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  • Alongamentos simples para aliviar dores musculares: veja quando e como praticar 

    Alongamentos simples para aliviar dores musculares: veja quando e como praticar 

    Incorporar exercícios de alongamento na rotina é uma das formas mais eficazes de aliviar dores musculares e prevenir lesões. Embora muitas vezes negligenciados diante da correria do dia a dia, os alongamentos podem ser feitos em poucos minutos e proporcionam benefícios que vão desde a melhora da postura até o relaxamento físico e mental.

    “O ideal é incorporar os alongamentos em diferentes momentos estratégicos do dia para obter diversos benefícios”, garante o ortopedista Caio Gonçalves, que explica nesta reportagem como tornar o hábito mais seguro e eficiente.

    Em que momento apostar nos alongamentos para dores musculares?

    O ortopedista ressalta que não existe apenas um horário correto para se alongar. A prática pode ser incorporada em diferentes momentos do dia, cada um trazendo benefícios específicos.

    • Ao acordar: desperta o corpo, ativa a circulação e reduz a rigidez após o sono
    • No trabalho (a cada 1–2 horas): pausas curtas com alongamento no trabalho aliviam a tensão acumulada de quem fica muito tempo sentado ou em pé
    • Após atividades físicas: favorece o relaxamento, auxilia na recuperação e ajuda a prevenir dor tardia
    • Antes de dormir: alongamentos leves reduzem o estresse e contribuem para um sono mais tranquilo

    “Praticar alongamentos nesses momentos permite cuidar da saúde postural, reduzir desconfortos e aumentar o bem-estar ao longo do dia”, fala o especialista.

    Confira: Exercícios para melhorar a postura no home-office: guia prático para evitar dores

    Exercícios de alongamento simples que podem ser feitos no trabalho ou ao acordar

    Para quem busca alongamentos para dores musculares simples no ambiente de trabalho ou mesmo na hora de despertar, o especialista indica exercícios discretos, que não exigem equipamentos e podem ser feitos em qualquer lugar:

    • Cervical (pescoço): incline suavemente a cabeça para os lados, para a frente e para trás, alongando a região do pescoço
    • Ombros/trapézio: leve um braço estendido à frente do corpo e, com a outra mão, puxe suavemente em direção ao peito; repita com o outro braço
    • Rotação torácica sentada: sentado, cruze os braços à frente do peito e rode o tronco para a direita e depois para a esquerda, sentindo o alongamento nas costas
    • Punhos/antebraços: estique um braço à frente, com a palma virada para cima e, com a outra mão, puxe delicadamente os dedos para baixo e para cima, alternando os lados
    • Isquiotibiais sentado: sentado, estenda uma das pernas à frente e tente tocar a ponta do pé (sem forçar), mantendo a coluna ereta. Repita na outra perna

    Cada alongamento deve ser mantido entre 20 e 30 segundos, sentindo apenas um leve desconforto, nunca dor. O ideal é repetir de duas a três vezes, sempre de forma lenta, sem balanços ou impulsos, e retornando à posição inicial com cuidado. “São exemplos que podem ser feitos em poucos minutos e ajudam a diminuir desconfortos, aumentar a disposição e prevenir dores”, garante o profissional.

    Esses alongamentos para dores musculares são ótimos para o ambiente de trabalho, mas não são os mesmos alongamentos que devem ser feitos nos treinos diários (como na academia ou na corrida, por exemplo). Vamos entender!

    Alongamento antes e depois do treino: o que fazer?

    Antes do treino, a recomendação é dar preferência aos alongamentos dinâmicos, aqueles que envolvem movimento, como elevação de joelhos ou rotações de tronco. Eles ajudam a preparar músculos e articulações para o esforço, além de reduzir o risco de lesões.

    Já os alongamentos estáticos, em que se mantém a posição por alguns segundos, são mais indicados após o exercício. Eles relaxam a musculatura, reduzem a tensão acumulada durante a atividade e contribuem para prevenir dores musculares tardias.

    Exemplos de alongamentos dinâmicos (pré-treino)

    1. Elevação de joelhos
      Como fazer: Eleve alternadamente os joelhos até a altura do quadril, simulando uma marcha no lugar. Movimente os braços de forma natural
      Duração: 30 segundos
    2. Kickbacks (calcanhar nos glúteos)
      Como fazer: Flexione um joelho e leve o calcanhar em direção ao glúteo, alternando as pernas rapidamente
      Duração: 30 segundos
    3. Rotação de tronco
      Como fazer: Com os pés afastados na largura dos ombros, flexione levemente os joelhos e gire o tronco de um lado para o outro, mantendo os quadris parados
      Duração: 20 repetições (10 para cada lado)
    4. Elevação lateral de braços circulares
      Como fazer: Estenda os braços lateralmente e faça pequenos círculos, primeiro para frente e depois para trás
      Duração: 15 segundos para cada direção
    5. Agachamento com elevação de braços
      Como fazer: Agache e, ao levantar, eleve os braços acima da cabeça. Repita o movimento de forma contínua e controlada
      Duração: 10 a 15 repetições
    6. Estocada com rotação do tronco
      Como fazer: Dê um passo à frente em uma estocada e, com as mãos juntas à frente do peito, gire o tronco para o lado da perna da frente. Volte e troque de lado
      Duração: 10 repetições para cada lado
    7. Abdução dinâmica de quadril
      Como fazer: Em pé, levante lateralmente uma perna de cada vez, mantendo o movimento fluido
      Duração: 10 repetições por perna

    Exemplos de alongamentos estáticos (pós-treino)

    1. Alongamento do pescoço lateral
      Como fazer: Sentado ou em pé, mantenha as costas eretas. Com uma das mãos, segure a lateral da cabeça e incline suavemente o pescoço para o lado, aproximando a orelha do ombro (sem elevar o ombro)
      Mantenha por: 20 a 30 segundos de cada lado
    2. Alongamento de trapézio e ombros
      Como fazer: Cruze um braço sobre o corpo na altura do peito e, com a outra mão, puxe delicadamente o braço estendido, mantendo o ombro relaxado
      Mantenha por: 20 a 30 segundos de cada lado
    3. Alongamento de peitoral na parede
      Como fazer: Em pé, coloque a mão e o antebraço em uma parede, com o cotovelo flexionado a 90°. Gire o tronco levemente para o lado oposto até sentir alongar o peito e o ombro
      Mantenha por: 20 a 30 segundos de cada lado
    4. Alongamento de flexores de quadril
      Como fazer: Em posição de avanço/afundo, com uma perna à frente e a outra estendida para trás, empurre suavemente o quadril para frente até sentir alongar a parte da frente do quadril da perna de trás
      Mantenha por: 20 a 30 segundos de cada lado
    5. Alongamento de posterior da coxa
      Como fazer: Sentado com uma perna esticada e outra flexionada, incline-se lentamente sobre a perna esticada, mantendo as costas retas, até sentir alongar a parte de trás da coxa
      Mantenha por: 20 a 30 segundos de cada lado
    6. Alongamento de panturrilha na parede
      Como fazer: Apoie as mãos na parede, coloque uma perna à frente flexionada e a outra atrás esticada com o calcanhar no chão. Incline o corpo para frente, mantendo o calcanhar da perna de trás no chão e a perna reta, até sentir alongar a panturrilha
      Mantenha por: 20 a 30 segundos de cada lado
    7. Alongamento de glúteos deitado
      Como fazer: Deite-se de costas, cruze um tornozelo sobre o joelho oposto. Segure a coxa da perna apoiada no chão e puxe suavemente em direção ao peito até sentir alongar o glúteo
      Mantenha por: 20 a 30 segundos de cada lado

    Para evitar problemas, mesmo em alongamentos simples, a orientação é alongar devagar, manter a postura correta e interromper o exercício se a dor ultrapassar o desconforto leve. Em caso de dúvidas, vale buscar orientação de um fisioterapeuta ou profissional de educação física.

    Veja também: Quando a dor nas costas pode ser preocupante? Entenda os sinais de alerta

    Cuidados na hora de alongar para evitar lesões

    Quando feitos sem atenção à postura ou ultrapassando os limites do corpo, os alongamentos para dores musculares podem trazer mais problemas do que benefícios. Entre os riscos estão distensões musculares, sobrecarga articular e lesões em tendões.

    Segundo o especialista, os erros mais comuns incluem realizar movimentos bruscos, insistir apesar da dor intensa ou alongar sem alinhamento adequado da coluna.

    “Sempre realize os alongamentos lentamente, preste atenção à postura e pare imediatamente se sentir dor intensa — alongamento deve ser confortável!”, enfatiza o médico.

    É seguro alongar com dor?

    A resposta depende da intensidade da dor. “Em uma dor leve e relacionada à tensão muscular, por exemplo, alongamentos suaves e controlados podem ser benéficos, proporcionando alívio imediato”, diz o ortopedista.

    No entanto, quando há dor intensa, sinais de inflamação (como inchaço, vermelhidão e calor local) ou grande limitação dos movimentos, o ideal é evitar alongar até uma avaliação médica.

    “Jamais force o movimento caso sinta dor aguda. O ideal é sempre escutar o corpo e respeitar seus limites para que o alongamento seja seguro e eficaz.”

    Perguntas frequentes sobre alongamento para dores musculares

    1. Qual é o melhor momento do dia para se alongar?

    O alongamento pode ser feito em diferentes momentos, cada um trazendo benefícios: ao acordar, para ativar o corpo; no trabalho, para aliviar tensões; após os exercícios, para acelerar a recuperação; e antes de dormir, para relaxar.

    2. Quais alongamentos posso fazer no trabalho ou ao acordar?

    Exercícios simples como inclinar a cabeça para alongar o pescoço, cruzar o braço à frente do peito para os ombros, torcer o tronco sentado, alongar punhos e tocar a ponta do pé sentado já trazem bons resultados.

    3. Qual a diferença entre alongar antes e depois do treino?

    Antes do treino, os alongamentos dinâmicos (com movimento) são os mais indicados, pois preparam músculos e articulações. Depois do treino, prefira alongamentos estáticos (mantidos por alguns segundos), que ajudam a relaxar e prevenir dores.

    4. Existe risco de lesão ao se alongar?

    Sim. Movimentos bruscos, postura inadequada ou insistir mesmo sentindo dor podem causar distensões e sobrecarga articular. O correto é alongar de forma lenta, respeitando os limites do corpo.

    5. É seguro alongar quando já estou com dor?

    Depende. Se for dor leve por tensão muscular, alongamentos suaves podem ajudar. Mas em caso de dor intensa, inflamação ou limitação de movimentos, o ideal é evitar alongar e procurar um médico antes de retomar a prática.

    Leia também: Como evitar dores ao usar computador e celular: um guia prático de ajustes na rotina

  • Como manter a postura correta no trabalho? Veja dicas práticas  

    Como manter a postura correta no trabalho? Veja dicas práticas  

    Com a rotina acelerada e cada vez mais tempo diante de telas, seja no escritório ou no home-office, é comum passar horas seguidas na mesma posição e, em alguns casos, sem nem prestar atenção na postura correta no trabalho. Isso pode desencadear rigidez nos ombros, dores nas costas e fadiga, que afetam o bem-estar e a qualidade de vida.

    “Manter-se por muito tempo sentado prejudica a circulação, causa pressão nos discos intervertebrais e favorece o surgimento de dores e doenças musculoesqueléticas, além de aumentar o risco de doenças cardiovasculares. A pressão nos discos intervertebrais é maior quando estamos sentados que quando estamos em pé”, explica o ortopedista Caio Gonçalves de Souza.

    Mas afinal, como proteger a saúde da coluna em meio a tantas horas de trabalho? Com a ajuda do especialista, reunimos algumas dicas práticas para te ajudar a manter a postura correta no ambiente e evitar dores nas costas.

    Por que a postura é tão importante?

    A postura influencia diretamente o funcionamento da coluna e do sistema musculoesquelético. Quando está desalinhada, a coluna recebe uma sobrecarga extra e os discos intervertebrais, que funcionam como amortecedores entre as vértebras, acabam sendo pressionados de forma desigual, aumentando o risco de desgaste.

    Para compensar, músculos e ligamentos trabalham mais do que deveriam, o que resulta em dor e tensão no corpo.

    Entre as principais consequências da má postura, podemos destacar:

    • Dores crônicas nas costas, pescoço e ombros;
    • Problemas circulatórios, como inchaço nas pernas e varizes;
    • Dores de cabeça tensionais, ligadas à sobrecarga cervical;
    • Cansaço excessivo, já que o corpo gasta energia tentando se equilibrar;
    • Risco vascular maior, pois ficar muito tempo sentado reduz a circulação sanguínea.

    De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), os problemas musculoesqueléticos estão entre as principais causas de afastamento do trabalho em todo o mundo.

