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  • Vai operar? Veja os cuidados para quem tem pressão alta ou já infartou

    Vai operar? Veja os cuidados para quem tem pressão alta ou já infartou

    Quando surge a necessidade de uma cirurgia, seja ela simples ou complexa, uma das principais preocupações dos médicos é avaliar como está o coração do paciente. Isso acontece porque o sistema cardiovascular é diretamente impactado pelo estresse da anestesia, pelo tempo de internação e pelo processo de recuperação.

    No caso de pessoas com pressão alta ou que já passaram por um infarto, a avaliação é ainda mais importante para prevenir complicações durante e após o procedimento. Para entender melhor quais são os principais cuidados e como reduzir riscos, reunimos algumas orientações práticas a seguir!

    Por que o coração precisa de avaliação antes da cirurgia?

    Durante um procedimento cirúrgico, o organismo é afetado por algumas alterações importantes: há liberação de hormônios de estresse, variação da pressão arterial, maior demanda de oxigênio e risco de sangramentos.

    Em pacientes saudáveis e sem histórico cardíaco, isso tende a ser bem tolerado. No entanto, para quem tem hipertensão ou já passou por infarto, a situação é mais delicada, uma vez que podem desencadear complicações durante e após a cirurgia, como:

    • Picos de pressão durante o procedimento, que podem sobrecarregar o coração e os vasos sanguíneos;
    • Sangramento ou dificuldade de controle da pressão arterial;
    • Acidente vascular cerebral (AVC);
    • Infarto.

    “O estresse do procedimento cirúrgico e da anestesia pode sobrecarregar o coração, especialmente se a pessoa já tem uma condição prévia. Em um coração já fragilizado, esse aumento de demanda pode ser insuportável, levando a um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio, o que pode causar um infarto ou outras complicações”, explica Edilza Câmara Nóbrega, cardiologista formada pelo InCor-HCFMUSP.

    Já tive um infarto, posso operar?

    Ter um histórico de problemas cardíacos, como infarto, não impede a realização de uma cirurgia. No entanto, segundo Edilza, exige um planejamento mais cuidadoso e uma avaliação rigorosa.

    “Esses pacientes precisam de um acompanhamento cardiológico mais detalhado no pré-operatório. A avaliação é muito importante para entender a condição atual do coração, a gravidade do infarto anterior e o risco de um novo evento”, explica a cardiologista.

    Quem precisa obrigatoriamente passar pelo cardiologista?

    A avaliação cardiológica pré-cirúrgica é importante para todas as pessoas, independentemente do tipo de cirurgia, mas existem situações em que a consulta é ainda mais recomendada:

    • Pessoas com pressão alta diagnosticada;
    • Pacientes que já tiveram infarto ou sofreram angina;
    • Quem possui insuficiência cardíaca ou já colocou stent;
    • Portadores de arritmias ou marcapasso;
    • Pessoas com colesterol alto, diabetes ou histórico familiar forte de doenças cardíacas;
    • Pacientes com mais de 65 anos, mesmo sem diagnóstico prévio, dependendo do tipo de cirurgia.

    Sinais de alerta para ficar de olho

    Mesmo que o paciente não tenha diagnóstico confirmado, existem sintomas que servem como alerta para investigar o coração antes da cirurgia. Entre eles:

    • Dor ou aperto no peito;
    • Falta de ar em atividades leves;
    • Palpitações frequentes;
    • Inchaço nas pernas e tornozelos;
    • Cansaço extremo sem causa aparente;
    • Desmaios ou tonturas recorrentes.

    Se algum desses sinais estiver presente, a recomendação é clara: não marcar cirurgia sem antes passar pelo cardiologista.

    O que fazer se a pressão estiver descontrolada no pré-operatório?

    Se, nos dias que antecedem a cirurgia, a pressão arterial estiver muito alta, o primeiro passo é entrar em contato imediatamente com o médico. A pressão elevada aumenta de forma significativa o risco de complicações durante o procedimento, como sangramentos, arritmias, AVC ou até um novo infarto.

    Na prática, o que pode acontecer é o seguinte: se a alteração for leve, o médico pode apenas ajustar a medicação ou recomendar medidas rápidas de controle, como repouso, redução de sal na dieta e monitoramento mais frequente da pressão.

    Porém, quando os valores estão muito altos e persistem mesmo com os remédios, a recomendação pode ser adiar a cirurgia até que a pressão esteja estabilizada.

    Como controlar a pressão arterial antes da cirurgia?

    Nos dias que antecedem a operação, Edilza ressalta que é fundamental seguir rigorosamente as orientações médicas, como:

    • Não interromper o remédio de pressão alta sem orientação médica;
    • Monitorar a pressão diariamente em casa ou em farmácias;
    • Seguir uma dieta equilibrada, com pouco sal e alimentos leves;
    • Evitar álcool e cigarro;
    • Reduzir o estresse e garantir boas noites de sono.

    Se houver qualquer alteração significativa, como picos de pressão acima do habitual, o médico deve ser avisado imediatamente.

    Perguntas frequentes sobre cuidados antes da cirurgia

    1. Quanto tempo depois de um infarto é seguro fazer uma cirurgia eletiva?

    Não existe um prazo único e fixo para todos os pacientes. O tempo de espera para uma cirurgia eletiva após um infarto depende de uma avaliação médica detalhada, levando em conta diversos fatores, como condição geral do paciente e gravidade do infarto.

    2. Quais exames de coração são feitos antes da cirurgia?

    Os mais comuns são o eletrocardiograma (ECG), que registra a atividade elétrica do coração, o ecocardiograma, que mostra imagens do bombeamento do sangue e da função das válvulas cardíacas, e, em alguns casos, o teste ergométrico, que avalia como o coração responde ao esforço físico.

    Além desses, exames laboratoriais de rotina (como colesterol, glicemia e coagulação) ajudam a identificar fatores de risco que podem impactar a cirurgia. Em pacientes com histórico de infarto ou hipertensão descontrolada, o médico pode solicitar exames complementares.

    3. O que pode acontecer se a pressão estiver alta no dia da cirurgia?

    Se a pressão estiver muito elevada, o procedimento pode ser adiado. Isso acontece porque a pressão muito alta durante a cirurgia pode causar problemas sérios, como derrame ou infarto. Por isso, só o anestesista e o cardiologista podem decidir se é seguro seguir ou adiar o procedimento.

