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  • Infarto em mulheres: sintomas silenciosos para ficar atenta

    Infarto em mulheres: sintomas silenciosos para ficar atenta

    O infarto ainda é visto, no imaginário popular, como um problema masculino. Mas a realidade é bem diferente e preocupante. As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte entre as mulheres no mundo. E o mais grave é que o infarto nelas pode se manifestar de forma diferente, com sinais discretos que passam despercebidos e atrasam o socorro.

    “O infarto em mulheres apresenta peculiaridades significativas que o diferenciam do infarto em homens, desde os sintomas até os impactos e desfechos”, explica a cardiologista Juliana Soares, do Hospital Albert Einstein. Entender essas diferenças é muito importante para agir rápido e salvar vidas.

    Por que o infarto em mulheres é diferente?

    Enquanto nos homens o sintoma mais típico é a dor intensa no peito irradiando para o braço esquerdo, nas mulheres os sinais podem ser mais discretos, e podem ser facilmente confundidos com ansiedade, indigestão ou cansaço.

    “Uma das distinções mais marcantes entre o infarto em mulheres e homens reside na apresentação dos sintomas”, explica a cardiologista. Isso ajuda a entender por que tantas mulheres demoram a buscar atendimento.

    Os 7 sintomas silenciosos do infarto feminino

    Mesmo que não haja dor forte no peito, as mulheres precisam ficar atentas a outros sinais. Conheça os mais comuns:

    • Fadiga persistente;
    • Desconforto na região do tórax;
    • Falta de ar;
    • Náuseas e vômitos;
    • Tontura.

    “Esses sintomas menos proeminentes e muitas vezes pouco valorizados podem levar a um atraso significativo no diagnóstico e tratamento”, reforça a médica.

    Fatores de risco específicos para mulheres

    Alguns riscos são compartilhados com os homens, como pressão alta, colesterol alto, obesidade e tabagismo, mas outros afetam mais as mulheres ou têm impacto diferente nelas.

    • Diabetes: essa doença aumenta o risco cardiovascular de forma mais intensa nas mulheres.
    • Estresse e depressão: mais comuns nas mulheres, essas condições estão ligadas a um risco maior de infarto.
    • Doenças autoimunes: o lúpus e a artrite reumatoide, por exemplo, são mais comuns em mulheres e podem aumentar o risco de infarto.
    • Complicações na gravidez: pré-eclâmpsia, eclâmpsia, diabetes gestacional e parto prematuro são fatores que aumentam o risco de doenças cardiovasculares em mulheres.
    • Menopausa: a queda nos níveis de estrogênio aumenta o risco cardiovascular.

    Diferença no infarto em mulheres e homens

    Nos homens, o infarto costuma ocorrer pelo rompimento de uma placa de gordura em uma grande artéria do coração, levando à formação de um coágulo.

    “Já nas mulheres, é mais comum haver problemas nos pequenos vasos sanguíneos do coração ou mesmo um infarto causado por uma condição chamada dissecção espontânea da artéria coronária, um ‘rasgo’ na parede da artéria que, embora rara, é mais frequente em mulheres jovens e de meia-idade”, explica a cardiologista.

    Por que o prognóstico pode ser pior nas mulheres?

    A médica explica que quatro fatores principais contribuem para a gravidade do infarto nas mulheres:

    • Atraso no diagnóstico: devido aos sintomas atípicos, o diagnóstico pode demorar a acontecer.
    • Maior número de comorbidades: mulheres tendem a ser mais velhas e ter mais doenças associadas no momento do infarto, e isso pode complicar o tratamento e a recuperação.
    • Baixa adesão à reabilitação cardíaca: menos mulheres são encaminhadas e participam desses programas de reabilitação cardíaca, que são essenciais para a recuperação.
    • Padrão de vida pós-infarto: as mulheres podem enfrentar mais desafios em retomar suas atividades diárias ou profissionais por conta de sequelas físicas e emocionais do infarto.

    Prevenção: o que você pode fazer

    As mulheres precisam conhecer seus fatores de risco e manter um estilo de vida saudável. Isso inclui alimentação equilibrada, atividade física regular, controle do estresse e acompanhamento médico. E, sobretudo, não ignorar sinais incomuns que possam indicar problemas no coração.

    “Aumentar a conscientização sobre os sintomas atípicos, a importância do diagnóstico precoce e a necessidade de uma abordagem personalizada no tratamento e prevenção é fundamental para mudar essa realidade”, conclui a cardiologista Juliana Soares.

    Perguntas frequentes sobre infarto em mulheres

    1. Quais são os sintomas mais comuns de infarto em mulheres?

    Fadiga, falta de ar, desconforto no peito, náuseas, tontura são os principais sinais.

    2. É verdade que mulheres têm menos dor no peito durante o infarto?

    Sim. Muitas não apresentam a dor clássica, o que dificulta o reconhecimento imediato.

    3. Mulheres jovens podem ter infarto?

    Sim, especialmente em casos de dissecção espontânea da artéria coronária (o “rasgo” na artéria) ou fatores de risco como estresse, depressão, diabetes e doenças autoimunes.

    4. O que devo fazer se sentir sintomas suspeitos?

    Procure atendimento médico imediato ou acione o SAMU pelo número 192.