    O que é ter uma postura correta no trabalho?

    Uma postura correta é o posicionamento equilibrado do corpo que respeita as curvaturas naturais da coluna e distribui o peso de forma uniforme entre músculos e articulações.

    De maneira geral, é quando o corpo se mantém alinhado, sem sobrecargas desnecessárias, o que permite que os ossos, músculos e ligamentos trabalhem de maneira eficiente e sem esforço excessivo.

    No dia a dia, isso significa:

    • Coluna ereta, mas relaxada, com apoio total no encosto;
    • Ombros alinhados, sem tensão;
    • Quadris e joelhos em ângulo de 90°;
    • Pés firmes no chão ou em apoio adequado;
    • Cabeça erguida, olhando para a tela sem precisar inclinar para cima ou para baixo.

    Já em pé, a postura correta exige distribuir o peso igualmente entre os dois pés, manter joelhos levemente dobrados (nunca travados) e evitar inclinar o tronco para frente.

    Como manter a postura correta no trabalho?

    Algumas mudanças simples no dia a dia podem trazer vários benefícios, reduzindo desconfortos e prevenindo dores a longo prazo. Entre elas, podemos citar:

    1. Ajuste a cadeira

    Para pessoas que trabalham sentadas, o primeiro passo para manter a postura adequada é ajustar a cadeira. Primeiro, ela deve ser regulável em altura, de modo que os pés fiquem totalmente apoiados no chão e que os joelhos se mantenham em ângulo reto, em torno de 90 graus, sem deixar as pernas suspensas nem dobradas demais.

    Além disso, o encosto precisa acompanhar a curvatura natural da lombar, oferecendo suporte para que a coluna permaneça ereta e confortável. Apoios de braço ajustáveis também fazem diferença, já que ajudam a manter os cotovelos na altura correta em relação à mesa. Quando os pés não alcançam o chão, uma dica interessante é usar um apoio, como um barquinho ou uma caixa.

    “O ajuste correto desses elementos proporciona distribuição equilibrada do peso corporal, melhor alinhamento da coluna, menor fadiga muscular e menor risco de lesões”, explica Caio.

    2. Regule a altura da mesa e da tela

    Para uma postura correta no trabalho, a mesa deve estar na altura ideal para que os braços fiquem relaxados e os cotovelos formem um ângulo próximo a 90°. Já a tela do computador precisa ficar alinhada à altura dos olhos, evitando que você precise inclinar o pescoço para baixo ou para cima.

    Quem usa notebook diretamente sobre a mesa, por exemplo, quase sempre precisa abaixar a cabeça, o que causa tensão na cervical e dores nos ombros. Uma ideia é usar um suporte para elevar o aparelho ou mesmo empilhar livros, conectando teclado e mouse separados, o que garante um conforto maior.

    3. Mantenha o corpo alinhado

    Para manter o corpo realmente alinhado, é importante que o quadril esteja bem encaixado no encosto da cadeira, de modo que as costas fiquem totalmente apoiadas e a coluna respeite sua curvatura natural. Os ombros devem permanecer soltos e relaxados, sem tensão acumulada, evitando aquela tendência de encolhê-los em direção às orelhas.

    Cruzar as pernas por longos períodos também não é recomendável, pois compromete a circulação sanguínea, sobrecarrega uma das laterais do quadril e pode gerar desequilíbrio postural ao longo do tempo. Quanto mais alinhado o corpo estiver, menor a pressão sobre músculos e articulações.

    4. Faça pausas ativas

    Realizar pausas ao longo do trabalho não serve apenas para descansar, sabia? Elas ajudam a diminuir a rigidez muscular, melhoram a circulação e ainda ajudam a manter o foco. O hábito também impacta a produtividade, afinal a mente funciona melhor quando o corpo não está sobrecarregado.

    A recomendação é levantar-se a cada 30 a 60 minutos. Caminhe até a cozinha, vá ao banheiro, beba água, pegue um cafezinho ou faça alongamentos rápidos, como esticar os braços acima da cabeça. Mesmo movimentos pequenos já fazem diferença.

    Além dessas pausas maiores, pequenas interrupções também ajudam. A cada 20 minutos, alinhe a postura e desvie o olhar da tela por alguns segundos. Isso relaxa os olhos e dá um reset rápido no corpo.

    5. Respeite a distância da tela

    Trabalhar colado no monitor ou distante demais tem efeitos ruins tanto na visão quanto na coluna, e não é nada bom para uma postura correta no trabalho. Quando a tela fica muito próxima, é comum projetar a cabeça para frente sem perceber, aumentando a pressão sobre a região cervical.

    Já quando está muito longe, a tendência é inclinar o tronco, forçando a lombar e os ombros. A medida prática é manter a tela a aproximadamente um braço de distância.

    Leia também: Como evitar dores ao usar computador e celular: um guia prático de ajustes na rotina

    Acessórios que ajudam a manter a postura no dia a dia

    De acordo com Caio, alguns acessórios são comprovadamente úteis para auxiliar na correção e manutenção da postura, como:

    • Suporte ergonômico para notebook/monitor: eleva a tela à altura dos olhos;
    • Apoio para pés: mantém quadris e joelhos alinhados;
    • Teclado e mouse separados: fundamental para quem usa notebook;
    • Apoios lombares: oferecem suporte extra para a região da lombar;
    • Cadeiras ergonômicas: com ajustes de altura, encosto e apoio para braços;
    • Tapete antifadiga: indicado para quem trabalha em pé, reduz pressão nos pés;
    • Sensores de postura ou apps: alertam em caso de má postura.

    “Acessórios não substituem o hábito de se movimentar, alongar e manter conscientização corporal. Eles ajudam, mas não trabalham sozinhos”, lembra o especialista.

    Quanto tempo é saudável ficar sentado?

    Mesmo no caso de pessoas que mantêm uma boa postura, passar muitas horas sentado é extremamente prejudicial para a saúde. O tempo ideal não é ficar imóvel, mas alternar períodos de trabalho com pequenas pausas. Algumas recomendações incluem:

    • Pausas ativas a cada 30 a 60 minutos: levantar da cadeira, caminhar um pouco, se espreguiçar ou fazer alongamentos leves. Isso já ajuda a soltar a musculatura e estimular a circulação;
    • Intervalos maiores de 5 a 10 minutos por hora: sugeridos em protocolos oficiais, como os do INSS e da Organização Mundial da Saúde. O tempo é suficiente para reduzir a sobrecarga do corpo;
    • Micro pausas a cada 20 minutos: alinhar a postura novamente e desviar o olhar da tela por alguns segundos, para aliviar a visão e dar descanso rápido ao corpo.

    E para quem trabalha em pé?

    Ficar de pé por muito tempo também exige cuidados, uma vez que pode causar dores nas costas, pernas e pés, além de favorecer o aparecimento de varizes, de acordo com Caio. O especialista aponta algumas orientações:

    • Apoiar os dois pés no chão, dividindo o peso igualmente;
    • Evitar apoiar o corpo em um único lado ou cruzar as pernas;
    • Deixar os joelhos levemente dobrados, sem travá-los;
    • Alternar o apoio dos pés a cada 15-20 minutos, usando um suporte de 6 a 10 cm;
    • Usar tapete antifadiga para reduzir o impacto em pisos duros;
    • Escolher calçados confortáveis, de solado macio e anatômico.

    “Funcionários de balcão, professores e profissionais de saúde, mesmo em pé, devem adotar pausas para alongamentos rápidos e alternância de apoio dos pés”, finaliza o especialista.

    Fique atento aos sinais de má postura

    Com a rotina atarefada, é comum que os sinais de má postura passem despercebidos, mas é importante estar atento para evitar que o incômodo se torne um problema maior. Entre eles, podemos citar:

    • Dores frequentes nas costas, pescoço ou ombros;
    • Rigidez ao acordar que não melhora durante o dia;
    • Dor de cabeça recorrente no fim do expediente;
    • Formigamento ou dormência em braços e pernas;
    • Necessidade constante de se “ajeitar” na cadeira;
    • Sensação de cansaço mesmo após poucas horas sentado ou em pé.

    Mudanças nos hábitos tendem a ser suficientes para aliviar os sintomas, mas caso eles persistam, procure atendimento médico.

    Confira: 8 dicas para prevenir a dor nas costas no dia a dia

    Perguntas frequentes sobre postura correta no trabalho

    1. Cruzar as pernas faz mal?

    Sim, quando é feito por longos períodos. Ao cruzar as pernas, a circulação sanguínea fica comprometida — o que favorece inchaço, sensação de formigamento e até o surgimento de varizes em quem já tem predisposição.

    A posição também desequilibra o apoio do quadril e altera o alinhamento natural da coluna, o que, com o tempo, pode causar dores lombares, tensão muscular e até desvios posturais.

    2. Dormir de bruços faz mal para a coluna?

    Sim, pois a posição força a curvatura da lombar e exige rotação do pescoço, o que pode gerar dores e rigidez. As posições mais recomendadas são de lado (com travesseiro entre os joelhos) ou de barriga para cima (com apoio embaixo dos joelhos).

    3. Usar salto alto piora a postura?

    Sim. O salto desloca o centro de gravidade do corpo para frente, o que obriga a lombar e os joelhos a compensarem, gerando dores e sobrecarga. Por isso, o ideal é limitar o uso diário e optar por modelos mais baixos ou com salto largo, que oferecem maior estabilidade.

    4. É possível corrigir postura depois de adulto?

    Sim. A correção costuma ser mais lenta do que em crianças, mas é totalmente possível! Com exercícios de fortalecimento, ajustes ergonômicos no ambiente de trabalho e hábitos conscientes, a postura melhora bastante. Em alguns casos, a fisioterapia pode acelerar o processo e corrigir vícios antigos.

    5. Trabalhar deitado ou na cama faz mal?

    Sim, pois sofás e camas não oferecem o apoio adequado para a coluna, braços e pernas, de modo que trabalhar assim por longos períodos sobrecarrega a lombar e a cervical — além de favorecer dores nos ombros. Pode até parecer confortável no início, mas a médio prazo pode desencadear rigidez e fadiga muscular.

    6. Usar celular deitado na cama pode causar dor?

    Pode. Apoiar a cabeça em travesseiro alto ou olhar para baixo por muito tempo aumenta a tensão cervical e pode causar dor no pescoço, ombros e até dor de cabeça. O recomendado é limitar o tempo nessa posição ou buscar um apoio que mantenha o olhar na altura dos olhos.

    7. O que é escoliose postural?

    A escoliose postural é um desvio lateral da coluna provocado por maus hábitos, como sentar torto ou carregar peso de um só lado. Diferente da escoliose estrutural, que possui origem genética, a postural não envolve alterações fixas nas vértebras.

    Na maioria dos casos, ela pode ser corrigida com mudanças de postura, fortalecimento dos músculos que dão sustentação à coluna (principalmente abdômen e lombar) e acompanhamento fisioterapêutico. Quanto mais cedo for diagnosticada, maiores são as chances de reverter o desvio sem complicações.

    8. O que é risco ergonômico?

    Um risco ergonômico é todo fator no ambiente de trabalho que pode causar desconforto físico ou psicológico por conta de más condições de postura, esforço repetitivo ou organização inadequada das tarefas. Na prática, ele surge quando as exigências do trabalho ultrapassam os limites do corpo, como:

    • Posturas incorretas e prolongadas: sentar torto, ficar horas em pé sem pausa;
    • Movimentos repetitivos: digitar, operar máquinas, usar o mouse sem descanso;
    • Esforço físico excessivo: levantar peso de forma errada;
    • Jornada prolongada e monotonia: falta de pausas, excesso de horas na mesma posição;
    • Pressão psicológica: cobrança intensa, metas irreais, falta de pausas mentais.

    Situações assim podem gerar dores musculares, problemas de coluna, fadiga, estresse e até doenças ocupacionais como LER (Lesões por Esforço Repetitivos) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho).

    Leia também: Quando a dor nas costas pode ser preocupante? Entenda os sinais de alerta

  • Lanches práticos para levar para a academia: saiba como escolher os melhores 

    Lanches práticos para levar para a academia: saiba como escolher os melhores 

    Quando o assunto é treino, muito se fala sobre intensidade, carga e frequência. Mas a verdade é que a alimentação é um pilar igualmente decisivo para o desempenho. O que você consome antes e depois da academia influencia diretamente nos resultados, seja em energia para treinar, seja na recuperação muscular.

    Na rotina corrida, nem sempre é possível preparar refeições elaboradas, e é aí que entram os lanches para academia práticos: fáceis de levar, simples de armazenar e capazes de fornecer os nutrientes certos na hora certa. Para esclarecer o que não pode faltar nessas escolhas, conversamos com a nutricionista Serena del Favero.