    4. O estresse emocional pode atrapalhar o coração antes da cirurgia?

    Sim, pois o estresse faz com que o corpo libere adrenalina e cortisol, hormônios que aumentam a frequência cardíaca e elevam a pressão arterial. Para quem já tem histórico de hipertensão ou infarto, isso pode ser perigoso. A ansiedade excessiva também pode provocar insônia, dificultar o controle da glicemia em diabéticos e até interferir na recuperação pós-cirúrgica.

    5. O álcool deve ser suspenso antes da cirurgia?

    Sim, especialmente em excesso. O álcool desregula a pressão arterial e interfere no funcionamento do fígado, responsável por metabolizar os anestésicos.

  • Tosse persistente: quando pode ser problema no coração

    Tosse persistente: quando pode ser problema no coração

    Você sabia que a tosse é um mecanismo de defesa do organismo? Sempre que algo ameaça irritar ou bloquear as vias respiratórias, o organismo reage para proteger os pulmões e manter o ar limpo. É assim que secreções como muco, partículas de poeira, fumaça, mofo, alérgenos e até micro-organismos acabam sendo eliminados.

    Ela pode surgir em quadros simples de gripe ou resfriado, crises de rinite e alergia, bronquite, asma e até refluxo gastroesofágico. Na maior parte das vezes, não representa perigo e desaparece sozinha em poucos dias.

    O alerta surge quando o sintoma não passa. Uma tosse persistente, que continua por semanas ou até meses, precisa ser investigada para descartar condições de saúde mais sérias. Embora as causas respiratórias sejam as mais comuns, em alguns casos, ela pode estar relacionada ao funcionamento do coração, especialmente quando acompanhada de outros sintomas.

    Quando a tosse persistente pode ser cardíaca?

    Apesar de normalmente associada a doenças respiratórias, a tosse também pode ser consequência de problemas cardíacos. O cardiologista e cardio-oncologista Giovanni Henrique Pinto, do Hospital Albert Einstein, explica que o sintoma pode surgir em diferentes condições cardiovasculares, como:

    Insuficiência cardíaca

    Em quadros de insuficiência cardíaca, o coração perde a capacidade de bombear o sangue adequadamente, o que causa acúmulo de líquido nos pulmões. Isso provoca uma tosse persistente, que normalmente piora à noite ou quando a pessoa se deita.

    Em alguns casos, a manifestação é conhecida como “asma cardíaca”, justamente pela semelhança com as crises de falta de ar típicas da asma respiratória. É a causa mais frequente quando se fala em tosse de origem cardíaca.

    Valvopatias

    Doenças que afetam as válvulas do coração, como a estenose mitral, dificultam a passagem do sangue dentro do coração e podem causar tosse persistente, acompanhada de escarro rosado, em situações mais graves. É um quadro mais raro, mas que não deve ser descartado.

    Arritmias

    As alterações do ritmo cardíaco, principalmente as taquicardias, podem favorecer episódios de tosse persistente. Isso acontece porque o coração, batendo de forma acelerada ou irregular, sobrecarrega a circulação e acaba afetando também o funcionamento dos pulmões.

    Pressão alta descompensada

    Quando a pressão arterial está mal controlada, o coração precisa trabalhar mais, aumentando a pressão nos pulmões. Isso pode resultar em tosse contínua, muitas vezes acompanhada de falta de ar.

    Uso de remédios

    Além das doenças, alguns remédios usados no tratamento de condições cardiovasculares podem provocar tosse persistente como efeito colateral. É o caso dos inibidores da enzima conversora de angiotensina (ECA), como captopril, enalapril e lisinopril.

    Eles podem causar tosse seca em até 20% dos pacientes. Quando isso acontece, o médico geralmente substitui o remédio por um antagonista dos receptores de angiotensina II (BRA), como losartana ou valsartana, que raramente causam o mesmo sintoma.

    Como diferenciar tosse cardíaca da respiratória?

    Identificar a origem da tosse pode ser desafiador, mas existem sinais que ajudam na diferenciação:

    • Respiratória: normalmente surge após sintomas de infecção, como febre, dor de garganta e coriza. Pode vir acompanhada de chiado no peito e catarro amarelado ou esverdeado, como em casos de pneumonia. Costuma melhorar com antibióticos ou broncodilatadores, quando indicados;
    • Cardíaca: piora ao deitar, pode acordar o paciente durante a madrugada, vem associada a falta de ar, cansaço, inchaço nas pernas e palpitações. O escarro pode ser espumoso ou rosado.

    Enquanto a tosse respiratória está mais ligada a infecções e inflamações, a de origem cardíaca reflete a sobrecarga do coração e dos pulmões.

    Quando a tosse deve preocupar?

    A tosse que ultrapassa oito semanas já é considerada crônica e precisa ser investigada. No entanto, segundo Giovanni Pinto, não é necessário esperar tanto tempo: se a tosse dura mais de duas semanas ou aparece acompanhada de falta de ar, dor no peito, perda de peso, febre prolongada, chiado intenso, sangue no escarro ou histórico de doenças cardíacas, é muito importante procurar atendimento médico.

    Diagnóstico da tosse persistente relacionada ao coração

    O primeiro passo do diagnóstico é a consulta clínica detalhada, em que o médico avalia o histórico do paciente e faz o exame físico. A partir daí, outros exames podem ser solicitados, de acordo com Giovanni Henrique Pinto. São eles:

    • Eletrocardiograma;
    • Raio-X de tórax;
    • Exames laboratoriais (BNP/NT-proBNP);
    • Ecocardiograma;
    • Testes de esforço ou Holter;
    • Espirometria (avaliação pulmonar).

    Existe tratamento para a tosse de origem cardíaca?

    Quando a tosse persistente tem origem cardíaca, o foco do tratamento deve ser a condição que está sobrecarregando o coração e os pulmões.

    Segundo o cardiologista Giovanni Henrique Pinto, o tratamento pode envolver o uso de diuréticos para reduzir o acúmulo de líquidos, medicamentos específicos para insuficiência cardíaca, controle do ritmo em casos de arritmia e ajustes na pressão arterial. Em situações mais complexas, pode ser necessário tratar diretamente problemas nas válvulas cardíacas.