    5. Menopausa aumenta o risco de infarto?

    Sim. A queda no estrogênio após a menopausa está associada a maior risco de problemas no coração.

    6. Quais fatores de risco são exclusivos das mulheres?

    Complicações na gravidez e impacto hormonal da menopausa.

    7. Como prevenir o infarto feminino?

    Manter hábitos saudáveis, controlar doenças crônicas, fazer check-ups regulares e conhecer os sinais de alerta.

  • Insônia: por que dormir mal afeta corpo e mente 

    Insônia: por que dormir mal afeta corpo e mente 

    Dormir virou quase um luxo nos dias de hoje. Entre o celular que não para de apitar, o trabalho que invade a madrugada e a cabeça que não desliga, muita gente já nem lembra como é acordar descansado. Mas o problema vai além do cansaço. A privação de sono pode desencadear problemas físicos, emocionais e até mesmo transtornos como a depressão.

    Hoje, estima-se que 72% dos brasileiros sofram com alterações no sono. Entenda mais sobre a relação entre insônia, depressão e outras doenças, e o que você pode fazer para ter boas noites de sono.

    Por que dormir bem é importante?

    O sono é um processo biológico essencial para a saúde. Enquanto você dorme, seu corpo trabalha e regula hormônios, equilibra o sistema imunológico, consolida memórias e faz até uma espécie de “faxina” no cérebro. Essa limpeza é feita pelo chamado sistema glinfático, que remove toxinas e proteínas associadas a doenças neurológicas, uma função descoberta só em 2012.

    Hoje, o sono é considerado o terceiro pilar da saúde, ao lado da alimentação equilibrada e da atividade física. “Reconhecer seus impactos profundos representa o primeiro passo para uma revolução nos cuidados pessoais e na saúde pública”, afirma a cardiologista Juliana Soares, do Hospital Israelita Albert Einstein.

    O impacto da insônia na saúde física

    O impacto do sono é brutal. Uma noite maldormida já bagunça o corpo todo. Estudos mostram que uma única noite de sono ruim pode reduzir a sensibilidade à insulina em até 25%, e isso é preocupante, pois deixa o corpo em um estado semelhante ao pré-diabetes. Não é exagero: dormir pouco aumenta a chance de ganhar peso, de obesidade e de diabetes tipo 2.

    Como se não bastasse, a falta de sono também afeta o coração. “Durante o sono, a pressão arterial tende a cair. Quando o sono é curto ou fragmentado, isso não acontece, e o risco de hipertensão e doenças cardíacas aumenta”, explica a cardiologista.

    Coração, pressão e sono andam juntos

    O sono é o momento em que o sistema cardiovascular relaxa. Quando esse descanso não acontece da melhor maneira, o corpo continua em alerta, com a pressão arterial e a frequência cardíaca elevadas, e tudo isso sobrecarrega o coração.

    Estudos também apontam que dormir mal aumenta em até 48% o risco de eventos cardíacos. O motivo é que a falta de sono interrompe processos de autorregulação do sistema nervoso e hormonal, o que deixa o corpo em um estado constante de tensão.

    Insônia e depressão: uma via de mão dupla

    A relação entre sono e saúde mental é mútua. Quem está deprimido tem mais chance de dormir mal, e quem dorme mal tem risco aumentado de desenvolver depressão.

    “A concomitância de insônia e depressão promove maior redução na qualidade de vida do que quando uma dessas condições ocorre isoladamente. Tal interação amplifica a importância do tratamento e da gestão conjunta dessas condições”, afirma Juliana.

    A explicação está no cérebro. Durante o sono, especialmente na fase REM, aquela dos sonhos, o cérebro processa emoções, regula neurotransmissores e se prepara para enfrentar um novo dia. Quando esse ciclo é interrompido, ficamos mais vulneráveis, ansiosos e emocionalmente instáveis.

    Quanto tempo devemos dormir por noite?

    A necessidade de sono muda conforme a idade. Mas, para adultos e idosos, a recomendação da National Sleep Foundation é de sete a nove horas por noite.

    Parece simples, mas a rotina moderna dificulta esse padrão. Trabalho em turnos, uso excessivo de telas, estresse crônico e até a alimentação influenciam na qualidade do sono. E não basta dormir muito, é preciso que o sono seja profundo e restaurador.

    E quando dormir mal vira hábito?

    A insônia crônica é um problema de saúde. Ela reduz a produtividade, afeta o humor, enfraquece o sistema imunológico e, com o tempo, pode aumentar o risco de doenças graves.

    “Um tratamento eficaz para distúrbios do sono pode incluir estratégias comportamentais, como a terapia cognitivo-comportamental para insônia, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, medicação”, orienta Juliana.

    Alguns sinais para procurar ajuda são:

    • Dificuldade frequente para dormir;
    • Acordar várias vezes durante a noite;
    • Acordar cansado;
    • Ficar irritado;
    • Dificuldade de concentração.

    Sono ruim afeta a qualidade de vida

    Tanto a insônia quanto a depressão afetam o bem-estar de uma pessoa. Quem tem problema de sono relata menos satisfação com a vida, mais cansaço e menor disposição para as atividades do dia a dia.

    O tratamento de distúrbios do sono melhora o humor, a energia e o desempenho no trabalho. Não é exagero dizer que dormir bem muda a vida.

