra estrutura corporal.

    Por isso, a cardiologista aponta que é comum que o infarto se manifeste com dor no ombro, no braço esquerdo ou na mandíbula, devido à confusão das vias nervosas. O fenômeno é conhecido como dor referida, ou seja, ela é percebida em uma parte do corpo diferente de onde ela realmente se origina.

    Como diferenciar dor muscular de dor cardíaca?

    Existem algumas características que podem ajudar a diferenciar um desconforto muscular com o início de um infarto. Normalmente, a dor muscular está relacionada a esforço físico, má postura, traumas ou movimentos repetitivos, e costuma piorar com o movimento do corpo ou ao pressionar a região.

    A dor cardíaca, por outro lado, tem características diferentes: surge de forma súbita, não melhora com repouso e pode irradiar para outras áreas, como ombro, braço esquerdo, mandíbula ou costas.

    Confira as principais diferenças entre elas:

    Características Dor muscular Dor cardíaca
    Origem Musculatura, tendões ou articulações Coração (miocárdio)
    Tipo de dor Pontual, localizada, sensação de fisgada ou tensão Pressão, aperto, queimação ou peso no peito
    Localização Limitada ao músculo ou articulação Peito (normalmente no centro), com possível irradiação
    Irradiação É raro acontecer Pode irradiar para o ombro, braço esquerdo ou mandíbula
    Início Após esforço físico, má postura ou lesão Súbito, em repouso ou durante esforço físico
    Duração Pode durar algumas horas ou dias, dependendo da causa Pode durar mais de 20 minutos e aumentar com o tempo
    Sintomas associados Normalmente é uma dor isolada Falta de ar, suor frio, náusea, tontura e mal-estar
    Como melhorar Costuma melhorar com analgésicos, repouso, calor ou gelo Não melhora com repouso nem analgésicos, e precisa de atendimento médico imediato

    Quais outros sintomas acompanham um possível infarto?

    Além da dor torácica em forma de aperto, pressão ou queimação, que pode irradiar para o braço esquerdo, mandíbula, pescoço, costas ou estômago, o infarto costuma vir acompanhado de outros sintomas sistêmicos, como:

    • Falta de ar (dispneia), mesmo em repouso ou durante esforço leve;
    • Suor frio e abundante, sem causa aparente;
    • Náusea e vômito, que podem ser confundidos com mal-estar gastrointestinal;
    • Tontura, sensação de desmaio ou desfalecimento;
    • Palidez súbita e pele úmida;
    • Ansiedade intensa, sensação de morte iminente ou angústia;
    • Fraqueza geral, especialmente em membros superiores.

    Algumas pessoas apresentam sinais atípicos, o que pode atrasar o diagnóstico — e isso é mais comum em mulheres, idosos e pessoas com diabetes, que podem relatar apenas cansaço extremo, dor nas costas, mal-estar difuso ou desconforto abdominal. Nesses casos, a ausência de dor torácica não exclui a possibilidade de um evento cardíaco.

    Em todos os casos, Juliana orienta que se a dor no ombro vier acompanhada de sintomas como aperto no peito, sudorese, falta de ar ou tontura, é preciso chamar ajuda imediatamente, ligando para o SAMU (192) ou para os bombeiros (193). Não é recomendado dirigir ou tentar chegar sozinho ao hospital. A pessoa deve permanecer em repouso até a chegada do socorro.

    Se o paciente já tiver diagnóstico de problema cardíaco e uso prescrito de ácido acetilsalicílico (AAS), ele pode tomá-lo enquanto aguarda o atendimento — desde que tenha orientação médica prévia.

    Quais exames ajudam a identificar um infarto?

    O diagnóstico do infarto agudo do miocárdio depende da análise clínica associada a exames que avaliam o funcionamento do coração e a presença de lesões no músculo cardíaco, como eletrocardiograma (ECG), ecocardiograma e exames de sangue (marcadores de lesão cardíaca).

    Em alguns casos, podem ser solicitados outros exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética.

    A escolha dos exames depende do que a pessoa está sentindo, há quanto tempo os sintomas começaram e dos recursos do local onde ela está sendo atendida. Quanto mais cedo o diagnóstico é feito, maiores são as chances de tratar o problema com sucesso e evitar danos ao coração.

    Veja também: Infarto ou angina? Saiba quais são os principais sinais e fique atento

    Perguntas frequentes sobre dor no ombro esquerdo

    A dor no ombro esquerdo pode ser o único sintoma do infarto?

    É mais raro, mas o infarto pode se manifestar de forma silenciosa ou com sintomas atípicos, principalmente em mulheres, pessoas com diabetes e idosos. Em alguns casos, a dor no ombro esquerdo pode ser o único sinal perceptível, especialmente se vier acompanhada de mal-estar leve ou cansaço inexplicável.

    Por isso, mesmo na ausência de dor torácica clássica, é importante ficar atento a qualquer desconforto incomum, especialmente em quem apresenta fatores de risco. A avaliação médica precoce pode evitar complicações graves.

    O que fazer diante de uma dor suspeita no ombro?

    O ideal é observar o contexto em que a dor apareceu, sua intensidade e os sintomas associados. Se a dor for leve, surgir após esforço físico ou movimento repetitivo e melhorar com repouso, gelo ou analgésicos comuns, provavelmente tem origem muscular.

    Por outro lado, se a dor surgir de forma repentina, for intensa, não melhorar com repouso e vier acompanhada de pressão no peito, suor frio, falta de ar ou tontura, é recomendável procurar atendimento de urgência. Em qualquer caso de dúvida, a melhor conduta é buscar avaliação médica.

    Quem tem mais risco de infarto?

    O risco é maior em pessoas com histórico familiar de doença cardíaca, hipertensão, diabetes, colesterol alto, obesidade, sedentarismo ou tabagismo. Além disso, pode ocorrer em homens a partir dos 45 anos e mulheres após a menopausa, e em pessoas com estresse crônico ou que possuem uma má alimentação.

    Em pessoas com os fatores de risco, uma dor no ombro de início súbito, especialmente quando acompanhada de outros sintomas cardiovasculares, deve ser investigada com atenção.

    Quanto tempo dura a dor de um infarto?

    A dor do infarto geralmente dura mais de 15–20 minutos e não melhora com repouso ou uso de analgésicos. Ela pode começar de forma leve e piorar progressivamente, e também pode ser intermitente, com períodos de melhora e piora, o que confunde o paciente. Assim, qualquer dor torácica persistente deve ser avaliada com urgência.

    Como saber se a dor é do coração ou da ansiedade?

    A dor causada pela ansiedade costuma ser pontual, em forma de fisgada, e tende a aparecer em momentos de estresse emocional. Muitas vezes, ela vem acompanhada de hiperventilação, sensação de aperto na garganta e formigamento nas mãos.

    Já a dor cardíaca costuma ser mais difusa, contínua e vem com sinais físicos como suor frio, palidez e cansaço. Em caso de dúvida, é melhor procurar atendimento médico.

    Veja também: Suspeita de infarto: conheça os erros que colocam vidas em risco e saiba como agir

  • Trabalho noturno: conheça os riscos para a saúde do coração

    Trabalho noturno: conheça os riscos para a saúde do coração

    No Brasil, dados do IBGE apontam que aproximadamente 7 milhões de pessoas atuam em jornada noturna — principalmente em áreas como saúde, segurança pública, transporte e logística.

    Com um ritmo de trabalho que atropela o relógio biológico, eles estão mais expostos ao desbalanço hormonal, alterações metabólicas, piora da qualidade do sono e a um risco maior de desenvolver doenças cardiovasculares ao longo dos anos.

    Conversamos com a cardiologista Juliana Soares para entender por que o trabalho noturno impacta tanto a saúde do coração e quais estratégias podem ajudar a reduzir os riscos. Confira!

    Como o relógio biológico funciona?

    O relógio biológico é o sistema interno que organiza os horários do corpo humano. Ele sincroniza as funções fisiológicas com o ciclo de luz e escuro do ambiente, o que é chamado de ciclo circadiano.

    Durante o dia, a luz solar estimula o cérebro a produzir hormônios ligados ao estado de alerta, como cortisol. A temperatura corporal sobe, o metabolismo acelera e o cérebro entra em modo de vigília. Já durante a noite, quando escurece, o corpo entende que é hora de descansar: a melatonina aumenta, o metabolismo desacelera e a pressão tende a cair.

    Basicamente, dormir à noite e estar acordado de dia não é apenas um hábito social, mas é um padrão fisiológico do ser humano.

    De acordo com Juliana, quando a sincronia entre o relógio biológico e o relógio cronológico é perdida, o organismo passa por uma série de alterações metabólicas. O cortisol e a adrenalina deixam de seguir o ciclo natural e o corpo permanece em estado de alerta constante, enquanto a melatonina se desregula — comprometendo a qualidade do sono, os processos de regeneração celular e a imunidade.

    Com o horário invertido, a liberação de enzimas digestivas, da insulina e dos hormônios ligados à saciedade também se altera, aumentando o risco de resistência à insulina e ganho de peso. Como o sono é o momento de reparo celular, a privação e a má qualidade do sono reduzem esse reparo e promovem inflamação crônica no organismo.

    Impacto do trabalho noturno na saúde do coração

    A inversão do padrão de sono e de vigília, assim como a alteração dos horários habituais, desregula o corpo e provoca uma série de mudanças metabólicas que aumentam o risco de doenças cardiovasculares.

    Uma revisão mais recente, publicada na revista Environmental Research em 2025, encontrou associação entre trabalho em turnos noturnos e maior risco de mortalidade cardiovascular ao longo do tempo. Os pesquisadores apontaram aumento de inflamação, pior perfil de colesterol e alterações autonômicas em quem trabalha à noite — todos marcadores claros de risco cardiovascular.

