Autor: Dra. Andreia Sapienza

  • DIU hormonal: o que é, tipos, vantagens e desvantagens

    DIU hormonal: o que é, tipos, vantagens e desvantagens

    O DIU hormonal, também conhecido como DIU medicado, é considerado um dos métodos contraceptivos mais seguros atualmente — com uma taxa falha inferior a 1% ao ano. Além de proporcionar mais liberdade e proteção para pessoas que não desejam engravidar, ele também pode ser usado como método de tratamento de algumas condições específicas, como endometriose.

    Para entender como o dispositivo funciona, quando é indicado e quais as vantagens e desvantagens, consultamos a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza. Confira!

    O que é e como funciona o DIU hormonal?

    O DIU hormonal é um pequeno dispositivo em formato de T que é inserido dentro do útero por um médico ginecologista. Ele libera, de forma contínua e em pequenas doses, o hormônio levonorgestrel — uma progesterona sintética.

    Diferente da pílula anticoncepcional, que age em todo o organismo, o DIU hormonal atua principalmente no útero, e consiste no seguinte mecanismo de ação:

    • Espessamento do muco cervical, dificultando a entrada dos espermatozoides;
    • Alteração do endométrio (camada interna do útero), dificultando a implantação de um embrião;
    • Em menor grau, pode reduzir a motilidade dos espermatozoides dentro do útero e trompas.

    Importante: na maioria dos casos, o DIU hormonal não bloqueia a ovulação. Ou seja, a mulher continua ovulando, mas não engravida porque as condições para fecundação e implantação não acontecem.

    Tipos de DIU hormonal

    No Brasil, os dois principais tipos disponíveis são o Mirena e o Kyleena, ambos fabricados pela Bayer. Eles são inseridos da mesma forma, no consultório médico, com um procedimento rápido que dura poucos minutos. Nos primeiros meses, pode haver um período de adaptação, com sangramentos irregulares, até que o corpo se acostume à liberação hormonal.

    Eles contêm algumas características diferentes:

    Mirena

    O DIU Mirena contém uma dose maior de levonorgestrel e tem duração de até 8 anos. Antes o tempo de eficácia era de 5 anos, mas estudos clínicos comprovaram a segurança e efetividade do dispositivo por mais tempo.

    Além da contracepção, Andreia aponta que o Mirena também pode ser usado em casos de endometriose, adenomiose ou como parte do tratamento de reposição hormonal na menopausa.

    Um dos grandes diferenciais é que o Mirena pode reduzir ou até suspender completamente a menstruação, o que traz bastante alívio para quem sofre com cólicas fortes e sangramentos abundantes.

    Kyleena

    O Kyleena, por outro lado, contém uma dose menor de hormônio e tem duração de até 5 anos. Por ser um dispositivo um pouco menor, muitas vezes é recomendado para mulheres mais jovens ou que nunca tiveram filhos — já que sua adaptação costuma ser mais simples.

    Diferente do Mirena, o Kyleena geralmente não interrompe a menstruação por completo, mas costuma reduzir bastante o fluxo e a intensidade dos sangramentos.

    Como é feita a colocação do DIU hormonal?

    O DIU é inserido no útero por um profissional de saúde por meio de um procedimento, feito em consultório. A paciente é deitada em posição ginecológica, e o colo do útero e a vagina são higienizados para evitar infecções.

    Em seguida, o dispositivo é introduzido cuidadosamente até a cavidade uterina. Em alguns casos, o médico pode aplicar anestesia local no colo do útero para reduzir o desconforto.

    Durante a colocação, muitas mulheres sentem cólicas semelhantes às menstruais, mas o incômodo é passageiro. Depois que o DIU é posicionado, os fios que ficam na entrada do colo são aparados, permanecendo apenas o suficiente para permitir o acompanhamento e facilitar a futura remoção.

    É comum que, nas primeiras horas ou dias, ocorram cólicas leves ou pequenos sangramentos, mas isso tende a melhorar com o tempo. Uma vez inserido, o DIU não é sentido no dia a dia.

    E a remoção?

    A remoção do DIU também é feita em consultório e pode ocorrer a qualquer momento, mesmo antes do término da validade. Para retirá-lo, o profissional de saúde localiza e puxa delicadamente os fios, fazendo com que o dispositivo deslize para fora pelo colo do útero e pela vagina.

    O processo pode causar cólicas, mas geralmente é mais confortável do que a inserção. Se a paciente desejar, um novo DIU pode ser colocado na mesma consulta, garantindo a continuidade da contracepção sem interrupções.

    Quando o DIU hormonal é indicado?

    O DIU hormonal é indicado principalmente como método contraceptivo de longa duração. Segundo a Febrasgo, a taxa de falha do DIU hormonal é inferior a 1% ao ano, sendo considerada uma das formas mais seguras de contracepção disponíveis hoje.

    Além da função anticoncepcional, o DIU hormonal também pode ser recomendado em situações específicas, como:

    • Fluxo menstrual intenso: ajuda a reduzir significativamente o sangramento e, em alguns casos, pode até suspender a menstruação;
    • Cólicas fortes: alívio dos sintomas menstruais, especialmente em mulheres que sofrem com dores intensas;
    • Endometriose e adenomiose: auxilia no controle da dor e na redução do fluxo menstrual associado a essas condições;
    • Reposição hormonal na menopausa: pode ser utilizado como parte do tratamento, em associação com estrogênio, equilibrando os níveis hormonais.

    Vale lembrar que, em todos os casos, a escolha pelo DIU hormonal deve ser feita junto ao médico, considerando o histórico de saúde, os objetivos da paciente e possíveis contraindicações.

    Vantagens do DIU hormonal

    • Tem eficácia superior à pílula, já que não depende da disciplina diária e libera hormônio de forma contínua;
    • Garante proteção de 5 a 8 anos, conforme o modelo escolhido;
    • Reduz o fluxo menstrual e, em alguns casos, suspende a menstruação, ajudando a prevenir anemia por deficiência de ferro;
    • Diminui cólicas menstruais, trazendo alívio para quem sofre com dores fortes;
    • Auxilia no tratamento de condições como endometriose e adenomiose e pode ser usado em protocolos de reposição hormonal na menopausa;
    • Não exige manutenção no dia a dia, já que funciona automaticamente após a colocação;
    • A fertilidade retorna rapidamente após a retirada, permitindo gravidez já no ciclo seguinte.

    Desvantagens do DIU hormonal

    • O custo inicial é mais alto em comparação a outros métodos, embora se dilua pelo tempo de uso;
    • A inserção deve ser feita por um ginecologista e pode gerar desconforto momentâneo;
    • Os primeiros meses podem trazer escapes, sangramentos irregulares ou cólicas, mas geralmente os sintomas diminuem após o período de adaptação;
    • Não protege contra infecções sexualmente transmissíveis, sendo necessário o uso de camisinha em relações de risco.

    Possíveis efeitos colaterais

    Em alguns casos, o DIU hormonal pode causar certos efeitos colaterais, que costumam ser temporários e desaparecem em poucos meses, como:

    • Sangramento irregular;
    • Cólicas;
    • Dor nas mamas;
    • Dor de cabeça;
    • Alterações de humor.

    Alguns efeitos mais raros podem incluir acne, inchaço e ganho de peso.

    Quais as contraindicações do DIU hormonal?

    O DIU hormonal é seguro para a maioria das mulheres, mas existem contraindicações importantes:

    • Gravidez confirmada ou suspeita;
    • Infecções pélvicas ativas ou recorrentes;
    • Malformações uterinas que dificultem a colocação;
    • Câncer de mama atual ou passado;
    • Doenças hepáticas graves;
    • Sangramento vaginal sem causa esclarecida.

    Por isso, a decisão deve sempre ser feita em conjunto com o ginecologista, após avaliação clínica e exames quando necessários.

    Confira: Higiene menstrual: conheça os principais cuidados durante o ciclo

    Perguntas frequentes sobre DIU hormonal

    1. O DIU hormonal dói para colocar?

    A inserção do DIU pode causar algum desconforto, parecido com cólicas menstruais mais fortes, mas é passageiro. O procedimento é rápido, leva apenas alguns minutos, e pode ser feito com anestesia local para aliviar a dor.

    2. O DIU pode ser colocado após o parto?

    Sim, o DIU é seguro logo em seguida ao parto, seja normal ou cesariana. Ele pode ser inserido imediatamente, ainda no hospital, ou algumas semanas depois, no consultório. Vale lembrar que a amamentação e o desenvolvimento do bebê não são prejudicados pelo uso do DIU.

    3. Qual a diferença entre DIU hormonal e DIU de cobre?

    O DIU de cobre não contém hormônios, atua liberando íons de cobre que dificultam a sobrevivência dos espermatozoides e pode aumentar o fluxo menstrual e as cólicas no início.

    Já o DIU hormonal libera pequenas doses de levonorgestrel (um tipo de progesterona), que além de impedir a gravidez, costuma reduzir o fluxo e as cólicas menstruais.

    4. O DIU hormonal interfere na fertilidade depois da retirada?

    Não, a fertilidade retorna logo após a remoção. Muitas mulheres conseguem engravidar já nos primeiros meses depois de tirar o DIU.

    5. O DIU hormonal engorda?

    Não existem evidências científicas de que o DIU hormonal cause ganho de peso. O que pode acontecer, principalmente nos primeiros meses de uso, é uma leve retenção de líquidos ou sensação de inchaço, que tende a ser temporária e melhora com o tempo.

    Além disso, vale destacar que variações de peso ao longo da vida podem estar relacionadas a vários fatores, como alimentação, estresse, alterações hormonais naturais e rotina de atividade física, e não necessariamente ao uso do DIU.

    6. O DIU hormonal causa acne?

    Algumas mulheres podem notar o surgimento de acne leve ou aumento da oleosidade da pele após a colocação do DIU hormonal. Isso acontece porque o hormônio liberado pelo dispositivo, o levonorgestrel, tem um efeito levemente androgênico, ou seja, pode estimular receptores semelhantes aos dos hormônios masculinos.

    No entanto, o efeito não acontece com todas as pessoas e, quando surge, costuma ser discreto e controlável — e um acompanhamento dermatológico simples costuma resolver, sem necessidade de retirar o DIU.

    7. Posso engravidar usando DIU?

    A taxa de falha é menor que 1% ao ano, ou seja, menos de 1 em cada 100 mulheres engravida enquanto utiliza o dispositivo. Apesar disso, nenhum método contraceptivo é 100% infalível e, em situações raras, pode ocorrer gravidez mesmo com o DIU no lugar.

    Por isso, se houver sintomas de gravidez, como atraso menstrual, náuseas ou alterações típicas de gestação, é importante procurar o médico imediatamente para avaliação.

    Leia mais: DIU de cobre: o que é, como funciona e efeitos colaterais

  • Libido na menopausa: é possível recuperar?

    Libido na menopausa: é possível recuperar?

    Ondas de calor, alterações de humor, insônia e ressecamento vaginal estão entre os sintomas mais comuns da menopausa, fase que marca o fim definitivo da menstruação. O período está diretamente ligado à queda na produção dos hormônios estrogênio e progesterona, responsáveis por diversas funções de equilíbrio no corpo feminino — incluindo o desejo sexual.

    A falta de libido na menopausa é uma das questões mais frequentes do período, e envolve uma série de aspectos físicos e hormonais, que podem impactar na autoestima, qualidade de vida e bem-estar emocional da mulher. Entenda mais!

    O que é a libido e por que ela diminui na menopausa?

    A libido é o desejo sexual, um impulso natural que envolve o corpo e a mente. Na menopausa, ela é impactada principalmente pela queda dos níveis de estrogênio e testosterona — hormônios responsáveis por manter a lubrificação vaginal, a elasticidade dos tecidos e a sensibilidade sexual.

    Com a redução hormonal, o corpo passa a apresentar sinais que dificultam a resposta ao estímulo, como:

    • Ressecamento vaginal e dor durante a relação;
    • Alterações no humor e aumento da ansiedade;
    • Redução da lubrificação natural;
    • Diminuição da sensibilidade genital;
    • Fadiga e alterações no sono.