    Como é o lanche ideal para a academia?

    Segundo a nutricionista, um bom lanche para academia precisa ser prático e equilibrado. “Um lanche ideal para levar para a academia deve reunir algumas características que favorecem tanto a praticidade quanto o desempenho no treino”, explica.

    Entre os pontos mais importantes estão:

    • Transporte fácil: precisa ser leve, resistente a variações de temperatura e não estragar facilmente;
    • Boa digestibilidade: deve evitar desconfortos durante o exercício;
    • Equilíbrio nutricional: conter carboidratos de boa qualidade e uma porção de proteína.

    Essa combinação garante energia rápida para o treino, evita fadiga precoce e favorece a recuperação muscular.

    Pré-treino e pós-treino: qual a diferença?

    A nutricionista destaca que existe diferença entre o lanche pré-treino e o lanche pós-treino — e ela está diretamente ligada ao objetivo de cada momento. “Antes do treino, o lanche deve priorizar fornecer energia para sustentar a intensidade do exercício. Depois do treino, o objetivo muda para recuperar os músculos e repor energia”, explica Serena.

    Ou seja:

    • No pré-treino: destaque para carboidratos de rápida ou moderada digestão, com pequenas quantidades de proteína;
    • No pós-treino: prioridade para proteína de boa qualidade e carboidratos que ajudem a repor glicogênio.

    Vamos falar primeiro dos lanches pré-treino, que devem ser fonte de carboidrato (mas sem dispensar a proteína).

    Carboidratos: o combustível do pré-treino

    São os carboidratos que garantem energia para manter a intensidade. No pré-treino, a escolha depende do tempo disponível até a atividade. “Carboidratos de rápida absorção são ideais quando o intervalo entre a refeição e o treino é curto”, explica a nutricionista.

    Carboidratos de rápida absorção para o pré-treino na academia incluem:

    • Frutas maduras;
    • Pão branco;
    • Suco natural;
    • Uva passa ou outras frutas secas;
    • Tapioca.

    “Nesse momento, uma pequena quantidade de proteína pode ser incluída para auxiliar na preservação da massa muscular, mas não é o foco principal”.

    Falando em proteínas, elas se tornam mais essenciais no lanche pós-treino. Veja a seguir em quais fontes desse nutriente você deve apostar!

    Proteínas é a protagonista do lanche pós-treino

    A proteína no pós-treino tem a função de reparar as microlesões causadas pelo exercício, fornecer aminoácidos para reconstruir as fibras musculares e estimular a síntese proteica, favorecendo a recuperação e o ganho de massa muscular.

    Confira alguns exemplos de proteínas que funcionam bem em lanches práticos para levar à academia:

    • Ovos cozidos (em recipiente térmico ou refrigerado);
    • Iogurte natural;
    • Queijo em porções (como queijo cottage em potinhos e queijos em palito);
    • Frango grelhado em tiras ou desfiado;
    • Grão-de-bico ou edamame cozidos;
    • Barras e shakes proteicos prontos para consumo;
    • Oleaginosas combinadas com sementes (castanhas, nozes, semente de abóbora).

    “Nesse momento, a proteína de boa qualidade assume papel central, pois fornece os aminoácidos necessários para a reparação e crescimento muscular. Mas o carboidrato continua importante, já que ajuda a repor o glicogênio utilizado durante o treino”, enfatiza a nutricionista.

    Ou seja, no lanche pós-treino, aposte nessas fontes de proteína combinadas com alguma das sugestões de carboidratos indicadas no pré-treino.

    O que evitar nos lanches

    Alimentos pesados podem atrapalhar o seu treino. “Para não prejudicar o desempenho ou causar desconforto, os lanches pré e pós-treino devem evitar alimentos muito gordurosos, frituras, doces ultraprocessados e preparações excessivamente ricas em fibras próximos ao exercício”, alerta Serena.

    Além disso, carboidratos de digestão mais lenta, como aveia, pão integral, batata-doce e arroz integral, funcionam melhor quando há algumas horas antes do treino. “Nesse caso, a escolha depende principalmente do tempo disponível antes da atividade e da tolerância individual, já que cada pessoa responde de forma diferente ao consumo de fibras ou açúcares simples próximos ao treino”.

    Ou seja, logo antes de treinar, o melhor mesmo é apostar em carboidratos de rápida absorção. Essas opções de média e lenta absorção são mais indicadas para quando você tem uma ou duas horas antes de treinar.

    Como manter os lanches frescos e seguros?

    De nada adianta escolher os lanches para academia perfeitos se eles não forem armazenados corretamente. A nutricionista orienta cuidados simples que fazem diferença:

    • Armazenamento adequado: usar potes bem vedados ou embalagens individuais;
    • Controle de temperatura: quando o lanche incluir perecíveis, como iogurte ou ovos, é fundamental o uso de bolsas térmicas com gelo;
    • Escolha estratégica: em locais sem refrigeração, prefira alimentos menos perecíveis, como castanhas, frutas secas ou barrinhas;
    • Higienização prévia: frutas, legumes e recipientes devem ser bem lavados;
    • Consumo no tempo certo: lanches não refrigerados devem ser consumidos em até 2 a 3 horas.

    Essas medidas reduzem os riscos de contaminação e preservam o sabor e a textura dos alimentos.

    Suplementos são práticos, mas não são obrigatórios

    Embora suplementos como whey protein sejam populares, não são indispensáveis. A nutricionista reforça: “Pensando em alternativas alimentares para substituir suplementos, é possível recorrer a opções como ovos cozidos, queijos magros, iogurte, frango desfiado, atum em lata, grão-de-bico e edamame”.

    Esses alimentos naturais, além de fornecerem proteína, entregam também vitaminas e minerais que contribuem para uma dieta mais completa. Uma barrinha de proteínas também pode ser útil, mas alimentos naturais são sempre uma opção melhor.

    Perguntas frequentes sobre lanches para academia

    1. Como devem ser os lanches para academia?

    Precisa ser prático, fácil de transportar, de boa digestibilidade e equilibrado em nutrientes, unindo carboidratos de qualidade e uma fonte de proteína leve.

    2. Qual a diferença entre o lanche para academia de pré e pós-treino?

    No pré-treino, a prioridade é energia rápida para sustentar o exercício, com foco nos carboidratos de rápida absorção. Já no pós-treino, a proteína é protagonista para reparar músculos, sem deixar de lado os carboidratos.

    3. Quais são os melhores carboidratos de rápida absorção para o pré-treino?

    Frutas maduras, pão branco, tapioca, suco natural e frutas secas, como uva passa.

    4. Quais são boas opções de proteínas práticas para o pós-treino?

    Ovos cozidos, frango grelhado ou desfiado, iogurte, queijos magros, grão-de-bico, edamame, castanhas, barras ou shakes proteicos.

    5. O que deve ser evitado nos lanches pré e pós-treino?

    Alimentos gordurosos, frituras, doces ultraprocessados e refeições muito volumosas ou ricas em fibras logo antes da atividade.

    6. Como manter os lanches frescos e seguros?

    Use recipientes bem vedados, prefira bolsas térmicas com gelo para alimentos perecíveis, higienize frutas e potes e consuma os lanches em até 2 a 3 horas fora da refrigeração.

    7. Suplementos são indispensáveis?

    Não. Eles podem ser práticos, mas alternativas naturais de lanches para academia como ovos, frango, queijos, iogurte ou leguminosas atendem bem às necessidades de proteína.

  • Alimentação pré e pós-treino: guia completo para potencializar a musculação 

    Alimentação pré e pós-treino: guia completo para potencializar a musculação 

    Treinar pesado é fundamental para quem busca hipertrofia, mas o combustível que garante energia durante a sessão e que acelera a recuperação depois vem da alimentação. Saber o que incluir na alimentação antes e depois da musculação faz diferença não só na performance, mas também nos ganhos de longo prazo.

    Para esclarecer como montar a estratégia nutricional em torno da musculação, conversamos com a nutricionista Serena Del Favero, que destaca a importância de ajustar carboidratos e proteínas de acordo com o horário e a intensidade do treino.

    Pré-treino: fontes de energia para sustentar o exercício

    A especialista reforça que, no pré-treino, o nutriente prioritário é o carboidrato, já que ele é a principal fonte de energia rápida e eficiente para sustentar a intensidade e o volume da musculação. Isso não significa que os outros nutrientes devam ser ignorados: ela lembra que a proteína também tem papel relevante.

    “Quando presente no pré-treino, a proteína ajuda a minimizar a degradação muscular durante o exercício e fornece aminoácidos que estarão disponíveis para o processo de recuperação e síntese muscular logo após o treino”.

    Nesse momento, as fontes de gordura são dispensáveis, já que esse nutriente retarda a digestão e pode causar desconforto durante o exercício.

    Quanto tempo antes do treino é ideal comer?

    O intervalo entre a refeição e o treino faz diferença na digestão e no aproveitamento dos nutrientes:

    • Refeições completas (carboidrato + proteína + pequena quantidade de gordura): devem ser feitas de 2 a 3 horas antes do treino, garantindo digestão adequada e energia estável;
    • Lanches leves (carboidratos de rápida a moderada absorção + proteína): funcionam melhor quando feitos 30 a 60 minutos antes do treino, sendo práticos para quem treina cedo ou não consegue comer muito tempo antes.

    Para obter energia antes de treinar, a nutricionista sugere combinações que equilibram nutrientes e digestibilidade. Veja a seguir!

    O que comer antes de treinar?

    Separamos algumas ideias de que comer no pré-treino de acordo com o tempo que você tem disponível:

    Refeições completas

    • Arroz integral, frango grelhado e legumes salteados;
    • Macarrão com molho de tomate e atum;
    • Batata-doce assada, ovos mexidos e salada verde.

    Lanches leves

    • Pão integral com queijo magro;
    • Iogurte natural com fruta;
    • Shake de proteína com banana;
    • Barra proteica acompanhada de fruta.

    Lembrando que as refeições completas precisam de mais tempo antes do treino para não causarem desconforto. Já os lanches leves podem ser feitos mais próximo ao treino.

    Pós-treino: o papel da proteína e do carboidrato

    O momento pós-treino é decisivo para recuperação muscular. A nutricionista ressalta que proteína e carboidrato têm papéis complementares e fundamentais nesse momento:

    • Proteína: fornece aminoácidos para reparar microlesões nas fibras e estimular a síntese de novas proteínas musculares, favorecendo o ganho de massa;
    • Carboidrato: repõe os estoques de glicogênio muscular usados durante o treino, acelerando a recuperação energética.

    Essa combinação garante tanto a preservação da massa magra quanto o suporte ao crescimento muscular. Os tipos de alimentos ingeridos podem ser os mesmos do pré-treino: no pós-treino imediato, prefira fontes leves de carboidratos e proteínas. Já na refeição completa depois de se exercitar, todos os nutrientes podem entrar, como nas sugestões de refeições completas.

    Suplementos: necessários ou não?

    “Não é obrigatório usar suplementos no pós-treino. A base deve ser sempre a alimentação, que já pode fornecer todos os nutrientes necessários para a recuperação muscular”, diz a nutricionista.

    Ela acrescenta que uma refeição balanceada, com fonte de proteína de boa qualidade (como carnes magras, ovos, laticínios ou leguminosas) e carboidratos (como arroz, batata, pão integral ou frutas), cumpre perfeitamente esse papel.

    Em situações de falta de tempo, suplementos, como whey protein, podem ser úteis pela praticidade. “No entanto, não trazem benefícios adicionais em relação à comida quando a dieta já está bem estruturada”.

    Diferença entre treinos pesados e leves

    Nem todo treino exige a mesma quantidade de nutrientes. A nutricionista destaca que, depois de treinos de força ou de alta intensidade, o corpo precisa de mais proteína para reparar os músculos e de mais carboidratos para repor a energia gasta, acelerando a recuperação.

    Já após sessões leves, a demanda é menor: “ainda é importante consumir proteína para manutenção muscular, mas a quantidade de carboidratos pode ser ajustada de acordo com o gasto do treino”.

    Consultar um nutricionista esportivo pode ser útil para saber a quantidade de proteínas e carboidratos adequada às suas necessidades.

    Leia também: 10 alimentos para aumentar a imunidade (e como incluir na dieta)

    Como adaptar para quem treina à noite

    Muitas pessoas têm dificuldade em se alimentar bem antes e depois de treinar no fim do dia. “Para quem treina à noite, o ideal é optar por um pré-treino leve e de fácil digestão — como frutas com iogurte, pão integral com queijo magro ou um shake simples com fruta e proteína — para garantir energia sem causar desconforto”.