    E os riscos crescem conforme se acumulam anos de trabalho noturno. Um estudo publicado no European Heart Journal mostrou que longos períodos de trabalho em turnos noturnos se associam a maior risco de fibrilação atrial e doença arterial coronariana, com tendência proporcional ao número de anos e intensidade da exposição.

    Juliana explica que quando há privação de sono e desbalanço do ciclo circadiano, o sistema nervoso simpático permanece ativado de forma contínua, aumentando a contratilidade e o tônus das artérias, o que eleva a pressão arterial. O sono irregular também prejudica o metabolismo e favorece a piora do perfil lipídico, com aumento do colesterol ruim (LDL) e redução do colesterol bom (HDL), contribuindo para o acúmulo de gordura abdominal.

    Para completar, trabalhar em horários invertidos muitas vezes reduz a regularidade da prática de atividade física, que é uma das principais medidas para manter o sistema cardiovascular saudável, controlar o peso, melhorar a sensibilidade à insulina e reduzir a inflamação.

    A alimentação na madrugada interfere na saúde cardiovascular?

    No período noturno, o metabolismo funciona de forma mais lenta, pois o organismo está fisiologicamente programado para descansar. Por esse motivo, Juliana aponta que consumir alimentos muito calóricos e pesados no horário pode ser prejudicial, já que o corpo passa a ter maior dificuldade para metabolizar gordura e carboidrato de forma eficiente.

    Consequentemente, há maior tendência de acúmulo de gordura corporal e pior metabolização dos nutrientes, o que impacta diretamente os níveis de colesterol e glicemia, favorecendo o ganho de peso e o desenvolvimento de alterações metabólicas, como diabetes tipo 2.

    Por isso, durante a noite ou na madrugada, uma medida necessária é evitar refeições muito pesadas e priorizar opções mais leves e equilibradas, que causem menor sobrecarga ao sistema digestivo e ao sistema cardiovascular.

    Quem trabalha à noite pode compensar o sono durante o dia?

    A compensação completa do sono perdido durante a noite é mais difícil, porque o ciclo circadiano regula o funcionamento dos hormônios, da temperatura corporal e do metabolismo — e as funções se organizam em torno do repouso noturno.

    Logo, mesmo que a pessoa durma a mesma quantidade de horas durante o dia, a qualidade tende a ser menor, com sono mais fragmentado e menos profundo.

    Para ter algum grau de compensação, é importante garantir a melhor qualidade possível do sono, a partir de medidas como:

    • Higiene do sono: manter hábitos regulares de descanso, evitando telas antes de dormir e criando uma rotina fixa de horários;
    • Dormir em um quarto escuro e silencioso durante o dia: cortinas blackout, tampões auriculares, máscara para os olhos e redução máxima de ruídos externos ajudam a melhorar a profundidade do sono;
    • Evitar exposição solar logo após acordar: a luz natural sinaliza para o organismo que o dia começou, o que pode dificultar o ajuste do ciclo circadiano e piorar a sonolência;
    • Tentar dormir um pouco antes de iniciar o trabalho noturno: um cochilo de preparação aumenta a reserva de energia e reduz o prejuízo metabólico durante as horas em que o corpo deveria estar naturalmente dormindo;
    • Tirar cochilos curtos durante o turno: curtos períodos de descanso (20 a 30 minutos) já são capazes de melhorar o alerta, reduzir lapsos de atenção e diminuir a pressão fisiológica do turno invertido.

    Quando for dormir, o ideal é que o sono seja ininterrupto, mesmo que dure menos tempo. Mesmo que a recuperação não seja plena, os cuidados já contribuem para preservar o funcionamento do organismo e reduzir o impacto do trabalho noturno sobre a saúde.

    Sinais da falta de sono para a saúde

    A privação de sono ou sono irregular pode manifestar uma série de sintomas, que Juliana aponta:

    • Cansaço constante;
    • Sonolência excessiva durante o dia;
    • Irritabilidade e piora do humor;
    • Ansiedade e sintomas depressivos;
    • Dificuldade de concentração e perda de memória;
    • Aumento da pressão arterial;
    • Ganho de peso ou dificuldade para emagrecer;
    • Queda da imunidade.

    Os sinais podem aparecer de maneira lenta e progressiva, mas devem ser levados em consideração, porque indicam que o organismo está entrando em desequilíbrio.

    Não posso mudar o horário de trabalho, o que fazer?

    Quando não é possível trocar o turno de trabalho, o ideal é reduzir danos, adotando uma rotina de cuidados que ajude a proteger o organismo dos efeitos do sono irregular e da vigília prolongada. Entre eles, é possível destacar:

    • Priorizar a melhor qualidade de sono possível, mesmo durante o dia;
    • Manter alimentação equilibrada e evitar refeições muito pesadas na madrugada;
    • Fazer atividade física regularmente (em qualquer horário que seja possível);
    • Controlar o estresse, evitando café em excesso e estimulantes no fim do turno;
    • Limitar o consumo de álcool e ultraprocessados;
    • Manter acompanhamento médico regular, com controle de pressão, colesterol e glicemia.

    As medidas ajudam a proteger o sistema cardiovascular e reduzem parte do impacto que o trabalho noturno provoca no organismo.

    Confira: Dormir mal prejudica a saúde do coração? Conheça os riscos

    Perguntas frequentes

    O que é um sono irregular?

    O sono irregular consiste em dormir em horários que variam muito ao longo da semana, mudar bruscamente o momento em que se dorme e se acorda, alternar noite e dia sem padrão, ou quebrar o sono em vários períodos curtos.

    Quando isso acontece, o corpo não consegue programar os processos fisiológicos de forma estável. O relógio biológico não tem previsibilidade e começa a falhar em funções básicas como regular hormônios, temperatura corporal, apetite, humor e pressão arterial. Com o tempo, a falta de constância desequilibra o metabolismo e pode aumentar o risco de problemas cardiovasculares.

    Por que dormir mal interfere no humor e na saúde mental?

    O sono profundo regula neurotransmissores importantes, como serotonina, dopamina e noradrenalina, todos envolvidos no humor e bem-estar emocional. Quando o sono é fragmentado ou insuficiente, acontece um desequilíbrio químico que pode levar a irritabilidade, ansiedade, impulsividade e sintomas depressivos.

    Ah, e o cérebro tem mais dificuldade para processar emoções, filtrar estímulos e interpretar situações sociais com clareza. Assim, quem dorme mal tem maior chance de reagir de forma exagerada a situações simples ou de sentir piora de sintomas psicológicos já existentes.

    Por que telas atrapalham o sono?

    A luz azul emitida por celulares, tablets e computadores inibe a produção de melatonina, o hormônio que sinaliza ao corpo que está na hora de dormir. O conteúdo consumido nas telas também costuma ser estimulante, deixando o cérebro em alerta e prolongando o estado de vigília. Por isso, o recomendado é evitar telas pelo menos uma hora antes de deitar.

    É normal acordar várias vezes durante a noite?

    Acordar várias vezes durante a noite pode acontecer de vez em quando, mas quando isso vira rotina, pode indicar um problema chamado insônia de manutenção.

    Isso pode acontecer devido a fatores emocionais, como estresse e ansiedade, a hábitos inadequados de sono e a condições físicas, como refluxo ou apneia do sono, além de ambientes pouco favoráveis ao descanso. Como os despertares fragmentam os ciclos de sono e prejudicam o descanso profundo, podem afetar diretamente a disposição, o humor e a saúde ao longo do dia.

    Por isso, se o problema é constante e está impactando a qualidade de vida, procure atendimento médico para identificar a causa e definir o tratamento mais adequado.

    Tomar melatonina é seguro?

    A melatonina pode ser útil em situações específicas, como jet lag, adaptação temporária de horários ou alguns distúrbios de ritmo circadiano. Porém, ela não deve ser usada sem orientação médica, já que as doses encontradas em suplementos variam muito e, em alguns casos, são mais altas do que o necessário. Isso pode causar sonolência residual no dia seguinte, alterações de humor e piora do ciclo sono–vigília a longo prazo.

    Veja mais: Sono leve ou agitado? Veja 7 hábitos noturnos que podem ser os culpados

  • Desidratação aumenta o risco de infarto? Conheça os riscos e como evitar 

    Desidratação aumenta o risco de infarto? Conheça os riscos e como evitar 

    Durante períodos de calor intenso ou prática de atividades físicas prolongadas, como treinos de resistência e corridas, é bastante comum o corpo perder água e sais minerais por meio do suor — sendo importante repor adequadamente os líquidos para evitar a desidratação. Desequilíbrios podem comprometer o funcionamento de órgãos vitais, especialmente o coração.

    Quando o organismo perde líquidos em excesso, o sangue se torna mais espesso e o volume circulante diminui. Como consequência, o coração precisa bater com mais força e rapidez para manter a pressão arterial e garantir que o oxigênio chegue aos tecidos.

    O esforço extra aumenta a sobrecarga cardíaca, o que pode ser perigoso sobretudo para pessoas com doenças cardiovasculares, hipertensão ou histórico de infarto. Vamos entender mais, a seguir.

    Mas como ocorre a hidratação?

    A desidratação acontece quando o corpo perde mais líquidos do que consome, provocando um desequilíbrio entre água e sais minerais, especialmente sódio e potássio, que são fundamentais para o bom funcionamento das células. A perda pode acontecer de forma gradual ou rápida, dependendo da causa e da intensidade.

    Normalmente, o organismo elimina líquidos por meio do suor, urina, fezes e respiração. Mas, em situações como exposição prolongada ao calor, prática intensa de exercícios, febre, vômitos ou diarreia, a perda de água e eletrólitos tende a ser muito maior. Quando você não faz a reposição adequada de líquidos, o volume de sangue circulante diminui e os tecidos passam a receber menos oxigênio e nutrientes.