    O que a sociedade pode fazer pelo nosso sono?

    A culpa nem sempre é individual. O ritmo das cidades, a pressão por produtividade e o excesso de estímulos digitais criam um ambiente hostil ao descanso.

    “Políticas de saúde pública devem enfatizar a importância do sono e promover práticas que encorajem padrões de sono saudáveis, especialmente em uma era em que a tecnologia e o ritmo acelerado da vida moderna frequentemente o interrompem”, alerta Juliana.

    Entre as ações que ajudam estão campanhas educativas, inclusão da higiene do sono nas escolas e até programas corporativos que valorizem o bem-estar do trabalhador.

    Dicas práticas de higiene do sono para dormir melhor

    Criar uma rotina na hora de dormir ajuda bastante na qualidade do sono. Veja algumas dicas para dormir melhor:

    • Durma sempre no mesmo horário: tente dormir e acordar sempre nos mesmos horários, inclusive nos fins de semana. Isso ajuda a regular o relógio biológico.
    • Evite telas antes de dormir: celular, tablet e TV emitem luz azul, que atrapalha a produção de melatonina, o hormônio do sono.
    • Diminua o ritmo à noite: crie um ritual relaxante antes de se deitar, como tomar um banho morno, ouvir uma música tranquila ou ler um livro leve. Encontre o que é melhor para você.
    • Deixe o quarto confortável: o quarto precisa ser escuro, silencioso e com temperatura agradável.
    • Corte a cafeína à tarde: café, chá-preto, energéticos e até chocolate podem atrapalhar o sono se consumidos no fim do dia. Prefira consumir só de manhã.
    • Não faça refeições pesadas à noite: o correto é comer algo leve e pelo menos duas horas antes de se deitar.

    Dormir bem é prioridade, não luxo

    Dormir bem é tão importante quanto comer bem ou fazer exercícios. É durante o sono que o corpo se restaura, o coração descansa e o cérebro se organiza.

    Se você vive acordando cansado, tem dificuldade para dormir ou se sente irritado e sem foco durante o dia, vale a pena rever seus hábitos de sono. Priorize o descanso e procure ajuda médica caso não consiga dormir bem.

    Perguntas frequentes sobre insônia e depressão

    1. Quantas horas de sono são ideais por noite?

    Para adultos, o ideal é dormir entre:

    • 7 a 9 horas por noite, de forma regular
    • Dormir menos que 6 horas com frequência pode afetar a saúde
    • O sono insuficiente está ligado a problemas físicos e mentais, como depressão, ansiedade e doenças cardiovasculares

    2. A insônia pode causar depressão?

    Sim. A insônia crônica é um fator de risco para depressão e pode agravar uma depressão que já existe.

    3. Dormir pouco afeta o coração?

    Sim, sono e coração estão interligados. O sono ajuda a regular a pressão arterial e o funcionamento do coração. Dormir mal aumenta o risco de pressão alta e doenças cardíacas.

  • Excesso de sal: por que é perigoso para o coração e os rins

    Excesso de sal: por que é perigoso para o coração e os rins

    O sal é um ingrediente presente em quase todas as refeições. No entanto, quando em excesso, ele pode ser muito prejudicial à saúde. Consumir muito sal está ligado um risco maior de pressão alta, sobrecarga dos rins e aumento do risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.

    Venha entender a fundo por que o excesso de sal pode fazer tão mal a sua saúde e aprenda a deixar a comida saborosa mesmo usando o sal em menor quantidade.

    O que é considerado excesso de sal no Brasil?

    O sal, quimicamente conhecido como cloreto de sódio (NaCl), é muito importante para funções corporais, como o equilíbrio de fluidos e a transmissão de impulsos nervosos.

    “Porém, quando ingerido em quantidade excessiva, pode trazer riscos à saúde”, alerta Giovanni Henrique Pinto, médico especialista em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

    É considerado excesso de sal quando se consome mais do que 5g por dia (cerca de 2g de sódio), ou o equivalente a mais do que uma colher de chá rasa.

    O problema é que, no Brasil, o consumo médio chega a quase o dobro disso, muito por conta dos alimentos industrializados, como pães, molhos e embutidos, que escondem quantidades altas de sódio.

    Como o excesso de sal prejudica coração e rins?

    Quando consumimos muito sal, nosso corpo retém mais água para diluí-lo e manter uma concentração adequada no sangue. Isso aumenta o volume de sangue nos vasos e obriga o coração a trabalhar mais, aumentando a pressão nas paredes das artérias, a chamada pressão arterial, e isso pode provocar pressão alta.

    “Nem todo mundo é igualmente sensível ao sódio. Há uma condição chamada ‘sensibilidade ao sal’, que varia geneticamente e é mais comum em algumas populações, como idosos ou pessoas com histórico familiar de hipertensão”, explica o médico.

    Os rins também sofrem com esse excesso de sal. Como são eles que filtram o sódio do sangue, esse esforço constante para eliminar o excesso pode causar danos e prejudicar a saúde dos rins ao longo do tempo.