    Já no pós-treino, mesmo sendo tarde, a especialista diz que não é recomendável pular a refeição. Nesse momento, uma combinação equilibrada de proteína magra (frango, peixe, ovos) com uma fonte leve de carboidrato (batata-doce ou arroz integral em pequena quantidade) favorece a recuperação muscular sem comprometer a qualidade do sono.

    Perguntas frequentes sobre alimentação antes e depois da musculação

    1. O que é mais importante no pré-treino?

    Carboidratos, por serem a principal fonte de energia rápida para sustentar o treino, mas a inclusão de proteínas também é importante.

    2. Qual a função da proteína no pré-treino?

    Ela ajuda a reduzir a degradação muscular e fornece aminoácidos para recuperação.

    3. Quanto tempo antes do treino devo comer?

    Refeições completas devem ser feitas de 2 a 3h antes. Já lanches leves de 30 a 60min antes.

    4. O que comer no pós-treino?

    Uma combinação de proteína de boa qualidade com carboidratos para recuperação muscular e energética.

    5. Suplementos são obrigatórios?

    Não. Uma refeição completa já cumpre bem esse papel. Suplementos podem ser usados por praticidade.

    6. Preciso comer diferente em treinos leves e intensos?

    Sim. Após treinos pesados, a demanda de proteína e carboidrato é maior. Em treinos leves, a quantidade de carboidrato pode ser reduzida. Um nutricionista pode ajudar a calcular a quantidade adequada.

    7. Quem treina à noite precisa adaptar a alimentação?

    Sim. O pré-treino deve ser leve e de fácil digestão, enquanto o pós deve incluir proteína magra e carboidrato moderado, garantindo recuperação sem atrapalhar o sono.

    Leia também: Correr desgasta o joelho? Saiba quando a corrida pode ser prejudicial e como evitar problemas

  • Cirurgia de coluna: 5 condições em que ela pode ser necessária 

    Cirurgia de coluna: 5 condições em que ela pode ser necessária 

    A dor na coluna é um dos problemas de saúde mais comuns da atualidade e, normalmente, está associada a hábitos de vida inadequados, como a má postura, o sedentarismo e até mesmo a sobrecarga física causada por esforços repetitivos.

    Na maioria dos casos, o tratamento conservador, que envolve o uso de remédios e fisioterapia, é suficiente para controlar os sintomas e devolver qualidade de vida ao paciente. Porém, em situações mais graves, pode ser necessária a realização de uma cirurgia de coluna para corrigir o problema.

    Para entender melhor as indicações de cirurgia, como funciona e os cuidados, conversamos com uma especialista e reunimos algumas orientações práticas a seguir.

    Quais condições podem exigir uma cirurgia de coluna?

    A primeira coisa a entender é que nem toda dor nas costas é motivo para cirurgia. Na verdade, a grande maioria das dores melhora sem necessidade de intervenção cirúrgica. Ainda assim, existem algumas condições em que a cirurgia pode ser indicada, sempre com avaliação cuidadosa e individualizada pelo médico.

    1. Hérnia de disco

    A hérnia de disco é uma das causas mais frequentes de indicação de cirurgia de coluna, de acordo com a neurocirurgiã Ana Gandolfi, da Escola Paulista de Medicina. A condição ocorre quando o disco intervertebral, que funciona como uma espécie de almofada entre as vértebras, se desloca ou se rompe.

    Quando isso acontece, ele pode pressionar os nervos próximos e gerar uma série de sintomas, como dor intensa na coluna — que muitas vezes se irradia para braços ou pernas, além de formigamento, perda de sensibilidade e até fraqueza muscular.

    “Normalmente, se o quadro é apenas de dor e conseguimos um bom controle com analgésicos, mesmo que sejam aplicados localmente e não apenas pela boca, conseguimos dispensar a cirurgia. Já nos casos em que há um déficit de sensibilidade persistente ou um déficit motor, realmente precisamos recorrer a ela”, explica a especialista.

    2. Estenose da coluna

    A estenose da coluna acontece quando o canal vertebral, por onde passam a medula espinhal e os nervos, fica mais estreito do que o normal. O estreitamento pode ser provocado por artrose, espessamento de ligamentos, hérnias de disco ou até pelo crescimento de pequenas projeções ósseas.

    Quando o espaço se reduz, os nervos acabam sendo comprimidos, o que provoca uma série de sintomas, como dor lombar ou cervical, dificuldade para caminhar longas distâncias, sensação de peso nas pernas, formigamento, dormência e até fraqueza muscular.

    3. Traumas e fraturas

    Acidentes de carro, quedas de grande impacto ou traumas durante a prática esportiva podem provocar fraturas e instabilidade na coluna. Quando isso acontece, existe o risco de comprometimento da medula espinhal e dos nervos, o que pode causar dor intensa, perda de movimentos ou até paralisia.

    Nessas situações, muitas vezes a cirurgia precisa ser realizada de forma emergencial. O objetivo principal é estabilizar a coluna rapidamente, corrigir a fratura e evitar danos neurológicos permanentes, permitindo que a pessoa tenha melhores condições de recuperação.

    4. Tumores ou infecções

    Embora sejam causas menos frequentes, tumores e infecções podem comprometer a estrutura óssea da coluna ou pressionar diretamente os nervos e a medula. Nessas situações, a cirurgia pode ser indicada para remover a lesão, aliviar os sintomas e, ao mesmo tempo, estabilizar a coluna, prevenindo complicações mais graves.

    5. Deformidades da coluna

    Alterações como escoliose, cifose ou outras deformidades podem, nos casos mais graves, exigir tratamento cirúrgico. A correção é considerada principalmente quando a curvatura interfere na respiração, prejudica a postura ou provoca dor intensa e incapacitante.

    O objetivo da cirurgia é alinhar a coluna, melhorar a função e oferecer mais qualidade de vida ao paciente.

    Quando a cirurgia de coluna é realmente necessária?

    A cirurgia de coluna só é necessária em situações específicas, que não melhoram com o tratamento conservador — como remédios e fisioterapia. Na maioria dos casos, mesmo quem tem hérnia de disco ou outras alterações consegue controlar os sintomas sem precisar operar.

    No entanto, existem algumas situações em que a cirurgia passa a ser indicada:

    • Déficit motor persistente: quando o paciente perde força em algum membro (como braço ou perna) e a fraqueza não melhora. Isso indica que o nervo está sendo comprimido de forma importante;
    • Déficit de sensibilidade persistente: quando há perda de sensibilidade que não regride com o tratamento clínico;
    • Dor intratável: quando a dor é tão intensa que não melhora mesmo com o uso de analgésicos potentes, fisioterapia ou outras medidas.

    Nessas situações, a cirurgia tem como objetivo aliviar a compressão nervosa, de modo que a dor costuma melhorar imediatamente após o procedimento, a força muscular tende a se recuperar em dias a semanas, e a sensibilidade, em semanas a meses.

    É importante lembrar que cada caso é avaliado individualmente pelo médico, que considera não apenas os sintomas neurológicos e de dor, mas também as condições clínicas gerais do paciente para garantir segurança no procedimento.

    Veja também: Hérnia de disco: o que é, causas, sintomas e como tratar

    Como funcionam as cirurgias minimamente invasivas na coluna?

    Segundo a neurocirurgiã Ana Gandolfi, as cirurgias minimamente invasivas na coluna são realizadas com cortes menores, tanto na pele quanto na musculatura — o que reduz o trauma cirúrgico.

    Com o trauma cirúrgico menor, a tendência é ter menos dor no pós-operatório, menor sangramento e tempo de internação. A recuperação também tende a ser mais rápida, e o paciente geralmente consegue retomar atividades do dia a dia e iniciar a fisioterapia em menos tempo quando comparado a uma cirurgia tradicional.

    A abordagem é especialmente indicada em casos como hérnia de disco, estenose (estreitamento do canal da coluna) ou pequenas instabilidades vertebrais. Nessas situações, a cirurgia minimamente invasiva pode oferecer os mesmos resultados de uma cirurgia aberta tradicional, mas com menor impacto físico e emocional para o paciente.

    Avaliação pré-operatória da cirurgia de coluna

    Antes de recomendar a cirurgia, o médico avalia não só o quadro neurológico (perda de força, sensibilidade, intensidade da dor), mas também as condições clínicas gerais da pessoa. Muitas vezes, é necessário passar por uma consulta com um clínico geral ou anestesista para a chamada avaliação pré-anestésica.

    O preparo é fundamental para verificar se o paciente tem condições de ser submetido ao procedimento com segurança. Dependendo do caso, podem ser pedidos exames laboratoriais, de imagem e cardíacos, além de ajustes em medicamentos de uso contínuo.

    Pós-operatório: quais os principais cuidados?

    A recuperação após a cirurgia de coluna depende de vários fatores, como idade da pessoa, estado físico antes da cirurgia e tipo de procedimento realizado, segundo Ana Gandolfi. Ela aponta algumas orientações:

    • Em casos de cirurgia para hérnia de disco, em cerca de 15 dias o paciente já apresenta melhora significativa, voltando a se movimentar quase que normalmente;
    • É recomendado evitar carregar peso por pelo menos 30 dias. Após o período, já é possível retomar atividades do dia a dia, inclusive academia, de forma gradual;
    • Em cirurgias mais complexas, como a fixação (artrodese com parafusos), o tempo de recuperação é maior e depende da extensão e localização da intervenção.

    Em todos os casos, o acompanhamento médico e a fisioterapia são fundamentais para garantir uma boa cicatrização e prevenir complicações.

    Quais os riscos da cirurgia de coluna?

    Apesar de a cirurgia de coluna ser considerada segura quando bem indicada, alguns riscos ainda precisam ser levados em conta. Como explica a neurocirurgiã Ana Gandolfi, existe a possibilidade de ocorrer uma lesão acidental durante o procedimento, o que poderia levar à piora dos sintomas — embora seja uma complicação menos frequente.

    Outro risco é a fístula liquórica, que acontece quando o líquido natural que circula entre o cérebro e a coluna vaza durante ou após a operação. Se esse escape for percebido ainda na cirurgia, pode ser corrigido no mesmo momento, garantindo boa recuperação do paciente.

    No entanto, em alguns casos o vazamento só se manifesta no pós-operatório, até mesmo quando o paciente já está em casa. Nesse caso, ele precisa ser internado novamente, seja para uma nova abordagem surgica ou para um procedimento que auxilie na cicatrização, impedindo que o líquido continue saindo.

    E as vantagens da cirurgia de coluna?

    A cirurgia de coluna, quando bem indicada, traz benefícios importantes e perceptíveis para qualidade de vida da pessoa que sofria com dor ou limitações. De acordo com a neurocirurgiã Ana Gandolfi, muitos pacientes acordam sem a dor intensa que sentiam anteriormente, o que representa um grande alívio imediato.

    Além disso, quando o déficit motor não é completo, a força muscular tende a se recuperar de forma gradual, em questão de dias a semanas. Já a sensibilidade, embora seja um pouco mais lenta, também costuma melhorar progressivamente — geralmente ao longo de semanas a meses.

    Ao mesmo tempo, o paciente também recupera a autonomia no dia a dia e a melhora funcional permite retomar atividades simples, como caminhar, trabalhar e se exercitar de maneira segura.

    Confira: Má postura pode causar lesões na coluna? Saiba como corrigir a postura

    Perguntas frequentes sobre cirurgia de coluna

    1. Quem tem hérnia de disco sempre precisa operar?

    Não. A maioria das pessoas com hérnia de disco melhora apenas com tratamento clínico, que inclui remédios, fisioterapia, repouso e ajustes na rotina.

    A cirurgia só é indicada quando as medidas não funcionam ou quando o paciente apresenta perda de força ou sensibilidade em braços ou pernas. Isso acontece porque a hérnia pode comprimir os nervos da coluna.

    2. O problema pode voltar depois da cirurgia?

    Pode. A cirurgia melhora o quadro atual, mas não impede que o problema volte em outro ponto da coluna ou até no mesmo local. O desgaste natural, a idade e o sedentarismo podem favorecer o aparecimento de novas hérnias ou outras condições.

    Por isso, mesmo depois da cirurgia, é fundamental manter cuidados no dia a dia, como praticar exercícios físicos, fortalecer a musculatura que sustenta a coluna, controlar o peso e evitar esforços excessivos.

    3. Quanto tempo preciso ficar internado após a cirurgia de coluna?

    Na maioria das cirurgias simples, como a de hérnia de disco, o paciente costuma ficar internado de um a dois dias.

    Já em cirurgias mais complexas, como as de fixação com parafusos, o tempo de internação pode ser maior, variando de quatro a cinco dias, dependendo da evolução. A duração exata depende do tipo de cirurgia, da gravidade da condição e do estado de saúde do paciente.