    Além disso, fatores como estresse, problemas de sono e autoestima abalada também contribuem para a diminuição do interesse sexual.

    Como aumentar a libido na menopausa?

    A queda da libido é muito comum na menopausa, mas existem formas de melhorar o desejo sexual e tornar a vida íntima mais prazerosa. Veja algumas medidas:

    Terapia de reposição hormonal

    A queda do estrogênio é uma das principais causas da baixa libido na menopausa, de modo que a terapia de reposição hormonal (TRH) pode contribuir para aumentar seus níveis hormonais, seja por comprimidos, adesivos, géis, implantes ou injeções.

    Além do estrogênio, a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza explica que existe a tibolona, uma molécula que já mostrou, em estudos, melhora na libido de mulheres na menopausa. Ela atua de forma ampla, ajudando não apenas no desejo, mas também em sintomas como ondas de calor e alterações de humor.

    É importante lembrar que a reposição hormonal deve sempre ser indicada e acompanhada por um médico, já que cada caso é único.

    Hormônios e a libido feminina

    O hormônio feminino (estrogênio) é o principal responsável pela libido da mulher. Quando usado na reposição hormonal, ele ajuda a recuperar o desejo sexual e a qualidade da vida íntima. No entanto, existe um mito de que o hormônio masculino (testosterona) aumentaria a libido feminina. Na prática, Andreia Sapienza aponta que não é verdade.

    Isso acontece porque boa parte da testosterona no corpo da mulher passa por um processo chamado aromatização, que a transforma em estrogênio. Isto é, o que realmente faz diferença para a libido feminina é o hormônio feminino, e não a testosterona ou outros andrógenos.

    No Brasil, não existem produtos de testosterona registrados para uso feminino — e nenhuma sociedade médica recomenda o uso rotineiro. Andreia explica que, em casos muito específicos, quando todos os recursos já foram tentados sem resultado, o médico pode avaliar a testosterona como opção para tratar o desejo sexual hipoativo (falta persistente de desejo).

    Tratamento da secura vaginal

    Um dos fatores que mais prejudicam a vida sexual na menopausa é a secura vaginal, que, como explica Andreia, faz parte da chamada síndrome geniturinária da menopausa.

    A queda do estrogênio afina o tecido vaginal e reduz a lubrificação natural, o que pode causar dor e desconforto durante a relação sexual. Isso provoca um ciclo negativo: a mulher sente dor, antecipa que vai sofrer de novo — e acaba perdendo ainda mais o desejo.

    Nesse caso, o tratamento mais indicado é a estrogenização local, que consiste no uso de estrogênio aplicado diretamente na vagina (em forma de creme, gel ou óvulos). O método melhora a lubrificação, a elasticidade e o conforto durante o sexo.

    Para mulheres que não podem usar hormônio, como pacientes que tiveram câncer de mama, existem outras alternativas, como lubrificantes, hidratantes vaginais e até tecnologias como laser, radiofrequência ou ultrassom microfocado, que estimulam a produção de colágeno e melhoram a lubrificação.

    Psicoterapia

    Além do aspecto hormonal, o lado emocional e afetivo desempenha um peso enorme na vida sexual da mulher. Muitas vezes, a queda do desejo está ligada a inseguranças, estresse, baixa autoestima ou até a dificuldades no relacionamento.

    Nesses casos, a terapia cognitivo-comportamental pode contribuir para devolver a confiança, melhorar a resposta sexual e tornar a intimidade mais prazerosa. Ela consiste em um tipo de psicoterapia focada e de curta duração, que ajuda a mudar padrões de pensamento e comportamento que atrapalham a vida sexual.

    Estilo de vida saudável

    De acordo com Andreia, a função sexual também está relacionada a mudanças no estilo de vida. Isso envolve uma série de hábitos, como:

    • Prática regular de exercícios físicos: além de aumentar a disposição no dia a dia, os exercícios melhoram a circulação sanguínea e a oxigenação dos tecidos, o que favorece a sensibilidade genital e a resposta sexual. Também estimulam a liberação de endorfinas e serotonina, neurotransmissores ligados ao prazer, ao bem-estar e ao controle da ansiedade;
    • Controle de doenças crônicas: condições como diabetes e hipertensão podem comprometer a vascularização da região genital, reduzindo a sensibilidade e dificultando o prazer. Mantê-las sob controle ajuda a preservar a saúde sexual e geral;
    • Sono de qualidade: dormir bem restaura a energia física, equilibra os hormônios e mantém a disposição. O descanso adequado previne a fadiga e a falta de motivação para a intimidade, funcionando como um aliado natural da libido;
    • Alimentos para aumentar a libido na menopausa: a dieta tem papel central na regulação hormonal e no bom funcionamento do organismo. Incluir alimentos ricos em vitaminas, minerais e antioxidantes ajuda a reduzir inflamações, manter o equilíbrio metabólico e favorecer a produção adequada de hormônios.

    Comunicação e estímulo adequado

    A libido também envolve fatores psicológicos, afetivos e emocionais, principalmente no caso das mulheres. Segundo Andreia, a forma de estímulo sexual feminino é diferente da masculina: é preciso que o aspecto emocional e afetivo esteja bem trabalhado.

    Enquanto algumas mulheres sentem o chamado desejo espontâneo, em que a vontade de intimidade surge de forma natural e frequente, outras possuem um perfil mais responsivo. Ou seja, elas não sentem vontade no primeiro momento, mas, quando recebem atenção, carinho e estímulo adequados, acabam entrando no clima e aproveitando a relação de forma positiva e prazerosa.

    Por isso, conversar abertamente com o parceiro (a) faz muita diferença no dia a dia. Falar sobre desejos, inseguranças e limites fortalece a confiança e aproxima o casal. Além disso, buscar novas formas de carinho, investir em preliminares mais longas, experimentar diferentes estímulos e valorizar pequenos gestos de afeto ajudam a manter o interesse sexual vivo e presente na rotina.

    Quando procurar ajuda médica?

    As alterações na libido que ocorrem na menopausa são comuns, mas quando elas afetam o bem-estar e a qualidade de vida, é fundamental procurar ajuda médica. Marque uma consulta com o ginecologista se você apresentar:

    • Dor ou desconforto frequente durante as relações sexuais;
    • Ressecamento vaginal persistente, mesmo com uso de lubrificantes;
    • Queda acentuada no desejo sexual que afeta a autoestima ou o relacionamento;
    • Alterações emocionais importantes, como tristeza, irritabilidade ou falta de interesse pela vida íntima;
    • Sintomas de insônia, ondas de calor e fadiga intensa que comprometem o bem-estar geral;
    • Histórico de doenças crônicas (como hipertensão ou diabetes), que exigem acompanhamento no ajuste dos tratamentos.

    O especialista poderá avaliar de forma individualizada se a paciente precisa de reposição hormonal, uso de estrogênio local, psicoterapia ou outras abordagens complementares.

    Vale lembrar que cada mulher vive a menopausa de forma única, então buscar acompanhamento médico não é apenas para tratar sintomas, mas também para prevenir complicações, melhorar a qualidade de vida e resgatar a confiança no próprio corpo.

    Confira: Reposição hormonal na menopausa: benefícios e riscos

    Perguntas frequentes sobre libido na menopausa

    1. Como o ressecamento vaginal afeta a vida sexual?

    O ressecamento vaginal é um dos sintomas mais incômodos da menopausa e ocorre porque a queda de estrogênio afina as paredes vaginais, reduz a lubrificação natural e aumenta a sensibilidade à dor. Isso pode tornar a relação sexual desconfortável ou até dolorosa, fazendo com que a mulher evite a relação sexual.

    2. O que é menopausa precoce?

    A menopausa precoce ocorre quando os ciclos menstruais cessam antes dos 40 anos. Isso pode acontecer de forma espontânea, por falência ovariana, ou induzida, após cirurgias que retiram os ovários ou tratamentos como quimioterapia e radioterapia.

    A menopausa precoce exige atenção especial, já que aumenta os riscos de osteoporose e doenças cardiovasculares em idade mais jovem. O tratamento geralmente envolve reposição hormonal e acompanhamento multidisciplinar.

    3. Existe idade certa para entrar na menopausa?

    Não há uma idade exata, mas a média é de 51 anos. Algumas mulheres podem entrar na menopausa mais cedo, antes dos 40 anos, como é o caso da menopausa precoce. Já outras podem manter ciclos menstruais até os 55 anos ou mais. Fatores como genética, histórico familiar, tabagismo, cirurgias ginecológicas e certas doenças podem antecipar o início da menopausa.

    4. Como diferenciar menopausa de climatério?

    O climatério é o período de transição que antecede a menopausa, geralmente começando a partir dos 40 anos. Nele, os ciclos menstruais se tornam irregulares e os sintomas começam a aparecer devido às oscilações hormonais. Já a menopausa é confirmada após 12 meses consecutivos sem menstruação.

    5. O que é a síndrome geniturinária da menopausa?

    A síndrome geniturinária da menopausa é um conjunto de sinais e sintomas que surgem devido à queda dos níveis de estrogênio após a menopausa e que afetam a região genital, urinária e sexual da mulher. Eles incluem ressecamento vaginal, coceira, dor durante a relação sexual, urgência urinária e infecções recorrentes.

    6. Toda mulher precisa de reposição hormonal?

    Não, a reposição hormonal deve ser individualizada. Nem todas as mulheres apresentam sintomas que justifiquem seu uso.

    Além disso, existem algumas contraindicações importantes, como histórico de câncer de mama, trombose ou doenças cardíacas graves. O médico avalia os riscos e benefícios antes de prescrever o tratamento. Muitas vezes, mudanças no estilo de vida e tratamentos não hormonais já trazem resultados positivos no dia a dia.

    Leia também: Saúde do coração após a menopausa: conheça os cuidados nessa fase da vida

  • Insônia na menopausa: 4 medidas para melhorar o sono

    Insônia na menopausa: 4 medidas para melhorar o sono

    A menopausa é uma fase natural da vida, marcada pelo fim do ciclo menstrual e pela queda dos hormônios femininos, principalmente estrogênio e progesterona. Ela costuma surgir por volta dos 45 e 55 anos — e as mudanças não afetam apenas a fertilidade, mas impactam diretamente várias funções do corpo, como a qualidade do sono.

    Alterações hormonais, ondas de calor, ganho de peso e até mesmo fatores emocionais podem prejudicar o descanso noturno, o que pode originar um quadro de insônia na menopausa. Ele se manifesta de diversas formas, e compromete diretamente o bem-estar e a qualidade de vida.

    Por que o sono na menopausa é tão afetado?

    A insônia é um dos principais problemas que podem surgir na menopausa. Inclusive, a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza explica que uma escala antiga usada pela medicina, chamada Escala de Kupperman, já apontava a insônia como o segundo sintoma mais intenso da menopausa, ficando atrás apenas das ondas de calor (ou fogacho).

    As ondas de calor podem atingir até 80% das mulheres na pós-menopausa e, muitas vezes, começam à noite. O ciclo é assim: sensação de calor súbito, a pessoa tira o cobertor, sente frio novamente e se cobre.

    Como consequência, há despertares constantes, o que interrompe o sono profundo e causa fadiga, irritabilidade e falta de disposição.

    Andreia esclarece que a insônia pode aparecer de três formas principais:

    • Dificuldade para pegar no sono;
    • Sono fragmentado (a pessoa dorme, mas acorda várias vezes, sem descanso reparador);
    • Despertar precoce (a pessoa dorme bem, mas acorda às 3 ou 4 da manhã e não consegue dormir de novo).

    Além disso, o metabolismo desacelera, o corpo acumula mais gordura abdominal e a probabilidade de apneia do sono aumenta. Isso significa mais ronco, pausas respiratórias e menos sono reparador. É por isso que é comum pessoas que relatam dormir, mas acordar cansadas.

    Como melhorar a insônia na menopausa?

