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  • Saiba quando os batimentos acelerados estão relacionados a uma arritmia cardíaca 

    Saiba quando os batimentos acelerados estão relacionados a uma arritmia cardíaca 

    Sentir o coração disparar de repente é uma experiência que assusta qualquer pessoa. Muitas vezes, essa aceleração é apenas uma resposta natural do corpo — pode acontecer durante a prática de exercícios, em situações de estresse ou logo após um susto.

    Mas nem sempre é algo passageiro. Em alguns casos, os batimentos rápidos e fora do ritmo podem indicar uma arritmia cardíaca, um distúrbio no sistema elétrico que comanda o funcionamento do coração. Reconhecer essa diferença é muito importante para saber quando é hora de procurar ajuda médica.

    O que causa batimentos acelerados?

    É normal que nosso coração acelere em resposta a vários fatores, como durante um exercício físico, uma emoção forte ou um susto. “Isso é chamado de taquicardia sinusal, um ritmo cardíaco normal, apenas mais rápido”, explica o cardiologista Pablo Cartaxo.

    Uma arritmia cardíaca, por outro lado, é uma alteração nesse ritmo considerado normal. Na arritmia, o coração pode bater rápido demais (taquiarritmia), mas também devagar demais (bradiarritmia) ou de forma totalmente irregular.

    “A arritmia é como uma falha no ‘circuito elétrico’ que comanda o coração, podendo ocorrer até mesmo em repouso”, diz o médico.

    Ou seja, os batimentos acelerados podem ter relação ou não com arritmias. Algumas causas são normais e fisiológicas, outras estão ligadas a doenças e a outros problemas:

    • Acelerações normais (sinusais): esforço físico, ansiedade, estresse, excesso de cafeína, febre e desidratação;
    • Causas não cardíacas: alterações da tireoide, apneia do sono, desequilíbrio de eletrólitos no sangue;
    • Causas cardíacas: cicatrizes de infarto, dilatação das câmaras do coração ou doenças congênitas que afetam o sistema elétrico.

    Além disso, ansiedade e estresse também podem causar aceleração sem ser, de fato, uma arritmia cardíaca. “Eles ativam o sistema de ‘luta ou fuga’ do corpo, liberando adrenalina, e um dos efeitos diretos é o aumento da frequência cardíaca”, diz o médico.

    Essa é uma sensação desconfortável, mas que não costuma representar perigo. No entanto, em pessoas com predisposição, picos de estresse podem servir de gatilho para arritmias verdadeiras.

    Sinais de alerta de arritmia cardíaca

    As palpitações já merecem investigação, mas há sintomas que exigem ainda mais atenção, já que podem estar relacionados a uma arritmia cardíaca:

    • Tontura ou sensação de desmaio;
    • Desmaio (síncope);
    • Falta de ar intensa;
    • Dor ou desconforto no peito.

    Esses sinais indicam que a arritmia cardíaca pode estar comprometendo a circulação sanguínea do corpo, o que requer atendimento médico imediato.

    Exames de diagnóstico e tratamento para arritmias

    O diagnóstico começa no consultório, com avaliação clínica detalhada. Mas, como muitas arritmias são intermitentes, exames complementares são indispensáveis:

    • Eletrocardiograma (ECG): registra a atividade elétrica do coração no momento do exame;
    • Holter 24 horas: monitora continuamente os batimentos ao longo de um dia inteiro;
    • Ecocardiograma: avalia a estrutura e a função do coração;
    • Teste ergométrico (teste de esforço): analisa como o coração reage durante atividade física.

    O médico destaca que nem toda arritmia cardíaca precisa de tratamento. Há arritmias benignas que não exigem intervenção, mas o tratamento é fundamental quando há risco de complicações.

    “A intervenção é indicada quando a arritmia causa sintomas, afeta a qualidade de vida ou, mais importante, quando representa risco de complicações graves, como AVC, interferência na função cardíaca ou morte súbita.”

    Nesses casos, o tratamento das arritmias depende do tipo e da gravidade. Em alguns pacientes, o controle pode ser feito apenas com medicamentos antiarrítmicos.

    Quando há maior risco, podem ser indicados procedimentos como a ablação por cateter, que elimina os focos elétricos anormais, ou o implante de dispositivos, como o marca-passo.

    Veja mais: Teste ergométrico: o exame da esteira que coloca o coração à prova

    Fatores de risco para arritmias e como prevenir

    Algumas condições aumentam a probabilidade de desenvolver arritmias:

    • Idade avançada;
    • Pressão alta;
    • Diabetes;
    • Obesidade;
    • Consumo excessivo de álcool ou cafeína;
    • Tabagismo;
    • Apneia do sono;
    • Presença de doença cardíaca prévia, como a coronariana.

    A prevenção de arritmias envolve cuidados com o estilo de vida e controle de doenças associadas.

    “Isso inclui dieta balanceada, atividade física regular, gerenciamento do estresse, sono de qualidade, moderação no álcool e na cafeína e, fundamentalmente, o tratamento adequado de condições como pressão alta e diabetes”, reforça o especialista.

    O check-up cardiológico regular é a melhor forma de identificar e tratar problemas precocemente.

    Leia mais: Falta de ar: quando pode ser problema do coração

    Perguntas Frequentes sobre arritmia e batimentos acelerados

    1. Batimentos acelerados sempre indicam arritmia cardíaca?

    Não. Eles podem ser apenas resposta a esforço físico, ansiedade, febre ou consumo de cafeína.

    2. Como diferenciar taquicardia normal de arritmia cardíaca?

    Na taquicardia sinusal (“normal”) o coração bate mais rápido, mas o ritmo continua organizado e previsível, comum em situações como esforço físico e estresse. Já nas arritmias, o ritmo se torna irregular ou anormal, podendo acelerar, desacelerar ou apresentar batidas fora de ordem, mesmo em repouso.

    3. A ansiedade pode causar palpitações perigosas?

    Geralmente não, mas pode funcionar como gatilho para arritmias em pessoas predispostas.

    4. Quais exames ajudam a diagnosticar arritmia?

    Eletrocardiograma, Holter de 24h, ecocardiograma e teste ergométrico são os principais.

    5. Toda arritmia precisa de tratamento?

    Não. Algumas são benignas. O tratamento é necessário quando causam sintomas, afetam a vida ou oferecem risco de complicações.

    6. Quais fatores aumentam o risco de arritmia?

    Idade avançada, pressão alta, diabetes, obesidade, álcool, cafeína, tabagismo, apneia do sono e doenças cardíacas.

    7. Como prevenir arritmias?

    Com estilo de vida saudável, controle de doenças como hipertensão e diabetes, sono de qualidade, menos estresse e check-ups regulares.

    Confira: Palpitações no coração: o que pode ser e quando procurar atendimento médico

  • Ecocardiograma: saiba mais sobre o exame que mostra detalhes do coração

    Ecocardiograma: saiba mais sobre o exame que mostra detalhes do coração

    Quando o médico precisa olhar além do ritmo do coração e observar como ele realmente funciona por dentro, o ecocardiograma costuma ser o exame de escolha. Com a mesma tecnologia usada no ultrassom, ele mostra em tempo real as estruturas cardíacas em movimento e revela se as válvulas estão funcionando bem, se o músculo está contraindo como deveria e até como o sangue circula.

    Seguro, indolor e acessível, é um dos principais exames de diagnóstico das doenças do coração.

    O que é o ecocardiograma?

    O ecocardiograma é um exame de imagem que usa ondas de ultrassom para visualizar as estruturas do coração. Ele mostra o tamanho, o formato, o funcionamento das válvulas e permite que o médico veja até como o sangue circula dentro das cavidades cardíacas.

    Enquanto o eletrocardiograma fala da eletricidade do coração, o ecocardiograma, também chamado de ecocardiografia, revela a anatomia e a forma com que o órgão funciona.

    Leia também: Falta de ar: quando pode ser problema do coração

    Como o exame é feito?