    4 principais riscos do consumo excessivo de sal

    De acordo com o dr. Giovanni, os principais problemas associados ao excesso de sal incluem:

    • Pressão alta: o sal (sódio) em excesso aumenta a pressão sanguínea.
    • Problemas nos rins: os rins têm dificuldade para eliminar tanto sódio, o que pode levar a danos crônicos.
    • Inchaço: o corpo retém água para equilibrar o sódio, causando inchaço.
    • Risco cardiovascular: maior probabilidade de infarto e AVC.

    6 alimentos ricos em sal que você não imagina

    Boa parte do sal que consumimos não vem do saleiro. Ele está escondido em alimentos industrializados e ultraprocessados, como:

    • Embutidos, como presunto, salame e salsicha;
    • Queijos amarelos;
    • Pães, bolachas e biscoitos;
    • Temperos prontos e molhos industrializados;
    • Salgadinhos;
    • Fast-food.

    “Nesses alimentos temos muito ingredientes ocultos, como aditivos e conservantes, que podem conter altos níveis de sódio”, destaca o médico.

    Como reduzir o sal sem perder o sabor: 4 dicas práticas

    Reduzir o sal não significa comer comida sem graça. Há várias maneiras de temperar de forma saborosa e ter uma alimentação saudável com baixo consumo de sódio:

    • Use ervas frescas ou secas como alecrim, orégano, salsinha, manjericão;
    • Adicione alho e cebola para dar mais sabor;
    • Substitua o sal por limão ou vinagre em saladas e carnes;
    • Experimente pimentas frescas ou em pó, que dão gosto e estimulam o apetite.

    “É importante estar consciente dos alimentos que você consome, ler os rótulos nutricionais, cozinhar mais em casa e usar alternativas saudáveis para temperar os alimentos. Pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença na sua saúde a longo prazo”, diz o médico.

    Por que é tão difícil comer menos sal?

    Além do costume, o dia a dia corrido favorece o consumo de comidas prontas e industrializadas. Segundo o médico, o maior desafio é mudar o paladar e os hábitos. “As pessoas se acostumam ao sabor salgado dos alimentos e podem achar difícil adaptar-se a uma dieta com menos sal”, conta.

    Outro problema é a dificuldade de encontrar opções saudáveis e com bom preço, principalmente em grandes cidades, onde comer fora de casa se tornou rotina. Restaurantes por quilo, lanchonetes e fast-foods costumam exagerar no sal para realçar o sabor dos alimentos.

    A falta de informação também é outra questão. O cardiologista adverte que nem todos sabem como ler rótulos nutricionais ou identificar alimentos com muito sódio, assim como nem todo rótulo deixa claro o que realmente contém no produto.

    Políticas públicas e educação para reduzir o sal

    Campanhas de conscientização, leis de rotulagem e iniciativas do governo têm ajudado os consumidores a fazer escolhas melhores em relação ao sal. No Brasil, os rótulos de alimentos precisam destacar o alto teor de sódio, o que já é um grande avanço.

    “Em nosso país, a normatização da rotulagem nutricional clara e obrigatória ajuda os consumidores a identificarem alimentos com alto teor de sódio e a fazerem escolhas mais saudáveis”, comenta o especialista.

    Por fim, Giovanni acredita que se deve incentivar a indústria alimentícia a reformular os produtos para reduzir a quantidade de sal, açúcar e gordura, o que tornaria os alimentos industrializados mais saudáveis.

    Perguntas frequentes sobre excesso de sal

    1. Quanto sal posso consumir por dia?

    A Organização Mundial da Saúde recomenda:

    • Adultos: máximo 5g de sal por dia (1 colher de chá)
    • Crianças: até 2g de sal por dia
    • Realidade brasileira: consumo médio de 9g/dia (80% acima do recomendado)

    2. Todo tipo de sal faz mal?

    O problema está no excesso, não no tipo. Sal rosa, marinho ou light têm sódio e devem ser usados com moderação.

    3. Como saber se um alimento tem muito sal?

    Leia os rótulos. Se tiver mais de 400 mg de sódio por porção, já é considerado alto.

    4. O que fazer para mudar o paladar?

    Reduza o sal aos poucos e use mais temperos naturais. Com o tempo, seu paladar se adapta.

    5. Comer menos sal melhora a pressão?

    Sim. Reduzir o sódio pode ajudar a controlar a pressão e diminuir o risco de problemas no coração e nos rins.

  • Pressão alta e rins: como proteger a saúde renal

    Pressão alta e rins: como proteger a saúde renal

    A pressão alta é conhecida como um fator de risco para doenças cardíacas, mas o que muita gente não sabe é que ela também pode comprometer os rins, órgãos essenciais para filtrar o sangue e manter o corpo funcionando bem. Quando a pressão alta não é controlada, a saúde dos rins sofre.

    E o mais alarmante é que, quando os danos aparecem, muitas vezes já é tarde demais, como os casos de insuficiência renal. Entender essa relação é o primeiro passo para prevenir complicações graves.

    Neste artigo, você vai entender como a hipertensão afeta os rins, quais são os sinais de alerta, e que mudanças você pode fazer na sua vida para proteger a saúde dos rins.

    O que é pressão alta e por que ela prejudica os rins?