    Higiene do sono

    A higiene do sono é o primeiro passo para tratar a insônia na menopausa – e envolve uma série de hábitos e cuidados diários que ajudam a melhorar a qualidade do sono. A ideia é criar um ambiente e uma rotina que favoreçam o adormecer e a manutenção de um sono profundo e reparador. Entre os hábitos, é possível destacar:

    • Evite telas antes de dormir: a luz azul de celulares, tablets e televisores estimula o cérebro e dificulta a produção natural de melatonina, o hormônio do sono;
    • Prefira refeições leves à noite: comer em excesso pode atrapalhar a digestão e deixar o corpo agitado. Prefira sopas, saladas ou proteínas leves;
    • Reduza cafeína e estimulantes: café, energéticos e chás pretos devem ser evitados no fim da tarde. As bebidas podem atrasar o início do sono;
    • Ajuste o ambiente do quarto: silêncio, escuridão e temperatura adequada são aliados poderosos para noites melhores;
    • Atividades relaxantes: ler um livro em papel, meditar ou ouvir músicas calmas ajudam a sinalizar ao corpo que é hora de desacelerar.

    De acordo com Andreia, apenas depois da adoção da higiene do sono é que se avaliam outras abordagens de tratamento, como o uso de medicamentos ou terapia de reposição hormonal.

    Atividades físicas

    A prática regular de atividade física é um dos maiores aliados da qualidade do sono, inclusive durante a menopausa. Ela ajuda a regular o metabolismo, reduzir o estresse e aumentar a sensação de bem-estar — fatores que facilitam o adormecer e tornam o sono mais reparador.

    Segundo o Ministério da Saúde, a recomendação é:

    • 150 minutos semanais de atividade física moderada (como caminhada rápida, bicicleta leve, hidroginástica); ou
    • 75 minutos semanais de atividade vigorosa (como corrida, natação, aulas de dança mais intensas);
    • Também é indicado fazer musculação ou exercícios de fortalecimento muscular pelo menos 2 vezes por semana.

    As atividades, distribuídas ao longo da semana, ajudam não apenas na qualidade do sono, mas também na saúde do coração, dos ossos e no controle do peso, fatores especialmente importantes nessa fase da vida.

    Reposição hormonal na menopausa

    A terapia de reposição hormonal é um tratamento médico que utiliza hormônios, normalmente estrogênio isolado ou associado à progesterona, para compensar a queda natural dos hormônios no corpo da mulher após a última menstruação.

    No caso específico da insônia, a reposição hormonal ajuda porque o estrogênio tem papel direto no cérebro. Durante a menopausa, ocorre a desocupação dos receptores de estrogênio, o que desequilibra a produção de neurotransmissores ligados ao sono. Ao repor o estrogênio, o equilíbrio é restaurado, facilitando um sono mais contínuo.

    No entanto, Andreia ressalta que a reposição hormonal não é solução isolada e deve vir acompanhada de cuidados com a higiene do sono.

    A TRH também deve ser avaliada caso a caso, levando em conta histórico familiar e fatores de risco, como câncer de mama, trombose ou doenças cardiovasculares.

    Uso de remédios para insônia na menopausa

    Se a paciente não apresenta melhora apenas com a higiene do sono e a reposição hormonal, o médico pode avaliar o uso de medicamentos.

    Uma das opções são os indutores do sono, que facilitam o início do adormecer e funcionam bem para quem tem dificuldade em pegar no sono. No entanto, Andreia aponta que eles têm pouca eficácia quando o problema está em manter o sono contínuo ou em evitar despertares precoces.

    Já algumas medicações antidepressivas, embora indicadas originalmente para outros quadros clínicos, também podem ser prescritas à noite como apoio adicional para melhorar o descanso.

    Importante: os benzodiazepínicos (como diazepam e alprazolam) são pouco recomendados, destaca Andreia, pois apresentam risco de dependência e tolerância. Por isso, só devem ser usados em situações muito específicas e por tempo curto, como em períodos de estresse intenso ou após um luto. O uso prolongado não é indicado!

    Em todos os casos, os medicamentos devem ser vistos como uma abordagem complementar e temporária — e nunca como a solução principal para os distúrbios do sono.

    Melatonina funciona?

    A melatonina é um hormônio produzido naturalmente pela glândula pineal e regulado pela incidência de luz na retina, sinalizando ao corpo a hora de dormir. É considerada uma alternativa interessante para melhorar a qualidade do sono, mas com algumas ressalvas.

    No Brasil, ela é registrada apenas como suplemento alimentar e em doses muito baixas (0,21 mg), praticamente sem efeito clínico. Para resultados eficazes, seriam necessárias doses em torno de 2 mg, cerca de dez vezes mais do que a quantidade liberada atualmente pela Anvisa.

    Mesmo assim, Andreia aponta que, quando a dosagem é ajustada, a melatonina pode trazer benefícios, especialmente para pessoas acima dos 55 anos — faixa etária em que a produção natural começa a cair. Isso coincide com a idade típica da menopausa (entre 45 e 55 anos).

    Nessas situações, a suplementação pode ajudar a regular o sono de forma segura, desde que utilizada em doses adequadas e com orientação médica, ainda que não existam produtos oficialmente registrados no Brasil nessa concentração.

    Insônia na menopausa: quais hábitos podem ajudar?

    Mesmo em uma rotina agitada, é possível adotar algumas mudanças simples que ajudam a melhorar a qualidade do sono na menopausa, como:

    • Chás calmantes: infusões de maracujá, camomila ou melissa ajudam a reduzir a agitação e preparar o corpo para o descanso;
    • Alimentos ricos em triptofano: incluir banana, aveia e castanhas na alimentação, por exemplo, estimula a produção de serotonina, favorecendo o relaxamento;
    • Rotina consistente: manter horários fixos para dormir e acordar ajuda o organismo a criar um ritmo natural de descanso;
    • Controle de peso: cuidar da alimentação e praticar atividades físicas reduz o risco de apneia do sono e melhora o repouso noturno.

    Quando procurar ajuda médica?

    É comum que muitas mulheres tentem resolver a insônia por conta própria, mas nem sempre é suficiente. Procure atendimento médico se:

    • O problema persiste por mais de 3 meses, pois insônia crônica precisa de avaliação médica;
    • Há sinais de apneia do sono, como roncos intensos, pausas respiratórias e sonolência diurna;
    • Há impacto emocional e físico, como cansaço constante, queda de produtividade, irritabilidade e até depressão podem ser consequências da falta de sono.

    Leia mais: Saúde do coração após a menopausa: conheça os cuidados nessa fase da vida

    Perguntas frequentes sobre insônia na menopausa

    1. Quais os sintomas da menopausa?

    Os sintomas da menopausa variam de mulher para mulher, mas os mais comuns são ondas de calor, suores noturnos, insônia, irregularidade menstrual, ressecamento vaginal, alterações de humor, ganho de peso e queda da libido. Além disso, muitas mulheres relatam dificuldade de concentração, fadiga e dores articulares.

    2. O ronco pode piorar na menopausa?

    O ronco é bastante comum nessa fase, justamente pelo ganho de peso e aumento do risco de apneia do sono. Além do incômodo para quem divide o quarto, ele compromete a qualidade do descanso, já que reduz o sono profundo. Nesse caso, é importante investigar a apneia e, se necessário, iniciar tratamento com orientação do médico.

    3. O estresse pode piorar a insônia na menopausa?

    Sim, pois o estresse eleva os níveis de cortisol, o hormônio do alerta, que dificulta o relaxamento e a indução ao sono. Durante a menopausa, como o corpo já está em desequilíbrio hormonal, qualquer fator emocional pode potencializar o quadro de insônia. Adotar técnicas de respiração, meditação guiada e até terapia cognitivo-comportamental ajudam a controlar o quadro.

    4. Dormir com ar-condicionado ajuda nas ondas de calor noturnas?

    Sim, manter o quarto em temperatura mais baixa ajuda a minimizar as ondas de calor. O ar-condicionado ou ventilador podem ser aliados, desde que usados de forma moderada para evitar ressecamento das vias respiratórias. O ideal é manter o ambiente fresco e estável durante a noite.

    5. A acupuntura pode ajudar no sono na menopausa?

    Pesquisas indicam que a acupuntura pode ajudar a diminuir a intensidade das ondas de calor e a controlar a ansiedade, dois sintomas que frequentemente atrapalham o sono na menopausa. Ela não substitui outros tratamentos, mas pode ser uma opção complementar para melhorar a qualidade do descanso e promover maior bem-estar.

    Confira: Reposição hormonal na menopausa: benefícios e riscos

  • DIU de cobre: o que é, como funciona e efeitos colaterais

    DIU de cobre: o que é, como funciona e efeitos colaterais

    Com eficácia comparada à laqueadura, o DIU de cobre é um método contraceptivo de longa duração, que pode prevenir uma gravidez por até 10 anos. Por não conter hormônios, ele pode ser utilizado pela maioria das pessoas — inclusive aquelas que têm condições de saúde que contraindicam o uso de hormônios.

    Para entender como ele funciona, quando é indicado e as vantagens e desvantagens do método, conversamos com a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza. Confira, a seguir!

    O que é e como funciona o DIU de cobre?

    O DIU de cobre, ou dispositivo intrauterino, é um pequeno objeto em formato de T, feito de plástico flexível e revestido por fios ou anéis de cobre. Ele é colocado dentro do útero por um profissional de saúde em um procedimento rápido, geralmente realizado no consultório.

    Assim como o DIU hormonal, o DIU de cobre não impede a ovulação, mas a pessoa não engravida porque as condições para fecundação e implantação não acontecem. O mecanismo de ação do dispositivo é o seguinte:

    • O cobre libera íons que criam um ambiente inflamatório controlado no útero, tornando-o hostil para os espermatozoides;
    • A inflamação impede que os espermatozoides sobrevivam tempo suficiente para chegar até o óvulo;
    • O muco cervical também fica mais hostil, dificultando ainda mais a mobilidade dos espermatozoides;
    • Além disso, caso ocorra fecundação, o endométrio (camada interna do útero) fica impróprio para a implantação do embrião.

    A duração do DIU varia de acordo com o modelo, podendo durar de 5 a 10 anos. Isso significa que não é necessário o controle diário com anticoncepcionais, e se a pessoa decidir engravidar, basta retirar o dispositivo — a fertilidade retorna rapidamente.

    Vale apontar que o DIU de cobre não é abortivo. Ele simplesmente dificulta que espermatozoides encontrem o óvulo e que um possível embrião se implante.

    Como é feita a colocação do DIU de cobre?

    A colocação do DIU de cobre é um procedimento simples, rápido e realizado no consultório do ginecologista.

    Durante o procedimento, a mulher fica deitada na posição ginecológica, e o médico utiliza um espéculo para visualizar o colo do útero. A região é higienizada e a cavidade uterina é medida para garantir que o DIU será posicionado corretamente.

    Depois, o dispositivo é introduzido cuidadosamente pelo colo do útero até o interior da cavidade uterina. Quando o DIU é liberado, ele se abre em formato de T e permanece ali, oferecendo proteção contraceptiva imediata.

    Ao final, ficam apenas dois fios finos no colo do útero, que servem para verificar se o dispositivo está no lugar e facilitar a retirada no futuro.

    Algumas mulheres podem sentir cólica ou desconforto durante a inserção, mas os sintomas normalmente são leves e passageiros. Após o procedimento, a recomendação é evitar relações sexuais e o uso de absorvente interno por alguns dias, além de retornar ao médico para acompanhamento.

    E a remoção?

    A remoção do DIU de cobre também é rápida e feita em consultório, sem necessidade de anestesia. O médico localiza os fios no colo do útero e puxa suavemente o dispositivo, que sai em poucos segundos. A mulher pode sentir apenas uma cólica leve e passageira.

    O DIU pode ser retirado a qualquer momento, seja porque terminou o prazo de validade, por desejo de engravidar ou por troca de método. A fertilidade retorna logo após a remoção, permitindo a gestação já no ciclo seguinte.

    Cuidados após a colocação do DIU de cobre

    Para reduzir quaisquer riscos de complicações, logo após a inserção, Andreia aponta que o recomendado é realizar um ultrassom para confirmar a posição correta do DIU.

    No primeiro ano, o ideal é repetir o exame a cada seis meses e, a partir do segundo ano, fazer a checagem anualmente ou sempre que houver sintomas como dor intensa ou sangramento anormal.