    À medida que o coração volta a funcionar de forma mais eficiente e a pressão nos pulmões diminui, a tosse tende a regredir de forma natural.

    Perguntas frequentes sobre tosse persistente

    1. A tosse persistente cardíaca é sempre seca ou pode ter catarro?

    Inicialmente, a tosse causada por problemas no coração costuma ser seca e persistente. Isso acontece porque o acúmulo de líquido nos pulmões (uma consequência da ineficiência do coração em bombear sangue) irrita as vias aéreas, mas ainda não é suficiente para gerar muco.

    No entanto, em casos mais graves, quando a congestão pulmonar aumenta, a tosse pode se tornar produtiva, isto é, com catarro.

    2. Existe algum horário do dia em que a tosse cardíaca piora?

    Sim, a tosse de origem cardíaca normalmente piora à noite ou quando a pessoa se deita. A posição deitada, também chamada de decúbito, facilita o retorno de fluidos dos membros inferiores para a circulação, aumentando a congestão nos pulmões e, consequentemente, a tosse.

    3. Quando devo procurar um médico se minha tosse persistir?

    A tosse comum costuma ser inofensiva, mas ela não deve ser ignorada quando se torna persistente. Procure atendimento médico se:

    • O sintoma durar mais de duas semanas;
    • Estiver acompanhado de falta de ar, dor no peito ou palpitações;
    • Houver perda de peso sem explicação;
    • Aparecer sangue no escarro;
    • Tiver histórico de problemas cardíacos.

    4. A tosse de origem cardíaca pode piorar com o exercício?

    Sim, porque o exercício físico aumenta a demanda de bombeamento do coração. Em uma pessoa com insuficiência cardíaca, por exemplo, o esforço sobrecarrega o coração, eleva a pressão nas veias pulmonares e, consequentemente, promove acúmulo de líquido nos pulmões. Isso intensifica a tosse e a sensação de falta de ar.

  • Por que cuidar do coração antes de uma cirurgia

    Por que cuidar do coração antes de uma cirurgia

    Independentemente do tipo de cirurgia, o coração é um dos órgãos mais exigidos do corpo. Mesmo em procedimentos que não envolvem diretamente a região cardíaca, como uma operação no joelho ou na vesícula, o estresse físico e emocional do processo cirúrgico impacta a pressão arterial, a frequência dos batimentos e a oxigenação do sangue.

    É por isso que a atenção ao coração antes, durante e depois de qualquer procedimento é importante para garantir a segurança do paciente.

    Conversamos com a cardiologista Edilza Câmara Nóbrega, formada pelo InCor-HCFMUSP, para esclarecer as principais orientações sobre como o coração deve ser cuidado em cada fase do processo cirúrgico.

    O que acontece com o corpo durante uma cirurgia?

    Uma cirurgia, mesmo quando não envolve diretamente o coração, é um evento de estresse considerável para o organismo e provoca diversas alterações. “O estresse físico e emocional, a anestesia, a perda de sangue e a inflamação que ocorrem durante o procedimento sobrecarregam o sistema cardiovascular”, aponta Edilza.

    Primeiro, a anestesia (seja geral ou regional) interfere no sistema nervoso central, podendo afetar a respiração, a pressão arterial e os batimentos cardíacos. Por isso, o paciente é monitorado o tempo todo.

    Além disso, o estresse do procedimento estimula a liberação de hormônios como adrenalina e cortisol, que deixam o organismo em ritmo acelerado. O sistema respiratório também é afetado, já que a anestesia pode reduzir a capacidade de respirar sozinho e por isso, muitas vezes, é necessário oxigênio extra por máscara ou intubação.

    Por que a avaliação cardiológica pré-operatória é tão importante?

    Antes da cirurgia, é importante fazer uma avaliação cardiológica para ver como está a saúde do coração e identificar possíveis riscos. Na consulta, o médico conversa sobre o histórico do paciente, analisa os fatores de risco e pode pedir exames como eletrocardiograma, ecocardiograma e alguns testes de sangue.

    Em geral, Edilza aponta que a consulta é altamente recomendada para:

    • Pessoas que já tiveram infarto, têm insuficiência cardíaca, arritmias ou algum outro problema no coração;
    • Pacientes que têm pressão alta, diabetes, obesidade, colesterol alto ou fumam;
    • Adultos e idosos, geralmente acima de 50 ou 60 anos;
    • Quem sente dor no peito, falta de ar, palpitações ou inchaço nas pernas;
    • Aqueles que farão cirurgias de médio ou grande porte, onde pode acontecer perda de sangue ou estresse considerável.

    Se for identificado risco elevado, a cirurgia pode até ser adiada. O objetivo não é impedir o tratamento, mas sim garantir que o coração esteja estável para suportar o procedimento. Às vezes, é necessário ajustar medicações ou até realizar um procedimento cardíaco prévio.

    Cuidados com o coração durante a cirurgia

    Durante todo o procedimento cirúrgico, diversos cuidados são feitos para proteger o coração, que é monitorado. Isso é importante para detectar qualquer alteração precoce e agir rapidamente. Entre os cuidados mais importantes estão:

    • Controle da pressão arterial, para evitar picos ou quedas bruscas;
    • Monitoramento dos batimentos, para identificar arritmias;
    • Controle da dor e do estresse, para reduzir a sobrecarga cardíaca;
    • Reposição de líquidos e sangue, para equilibrar o volume circulante.

    Quais os riscos cardíacos no pós-operatório?

    O período pós-operatório é uma das fases mais críticas para o coração. Mesmo depois de uma cirurgia bem-sucedida, o corpo ainda é afetado por inflamação, dor e os efeitos da anestesia, o que pode sobrecarregar o sistema cardiovascular.

    As complicações cardíacas mais comuns nesse momento incluem, segundo Edilza:

    • Infarto;
    • Arritmias;
    • Insuficiência cardíaca;
    • Tromboembolismo, que são coágulos que podem atingir o coração ou o pulmão.