    Como há menos líquido disponível, o corpo tenta se adaptar: os rins reduzem a produção de urina, a pele fica seca e a temperatura corporal tende a aumentar. O sangue, mais espesso, circula com dificuldade, exigindo maior esforço do coração para manter o fluxo.

    Se a desidratação ficar mais grave, podem surgir sintomas como tontura, fraqueza, queda de pressão, batimentos acelerados e confusão mental, caracterizando um quadro de risco que precisa de reposição imediata de líquidos e, em casos graves, atendimento médico urgente.

    Desidratação afeta a pressão arterial?

    De acordo com a cardiologista Juliana Soares, a desidratação pode causar um quadro de hipotensão, que é a queda na pressão arterial. Ela ocorre porque a redução do volume sanguíneo leva à diminuição da pressão exercida pelo sangue nas paredes dos vasos, comprometendo o fluxo adequado para os órgãos vitais — o que pode causar sintomas como tonturas, náuseas e desmaios.

    Em alguns casos, pode acontecer um aumento transitório e discreto da pressão, pois o organismo tenta compensar a perda de líquido liberando hormônios que causam o estreitamento dos vasos sanguíneos.

    Embora seja uma forma de defesa do corpo, ele pode sobrecarregar o sistema cardiovascular, ainda mais em quem convive com hipertensão ou doenças cardíacas pré-existentes.

    Desidratação é perigosa para o coração?

    Em quadros de desidratação, há risco de queda acentuada da pressão arterial, aceleração dos batimentos, arritmias, tontura, fraqueza e desmaios. A sobrecarga cardíaca também pode desencadear crises hipertensivas, infarto e AVC, sobretudo em pessoas com histórico de doenças cardiovasculares, insuficiência cardíaca ou hipertensão.

    Além dos distúrbios de ritmo, a perda de líquidos e sais minerais intensifica o esforço do coração e reduz a oxigenação dos tecidos, o que pode causar sensação de cansaço extremo e mal-estar generalizado. O desequilíbrio de eletrólitos, principalmente de sódio e potássio, agrava o risco de irregularidades na condução elétrica cardíaca, elevando as chances de complicações graves.

    De acordo com Juliana, os idosos são mais vulneráveis à desidratação porque apresentam alterações naturais do envelhecimento, como a diminuição da sensação de sede e, muitas vezes, a função renal menos eficiente. Isso dificulta a reposição adequada de líquidos e aumenta o risco de desidratação.

    Em pessoas com doenças cardíacas, a cardiologista explica que o coração já tem dificuldade em manter um fluxo sanguíneo adequado. A desidratação exige esforço adicional para bombear um sangue mais espesso e em menor quantidade, o que pode provocar complicações graves. Pacientes com insuficiência cardíaca, por exemplo, podem ter maior risco de infarto e AVC.

    Sinais de desidratação para ficar atento

    Os primeiros sintomas de desidratação incluem:

    • Sede intensa e boca seca;
    • Urina escura e em pequena quantidade;
    • Cansaço e fraqueza generalizada;
    • Dor de cabeça e tontura;
    • Pele e lábios ressecados;
    • Confusão mental ou dificuldade de concentração;
    • Ausência de urina por várias horas.

    Em casos moderados a graves, podem surgir palpitações, aceleração dos batimentos cardíacos, queda de pressão, náusea, confusão mental e desmaios. Os sintomas indicam que o corpo já perdeu quantidade significativa de líquidos e sais minerais, o que compromete a circulação e o funcionamento do coração.

    Entre idosos, crianças e pessoas com doenças crônicas, a desidratação pode evoluir rapidamente. A ausência de suor em dias quentes, a falta de urina por muitas horas ou a sonolência excessiva são sinais de alerta que exigem avaliação médica imediata.

    Como prevenir a desidratação e proteger o coração?

    Manter o corpo hidratado é uma das principais medidas para prevenir a desidratação e garantir o bom funcionamento do coração, especialmente durante períodos de calor intenso ou em situações que aumentam a perda de líquidos, como atividade física ou febre.

    Outras medidas importantes para adotar no dia a dia incluem:

    • Prefira água, água de coco ou bebidas isotônicas em casos de suor excessivo;
    • Evite o consumo exagerado de café, álcool e refrigerantes, que favorecem a perda de líquidos;
    • Use roupas leves, claras e de tecidos que permitam ventilação;
    • Evite exposição solar entre 10h e 16h;
    • Mantenha ambientes ventilados e frescos, com uso de ventilador ou ar-condicionado quando possível;
    • Faça pausas durante atividades físicas em dias quentes;
    • Observe sinais como urina escura, tontura, fraqueza ou palpitações e procure atendimento se persistirem;
    • Pessoas com doenças cardíacas devem seguir orientação médica sobre a quantidade ideal de líquidos e possíveis ajustes de medicamentos.

    Beber água em excesso também é perigoso?

    Tudo em excesso pode prejudicar a saúde, inclusive o consumo de água. Segundo Juliana, o consumo exagerado de líquidos em um curto período pode causar hiponatremia, condição em que o sangue se torna muito diluído e o nível de sódio cai. O sódio, inclusive, é fundamental para o funcionamento adequado do organismo e para a manutenção dos batimentos cardíacos.

    O excesso de água também pode provocar inchaço das células, inclusive das cerebrais, causando alterações neurológicas e cardíacas graves. Em situações extremas, a diluição excessiva compromete o funcionamento do sistema nervoso e pode levar a uma parada cardíaca.

    Existe uma quantidade ideal de líquidos por dia?

    A quantidade ideal de líquidos deve ser individualizada e determinada pelo médico, segundo Juliana. Para a maioria das pessoas, o recomendado é a ingestão de 2 a 2,5 litros de líquidos por dia.

    Entretanto, pacientes com insuficiência cardíaca podem apresentar dificuldade em eliminar o excesso de líquidos, o que favorece a retenção e o acúmulo, especialmente nos pulmões, agravando o quadro clínico.

    Nessas situações, a cardiologista explica que pode ser orientado uma restrição hídrica, limitando a ingestão diária (em alguns casos, a aproximadamente 1 litro) conforme a gravidade e as necessidades específicas de cada paciente, como finaliza a cardiologista.

    Veja também: Por que beber água é tão importante para os rins e a bexiga?

    Perguntas frequentes

    A falta de água pode causar arritmia cardíaca?

    Pode, sim. A desidratação causa desequilíbrio de eletrólitos, como sódio e potássio, fundamentais para a condução elétrica que regula os batimentos cardíacos. Quando há carência de minerais, o coração pode apresentar ritmo irregular, palpitações e arritmias. Em quadros mais severos, essa instabilidade elétrica pode gerar complicações graves e até risco de parada cardíaca.

    O que fazer para se hidratar corretamente?

    A melhor forma é beber água em pequenas quantidades ao longo do dia, sem esperar sentir sede. Os alimentos ricos em água, como frutas, verduras e sopas, também ajudam. Em situações de calor ou transpiração intensa, é indicado repor sais minerais com água de coco ou bebidas isotônicas. A hidratação deve ser constante, e não concentrada em grandes volumes de uma só vez.

    Quando procurar atendimento médico por desidratação?

    O atendimento deve ser buscado sempre que houver sinais de desidratação moderada ou grave, como sede intensa, urina escura ou ausente, tontura, fraqueza extrema, confusão mental, dor no peito ou palpitações.

    Crianças, idosos e pessoas com doenças cardíacas devem ser avaliadas mais rapidamente, pois o risco de complicações é maior. O tratamento pode incluir reposição de líquidos por via oral ou intravenosa, dependendo da gravidade do quadro.

    O café e o álcool favorecem a desidratação?

    Sim, tanto o café quanto o álcool têm efeito diurético, estimulando o corpo a eliminar mais líquidos pela urina. Quando consumidos em excesso, aumentam o risco de desidratação, especialmente em dias de calor ou durante atividades físicas intensas.

    Como identificar a desidratação leve antes que piore?

    Os primeiros sinais leves de desidratação são sede, boca seca, urina mais escura e sensação de cansaço. Se não houver reposição de líquidos, surgem tontura, dor de cabeça e palpitações. Observar a cor da urina é uma boa forma de monitorar o nível de hidratação: quanto mais clara, melhor.

    Qual é o melhor tipo de bebida para hidratação?

    A água é sempre a melhor opção para se hidratar, no entanto, em situações de grande perda de líquidos, bebidas isotônicas ou água de coco ajudam a repor eletrólitos. Sucos naturais também contribuem para melhorar o quadro, desde que sem excesso de açúcar.

    Confira: Descubra quanto de água você deve tomar por dia

  • Por que a pressão arterial aumenta no frio? Cardiologista explica

    Por que a pressão arterial aumenta no frio? Cardiologista explica

    Não é apenas o aumento das infecções respiratórias que acontece nos dias frios. Quando as temperaturas caem, o corpo precisa trabalhar mais para manter o calor interno, o que faz os vasos sanguíneos se contraírem e o coração trabalhar com mais força para bombear o sangue. Isso pode sobrecarregar o sistema cardiovascular — especialmente em quem já tem hipertensão ou outros problemas cardíacos.

    Conversamos com a cardiologista Juliana Soares para entender o que acontece com o coração nos dias frios e quais cuidados é importante adotar nesse período. Confira!

    Por que o frio faz a pressão arterial subir?

    Com a queda nas temperaturas, o corpo ativa um mecanismo natural para manter a temperatura constante, desencadeando um processo chamado vasoconstrição, que consiste no estreitamento dos vasos sanguíneos para reduzir a perda de calor.

    De acordo com Juliana, o processo faz com que o coração precise trabalhar com mais intensidade para bombear o sangue de forma adequada por todo o corpo, o que acaba elevando a pressão arterial.