    Quando o DIU de cobre é indicado?

    O DIU de cobre é indicado especialmente para pessoas que desejam um método contraceptivo de longa duração. De acordo com Andreia, por não ter hormônio, o dispositivo pode ser utilizado pela maioria das pacientes — inclusive aquelas que têm doenças que contraindicam hormônios.

    O dispositivo pode ser inserido logo após o parto ou após um aborto, desde que não haja contraindicações específicas. Ele também é uma opção acessível, já que está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

    De acordo com o Ministério da Saúde, o DIU de cobre pode ser usado até como contracepção de emergência, desde que seja colocado em até 5 dias após uma relação sexual desprotegida. Isso o torna mais eficaz que a pílula do dia seguinte, com a vantagem de continuar protegendo por anos.

    Vantagens do DIU de cobre

    • Tem eficácia superior a 99% e pode durar de 5 a 10 anos;
    • Não contém hormônios, não altera o ciclo menstrual, não engorda e não interfere na libido;
    • A fertilidade retorna imediatamente após a retirada;
    • Pode ser usado por mulheres com contraindicação de hormônios;
    • Está disponível gratuitamente pelo SUS;
    • Também pode ser usado como contracepção de emergência se colocado até 5 dias após a relação.

    Desvantagens do DIU de cobre

    Uma das principais desvantagens do DIU de cobre, de acordo com Andreia, é o aumento do fluxo menstrual e das cólicas. Como ele provoca uma reação inflamatória no útero, o fluxo tende a aumentar e, em mulheres que já têm cólicas, as dores podem se intensificar.

    Além disso, outras desvantagens devem ser consideradas, como:

    • O ciclo pode se prolongar, em alguns casos levando à anemia;
    • Existe maior risco relativo de infecção uterina;
    • Há chance rara de gravidez ectópica;
    • Pode ser expulso espontaneamente, sobretudo no primeiro ano.

    Outra complicação possível que Andreia destaca, e vale para todos os DIUs, é a perfuração uterina. Isso acontece quando o dispositivo atravessa a parede do útero e migra para a cavidade abdominal. O risco é baixo, mas requer atenção.

    Leia mais: Odor vaginal: quando é normal, sinais de alerta e cuidados

    Possíveis efeitos colaterais

    • Sangramento irregular nos primeiros ciclos;
    • Menstruações mais longas e volumosas;
    • Cólicas menstruais mais fortes;
    • Corrimento ou desconforto leve (geralmente passageiro).

    Essas alterações são comuns nos primeiros meses, mas tendem a melhorar entre 3 e 6 meses. Se houver febre, dor intensa ou sangramento muito forte, é importante procurar atendimento médico.

    Quais as contraindicações do DIU de cobre?

    Apesar de ser seguro e indicado para a maioria das mulheres, o DIU de cobre não é recomendado em algumas situações específicas. Entre as contraindicações absolutas, estão:

    • Gravidez confirmada ou suspeita;
    • Câncer de colo do útero ou de endométrio;
    • Infecções genitais ativas;
    • Malformações uterinas que impeçam a colocação do DIU;
    • Alergia ao cobre;
    • Sangramentos uterinos de origem desconhecida.

    Já as contraindicações relativas incluem:

    • Doenças de coagulação;
    • Doenças relacionadas ao HIV em estágio avançado;
    • Histórico de doença trofoblástica gestacional.

    Confira: Fluxo menstrual intenso: o que é, sintomas e como tratar

    Perguntas frequentes sobre DIU de cobre

    1. O DIU de cobre é abortivo?

    Não. Ele age antes da fecundação e é classificado pela OMS como método não abortivo.

    2. O DIU de cobre altera o ciclo menstrual?

    Sim, pode aumentar o fluxo e a duração da menstruação. Em alguns casos, pode causar anemia.

    3. O DIU de cobre dói para colocar?

    Pode causar cólicas leves ou moderadas, mas geralmente passageiras.

    4. Qual é a eficácia do DIU de cobre?

    Tem eficácia superior a 99%, comparável à laqueadura, mas é reversível.

    5. Quanto custa o DIU de cobre?

    É gratuito pelo SUS. Na rede privada, custa de R$150 a R$600 com o procedimento incluso.

    6. DIU de cobre engorda?

    Não. Por não conter hormônios, não afeta o peso nem o metabolismo.

    7. O DIU de cobre pode sair sozinho?

    Raramente, e costuma ocorrer no primeiro ano de uso. É importante acompanhamento médico.

    8. O DIU de cobre pode ser usado no pós-parto?

    Sim, pode ser colocado logo após o parto, desde que não haja infecção ou complicações.

    Leia também: Adenomiose: o que é, sintomas, causas e tratamento

  • Adenomiose: o que é, sintomas, causas e tratamento

    Adenomiose: o que é, sintomas, causas e tratamento

    Cólicas que não melhoram com analgésicos comuns, menstruações longas e volumosas e sensação de inchaço abdominal são alguns dos principais sintomas de adenomiose — uma condição ginecológica que afeta diretamente a qualidade de vida. Ela pode atingir entre 10% e 20% das mulheres em idade reprodutiva, sendo mais frequente entre os 30 e 50 anos.

    Conversamos com a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza para esclarecer as principais dúvidas sobre a doença, desde os sintomas até as formas de tratamento disponíveis.

    O que é adenomiose?

    A adenomiose é uma alteração benigna que ocorre quando a camada que reveste o interior do útero, o endométrio, cresce para dentro da parede muscular do útero, chamada miométrio.

    O tecido infiltrado continua respondendo aos hormônios do ciclo menstrual, como se estivesse na cavidade uterina — ele se espessa, depois se rompe e sangra. No entanto, como está preso dentro da parede muscular, o sangue não tem por onde sair.

    Como resultado, ocorre um processo inflamatório dentro do músculo uterino, que pode desencadear os principais sintomas da condição, como cólicas menstruais intensas, sangramento aumentado e aumento do tamanho do útero.

    O que causa a adenomiose?

    A causa da adenomiose ainda não é totalmente conhecida, mas uma hipótese é que o endométrio penetre diretamente no miométrio, especialmente após situações que fragilizam a parede uterina — como gravidez, parto ou procedimentos cirúrgicos.

    Também se acredita que a adenomiose esteja associada a alterações hormonais (principalmente do estrogênio) e a fatores imunológicos. A condição é mais comum em mulheres entre 35 e 50 anos que já tiveram filhos, mas pode afetar mulheres de qualquer idade.

    Tipos de adenomiose

    • Difusa: forma mais comum. O tecido endometrial se espalha de maneira irregular pela parede do útero, sem formar nódulo bem delimitado. Provoca espessamento difuso do miométrio, deixando o útero aumentado e globoso.
    • Focal: a infiltração ocorre em um ponto específico do útero, formando uma lesão delimitada chamada adenomioma. Pode causar sintomas semelhantes à forma difusa, porém às vezes menos intensos por ser localizada.

    Qual a diferença entre adenomiose e endometriose?

    Segundo Andreia Sapienza, a adenomiose difere da endometriose em pontos importantes:

    • Endometriose: relacionada à menstruação retrógrada. Parte do sangue menstrual reflui para a pelve e o tecido endometrial implanta-se fora do útero, somado a falhas do sistema imunológico.
    • Adenomiose: há perda da integridade das camadas do próprio útero; o endométrio infiltra-se no miométrio, gerando alterações estruturais.

    Nos sintomas, a endometriose costuma estar mais associada à dor em diversos locais e momentos do ciclo; a adenomiose também causa dor, mas mais ligada ao período menstrual e frequentemente acompanhada de sangramento intenso e prolongado.

    Fatores de risco da adenomiose

    Qualquer mulher pode ter adenomiose, mas alguns fatores aumentam o risco (segundo a Febrasgo):

    • Idade entre 40 e 50 anos;
    • Primeira menstruação muito cedo (antes dos 10 anos);
    • Ciclos menstruais curtos (menos de 24 dias);
    • Uso prévio de anticoncepcionais hormonais ou tamoxifeno;
    • Sobrepeso ou obesidade (IMC elevado);
    • Ter tido mais de duas gestações;
    • Histórico de abortos;
    • Cirurgias anteriores no útero.

    Quais são os sintomas de adenomiose?

    • Sangramento menstrual intenso ou prolongado;
    • Cólica menstrual forte (dismenorreia);
    • Dor pélvica crônica;
    • Dor durante a relação sexual (dispareunia);
    • Sensibilidade abdominal ao toque.

    Aproximadamente um terço das mulheres com adenomiose é assintomático; o diagnóstico pode ocorrer em exames de imagem ou após cirurgia.

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico é clínico e por imagem. Na avaliação, o útero pode estar aumentado, arredondado e mais macio. Para confirmação, utilizam-se:

    • Ultrassom transvaginal: exame de primeira escolha; identifica alterações na textura do miométrio e perda da definição da zona que separa endométrio do músculo uterino.
    • Ressonância magnética: indicada quando há dúvida diagnóstica ou associação com miomas; avalia com precisão a zona juncional.

    Em casos complexos, a confirmação definitiva pode ocorrer após cirurgia (análise histopatológica), mas, na prática, a imagem costuma ser suficiente para guiar o tratamento.

    Confira: Seu ciclo está bagunçado? Saiba quando a menstruação irregular é sinal de alerta

    Como é o tratamento de adenomiose?

    Depende dos sintomas e do perfil da paciente. De acordo com Andreia, uma abordagem frequente é o DIU hormonal (levonorgestrel), que reduz sangramento e dor e costuma trazer boa resposta.

    Se não houver melhora com tratamento clínico, persistirem dor e sangramento intenso ou houver desejo de solução definitiva, pode-se indicar histerectomia (retirada do útero). Essa decisão é preferida para mulheres que já tiveram filhos ou que têm certeza de que não desejam engravidar, pois é irreversível e geralmente não indicada para mulheres muito jovens.

    Para alívio das cólicas, analgésicos e anti-inflamatórios podem ser prescritos para melhorar a qualidade de vida durante o tratamento.

    Quem tem adenomiose pode engravidar?

    É possível, mas pode ser mais desafiador. A infiltração do endométrio no miométrio pode tornar a parede uterina mais espessa e irregular, deixando o ambiente menos favorável à implantação do embrião. Para quem deseja engravidar, é essencial acompanhamento médico, hábitos saudáveis e, quando necessário, estratégias específicas de reprodução assistida.

    Quando procurar ajuda médica?

    A identificação pode ser difícil, pois os sintomas variam de intensidade. Procure avaliação se houver:

    • Sangramentos menstruais muito intensos;
    • Cólicas fortes que não melhoram com analgésicos comuns;
    • Dor pélvica frequente.

    Quanto antes investigar, maiores as chances de aliviar sintomas e iniciar o tratamento adequado.

    Perguntas frequentes sobre adenomiose

    1. A adenomiose pode virar câncer?

    Não. A adenomiose é benigna e não tem relação direta com câncer. Porém, como os sintomas podem se confundir com os de outras doenças uterinas, o acompanhamento médico é fundamental.

    2. Por que a adenomiose causa tanta dor?

    O tecido infiltrado no músculo uterino responde aos hormônios do ciclo, cresce e sangra “preso” no miométrio, gerando inflamação local e contrações mais intensas — resultando em cólicas fortes.

    3. A adenomiose pode causar infertilidade?

    Pode, mas não é regra. O útero pode ficar aumentado e o endométrio menos receptivo, dificultando a fixação do embrião. Ainda assim, muitas mulheres com adenomiose engravidam naturalmente. Em geral, o impacto sobre a fertilidade é menor do que o da endometriose em outros órgãos.

    4. O útero aumenta de tamanho por causa da adenomiose?

    Sim. A infiltração endometrial no miométrio pode aumentar e endurecer o útero, causando sensação de peso pélvico e inchaço abdominal.

    5. A adenomiose desaparece na menopausa?

    Na maioria dos casos, sim. Como é doença hormônio-dependente, tende a regredir após a menopausa. Em mulheres próximas dessa fase, pode-se focar no controle dos sintomas até a regressão natural.