    O exame lembra muito um ultrassom de abdômen ou gravidez:

    • A pessoa fica deitada em uma maca;
    • O médico aplica um gel no peito;
    • Um transdutor (aparelho que emite ultrassom) é deslizado sobre a região do coração;
    • As ondas sonoras se transformam em imagens do coração em tempo real.

    O médico anota todos os parâmetros importantes para fazer o laudo.

    O procedimento é indolor, não invasivo e dura em média 20 a 40 minutos.

    Saiba mais: MAPA: o exame que analisa a pressão arterial por um dia inteiro

    Tipos de ecocardiograma

    Existem diferentes formas de realizar o exame, dependendo da necessidade de cada pessoa, e isso é definido pelo médico:

    • Ecocardiograma transtorácico: o mais comum, feito pelo tórax;
    • Ecocardiograma transesofágico: o transdutor é introduzido no esôfago para imagens mais detalhadas, exigindo preparo diferente;
    • Ecocardiograma com Doppler: avalia o fluxo de sangue e a pressão dentro das câmaras do coração;
    • Ecocardiograma de estresse: feito após esforço físico ou uso de medicamentos que simulam o comportamento do coração durante exercício.

    Para que serve o exame?

    O exame ajuda a diagnosticar e acompanhar condições como:

    • Doenças das válvulas cardíacas;
    • Avaliação após um infarto;
    • Insuficiência cardíaca;
    • Cardiopatias congênitas, que são alterações de nascença;
    • Avaliação do impacto da pressão alta no coração.

    Quem deve fazer o exame?

    O ecocardiograma pode ser indicado para pessoas com sintomas como falta de ar, dor no peito, palpitações, desmaios ou histórico familiar de doenças cardíacas. É bem comum em check-ups de quem já tem diagnóstico de problemas no coração.

    Leia também: Como o estresse afeta o coração e o que fazer para proteger a saúde cardiovascular

    Perguntas frequentes sobre ecocardiograma

    1. Qual a diferença entre ecocardiograma e eletrocardiograma?

    O eletrocardiograma mostra a atividade elétrica do coração. O ecocardiograma mostra imagens estruturais do órgão em movimento.

    2. O exame precisa de preparo?

    O ecocardiograma transtorácico, que é o mais comum, não precisa de preparo. Já o transesofágico exige jejum e sedação, mas é o laboratório ou o médico que passam as informações de preparo para cada caso.

    3. Crianças e gestantes podem fazer o exame?

    Sim. O exame é seguro para todas as idades e durante a gestação.

    4. O resultado sai na hora?

    As imagens são geradas imediatamente, mas a análise final é feita pelo cardiologista, o que pode levar alguns dias para sair o laudo.

    5. Posso fazer o exame pelo SUS?

    Sim. O exame está disponível na rede pública, mas pode haver fila de espera dependendo da região.

    Leia também: Eletrocardiograma: o que é e quem deve fazer

  • Dor no peito: aprenda a diferenciar quando é um problema do coração  

    Dor no peito: aprenda a diferenciar quando é um problema do coração  

    A primeira ideia que vem à mente quando surge uma dor no peito é um problema cardíaco, como infarto ou angina. Mas nem sempre a origem está exatamente no coração. Questões musculares, digestivas e até emocionais também podem provocar sintomas semelhantes.

    Para esclarecer quando a dor deve ser considerada um alerta sério, conversamos com o cardiologista Pablo Cartaxo. “A dor no peito é um sintoma que gera muita ansiedade, mas nem toda dor nessa região significa um problema no coração”.

    Quais são as possíveis causas da dor no peito?

    Um dos motivos mais frequentes para uma dor no peito é um problema osteomuscular, que envolve ossos, músculos ou articulações da região torácica. “Geralmente está ligada a esforço físico ou má postura”, destaca Pablo Cartaxo.

    Outra causa comum são os problemas gastrointestinais, frequentemente confundidos com dor cardíaca, sendo normalmente relacionados ao refluxo gastroesofágico. “Esses sintomas geralmente têm relação com a alimentação ou com a posição de deitar”, explica Cartaxo.

    Dor no peito e ansiedade também podem estar relacionadas. Crises de ansiedade e estresse ativam o sistema nervoso, liberando adrenalina e acelerando os batimentos cardíacos.

    Por fim, estão as causas cardíacas, que podem ser desencadeadas por esforço físico ou estresse e melhorar com repouso, podendo vir acompanhadas de suor frio, náuseas e sensação de morte iminente. Esse é o tipo de dor que deve ser considerado uma urgência médica.

    Confira: Trabalha sentado o dia todo? Conheça os riscos para o coração e o que fazer

    Como é a dor típica de problema cardíaco?

    A dor cardíaca clássica está ligada à angina (falta de sangue e oxigênio no coração) ou ao infarto. Segundo Cartaxo, nesses casos, a dor causa “um aperto ou peso no centro do tórax, que pode irradiar para braços, mandíbulas ou costas, piorando com o esforço”.

    O médico alerta que outras doenças cardíacas também causam dor:

    • Pericardite: inflamação da membrana que envolve o coração. A dor piora ao deitar e ao respirar fundo, mas melhora quando a pessoa inclina o tronco para a frente.
    • Dissecção de aorta: emergência gravíssima. A dor surge de forma súbita, muito intensa, descrita como “rasgando” o peito e irradiando para as costas. Exige atendimento imediato.

    Segundo Pablo Cartaxo, um dos maiores mitos é acreditar que a dor no peito cardíaca é sempre insuportável. O cardiologista alerta: “A dor cardíaca pode se manifestar como um leve desconforto, uma pressão sutil ou até mesmo uma sensação estranha no peito”.

    Ele explica que mulheres, idosos e diabéticos muitas vezes apresentam sintomas atípicos, como dor abdominal, náuseas ou apenas mal-estar. Esses sinais discretos podem mascarar um infarto, tornando fundamental valorizar qualquer desconforto novo.

    Veja também: Como o estresse afeta o coração e o que fazer para proteger a saúde cardiovascular

    Sintomas que reforçam a suspeita de origem cardíaca

    Além da dor, outros sintomas são fortes indícios de problema no coração:

    • Falta de ar súbita ou ao realizar esforços leves;
    • Suor frio inesperado;
    • Náuseas, vômitos ou mal-estar geral;
    • Tontura ou sensação de desmaio iminente.

    Se esses sintomas estiverem presentes junto com a dor no peito, não deixe de procurar ajuda médica para uma avaliação detalhada.

    Leia mais: Apneia do sono e a saúde do coração: uma conexão perigosa

    Quando a dor pode não ser do coração?

    Esses sintomas citados acima normalmente relacionam a dor no peito a uma causa cardíaca, mas nem toda dor no peito tem relação com o coração. Algumas características ajudam a diferenciar:

    • Dor muscular: localizada, piora com movimento ou ao pressionar a região;
    • Dor digestiva: sensação de queimação que sobe do estômago ou piora após refeições;
    • Estresse e ansiedade: podem gerar dor no peito, palpitações e falta de ar.

    De qualquer forma, o recado do especialista é claro. “Na dúvida, procure ajuda. Interrompa o que estiver fazendo e repouse”, diz Cartaxo. “Se a dor for forte, nova ou vier com outros sintomas (falta de ar, suor), acione um serviço de emergência (SAMU 192) ou vá imediatamente a um pronto-socorro. Não dirija e nunca se automedique”.

    Exames que ajudam no diagnóstico

    O cardiologista explica que, assim que o paciente chega ao pronto-socorro com dor no peito, são realizados exames como o eletrocardiograma (ECG) e exames de sangue, como a troponina, para detectar danos no músculo cardíaco.

    “A partir daí, para uma investigação completa, o cardiologista pode solicitar exames de imagem como o ecocardiograma e a angiotomografia coronariana, ou testes para avaliar o coração em esforço, como cintilografia miocárdica. Em casos específicos, o cateterismo cardíaco pode ser necessário”.

    Perguntas Frequentes sobre dor no peito

    1. Toda dor no peito é do coração?

    Não. Ela pode ter origem muscular, digestiva, emocional ou respiratória.