    Além disso, o frio também estimula a liberação de hormônios como adrenalina e noradrenalina, substâncias associadas à resposta de alerta do organismo. Eles aumentam a frequência dos batimentos cardíacos e intensificam o esforço do coração — contribuindo ainda mais para a elevação da pressão e para uma sobrecarga cardiovascular.

    E para quem tem hipertensão?

    As pessoas que já convivem com hipertensão arterial costumam apresentar uma pressão de base naturalmente mais elevada, o que as torna mais vulneráveis às variações provocadas pelo clima.

    É importante lembrar que elevações súbitas da pressão arterial aumentam significativamente o risco de complicações graves. Por isso, o efeito da vasoconstrição tende a ser potencialmente mais perigoso para quem tem hipertensão — o que aumenta a necessidade de acompanhamento médico e controle da pressão nas épocas mais frias do ano.

    O frio aumenta o risco de infarto?

    Segundo dados do Instituto Nacional de Cardiologia, as baixas temperaturas do inverno (abaixo de 14°C) fazem aumentar em 30% o risco de infarto — além de outras complicações cardiovasculares, como acidente vascular cerebral (AVC).

    O Ministério da Saúde ainda aponta um aumento de até 5% nos casos de dissecção de aorta, uma emergência médica gravíssima que acontece quando a camada interna da principal artéria, que se ramifica a partir do coração e leva sangue para todo o corpo, acaba se rompendo ou sofrendo um descolamento.

    Além de o frio provocar o processo de constrição das artérias (vasoconstrição), Juliana explica que ocorre um aumento da viscosidade do sangue, que se torna um pouco mais espesso e coagulável. A mudança favorece a formação de coágulos, que podem contribuir para quadros de obstrução arterial e levar a complicações graves, como infarto ou AVC.

    “Além disso, como no frio temos um aumento de alguns hormônios do estresse, como a adrenalina, pode ocorrer aumento da frequência cardíaca e um episódio de taquicardia e arritmia, especialmente em quem já tem problemas cardíacos de base”, complementa a especialista.

    Além das pessoas com hipertensão, os grupos de maior risco incluem idosos, tabagistas e indivíduos com diabetes ou colesterol alto. Pacientes com histórico de doenças cardiovasculares, como infarto, insuficiência cardíaca ou arritmias, também apresentam maior vulnerabilidade durante o frio.

    Quais horários do dia são mais perigosos?

    De modo geral, Juliana aponta que o período da manhã apresenta maior incidência de eventos cardiovasculares, por diversos motivos. Nesse horário, independentemente de qualquer condição, o organismo já tende a elevar naturalmente a pressão arterial para se preparar para as atividades do dia — porém, durante o frio, o aumento se torna mais intenso devido à vasoconstrição.

    Para complementar, nas primeiras horas do dia, a temperatura ambiente costuma ser mais baixa, e muitas pessoas passam bruscamente de ambientes aquecidos para o ar frio da rua a caminho do trabalho, o que pode provocar um choque térmico e aumentar ainda mais a sobrecarga sobre o sistema cardiovascular.

    Quando procurar um médico?

    É recomendado procurar um médico sempre que houver alterações persistentes na pressão arterial, mesmo com o uso regular de remédios. Também é importante buscar atendimento imediato em caso de sintomas como:

    • Dor ou pressão no peito;
    • Falta de ar;
    • Palpitações ou batimentos acelerados;
    • Tontura ou desmaios;
    • Visão embaçada;
    • Dor de cabeça intensa e repentina;
    • Inchaço nas pernas, tornozelos ou pés.

    Vale complementar que pessoas com hipertensão, diabetes, colesterol alto ou histórico de doenças cardíacas devem manter o acompanhamento médico regular durante o inverno. O frio pode alterar a resposta do organismo e, em alguns casos, exigir os ajustes na medicação, conforme a orientação do médico.

    Cuidados para proteger o coração no inverno

    É fundamental que as pessoas com doenças cardiovasculares, como hipertensão, insuficiência cardíaca, histórico de infarto ou arritmias, redobrem os cuidados durante os períodos de frio. Juliana dá algumas orientações:

    • Evitar choques térmicos e mudanças bruscas de temperatura;
    • Manter-se bem agasalhado, principalmente nas extremidades (pés e mãos), para reduzir a vasoconstrição;
    • Continuar praticando atividade física, adaptando os exercícios para ambientes fechados e seguros;
    • Monitorar regularmente a pressão arterial, especialmente em dias de frio intenso;
    • Seguir corretamente o tratamento médico e não interromper o uso dos medicamentos sem orientação.

    Por fim, Juliana reforça a importância de manter o calendário vacinal em dia, já que, nas épocas frias, há uma maior incidência de infecções respiratórias, que podem agravar o quadro de pacientes com doenças cardiovasculares.

    Para se ter uma ideia, estudos mostram que, nas semanas seguintes a uma infecção viral (como gripe), a chance de um ataque cardíaco pode ser até seis vezes maior — principalmente em adultos mais velhos. A vacinação é segura e recomendada para praticamente todas as pessoas com doenças cardiovasculares.

    Veja também: Pressão alta e rins: como proteger a saúde renal

    Perguntas frequentes

    O que acontece com o corpo no frio?

    Quando o frio chega, o corpo humano precisa se adaptar para manter a temperatura interna constante, então ele ativa um mecanismo chamado vasoconstrição, que consiste no estreitamento dos vasos sanguíneos. O processo ajuda a evitar a perda de calor, mas, ao mesmo tempo, faz com que o coração precise trabalhar com mais força para bombear o sangue.

    O resultado é um aumento natural da pressão arterial, mesmo em pessoas saudáveis, o que é normal de acontecer, mas pode se tornar perigoso para quem já tem doenças cardiovasculares.

    Por que o sangue fica mais espesso no frio?

    Durante o inverno, o corpo perde mais água e tende a ficar levemente desidratado, já que sentimos menos sede. Isso aumenta a concentração de células e proteínas no sangue, deixando-o mais viscoso. A densidade maior favorece a formação de coágulos, que podem obstruir as artérias e causar infarto ou AVC. Assim, mesmo que o frio desestimule o consumo de água, é fundamental manter uma boa hidratação.

    O que a vacinação tem a ver com a saúde do coração?

    As infecções respiratórias, como a gripe e a pneumonia, colocam o corpo sob forte estresse inflamatório, o que pode desestabilizar as placas de gordura nas artérias e causar eventos graves, como o infarto e o AVC. A vacinação reduz a chance de o organismo enfrentar inflamações intensas e evita a sobrecarga sobre o coração.

    As pessoas com hipertensão, diabetes ou histórico de doenças cardíacas devem manter o calendário vacinal atualizado, incluindo as vacinas contra a gripe (Influenza), a pneumonia e a Covid-19. A prevenção de infecções é uma das formas mais eficazes de reduzir o risco de complicações cardiovasculares durante o frio.

    Como medir a pressão arterial em casa?

    Para medir a pressão arterial em casa, é importante o uso de aparelhos digitais automáticos de braço, que são mais confiáveis e oferecem resultados precisos. A pessoa deve estar sentada, com as costas apoiadas e os pés no chão, em ambiente calmo e silencioso. O braço deve estar na altura do coração, e o manguito precisa envolver corretamente o braço, sem apertar demais.

    A medição deve ser feita sempre no mesmo horário, de preferência pela manhã e à noite, evitando conversar durante o processo. A anotação dos resultados e a observação de variações pode ajudar o médico a avaliar a necessidade de ajustes no tratamento e a entender como o organismo reage às mudanças de temperatura.

    O consumo de café e bebidas estimulantes interfere na pressão no frio?

    O consumo excessivo de café, energéticos e bebidas estimulantes pode interferir na pressão arterial, aumentando a liberação de adrenalina, acelerando os batimentos cardíacos e elevando temporariamente a pressão. O efeito é mais perceptível em pessoas sensíveis ou que já têm hipertensão.

    A recomendação médica é limitar o consumo diário a quantidades moderadas e evitar o uso combinado de bebidas estimulantes, principalmente em dias de baixa temperatura, quando o coração já está sob maior esforço.

    Veja mais: Pressão alta: quando ir ao pronto-socorro?

  • Acordar com o coração acelerado é normal? Veja o que pode ser

    Acordar com o coração acelerado é normal? Veja o que pode ser

    Você já acordou repentinamente com a sensação de que o coração está batendo com força, como se tivesse acabado de correr? O fenômeno de coração acelerado é relativamente comum e, na maioria dos casos, é uma resposta fisiológica normal do organismo.

    Segundo a cardiologista Juliana Soares, a frequência cardíaca é naturalmente mais baixa durante o sono e, quando acordamos, o corpo passa da fase de repouso para um estado de alerta. Nesse processo, a frequência cardíaca aumenta como parte da ativação do sistema nervoso simpático — que prepara o organismo para as atividades do dia.

    Porém, quando a aceleração é muito intensa, ocorre com frequência ou vem acompanhada de sintomas como tontura, falta de ar ou dor no peito, pode ser um sinal de sobrecarga do sistema cardiovascular ou de influência de outros fatores, como os que explicamos a seguir. Confira!

    O que pode causar coração acelerado ao acordar?

    Ansiedade e estresse

    Segundo Juliana, o simples ato de acordar pode ser um gatilho para episódios de ansiedade matinal, levando à aceleração dos batimentos cardíacos. Além disso, o estresse estimula a liberação de hormônios como adrenalina e cortisol, que intensificam a atividade do sistema nervoso simpático e, como resultado, aumentam a frequência cardíaca.

    Uma pessoa ansiosa também pode acordar com outros sintomas, como suor nas mãos, respiração curta, preocupação constante, insônia, enjoo e sensação de aperto no peito. Na maioria dos casos, a taquicardia costuma se normalizar em poucos minutos, conforme o corpo recupera o equilíbrio.