    6. A pílula anticoncepcional oral ajuda na adenomiose?

    Em alguns casos, sim. Pílulas combinadas ou apenas com progesterona podem reduzir dor e sangramento ao modular os hormônios que estimulam o endométrio. Entretanto, para muitas mulheres, o DIU hormonal é mais eficaz a longo prazo.

    Leia mais: Fluxo menstrual intenso: o que é, sintomas e como tratar

  • Teste de ovulação: saiba como identificar o período fértil com mais precisão 

    Teste de ovulação: saiba como identificar o período fértil com mais precisão 

    Para mulheres que desejam engravidar, reconhecer o período fértil pode ser decisivo. Embora existam sinais físicos que indicam a ovulação, como a mudança do muco cervical e a dor no baixo ventre, muitas mulheres buscam métodos mais objetivos. É aí que entram os testes de ovulação, vendidos em farmácias e cada vez mais populares.

    Mas até que ponto esses testes são confiáveis? Eles garantem que a ovulação realmente aconteceu? Para esclarecer essas dúvidas, conversamos com a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza, que explicou como funcionam os testes de ovulação, quando usá-los e quais são suas limitações.

    Como os testes de ovulação funcionam

    O funcionamento desses testes está diretamente ligado ao hormônio luteinizante (LH). Esse hormônio é responsável por desencadear a ovulação, promovendo o rompimento do folículo que libera o óvulo.

    “O LH faz um pico bem no momento da ovulação. Ele faz o folículo estourar e empurrar o óvulo para dentro da tuba. Então, quando o LH aumenta subitamente no sangue, é o momento em que é muito provável de ocorrer a ovulação”, explica Andreia.

    É importante reforçar: o teste não mede a ovulação em si, mas a subida do LH. “O LH é um bom preditor, aquele que prevê um evento, mas ele não é certeza do evento. Por exemplo, na síndrome dos ovários policísticos, o LH pode estar muito alto, mas a ovulação não vai ocorrer porque o folículo não consegue se romper”.

    Ou seja, os testes de ovulação ajudam a identificar o período fértil, mas não confirmam com 100% de precisão que houve liberação do óvulo.

    O que significa o resultado positivo no teste

    Quando o teste detecta a elevação do LH, indica que a ovulação deve ocorrer em até 24 a 36 horas. É por isso que os especialistas recomendam que as relações sexuais nesse período aumentem as chances de gravidez.

    Segundo Andreia, a janela fértil é relativamente curta: “O ideal é considerar 48 horas antes e 48 horas depois da ovulação. Isso porque o espermatozoide permanece viável por até dois dias dentro do trato reprodutivo, e o óvulo também se mantém viável por até dois dias depois de liberado”.

    Assim, relações sexuais nesse intervalo — dois dias antes até dois dias depois do pico de LH — oferecem maior probabilidade de concepção.

    Como usar os testes de ovulação corretamente

    Os testes de farmácia são semelhantes aos de gravidez: utilizam a urina como amostra. O ideal é usá-los em dias próximos ao meio do ciclo, de acordo com o padrão de cada mulher, e manter consistência no horário.

    “Não é proibido fazer em outro momento, mas é importante manter regularidade, mais ou menos no mesmo horário todos os dias. Pela manhã costuma ser melhor, porque a urina está mais concentrada e tende a capturar o hormônio de forma mais evidente”, recomenda Andreia.

    Dicas para melhor uso:

    • Escolher um período fixo do dia (preferencialmente manhã);
    • Evitar excesso de líquidos antes do teste para não diluir a urina;
    • Fazer o acompanhamento por alguns dias seguidos para perceber a curva de aumento do LH.

    Ou seja, os testes de ovulação funcionam como uma ferramenta prática para identificar o período fértil, mas exigem disciplina no uso para que sejam realmente eficazes.

    Alternativas aos testes de farmácia

    Embora práticos, os testes de ovulação não são a única forma de monitorar a ovulação. Outras estratégias incluem:

    • Acompanhamento do ciclo em aplicativos: ajuda a estimar o período fértil com base na duração do ciclo, embora não substitua sinais clínicos;
    • Temperatura basal: pequenas elevações (entre 0,5 e 2 graus) indicam que o pico de LH ocorreu recentemente. “É uma forma relativamente fácil: a paciente anota diariamente, e quando há esse aumento, é provável que tenha tido o pico do LH”, diz Andreia;
    • Ultrassonografia transvaginal seriada: mostra o crescimento do folículo e confirma a ovulação quando ele desaparece e dá lugar ao corpo lúteo. “Esse é o método mais preciso, porque consigo acompanhar a transformação do folículo em imagem”, afirma a médica;
    • Exames de sangue para LH: fornecem valores exatos do hormônio, mas são usados em contextos clínicos específicos.

    Enquanto aplicativos e temperatura basal podem ser usados em casa, métodos como a ultrassonografia transvaginal e exames de sangue oferecem maior exatidão, mas geralmente são aplicados em contextos clínicos. A escolha depende do objetivo da mulher.

    Em quais situações o monitoramento é mais indicado

    Para mulheres sem dificuldades reprodutivas, ter relações sexuais frequentes já é suficiente e o monitoramento não é necessário. “Se você tiver relações de duas a três vezes por semana, muito provavelmente vai cair na janela de ovulação. Não é obrigatório acompanhar o LH”, explica Andreia.

    No entanto, o monitoramento detalhado pode ser útil em casos de:

    • Tentativas de engravidar sem sucesso após meses de relações regulares;
    • Ciclos irregulares, em que é difícil prever o período fértil;
    • Preparação para técnicas de reprodução assistida, como coito programado, inseminação artificial e fertilização in vitro.

    O monitoramento da ovulação não é indispensável para todas as mulheres, mas pode fazer diferença em situações específicas.

    Reprodução assistida: papel do acompanhamento da ovulação

    Nos tratamentos de fertilidade, identificar o momento exato da ovulação é muito importante. Isso pode ser feito com ultrassonografias diárias durante o período fértil.

    “Você reconhece pelo ultrassom qual é o folículo dominante, aquele que vai romper. Em um dia você vê o folículo, no outro não vê mais — aparece o corpo lúteo. Isso mostra que houve ovulação”, detalha a ginecologista.

    Esse acompanhamento é utilizado em diferentes protocolos de reprodução assistida:

    • Coito programado: relações sexuais orientadas para dias específicos de acordo com o período de ovulação;
    • Inseminação intrauterina: o sêmen é coletado e introduzido diretamente no útero;
    • Fertilização in vitro (FIV): os óvulos são coletados após estimulação ovariana e fecundados em laboratório, sendo depois transferidos ao útero.

    Limitações e cuidados com os testes de ovulação

    Apesar de úteis, os testes de ovulação não devem ser interpretados isoladamente. Doenças como a síndrome dos ovários policísticos podem alterar os níveis de LH e gerar resultados falsamente positivos. Além disso, nem sempre o aumento do LH significa que a ovulação aconteceu.

    O teste sinaliza a possibilidade, mas a confirmação exige outros métodos, como ultrassonografia.

    Ou seja, os testes de ovulação são aliados importantes para mulheres que desejam engravidar, mas não substituem completamente a avaliação clínica. Para quem enfrenta dificuldades reprodutivas ou se prepara para tratamentos de fertilidade, o acompanhamento detalhado pode ser decisivo.

    Veja mais: Higiene menstrual: conheça os principais cuidados durante o ciclo

    Perguntas e respostas sobre testes de ovulação

    1. O que os testes de ovulação realmente medem?

    Eles detectam o aumento do hormônio luteinizante (LH) na urina, que antecede a ovulação. O teste indica que o corpo está se preparando para liberar o óvulo, mas não garante com 100% de certeza que a ovulação aconteceu.

    2. Quando é o melhor momento para usar os testes de ovulação?

    O ideal é fazer próximo ao meio do ciclo menstrual, de acordo com a duração do ciclo de cada mulher. A recomendação é usar sempre no mesmo horário, preferencialmente pela manhã, quando a urina está mais concentrada.

    3. O que significa um resultado positivo?

    Um teste positivo indica que a ovulação deve ocorrer nas próximas 24 a 36 horas. Esse é o período em que relações sexuais oferecem maiores chances de gravidez, já que o óvulo e os espermatozoides permanecem viáveis por até 48 horas.

    4. Os testes de ovulação são indicados para todas as mulheres?

    Não. Para mulheres sem dificuldades reprodutivas, manter relações sexuais frequentes (2 a 3 vezes por semana) já é suficiente para coincidir com a janela fértil. O monitoramento é mais útil em casos de ciclos irregulares, dificuldades para engravidar ou preparo para reprodução assistida.

    5. Quais são as alternativas aos testes de farmácia?

    Entre os métodos caseiros estão a observação do muco cervical e a medição da temperatura basal. Já exames de sangue para LH e ultrassonografia transvaginal são recursos clínicos que oferecem maior precisão e costumam ser usados em tratamentos de fertilidade.

    6. Quais são as limitações dos testes de ovulação?

    Eles podem dar falsos positivos em casos de condições como síndrome dos ovários policísticos (SOP), já que os níveis de LH podem se manter elevados sem que ocorra ovulação. Por isso, devem ser interpretados em conjunto com outros sinais e, em casos de dúvida, com apoio médico.

    Leia também: Odor vaginal: quando é normal, sinais de alerta e cuidados

  • Sinais de ovulação: descubra como o corpo mostra que você está no período fértil 

    Sinais de ovulação: descubra como o corpo mostra que você está no período fértil 

    A ovulação é um dos momentos-chave do ciclo menstrual e também um dos mais aguardados por mulheres que desejam engravidar ou evitar uma gestação. Saber reconhecer os sinais de que ela está acontecendo ajuda não apenas no planejamento reprodutivo, mas também no autoconhecimento sobre a saúde.

    Mas como identificar a ovulação? Quais sinais o corpo dá? E é verdade que algumas mulheres conseguem até sentir de que lado ovularam? Conversamos com a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza, que detalhou como funciona o ciclo, quais mudanças ocorrem no corpo e de que forma esses sintomas de ovulação podem ser percebidos.

    O que é a ovulação e como funciona o ciclo menstrual

    O ciclo menstrual é dividido em fases que podem ser descritas tanto do ponto de vista dos ovários quanto do endométrio (a camada interna do útero). A ovulação marca o meio desse ciclo, quando um óvulo é liberado do ovário e segue em direção às tubas uterinas, onde pode ser fecundado.

    Óvulo

    Quando se fala em fase folicular, a análise está voltada para o ovário. Nesse momento, os folículos ovarianos estão em desenvolvimento: são várias pequenas estruturas, semelhantes a cistos, cada uma contendo um óvulo.

    “Entre eles, um se torna dominante, enquanto os demais sofrem atrofia. Esse folículo dominante rompe e libera o óvulo para dentro da tuba uterina”, explica.

    Depois da liberação, inicia-se a chamada fase lútea, porque o folículo que rompeu se transforma no corpo lúteo, responsável por produzir progesterona. Esse hormônio prepara o endométrio para sustentar uma possível gravidez.

    Endométrio

    Do ponto de vista do endométrio, as fases são chamadas de proliferativa e secretória. Enquanto o folículo se desenvolve até o rompimento, o endométrio cresce para preparar o tecido e deixá-lo pronto para receber o embrião.

    “Após a liberação do óvulo, esse tecido começa a secretar glicogênio, que serve como fonte de alimento e energia para o embrião. Por esse motivo, essa etapa é denominada fase secretória”, explica Andreia.

    Em resumo, a ovulação é o ponto central do ciclo menstrual. Nos ovários, um folículo amadurece, rompe e libera o óvulo, enquanto no endométrio o tecido cresce e depois passa a produzir nutrientes para sustentar uma possível gestação.

    Assim, cada fase tem um papel complementar, garantindo que o corpo feminino esteja preparado tanto para a fecundação quanto para a implantação do embrião.

    Quando ocorre a ovulação: cada ciclo é único

    Embora se fale muito no ciclo “padrão” de 28 dias, na prática há grande variação entre as mulheres. Em ciclos regulares de 28 dias, a ovulação geralmente acontece por volta do 14º dia. Porém, em ciclos mais longos, como os de 35 dias, ela pode ocorrer apenas na terceira semana.