    2. Como diferenciar dor cardíaca de muscular?

    A dor cardíaca é um aperto ou peso, muitas vezes irradiada para outras partes do corpo. Já a muscular é localizada e piora ao movimentar ou tocar a região.

    3. Dor no peito por ansiedade existe?

    Sim. A ansiedade pode causar dor torácica, mas essa causa só deve ser considerada após exames descartarem causas físicas.

    4. Dor cardíaca sempre é intensa?

    Não. Ela pode ser leve, discreta e até confundida com má digestão, principalmente em mulheres, idosos e diabéticos.

    5. Que exames ajudam a diagnosticar dor no peito?

    Eletrocardiograma, exames de sangue (troponina), ecocardiograma, tomografia e, em alguns casos, cateterismo.

    6. Existem diferenças da dor no peito entre homens e mulheres?

    Sim. Nas mulheres, os quadros de infarto muitas vezes não incluem dor torácica intensa. É mais comum aparecer cansaço extremo, dor nas costas, estômago ou mandíbula, além de náuseas.

    7. Quando procurar ajuda urgente?

    Se a dor for nova, intensa ou vier acompanhada de falta de ar, suor frio, tontura ou mal-estar, deve-se acionar o SAMU (192) ou ir ao pronto-socorro imediatamente.

    Leia também: Saúde do coração após a menopausa: conheça os cuidados nessa fase da vida

  • Eletrocardiograma: entenda para que serve e quem deve fazer o exame 

    Eletrocardiograma: entenda para que serve e quem deve fazer o exame 

    Em consultórios, pronto-socorro e em exames de rotina, o eletrocardiograma está entre os testes mais pedidos pelos médicos. Simples de fazer, muito rápido e indolor, ele registra a atividade elétrica do coração e ajuda a identificar alterações discretas no ritmo cardíaco ou até mesmo sinais de infarto.

    Apesar de parecer um exame complexo pela quantidade de fios ligados ao peito, a verdade é que o procedimento é bem tranquilo e pode trazer respostas importantes em poucos minutos.

    O que é o eletrocardiograma?

    O eletrocardiograma é um exame que registra a atividade elétrica do coração. Cada batida cardíaca gera sinais elétricos que podem ser captados na pele por eletrodos, que são pequenas placas adesivas conectadas a fios.

    O resultado aparece como linhas em um papel ou tela, que mostram ao médico como está o ritmo e a condução elétrica do coração.

    Como o exame é feito?

    O exame é simples e bem rápido:

    • A pessoa deita em uma maca;
    • O técnico do laboratório ou hospital coloca eletrodos no peito, braços e pernas;
    • O aparelho capta os sinais elétricos por alguns minutos.

    Em menos de 10 minutos, o exame está concluído. Aí é só retirar os eletrodos e aguardar o resultado.

    Vale dizer que o exame é indolor, não invasivo e não envolve nenhum tipo de radiação. A parte mais “difícil” é retirar os adesivos que seguraram os eletrodos na pele, ou seja, o exame não causa nenhum sofrimento.

    Veja mais: Como o estresse afeta o coração e o que fazer para proteger a saúde cardiovascular

    O que o eletrocardiograma mostra?

    Afinal, por que ele é um dos exames mais solicitados por médicos cardiologistas? A resposta é simples. Ele consegue mostrar informações importantes do coração, como:

    • Frequência cardíaca: mostra se o coração bate rápido, devagar ou no ritmo certo;
    • Arritmias: sinaliza batidas fora do compasso;
    • Isquemia ou infarto: indica quando há sinais de falta de oxigênio no músculo do coração;
    • Aumento de câmaras cardíacas: consegue indicar quando o coração está dilatado;
    • Distúrbios da condução elétrica: identifica batimentos rápidos ou muito lentos.

    É importante dizer, porém, que nem sempre um eletrocardiograma isolado é suficiente para um diagnóstico. Muitas vezes ele é combinado com outros exames, como o ecocardiograma ou o teste ergométrico. Tudo isso fica a critério do médico e de acordo com cada caso.

    Veja também: Palpitações no coração: o que pode ser e quando procurar atendimento médico

    Para quem o exame é indicado?

    O médico pode pedir o eletrocardiograma em várias situações, como:

    • Check-up de rotina, especialmente em adultos e idosos;
    • Antes de cirurgias, para avaliar o risco cardíaco;
    • Sintomas suspeitos, como dor no peito, palpitações, falta de ar ou desmaios;
    • Acompanhamento de quem já tem doença no coração.

    Outro ponto importante é que, quando necessário, qualquer pessoa pode fazer o exame, pois não há contraindicações. Até gestantes podem realizar sem problemas.

    Entenda: Saúde do coração após a menopausa: conheça os cuidados nessa fase da vida

    Perguntas frequentes sobre eletrocardiograma

    1. O eletrocardiograma é igual ao ecocardiograma?

    Não. O eletrocardiograma analisa a atividade elétrica do coração, enquanto o ecocardiograma mostra imagens do órgão em movimento por ultrassom.

    2. Precisa de preparo especial?

    Não é necessário jejum nem suspensão de medicamentos, a não ser que o médico oriente. É bom evitar cremes na pele, pois podem atrapalhar os eletrodos.

    3. O resultado sai na hora?

    Sim. O traçado do coração aparece imediatamente, mas a interpretação final é feita pelo médico, e isso pode demorar algum tempo.

    4. Crianças podem fazer o exame?

    Podem, sim. O exame é muito seguro para qualquer idade.

    5. O exame detecta todas as doenças do coração?

    Não. Ele é muito útil, mas não substitui outros exames de imagem ou exames de sangue. Muitas vezes, o eletrocardiograma funciona como a primeira etapa da investigação de algum problema cardíaco.

    6. O eletrocardiograma serve para ver pressão alta?

    Não, ele não mede a pressão alta. Porém, pode ajudar o médico a identificar problemas no coração causados pela pressão alta de longa data.

    7. Qual a diferença entre eletrocardiograma de repouso e teste ergométrico?

    O eletrocardiograma tradicional é feito em repouso. Já o teste ergométrico avalia a mesma coisa no coração, porém durante o esforço físico.

    Leia mais: Teste ergométrico: o exame da esteira que coloca o coração à prova

  • Entenda a diferença entre tumor benigno e maligno 

    Entenda a diferença entre tumor benigno e maligno 

    Quando alguém recebe a notícia de que tem um tumor, o primeiro pensamento quase sempre é o mesmo: câncer. O medo é natural, já que a palavra carrega um peso enorme. Mas nem todo tumor significa malignidade.

    Por isso, é importante entender a diferença entre tumor benigno e maligno. Existem os tumores benignos, que têm um comportamento bem diferente e, em muitos casos, não oferecem o mesmo risco de vida que os malignos. A confusão acontece porque os dois envolvem o crescimento de células fora do padrão, mas as consequências são diferentes.

    Compreender essa questão é importante para diminuir a ansiedade diante de um diagnóstico e também para buscar o tratamento certo. Enquanto alguns tumores podem ser curados apenas com cirurgia, outros exigem acompanhamento constante e terapias mais complexas.

    Para esclarecer essas questões, conversamos com o oncologista Thiago Chadid, que explica de forma clara como distinguir um tumor benigno de um maligno e quais cuidados cada caso exige.

    O que é um tumor benigno?

    O tumor benigno é formado por um crescimento desordenado de células, mas que permanece restrito ao local onde surgiu. Ele pode até aumentar bastante de tamanho, mas não invade outros tecidos nem se espalha para órgãos distantes.

    “Pode até crescer bastante, mas se for retirado cirurgicamente, está curado”, explica o oncologista.

    Isso não significa, no entanto, que um tumor benigno nunca represente risco. “Se um tumor benigno crescer no cérebro, por exemplo, pode comprimir estruturas vitais e ser letal. Mas ele não se espalha para outros órgãos”, conta o médico.

    O que caracteriza um tumor maligno?

    O tumor maligno, por sua vez, tem a capacidade de invadir outros tecidos e se espalhar pelo corpo, o que se chama de metástase.