    4. Posso dirigir depois da cirurgia de coluna?

    Não imediatamente. O recomendado é esperar entre duas e quatro semanas antes de voltar a dirigir (ou o tempo recomendado pelo médico), pois a coluna ainda está em processo de cicatrização. Tentar dirigir antes desse período pode trazer riscos, como abrir a cicatriz, causar dor ou até comprometer a recuperação.

    O tempo exato depende do tipo de cirurgia e da resposta de cada paciente. Por isso, o ideal é conversar com o médico na consulta de retorno para confirmar quando será seguro voltar ao volante.

    5. A fisioterapia é obrigatória após a cirurgia de coluna?

    Sim, na maioria dos casos. A fisioterapia ajuda a recuperar a força, melhorar a postura e acelerar a volta às atividades. Ela também reduz o risco de o problema voltar.

    O início da fisioterapia e o tipo de exercício variam conforme a cirurgia feita, mas geralmente começam algumas semanas depois do procedimento, quando o médico libera.

    6. A cirurgia de coluna deixa cicatriz grande?

    Depende da técnica utilizada. Nas cirurgias tradicionais, a cicatriz costuma ter alguns centímetros, variando de acordo com a extensão da área operada. Já nas cirurgias minimamente invasivas, feitas com cortes pequenos de cerca de dois a três centímetros, a marca na pele é muito menor.

    Além da questão estética, essas técnicas menos invasivas também costumam permitir uma recuperação mais rápida e menos dolorosa.

    Leia também: Quando a dor nas costas pode ser preocupante? Entenda os sinais de alerta

  • Proteína para ganhar massa muscular: veja quanto você precisa por dia 

    Quando o objetivo é ganhar massa muscular, o treino de força é indispensável, mas ele só traz resultados consistentes quando está aliado a uma alimentação ajustada. Entre todos os nutrientes, a proteína se destaca por ser a principal responsável pela recuperação e pelo crescimento das fibras musculares. Mas, afinal, quanto consumir por dia para otimizar esse processo?

    Existe uma faixa adequada, porém, vários fatores podem influenciar. “A necessidade individual pode variar de acordo com o nível, a intensidade e o volume dos treinos, além de composição corporal, idade, estado de saúde e uso de medicamentos”, ressalta a nutricionista Serena del Favero.

    Proteína para ganhar massa muscular: quanto é ideal?

    A literatura científica indica que a ingestão de 1,6 a 2,2 g de proteína por quilo de peso corporal/dia é eficaz para promover o crescimento muscular (hipertrofia) em pessoas fisicamente ativas. Essa faixa cobre as necessidades da maioria das pessoas que treina com regularidade e busca aumentar a massa magra.

    Para calcular a quantidade de proteína, basta multiplicar o peso corporal pelo valor recomendado (entre 1,6 g e 2,2 g de proteína por quilo/dia).

    Exemplo:

    Pessoa com 80 kg precisa de 128 g a 176 g de proteína por dia.

    Esse total deve ser dividido ao longo das refeições. Por exemplo, se a pessoa faz quatro refeições principais, pode consumir algo em torno de 30 a 45 g de proteína em cada uma. Para se ter ideia, um filé de frango de 100 g contém cerca de 30 g de proteína.

    Vale lembrar, também, que a quantidade diária de proteína é a mesma para homens e mulheres.

    “Não há diferenças significativas nas recomendações de proteína entre homens e mulheres quando ajustadas por peso corporal”. Ou seja, o cálculo deve ser feito com base no peso e na rotina de treinos, e não no sexo da pessoa.

    O treino influencia diretamente a necessidade de proteína

    A intensidade do treino é um fator determinante quando o assunto é proteína para ganhar massa muscular. De acordo com a nutricionista, “o tipo e a intensidade do treino afetam diretamente a necessidade de proteína, já que determinam o grau de desgaste muscular e a demanda de recuperação”.

    Assim, treinos de força e alta intensidade exigem mais proteína para reparar e aumentar o tecido muscular. Já modalidades de endurance, como corrida, ciclismo ou natação de longa duração, também elevam a necessidade, mas voltada principalmente à manutenção e recuperação, evitando a perda de massa magra.

    Além disso, alguém que treina com pesos de forma intensa sete vezes por semana terá demandas diferentes de quem pratica exercícios leves apenas algumas vezes.

    Lembrando que outros fatores são importantes. Idosos, pessoas em tratamento ou com mais massa magra, por exemplo, podem precisar de um consumo maior para manter ou ganhar músculos. Por isso, procurar a orientação de um nutricionista pode ser uma forma segura de atender às necessidades do seu corpo.

    Quais as melhores fontes de proteína para quem treina?

    Alimentos de alto valor biológico devem ser priorizados, pois fornecem todos os aminoácidos essenciais em boa proporção. A lista de proteína para ganhar massa muscular inclui:

    Exemplos de boas fontes animais:

    • Carnes magras (frango, patinho, peixe branco, salmão);
    • Ovos;
    • Laticínios (queijo branco, iogurte natural, leite).

    “Também é possível atender às necessidades por meio de fontes vegetais, combinando leguminosas e cereais e incluindo sementes e oleaginosas”, diz a nutricionista.

    Exemplos de boas fontes vegetais:

    • Leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico);
    • Cereais (arroz, aveia, quinoa);
    • Oleaginosas e sementes (chia, linhaça, amêndoas).

    Quando necessário, suplementos podem ser um recurso: “whey protein ou proteína vegetal (ex.: ervilha, arroz) podem ser utilizados de forma prática para complementar a ingestão, especialmente em situações de maior demanda ou conveniência”. Eles, porém, não são essenciais, principalmente quando a alimentação dá conta do recado.

    Confira: Abdominais para perder barriga? Saiba o que realmente funciona

    Afinal, proteína animal e vegetal têm o mesmo efeito?

    Essa é outra questão recorrente e a resposta depende do contexto. Segundo a nutricionista, “quando o aporte proteico total é adequado, tanto as fontes animais quanto as vegetais podem sustentar o ganho de massa muscular”.

    Ela ressalta que o determinante não é apenas o tipo de proteína que se ingere, mas sim o conjunto da dieta: “a quantidade ingerida, a qualidade do planejamento alimentar e o contexto do treino, juntos, garantem a disponibilidade de aminoácidos e a resposta anabólica necessária para a hipertrofia”.

    É verdade que proteínas de origem vegetal costumam ter menor valor biológico, pois nem sempre oferecem todos os aminoácidos essenciais em quantidades ideais. Ainda assim, é possível atingir o mesmo efeito anabólico de uma dieta com proteínas animais ao combinar diferentes fontes vegetais ao longo do dia.

    A importância da distribuição de proteína ao longo do dia

    Mais importante do que concentrar toda a proteína em uma única refeição é fracionar o consumo. “Uma boa distribuição da ingestão de proteína ao longo do dia ajuda o corpo a aproveitar melhor esse nutriente para manutenção e crescimento muscular”, orienta a nutricionista.

    Na prática, ela recomenda:

    • Incluir proteína em todas as refeições principais (café da manhã, almoço e jantar);
    • Aproveitar os lanches como momentos para reforçar a ingestão, com opções como iogurte, ovos, castanhas ou shakes;
    • Valorizar o pós-treino, incluindo uma fonte de proteína de qualidade para acelerar a recuperação.

    Além disso, ela ressalta que é importante variar as fontes, mesclando proteínas animais e vegetais para garantir também fibras, vitaminas e minerais, nutrientes importantes para a dieta como um todo.

    Comer proteína em excesso faz mal?

    Segundo a especialista, “em pessoas saudáveis, o consumo elevado de proteína costuma ser bem tolerado e não traz riscos relevantes quando a dieta é equilibrada”. Mas os excessos constantes podem, sim, ser prejudiciais.

    “Os riscos aparecem quando há exagero constante ou em quem já tem condições de saúde específicas. Outro ponto importante é evitar que o excesso de proteína reduza a variedade da alimentação e cause deficiência de outros nutrientes essenciais”.

    Como resume a nutricionista, o equilíbrio é a chave: não apenas consumir proteína em quantidade correta, mas distribuí-la ao longo do dia, variar as fontes e integrá-la a um estilo de vida que inclui treino, descanso e diversidade alimentar.

    Leia também: Energia no pré-treino: veja ideias de refeições rápidas para quem treina cedo

    Perguntas frequentes sobre proteína para ganhar massa muscular

    1. Qual a quantidade ideal de proteína para ganhar massa muscular?

    Entre 1,6 e 2,2 g de proteína por quilo de peso corporal por dia, ajustado conforme treino e condições individuais.

    2. Homens precisam de mais proteína do que mulheres?

    Não. Quando ajustada pelo peso corporal, a recomendação de proteína para ganhar massa muscular é semelhante para ambos.

    3. Treinos diferentes pedem quantidades diferentes de proteína?

    Sim. Treinos mais intensos e de força aumentam a demanda de proteína para crescimento muscular, enquanto treinos mais leves podem exigir menos proteínas para a recuperação e a preservação da massa magra.

    4. Quais são as melhores fontes de proteína?

    Carnes magras, peixes, ovos e laticínios. Em dietas vegetarianas, a combinação de leguminosas e cereais, além de sementes e oleaginosas, é fundamental.

    5. Suplementos são indispensáveis?

    Não, mas podem ser úteis em situações de maior demanda ou praticidade.

    6. Proteína animal e vegetal têm o mesmo efeito?

    Sim, desde que a ingestão total seja adequada e variada e o planejamento nutricional bem feito.

    7. Comer proteína em excesso pode fazer mal?

    Em pessoas saudáveis, geralmente não. Mas exageros constantes podem reduzir a variedade da dieta e prejudicar o equilíbrio nutricional. O ideal é calcular o quanto proteína para ganhar massa muscular é necessário e consumir essa média.

    8. É melhor consumir toda a proteína em uma refeição ou distribuí-la?

    A distribuição ao longo do dia é mais eficaz, com reforço especial no pós-treino.

    Leia também: Como montar um prato saudável para todas as refeições?

  • Arritmia cardíaca: quando os batimentos fora de ritmo merecem atenção

    Arritmia cardíaca: quando os batimentos fora de ritmo merecem atenção

    A palavra arritmia costuma assustar, mas nem sempre ela representa um risco imediato. Antes de tudo, é importante entender o que significa: a arritmia é uma alteração no ritmo do coração, quando os batimentos ficam irregulares.

    O coração possui um sistema elétrico formado por células que geram e conduzem impulsos responsáveis pelos batimentos. Quando esse sistema falha, surgem as arritmias. Isso pode fazer com que o coração bata muito rápido (taquicardia), muito devagar (bradicardia) ou de forma completamente desordenada.

    Sintomas da arritmia cardíaca

    Os sintomas podem variar bastante: algumas pessoas percebem apenas palpitações (aquela sensação de coração acelerado ou fora de ritmo), enquanto outras apresentam sinais mais sérios, como tontura, fraqueza, falta de ar, dor no peito ou até desmaios.

    É importante lembrar que nem todo mundo com arritmia apresenta sintomas, por isso é importante se consultar com um médico de tempos em tempos.

    Quando a arritmia é perigosa?

    Muitas arritmias são benignas e não representam risco imediato. No entanto, em alguns casos, elas podem trazer complicações sérias, como:

    • Acidente Vascular Cerebral (AVC): quando o sangue se acumula no coração, podem se formar coágulos que migram para o cérebro;
    • Insuficiência cardíaca: arritmias podem reduzir a capacidade do coração de bombear sangue adequadamente;
    • Parada cardíaca: em situações graves, a arritmia pode levar à interrupção total dos batimentos, sendo potencialmente fatal.

    Veja também: Eletrocardiograma: entenda para que serve e quem deve fazer o exame

    Sinais de alerta: quando procurar atendimento médico

    Procure ajuda médica imediatamente se a arritmia vier acompanhada de:

    • Tontura intensa;
    • Desmaio ou perda de consciência;
    • Dor no peito;
    • Falta de ar importante.

    Nessas situações, a avaliação rápida do médico é fundamental para reduzir riscos e evitar complicações.

    Tratamento da arritmia cardíaca

    O tratamento depende do tipo de arritmia e da gravidade dos sintomas. Em alguns casos, pode não ser necessário nenhum medicamento. Em outros, o médico pode indicar desde remédios até procedimentos mais específicos, sempre com o objetivo de regular o ritmo cardíaco e reduzir os riscos associados.

    Confira: Como o estresse afeta o coração e o que fazer para proteger a saúde cardiovascular

    Perguntas frequentes sobre arritmia cardíaca

    1. Arritmia cardíaca sempre é grave?

    Não. Muitas arritmias são benignas, mas algumas podem causar complicações sérias. A avaliação médica é essencial para diferenciar.