    Consumo de álcool ou cafeína

    O café, o chá preto, o chá mate, os refrigerantes com cafeína e os energéticos são bebidas que contêm substâncias estimulantes capazes de aumentar os batimentos cardíacos.

    A cafeína atua bloqueando a ação da adenosina, um neurotransmissor que promove relaxamento, e estimula a liberação de adrenalina. Isso deixa o corpo em estado de alerta e pode provocar taquicardia, tremores e nervosismo, especialmente em pessoas sensíveis.

    Quando ingerida à noite, a cafeína pode dificultar o sono e, na manhã seguinte, o corpo ainda pode estar sob efeito do estímulo, resultando na aceleração dos batimentos ao acordar.

    Apneia do sono

    A apneia do sono é um distúrbio em que a respiração para e recomeça repetidamente durante o sono, impedindo o corpo de receber oxigênio suficiente. Como consequência, o coração precisa trabalhar mais para compensar — levando a pequenos despertares e aumento da frequência cardíaca, de acordo com Juliana.

    Além do coração acelerado, pessoas com apneia podem apresentar sensação de sufocamento, boca seca, ronco alto, sonolência diurna e dores de cabeça ao acordar. Quando não tratada, a condição pode elevar o risco de hipertensão arterial e arritmias.

    Desidratação

    Durante o sono, o corpo continua perdendo água pela respiração e pelo suor. Se ao longo do dia a pessoa não bebe líquido suficiente, a perda vai se acumulando, aumentando o grau de desidratação durante a noite.

    Com menos líquido circulando, o volume de sangue diminui e o coração precisa trabalhar com mais intensidade para manter o transporte de oxigênio e nutrientes, o que eleva a frequência cardíaca.

    Uso de remédios estimulantes

    Assim como a cafeína, outras substâncias estimulantes podem acelerar os batimentos cardíacos — e diversas estão presentes em medicamentos vendidos com ou sem prescrição, como:

    • Corticoides inalados;
    • Anfetaminas;
    • Remédios para tireoide (como levotiroxina);
    • Xaropes e antigripais com pseudoefedrina;
    • Medicações para TDAH.

    Quando combinados com café ou álcool, o efeito estimulante se intensifica. Se a palpitação começar após o início de um tratamento, é importante conversar com o médico.

    Anemia

    A anemia ocorre quando há diminuição dos glóbulos vermelhos ou da hemoglobina, reduzindo o transporte de oxigênio. Para compensar, o coração bate mais rápido, e isso é percebido com mais intensidade ao acordar.

    Os sintomas incluem fadiga, fraqueza, tontura, dor de cabeça e falta de ar. A causa mais comum é a deficiência de ferro, mas também pode ocorrer por perda sanguínea ou doenças crônicas.

    Pesadelos ou terror noturno

    Pesadelos ativam o sistema nervoso simpático, liberando adrenalina e acelerando o coração. Nos terrores noturnos — mais comuns em crianças, mas possíveis em adultos — a pessoa desperta assustada, com suor, respiração rápida e batimentos fortes.

    Problemas cardíacos

    Arritmias como fibrilação atrial e taquicardia supraventricular podem provocar taquicardia ao acordar. Doenças estruturais do coração também aumentam a chance de alterações no ritmo.

    Nesses casos, a palpitação pode vir acompanhada de falta de ar, dor no peito ou sensação de aperto. Assim, é importante buscar avaliação médica.

    Consumo excessivo de açúcar

    Ingerir açúcar em excesso à noite gera picos de glicose. Quando os níveis caem durante a madrugada, o corpo libera adrenalina, acelerando o coração. O excesso de açúcar também aumenta a inflamação e pode sobrecarregar o sistema cardiovascular ao longo do tempo.

    Como é feita a investigação do coração acelerado pela manhã??

    O diagnóstico do coração acelerado começa com uma consulta médica envolvendo histórico, hábitos, sintomas e uso de substâncias estimulantes. Juliana destaca alguns exames úteis:

    • Eletrocardiograma;
    • Holter de 24h;
    • Exames de sangue (anemia, tireoide);
    • Ecocardiograma;
    • Teste ergométrico.

    Para suspeita de apneia do sono, o médico pode solicitar polissonografia.

    Como evitar que o coração acelere ao acordar?

    Como grande parte das palpitações matinais tem relação com o estilo de vida e a saúde mental, algumas medidas ajudam a reduzir o sintoma:

    • Manter horários regulares de sono;
    • Evitar telas por pelo menos 1 hora antes de deitar;
    • Deixar o quarto escuro e confortável;
    • Evitar álcool, cafeína e nicotina à noite;
    • Beber água ao longo do dia;
    • Praticar atividade física regularmente.

    Quando procurar atendimento médico por conta do coração acelerado?

    Procure um médico quando:

    • Aceleração vier com dor no peito, desmaio, falta de ar ou tontura;
    • As palpitações forem frequentes;
    • Houver histórico familiar de doenças cardíacas;
    • Os sintomas aparecerem após uso de novo medicamento;
    • Surgirem perda de peso, suor excessivo ou tremores.

    Leia mais: Arritmia cardíaca: quando os batimentos fora de ritmo merecem atenção

    Perguntas frequentes sobre acordar com coração acelerado

    Como saber se a palpitação tem origem no coração ou na ansiedade?

    A palpitação por ansiedade surge em momentos de tensão e melhora com o relaxamento. A de origem cardíaca pode ocorrer a qualquer hora e vir com falta de ar ou tontura. Só a avaliação médica confirma.

    O álcool pode causar coração acelerado pela manhã?

    Sim. Ele desidrata, interfere no sistema nervoso e altera eletrólitos importantes para o ritmo cardíaco.

    O que fazer quando o coração acorda acelerado todos os dias?

    Observe hábitos de sono, consumo de cafeína e níveis de estresse. Se o sintoma for frequente, procure um clínico ou cardiologista para avaliação e exames.

    Como saber se tenho algum problema no coração?

    Somente exames como eletrocardiograma, ecocardiograma e teste ergométrico confirmam. Procure um médico se tiver palpitações constantes, falta de ar ou dor no peito.

    O que fazer durante uma crise de palpitação ao acordar?

    Sente-se, respire fundo, mantenha a calma e beba água. Evite movimentos bruscos. Se não melhorar ou houver dor no peito, busque ajuda.

    Quando a palpitação matinal pode ser perigosa?

    É perigosa quando vem com dor no peito, tontura, desmaio, falta de ar ou suor frio — sintomas que podem indicar arritmia ou outro problema cardíaco.

    Confira: Por que o café acelera o coração? Veja quantas xícaras você pode tomar

  • Síndrome metabólica: o que é, sintomas e como controlar 

    Síndrome metabólica: o que é, sintomas e como controlar 

    A síndrome metabólica é cada vez mais comum e silenciosa. Muitas pessoas só descobrem a condição após anos convivendo com pressão alta, açúcar elevado no sangue ou aumento da circunferência abdominal. O problema é que, quando esses fatores se somam, o impacto sobre o coração, vasos sanguíneos e metabolismo é muito maior do que cada um isoladamente.

    Hoje sabe-se que o estilo de vida é determinante para o surgimento e a evolução da síndrome metabólica, mas, mesmo sendo uma condição séria, ela é totalmente controlável e, em alguns casos, reversível, desde que feito um acompanhamento adequado.

    O que é a síndrome metabólica?

    A síndrome metabólica é a combinação de pelo menos três dos seguintes fatores:

    • Aumento da circunferência abdominal;
    • Pressão arterial elevada;
    • Glicose alta no sangue;
    • HDL baixo (colesterol “bom”);
    • Triglicerídeos elevados.

    Esses sinais mostram que o corpo está com dificuldade de controlar açúcar, gorduras e pressão arterial, e isso aumenta de forma significativa o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.

    Por que ela é perigosa?

    A síndrome metabólica atua de forma silenciosa. Na maior parte do tempo, a pessoa não sente nada, mas o corpo já está sofrendo:

    • Excesso de açúcar circulando;
    • Inflamação crônica;
    • Sobrecarga dos vasos sanguíneos;
    • Aumento do estresse oxidativo.

    Com o tempo, essas alterações podem levar a:

    • Doenças cardíacas;
    • AVC;
    • Doença renal;
    • Esteatose hepática;
    • Diabetes tipo 2.

    O que causa a síndrome metabólica?

    O principal fator é o estilo de vida, mas a genética também tem peso.

    Entre as causas mais comuns estão:

    • Alimentação rica em gorduras ruins, açúcar e ultraprocessados;
    • Sedentarismo;
    • Sobrepeso e obesidade (especialmente gordura abdominal);
    • Histórico familiar;
    • Idade avançada.

    Como é feito o diagnóstico

    Avaliação clínica

    • História detalhada;
    • Exame físico;
    • Medida da pressão arterial;
    • Circunferência abdominal (alerta acima de 88 cm em mulheres e 102 cm em homens).

    Exames laboratoriais

    • Glicemia;
    • Colesterol;
    • Triglicerídeos.

    O médico reúne os resultados e confirma o diagnóstico quando há três ou mais fatores alterados.

    Tem cura? Como é o tratamento

    Sim, a síndrome metabólica pode ser revertida com mudanças consistentes no estilo de vida.

    As principais medidas incluem:

    • Alimentação equilibrada, rica em fibras e pobre em ultraprocessados;
    • Prática regular de exercícios físicos;
    • Perda de peso saudável;
    • Redução do consumo de álcool;
    • Abandono do tabagismo;
    • Acompanhamento médico periódico.

    Em alguns casos, o médico pode prescrever medicamentos para controlar:

    • Pressão arterial;
    • Colesterol;
    • Triglicerídeos;
    • Glicemia.