    “A partir do momento em que ele consegue lançar células na circulação sanguínea ou invadir outro órgão, é considerado maligno”, afirma o especialista.

    Esse comportamento invasivo torna o tumor maligno mais agressivo e com necessidade de acompanhamento e tratamento rápido.

    Aparência e diagnóstico: como diferenciar?

    De acordo com o oncologista, não existe um sinal clínico definitivo mostre a diferença entre tumor benigno e maligno. “O crescimento rápido, por exemplo, pode estar presente nos dois tipos, embora seja mais sugestivo de malignidade”.

    Em alguns casos, porém, a aparência ajuda a diferenciar. “Em termos de aparência, o tumor benigno tende a ser encapsulado, redondinho, enquanto o maligno é irregular, enraizado”, explica o especialista.

    Mas ele alerta que isso não é uma regra absoluta. “Existem tumores benignos que parecem malignos nas imagens. Só a biópsia confirma o diagnóstico correto”.

    Ou seja, a avaliação médica e os exames são fundamentais para diferenciar com segurança.

    Confira: Imunoterapia: a estratégia que transforma o corpo em arma contra o câncer

    Tumor benigno pode virar maligno?

    Alguns tipos de tumor benigno podem, sim, evoluir para maligno. “Alguns tumores benignos permanecem assim para sempre, porque a mutação celular não permite que evoluam. Outros, porém, podem sofrer alterações e se transformar em malignos. Isso depende do tipo e da natureza do tumor”, explica o médico.

    Por isso, mesmo tumores benignos não devem ser considerados inofensivos. “Em muitos casos, precisam ser retirados cirurgicamente para evitar riscos futuros de malignização”, detalha o oncologista.

    Perguntas frequentes sobre tumor benigno e maligno

    1. Todo tumor é câncer?

    Não. Nem todo tumor é maligno. Muitos tumores são benignos e não se espalham para outros órgãos, mas ainda assim precisam ser avaliados pelo médico e, muitas vezes, removidos por meio de uma cirurgia.

    2. Tumor benigno pode virar maligno?

    Sim, em alguns casos específicos. O oncologista Thiago Chadid explica que isso depende do tipo de tumor, por isso a biópsia é sempre importante para o acompanhamento.

    3. Tumor benigno precisa ser tratado?

    Na maioria das vezes, sim. Mesmo não se espalhando, um tumor benigno pode crescer e causar problemas dependendo da localização, como no cérebro ou em órgãos vitais.

    4. Qual é a principal diferença entre tumor benigno e maligno?

    O benigno cresce apenas no local onde surgiu, enquanto o maligno invade tecidos vizinhos e pode se espalhar pelo corpo (metástase).

    5. Como o médico descobre se o tumor é benigno ou maligno?

    O exame definitivo é a biópsia, que analisa o tecido em laboratório. Imagens de exames podem dar pistas, mas só a análise das células confirma.

    6. O tumor maligno sempre é agressivo?

    Sim, por definição ele é mais perigoso porque pode se espalhar para outros órgãos. Porém, cada tipo de câncer tem um comportamento diferente e o tratamento varia de acordo com o caso.

    Leia mais: 7 sintomas iniciais de câncer que não devem ser ignorados

  • Azia constante: o que pode ser e como melhorar 

    Azia constante: o que pode ser e como melhorar 

    Sensação de queimação no peito, gosto amargo na boca e regurgitação são alguns dos principais sinais que indicam um quadro de azia, que acontece quando o conteúdo ácido do estômago retorna para o esôfago — tubo que leva os alimentos da boca até o estômago.

    Normalmente, ela surge de forma esporádica em situações simples, como exagerar em comidas gordurosas ou comer rápido demais. Porém, quando a azia se torna constante, ela pode indicar alterações no sistema digestivo que precisam de avaliação de um especialista.

    Pensando nisso, conversamos com a gastroenterologista Lívia Guimarães para esclarecer as principais causas de azia constante, quando procurar atendimento médico e como tratar.

    Afinal, o que é azia?

    De forma simples, a azia é definida como a sensação de queimação no peito causada pelo contato do ácido gástrico com o esôfago. Isso ocorre porque o esôfago não foi projetado para lidar com a acidez natural do estômago. Quando, por algum motivo, o conteúdo gástrico reflui (ou seja, sobe em direção ao esôfago), provoca irritação e desconforto.

    É importante apontar que a azia não é uma doença, mas sim um sintoma. Por isso, quando acontece com muita frequência, não deve ser ignorada: ela pode estar revelando alterações mais sérias do sistema digestivo.

    Sintomas de azia

    O sintoma principal é a sensação de queimação no peito e no abdômen superior. Mas a azia pode vir acompanhada de outros sinais, como:

    • Sabor amargo ou ácido na boca;
    • Regurgitação de alimentos ou líquidos;
    • Desconforto ao se deitar logo após comer;
    • Dificuldade para engolir em alguns casos;
    • Sensação de estômago pesado.

    É comum que os sintomas piorem à noite, quando a pessoa se deita, ou após refeições muito fartas, apimentadas, gordurosas ou acompanhadas de bebidas alcoólicas.

    Azia constante: o que pode ser?

    Quando a azia ocorre mais de duas vezes por semana ou vem acompanhada de outros sintomas, como regurgitação, dor ao engolir ou perda de peso, pode indicar problemas como:

    • Doença do refluxo gastroesofágico (DRGE): causa mais comum de azia crônica; ocorre quando a válvula entre o estômago e o esôfago não fecha direito e o ácido sobe repetidamente;
    • Gastrite: inflamação da mucosa do estômago que pode causar dor, desconforto e sensação de queimação;
    • Hérnia de hiato: parte do estômago “escapa” para o tórax através do diafragma, favorecendo o refluxo ao dificultar o fechamento completo da válvula.

    Existe relação entre alimentação e episódios de azia?

    Sim! Episódios ocasionais de azia podem ser causados por excesso de comida, refeições gordurosas, deitar logo após comer ou consumo de bebidas alcoólicas, café, refrigerantes ou chocolate.

    Isso acontece porque alguns desses alimentos aumentam a produção de ácido gástrico, enquanto outros relaxam o esfíncter esofágico inferior, permitindo que o conteúdo ácido escape para o esôfago. Cada organismo reage de forma diferente; observe seus gatilhos e evite-os quando possível.

    Azia constante pode ser câncer?

    Na maioria das vezes, não. A azia constante costuma estar associada a condições como refluxo, gastrite ou má digestão. Em casos raros, a azia persistente pode ser sinal de câncer de esôfago ou estômago, especialmente quando o refluxo crônico leva a alterações celulares, como a esofagite de Barrett.

    Sinais de alerta que exigem investigação imediata:

    • Azia constante acompanhada de dificuldade para engolir;
    • Perda de peso inexplicada;
    • Vômitos frequentes ou com sangue;
    • Fezes muito escuras (sinal de sangramento digestivo).

    Como é feito o diagnóstico de azia constante?

    O diagnóstico é clínico, com avaliação médica sobre início, gatilhos e sinais associados. Entre os exames mais comuns estão:

    • Endoscopia digestiva alta;
    • pHmetria esofágica;
    • Manometria esofágica;
    • Exames laboratoriais.

    Com base no histórico e nos exames, o médico determina a causa da azia e indica o tratamento adequado.

    Leia também: 9 hábitos alimentares que ajudam a prevenir doenças no dia a dia

    Como tratar a azia?

    O tratamento depende da causa e envolve mudanças de hábitos e, quando necessário, uso de medicamentos sob prescrição. Hábitos que ajudam, segundo Lívia Guimarães:

    • Fracionar as refeições ao longo do dia, evitando grandes volumes;
    • Não se deitar logo após comer;
    • Reduzir o consumo de alimentos irritantes;
    • Manter um peso saudável;
    • Parar de fumar.

    Antiácidos aliviam o sintoma, mas não tratam a causa. Em azia constante, o uso frequente pode mascarar doenças mais graves (como úlceras) e atrasar o diagnóstico. O excesso também pode trazer efeitos colaterais (alterações da microbiota, pior absorção de nutrientes). Procure acompanhamento médico para investigação e tratamento adequados.