    2. Como saber se estou tendo uma arritmia?

    A sensação de palpitações, coração acelerado, tontura, falta de ar ou desmaios podem indicar arritmia. O diagnóstico definitivo é feito com exames como eletrocardiograma ou Holter 24h.

    3. Arritmia pode causar morte súbita?

    Sim, nos casos mais graves, a arritmia pode levar a uma parada cardíaca. Por isso, os sinais de alerta não devem ser ignorados.

    4. Quem tem arritmia pode praticar exercícios físicos?

    Depende do tipo e da gravidade da arritmia. O médico deve avaliar caso a caso antes de liberar atividades físicas.

    5. Qual a diferença entre taquicardia e arritmia?

    A taquicardia é quando o coração bate muito rápido. Já a arritmia é um termo mais amplo, que inclui esses batimentos rápidos, os lentos ou os irregulares.

    6. Existe prevenção para arritmia cardíaca?

    Manter hábitos saudáveis, tratar doenças como pressão alta, além de evitar o excesso de álcool, cafeína e cigarro, ajudam a reduzir o risco.

    7. Toda palpitação é sinal de arritmia?

    Não. Palpitações podem acontecer em situações de estresse, ansiedade ou esforço físico. Mas se forem frequentes ou acompanhadas de sintomas, é importante investigar.

    Leia também: Saiba quando os batimentos acelerados estão relacionados a uma arritmia cardíaca

  • Candidíase vaginal: o que é, causas, sintomas e como tratar

    Candidíase vaginal: o que é, causas, sintomas e como tratar

    Coceira intensa, corrimento branco e vermelhidão na área vaginal são alguns dos principais sintomas de candidíase, uma infecção fúngica causada predominantemente por espécies do gênero Candida — especialmente a Candida albicans.

    Normalmente, ela surge quando há um desequilíbrio na flora vaginal, que permite a proliferação excessiva do fungo, e pode impactar diretamente a qualidade de vida. Por isso, é fundamental saber reconhecer os sinais precocemente e buscar orientação médica para confirmar o diagnóstico.

    Conversamos com a ginecologista e obstetra Ana Paula Beck para esclarecer as principais dúvidas sobre a condição, como ela se manifesta e os métodos de tratamento. Confira!

    O que é candidíase vaginal?

    A candidíase vulvovaginal é uma infecção causada por fungos do gênero Candida, especialmente a Candida albicans, que vive naturalmente no corpo humano, principalmente na boca, no intestino e na região genital.

    No entanto, em situações de desequilíbrio, como baixa imunidade, uso de antibióticos ou alterações hormonais, o fungo pode se multiplicar em excesso e causar a infecção. Apesar do Candida albicans ser o principal responsável pela condição, Ana Paula Beck aponta que outras espécies, como a C. glabrata, também possam estar envolvidas — principalmente em casos complicados ou recorrentes.

    Causas da candidíase vaginal

    A candidíase surge quando há desequilíbrio na flora vaginal, o que favorece o crescimento excessivo do fungo. Entre os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da candidíase estão:

    • Uso frequente de antibióticos, que reduzem a flora vaginal protetora;
    • Alterações hormonais, como gravidez, uso de anticoncepcionais ou reposição hormonal;
    • Diabetes mal controlado;
    • Imunossupressão (HIV, quimioterapia, uso de corticoides);
    • Estresse e noites mal dormidas, que enfraquecem a imunidade;
    • Roupas íntimas sintéticas e apertadas, que aumentam a umidade e o calor local.

    “O fungo é parte da microbiota vaginal normal em até 20% das mulheres assintomáticas, mas pode causar doença quando há desequilíbrio local ou sistêmico”, complementa Ana Paula Beck.

    Quais são os sintomas da candidíase vaginal?

    Os sintomas da candidíase são bastante característicos, mas podem variar de intensidade de pessoa para pessoa. Segundo Ana Paula, os sinais mais comuns incluem:

    • Coceira intensa (prurido vulvar), normalmente é o sintoma mais incômodo;
    • Corrimento branco e espesso: com aspecto semelhante ao leite coalhado, sem odor;
    • Ardência e dor ao urinar;
    • Dor durante a relação sexual;
    • Irritação, vermelhidão e inchaço na vulva;
    • Possíveis fissuras e escoriações na pele da região íntima.

    Como diferenciar candidíase de outras infecções vaginais?

    Para diferenciar a candidíase de outras infecções vaginais, é importante observar as características de cada uma. A ginecologista Ana Paula Beck aponta:

    • Candidíase: pH vaginal geralmente normal (<4,5), corrimento branco e grumoso, sem odor;
    • Vaginose bacteriana: corrimento acinzentado e com odor desagradável (semelhante a peixe);
    • Tricomoníase: corrimento amarelado ou esverdeado, espumoso, pH elevado (>4,5), e sintomas como dor abdominal.

    O diagnóstico definitivo pode ser feito pelo médico com exames laboratoriais, como a microscopia ou cultura de Candida.

    A candidíase só acontece durante a menstruação?

    A candidíase pode surgir em qualquer fase do ciclo menstrual. No entanto, muitas mulheres relatam sintomas mais intensos alguns dias antes da menstruação, possivelmente devido a alterações hormonais que favorecem o crescimento do fungo.

    Veja também: Seu ciclo está bagunçado? Saiba quando a menstruação irregular é sinal de alerta

    Como é feito o diagnóstico de candidíase vaginal?

    O diagnóstico da candidíase vaginal é feito a partir da história clínica e do exame ginecológico. O médico avalia os sintomas relatados pela pessoa e observa características como corrimento, vermelhidão e lesões.

    Para confirmar, ele pode solicitar alguns exames, como:

    • Microscopia com KOH: mostra a presença do fungo Candida, como leveduras e filamentos (hifas ou pseudohifas);
    • Cultura vaginal: usada em casos de candidíase recorrente ou resistente;
    • Medição do pH vaginal: ajuda a diferenciar de outras infecções.

    É importante ressaltar que a automedicação pode mascarar sintomas e dificultar o diagnóstico. Por isso, procurar atendimento médico é fundamental quando os sintomas persistem.

    Como tratar a candidíase vaginal?

    O tratamento da candidíase geralmente é feito com antifúngicos, que podem ser aplicados direto na região íntima, como cremes e óvulos, ou tomados por via oral, como o remédio fluconazol. Em gestantes, a recomendação é usar apenas os medicamentos locais.

    Em casos causados por fungos diferentes do mais comum (Candida albicans), como a Candida glabrata, pode ser preciso usar outras opções, como cápsulas vaginais de ácido bórico ou outros medicamentos, de acordo com Ana Paula.

    Candidíase recorrente: o que é e por que acontece?

    A candidíase de repetição, também conhecida como candidíase recorrente, é quando uma pessoa tem quatro ou mais episódios de candidíase ao longo de um ano. De acordo com Paula, ela pode acontecer devido às seguintes situações:

    • Aumento dos níveis de estrogênio, tais como o uso de anticoncepcionais orais ou durante a gravidez;
    • Uso de antibióticos;
    • Diabetes;
    • Imunossupressão;
    • Uso de corticosteroides;
    • Predisposição genética.

    Em casos de candidíase de repetição, o médico pode indicar um tratamento mais longo: primeiro para controlar os sintomas e depois uma fase de manutenção, com fluconazol semanal por alguns meses. Mesmo assim, cerca de metade das mulheres pode ter nova recaída depois que o remédio é suspenso.

    “Novos agentes, como oteseconazol, estão aprovados pelo FDA nos Estados Unidos para prevenção de candidíase recorrente em mulheres que não estejam em planejamento de gravidez”, complementa a ginecologista.

    É possível prevenir a candidíase?

    Nem sempre é possível prevenir um quadro de candidíase, mas algumas mudanças de hábitos no dia a dia ajudam a diminuir o risco, como:

    • Evitar duchas vaginais e uso excessivo de sabonetes íntimos;
    • Optar por roupas íntimas de algodão e mais soltas;
    • Manter a região íntima seca sempre que possível;
    • Reduzir o consumo excessivo de açúcares, já que a glicose favorece a proliferação do fungo;
    • Usar antibióticos apenas quando realmente necessário e com acompanhamento médico;
    • Avaliar, junto ao ginecologista, outras opções de anticoncepcionais, caso haja relação com os episódios.

    Candidíase vaginal tem cura?

    Na maioria dos casos, sim. A ginecologista e obstetra Ana Paula explica que a candidíase aguda e não complicada costuma responder bem ao tratamento com antifúngicos, seja em creme vaginal (clotrimazol, miconazol) ou comprimido oral (fluconazol em dose única).

    Contudo, quando a candidíase é recorrente, o tratamento precisa ser mais longo, geralmente com antifúngico por semanas, seguido de doses de manutenção para evitar novas crises.

    Confira: Sabonete íntimo é necessário? Conheça os cuidados e quando usar

    Perguntas frequentes

    1. Candidíase é uma infecção sexualmente transmissível?

    A candidíase não é uma infecção sexualmente transmissível. Ela é causada pelo crescimento descontrolado do fungo Candida albicans, que vive naturalmente no corpo, devido a fatores que desequilibram a flora natural.

    A infecção pode ser transmitida durante a relação sexual, mas é um caso raro. O tratamento de parceiros só é indicado se houver sintomas, como coceira, irritação ou lesões, ou em casos de candidíase recorrente.

    2. A candidíase pode aparecer durante a gravidez?

    Sim, e é até mais comum nesse período, devido a alterações hormonais e diminuição da imunidade da gestante. O tratamento deve ser sempre feito com medicamentos tópicos, como cremes, já que os comprimidos orais não são recomendados para gestantes.

    3. Existe relação entre candidíase e estresse?

    Sim! O estresse intenso pode enfraquecer o sistema imunológico e alterar o equilíbrio da flora vaginal, facilitando o crescimento da Candida.

    Além disso, situações de estresse costumam vir acompanhadas de má alimentação, noites mal dormidas e uso excessivo de estimulantes, como café, o que pode aumentar ainda mais o risco de crises.

    4. Qual a relação entre candidíase e antibióticos?

    O uso de antibióticos de amplo espectro pode desequilibrar a flora natural da boca ou da vagina. Isso acontece porque o remédio elimina várias bactérias que normalmente controlam o crescimento de fungos, como a Candida.

    Quando essa “barreira protetora” some, o fungo encontra espaço para se multiplicar. Por isso, pessoas que usam antibióticos com frequência ou passam por tratamentos longos no hospital têm maior risco de desenvolver candidíase, seja na região íntima ou na boca.

    5. O uso de roupas apertadas aumenta o risco de candidíase?

    Sim, pois roupas muito justas e de tecido sintético dificultam a ventilação da região íntima, retêm calor e umidade — criando um ambiente perfeito para o crescimento do fungo. O ideal é usar calcinhas de algodão e evitar o uso prolongado de roupas como calças jeans muito justas ou biquínis molhados.

    6. Probióticos ajudam a prevenir a candidíase?

    Os probióticos podem ajudar a equilibrar a flora vaginal e intestinal, reforçando as bactérias de defesa. Ainda não existem evidências científicas fortes de que eles possam prevenir definitivamente a candidíase, mas algumas pesquisas indicam benefícios como redução da recorrência. Eles não substituem o tratamento médico, mas podem ser usados como complemento.

    7. Homens podem ter candidíase?

    A resposta é sim. O fungo Candida está presente em todos os corpos e, quando cresce em excesso, pode causar a infecção. A região da virilha, inclusive, é mais vulnerável por causa da umidade e das dobras de pele. Na maioria dos casos, a candidíase peniana surge após relação sexual sem preservativo com uma parceira infectada.

    Os sintomas podem ser sutis, mas incluem vermelhidão, placas brancas no pênis e coceira ou ardência. No surgimento dos sintomas, é importante procurar um médico para confirmar o diagnóstico e iniciar o tratamento adequado.

    8. Quais os primeiros sinais de candidíase?

    Os primeiros sinais mais comuns de candidíase costumam ser bem característicos, como:

    • Coceira intensa na região íntima, que pode piorar à noite ou após urinar;
    • Ardência ou queimação na vulva ou vagina;
    • Corrimento branco espesso e grumoso, parecido com leite talhado, geralmente sem odor forte;
    • Vermelhidão e inchaço na região genital;
    • Desconforto ou dor durante a relação sexual;
    • Em alguns casos, dor leve ao urinar.

    Leia também: Higiene menstrual: conheça os principais cuidados durante o ciclo

  • 7 cuidados que você deve ter antes de engravidar 

    7 cuidados que você deve ter antes de engravidar 

    Se você está pensando em aumentar a família, já deve saber que a decisão de engravidar envolve bastante organização e planejamento familiar, que são importantes para que a gestação aconteça de maneira mais tranquila e segura. Mas afinal, por onde começar?