    A médica destaca que a fase lútea (após a ovulação) tende a ser fixa, durando cerca de 14 dias. O que varia é a fase folicular, ou seja, o período anterior à ovulação, que pode ter de 10 até 20 dias e ainda ser normal.

    “Os últimos 15 dias são mais fixos, marcados pela ovulação”, afirma.

    Por isso, calcular a ovulação apenas pelo calendário pode ser impreciso. Observar os sinais do corpo é uma estratégia complementar importante.

    Principais sinais da ovulação no corpo da mulher

    Nem todas as mulheres conseguem perceber claramente quando estão ovulando. Algumas são mais sensíveis às mudanças hormonais, enquanto outras passam por esse momento sem notar alterações. Entre os sinais da ovulação mais comuns estão:

    • Dor ou pontada no baixo ventre: conhecida como dor do meio, acontece quando o folículo se rompe e libera líquido na cavidade pélvica. Esse líquido pode causar uma irritação leve, gerando dor pontual, diferente da cólica, e até indicar de qual lado ocorreu a ovulação;
    • Pequeno sangramento no meio do ciclo: chamado de sangramento do meio, é resultado das oscilações hormonais naturais do período ovulatório;
    • Mudança no muco cervical: a secreção vaginal fica mais elástica, transparente e parecida com clara de ovo, facilitando a chegada dos espermatozoides ao óvulo;
    • Alterações de humor ou irritabilidade: geralmente menos intensas do que na TPM, mas podem aparecer em mulheres mais sensíveis às variações hormonais;
    • Aumento da libido: algumas mulheres relatam maior desejo sexual durante a fase ovulatória, influenciado pelas mudanças hormonais.

    De forma geral, os sinais da ovulação são reflexos das transformações hormonais que acontecem no corpo feminino para favorecer a fecundação. Embora variem de intensidade entre as mulheres, essas alterações funcionam como indicativos de que o organismo está no período fértil.

    Reconhecê-los pode ajudar tanto quem deseja engravidar quanto quem busca compreender melhor o próprio ciclo menstrual.

    Nem todas as mulheres sentem os sintomas da ovulação

    É importante lembrar que a ausência de sintomas não significa ausência de ovulação.

    “Algumas mulheres não sentem nada e isso não quer dizer que não ovularam. Apenas significa que são menos sensíveis a esses sinais”, reforça Andreia.

    Essa variação individual explica por que algumas mulheres conseguem identificar até de qual lado ovularam, enquanto outras só percebem a ovulação por meio de exames laboratoriais ou de imagem.

    Exames que ajudam a identificar a ovulação

    Para mulheres que desejam engravidar ou monitorar melhor a saúde reprodutiva, alguns exames podem confirmar a ovulação:

    • Hormônio antimülleriano (AMH): exame de sangue que mede a reserva ovariana, ou seja, quantos óvulos a mulher ainda tem disponíveis ao longo da vida fértil. Não mostra diretamente se a ovulação está acontecendo, mas valores muito baixos indicam menor chance de ovular nos próximos meses;
    • Ultrassonografia transvaginal seriada: feita em consultas de acompanhamento, permite observar o crescimento dos folículos no ovário e identificar com precisão o momento em que ocorre a ovulação;
    • Temperatura basal: consiste em medir diariamente a temperatura do corpo ao acordar. Um pequeno aumento pode indicar que a ovulação já aconteceu.

    Esses exames são úteis principalmente para quem enfrenta dificuldades para engravidar ou precisa de acompanhamento médico mais próximo.

    Leia mais: Exame preventivo ginecológico: o que é e quando fazer

    Quando os sinais confundem: ovulação ou TPM?

    Muitas mulheres sentem dificuldade em diferenciar os sintomas da ovulação dos da tensão pré-menstrual (TPM). Isso acontece porque ambos envolvem mudanças hormonais e podem gerar sinais parecidos, como alterações de humor, dor abdominal e sensibilidade nos seios.

    Ainda assim, existem diferenças importantes que ajudam a identificar em qual fase do ciclo a mulher está.

    • Ovulação: ocorre no meio do ciclo e pode causar dor leve no baixo ventre (a chamada dor do meio), aumento da libido, maior sensibilidade nos seios, alterações de humor e presença de muco cervical transparente e elástico;
    • TPM: surge na segunda metade do ciclo, após a ovulação, devido à queda da progesterona. Os sintomas incluem inchaço, retenção de líquidos, cólicas mais intensas, fadiga, irritabilidade e maior sensibilidade emocional;
    • Diferença prática: a dor do meio e o muco cervical característico são sinais específicos da ovulação, enquanto cólicas fortes, inchaço e oscilações emocionais marcantes estão mais relacionados à TPM.

    Saber reconhecer esses sinais da ovulação permite compreender melhor o próprio corpo, identificar o período fértil com mais clareza e lidar de forma mais consciente com os sintomas típicos de cada fase.

    Ovulação, fertilidade e saúde reprodutiva

    Conhecer os sinais da ovulação é fundamental para mulheres que desejam engravidar, mas também traz benefícios para aquelas que apenas querem entender melhor o próprio corpo. Observar os sinais pode indicar se o ciclo está funcionando normalmente e ajudar a identificar possíveis irregularidades que merecem avaliação médica.

    Andreia destaca que sinais como dor leve, sangramento discreto e mudanças no muco fazem parte do processo fisiológico. Mas reforça: se houver dor intensa, sangramento fora do esperado ou ciclos muito irregulares, o ideal é procurar acompanhamento.

    Confira: Seu ciclo está bagunçado? Saiba quando a menstruação irregular é sinal de alerta

    Perguntas e respostas sobre ovulação

    1. O que é a ovulação?

    A ovulação é o momento do ciclo menstrual em que um óvulo maduro é liberado do ovário em direção à tuba uterina. É o período em que a mulher está mais fértil e pode engravidar se houver relação sexual.

    2. Quando a ovulação acontece?

    Em ciclos regulares de 28 dias, ela costuma ocorrer por volta do 14º dia. Mas cada mulher tem um ritmo próprio: em ciclos mais longos, como os de 35 dias, a ovulação pode acontecer apenas na terceira semana.

    3. Quais são os principais sinais de ovulação?

    Entre os mais comuns estão: dor leve no baixo ventre (dor do meio), pequeno sangramento no meio do ciclo, muco cervical mais elástico e transparente, aumento da libido e alterações de humor leves.

    4. Toda mulher sente sintomas de ovulação?

    Não. Algumas mulheres percebem claramente as mudanças no corpo, enquanto outras não sentem nada. A ausência de sintomas não significa ausência de ovulação.

    5. Como diferenciar sintomas de ovulação da TPM?

    A ovulação acontece no meio do ciclo e tem sinais específicos, como dor do meio e muco cervical característico. Já a TPM surge na segunda metade do ciclo, após a ovulação, e está ligada à queda da progesterona, trazendo sintomas como inchaço, cólicas mais fortes e maior irritabilidade.

    6. Que exames podem confirmar a ovulação?

    Os principais são a ultrassonografia transvaginal seriada, que mostra o crescimento e rompimento do folículo, e exames de sangue que medem hormônios. A temperatura basal e o hormônio antimülleriano (AMH) também ajudam, mas têm funções específicas e limitações.

    7. Quando é importante monitorar a ovulação de perto?

    Em casos de dificuldade para engravidar após meses de tentativas, ciclos irregulares ou preparação para técnicas de reprodução assistida, como coito programado, inseminação artificial ou fertilização in vitro.

    Leia também: Fluxo menstrual intenso: o que é, sintomas e como tratar

  • Odor vaginal: quando é normal, sinais de alerta e cuidados 

    Odor vaginal: quando é normal, sinais de alerta e cuidados 

    Todas as vaginas produzem odor naturalmente. Ele faz parte do funcionamento saudável do corpo e pode variar conforme o ciclo menstrual, a alimentação, a transpiração e até o nível de estresse. Por isso, nem sempre é fácil identificar quando o odor vaginal é apenas fisiológico ou quando indica que algo não está bem.

    Inclusive, diversas mulheres convivem com dúvidas, sem saber ao certo quando é preciso procurar ajuda, mas é fundamental saber diferenciar situações normais de desequilíbrios que precisam de tratamento. A seguir, esclarecemos quando o odor vaginal é normal, quais casos precisam de atenção e quando procurar um médico.

    Afinal, o que é odor vaginal normal?

    A vagina é um órgão autolimpante e, assim como a boca produz saliva, ela naturalmente libera secreções ao longo do ciclo menstrual. Elas podem variar em quantidade, textura e até no cheiro — mas isso não significa, necessariamente, que há algo errado com o organismo.

    Segundo a ginecologista e obstetra Andrea Sapienza, a presença de um odor vaginal leve e característico é completamente normal. Ele pode ser mais perceptível em determinados momentos, como durante o período fértil, após a prática de exercícios físicos ou em dias de calor intenso.

    E quando o odor vaginal é anormal?

    O odor vaginal passa a ser um sinal de alerta quando vem acompanhado de alterações como:

    • Corrimento com cor esverdeada, acinzentada ou amarelada;
    • Cheiro forte e persistente, semelhante a peixe estragado ou amônia;
    • Coceira, ardência ou dor durante a relação sexual;
    • Secreção com bolhas ou consistência alterada.

    Nesses casos, é fundamental procurar avaliação médica.

    O que pode causar o odor vaginal anormal?

    Diversos fatores podem desencadear alterações no odor vaginal — e eles podem estar relacionados à parte interna da vagina ou à região externa da vulva. Confira algumas das causas mais comuns:

    Vaginose bacteriana

    De acordo com Andrea Sapienza, a causa mais comum de odor vaginal é a vaginose bacteriana. Ela ocorre quando há desequilíbrio da flora vaginal, com aumento de bactérias anaeróbias. Normalmente, a condição apresenta os seguintes sintomas:

    • Corrimento acinzentado;
    • Odor forte de peixe estragado ou amônia;
    • Pode apresentar pequenas bolhas na secreção;
    • Não causa inflamação, mas traz bastante incômodo.

    A especialista aponta que o tratamento de vaginose bacteriana geralmente é feito com o uso de remédios antibióticos, como metronidazol, via oral ou vaginal. Mas apenas um especialista pode indicar o uso, não se automedique!

    Infecções sexualmente transmissíveis (ISTs)

    É menos comum, mas algumas infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como a tricomoníase e a gonorreia, também podem provocar odor vaginal desagradável. Nesses casos, o cheiro costuma vir acompanhado de um corrimento de cor amarelada ou esverdeada — além de outros sintomas, como coceira intensa, dor durante as relações e ardência ao urinar.

    Por se tratarem de infecções de transmissão sexual, a recomendação médica é procurar atendimento imediato para diagnóstico e tratamento adequados. O uso de medicamentos específicos costuma ser necessário, e o parceiro também deve receber tratamento para evitar novas infecções.

    Bromidrose na região íntima

    A bromidrose é uma condição em que as glândulas sudoríparas da virilha, semelhantes às que temos nas axilas e nos pés, são colonizadas por bactérias. O resultado é um cheiro forte e desagradável, que aparece especialmente em situações de suor, calor intenso ou após a prática de atividades físicas, segundo Andrea.

    Diferente da vaginose, a bromidrose não está relacionada a infecções internas. O tratamento, que deve ser orientado por um profissional, costuma incluir o uso de pomadas antibióticas tópicas — além de produtos que ajudam a controlar o suor e a reduzir a proliferação bacteriana.

    Má higiene íntima

    O descuido com a higiene da região íntima também pode favorecer o surgimento de odores indesejados. O acúmulo de secreções, suor e restos de urina na vulva cria um ambiente propício para a proliferação de microrganismos, o que intensifica o cheiro.

    Porém, vale reforçar que a limpeza deve ser feita apenas na parte externa, de forma suave e equilibrada. O uso de duchas vaginais internas é extremamente prejudicial, pois pode desregular o pH natural e comprometer a flora vaginal, favorecendo infecções e irritações.

    Alimentação pode alterar o odor vaginal?