    Quando procurar atendimento médico?

    Nem toda azia é motivo de preocupação, mas, se se torna frequente, atrapalha o dia a dia ou vem com sinais de alerta, procure um especialista. De acordo com Lívia, sinais de alerta incluem:

    • Dificuldade para engolir;
    • Vômitos com sangue;
    • Anemia;
    • Perda de peso não explicada.

    Nesses casos, o mais indicado é marcar consulta com um gastroenterologista.

    Perguntas frequentes

    1. Azia e refluxo são a mesma coisa?

    Não exatamente. A azia é um sintoma (queimação no peito ou na garganta). Refluxo é a condição em que o ácido do estômago sobe para o esôfago. Quem tem refluxo costuma ter azia, mas ter azia ocasional não significa necessariamente ter DRGE.

    2. Comer rápido pode causar azia?

    Sim. Ao comer rápido, engole-se mais ar e mastiga-se menos, dificultando a digestão. Refeições grandes e apressadas aumentam a pressão no estômago, facilitando o refluxo do ácido para o esôfago.

    3. Existe relação entre estresse e azia constante?

    Sim. Estresse e ansiedade aumentam a produção de ácido e pioram hábitos (comer rápido, pular refeições, abusar de café e álcool), favorecendo a azia.

    4. Azia constante tem cura?

    Em muitos casos, sim. Ajustes de rotina podem resolver quando a causa são hábitos. Se houver refluxo, gastrite ou outra condição, o tratamento específico indicado pelo médico controla a causa.

    5. Grávidas podem ter azia constante?

    É comum na gestação, principalmente no terceiro trimestre, por pressão do útero sobre o estômago e relaxamento da válvula entre estômago e esôfago. Geralmente é benigna, mas deve ser acompanhada pelo obstetra.

    6. A azia pode piorar à noite?

    Sim. Deitar-se logo após o jantar facilita a subida do ácido. Espere ao menos duas horas para deitar e mantenha a cabeceira da cama levemente elevada.

    Leia mais: Refluxo gastroesofágico: conheça as causas, sintomas e como tratar

  • Higiene menstrual: conheça os principais cuidados durante o ciclo

    Higiene menstrual: conheça os principais cuidados durante o ciclo

    Controlar o fluxo menstrual faz parte da rotina da maioria das mulheres em idade fértil, sendo um período em que a atenção ao corpo deve ser redobrada, para prevenir infecções, odores desagradáveis e desconfortos.

    De acordo com a ginecologista e obstetra Andrea Sapienza, manter hábitos de higiene adequados é simples, mas exige atenção para evitar erros comuns, como permanecer muitas horas com o mesmo absorvente ou realizar duchas vaginais internas.

    A seguir, esclarecemos as principais dúvidas sobre higiene menstrual e listamos cuidados práticos que podem ajudar a manter a saúde íntima em dia — desde a troca correta dos absorventes até a escolha de roupas adequadas. Confira!

    Por que a higiene no ciclo menstrual é tão importante?

    A menstruação é um processo natural do organismo que ocorre quando o revestimento do útero, chamado endométrio, se desprende e é expelido pela vagina, na forma de sangue, secreções naturais e restos de tecido. Isso acontece quando não há uma gravidez no período de um ciclo menstrual, que dura em média 28 dias.

    Como o ambiente é úmido, somado ao contato prolongado do sangue com a pele e a mucosa vaginal, isso cria condições favoráveis para a proliferação de bactérias e fungos. Por isso, quando a higiene íntima não é feita corretamente, aumentam os riscos de:

    • Infecções vaginais, como candidíase e vaginose bacteriana;
    • Irritações na pele da vulva devido ao contato prolongado com o sangue;
    • Mau odor e sensação de desconforto;
    • Alergias causadas por produtos inadequados.

    Leia também: Seu ciclo está bagunçado? Saiba quando a menstruação irregular é sinal de alerta

    Como deve ser feita a higiene menstrual?

    De acordo com Andrea Sapienza, as recomendações para a higiene íntima durante a menstruação são semelhantes às do dia a dia, mas com alguns cuidados a mais.

    Limpeza externa, nunca interna

    A higiene deve ser realizada apenas na parte externa da vulva, usando movimentos delicados e sem esfregar com força. As duchas vaginais internas não são recomendadas, pois podem remover a flora protetora da vagina e causar desequilíbrios no pH.

    A flora vaginal saudável é formada principalmente por lactobacilos, que atuam como uma barreira natural contra fungos e bactérias. Quando o equilíbrio é alterado, aumentam as chances de infecções como candidíase e vaginose bacteriana.

    Por isso, água corrente e sabonete suave já são suficientes para manter a saúde íntima em dia.

    Uso de sabonetes suaves

    A higiene pode ser feita com sabonete comum suave, de preferência neutro e sem perfume. O uso de sabonetes íntimos específicos não é obrigatório: eles podem ser uma opção para quem prefere ou apresenta alguma sensibilidade, mas não devem ser vistos como regra.

    O que deve ser evitado são produtos com fragrâncias intensas, corantes ou ação antibacteriana forte, que podem irritar a pele, ressecar ou alterar o equilíbrio natural da flora vaginal.

    Em algumas situações, os lenços umedecidos íntimos podem ser usados para evitar resíduo de papel higiênico. O ideal é optar pelos específicos para região íntima, mas os lenços de bebê também servem, desde que sejam suaves, sem perfume forte e que não irritem a pele.

    Frequência de higiene

    Durante o ciclo menstrual, a recomendação é que a higiene da região íntima externa seja feita ao menos duas vezes ao dia, de preferência uma pela manhã e outra antes de dormir.

    Nos dias em que o fluxo estiver mais intenso, ou após a prática de atividades físicas, você pode aumentar a frequência, mas evitando exageros — afinal, o excesso de lavagens também pode prejudicar a proteção natural da pele.

    Evite roupas apertadas ou sintéticas

    Quando a região íntima fica abafada, seja pelo uso de calças muito justas ou de tecidos sintéticos, cria-se um ambiente úmido e quente que favorece a proliferação de fungos e bactérias. Por isso, sempre que possível, é melhor optar por calcinhas de algodão, que permitem maior ventilação e absorvem melhor a umidade natural.

    Troque absorventes com frequência

    As trocas de absorventes devem ser realizadas num prazo de seis a oito horas aproximadamente, a depender do fluxo menstrual. A ginecologista Andrea Sapienza aponta alguns cuidados, dependendo do tipo de absorvente usado:

    • Absorventes externos: trocar conforme o fluxo, mas não deixar acumular sangue por muitas horas. Prefira absorventes com cobertura de algodão;
    • Absorventes internos: podem ser usados, mas não por mais de 8 horas seguidas. A troca é fundamental para evitar proliferação de bactérias;
    • Coletores menstruais: devem ser retirados, lavados e recolocados a cada 6 a 8 horas, no máximo. É importante escolher o tamanho adequado;
    • Calcinhas absorventes: podem ser utilizadas sozinhas ou combinadas com outros métodos. Devem ser trocadas a cada 8 a 12 horas, respeitando as necessidades individuais.

    É recomendado o uso de spray/perfume íntimo?

    O uso de sprays, perfumes íntimos ou qualquer produto com fragrâncias e corantes não é recomendado, já que a região é sensível e pode reagir com irritações ou alergias. A higiene íntima deve ser sempre simples, com o mínimo possível de substâncias químicas.

    Confira: Exame preventivo ginecológico: o que é e quando fazer

    Perguntas frequentes

    1. A falta de higienização correta pode causar problemas?

    Sim. O risco de desequilíbrio da flora vaginal aumenta, favorecendo infecções como candidíase, além de irritações, mau odor e até infecções urinárias.

    2. A vaginose bacteriana pode ser causada por hábitos inadequados de higiene íntima?

    Sim. A higiene inadequada, o uso de duchas vaginais ou de produtos perfumados podem favorecer a condição, que costuma causar corrimento acinzentado e odor desagradável.