    Manifestações associadas

    Por estar relacionada à resistência à insulina e à hiperinsulinemia, outras condições podem aparecer junto com a síndrome metabólica:

    Acantose nigricans

    Manchas escurecidas, aveludadas e endurecidas, especialmente em axilas, virilhas e pescoço.

    Esteatose hepática

    Acúmulo de gordura nas células do fígado, que pode evoluir para inflamação e fibrose hepática.

    Hiperandrogenismo

    Em algumas pessoas, especialmente mulheres, pode causar hirsutismo (excesso de pelos), acne e irregularidade menstrual.

    Veja mais: 12×8 já não é normal: nova diretriz muda o que entendemos por pressão alta

    Perguntas frequentes sobre síndrome metabólica

    1. A síndrome metabólica é o mesmo que diabetes?

    Não. Mas ela aumenta muito o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

    2. É possível reverter totalmente a síndrome metabólica?

    Sim, especialmente quando o diagnóstico é precoce e o estilo de vida é corrigido.

    3. Só pessoas acima do peso têm síndrome metabólica?

    Não. Pessoas magras com acúmulo de gordura abdominal também podem desenvolver.

    4. Quais exercícios ajudam mais?

    O ideal é combinar aeróbico (como caminhada) com musculação para aumentar a sensibilidade à insulina.

    5. Preciso tomar remédios?

    Nem sempre. Mas quando os valores estão muito altos, o uso de medicamentos pode ser necessário.

    6. A circunferência abdominal é mesmo tão importante?

    Sim. A gordura abdominal é metabolicamente ativa e libera substâncias inflamatórias.

    7. A síndrome metabólica dá sintomas?

    Quase nunca no início, por isso é tão perigosa.

    Veja também: Sintomas silenciosos do diabetes: atenção aos sinais que podem passar despercebidos

  • Pressão alta: quando ir ao pronto-socorro?

    Pressão alta: quando ir ao pronto-socorro?

    No Brasil, a estimativa é que 388 pessoas morrem diariamente por problemas decorrentes da hipertensão, uma condição crônica em que a força do sangue contra as paredes das artérias fica constantemente acima do nível considerado normal.

    Ela faz com que o coração tenha que trabalhar mais para empurrar o sangue pelo corpo — aumentando o risco de doenças graves, como AVC, infarto e aneurisma. Por isso, é ainda mais importante manter o acompanhamento médico regular para controlar a pressão e cuidar da saúde do coração.

    Mas você sabe quando é hora de ir ao pronto-socorro? A pressão alta costuma ser silenciosa, mas, quando os níveis sobem demais, o corpo geralmente emite sinais de alerta que podem indicar uma crise hipertensiva. Entenda melhor a seguir.

    A partir de qual valor a pressão é considerada perigosa?

    A pressão arterial é considerada alta quando está igual ou acima de 140/90 mmHg (14 por 9), e normalmente não manifesta sintomas importantes, o que faz com que muitas pessoas convivam com a condição sem perceber.

    Contudo, ela se torna perigosa quando ultrapassa 180/120 mmHg (18 por 12), especialmente se acompanhada de sintomas, conforme explica o cardiologista e cardio-oncologista Giovanni Henrique Pinto.

    Os níveis elevados podem indicar uma crise hipertensiva, situação em que a pressão sobe a ponto de ameaçar a integridade de órgãos vitais, como o cérebro, o coração e os rins. O quadro exige atenção médica imediata, sendo recomendado procurar o pronto-socorro para avaliação e tratamento rápido — o que pode reduzir o risco de complicações graves.

    A pressão está alta, o que fazer antes de ir ao hospital?

    Quando a pressão arterial fica muito alta, antes de ir ao hospital, existem alguns passos simples que podem ajudar a conferir se o valor está realmente elevado e se existe risco imediato, sendo eles:

    • Refaça a medida após 5 a 10 minutos de repouso, sentado, em um ambiente calmo e sem falar durante a aferição;
    • Evite entrar em pânico, pois o nervosismo pode, por si só, elevar ainda mais a pressão, piorando a situação. Respire fundo e tente manter a calma;
    • Não repita a medição várias vezes seguidas. Medir a pressão repetidamente em poucos minutos aumenta a ansiedade, pode gerar leituras erradas e não ajuda a controlar o quadro;
    • Se, mesmo após o repouso, os valores continuarem acima de 180/120 mmHg (18 por 12) ou se surgirem sintomas de alerta, procure imediatamente um pronto-socorro.

    Importante: se você já usa remédios para o controle da pressão arterial, não aumente a dosagem sem orientação médica. “Alguns medicamentos (como captopril, losartana ou clonidina) até podem reduzir a pressão rapidamente, mas o uso inadequado pode causar queda brusca da pressão, tontura, desmaio ou até redução da perfusão cerebral e renal”, explica Giovanni.

    O cardiologista esclarece que o ideal é seguir o plano indicado pelo médico para situações de elevação da pressão, pois muitos pacientes recebem um “plano de ação” personalizado, que orienta quando e como usar um medicamento de resgate.

    Leia também: Pressão alta e rins: como proteger a saúde renal

    Quando ir ao pronto-socorro por conta de pressão alta?

    É importante procurar atendimento médico quando a pressão continuar acima de 180/120 mmHg (18 por 12) e se vier acompanhada de sinais de alerta, como:

    • Dor no peito ou sensação de aperto;
    • Falta de ar;
    • Dor de cabeça intensa e súbita;
    • Visão borrada, turvação visual ou perda de visão;
    • Tontura, confusão mental, desmaio ou fala arrastada;
    • Fraqueza ou dormência em um lado do corpo;
    • Náuseas e vômitos intensos.

    “Mesmo sem sintomas, uma pressão acima de 180/120 mmHg deve ser reavaliada rapidamente — se não baixar após alguns minutos de repouso, é motivo para procurar o pronto-socorro”, explica Giovanni.

    Como é feito o atendimento de pressão alta?

    No pronto-socorro, o atendimento em casos de crise hipertensiva é focado em identificar rapidamente se a pressão elevada já causou danos em órgãos importantes.

    Primeiro, o médico irá aferir a pressão diversas vezes e avaliar a presença de sintomas, como dor no peito e falta de ar. Depois, podem ser solicitados exames para entender se existe comprometimento de órgãos como cérebro, coração ou rins, como:

    • Eletrocardiograma;
    • Dosagem de creatinina;
    • Eletrólitos;
    • Exame de urina;
    • Raio-X do tórax;
    • Se necessário, tomografia.

    O tratamento costuma começar com medicamentos via oral ou intravenosa, de forma gradual. “A meta é reduzir a pressão sem quedas abruptas, que poderiam agravar o quadro”, complementa Giovanni.

    Como evitar uma crise de pressão alta?

    Para evitar uma crise hipertensiva, é importante controlar a pressão no dia a dia e reduzir os fatores que fazem esses números subirem. Algumas medidas simples ajudam muito, como:

    • Tomar os remédios exatamente como o médico orientou, sem pular doses;
    • Reduzir o consumo de sal na alimentação;
    • Evitar excesso de álcool e de alimentos ultraprocessados;
    • Manter o peso adequado e praticar atividade física regular;
    • Dormir bem e tentar reduzir o estresse diário;
    • Evitar uso de anti-inflamatórios e descongestionantes nasais sem orientação médica;
    • Medir a pressão com certa frequência e acompanhar os valores.

    “Com tratamento contínuo e hábitos saudáveis, é possível manter a pressão sob controle e evitar novas emergências”, finaliza o cardiologista.

    Confira: 12×8 já não é normal: nova diretriz muda o que entendemos por pressão alta

    Perguntas frequentes sobre pressão alta

    Pressão alta tem cura?

    A hipertensão é uma doença crônica, o que significa que ela não tem cura. Contudo, é totalmente possível controlar os números com acompanhamento médico regular e hábitos saudáveis.

    Quando a pessoa segue o tratamento, faz consultas de rotina, tem uma alimentação equilibrada, reduz o consumo de sal e pratica atividade física, a pressão pode ficar estável por longos períodos. Com o tempo, isso evita complicações graves e melhora a qualidade de vida.

    É verdade que o sal aumenta a pressão?

    O excesso de sal está diretamente ligado ao aumento da pressão arterial porque interfere na retenção de líquidos e no equilíbrio do organismo. Nesse sentido, reduzir o sal é uma das estratégias mais importantes para controlar a hipertensão, especialmente em quem já tem tendência ou histórico familiar.

    Quem tem pressão alta precisa medir a pressão em casa?

    Sim! Medir a pressão em casa faz parte do tratamento e ajuda a acompanhar se o remédio está funcionando e se as mudanças na rotina estão dando resultado. Além disso, a monitorização caseira ajuda a identificar oscilações e perceber quando algo não vai bem, antes de surgir uma emergência.

    O ideal é medir a pressão com aparelhos digitais validados e, de preferência, de braço, pois são mais confiáveis do que os de pulso.

    É normal a pressão subir quando estou nervoso ou ansioso?

    Sim! Em momentos de estresse emocional, o corpo libera substâncias que aumentam os batimentos cardíacos e elevam a pressão temporariamente — o que pode acontecer em qualquer pessoa. Porém, valores muito altos não devem ser ignorados, mesmo se o motivo for ansiedade.

    Se a pressão sobe com frequência em momentos de estresse, isso deve ser avaliado com o médico para ajustar o tratamento e evitar crises.

    Posso parar o remédio se a pressão estiver controlada?

    Não, pois a pressão controlada significa que o tratamento está funcionando. Parar o remédio por conta própria pode fazer a pressão subir novamente e colocar a saúde em risco, aumentando chances de AVC e infarto. Qualquer ajuste de dose, troca de medicação ou suspensão precisa ser orientado pelo médico.

    É possível controlar a pressão apenas com alimentação e exercícios?