    A alimentação não é a principal causa de odor vaginal anormal, mas ela pode influenciar em algumas situações. Dietas ricas em alimentos como alho e cebola, ou mesmo o consumo excessivo de açúcar e carboidratos simples, podem alterar o cheiro natural da secreção.

    No caso da candidíase, por exemplo, embora ela não cause odor, o excesso de açúcar pode favorecer o crescimento do fungo responsável pela infecção. Por isso, é muito importante manter uma dieta equilibrada e rica em fibras, frutas e vegetais.

    Leia mais: Causas comuns de sangramento fora do período menstrual

    Como saber se a secreção é normal ou sinal de problema?

    A secreção vaginal é responsável por lubrificar, proteger e manter o equilíbrio da flora vaginal, sendo um mecanismo natural do corpo feminino. Entre as principais características dela, podemos apontar:

    • Cor transparente, leitosa ou esbranquiçada, podendo variar conforme o ciclo;
    • Textura que muda de acordo com a fase do mês: mais fluida no período fértil (semelhante à clara de ovo) e mais espessa no período pós-ovulatório;
    • Quantidade variável: algumas mulheres produzem mais secreção do que outras, o que também é normal;
    • Odor suave, quase imperceptível, que não causa incômodo;
    • Não vem acompanhada de dor, coceira, ardência ou desconforto.

    Porém, quando há um desequilíbrio da flora vaginal ou presença de infecção, a secreção pode apresentar algumas características específicas, como:

    • Cor diferente do habitual: acinzentada, amarelada, esverdeada ou até com presença de sangue fora do período menstrual;
    • Textura alterada: pode ser espumosa, com bolhas, grumosa ou muito espessa;
    • Odor forte, persistente e desagradável (semelhante a peixe estragado ou amônia);
    • Sintomas associados, como coceira, ardência ao urinar, vermelhidão na vulva ou dor durante a relação sexual;
    • Aumento repentino na quantidade de secreção, fugindo do habitual.

    Uma dica importante de observar é se a secreção está causando desconforto. A secreção fisiológica não incomoda, enquanto o corrimento anormal costuma vir acompanhado de sintomas que atrapalham a rotina, como odor forte ou prurido.

    Cuidados práticos para manter a saúde íntima em dia

    Incluir algumas medidas simples na rotina pode ajudar a manter o equilíbrio da flora vaginal e evitar odores desagradáveis. Entre eles, destacamos:

    • Higienização correta: lave apenas a parte externa da vulva com sabonete;
    • Escolha das roupas íntimas: prefira calcinhas de algodão e evite peças muito apertadas, que aumentam a umidade e favorecem a proliferação de microrganismos;
    • Hábitos saudáveis: beber bastante água, manter uma alimentação equilibrada e reduzir o consumo de açúcar e álcool auxilia no bom funcionamento do organismo e fortalece a imunidade;
    • Trocar absorventes e calcinhas ao longo do dia: isso ajuda a manter a região seca e limpa, o que reduz o risco de infecções;
    • Rotina de consultas: mesmo quando não há sintomas, realizar acompanhamento ginecológico regularmente permite identificar alterações de forma precoce. Um especialista também pode orientar sobre cuidados específicos de acordo com cada fase da vida.

    Confira: Higiene menstrual: conheça os principais cuidados durante o ciclo

    Perguntas frequentes sobre odor vaginal

    1. Toda vagina tem cheiro?

    Sim, toda vagina tem um odor natural, e isso é absolutamente normal. O cheiro faz parte do equilíbrio da flora vaginal e varia de acordo com fatores como ciclo menstrual, ovulação, atividade física, transpiração e até mesmo alimentação.

    É importante entender que ter odor não significa falta de higiene nem doença. Muitas pessoas acham que a vagina deveria ter cheiro neutro ou perfumado, mas isso é um mito. A vagina é um órgão vivo, com secreções naturais, e ter odor faz parte do funcionamento normal do corpo.

    2. Como tirar odor vaginal?

    Primeiro é importante lembrar que toda vagina tem um cheiro natural, e isso não significa falta de higiene.

    Para evitar odores fortes e desconfortáveis, mantenha a higiene da região íntima apenas na parte externa, troque calcinha e absorventes com frequência, use roupas leves e de algodão e beba bastante água.

    Agora, se o odor vier acompanhado de coceira, corrimento diferente ou ardência, pode ser sinal de infecção. Nesse caso, o correto é procurar um ginecologista.

    3. Como diferenciar odor normal de odor anormal?

    O odor normal costuma ser suave, não causa incômodo e pode variar levemente ao longo do ciclo. Já o odor anormal tende a ser forte, persistente e acompanhado de outros sinais, como secreção acinzentada, amarelada ou esverdeada, coceira, ardência ou dor durante as relações sexuais. Na presença desses sintomas, é fundamental procurar atendimento médico.

    4. O uso de sabonete íntimo é indicado?

    O uso de sabonetes íntimos pode ser feito com cautela, mas não é obrigatório. O mais importante é não realizar lavagens internas, pois isso altera o pH vaginal e pode favorecer infecções.

    A limpeza deve ser feita apenas na parte externa, com sabonete neutro ou próprio para a região. No caso de sabonetes íntimos, eles devem ser usados em quantidade moderada, sem exageros, para não irritar a mucosa.

    5. É normal a vagina ter um cheiro mais forte durante a menstruação?

    Durante a menstruação, o sangue em contato com o pH vaginal pode gerar um odor mais forte, mas isso é considerado normal. O uso de absorventes por longos períodos também intensifica o cheiro, já que o sangue se acumula e entra em contato com o ar.

    Nesses casos, basta trocar os absorventes com frequência, manter a higiene adequada e lembrar que a variação faz parte do ciclo e não indica problemas.

    6. O que é vaginose bacteriana e por que causa mau cheiro?

    A vaginose bacteriana é o desequilíbrio mais comum da flora vaginal, e ocorre quando há aumento de bactérias anaeróbias, que produzem compostos responsáveis por um odor característico de peixe estragado. Além do mau cheiro, pode surgir corrimento acinzentado, às vezes com bolhas. O tratamento é feito com antibióticos específicos, prescritos pelo médico.

    7. Gravidez pode alterar o odor vaginal?

    Durante a gestação, os hormônios provocam diversas mudanças no corpo da mulher, incluindo na vagina. O aumento da vascularização e da produção de secreção pode intensificar o odor, mas isso geralmente é normal.

    No entanto, se o cheiro vier acompanhado de secreção anormal, coceira ou ardência, é importante buscar avaliação médica para investigar possíveis infecções, que podem trazer riscos para a gestação.

    8. Quando devo procurar o ginecologista?

    A orientação é procurar ajuda sempre que o odor vaginal for forte, persistente e vier acompanhado de alterações no corrimento, dor, coceira, ardência ou sangramento fora do período menstrual.

    Também é importante buscar avaliação em caso de suspeita de infecção sexualmente transmissível (IST) ou quando as mudanças no odor afetam a qualidade de vida. Um exame físico pode identificar a causa e definir o tratamento adequado, evitando o uso incorreto de remédios.

    Leia também: Fluxo menstrual intenso: o que é, sintomas e como tratar

  • Fluxo menstrual intenso: o que é, sintomas e como tratar

    Fluxo menstrual intenso: o que é, sintomas e como tratar

    Você já ouviu falar em menorragia? O quadro, também chamado de fluxo menstrual intenso, ocorre quando a quantidade de sangue eliminada durante a menstruação é maior do que o considerado normal.

    Apesar de muitas vezes ser considerada comum, o fluxo intenso pode afetar diretamente a qualidade de vida, causar anemia e até sinalizar doenças mais sérias, como distúrbios hormonais ou alterações uterinas.

    Mas afinal, como é possível identificar se a menstruação é mais intensa que o normal? Quem convive com a condição costuma sentir impacto direto na qualidade de vida, e alguns sinais podem indicar que é hora de procurar um ginecologista. Entenda mais, a seguir!

    O que é ter um ciclo menstrual regular?

    De acordo com a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza, um ciclo regular dura entre 25 e 35 dias, sendo contado do primeiro dia de uma menstruação até o primeiro dia seguinte. O sangramento deve ter duração de 3 a 7 dias. O padrão mais comum é o ciclo de 28 dias, mas variações dentro desta faixa ainda são consideradas normais.

    No ciclo, há duas fases principais:

    • Fase folicular: dura em média 15 dias e corresponde ao desenvolvimento do óvulo;
    • Fase lútea: ocorre após a ovulação, quando o corpo se prepara para uma possível gestação.

    O fluxo menstrual normal apresenta maior intensidade entre o segundo e o terceiro dia, diminuindo gradualmente até acabar. Muitas mulheres confundem irregularidade com ciclos que simplesmente acontecem duas vezes no mesmo mês, mas que ainda estão dentro da faixa considerada normal.

    O que é menorragia?

    O fluxo menstrual intenso acontece quando a perda de sangue é maior do que o esperado, seja pela quantidade ou pela duração. Nessa situação, o sangramento:

    • Dura mais de 7 dias consecutivos;
    • Exige a troca de absorvente a cada 1 ou 2 horas;
    • Gera coágulos grandes e volumosos;
    • Há episódios de vazamento noturno, mesmo com absorventes adequados;
    • Interfere nas atividades diárias, como trabalhar, estudar ou praticar exercícios.

    Normalmente, pessoas que convivem com a menorragia precisam lidar com a necessidade de trocar absorventes a cada hora, roupas manchadas, noites mal dormidas e até dificuldade para manter compromissos sociais e profissionais.

    De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CCD), mulheres com fluxo intenso perdem em média 80 ml de sangue por ciclo, o dobro do volume considerado normal. Em alguns casos, isso pode levar a quadros de anemia — provocando fadiga, tontura e falta de concentração.

    Veja também: Causas comuns de sangramento fora do período menstrual

    Sintomas da menorragia

    Nem sempre é fácil identificar quando o fluxo menstrual está mais intenso que o normal. Por isso, é importante observar alguns sinais, como:

    • Sangramento que dura mais de uma semana;
    • Troca frequente de absorventes (a cada 1 hora);
    • Uso de dupla proteção (absorvente interno e externo juntos);
    • Presença de coágulos grandes;
    • Dores abdominais fortes durante a menstruação.

    Quando procurar ajuda médica?

    Se você apresenta mais de dois desses sintomas com frequência, é fundamental procurar um ginecologista. O fluxo intenso pode ser apenas uma característica do seu corpo, mas também pode estar ligado a problemas de saúde que exigem acompanhamento.

    O que pode causar fluxo menstrual intenso?

    O ciclo menstrual faz parte da vida da maioria das mulheres em idade fértil, mas quando o sangramento é muito intenso, ele pode indicar a presença de algumas condições. Entre as mais comuns, de acordo com pesquisas e orientações da ginecologista Andreia Sapienza, destacamos:

    • Alterações anatômicas: miomas, pólipos e adenomiose;
    • Alterações hormonais: disfunções da tireoide, alterações da prolactina, síndrome dos ovários policísticos;
    • Distúrbios de coagulação;
    • Uso de medicamentos: como anticoagulantes;
    • Fatores ligados ao estilo de vida: como estresse intenso, mudanças de peso ou prática excessiva de exercícios.

    Como é feita a investigação do fluxo menstrual intenso?

    Para descobrir a causa do fluxo menstrual intenso, o médico avalia os sintomas do paciente e pode pedir alguns exames, como:

    • Ultrassonografia transvaginal: avalia o útero e os ovários, identificando miomas, pólipos, cistos e sinais de adenomiose;
    • Exames de sangue: o hemograma detecta anemia, enquanto dosagens hormonais ajudam a verificar a função da tireoide, da prolactina e da ovulação;
    • Exames de coagulação: investigam possíveis distúrbios no sangue que favoreçam sangramentos aumentados;
    • Biópsia do endométrio: indicada em casos específicos, principalmente para mulheres acima dos 40 anos ou com histórico familiar de câncer ginecológico.

