Como saber se eu estou com diabetes gestacional? 

Grávida com diabetes gestacional faz anotações de glicemia para mostrar ao médico.

Embora na maior parte das vezes o diabetes gestacional desapareça depois do parto, ele exige atenção especial durante a gestação. Isso porque níveis elevados de glicose podem trazer riscos tanto para a mãe quanto para o bebê, muitos deles evitáveis com orientação médica, alimentação equilibrada e monitoramento regular.

Venha entender mais sobre essa condição que atinge grávidas e como descobrir se você tem a doença.

O que é diabetes gestacional?

O diabetes gestacional acontece quando os níveis de açúcar no sangue ficam mais altos do que o esperado durante a gravidez.

Ao contrário do diabetes tipo 1 ou tipo 2, que já existem antes da gestação, o diabetes gestacional surge apenas durante a gravidez e costuma desaparecer após o parto.

Quando a mulher já tem diabetes antes de engravidar, o quadro é chamado de diabetes prévio ou pré-gestacional, e não diabetes gestacional.

Por que o diabetes gestacional acontece?

Durante a gestação, a placenta produz hormônios que dificultam a ação da insulina, fenômeno chamado de resistência à insulina. Essa resistência é normal, mas em algumas mulheres ela acontece de forma mais intensa.

Quando o corpo não consegue compensar essa dificuldade, a glicose começa a se acumular no sangue, levando ao diabetes gestacional.

Quem tem mais risco de desenvolver diabetes gestacional?

Fatores de risco

  • Ter tido diabetes gestacional em outra gravidez;
  • Estar com sobrepeso ou obesidade;
  • Idade materna acima de 35 anos;
  • Histórico familiar de diabetes;
  • Outras doenças metabólicas (triglicérides altos, pressão alta);
  • Síndrome dos ovários policísticos (SOP).

Alguns fatores são modificáveis; outros, não. Mas identificar o risco ajuda a planejar o acompanhamento adequado.

Diagnóstico: como é feito?

O diagnóstico ocorre durante o pré-natal.

1. Primeira consulta (antes da 20ª semana)

O médico solicita o exame de glicemia em jejum. Com esse resultado, é possível:

  • Diagnosticar diabetes prévio;
  • Diagnosticar diabetes gestacional;
  • Ou seguir avaliando até um exame confirmatório.

2. Teste Oral de Tolerância à Glicose (TOTG) — 24ª a 28ª semana

Indicado quando:

  • O pré-natal começou tardiamente;
  • A glicemia de jejum inicial foi normal.

A gestante coleta o sangue em jejum, bebe uma solução de glicose, e novas coletas são feitas após 1h e 2h.

Riscos para a mãe e para o bebê

Riscos para a mãe

  • Pressão alta na gravidez (pré-eclâmpsia);
  • Parto prematuro;
  • Maior chance de cesariana;
  • Infecções urinárias e candidíase;
  • Risco aumentado de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro.

Riscos para o bebê

  • Crescimento exagerado no útero (macrossomia), principalmente acima de 4.000 g;
  • Prematuridade;
  • Malformações congênitas;
  • Hipoglicemia ao nascer;
  • Maior risco de obesidade e diabetes na vida adulta.

Tratamento e cuidados

Mesmo sendo um quadro que exige atenção, o diabetes gestacional pode ser controlado.

Alimentação equilibrada

  • Pequenas refeições ao longo do dia;
  • Priorizar frutas, legumes, verduras e integrais;
  • Evitar doces e alimentos gordurosos.

Atividade física

Com autorização do obstetra, atividades físicas leves ajudam a controlar a glicose.

Monitoramento da glicose

O médico pode orientar medições regulares em casa.

Uso de insulina

Pode ser necessário quando dieta e exercícios não são suficientes. Os remédios antidiabéticos orais são reservados apenas para casos específicos.

O parto

Diabetes gestacional controlado (sem insulina)

  • O parto pode ser normal;
  • Pode ocorrer até 40 semanas, se mãe e bebê estiverem bem;
  • Cesárea pode ser indicada se o bebê estiver muito grande.

Uso de insulina durante a gestação

O parto pode ser antecipado para entre 38 e 39 semanas.

Cuidados após o parto

  • Manter alimentação saudável e rotina de exercícios;
  • Interromper o uso de insulina após o parto (quando usada apenas na gestação);
  • Aferir glicemia em jejum nas primeiras 24 a 72 horas;
  • Repetir o Teste Oral de Tolerância à Glicose entre 6 e 12 semanas;
  • Manter acompanhamento médico.

O diabetes gestacional costuma desaparecer, mas há maior risco de desenvolver diabetes tipo 2 futuramente.

Importância do acompanhamento

O pré-natal é essencial para:

  • Diagnosticar cedo;
  • Reduzir riscos para mãe e bebê;
  • Ajustar o tratamento;
  • Monitorar o crescimento fetal.

Seguir as orientações médicas é a melhor forma de garantir uma gestação segura.

Leia também: Toxoplasmose: entenda a importância de evitar a doença na gestação

Perguntas frequentes sobre diabetes gestacional

1. O diabetes gestacional sempre desaparece depois do parto?

Na maioria das vezes, sim. Mas o risco de desenvolver diabetes tipo 2 no futuro aumenta.

2. Ter diabetes gestacional significa que terei diabetes para sempre?

Não. Mas é importante fazer acompanhamento.

3. Posso ter parto normal?

Sim, se o diabetes estiver controlado e o bebê não estiver muito grande.

4. É possível evitar o diabetes gestacional?

Não totalmente, mas manter peso saudável e praticar exercícios reduz o risco.

5. O bebê sente algo durante o exame de teste oral de tolerância à glicose?

Não. O teste é seguro.

6. Se eu precisar de insulina, significa que meu diabetes é grave?

Não necessariamente. Muitas vezes é apenas o método mais seguro para controlar a glicose.

7. O diabetes gestacional pode voltar em outra gravidez?

Sim, especialmente se houve fatores de risco persistentes.

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