    A pressão alta, ou hipertensão arterial, acontece quando a pressão do sangue nas artérias está constantemente alta, acima de 130×85 em pelo menos duas medições. Ela pode atingir pessoas de todas as idades, mas é mais comum entre idosos, pessoas com diabetes, obesidade, doenças cardíacas e histórico familiar de doenças renais.

    A grande armadilha é que, muitas vezes, os sintomas da pressão alta não são percebidos e ela vai causando danos silenciosamente. Além de coração e cérebro, os rins também são afetados e podem perder parte de sua função com o tempo.

    Como a pressão alta afeta os rins?

    Os rins filtram o sangue, mandam toxinas embora e mantêm o equilíbrio de líquidos dentro do organismo. Quando a pressão está sempre alta, os vasos sanguíneos que irrigam os rins sofrem. Isso reduz o fluxo de sangue e dificulta o trabalho dos rins.

    “Da mesma forma, a doença renal crônica pode desencadear um aumento dos níveis da pressão, o que também eleva o risco de doenças cardiovasculares e morte”, diz Edilza Câmara Nóbrega, médica cardiologista pelo InCor-HCFMUSP.

    4 doenças renais relacionadas à hipertensão

    As doenças renais mais comuns causadas ou agravadas pela pressão alta são as abaixo.

    1. Nefroesclerose hipertensiva

    É quando os vasos sanguíneos dentro dos rins vão sendo danificados pela pressão alta. Com o tempo, isso causa cicatrizes e os rins vão perdendo a capacidade de funcionar. É uma das principais causas de falência dos rins em quem tem pressão alta.

    2. Glomeruloesclerose

    Os glomérulos são como filtros minúsculos dentro dos rins. Essa doença endurece e danifica esses filtros. A pressão alta pode piorar esse problema, dificultando ainda mais o trabalho dos rins.

    3. Lesão renal aguda

    É quando os rins param de funcionar de repente. Pode acontecer por várias razões, e a pressão alta descontrolada é uma delas. Nesse caso, o corpo não consegue eliminar bem as toxinas, o que pode ser perigoso e precisa de atenção médica urgente.

    4. Doença renal policística

    É uma condição hereditária, ou seja, passa de pais para filhos, em que se formam vários cistos (bolsas cheias de líquido) nos rins. Esses cistos crescem com o tempo e a pressão alta pode fazer a doença evoluir mais rápido.

    Sinais de que os rins podem estar sendo afetados pela pressão alta

    A maioria dos problemas renais evolui sem sintomas no começo. Mas, com o tempo, alguns sinais podem indicar que os rins estão comprometidos. Veja alguns deles.

    Inchaço

    Quando os rins não conseguem eliminar o excesso de líquido do corpo, ele pode se acumular nas pernas, tornozelos e pés, causando inchaço. Esse costuma ser um dos primeiros sinais de problema renal.

    Mudanças na urina

    Preste atenção se você começar a urinar muito mais ou muito menos que o normal, se a urina estiver escura, com sangue ou se formar muita espuma. Essas alterações podem indicar que algo não vai bem com os rins.

    Cansaço sem motivo aparente

    Se você anda se sentindo muito cansado, mesmo dormindo bem e sem estar doente, pode ser que os rins não estejam filtrando o sangue como deveriam.

    Náuseas e vômitos

    Quando os rins não funcionam direito, o corpo acumula substâncias que deveriam ser eliminadas. Isso pode causar enjoo e até vômitos frequentes.

    Falta de apetite

    Se você tem sentido menos vontade de comer sem uma causa clara, isso também pode estar ligado a um problema nos rins. Vale investigar com um médico.

    Coceira no corpo

    O acúmulo de resíduos no sangue pode causar coceira constante na pele, principalmente quando os rins começam a falhar.

    Falta de ar

    O acúmulo de líquido no corpo, por causa do mau funcionamento dos rins, pode chegar aos pulmões e dificultar a respiração.

    Confira: Falta de ar: quando pode ser problema do coração 

    Dor nas costas

    Dor nas costas na região lombar também pode estar relacionadas a problemas renais.

    Como proteger seus rins da pressão alta?

    “Para controlar a pressão alta e evitar danos renais é fundamental adotar uma abordagem abrangente que inclua tanto medidas medicamentosas quanto mudanças no estilo de vida”, comenta Edilza. Veja o que fazer.

    Remédios

    Remédios para pressão alta devem ser usados quando o médico prescrever. “Mesmo que a pressão esteja sob controle, não pare os remédios por conta própria”, alerta a cardiologista.

    7 mudanças no estilo de vida para proteger seus rins

    • Boa alimentação: frutas, legumes, grãos integrais e menos sal. A dieta DASH é ótima para isso.
    • Exercício físico regular: 30 minutos de caminhada ou outra atividade aeróbica quase todos os dias.
    • Controlar o peso: manter o peso adequado ajuda a reduzir a pressão arterial.
    • Evitar cigarro e bebida alcoólica: eles prejudicam o sistema cardiovascular e renal.
    • Gerenciar o estresse e dormir bem: um bom sono e técnicas de relaxamento ajudam a controlar a pressão.
    • Acompanhamento médico: faça exames de sangue e urina regularmente e meça a pressão com frequência.
    • Medir a pressão arterial em casa: usar aparelhos em casa pode ajudar a acompanhar o tratamento da hipertensão e evitar problemas nos rins.