    3. Infecção urinária pode ser causada pela falta de higiene durante a menstruação?

    Sim. O canal da uretra pode ser contaminado por bactérias quando a higiene não é feita corretamente. Isso favorece infecções urinárias, que causam dor ao urinar, vontade frequente de ir ao banheiro e até febre.

    4. Ficar muitas horas com o mesmo absorvente pode trazer riscos?

    Sim. O acúmulo de sangue e umidade favorece a proliferação de microorganismos, resultando em infecções, mau odor e irritações na pele. O ideal é trocar absorventes externos a cada 6 a 8 horas.

    5. Posso usar calcinha absorvente em vez de absorventes descartáveis?

    Sim. Elas são seguras e confortáveis, podendo ser usadas sozinhas ou em conjunto com outros métodos. Devem ser trocadas a cada 8 a 12 horas e lavadas corretamente após o uso.

    6. Quais sinais indicam que preciso procurar o ginecologista durante a menstruação?

    Sinais de alerta incluem coceira intensa, ardência, corrimento com cheiro forte, dor ao urinar, fluxo muito maior do que o habitual ou sangramento fora do período menstrual.

    7. Qual o melhor sabonete íntimo?

    O melhor sabonete é o comum suave, neutro e sem perfume. Os íntimos específicos podem ser usados, mas não são obrigatórios. O mais importante é evitar fragrâncias fortes e produtos agressivos. Em caso de dúvidas, converse com o ginecologista.

    Leia mais: Causas comuns de sangramento fora do período menstrual

  • Sintomas silenciosos do diabetes: atenção aos sinais que podem passar despercebidos 

    Sintomas silenciosos do diabetes: atenção aos sinais que podem passar despercebidos 

    O diabetes é considerado uma epidemia mundial pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mas sua detecção ainda representa um desafio. Afinal, na maioria dos casos, os sintomas iniciais são sutis, inespecíficos e facilmente confundidos com sinais de estresse, rotina cansativa ou até envelhecimento natural.

    “O diabetes, especialmente o tipo 2, pode não causar dor ou qualquer sintoma evidente no começo. Por isso, ele é considerado uma doença silenciosa”, explica a endocrinologista Denise Orlandi.

    Nesta reportagem, detalhamos os sintomas mais comuns e os menos conhecidos, explicamos a diferença entre os tipos de diabetes e mostramos por que identificar cedo faz toda a diferença.

    Sintomas clássicos e sintomas silenciosos do diabetes

    Quando pensamos em diabetes, logo vêm à mente os sinais mais clássicos: sede em excesso, mesmo bebendo bastante água, vontade de urinar várias vezes, especialmente à noite, e aumento do apetite, principalmente por massas e doces.

    Esses são, de fato, os sintomas mais conhecidos. “Mas há outros sintomas menos conhecidos e, por isso, ignorados, que podem acontecer em outras situações do dia a dia”, fala a médica.

    A lista de sintomas silenciosos do diabetes pode incluir:

    • Cansaço constante, sem motivo aparente;
    • Perda de peso inexplicável, mesmo sem fazer dieta;
    • Mal-estar logo após uma refeição;
    • Infecções frequentes, como infecção urinária, candidíase ou resfriados.

    Esses sintomas não surgem de forma abrupta. Eles se instalam lentamente, fazendo com que muitos pacientes acreditem que se trata apenas de reflexo da idade ou de um período estressante. Esse mascaramento natural é um dos motivos pelos quais tanta gente demora a procurar ajuda médica.

    Por que o diabetes é chamado de doença silenciosa

    O diabetes tipo 2 pode evoluir por anos sem manifestar sintomas claros. Isso ocorre porque a resistência à insulina e a elevação progressiva da glicose são processos graduais que o corpo tenta compensar.

    “Às vezes, o diagnóstico só acontece anos depois do início da doença, quando já houve algum tipo de complicação, como problemas nos rins, nos olhos, nos nervos ou até infarto”, explica a médica.

    Esse caráter silencioso reforça a necessidade de exames periódicos, especialmente para pessoas com fatores de risco. Além disso, é importante ter atenção a outros sinais, como ressecamento ou coceira na pele (principalmente nas pernas), alterações na visão e urina com espuma ou presença de formigas no vaso sanitário.

    “Nem sempre todos esses sintomas significam que a pessoa tem diabetes, mas eles devem ser investigados”, enfatiza Denise. Muitos também podem ocorrer em situações como calor intenso, desidratação, infecções urinárias ou efeitos de medicamentos. A diferença está na persistência e na combinação dos sinais.

    “Quando sede intensa, urina frequente e cansaço se tornam constantes, especialmente se vêm acompanhados de perda de peso ou visão embaçada, o ideal é procurar um endocrinologista e fazer exames para descartar diabetes. O importante é não normalizar esses sintomas se eles persistirem no dia a dia”.

    Diferenças entre diabetes tipo 1 e diabetes tipo 2

    O diabetes tipo 1 tem origem autoimune, quando o sistema imunológico ataca as células do pâncreas que produzem insulina. Já o diabetes tipo 2 tem relação mais forte com a hereditariedade, somada ao estilo de vida (alimentação, obesidade, sedentarismo).

    Embora ambos tenham em comum a elevação da glicose no sangue, os sintomas aparecem em velocidades distintas. O tipo 1, mais comum em crianças e adolescentes, costuma surgir de forma rápida e intensa, com sede extrema, urina excessiva, dor abdominal e emagrecimento acelerado. O diagnóstico acontece em poucas semanas.

    Já o tipo 2, o mais prevalente entre adultos, é lento e silencioso. Os sintomas podem levar anos para se manifestar e, quando aparecem, são leves e progressivos. Nesse caso, é possível prevenir: alimentação equilibrada, prática regular de atividade física, manutenção do peso saudável e acompanhamento médico são medidas essenciais para reduzir os riscos.

    Leia mais: 9 hábitos alimentares que ajudam a prevenir doenças no dia a dia

    O perigo de viver com diabetes sem diagnóstico

    No caso do diabetes tipo 2, é possível conviver com a doença por anos sem saber. Estima-se que 1 em cada 3 pessoas não saiba que tem diabetes. Esse atraso é perigoso porque, durante esse tempo, a glicose elevada danifica silenciosamente órgãos importantes.

    Sem diagnóstico, o risco de complicações aumenta significativamente:

    • Cegueira: provocada por retinopatia diabética;
    • Insuficiência renal: que pode levar à necessidade de diálise;
    • Infartos e AVCs: resultado do comprometimento dos vasos sanguíneos;
    • Amputações: decorrentes de neuropatia diabética e má cicatrização de feridas;
    • Complicações na gravidez: que afetam tanto a mãe quanto o bebê.

    “O diagnóstico precoce faz toda a diferença. Ele permite controlar a doença e evitar complicações. E o mais importante: controlar o diabetes não significa perder qualidade de vida, pelo contrário, a pessoa ganha mais saúde, energia e bem-estar”, reforça Denise.

    Exames como glicemia de jejum e hemoglobina glicada são os principais métodos para identificar alterações nos níveis de açúcar no sangue e devem ser realizados periodicamente, especialmente em pessoas com fatores de risco. Muitas vezes, esses exames são solicitados em check-ups anuais, mas em casos de suspeita clínica devem ser feitos o quanto antes.

    Perguntas e respostas

    1. Por que o diabetes é chamado de doença silenciosa?

    Porque, principalmente no tipo 2, ele pode evoluir por anos sem sintomas claros. Muitas vezes, o diagnóstico só ocorre após complicações como problemas nos rins, visão, nervos ou até um infarto.

    2. Quais são os sintomas clássicos do diabetes?

    Sede em excesso, vontade frequente de urinar (especialmente à noite) e aumento do apetite, sobretudo por massas e doces.

    3. E quais são os sintomas silenciosos que costumam ser ignorados?

    Cansaço sem motivo, visão embaçada que vai e volta, perda de peso inexplicável, mal-estar após refeições, infecções frequentes, formigamentos nas mãos e pés e alterações de pele, como coceira ou ressecamento.