    A ginecologista e obstetra Ana Paula Beck aponta alguns dos principais cuidados antes de engravidar — incluindo para mulheres com condições de saúde preexistentes, como síndrome dos ovários policísticos (SOP) e endometriose.

    Quais os principais cuidados antes de engravidar?

    A organização antes da gravidez contribui para que tanto o bebê quanto a mãe tenham mais conforto e segurança no processo, sendo possível reduzir o risco de condições como diabetes, pressão alta ou anemia — além de garantir melhores condições ao bebê e até aumentar as chances de engravidar.

    “O controle rigoroso dessas condições antes da gestação reduz significativamente o risco de complicações maternas e fetais, incluindo pré-eclâmpsia, restrição de crescimento intrauterino, malformações congênitas e óbito fetal”, explica Ana Paula.

    Os cuidados antes de engravidar vão além de suspender métodos contraceptivos: consultas médicas, hábitos saudáveis e acompanhamento psicológico são apenas algumas das medidas importantes para se preparar para a chegada do próximo membro da família. Confira, a seguir.

    Marque uma consulta com o seu ginecologista

    O primeiro passo antes de engravidar é marcar uma consulta com o ginecologista. Nela, o médico avalia sua saúde, o histórico da família e orienta sobre os cuidados necessários.

    Durante a consulta, podem ser discutidos:

    • Histórico de gestações anteriores;
    • Doenças crônicas (como pressão alta e diabetes);
    • Uso de medicamentos contínuos;
    • Condições ginecológicas como endometriose ou ovário policístico;
    • Saúde mental e bem-estar emocional.

    A conversa é o momento ideal para tirar dúvidas, falar sobre expectativas e entender quais mudanças podem ser necessárias antes da concepção.

    Realize exames recomendados antes da gravidez

    Além de conversar sobre o histórico de saúde e fazer um exame físico, Ana Paula explica que é recomendado realizar alguns exames laboratoriais, como:

    • Hemograma completo, que identifica anemia e possíveis alterações no sangue;
    • Sorologias para infecções, como HIV, hepatite B e C, sífilis, rubéola e varicela;
    • Tipagem sanguínea e fator Rh, importante para prevenir complicações como a doença hemolítica do recém-nascido;
    • Glicemia de jejum, que avalia risco de diabetes;
    • Função tireoidiana (TSH), detecta alterações que podem afetar a fertilidade e a gestação;
    • Rastreamento de doenças crônicas, como hipertensão e diabetes;
    • Avaliação do histórico ginecológico e obstétrico, investiga ciclos menstruais, uso de contraceptivos, gestações anteriores e possíveis dificuldades;
    • Triagem para doenças genéticas, conforme histórico familiar ou origem étnica;
    • Rastreamento de ISTs, fundamental para prevenir transmissão ao bebê;
    • Revisão dos medicamentos em uso, pois alguns remédios precisam ser trocados antes da gravidez;
    • Suplementação nutricional, como ácido fólico, ferro e vitaminas, quando indicado pelo médico.

    Mantenha uma alimentação equilibrada

    Uma alimentação saudável é um dos principais cuidados antes de engravidar, pois ajuda a preparar o corpo para as mudanças intensas do período. Ela impacta diretamente na qualidade dos óvulos, no equilíbrio hormonal e, futuramente, no desenvolvimento do bebê.

    Nesse sentido, é recomendado investir em alimentos ricos em nutrientes, de preferência in natura, como:

    • Frutas e vegetais frescos: como laranja, morango, brócolis, cenoura e espinafre, que fornecem vitaminas, minerais e antioxidantes que fortalecem o sistema imunológico e ajudam a prevenir deficiências nutricionais;
    • Proteínas magras: frango sem pele, peixe, ovos e leguminosas como feijão e lentilha são fundamentais para a formação dos tecidos e músculos;
    • Laticínios ricos em cálcio: leite, iogurte natural e queijos magros ajudam na saúde óssea da mãe e do bebê;
    • Cereais integrais e fibras: arroz integral, aveia e pão integral contribuem para o funcionamento do intestino e na saciedade;
    • Fontes de ferro: carne vermelha magra, feijão-preto e lentilha reduzem o risco de anemia, muito comum na gestação;
    • Ômega-3: encontrado em peixes como salmão e sardinha, importante para o desenvolvimento cerebral do bebê.

    Também como parte dos cuidados antes de engravidar deve-se evitar o consumo de alimentos ultraprocessados, como biscoitos recheados, refrigerantes e fast-food — além de queijos e laticínios não pasteurizados e cafeína em excesso, que podem prejudicar a gestação.

    O controle de peso também é um fator necessário, segundo Ana Paula, pois tanto o baixo quanto o alto IMC estão associados a complicações gestacionais, como pré-eclâmpsia e diabetes gestacional.

    Faça suplementação de ácido fólico

    O ácido fólico é a vitamina mais importante no período pré-concepcional, e age diretamente na formação do tubo neural do bebê, estrutura que dá origem ao cérebro e à medula espinhal. É importante que isso faça parte dos cuidados antes de engravidar.

    “A suplementação de ácido fólico (400–800 μg/dia) é fortemente recomendada para todas as mulheres em idade reprodutiva, iniciando pelo menos 1 mês antes da concepção, para reduzir o risco de defeitos do tubo neural”, esclarece a ginecologista Ana Paula.

    A especialista ainda complementa que o uso da forma ativa de ácido fólico (L-metilfolato) só é indicado em casos raros de deficiência genética na metabolização do folato. Para a maioria das mulheres, o ácido fólico convencional é suficiente.

    Atualize as vacinas

    A vacinação é faz parte dos cuidados antes de engravidar e é uma forma de proteção tanto para o bebê quanto para a mãe, pois evita complicações que poderiam comprometer o desenvolvimento da gravidez. Ana Paula aponta a necessidade de revisar e atualizar as vacinas, especialmente contra:

    • Rubéola e varicela: precisam ser aplicadas até pelo menos 1 mês antes da gestação. Caso a gestante contraia essas doenças grávida, o bebê pode sofrer malformações;
    • Hepatite B: previne infecção crônica no fígado e transmissão para o bebê no parto;
    • Tétano, difteria e coqueluche (Tdap): protege contra doenças graves que podem ser transmitidas ao recém-nascido;
    • Influenza (gripe): reduz complicações respiratórias, muito perigosas durante a gravidez.

    Em áreas com risco de Zika vírus, é fundamental ter orientação médica específica, como o uso de repelentes de inseto. Algumas vacinas, como as de vírus vivos (sarampo, caxumba, rubéola), também não devem ser aplicadas durante a gravidez, por isso precisam ser feitas antes da concepção.

    Adote um estilo de vida saudável

    Um estilo de vida saudável pode ajudar a prevenir problemas futuros. Além dos defeitos do tubo neural, hábitos saudáveis reduzem o risco de parto prematuro e baixo peso ao nascer:

    • Sono regular: dormir entre 7 e 9 horas ajuda na regulação hormonal;
    • Controle do estresse: técnicas como meditação, yoga e até hobbies relaxantes contribuem para o equilíbrio emocional;
    • Atividade física: exercícios moderados e orientados por um especialista, como caminhada, pilates e natação, melhoram a circulação e o bem-estar;
    • Abandono de vícios: fumar, beber álcool ou usar drogas aumenta risco de abortos espontâneos, parto prematuro e baixo peso do bebê.

    Revise o uso de medicamentos

    Revisar os remédios que usa faz parte dos cuidados antes de engravidar. Diversos medicamentos comuns podem ser prejudiciais durante a gestação, então é preciso revisar todos os remédios usados, sejam eles de prescrição, fitoterápicos ou até suplementos:

    • Analgésicos como o ibuprofeno não são recomendados;
    • Alguns antidepressivos precisam ser ajustados;
    • Fitoterápicos aparentemente inofensivos podem causar contrações uterinas. Sempre avise o médico na consulta pré-gestacional.

    Nunca interrompa um tratamento sem orientação médica. O ideal é conversar com o ginecologista ou clínico responsável para avaliar os riscos e, se necessário, substituir a medicação por alternativas seguras durante a gravidez.

    Mulheres com SOP e endometriose precisam de cuidados antes de engravidar adicionais?

    Mulheres que têm síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou endometriose precisam de uma preparação ainda mais cuidadosa antes de engravidar. Essas condições não impedem a gestação, mas precisam de alguns cuidados individualizados para que o processo seja seguro.

    No caso do SOP, é preciso ter atenção ao controle de peso, glicemia, pressão e colesterol — além da suplementação com ácido fólico, em doses que podem ser ajustadas de acordo com o IMC e as necessidades individuais.

    Já na endometriose, é recomendado avaliar a reserva ovariana, identificar o grau da doença, tratar sintomas e, se necessário, recorrer a técnicas como a fertilização in vitro. Mulheres com endometriose precisam de acompanhamento obstétrico mais próximo, devido ao risco maior de complicações na gravidez.

    Confira: Janela imunológica: como prevenir alergia alimentar em bebês

    A importância de acompanhamento psicológico

    A decisão de engravidar pode vir acompanhada de sentimentos de ansiedade, insegurança e até conflitos dentro do relacionamento. Muitas mulheres, inclusive, acabam se cobrando demais ou sentindo pressão da família, o que pode gerar um peso emocional difícil de carregar sozinha.

    Nesses momentos, conversar com um psicólogo pode ajudar a organizar os pensamentos, aliviar medos e tornar a experiência mais leve. Ter ao lado uma rede de apoio, formada por familiares, amigos próximos ou até grupos de gestantes, também faz toda a diferença, e traz acolhimento e segurança para a futura mamãe.

    Vale ressaltar que a consulta médica pré-concepcional não se limita apenas à saúde física: ela também considera o bem-estar emocional e social da mulher, incluindo a identificação de situações de violência doméstica. É fundamental que a gestação seja planejada em um ambiente saudável, onde a gestante se sinta acolhida e respeitada.

    Quando parar de usar o anticoncepcional?

    De acordo com a ginecologista e obstetra Ana Paula Beck, não há necessidade de aguardar um período específico depois de parar o anticoncepcional para tentar engravidar.

    “A fertilidade geralmente retorna rapidamente, e não há evidências de aumento de risco de malformações ou complicações obstétricas associadas à concepção imediata após a suspensão. Pode-se considerar aguardar um ciclo menstrual espontâneo para melhor datação gestacional, mas não é obrigatório”, finaliza a especialista.

    Leia também: Gravidez e coração: o que muda e quais são os riscos

    Perguntas frequentes sobre cuidados antes de engravidar

    1. Por que o ácido fólico é tão importante antes e durante a gravidez?

    O ácido fólico é uma vitamina importante para a formação do tubo neural do bebê, que dá origem ao cérebro e à medula espinhal. A suplementação adequada ajuda a prevenir malformações, como a espinha bífida e a anencefalia.

    O recomendado é começar a tomar pelo menos um mês antes da concepção (idealmente três meses), garantindo que o corpo já esteja preparado no início da gestação.

    2. Preciso suspender algum medicamento antes de engravidar?

    Sim, alguns remédios podem afetar a fertilidade ou prejudicar o desenvolvimento fetal. É importante revisar todos os medicamentos em uso com o médico, que pode avaliar se é necessário suspender, ajustar a dose ou substituir por opções mais seguras.

    3. O consumo de álcool e cigarro pode atrapalhar a gravidez?

    Com certeza! O cigarro prejudica a fertilidade, aumenta o risco de aborto e pode causar complicações na placenta. Já o álcool pode levar à Síndrome Alcoólica Fetal, que afeta o crescimento e o desenvolvimento do bebê.

    O ideal é suspender ambos ainda na fase de planejamento da gravidez, para proteger a saúde da mãe e a do futuro bebê.

    4. Posso praticar exercícios físicos durante a gravidez?

    Sim, a prática regular é recomendada, desde que com orientação médica. A gestante pode optar por atividades leves a moderadas, como caminhada, alongamento e pilates, que ajudam a controlar o peso, melhorar a circulação e favorecer o bem-estar emocional.

    Contudo, atividades de alto impacto ou com risco de queda devem ser evitadas.

    5. O que é o pré-natal e quando deve começar?

    O pré-natal é o acompanhamento médico da gestante ao longo de toda a gravidez. Ele serve para monitorar a saúde da mãe, o desenvolvimento do bebê e identificar precocemente qualquer risco ou complicação.

    O acompanhamento deve começar logo após a confirmação da gestação — de preferência ainda no primeiro trimestre, e seguir com consultas periódicas até o parto.

    6. Quais sinais indicam que posso estar grávida?

    O sintoma mais comum de gravidez é o atraso menstrual, mas não é o único. Muitas mulheres percebem também enjoos matinais, sensibilidade ou dor nos seios, cansaço, sono excessivo, aumento da vontade de urinar e até alterações no humor.