    Cuidados com o coração no pós-operatório

    Além do acompanhamento médico, os hábitos de vida da pessoa são muito importantes para garantir uma recuperação segura e reduzir o risco de complicações. Alguns deles incluem:

    • Seguir as orientações médicas à risca: nunca interromper medicações sem falar com o médico;
    • Controlar a pressão arterial: medir regularmente, inclusive em casa se possível;
    • Manter uma alimentação equilibrada: frutas, verduras, legumes, proteínas magras e pouco sal;
    • Evitar cigarro e álcool;
    • Praticar atividade física leve, com liberação médica;
    • Reduzir o estresse e cuidar da mente;
    • Dormir bem e manter rotina de descanso.

    Importância da saúde mental e emocional após a cirurgia

    A recuperação após um procedimento também envolve questões emocionais. O medo da cirurgia, a ansiedade e até a sensação de solidão aumentam o estresse e dificultam a estabilização do organismo.

    “Pacientes podem ajudar seus corações ao manter a calma, conversar com a família, amigos ou psicólogo, focar nos pequenos progressos, praticar atividades relaxantes como ouvir música, ler ou técnicas de respiração. O suporte emocional é tão importante quanto o cuidado físico para uma recuperação completa”, finaliza a cardiologista Edilza Câmara Nóbrega.

    Perguntas frequentes sobre como cuidar do coração para uma cirurgia

    1. A cirurgia pode causar problemas no coração saudável?

    Pode, mas o risco é menor. Em pessoas saudáveis, o coração geralmente consegue lidar com o estresse do procedimento. Mas complicações como arritmias e picos de pressão podem ocorrer.

    2. Como a pressão alta influencia na cirurgia?

    A pressão alta aumenta o risco de complicações como infarto e AVC. Se não estiver controlada, podem ocorrer picos perigosos durante a operação.

    3. Quem já teve infarto pode operar?

    Pode sim, mas com cuidados redobrados. O cardiologista precisa avaliar como está o coração após o infarto e pode solicitar exames extras antes de liberar o procedimento.

    4. Quais hábitos ajudam o coração a se recuperar melhor no pós-operatório?

    Seguir corretamente os remédios, manter a pressão controlada, ter alimentação saudável, evitar cigarro e álcool, praticar exercícios leves, dormir bem e cuidar da saúde emocional.

    5. Quando procurar o cardiologista antes da cirurgia?

    O ideal é assim que a cirurgia for marcada. Isso dá tempo para exames, ajustes de medicação ou tratamento de eventuais problemas.

    6. É seguro voltar a treinar após a cirurgia?

    Sim, desde que liberado pelo médico. O retorno deve ser gradual, começando com caminhadas leves.

  • Cirurgia marcada? Veja quando procurar o cardiologista

    Cirurgia marcada? Veja quando procurar o cardiologista

    Se você está com uma cirurgia marcada, já deve saber que o preparo não envolve apenas jejum e exames laboratoriais. Na verdade, antes de entrar no centro cirúrgico, é fundamental avaliar se o coração está pronto para suportar o estresse da anestesia, da perda de sangue e da recuperação.

    A consulta, também conhecida como avaliação cardiológica pré-operatória, é necessária especialmente para pacientes com fatores de risco, como pressão alta, diabetes, histórico familiar de doenças cardíacas ou mais de 40 anos. Ela garante que o procedimento seja feito com mais segurança e reduz a chance de complicações graves, como infarto ou arritmias.

    Para entender melhor quando procurar esse acompanhamento e quais cuidados são indispensáveis, conversamos com a cardiologista Edilza Câmara Nóbrega, formada pelo InCor-HCFMUSP. Confira!

    Por que o coração precisa ser avaliado antes da cirurgia?

    Toda cirurgia gera estresse para o organismo. A anestesia, a perda de sangue, a dor e a inflamação desencadeiam respostas hormonais que elevam a pressão arterial, aceleram os batimentos e aumentam a demanda de oxigênio do coração.

    Na maioria dos pacientes saudáveis, o corpo dá conta dessa sobrecarga. Mas, para quem já tem fatores de risco ou doenças cardíacas, as alterações podem desencadear complicações sérias — como infarto agudo do miocárdio e até AVC.

    Estudos mostram que hoje os pacientes cirúrgicos são, em geral, mais idosos e com múltiplas doenças associadas. Preparar o coração e alinhar condutas entre médico, cirurgião e anestesista é essencial para a segurança do procedimento.

    Quando procurar o cardiologista antes da cirurgia?

    De acordo com Edilza Câmara Nóbrega, especialista em cardiologia perioperatória, a avaliação deve ser feita assim que a cirurgia for marcada.

    “O ideal é que essa avaliação seja feita com tempo hábil para que o cardiologista possa solicitar exames adicionais, se necessário, e para que haja tempo para qualquer otimização do seu estado de saúde, como ajuste de medicações ou investigação de alguma alteração”.

    A urgência depende do tipo de cirurgia:

    • Cirurgias eletivas: permitem maior planejamento e otimização.
    • Cirurgias de urgência: mesmo nesses casos, é feita uma checagem mínima do coração.

    Quem deve priorizar a avaliação cardiológica?

    A consulta é altamente recomendada para:

    • Pessoas com histórico de infarto, insuficiência cardíaca, arritmias, doença arterial coronariana ou stent;
    • Pessoas com pressão alta, diabetes, colesterol alto, obesidade ou tabagismo;
    • Pacientes que já tiveram AVC;
    • Adultos de meia idade e idosos (acima de 50-60 anos, conforme o caso);
    • Pessoas com sintomas cardíacos como dor no peito, palpitações, falta de ar ou inchaço;
    • Quem vai passar por cirurgias de médio ou grande porte.

    Sinais de alerta antes de operar

    Entre os sinais que exigem investigação estão:

    • Dor no peito;
    • Falta de ar;
    • Palpitações;
    • Inchaço nas pernas;
    • Cansaço sem causa aparente;
    • Desmaios ou tonturas frequentes.

    “Caso apresente algum desses sintomas ou condição cardíaca grave, cirurgias eletivas podem e devem ser suspensas se a avaliação cardiológica identificar um risco elevado de complicações. A segurança do paciente é a prioridade”, explica Edilza.

    E se o risco cirúrgico for considerado alto?

    Nesses casos, a cirurgia pode ser adiada ou adaptada. As condutas possíveis incluem:

    • Otimização do tratamento;
    • Exames adicionais;
    • Mudança do plano cirúrgico;
    • Adiamento da cirurgia;
    • Encaminhamento para tratamento cardíaco prévio;
    • Cirurgia em ambiente com monitoramento intensivo.