      Saiba mais: Excesso de sal: por que é perigoso para o coração e os rins

    Perguntas frequentes sobre pressão alta e saúde dos rins

    1. Toda pessoa com pressão alta terá problemas nos rins?

    Não necessariamente. Mas quando a pressão alta não é tratada, ela pode, sim, afetar os rins com o tempo.

    2. Quem tem problema nos rins pode ter pressão alta?

    Sim. Há uma relação de mão dupla entre doença renal e pressão alta, ou seja, um problema nos rins pode causar pressão alta.

    3. Como saber se meus rins estão sendo afetados?

    Com exames de creatinina, taxa de filtração glomerular e exame de urina, pedidos por um médico.

    4. Só o remédio resolve a pressão alta?

    Os remédios são importantes, mas os hábitos saudáveis fazem toda a diferença no controle da pressão alta.

    5. A alimentação faz diferença na saúde dos rins?

    Sim. Comer bem, com pouco sal e alimentos naturais, ajuda a controlar a pressão alta e a saúde dos rins.

    6. Quais exames devo fazer para acompanhar minha saúde renal?

    Os principais exames são a dosagem de creatinina no sangue, a taxa de filtração glomerular (TFG) e o exame de urina tipo 1. Eles ajudam a identificar alterações na função dos rins, mesmo antes dos sintomas aparecerem.

    7. É possível reverter o problema nos rins causado pela pressão alta?

    Em muitos casos, os danos renais não são reversíveis. Por isso, o mais importante é identificar cedo e controlar a pressão para evitar que o problema avance.

    8. A dor nos rins é um sinal comum de hipertensão?

    Nem sempre. A maioria dos problemas renais causados por pressão alta não provoca dor no início. A dor costuma aparecer apenas em casos mais avançados, quando os rins já estão com problema, ou quando há outra condição associada, como infecção ou pedra nos rins.

    9. Crianças e jovens também precisam se preocupar com pressão alta?

    Sim. Embora mais comum em adultos, a pressão alta também pode afetar crianças e adolescentes, principalmente em casos de obesidade, sedentarismo ou histórico familiar. Por isso, o acompanhamento médico desde cedo é importante.

    10. Tomar muita água ajuda a proteger os rins?

    Manter-se hidratado é importante para a saúde dos rins, mas só a água não previne os danos causados pela pressão alta. O controle da pressão e hábitos saudáveis são essenciais para proteger os rins. Consulte seu médico.

  • Microplásticos e doenças do coração: entenda os riscos

    Microplásticos e doenças do coração: entenda os riscos

    Você sabia que pode estar ingerindo plástico todos os dias, mesmo sem perceber? Os microplásticos estão em embalagens, cosméticos, alimentos e até na poeira da sua casa, e esse plástico microscópico está se acumulando nas suas artérias e pode aumentar em 4,5 vezes o risco de infarto.

    Neste artigo, explicamos como esses microplásticos afetam a saúde do coração e o que você pode fazer para se proteger.

    O que são microplásticos e como entram no corpo

    Microplásticos são fragmentos de plástico com menos de 5 milímetros de diâmetro. Eles surgem da degradação de plásticos maiores ou são produzidos propositalmente em tamanho reduzido para uso em cosméticos, produtos de higiene e outros itens.

    Por serem tão pequenos, podem ser facilmente inalados ou ingeridos. Estão na água, nos alimentos, no ar e até mesmo em ambientes internos, como dentro de casa. Isso torna praticamente inevitável a exposição constante a essas partículas. Estudos estimam que ingerimos entre 74 mil e 121 mil partículas de microplástico por ano.

    O que a ciência já descobriu sobre microplásticos no corpo humano

    Estudos recentes já encontraram microplásticos no corpo, inclusive em diversas partes, como sangue, pulmões, placenta e, mais recentemente, nas artérias.

    Um artigo publicado na revista New England Journal of Medicine identificou a presença dessas partículas em placas de gordura das artérias carótidas de pacientes que foram submetidos à cirurgia.

    Esses pacientes apresentaram um risco 4,5 vezes maior de ter infarto, AVC ou morrer em três anos, comparado àqueles que não tinham microplásticos nas artérias. Ou seja, os especialistas concluíram que os microplásticos afetam a saúde do coração.

    “O nosso estilo de vida moderno, repleto de conveniências como embalagens plásticas e roupas sintéticas, está liberando uma quantidade alarmante de microplásticos no ambiente que podem contribuir para o desenvolvimento de doenças do coração. É mais um fator de risco, como pressão alta, diabetes, cigarro, mostrando como o estilo de vida pode ter consequências muito mais profundas do que imaginamos”, explica a cardiologista Juliana Soares, do Hospital Israelita Albert Einstein.

    Microplásticos e riscos cardiovasculares

    Os cientistas sugerem que, nas artérias, esses microplásticos afetam a saúde do coração e podem provocar diversos problemas. Veja abaixo.

    Inflamação crônica

    As partículas de microplástico podem causar uma inflamação crônica no corpo. Isso pode facilitar a formação de placas de gordura nas artérias e aumenta o risco de essas placas se romperem, o que pode levar a problemas como infarto ou AVC.