    Como eles podem variar bastante, a única forma de ter certeza é fazendo um teste de gravidez e confirmando com exames de sangue ou ultrassom solicitados pelo médico.

    7. Quando é o momento certo de procurar o ginecologista antes de engravidar?

    O ideal é marcar uma consulta de planejamento reprodutivo pelo menos três meses antes de começar a tentar. Nela, o médico revisa seu histórico de saúde, pede exames de rotina, verifica vacinas, orienta sobre alimentação e suplementos, além de avaliar possíveis riscos para a mãe e o bebê.

    8. É seguro ter relações sexuais durante a gestação?

    Na maioria dos casos, sim. Se a gravidez for saudável, o sexo não prejudica o bebê, já que ele está protegido pelo útero, pelo líquido amniótico e pela placenta.

    No entanto, em situações específicas, como risco de aborto, placenta baixa ou sangramentos, o médico pode orientar restrição. O mais importante é ouvir as recomendações do profissional e respeitar o conforto da mãe.

    Leia também: Ozempic na gravidez: por que não é seguro usar

  • Autoexame: como detectar precocemente diferentes tipos de câncer

    Autoexame: como detectar precocemente diferentes tipos de câncer

    Um dos principais desafios de saúde pública no mundo, o câncer representa a segunda principal causa de morte no Brasil, ficando atrás apenas das doenças cardiovasculares, segundo dados do Ministério da Saúde. Apesar da gravidade, quanto mais cedo a doença é descoberta, maiores são as chances de cura e menores os impactos dos tratamentos.

    Por isso, além de manter uma rotina de exames de prevenção (que dependem de questões como idade e fatores individuais), o autoexame pode ser usado como uma importante ferramenta no diagnóstico precoce.

    Ele não é um exame diagnóstico e não substitui consultas médicas ou exames de rastreamento, mas ajuda a pessoa a conhecer melhor o próprio corpo e perceber rapidamente quando algo não está normal — como um nódulo, uma mancha diferente ou uma ferida que não cicatriza.

    Nesse contexto, conversamos com um especialista para esclarecer as principais dúvidas sobre o autoexame e entender como ele pode contribuir na detecção precoce de diferentes tipos de câncer. Confira, a seguir, algumas orientações práticas e sinais de alerta para ficar de olho.

    O que é o autoexame e por que ele é importante?

    O autoexame é o hábito de observar, tocar e conhecer o próprio corpo para identificar alterações que possam ser sinais iniciais de alguma doença, como o câncer. Ele pode ser feito em casa, sem a necessidade de equipamentos ou técnicas complexas.

    Com ele, é possível perceber mudanças que normalmente passariam despercebidas, como um caroço, uma mancha que aumenta de tamanho, uma ferida que não cicatriza ou até uma secreção diferente.

    A prática fortalece a consciência corporal, isto é, ajuda a pessoa a conhecer melhor o funcionamento normal do seu corpo. Quando você cria o hábito de se observar com frequência, fica muito mais fácil notar algo que não estava ali antes ou que mudou de aspecto ao longo do tempo. Pequenas alterações podem ser percebidas logo no início, antes mesmo de causarem sintomas mais graves.

    Vale lembrar que o autoexame não deve substituir as consultas médicas de rotina nem os exames de rastreamento indicados para cada faixa etária, como a mamografia ou a colonoscopia.

    Como realizar o autoexame?

    Não existe um único método para realizar o autoexame, já que cada parte do corpo exige atenção específica. O mais importante é manter o hábito, observar a rotina normal do seu corpo e procurar ajuda sempre que notar alterações.

    Autoexame das mamas

    O autoexame das mamas ajuda a pessoa a conhecer melhor o próprio corpo e permite identificar possíveis alterações.

    Para realizá-lo, o melhor momento é de 7 a 10 dias após o início da menstruação, quando as mamas estão menos inchadas e doloridas. Mulheres que já não menstruam podem escolher sempre o mesmo dia do mês para manter o hábito.

    O autoexame das mamas pode ser feito das seguintes maneiras:

    • Diante do espelho: eleve e abaixe os braços. Observe se há alguma anormalidade na pele, alterações no formato, abaulamentos ou retrações.
    • Durante o banho: com a pele molhada ou ensaboada, eleve o braço direito e deslize os dedos da mão esquerda suavemente sobre a mama direita estendendo até a axila. Faça o mesmo na mama esquerda.
    • Deitada: coloque um travesseiro debaixo do lado esquerdo do corpo e a mão esquerda sob a cabeça. Com os dedos da mão direita, apalpe a parte interna da mama. Inverta a posição para o lado direito e apalpe da mesma forma a mama direita.

    Entre os sinais de alerta para ficar de olho, o oncologista Thiago Chadid aponta:

    • Nódulo persistente e duro, pouco móvel;
    • Alterações de pele (aspecto “casca de laranja”, retrações);
    • Alteração/retração do mamilo;
    • Secreção anormal;
    • No caso de caroços dolorosos que surgem após uma batida, vale a avaliação se não melhorar com o tempo, pois pode ser inflamatório e indicativo de câncer.

    O especialista lembra que, na fase reprodutiva, a mama muda com o ciclo (glândulas incham), então caroços “cíclicos” podem ser benignos.

    Caso você encontre alguma das anormalidades citadas, lembre-se que é importante procurar atendimento médico. Apenas um especialista pode orientar e realizar o diagnóstico adequado.

    Autoexame dos testículos

    O câncer de testículo é mais comum em homens jovens, entre 15 e 35 anos, e normalmente se manifesta a partir de um nódulo duro e indolor em um dos testículos, ou um inchaço ou aumento de volume do testículo.

    Para realizar o autoexame dos testículos, siga as orientações:

    • O momento ideal é após o banho quente, quando a pele do escroto está relaxada;
    • Com as duas mãos, segure cada testículo e palpe delicadamente usando os dedos indicador e médio, com o polegar em cima;
    • Sinta toda a superfície do testículo, procurando caroços, nódulos ou áreas endurecidas;
    • É normal sentir uma estrutura macia atrás de cada testículo, chamada epidídimo. Ela não deve ser confundida com um nódulo;
    • Compare o tamanho dos dois testículos. Pequenas diferenças são comuns, mas aumento repentino de volume deve ser investigado.

    O ideal é realizar o autoexame uma vez ao mês. Se você notar alterações, agende consulta com um urologista.

    Autoexame da pele

    O câncer de pele é o tumor mais comum no Brasil e no mundo, que surge do crescimento anormal das células da pele, frequentemente causado pela exposição excessiva à radiação solar. Durante o autoexame, o oncologista Thiago Chadid aponta que é importante observar sinais como:

    • Manchas que mudam (de tamanho, cor ou borda);
    • Feridas que não cicatrizam;
    • Manchas brancas na boca;
    • Alterações visíveis nos olhos.

    Para realizá-lo, escolha um ambiente bem iluminado, de preferência com um espelho grande. Examine todo o corpo, inclusive costas, couro cabeludo, plantas dos pés e entre os dedos. Se possível, peça ajuda de alguém para observar áreas difíceis.

    Use a regra do ABCDE para avaliar pintas:

    • A: Assimetria: uma metade diferente da outra;
    • B: Bordas irregulares;
    • C: Cor variada (preta, marrom, vermelha ou azul);
    • D: Diâmetro maior que 6 mm;
    • E: Evolução rápida: mudança de tamanho, forma ou cor.

    Além disso, desconfie de manchas que coçam, descamam ou sangram. Se identificar algo suspeito, procure um dermatologista.

    Autoexame da boca

    O câncer de boca é um tumor que afeta lábios, língua, gengivas, bochechas, céu da boca e assoalho da boca. Ele pode se apresentar como manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, feridas que não cicatrizam em até 15 dias, caroços na boca ou no pescoço e rouquidão persistente.

    Para realizar o autoexame, fique em frente ao espelho, em ambiente bem iluminado. Depois, abra a boca e observe:

    • Lábios: parte interna e externa;
    • Gengivas e bochechas: veja se há manchas ou feridas;
    • Língua: observe toda a superfície, inclusive a parte debaixo;
    • Céu da boca: observe a região próxima à garganta.

    Com as mãos limpas, apalpe a parte interna da boca e o pescoço para perceber nódulos ou áreas doloridas. Se encontrar qualquer lesão que não cicatrize ou manchas que persistam por mais de 15 dias, procure um dentista ou médico especializado.

    O autoexame ajuda a detectar câncer colorretal ou de estômago?

    Não, pois esses tipos de câncer não apresentam sinais visíveis no início. A detecção precoce depende de exames específicos, como colonoscopia ou endoscopia, indicados conforme idade e histórico familiar por um profissional da saúde.

    Leia também: Entenda a diferença entre tumor benigno e maligno

    Com que frequência o autoexame deve ser feito?

    A recomendação é mensal, de preferência em momentos em que o corpo esteja relaxado, como após o banho. O mais importante é a regularidade, para que pequenas mudanças sejam notadas com facilidade.

    É importante entender que o autoexame não precisa ser algo demorado: em poucos minutos você consegue observar e palpar as principais áreas do corpo, conhecendo melhor as características do próprio corpo.

    Existem pontos negativos?

    Apesar de ser uma prática útil, o autoexame também tem limitações. Primeiro, ele não substitui consultas médicas nem exames clínicos e de imagem, como mamografia, ultrassonografia, colonoscopia ou biópsia. Ele serve apenas como uma ferramenta de observação inicial, para identificar alterações suspeitas que merecem investigação.

    O oncologista Thiago Chadid aponta que o autoexame pode levar a um aumento de consultas desnecessárias, sobrecarregando o sistema de saúde com casos que não representam um risco real.

    Além disso, ele exige educação em saúde, pois nem sempre é fácil diferenciar o que é normal do que é suspeito. Assim, há chance de interpretações equivocadas, que levam tanto a falsos alarmes quanto ao risco de subestimar sinais importantes.

    Por isso, o ideal é que o autoexame seja sempre feito apenas como uma forma complementar de cuidado, em conjunto com o acompanhamento médico regular.

    Confira: Imunoterapia: a estratégia que transforma o corpo em arma contra o câncer

    Perguntas frequentes

    1. Homens também devem fazer autoexame das mamas?

    Sim. É raro e representa apenas cerca de 1% de todos os casos de câncer de mama diagnosticados, mas a doença pode afetar homens, uma vez que eles também possuem glândulas mamárias e hormônios femininos (estrogênio) em baixas quantidades.

    Eles devem ficar atentos a nódulos próximos ao mamilo, secreções com sangue, dor localizada ou alterações na pele da região.

    2. Qual a diferença entre autoexame e rastreamento?

    O autoexame é uma prática de autocuidado feita em casa pela própria pessoa. Ele serve para aumentar a consciência corporal e identificar alterações visíveis ou palpáveis, mas não é capaz de confirmar diagnósticos.

    Já o rastreamento é conduzido por profissionais de saúde, por meio de consultas e exames clínicos. O rastreamento deve ser orientado por um profissional, e depende de fatores como idade, sexo e fatores de risco, sendo fundamental para detectar doenças silenciosas que o autoexame não consegue identificar.

    3. Quanto tempo leva para fazer um autoexame completo?

    Um autoexame não leva muito tempo: você pode realizá-lo entre 5 e 10 minutos. É um tempo curto que pode ser encaixado na rotina mensal — especialmente após o banho, quando o corpo está relaxado. O mais importante é ter calma e atenção, sem pressa, para observar a pele, palpar as mamas ou testículos, e inspecionar a boca diante do espelho.

    4. Se eu encontrar um caroço, significa que é câncer?

    Não necessariamente. Muitos caroços podem ser cistos, lipomas (nódulos de gordura) ou inflamações benignas, que não oferecem risco. Apenas um médico pode diferenciar uma alteração benigna de um câncer.

    Por isso, qualquer caroço ou nódulo persistente deve ser avaliado em consulta médica, com exames complementares como ultrassonografia, biópsia ou ressonância.

    5. O autoexame substitui a mamografia?

    Não. Ele é apenas um complemento. A mamografia detecta tumores pequenos, invisíveis ao toque, e continua sendo o exame mais eficaz para rastreamento.

    6. Quais sinais devo procurar no autoexame das mamas?

    Durante o autoexame das mamas, fique atenta a presença das seguintes alterações:

    • Caroços endurecidos;
    • Retração ou ondulação da pele;
    • Secreção sanguinolenta ou transparente no mamilo;
    • Alterações no tamanho ou formato da mama;
    • Vermelhidão ou feridas na região.

    Leia também: 7 sintomas iniciais de câncer que não devem ser ignorados