    Leia mais: Higiene menstrual: conheça os principais cuidados durante o ciclo

    Tratamentos para fluxo menstrual intenso

    O tratamento do fluxo menstrual intenso varia de acordo com a causa da condição, e pode incluir:

    • Terapia hormonal: com anticoncepcionais orais, DIU hormonal, implantes ou injeções de progesterona, que reduzem ou até suspendem a menstruação;
    • Medicamentos específicos: como o ácido tranexâmico, usados em episódios agudos de sangramento;
    • Anti-inflamatórios não hormonais: que ajudam a controlar cólicas e reduzem discretamente o fluxo;
    • Cirurgias: quando há miomas, pólipos ou outras alterações estruturais que não respondem ao tratamento clínico. Em casos graves, pode ser indicada a histerectomia (retirada do útero).

    Em casos de anemia, também é fundamental indicar um tratamento com suplementação. No entanto, conforme reforça Andrea, não adianta apenas tratar a anemia sem controlar o sangramento: é preciso “fechar a torneira” para que o corpo consiga se recuperar.

    Riscos do fluxo menstrual intenso

    O maior problema do fluxo intenso é a anemia, já que o corpo perde ferro e hemoglobina de forma mais rápida do que consegue repor. Nesse cenário, a pessoa sente cansaço constante, falta de disposição, palpitações, queda de cabelo, unhas frágeis e falta de ar. Em casos graves, a anemia pode causar complicações cardíacas.

    Por isso, o hemograma é geralmente um dos primeiros exames solicitados quando há suspeita de fluxo aumentado. Se o resultado confirmar anemia, é muito provável que a menstruação abundante esteja diretamente ligada ao quadro.

    Perguntas frequentes sobre fluxo menstrual intenso

    1. Como saber se meu fluxo é realmente intenso?

    Se você precisa trocar o absorvente a cada 1 ou 2 horas, usa dupla proteção (absorvente interno e externo juntos), fica mais de 7 dias menstruada ou apresenta sinais de anemia, como cansaço extremo, tontura ou falta de ar, é bem provável que esteja com fluxo menstrual intenso. Nesses casos, é fundamental procurar um médico.

    2. Como diminuir o fluxo menstrual rápido?

    Alguns remédios, como anti-inflamatórios, podem reduzir o sangramento. Porém, só devem ser usados com indicação médica, pois cada caso tem uma origem diferente e a automedicação pode mascarar sintomas importantes ou até piorar o problema.

    3. Chá para diminuir o fluxo menstrual funciona?

    Não existem evidências científicas de que o consumo de chá realmente controle o fluxo intenso. Eles podem até ajudar no alívio de cólicas leves, mas não substituem tratamento médico.

    4. Ibuprofeno diminui o fluxo menstrual?

    Sim. O ibuprofeno, além de aliviar a dor, pode reduzir o volume do sangramento em até 30%, segundo estudos. Mas deve ser usado apenas com orientação médica, principalmente para quem tem problemas gástricos.

    5. Existe diferença entre cólica menstrual forte e fluxo menstrual intenso?

    Sim, são coisas diferentes, mas que podem aparecer juntas. A cólica menstrual (ou dismenorreia) é a dor causada pela contração do útero para eliminar o endométrio, podendo variar de leve a incapacitante.

    Já o fluxo menstrual intenso (menorragia) se refere especificamente à quantidade de sangue eliminada. Uma mulher pode ter cólicas fortes sem apresentar fluxo intenso, e também pode ter fluxo abundante sem sentir muita dor.

    Leia também: Seu ciclo está bagunçado? Saiba quando a menstruação irregular é sinal de alerta

  • Sabonete íntimo é necessário? Conheça os cuidados e quando usar

    Sabonete íntimo é necessário? Conheça os cuidados e quando usar

    Com embalagens delicadas e promessas de limpeza suave e frescor, o sabonete íntimo é um produto desenvolvido especialmente para a higiene da região vaginal. Normalmente indicado para pessoas com uma pele mais delicada, ele tem uma fórmula pensada para respeitar o pH da área, que é naturalmente mais ácido.

    Mas será que ele é realmente necessário? A vagina, por ser um órgão autolimpante, consegue manter sozinha o seu equilíbrio interno, sem precisar de produtos específicos. Ainda assim, existem situações em que o sabonete íntimo pode ser útil — desde que usado com atenção e alguns cuidados básicos.

    Para que serve o sabonete íntimo?

    O sabonete íntimo é um produto desenvolvido para a higienização da região da vulva, ou seja, a parte externa da genitália feminina. Ele é formulado para ter um pH mais próximo ao da pele dessa área, geralmente entre 4,5 e 5,5, o que ajuda a reduzir irritações em pessoas mais sensíveis.

    De acordo com a ginecologista e obstetra Andrea Sapienza, o sabonete íntimo não deve ser usado internamente, ou seja, no canal vaginal. Isso porque a vagina tem sua própria flora — um conjunto de bactérias e fungos que convivem em equilíbrio, protegendo contra infecções. Quando há lavagens internas, o equilíbrio pode ser quebrado, aumentando o risco de corrimentos e infecções.

    Qual a diferença entre o sabonete íntimo e o sabonete comum?

    Tanto o sabonete íntimo quanto o comum fazem a mesma função, que é limpar a pele, mas existem algumas diferenças importantes entre eles.

    O sabonete comum, especialmente os em barra, costuma ser mais alcalino (pH mais alto) do que o ambiente natural da vulva — e isso faz diferença porque a mucosa da entrada vaginal é delicada e mais sensível ao ressecamento. Com o uso diário de sabonetes tradicionais, algumas pessoas podem sentir coceira ou até pequenas irritações.

    Já o sabonete íntimo foi formulado justamente para minimizar irritações. Ele apresenta um pH levemente ácido (em torno de 4,5 a 5,5), que se aproxima mais do equilíbrio natural da região vaginal. Isso significa que, em mulheres com maior sensibilidade, ele pode contribuir para reduzir incômodos e trazer uma sensação maior de conforto após o banho.

    A textura e a composição também podem ser diferentes. Os sabonetes comuns costumam ter fragrâncias mais fortes, corantes e detergentes que ressecam a pele, enquanto os sabonetes íntimos normalmente são líquidos, mais suaves e com fórmulas pensadas para não agredir a área.

    Leia também: Causas comuns de sangramento fora do período menstrual

    Existem benefícios de usar o sabonete íntimo?

    Os benefícios do sabonete íntimo são relativos. Para quem nunca apresentou irritação com sabonete comum, não existe necessidade de trocar. Ele já é suficiente para higienizar a região.

    No entanto, em casos de desconforto, ressecamento ou pele mais sensível, o sabonete íntimo pode ser uma boa alternativa. Segundo Andrea Sapienza, a suavidade da fórmula ajuda a reduzir incômodos.

    Vale destacar que o sabonete íntimo não previne infecções, nem altera a flora vaginal interna. Ele é apenas um produto complementar de higiene e deve ser usado corretamente.

    Quando o sabonete íntimo pode ajudar?

    Existem situações específicas em que o sabonete íntimo pode trazer maior conforto, como:

    • Sensibilidade cutânea: mulheres que sentem ardência ou ressecamento com sabonete comum;
    • Clima quente: durante o verão, o suor pode aumentar o desconforto na região;
    • Prática de atividades físicas: após exercícios intensos, a sensação de frescor pode ser maior com sabonete íntimo;
    • Pós-menopausa: nessa fase, a pele da região íntima tende a ficar mais ressecada, e sabonetes comuns podem agravar o quadro.

    É importante ressaltar novamente que, para mulheres sem queixas de irritação e desconforto, não há necessidade de usar um sabonete íntimo.

    Como usar sabonete íntimo?

    O sabonete íntimo deve ser usado apenas na parte externa da região genital (vulva), nunca dentro da vagina. Veja como fazer da forma correta:

    • Durante o banho, aplique uma pequena quantidade do sabonete íntimo na mão;
    • Passe suavemente na vulva (parte externa), sem esfregar em excesso;
    • Enxágue bem com água corrente, garantindo que não fiquem resíduos do produto;
    • Por fim, seque delicadamente com uma toalha limpa e macia, sem friccionar.

    Dica: o sabonete íntimo pode ser usado uma vez ao dia, durante o banho. Em excesso, pode causar ressecamento, mesmo sendo formulado para a região genital.

    Pode usar sabonete íntimo durante a menstruação?

    No período menstrual, é comum sentir a necessidade de caprichar na higiene íntima. O sabonete íntimo pode sim ser usado durante a menstruação, mas com moderação.

    A limpeza deve ser feita apenas na parte externa da vulva, pois a região já tem um sistema natural de proteção e não precisa de lavagens internas. O uso de produtos dentro da vagina ou duchas não é recomendado e pode causar um desequilíbrio na flora vaginal — o que aumenta o risco de infecções.

    Durante a menstruação, fatores como o uso de absorventes, o contato constante com o sangue e a transpiração deixam a região mais sensível. Por isso, é suficiente higienizar de forma suave, sem excesso de lavagens ao longo do dia.

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    Como cuidar da saúde íntima?

    A vagina tem uma flora natural formada por bactérias boas que atuam como uma barreira de defesa, mas esse equilíbrio pode ser afetado por hábitos inadequados. Por isso, incluir alguns cuidados no dia a dia contribui para prevenir infecções, odores desagradáveis e desconfortos. Entre eles, é possível destacar:

    • Higienizar apenas a parte externa da vulva: não é preciso nem indicado lavar a parte interna, pois a vagina já possui um sistema natural de limpeza;
    • Preferir roupas íntimas de algodão: o tecido permite maior ventilação e evita o acúmulo de suor, reduzindo a chance de irritações;
    • Evitar roupas apertadas por longos períodos: peças muito justas aumentam a umidade local e podem facilitar a proliferação de fungos;
    • Trocar absorventes e calcinhas com frequência: manter a região sempre seca e limpa ajuda a evitar infecções;
    • Evitar duchas internas ou produtos perfumados: fragrâncias e substâncias químicas podem causar alergias e desequilibrar a flora vaginal.

    Além das medidas, é importante manter consultas ginecológicas regulares, que ajudam a identificar alterações precocemente, tirar dúvidas sobre higiene íntima e receber orientações específicas para cada fase da vida.

    Perguntas frequentes sobre sabonete íntimo

    1. Posso usar sabonete íntimo todos os dias?

    Sim, você pode usar o sabonete íntimo diariamente, mas sempre com moderação. O ideal é aplicá-lo apenas uma vez por dia, durante o banho. Usar o produto várias vezes ao dia pode ressecar a pele da vulva e até mesmo causar desconfortos.

    2. O sabonete íntimo pode ser usado dentro da vagina?

    Não, ele deve ser aplicado apenas na parte externa da região genital, nunca dentro da vagina. A cavidade vaginal já possui um sistema de autolimpeza eficiente, que mantém bactérias benéficas em equilíbrio.

    Inserir sabonetes, duchas ou qualquer produto interno pode causar desequilíbrio e irritação.

    3. Sabonete íntimo previne infecções?

    Não existem evidências científicas de que o sabonete íntimo possa prevenir infecções vaginais. Na verdade, quando usado de forma incorreta, principalmente em duchas internas ou em excesso, ele pode aumentar o risco de desequilíbrio da flora.

    O que realmente ajuda a prevenir infecções é a manutenção de bons hábitos, como usar roupas íntimas de algodão, evitar calças muito apertadas, trocar absorventes regularmente e ter uma alimentação equilibrada.

    4. Sabonete íntimo pode causar alergia?

    Sim, pode acontecer. Apesar de serem formulados para peles delicadas, alguns sabonetes íntimos contêm fragrâncias, corantes ou outros componentes químicos que podem causar reações alérgicas em pessoas mais sensíveis.

    Os sinais incluem coceira, vermelhidão, ardência ou inchaço. Nesses casos, o uso deve ser suspenso imediatamente e, se os sintomas persistirem, procure um ginecologista ou dermatologista.

    5. Qual o melhor sabonete íntimo?

    O melhor sabonete íntimo é aquele que respeita as características da sua pele e não causa irritação. Prefira fórmulas suaves, sem fragrâncias fortes, hipoalergênicas e com pH balanceado. Evite produtos com excesso de corantes, álcool ou substâncias muito químicas.

    O ideal é sempre testar com moderação no início e observar como seu corpo reage. Em caso de dúvidas, peça orientação ao seu ginecologista.

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