    4. Qual a diferença entre o diabetes tipo 1 e o tipo 2?

    O tipo 1 é autoimune, surge de forma rápida e intensa, mais comum em jovens. Já o tipo 2 está fortemente ligado à hereditariedade e ao estilo de vida, evolui lentamente e pode levar anos para dar sinais.

    5. Por que é perigoso viver com diabetes sem diagnóstico?

    Porque o excesso de glicose danifica órgãos de forma silenciosa, podendo causar cegueira, insuficiência renal, infartos, AVCs, amputações e complicações na gravidez.

    6. Como identificar precocemente a doença?

    Com exames de rotina, como glicemia de jejum e hemoglobina glicada, especialmente em pessoas com fatores de risco.

    Leia também: Diabetes: por que controlar é tão importante para o coração

  • Criança que não consegue segurar o xixi: quando é normal e quando é problema 

    Criança que não consegue segurar o xixi: quando é normal e quando é problema 

    Um dos maiores marcos da infância é o desfralde, mas também é uma fase repleta de dúvidas para mães, pais e cuidadores. Afinal, até que idade é normal uma criança que não consegue segurar o xixi e em que momento isso passa a indicar um problema de saúde?

    Segundo a urologista pediátrica Veridiana Andrioli, é preciso diferenciar o que faz parte do amadurecimento natural da criança e o que pode exigir uma investigação médica. A seguir, explicamos como funciona esse processo, quais sinais indicam que tudo está dentro do esperado e em quais casos procurar um especialista.

    O desfralde como processo de desenvolvimento

    O controle do xixi não acontece de um dia para o outro. Assim como andar, que começa com apoio até chegar à corrida livre, o desfralde diurno é um processo gradual. “A criança precisa passar por alguns momentos de percepção como: ‘fiz xixi’, ‘estou fazendo xixi’ até chegar ao ‘quero fazer xixi’… e isso não acontece de uma só vez”, destaca Veridiana.

    Ela explica que cerca de 80% a 85% das crianças sem alterações neurológicas atingem o desfralde de forma espontânea e natural (durante o dia) até os 4 anos de idade. Isso significa que o não controle pleno do xixi diurno é normal até essa idade: a criança pode não conseguir controlar todas as vezes e ainda assim estar no caminho certo.

    O importante é observar se há progresso. “A criança pode ter perdas, não conseguir controlar o xixi todas as vezes, e está tudo bem!”.

    Sinais de que está tudo bem

    • Intervalos cada vez maiores em que a fralda permanece seca;
    • A criança avisa quando fez xixi;
    • Avisa quando precisa ir ao banheiro;
    • Demonstra interesse em usar o vaso ou penico.

    Esses sinais mostram que o amadurecimento neurológico e comportamental está em curso e que o processo de continência e controle diurno está caminhando bem.

    Criança que não consegue segurar o xixi: quando passa a ser problema?

    Segundo a especialista, há um marco importante quando o assunto é uma criança que não consegue segurar o xixi: “Se a partir do 4º ano completo ainda não existir continência (capacidade de segurar a urina), com certeza precisamos investigar”, enfatiza.

    Ela explica que é comum as crianças postergarem a ida ao banheiro por não quererem interromper a brincadeira, usando estratégias como cruzar as pernas ou segurar o genitor para o controle do xixi. Esses hábitos são ruins e podem piorar com o tempo, então são sinais de alerta.

    Sinais de alerta

    • Criança com mais de 5 anos que ainda não controla o xixi durante o dia;
    • Perdas frequentes de urina mesmo em momentos de calma;
    • Evitar beber líquidos para não precisar ir ao banheiro;
    • Acidentes noturnos persistentes após a idade em que já seria esperado o controle.

    A recomendação é clara: se os pais perceberem que algo não está indo bem e que a criança não está tendo evolução para segurar o xixi, o ideal é procurar um especialista antes que ocorram complicações.

    Possíveis causas urológicas e neurológicas

    Nem sempre a dificuldade de segurar o xixi está ligada apenas a fatores comportamentais. Em muitos casos, há causas médicas envolvidas que precisam ser investigadas com atenção.

    As chamadas disfunções de eliminação, conhecidas pela sigla BBD (bowel and bladder dysfunction — “disfunções de eliminação intestinal e vesical”), englobam situações como intestino preso, retenção voluntária da urina, perdas durante episódios de riso e até alterações no relaxamento do assoalho pélvico, que comprometem o esvaziamento adequado da bexiga.

    Outro fator são as malformações do trato urinário ou neurológico. Essas alterações podem dificultar que a criança perceba a bexiga cheia, atrapalhar o esvaziamento completo ou até desviar o caminho de drenagem da urina, como ocorre em algumas meninas que apresentam drenagem do ureter para fora da bexiga.

    Muitas vezes há alterações detectadas na gestação ou logo após o nascimento. Nesses casos, a avaliação especializada é obrigatória, especialmente se já houve infecção urinária. “Toda criança que teve alterações dos órgãos suspeitadas durante a gravidez ou se já tiveram uma infecção urinária, não importa se menino ou menina, deve ser avaliada por especialistas”, alerta Veridiana.

    O que os pais devem observar

    • Criança que segura o xixi até o limite, cruzando as pernas ou fazendo força para evitar a ida ao banheiro;
    • Alterações na rotina intestinal (constipação ou cocô ressecado);
    • Mudança de comportamento repentina em casa ou na escola.

    É importante também conversar com a escola: a criança tem liberdade de ir ao banheiro? Consegue tirar a própria roupa? Esses fatores interferem diretamente no controle urinário.

    Confira: Bronquiolite em bebês: sintomas e quando procurar o médico

    Como é a avaliação médica

    Ao contrário do que muitos imaginam, o primeiro passo não é pedir exames. “Começamos sempre com uma consulta adequada e exame físico, revendo todos os aspectos do comportamento, explicando a forma correta de sentar para fazer xixi e cocô, adequando o espaço e o acesso da criança à privada e observando os hábitos de xixi, cocô e ingesta de líquidos por meio de diários miccionais”, explica a urologista.

    Ela enfatiza que, somente quando não há sucesso nessas medidas iniciais, é que se parte para a investigação de causas anatômicas com exames complementares.

    Existe tratamento para incontinência urinária infantil?

    Sim, o tratamento da incontinência urinária infantil envolve uma combinação de estratégias. A primeira delas é chamada uroterapia, que inclui orientações para hábitos corretos relacionados a xixi, cocô, ingestão de água, intervalos adequados para urinar e postura de relaxamento ao usar o vaso.

    Além disso, podem ser recomendadas fisioterapias direcionadas para a reeducação do assoalho pélvico. Em alguns casos, medicamentos também entram no protocolo. “Sempre lembrando que há a necessidade de avaliação de profissional especializado antes da introdução de medicamentos”, ressalta Veridiana.

    Por fim, é bom lembrar que nenhum tratamento terá sucesso sem o apoio dos pais ou cuidadores. Criar uma rotina de idas ao banheiro, garantir acesso fácil à privada ou penico, oferecer água regularmente e observar sinais do corpo são atitudes simples que fazem diferença.

    O incentivo positivo também é essencial para uma criança que não consegue segurar o xixi: comemorar os avanços, evitar broncas em caso de escapes e transformar o processo em uma experiência de aprendizado e confiança para a criança.

    Perguntas e respostas

    1. Até que idade é normal a criança não conseguir segurar o xixi?

    Até os 4 anos, a maioria das crianças atinge o desfralde diurno de forma espontânea. Escapes ocasionais fazem parte do processo de amadurecimento.

    2. Quando a perda de xixi passa a ser considerada problema?

    Se a criança chega aos 5 anos sem controle urinário durante o dia ou apresenta perdas frequentes mesmo em situações de calma, é hora de procurar avaliação médica.

    3. Quais sinais indicam que pode haver algo errado?

    Evitar beber líquidos para não ir ao banheiro, acidentes noturnos persistentes após a idade esperada, prender o xixi até o limite ou mudanças bruscas de comportamento em casa ou na escola. Infecções urinárias, calcinha ou cueca sempre molhadas, ter que sair correndo para fazer xixi, dizer que não percebe que perdeu xixi.