    O que pode acontecer se a avaliação for ignorada

    Ignorar essa etapa aumenta o risco de complicações como:

    • Infarto;
    • Arritmias graves;
    • Insuficiência cardíaca aguda;
    • AVC;
    • Complicações respiratórias;
    • Morte.

    O que acontece durante a cirurgia para proteger o coração?

    Durante o procedimento, o coração é monitorado constantemente com equipamentos de controle de pressão, frequência cardíaca, oxigenação e atividade elétrica. Medicamentos e manejo da dor ajudam a evitar sobrecarga cardíaca e prevenir complicações.

    Como cuidar do coração após a cirurgia?

    Mesmo após a cirurgia, há risco de complicações como arritmias, infarto e insuficiência cardíaca. Por isso, o acompanhamento médico é indispensável, junto com fisioterapia e reabilitação cardíaca quando indicado.

    O estresse emocional também pode impactar. Técnicas de respiração, atitude positiva, apoio familiar e música ajudam na recuperação.

    Perguntas frequentes sobre avaliação cardiológica antes de cirurgias

    1. O que é avaliação cardiológica pré-operatória?

    É a consulta em que o cardiologista verifica se o coração está preparado para enfrentar a cirurgia e a anestesia, pedindo exames e ajustando remédios se necessário.

    2. Preciso procurar o cardiologista mesmo para cirurgias pequenas?

    Sim. Mesmo cirurgias simples podem sobrecarregar o coração, especialmente em quem tem fatores de risco.

    3. A cirurgia pode ser adiada por causa do coração?

    Sim. Se o risco for alto, a cirurgia pode ser adiada para estabilização do coração antes.

    4. Já tive infarto. Posso fazer cirurgia?

    Sim, mas com cuidado extra. O cardiologista avalia o tempo desde o infarto e pode solicitar exames adicionais.

    5. Quais são as principais complicações cardíacas no pós-operatório?

    Infarto, arritmias, insuficiência cardíaca e coágulos. Daí a importância da vigilância médica.

    6. Preciso suspender meus remédios antes da cirurgia?

    Apenas sob orientação médica. Anticoagulantes, por exemplo, podem precisar de ajuste.

    7. Sou idoso e vou operar. Meu risco é maior?

    Sim. Idosos têm mais fatores de risco, mas a avaliação ajuda a reduzir as chances de complicações.

    8. Como sei que estou pronto para a cirurgia?

    Quando o cardiologista confirma que exames e condições estão controlados. Isso não elimina totalmente o risco, mas o reduz ao máximo.

    9. Existe risco de AVC durante ou após a cirurgia?

    Sim, especialmente em quem tem hipertensão, diabetes ou arritmias. O controle desses fatores antes da cirurgia ajuda a reduzir a chance.

  • Falta de ar: quando pode ser problema do coração

    Falta de ar: quando pode ser problema do coração

    Quem nunca ficou sem fôlego depois de subir alguns lances de escada ou correr para não perder o ônibus? A falta de ar, também conhecida como dispneia, tende a ser uma resposta natural do corpo diante de um esforço físico. Em situações como essas, o organismo simplesmente exige mais oxigênio para manter o ritmo, e logo o fôlego se recupera.

    No entanto, a falta de ar nem sempre está ligada apenas ao esforço físico. Quando surge de maneira repentina, intensa, em repouso ou durante a noite, o sintoma pode indicar problemas cardíacos que precisam de atenção imediata.

    O cardiologista e cardio-oncologista Giovanni Henrique Pinto, do Hospital Albert Einstein, detalhou como identificar quando a falta de ar pode ter origem cardíaca, quais doenças estão por trás do quadro e quando é hora de procurar ajuda médica.

    Quando a falta de ar pode estar ligada ao coração?

    Nem todo cansaço é apenas consequência de estar fora de forma. De acordo com Giovanni Henrique Pinto, alguns sinais específicos podem indicar que o problema tem origem no coração. É importante procurar avaliação médica se a falta de ar:

    • Piora com pouco esforço: dificuldade para respirar em atividades leves que antes eram fáceis, como andar um ou dois quarteirões, ou piora rápida em dias ou semanas;
    • Aparece ao deitar: necessidade de usar mais travesseiros ou acordar de madrugada com a sensação de estar sufocando;
    • Vem acompanhada de outros sintomas: dor ou pressão no peito, palpitações, tontura, desmaio, inchaço nas pernas ou ganho de peso rápido e sem explicação;
    • Surge após infecção viral ou em quem já tem problemas cardíacos: pode indicar pericardite, miocardite ou agravamento de doença pré-existente.

    Qual a diferença entre cansaço comum e o cardíaco?

    Muitas vezes, o corpo apenas sinaliza esforço. Pessoas sedentárias, acima do peso ou que carregam objetos pesados podem sentir fôlego curto sem que isso represente doença. Nesses casos, o cansaço melhora rapidamente quando a atividade acaba, não aparece em repouso e não costuma vir com outros sintomas.

    Já quando a causa é cardíaca, a falta de ar surge em esforços cada vez menores e até ao deitar-se. Tosse noturna persistente, chiado no peito, palpitações, sensação de aperto no peito, inchaço nas pernas e cansaço desproporcional ao esforço são sinais de sobrecarga do coração.

    Quais condições cardíacas podem causar falta de ar?

    De acordo com o cardiologista, existem várias condições em que a falta de ar é frequente, como:

    • Insuficiência cardíaca: coração fraco que acumula líquido e dificulta a respiração;
    • Doença das artérias coronárias: inclui angina e infarto, causados por obstruções no fluxo sanguíneo;
    • Valvopatias: mau funcionamento das válvulas cardíacas, como estenose aórtica ou insuficiência mitral;
    • Arritmias: batimentos muito rápidos, lentos ou irregulares, que reduzem o oxigênio no corpo;
    • Miocardite e pericardite: inflamações do músculo ou membrana do coração, muitas vezes após infecções;
    • Pressão alta sem controle: força excessiva sobre o coração que pode gerar falta de ar;
    • Doenças congênitas: malformações de nascença que afetam a respiração.

    Quando procurar um cardiologista?