    Estresse oxidativo

    Quando os microplásticos se acumulam no organismo, eles podem estimular a produção de radicais livres em excesso. Essas substâncias atacam as células saudáveis e enfraquecem a parede dos vasos sanguíneos e podem contribuir para o entupimento das artérias.

    Disfunção endotelial

    O endotélio é a camada que reveste o interior dos vasos sanguíneos. A presença de microplásticos pode comprometer esse revestimento, e isso dificulta a dilatação deles e pode aumentar o risco de desenvolver pressão alta e outras doenças do coração.

    “Nas artérias, onde já podem existir placas de gordura (aterosclerose), a presença dos microplásticos pode desencadear uma resposta inflamatória, crônica e silenciosa. O corpo tenta ‘combater’ as partículas de plástico, e essa batalha pode piorar as placas no organismo, aumentando o risco de infarto e AVC”, detalha a cardiologista.

    Tipos de plástico mais encontrados no organismo

    Entre os tipos de plástico mais encontrados nas artérias e em outras partes do corpo, estão:

    • Polietileno: usado em sacolas e embalagens;
    • Policloreto de vinila (PVC): presente em encanamentos e revestimentos;
    • Poliestireno: presente em copos e talheres descartáveis;
    • Polietileno tereftalato (PET): presente em garrafas de água, refrigerante, óleo, entre outros itens.

    Hoje, esses produtos de poluição plástica são ingeridos ou inalados através de água, poeira, alimentos embalados e produtos comuns de higiene.

    Como reduzir a exposição a microplásticos

    Ainda que seja impossível evitar totalmente os microplásticos, algumas atitudes podem reduzir a exposição:

    • Evitar o uso de plásticos descartáveis
    • Usar filtros de água com capacidade de reter microplásticos
    • Optar por alimentos frescos e não embalados
    • Arejar bem os ambientes internos

    “O estilo de vida moderno nos expõe a muitas fontes de microplásticos, desde as embalagens de alimentos até as roupas que vestimos. Pequenas mudanças nos hábitos diários podem reduzir o risco à saúde, como por exemplo reduzir o consumo de alimentos ultraprocessados, utilizar recipientes de vidro e filtrar a água”, explica a médica.

    A ciência ainda está investigando os efeitos dos microplásticos no organismo, mas os primeiros resultados já apontam para riscos cardiovasculares reais. Evitar o consumo excessivo de plástico e adotar hábitos saudáveis é, por enquanto, a melhor forma de prevenção.

    Perguntas frequentes sobre microplásticos e saúde do coração

    1. Microplásticos aumentam o risco de infarto?

    Sim, estudos mostram que microplásticos podem aumentar em 4,5 vezes o risco de infarto e AVC.

    2. Como os microplásticos entram no corpo?

    Podem ser ingeridos por meio de água, alimentos, poeira ou inalados no ar. Também estão em cosméticos e produtos de uso diário.

    3. Existe como eliminar microplásticos do organismo?

    Ainda não existe um método eficaz para eliminar essas partículas. A prevenção é a melhor estratégia.

    4. Todo mundo tem microplásticos no corpo?

    A maioria das pessoas está exposta em algum grau. A presença já foi detectada em sangue, órgãos e artérias.

    5. Filtros de água comuns ajudam?

    Alguns filtros podem reter parte dos microplásticos, mas é importante verificar se são certificados para isso.

  • Gravidez e coração: o que muda e quais são os riscos

    Gravidez e coração: o que muda e quais são os riscos

    Durante a gravidez, o corpo da mulher entra em um modo de trabalho intenso. O coração bate mais rápido, os vasos se adaptam, o volume de sangue aumenta, tudo para garantir que o bebê receba oxigênio e nutrientes. Essa maratona, porém, não acontece sem esforço: o coração precisa acompanhar o ritmo, e qualquer desequilíbrio pode gerar riscos.

    É por isso que é importante cuidar da saúde cardiovascular na gravidez. Venha entender o que muda durante a gestação e quais são os cuidados que você deve tomar quando estiver grávida.

    O que muda no coração durante a gestação

    A partir do segundo trimestre, o volume de sangue no corpo da gestante pode aumentar de 30% até 50%. Isso força o coração a bombear mais e mais rápido, por isso a saúde do coração na gravidez precisa estar em dia.

    A cardiologista Juliana Aparecida Soares, que integra o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que, durante a gestação, o coração da mulher passa a trabalhar até 50% mais do que o normal. Isso acontece porque ele precisa bombear mais sangue a cada batida e também bate mais rápido.

    “Para acomodar esse aumento, a resistência dos vasos sanguíneos periféricos diminui, o que permite que a pressão arterial se mantenha relativamente estável, mesmo com mais sangue circulando pelo corpo”, descreve ela.

    Quando a pressão alta se torna um risco

    Em algumas mulheres, esse esforço todo pode sair do controle. A pressão sobe demais, surgem dores de cabeça, inchaços e outros sinais de alerta. A pressão alta gestacional e a pré-eclâmpsia são complicações sérias.

    “O tratamento envolve monitoramento rigoroso, medicação anti-hipertensiva segura e, em algumas situações, hospitalização para proteger a mamãe e o bebê”, diz Juliana.