    4. Quais causas médicas podem estar por trás da dificuldade de segurar o xixi?

    Podem estar envolvidas disfunções de eliminação (como intestino preso e alterações do assoalho pélvico), malformações do trato urinário ou neurológico, além de problemas já detectados na gestação ou após o nascimento.

    5. Como é feita a avaliação médica?

    O médico observa os hábitos miccionais, intestinais e de ingestão de líquidos, orienta sobre a postura correta ao usar o vaso e registra os padrões em diários miccionais.

    6. Existe tratamento?

    Sim. O tratamento geralmente começa com a uroterapia, que ajusta hábitos de xixi, cocô, hidratação e postura. Pode incluir fisioterapia do assoalho pélvico e, em alguns casos, medicamentos – sempre com orientação especializada.

    7. O que os pais podem fazer para ajudar?

    Criar uma rotina de idas ao banheiro, facilitar o acesso da criança ao vaso ou penico, oferecer água regularmente e comemorar os avanços. O apoio da família é essencial para o sucesso do tratamento.

    Leia também: Asma infantil: sintomas, diagnóstico e tratamento

  • Abdominais para perder barriga? Saiba o que realmente funciona 

    Abdominais para perder barriga? Saiba o que realmente funciona 

    A busca por uma “barriga chapada” é quase universal em academias. Entre os exercícios mais usados para esse fim estão os abdominais, vistos por muita gente como a solução para eliminar gordura localizada na região da cintura. Mas será que fazer abdominais para perder barriga realmente funciona?

    Para esclarecer essa dúvida, ouvimos a educadora física Tamara Andreato, que reforça a importância de compreender o verdadeiro papel dos exercícios abdominais. Além disso, trazemos evidências científicas que analisaram de forma prática os efeitos desses exercícios no corpo.

    Fazer abdominais para perder barriga é um mito

    O primeiro ponto importante a se compreender é: os abdominais não são exercícios voltados para a queima de gordura. “Esses exercícios não ajudam a reduzir gordura na região do abdômen”, garante Tamara. “O que eles fazem é o fortalecimento do core”, enfatiza.

    O core é composto por diversos músculos que incluem a região da frente do abdômen e também das costas e lombar. No abdômen, os principais músculos são:

    • Reto abdominal: músculo da parte frontal do abdômen, o famoso “tanquinho”;
    • Oblíquo externo: localizado na lateral do abdômen, mais superficial; ajuda nos movimentos de rotação do tronco;
    • Oblíquo interno: também nas laterais, mas em uma camada mais profunda;
    • Transverso do abdômen: músculo profundo que circunda o abdômen como uma faixa, responsável por estabilizar o tronco;
    • Infra-abdominais: região inferior do reto abdominal, próxima ao púbis.

    Como definição, o papel dos exercícios abdominais é fortalecer e hipertrofiar esses músculos. Eles não eliminam gordura localizada, mas trazem estabilidade, postura melhor e proteção contra dores, especialmente na lombar.

    O mito da redução de gordura localizada

    Muitas pessoas acreditam que exercitar intensamente uma região do corpo resulta em perda de gordura localizada. No entanto, o processo de emagrecimento depende de fatores como dieta, gasto calórico e genética, e não apenas da ativação muscular de um ponto específico.

    Esse entendimento também é sustentado por estudos científicos. Uma pesquisa publicada no Journal of Strength and Conditioning Research avaliou adultos saudáveis que realizaram exercícios abdominais cinco vezes por semana, durante seis semanas. O resultado foi claro: não houve redução de gordura abdominal ou medidas de circunferência, apenas melhora da resistência muscular.

    O que realmente funciona para perder gordura abdominal?

    A redução de gordura corporal, inclusive do abdômen, depende de um déficit calórico equilibrado, e não só de fazer abdominais para perder barriga. Isso significa gastar mais energia (calorias) do que se consome.

    A prática de exercícios aeróbicos (como corrida, natação e ciclismo), combinada ao treino de força e a uma alimentação ajustada, é o caminho mais eficaz. O estudo citado reforça essa conclusão: mesmo com treinamento abdominal intenso, não houve alteração na gordura abdominal dos participantes. Apenas a resistência muscular foi ampliada.

    “Perder gordura abdominal é consequência de uma boa alimentação, ingestão de líquido, ingestão de proteína adequada e de carboidratos adequados”, afirma Tamara.

    Abdominais e qualidade de vida

    Mais do que estética, os abdominais devem ser vistos como aliados para a qualidade de vida, mobilidade e bem-estar. O fortalecimento do core influencia diretamente no dia a dia de quem trabalha muito tempo na mesma posição.

    “Se a pessoa trabalha em pé ou se trabalha sentada, ela não vai ter tanto desconforto a partir do momento que essa região está fortalecida”, garante a especialista.

    Ou seja, na prática, quem fortalece o core tende a sofrer menos com dores, rigidez e fadiga. Para quem fica sentado o dia inteiro, os abdominais ajudam a evitar a pressão excessiva na lombar, enquanto para quem trabalha de pé, dão sustentação à postura e reduzem a sensação de peso nas costas ao final do dia.

    Fazer exercícios para o abdômen contribui ainda para prevenir lesões, melhorar o equilíbrio e até potencializar a performance em outros esportes, como corrida e ciclismo, já que a região central estabiliza todo o corpo.

    Com que frequência devo fazer abdominais?

    A frequência dos treinos abdominais é um ponto importante. Tamara recomenda a realização de abdominais de três a cinco vezes por semana, mas destaca uma dica prática para não deixar o exercício de lado:

    “Alguns profissionais colocam esses exercícios sempre no final do treino, mas ele pode entrar no meio do treino”, ensina. “Muitas vezes as pessoas, no final do treino, acabam não fazendo. Então eu indico fazer de três a cinco vezes na semana, no meio do treino, para não dar preguiça de não fazer”.

    Essa estratégia ajuda a manter a consistência e garante que o fortalecimento do core seja parte efetiva da rotina de exercícios.

    Leia também: Exercícios para melhorar a postura no home-office: guia prático para evitar dores

    Abdômen chapado não depende só dos abdominais

    Os exercícios abdominais são fundamentais para fortalecer o core, melhorar a postura e deixar os músculos mais firmes, mas, sozinhos, não são suficientes para conquistar o “abdômen chapado”.

    Isso acontece porque, mesmo bem trabalhada, a musculatura abdominal pode permanecer escondida sob a camada de gordura corporal. Ou seja, sem reduzir essa gordura, os músculos não ficam aparentes, independentemente da quantidade de séries e repetições realizadas.

    Para alcançar a definição, é necessário combinar diferentes estratégias. Além dos exercícios específicos para a região, a prática de atividades aeróbicas ajuda a aumentar o gasto calórico e a acelerar a queima de gordura. Paralelamente, a alimentação deve ser equilibrada e organizada em um déficit calórico, garantindo que o corpo use a reserva de gordura como fonte de energia.

    Perguntas frequentes

    1. Abdominais fazem perder barriga?

    Não. Eles fortalecem o core e melhoram a postura, mas a perda de gordura abdominal depende de alimentação e exercícios globais.

    2. Qual é o verdadeiro benefício dos abdominais?

    Fortalecer músculos do abdômen, lombar e região pélvica, prevenindo dores e melhorando a estabilidade corporal.

    3. Por que não existe queima de gordura localizada?

    Porque o emagrecimento é sistêmico: o corpo decide de onde retirar gordura, e isso depende de genética, gasto calórico e dieta.

    4. Com que frequência devo fazer abdominais?

    De três a cinco vezes por semana, preferencialmente no meio do treino, para evitar que sejam deixados de lado.

    5. O que realmente ajuda a reduzir gordura abdominal?

    Alimentação equilibrada, ingestão adequada de líquidos, proteínas e carboidratos, exercícios aeróbicos e treinos de força.

    6. Como ter um abdômen definido?

    Isso depende do conjunto de hábitos saudáveis que unam exercícios abdominais, exercícios aeróbicos e alimentação balanceada.

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