    A orientação é procurar um especialista sempre que a falta de ar se torna frequente, piora rapidamente, aparece em repouso ou ao deitar, ou quando surge com dor no peito, palpitações, tontura ou inchaço.

    Entre os exames para investigar estão: histórico clínico, exame físico, aferição de pressão, eletrocardiograma, ecocardiograma, radiografia de tórax, teste ergométrico, cintilografia, tomografia de coronárias, cateterismo, Holter e MAPA.

    Falta de ar: situações que exigem atendimento imediato

    Procure uma urgência se houver:

    • Falta de ar em repouso;
    • Lábios e extremidades azuladas;
    • Dor forte no peito;
    • Desmaio;
    • Confusão mental;
    • Inchaço com ganho de peso rápido.

    Esses sintomas podem indicar complicações graves, como infarto ou insuficiência cardíaca aguda.

    É possível tratar a falta de ar causada por problemas no coração?

    Sim. O tratamento inclui controle da pressão arterial, diuréticos para insuficiência cardíaca, remédios para arritmias, correções de valvopatias, anti-isquêmicos e até procedimentos de revascularização, conforme Giovanni Henrique Pinto.

    Reabilitação cardíaca e prática de atividade física também são fundamentais. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de recuperação e prevenção de complicações.

    Perguntas frequentes sobre falta de ar e coração

    1. É normal sentir falta de ar ao subir escadas?

    Sim, especialmente para quem está fora de forma. Preocupa quando piora em poucas semanas, exige paradas frequentes ou surge em atividades leves. Se vier com dor no peito, palpitações, tontura ou inchaço, procure um médico.

    2. A falta de ar pode ser um sintoma de infarto?

    Sim. Embora a dor no peito seja o sintoma mais conhecido, a falta de ar pode indicar angina ou infarto, principalmente em mulheres, idosos e diabéticos.

    3. É normal sentir falta de ar todos os dias?

    Não. Pode estar ligada a doenças do coração, pulmões, anemia ou ansiedade. Se for frequente, procure atendimento médico.

    4. A falta de ar pode ser só ansiedade?

    Sim. Crises de ansiedade podem causar respiração acelerada e sensação de aperto no peito. Apenas um médico pode diferenciar corretamente.

    5. Em que casos a falta de ar é uma emergência médica?

    Quando surge em repouso, com lábios azulados, dor forte no peito, desmaio, confusão mental ou inchaço repentino.

    6. A idade aumenta o risco de sentir falta de ar por problemas no coração?

    Sim. O envelhecimento torna artérias e músculo cardíaco mais rígidos, aumentando o risco de insuficiência cardíaca e estenose aórtica, que podem causar falta de ar, dor no peito e desmaios.

  • Ozempic protege o coração? Veja como a semaglutida age

    Ozempic protege o coração? Veja como a semaglutida age

    Remédio da moda, o Ozempic (semaglutida) foi originalmente desenvolvido para tratar diabetes tipo 2 e atualmente é muito prescrito pelos médicos para ajudar as pessoas a perderem peso. Além da fama de emagrecedor, porém, há um detalhe que merece atenção: esse remédio também pode também proteger o coração.

    O que é o Ozempic (semaglutida)

    O Ozempic e o Wegovy são remédios que têm como princípio ativo a semaglutida, e fazem parte de um grupo chamado agonistas do GLP-1. O GLP-1 é um hormônio que nosso corpo produz naturalmente e que ajuda a controlar o açúcar no sangue.

    Quando os níveis de açúcar estão altos, ele manda um recado para o pâncreas liberar insulina, aquele hormônio que coloca a glicose dentro das células para virar energia.

    Ao mesmo tempo, reduz a ação do glucagon, um hormônio que libera glicose do fígado para o sangue. Como se não bastasse, o GLP-1 também ajuda no cérebro para diminuir o apetite e retardar o esvaziamento do estômago, evitando picos de glicose.

    Como o Ozempic pode proteger o coração

    Segundo a cardiologista Juliana Soares, que integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein, os agonistas do GLP-1 podem reduzir o risco de eventos cardiovasculares como infarto e AVC e até morte por causas cardiovasculares.

    “A ação no controle dos níveis de açúcar e no peso são, por si, fatores protetores e que reduzem o risco cardiovascular”, conta a médica.

    “Isso acontece por meio da melhora metabólica, da diminuição dos níveis de colesterol e do controle mais efetivo da pressão arterial. Além disso, os estudos mostram que essas medicações melhoram a função da camada interna dos vasos sanguíneos (conhecida por endotélio) e podem diminuir a inflamação vascular, tendo um efeito protetor no sistema cardiovascular”.

    Diabetes e risco cardíaco: qual a relação?

    Infelizmente, quem tem diabetes carrega um risco maior de desenvolver doenças do coração. “Os níveis de açúcar elevados promovem danos ao organismo, como acúmulo de gordura e formação de placas nas artérias”, explica a médica.

    Além disso, o diabetes altera os vasos sanguíneos, piora a pressão arterial e pode desregular o colesterol. “Essas alterações contribuem para o aumento do risco de condições como infarto e AVC”, conta a especialista.

    Semaglutida é para todo tipo de problema do coração?

    Não. “A semaglutida não foi desenvolvida para tratar doenças cardíacas diretamente”, lembra Juliana Soares. O principal alvo sempre foi o controle do diabetes tipo 2 e, posteriormente, a perda de peso.

    Saiba Mais: Wegovy e Ozempic: como funcionam para perda de peso

    Ela explica, porém, que os estudos mostram benefícios importantes em quem tem insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, uma condição em que o coração até contrai normalmente, mas não consegue bombear o sangue de forma eficiente.

    “O impacto nesta condição vem da perda de peso, do aumento da capacidade física e de exercícios e reduçao nos sintomas”.

    Perguntas frequentes sobre Ozempic e o coração

    1. O Ozempic é só para diabetes?

    Não. Ele foi criado para tratar o diabetes tipo 2, depois foi aprovado também para perda de peso (Wegovy) e descobriu-se que a melhora metabólica causada pelo remédio pode trazer benefícios cardiovasculares.

    2. Posso usar Ozempic só para proteger o coração?

    Não, ele não é indicado como tratamento exclusivo para o coração.

    3. O Ozempic ajuda a prevenir infarto?

    Estudos mostram redução no risco de infarto e AVC em pessoas com diabetes tipo 2 e alto risco cardiovascular.