    Em alguns casos mais leves, principalmente quando o diagnóstico é recente e não há outras doenças associadas (como diabetes), as mudanças de hábitos podem ajudar muito e até permitir controle sem remédios — mas isso não se aplica a todo mundo.

    Em muitas pessoas, mesmo com alimentação adequada e atividade física regular, o uso de medicamentos continua sendo necessário. A melhor forma de saber é com acompanhamento médico, análises periódicas e monitorização da pressão ao longo do tempo.

    Leia mais: Potássio ajuda a reduzir a pressão alta? Cardiologista explica

  • Por que o café acelera o coração? Veja quantas xícaras você pode tomar

    Por que o café acelera o coração? Veja quantas xícaras você pode tomar

    Para muitos brasileiros, é quase impossível começar o dia sem o tradicional cafezinho e a disposição que ele traz. A bebida age de forma rápida no organismo, e bastam poucos minutos depois do primeiro gole para que o corpo sinta os efeitos estimulantes da cafeína.

    Um deles, em especial, é o aumento da frequência cardíaca, algo que pode ser percebido como uma leve aceleração dos batimentos do coração logo depois do consumo. Você já se perguntou por que o café acelera o coração? O processo é natural e faz parte do modo como o corpo reage ao estímulo da cafeína. Vem entender mais, a seguir!

    O que acontece no corpo depois de tomar café

    A cafeína entra na corrente sanguínea poucos minutos depois de ser consumida. O estômago e o intestino absorvem a substância rapidamente, e ela atinge o ponto máximo no sangue entre 15 e 45 minutos.

    No organismo, a cafeína é responsável por bloquear a ação da adenosina, um neurotransmissor que atua como um calmante natural do corpo, reduzindo a atividade cerebral e promovendo relaxamento — e que possui uma estrutura molecular bem parecida com a cafeína, segundo a cardiologista Juliana Soares.

    Ao mesmo tempo, a substância aumenta a liberação de adrenalina, hormônio responsável por preparar o corpo para situações de luta ou fuga. Ela ativa o sistema nervoso simpático, provocando aumento da frequência cardíaca, contração dos vasos sanguíneos e leve elevação da pressão arterial.

    Por que o café acelera o coração?

    A aceleração dos batimentos acontece porque o coração responde à ação da adrenalina. Quando há uma quantidade maior do hormônio circulando, o coração precisa trabalhar com mais intensidade para distribuir oxigênio e nutrientes pelo corpo.

    Nesse processo, os vasos sanguíneos se contraem, o sangue passa a fluir com mais velocidade e o volume bombeado a cada batida aumenta, o que explica a sensação de pulsação mais forte e rápida após o consumo de cafeína.

    Na maioria das pessoas, o aumento dos batimentos é temporário e desaparece conforme a cafeína é metabolizada pelo fígado, processo que pode levar algumas horas.

    A intensidade da resposta pode variar bastante. Segundo Juliana, o impacto do café em cada pessoa depende principalmente de fatores genéticos, pois cada pessoa metaboliza a cafeína de forma diferente.

    “Existem pessoas que metabolizam o café de uma forma mais lenta — e aí os efeitos estimulantes do café podem ficar mais evidentes em comparação a pessoas que metabolizam de uma maneira mais rápida”, explica a cardiologista.

    O aumento dos batimentos depois do café é perigoso?

    De acordo com Juliana, a aceleração dos batimentos cardíacos provocada pelo café não é perigosa para a maioria das pessoas saudáveis e que não apresentam doenças cardíacas. O corpo é capaz de lidar bem com doses moderadas de cafeína, e o efeito é temporário.

    No caso de pessoas que têm problemas cardíacos, como arritmia, Juliana aponta que o consumo exagerado pode ser prejudicial — já que o excesso da bebida tende a estimular o coração e alterar o ritmo dos batimentos.

    O ideal é que o uso seja feito com atenção e moderação, observando como o corpo reage após a ingestão e se surgem sinais como palpitações, sensação de coração acelerado ou qualquer tipo de desconforto. Pessoas com arritmias ou outras condições cardíacas devem consultar um cardiologista para uma avaliação individual e, assim, definir a quantidade segura de café por dia.

    Além do café, o que mais pode acelerar o coração?

    Qualquer alimento e bebida que contêm cafeína ou outras substâncias estimulantes podem acelerar o coração, como:

    • Chás escuros: como chá-mate, chá-preto e chá-verde, contêm cafeína e teína, que têm efeito semelhante;
    • Chocolate: possui teobromina, outro estimulante do sistema nervoso central;
    • Refrigerantes à base de cola e bebidas energéticas: carregam altas doses de cafeína e açúcar, potencializando o aumento da frequência cardíaca;
    • Suplementos pré-treino: muitos têm concentrações elevadas de cafeína para aumentar o desempenho físico.

    O consumo combinado de café com energéticos ou suplementos não é recomendado, pois a soma das doses de cafeína pode ultrapassar facilmente o limite diário seguro e causar taquicardia, ansiedade, tontura e até crises hipertensivas.

    Quantas xícaras de café pode tomar por dia?

    Não é um problema tomar café todos os dias, desde que o consumo seja equilibrado. A quantidade pode variar de acordo com a idade e sensibilidade de cada pessoa, mas de forma geral, Juliana orienta:

    • Adulto saudável: de 300 a 400 miligramas de cafeína (cerca de quatro xícaras de café coado);
    • Crianças (a partir de 2 anos) e adolescentes: até 100 miligramas de cafeína (cerca de 1 xícara de café coado);
    • Gestantes e lactantes: até 200 miligramas de cafeína (cerca de 2 xícaras de café coado).

    Vale apontar que o café expresso concentra mais cafeína — uma dose de 30 ml pode ter quase o mesmo que meia xícara de café coado. Por isso, vale fazer as contas ao longo do dia e lembrar que a cafeína também está em chás, chocolates, refrigerantes de cola, guaraná e bebidas energéticas.

    Quem deve maneirar na dose de café?

    O consumo de café deve ser moderado para os seguintes grupos:

    • Gestantes e mulheres que estão amamentando;
    • Crianças e adolescentes;
    • Pessoas com doenças cardíacas, como arritmia e hipertensão;
    • Pessoas mais sensíveis à cafeína;
    • Quem usa suplementos com cafeína ou bebidas energéticas.

    Quais os sinais de que o café está prejudicando o corpo?

    O organismo costuma dar sinais claros quando o consumo de café ultrapassa o limite ideal, como:

    • Palpitação ou batimentos acelerados;
    • Ansiedade ou agitação;
    • Tremores nas mãos;
    • Insônia;
    • Dor de cabeça;
    • Tontura;
    • Dor no peito (em casos mais graves).

    Ao perceber os sintomas, o ideal é reduzir gradualmente a bebida, porque a interrupção abrupta pode causar dor de cabeça (cefaleia) de abstinência, irritabilidade e fadiga. O melhor método é diminuir a quantidade aos poucos, substituindo algumas xícaras por bebidas sem cafeína.

    Veja também: Arritmia cardíaca: quando os batimentos fora de ritmo merecem atenção

    Perguntas frequentes

    1. Tomar café faz mal para o coração?

    O café, quando consumido de forma moderada, não faz mal para o coração. Na verdade, vários estudos indicam que o consumo controlado pode trazer benefícios, como melhora da circulação e redução do risco de doenças cardiovasculares.

    O problema aparece quando o consumo é exagerado, pois a cafeína em excesso pode aumentar a pressão arterial, acelerar o ritmo cardíaco e causar palpitações. A resposta depende muito da sensibilidade individual e da quantidade ingerida por dia.

    2. A sensação de coração acelerado depois do café é perigosa?

    Em pessoas saudáveis, a sensação de coração acelerado não é perigosa. O aumento da frequência cardíaca após o café é uma resposta natural à cafeína e tende a desaparecer em poucas horas.

    No entanto, quando a sensação é muito forte e vem acompanhada de tontura, falta de ar ou dor no peito, pode indicar sensibilidade à substância ou alguma condição cardíaca preexistente. Nesses casos, é importante investigar e ajustar o consumo.

    3. Tomar café faz mal para quem tem ansiedade?

    A cafeína pode intensificar sintomas de ansiedade, pois aumenta a liberação de adrenalina e deixa o corpo em estado de alerta. Pessoas que convivem com a condição costumam perceber palpitações, tremores e agitação depois de tomar café. Isso não significa que elas precisam cortar totalmente a bebida, mas devem reduzir as doses e optar por versões descafeinadas ou chás suaves.

    4. É verdade que o café corta o efeito de remédios?

    Em alguns casos, sim. A cafeína pode interferir na absorção ou na ação de certos medicamentos, principalmente os que afetam o sistema nervoso e o coração. Remédios para dormir, calmantes e alguns antibióticos podem ter o efeito reduzido se tomados junto com café.

    O ideal é respeitar o intervalo de pelo menos duas horas entre o medicamento e a bebida, a menos que o médico oriente de outra forma.

    5. O café pode causar tremores nas mãos?

    Quando o consumo é alto, sim. A cafeína estimula o sistema nervoso e aumenta a liberação de adrenalina, o que deixa o corpo em estado de alerta. Em algumas pessoas, isso se manifesta como tremores leves, mãos suadas ou agitação, mas o sintoma desaparece quando a cafeína é eliminada do organismo. Para evitar, basta reduzir a dose ou espaçar mais as xícaras durante o dia.

    Leia também: Saiba quando os batimentos acelerados estão relacionados a uma arritmia cardíaca

  • Dormir mal prejudica a saúde do coração? Conheça os riscos

    Dormir mal prejudica a saúde do coração? Conheça os riscos

    Você já deve saber que a qualidade do sono é um dos principais pilares para manter o corpo funcionando — e que uma noite mal dormida não provoca só olheiras e mau humor.