    O que é pré-eclâmpsia e por que ela pode aumentar a pressão na gravidez

    A pré-eclâmpsia é uma complicação da gravidez caracterizada por pressão arterial elevada (acima de 140/90 mmHg) após a 20ª semana de gestação, frequentemente acompanhada de proteína na urina.

    De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), estima-se que a pré-eclâmpsia atinja 1,5% das gestantes no Brasil.

    Entendendo a síndrome HELLP

    A síndrome de HELLP é uma condição grave que pode surgir na gravidez, caracterizada por alterações no fígado e no sangue, e geralmente está ligada à pressão alta. Ela oferece riscos à mãe e ao bebê. Pode aparecer junto com a pré-eclâmpsia.

    De forma simples, ela acontece quando o corpo da gestante começa a destruir suas células do sangue, o fígado passa a funcionar mal e as plaquetas, que ajudam a estancar sangramentos, ficam muito baixas. Isso tudo deixa a gestante mais vulnerável a sangramentos, dores fortes e outros riscos sérios, exigindo cuidados médicos urgentes.

    Outro risco grave é o descolamento da placenta antes da hora, o que pode comprometer a oxigenação e a nutrição do bebê.

    Em alguns casos, o único jeito de proteger a saúde da gestante e do bebê é antecipar o parto. E quando a pré-eclâmpsia evolui para eclâmpsia, a gestante pode ter convulsões, o que representa uma emergência médica. Por isso, o acompanhamento do pré-natal e o controle da pressão são tão importantes.

    5 fatores de risco para doenças cardíacas na gravidez

    Algumas coisas aumentam o risco de problemas no coração durante e depois da gravidez:

    • Primeira gravidez após os 35 anos
    • Sobrepeso ou obesidade
    • Histórico familiar de hipertensão
    • Diabetes gestacional
    • Valvopatias, que são doenças nas válvulas do coração

    Mulheres que já têm doenças cardíacas antes de engravidar, como problemas nas válvulas, devem conversar com o cardiologista antes mesmo de engravidar. O risco de arritmia, insuficiência cardíaca e trombose é maior, e o acompanhamento precisa ser conjunto entre obstetra e cardiologista.

    Riscos que vão além da gravidez

    Os riscos cardíacos da gestação podem perdurar mesmo depois do bebê ter nascido. Quem teve pressão alta na gestação, por exemplo, precisa ficar atenta mesmo que a pressão volte ao normal após o parto. Mulheres que tiveram essa condição na gravidez têm mais chance de desenvolver pressão alta crônica, infarto e AVC no futuro.

    “O período entre o final da atenção obstétrica e o início de sintomas de hipertensão crônica representa uma janela crítica de oportunidade para intervenções preventivas, e isso é frequentemente negligenciado”, alerta a médica.

    Ao longo da gestação, a pressão arterial pode diminuir nos dois primeiros trimestres e voltar a subir no terceiro.

    A recomendação atual é de que essas mulheres façam acompanhamento anual com cardiologista, meçam pressão, colesterol, glicemia e recebam orientações sobre alimentação, atividade física e controle do peso.

    Como prevenir complicações cardiovasculares na gravidez

    Para manter o coração saudável durante e após a gravidez, vale seguir essas dicas:

    • Tenha uma alimentação equilibrada;
    • Mantenha o peso adequado;
    • Faça exercícios físicos regulares, com orientação médica;
    • Controle a pressão arterial;
    • Não fume ou beba bebida alcoólica;
    • Não ignore sintomas como dores de cabeça, visão turva, falta de ar ou inchaço excessivo.

    Por que a atenção continua após o parto

    Muita gente acha que os cuidados terminam com o nascimento do bebê, mas não é bem assim. Estudos mostram que o número de filhos, por exemplo, pode influenciar o risco de problemas cardíacos. Ter muitos filhos (cinco ou mais) ou nenhum pode aumentar as chances de infarto e AVC.

    A infertilidade também entra na conta, pois pode estar ligada a condições como a síndrome dos ovários policísticos (SOP), que aumentam o risco de doenças cardíacas.

    Amamentar protege o coração

    Amamentar não é só bom para o bebê. O aleitamento materno prolongado ajuda a proteger o coração da mãe. Ele está associado a menor risco de hipertensão e diabetes tipo 2 no futuro.

    Perguntas frequentes sobre saúde cardiovascular na gravidez

    1. É normal a pressão cair nos primeiros meses da gestação?

    Sim. Nos dois primeiros trimestres, a pressão tende a baixar um pouco, mas volta a normalizar no final da gravidez. Se ficar alta, porém, é preciso fazer acompanhamento médico específico para pressão alta.

    2. Ter hipertensão na gravidez significa que terei pressão alta para sempre?

    Nem sempre, mas a hipertensão gestacional aumenta bastante o risco. Por isso, o acompanhamento deve continuar mesmo após o parto.

    3. Toda mulher com pressão alta na gravidez desenvolve pré-eclâmpsia?

    Não, mas é um risco real. Por isso, o pré-natal é tão importante para monitorar e intervir quando necessário.

    4. É perigoso engravidar com problema no coração?

    Depende do tipo e do controle da doença. É essencial conversar com o médico antes de engravidar.

    5. Posso continuar a praticar exercícios na gravidez?

    Sim, mas sempre com liberação médica. Atividades leves e regulares ajudam a manter o coração saudável.