    4. O Ozempic ajuda na pressão alta?

    Indiretamente, sim. Ao melhorar o peso e o metabolismo, também pode contribuir para o controle da pressão.

    5. O Ozempic emagrece mesmo?

    Sim, um dos efeitos é a redução do apetite e, consequentemente, da ingestão calórica.

    6. A semaglutida tem efeitos colaterais?

    Sim. Náuseas, vômitos e diarreia são os efeitos colaterais mais comuns, principalmente quando se começa a usar o remédio.

    7. Existe diferença entre Ozempic e Wegovy em relação ao coração?

    Os dois têm o mesmo princípio ativo (semaglutida), mas indicações diferentes. Ozempic é indicado para diabetes tipo 2, e Wegovy para perda de peso. A ação cardiovascular está sendo estudada nos dois.

     

  • Diabetes: por que controlar é tão importante para o coração 

    Diabetes: por que controlar é tão importante para o coração 

    Você provavelmente já ouviu falar de diabetes, mas talvez não saiba exatamente o que é ou por que os médicos batem tanto na tecla da importância de controlar a glicemia. O fato é que a doença pode afetar toda a saúde, inclusive o coração.

    Apesar de muita gente associar o diabetes apenas ao açúcar alto no sangue, ele é bem mais complexo. A condição mexe com todo o metabolismo, pode afetar órgãos importantes e, quando não controlada, abrir caminho para problemas sérios.

    O que é diabetes

    Quando comemos alimentos que contêm carboidratos, como pães, massas, arroz, frutas e doces, eles são digeridos e transformados em glicose, um tipo de açúcar que serve de combustível para as células do corpo.

    Em condições normais, a glicose passa do intestino para a corrente sanguínea e, com a ajuda da insulina (um hormônio produzido pelo pâncreas), entra nas células para ser usada como energia.

    Quando a pessoa tem diabetes, esse processo é prejudicado. Ou o corpo não produz insulina suficiente, ou a insulina não consegue fazer o seu papel direito. Como resultado, a glicose não consegue entrar nas células e se acumula no sangue. Esse excesso, com o tempo, pode danificar vasos sanguíneos, nervos e órgãos.

    Tipos de diabetes

    Existem diferentes tipos de diabetes, mas todos exigem cuidado e acompanhamento médico.

    • Diabetes tipo 1: de origem autoimune, costuma aparecer na infância ou adolescência, embora também possa surgir em adultos.
    • Diabetes tipo 2: mais comum em adultos, mas está cada vez mais frequente em jovens por conta de hábitos ruins de vida;
    • Diabetes gestacional: aparece durante a gravidez e exige atenção redobrada.

    Por que controlar o diabetes é tão importante para o coração

    O diabetes não tratado, segundo a cardiologista Juliana Soares, que integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein, é um grande problema.

    “Ele aumenta consideravelmente o risco do desenvolvimento de outras condições de saúde, em especial as doenças cardiovasculares. A doença cardiovascular ainda é a principal causa de morte nos pacientes diabéticos”, conta a especialista.

    Quando o açúcar no sangue fica alto por muito tempo, ele favorece o acúmulo de gordura e placas nas artérias, processo conhecido como aterosclerose, que pode levar a infarto e AVC.

    “Além disso, o diabetes não tratado pode levar a alterações nos nervos e vasos sanguíneos com diminuição de sensibilidade, um processo chamado neuropatia, e que pode inclusive dificultar a percepção de infarto, pois o paciente com diabetes pode ter um infarto sem dor”, detalha a médica.

    Quem tem diabetes tipo 1 precisa ainda ficar mais atento. Além do endocrinologista, Juliana Soares recomenda acompanhamento com:

    • Nefrologista: para a saúde dos rins;
    • Oftalmologista: para prevenir retinopatia diabética que pode provocar perda de visão;
    • Cardiologista: para avaliar e proteger o coração;
    • Nutricionista: para ajustar a alimentação.

    A médica explica que portadores de diabetes tipo 1 têm mais risco de desenvolver doenças cardiovasculares, principalmente quando os controles dos níveis de glicose são inadequados.

    “Isso leva ao aumento do processo de formação das placas nas artérias e a lesão nos vasos sanguíneos e nervos. A doença cardiovascular é a principal causa de morte em adultos com diabetes tipo 1”, alerta.

    E o pré-diabetes?

    Se o diabetes é o sinal vermelho, o pré-diabetes é o sinal amarelo. Os níveis de açúcar já estão acima do normal, mas ainda não chegaram ao ponto de ser diabetes.

    A boa notícia, segundo Juliana Soares, é que mudanças no estilo de vida como melhora da alimentação, prática de atividade física e perda de peso são altamente eficazes.

    “Em algumas situações o uso de remédios, em especial a metformina, é muito benéfico e ajuda a conter a evolução para o diabetes”.

    Novos remédios: os agonistas do GLP-1

    Hoje há novos remédios que podem tratar diabetes, sendo que o mais falado atualmente é a semaglutida (Ozempic). Esse remédio pertence ao grupo dos agonistas do GLP-1, um hormônio que, como explica Juliana Soares, estimula a liberação de insulina quando o açúcar no sangue está alto, reduz o apetite e retarda o esvaziamento do estômago, evitando picos de glicose no sangue.

    Esses remédios também ajudam a reduzir risco de infarto e AVC, melhorando colesterol, pressão arterial e até a saúde dos vasos sanguíneos.

    Novos remédios: os agonistas do GLP-1

    Nos últimos anos, uma classe de remédios ganhou destaque no tratamento do diabetes tipo 2: os agonistas do GLP-1, como a semaglutida (Ozempic). O GLP-1 é um hormônio que o próprio corpo produz e que ajuda a regular a glicose no sangue de forma inteligente.

    A cardiologista explica que, quando os níveis de açúcar estão altos, os remédios agonistas do GLP-1 estimulam a liberação de insulina pelo pâncreas e, ao mesmo tempo, inibem a liberação de um hormônio chamado glucagon, que atua na liberação de glicose pelo fígado. Ou seja, eles não só ajudam a colocar a glicose para dentro das células, mas também evitam que o fígado jogue mais açúcar na corrente sanguínea.