    Na verdade, quando o sono é interrompido ou insuficiente com frequência, o corpo entra num modo de alerta constante, liberando hormônios como o cortisol e a adrenalina, que podem prejudicar o sistema cardiovascular e aumentar o risco de problemas cardíacos, como pressão alta e até infarto.

    Mas afinal, quantas horas devemos dormir por dia? Conversamos com uma especialista para esclarecer as principais dúvidas.

    Por que o sono é tão importante para a saúde do coração?

    A maior parte da regulação metabólica do organismo acontece durante o sono. Nesse período, o corpo entra em um estado de recuperação que permite que o coração e os vasos sanguíneos descansem e se regenerem. A atividade do sistema nervoso simpático diminui e o parassimpático assume, sendo ele responsável por manter o corpo em estado de repouso e recuperação.

    Como resultado, há uma redução natural da pressão arterial, os batimentos cardíacos ficam mais lentos e o sistema cardiovascular trabalha com menor esforço — o que é importante para evitar sobrecarga ao longo do tempo.

    Quando o sono não é de qualidade, o corpo não completa os ciclos de recuperação e ocorre uma desregulação entre os sistemas simpático e parassimpático. Assim, acontece a liberação constante de hormônios relacionados ao estresse, como adrenalina e cortisol, que mantêm a pressão arterial elevada e aumentam a carga de trabalho do coração. Com o tempo, isso favorece o desenvolvimento de hipertensão, arritmias e outras complicações cardiovasculares.

    Vale lembrar que o sono irregular não se limita apenas à redução de horas dormidas. De acordo com a cardiologista Juliana Soares, ele envolve um padrão inconsistente, que engloba tanto alterações na duração quanto nos horários de dormir e acordar — além das interrupções noturnas.

    Riscos do sono irregular para a saúde do coração

    Mesmo quando a quantidade total de sono parece suficiente, dormir em horários irregulares ou ter um sono fragmentado prejudica o sistema cardiovascular. O corpo depende de um ritmo constante de descanso para manter o equilíbrio hormonal e metabólico, e quando esse padrão é rompido, aumenta o risco de problemas como:

    • Aterosclerose: a irregularidade do sono está ligada ao acúmulo de placas de gordura nas artérias, processo conhecido como aterosclerose, de acordo com Juliana. As placas dificultam a passagem do sangue e aumentam o risco de infarto e acidente vascular cerebral (AVC);
    • Alteração dos hormônios do estresse: a privação crônica de sono, seja pela má qualidade ou pela quantidade insuficiente, eleva os níveis de cortisol e adrenalina, hormônios que aumentam a pressão arterial e forçam o coração a trabalhar com mais intensidade. O esforço constante provoca desgaste dos vasos sanguíneos e favorece a hipertensão;
    • Inflamação e estresse contínuos: um sono ruim, curto, interrompido ou com horários desordenados impede que o corpo entre em seu estado de recuperação natural. Com isso, a pressão arterial não diminui durante a noite e há aumento de substâncias inflamatórias, como as citocinas, que danificam as artérias;
    • Impacto metabólico e hormonal: a falta de sono interfere na regulação da insulina e dos hormônios ligados à saciedade, o que pode levar ao ganho de peso, à obesidade e ao desenvolvimento de diabetes tipo 2. Os fatores, em conjunto, ampliam significativamente o risco de doenças cardiovasculares.

    Os riscos são ainda maiores para pessoas que trabalham em turnos, de acordo com Juliana. Isso porque o corpo humano é regulado por um relógio biológico natural, conhecido como ciclo circadiano, que controla funções como o sono e a liberação hormonal. A melatonina, hormônio do sono, é produzida à noite, enquanto o cortisol, hormônio do estresse, tem pico pela manhã.

    Quando uma pessoa dorme em horários contrários ao ciclo biológico, ocorre um desequilíbrio nesses hormônios, comprometendo a pressão arterial, a glicemia e o metabolismo. A cardiologista complementa que o desequilíbrio favorece o surgimento de diabetes, obesidade, arritmias, hipertensão e aumenta o risco de infarto e AVC.

    Quantas horas dormir por dia?

    Cada pessoa possui um relógio biológico próprio e necessita de uma quantidade de sono específica. A liberação hormonal ocorre de acordo com o ritmo circadiano individual, que determina os períodos naturais de vigília e descanso do organismo.

    Mas, de forma geral, a National Sleep Foundation (Fundação Nacional do Sono), dos Estados Unidos, elaborou uma tabela com os períodos médios de sono recomendados para cada faixa etária:

    • Recém-nascidos: de 0 a 3 meses, 14 a 17 horas por dia (inclui cochilos). De 4 a 11 meses, 12 a 15 horas por dia;
    • Crianças pequenas: entre 1 e 2 anos, 11 a 14 horas por dia (sono noturno + cochilos);
    • Crianças: pré-escolar (3 a 5 anos): 10 a 13 horas/dia; escolar (6 a 13 anos): 9 a 11 horas/noite;
    • Adolescentes: 14 a 17 anos: 8 a 10 horas/noite;
    • Adultos: 18 a 64 anos: 7 a 9 horas/noite; a partir de 65 anos: 7 a 8 horas/noite.

    Além da duração, Juliana ressalta que a regularidade dos horários de dormir e acordar também é importante, pois ajuda a manter o equilíbrio hormonal e o bom funcionamento do sistema cardíaco.

    O sono, mesmo que não seja muito longo, precisa ser restaurador, isto é, deve permitir que o corpo complete seus ciclos naturais de descanso. Uma pessoa com sono de qualidade acorda sentindo-se disposta, com a mente alerta e o corpo relaxado, e não deve sentir sonolência excessiva durante o dia.

    Como saber se dormir mal está prejudicando a saúde?

    Diversos sinais podem indicar que o sono insuficiente ou irregular está impactando o organismo, e Juliana aponta os principais:

    • Acordar com sensação de cansaço;
    • Sonolência excessiva durante o dia;
    • Dificuldade de concentração;
    • Lapsos de memória;
    • Irritabilidade;
    • Ronco alto ou pausas na respiração durante o sono;
    • Dores de cabeça ao despertar;
    • Aumento da pressão arterial.

    Se os sintomas persistirem, é recomendado procurar um médico, pois além de prejudicar a qualidade de vida, o sono de má qualidade pode comprometer seriamente a saúde do coração.

    Confira: Higiene do sono: guia prático para dormir melhor e cuidar da saúde

    Perguntas frequentes

    1. Roncar é sempre sinal de problema cardíaco?

    Nem sempre, mas o ronco pode indicar apneia do sono, especialmente quando é alto e acompanhado de pausas na respiração. A apneia interfere na oxigenação e mantém o corpo em alerta durante a noite, o que impede o descanso adequado do coração e dos vasos sanguíneos.

    Quando o oxigênio no sangue cai repetidamente, o sistema nervoso reage liberando adrenalina e aumentando a pressão arterial. O processo se repete várias vezes ao longo da noite, sobrecarregando o coração e elevando o risco de hipertensão, arritmias, infarto e AVC.

    Por isso, o ronco persistente, principalmente se vier acompanhado de sonolência diurna, cansaço excessivo, dores de cabeça ao acordar ou pausas observadas na respiração, deve ser avaliado por um médico.

    2. O que é considerado um sono de qualidade?

    Um sono de qualidade deve ser contínuo (sem interrupções), profundo e restaurador. A pessoa acorda com sensação de descanso, sem sonolência excessiva durante o dia.

    No sono adequado, o corpo completa todas as fases, incluindo o sono profundo e o REM, que são fundamentais para o equilíbrio hormonal, a recuperação muscular e o funcionamento cardiovascular.

    3. O que é o ciclo circadiano?

    O ciclo circadiano é o relógio interno que regula o sono, a temperatura corporal, a liberação de hormônios e o metabolismo — e ele se ajusta à luz e à escuridão do ambiente. Quando existe um desajuste, como em quem trabalha à noite ou dorme em horários variados, o corpo perde o ritmo natural e os hormônios do sono e do estresse se desregulam, prejudicando o coração.

    4. Como o sono ruim afeta o metabolismo?

    A falta de sono reduz a sensibilidade à insulina e eleva a glicose no sangue, o que facilita o ganho de peso e aumenta o risco de diabetes. O metabolismo de gorduras também sofre alterações significativas, com aumento do colesterol ruim (LDL) e redução do colesterol bom (HDL). Esse desequilíbrio favorece o acúmulo de gordura nas artérias e eleva o risco de aterosclerose.

    Com o tempo, o corpo passa a responder de forma menos eficiente aos processos metabólicos, o que impacta diretamente a saúde do coração e o controle da pressão arterial.

    5. Praticar exercícios físicos ajuda a dormir melhor?

    Com certeza! A prática regular de atividade física ajuda a regular o sono, melhora a circulação, reduz o estresse e controla o peso corporal. Exercícios aeróbicos, como caminhada, natação e ciclismo, por exemplo, estimulam a liberação de endorfina e serotonina, que ajudam o corpo a relaxar.

    Porém, é importante evitar treinos intensos nas horas próximas de dormir, pois eles podem manter o corpo em estado de alerta e dificultar o sono.

    6. Como tratar a insônia?

    O tratamento da insônia depende da causa, mas normalmente envolve mudanças de comportamento e hábitos de sono. O primeiro passo é a higiene do sono, que consiste em manter horários regulares para dormir e acordar, evitar cafeína e bebidas alcoólicas à noite, desligar telas antes de deitar e criar um ambiente escuro e silencioso no quarto.

    Quando as medidas não são suficientes, o médico pode indicar terapia cognitivo-comportamental, que ajuda a controlar pensamentos e comportamentos que atrapalham a pessoa de dormir bem.

    Em casos específicos, podem ser usados medicamentos para indução do sono por um período curto, sempre com prescrição médica.

    Leia mais: Insônia na menopausa: 4 medidas para melhorar o sono