    Esse tipo de remédio também age no cérebro. Eles diminuem o apetite, aumentam a sensação de saciedade e ainda reduzem a velocidade com que o estômago esvazia após as refeições. Esse conjunto de ações faz com que a glicose seja absorvida mais devagar e evita picos de açúcar no sangue.

    “Os agonistas do GLP-1 podem reduzir o risco de eventos cardiovasculares como infarto e AVC e até mesmo morte por causas cardiovasculares”, conta a médica. “A ação no controle dos níveis de açúcar e no peso são, por si, fatores protetores e que reduzem o risco cardiovascular através da melhora metabólica”.

    Como viver bem com diabetes tipo 2

    O diagnóstico de diabetes não precisa ser sinônimo de uma qualidade de vida ruim. “A vida do portador de diabetes pode ser saudável desde que um estilo de vida adequado e os cuidados necessários sejam seguidos. O foco no autocuidado, no tratamento adequado e na prevenção das complicações é fundamental”, reforça Juliana Soares.

    O tratamento conta com:

    • Alimentação equilibrada;
    • Atividade física regular;
    • Controle do colesterol e da pressão;
    • Monitoramento da glicemia;
    • Uso correto dos remédios;
    • Exames regulares.

    Perguntas frequentes sobre diabetes

    1. O diabetes pode ser curado?

    Não, mas pode ser controlado com tratamento e mudanças no estilo de vida.

    2. O que é hipoglicemia?

    É quando o açúcar no sangue fica muito baixo. Isso pode causar tontura, suor frio, desmaio e, se a queda de açúcar for muito intensa e não for revertida a tempo, pode levar até à morte.

    3. Como prevenir o diabetes tipo 2?

    Mantendo um peso saudável, fazendo exercícios e comendo de forma equilibrada.

    5. O que é pré-diabetes?

    É quando a glicose está acima do normal, mas ainda não ao ponto de ser caracterizada diabetes.

    6. Diabetes afeta só o açúcar no sangue?

    Não, pode atingir coração, rins, olhos e nervos, por isso é importante tratar a doença.

    7. O que é resistência à insulina?

    É quando o corpo não consegue usar a insulina de forma eficiente, e isso faz com que o açúcar no sangue fique mais alto.

    8. Quem tem diabetes pode comer doce?

    Sim, mas com moderação e dentro de um plano alimentar equilibrado.

  • Quero começar a correr: preciso ir ao cardiologista antes?

    Quero começar a correr: preciso ir ao cardiologista antes?

    A vontade de calçar o tênis e sair correndo pode aparecer do nada, ou surgir pela intenção de melhorar a saúde, entrar em forma ou apenas desestressar. Mas aí vem a dúvida: é preciso mesmo passar no cardiologista antes para avaliar a saúde do coração?

    Correr é uma das formas mais simples e acessíveis de se exercitar, pois não precisa de mensalidade na academia, dá para fazer sozinho e ainda traz resultados rápidos. Só que, como em qualquer atividade física, é importante respeitar o corpo e começar do jeito certo para evitar sustos e fazer com que o novo hábito dure por muito tempo.

    Quando é necessário fazer avaliação médica antes de correr

    O cardiologista Giovanni Henrique Pinto, que integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein, conta que, se a pessoa não tiver nenhum sintoma de problemas cardíacos, for jovem e sem fatores de risco, ela pode começar a fazer corrida com intensidade leve.

    “Mas é prudente fazer uma avaliação médica antes, especialmente para quem está sedentário ou tem histórico familiar de problemas cardíacos”, recomenda.

    Mesmo quem é jovem pode se beneficiar de uma avaliação preventiva. Quem tem histórico familiar de problemas cardíacos ou está há muito tempo parado, o ideal é passar no consultório antes de acelerar o passo.

    Segundo o cardiologista, alguns sinais indicam que é melhor procurar avaliação médica antes de continuar os treinos:

    • Dor no peito;
    • Falta de ar desproporcional ao esforço;
    • Palpitações (sensação de coração acelerado ou batendo irregular);
    • Tontura;
    • Desmaios.

    “Esses sintomas não devem ser ignorados, mesmo em jovens”, aconselha.

    Leia Mais: Check-up cardíaco: quais exames fazer e com que frequência

    Quais exames o cardiologista pode pedir

    Para avaliar se o coração está pronto para encarar os treinos, os exames mais comuns são:

    • Eletrocardiograma;
    • Teste ergométrico;
    • Ecocardiograma.

    “Esses exames ajudam a identificar alterações que poderiam representar risco durante a atividade física, como arritmias e isquemia”, explica o cardiologista.

    Benefícios da corrida para o coração

    A corrida não é só boa para a disposição, ela também fortalece o coração de várias formas. “Melhora a função cardíaca, reduz a pressão arterial, o colesterol ruim (LDL), melhora o bom colesterol (HDL), diminui a inflamação e o risco de arritmias”, conta o especialista.

    Mas quem tem pressão alta ou colesterol elevado precisa ter um pouco mais de cuidado antes de correr. “Essa pessoa precisa de acompanhamento médico para ajustar medicações e controlar os fatores de risco. O exercício faz parte do tratamento”.

    Se você é sedentário e quer começar a correr, a pressa é inimiga da saúde. Comece devagar e siga estas dicas do cardiologista:

    Por que correr demais ou sem orientação pode ser perigoso

    Nada de exagerar. “O esforço excessivo e súbito pode causar arritmias, aumento de pressão e, em casos raros, eventos cardíacos como parada cardiorrespiratória e morte súbita”, alerta Giovanni.

    O segredo está no equilíbrio. “É importante respeitar os limites, seguir um plano progressivo e fazer acompanhamento médico e físico adequado”, aconselha.

    Perguntas frequentes sobre corrida e cardiologista

    1. Preciso ir ao cardiologista antes de correr se sou jovem e saudável

    Não é obrigatório, mas é recomendado se você está sedentário ou tem histórico familiar de problemas cardíacos.

    2. Quais exames são mais comuns antes de começar a correr

    Eletrocardiograma, teste ergométrico e, em casos específicos, ecocardiograma.

    3. Posso correr com pressão alta?

    Sim, mas com acompanhamento médico para ajustar os remédios e controlar os fatores de risco.

    4. Posso correr com colesterol alto?

    Sim, e a corrida pode ajudar a reduzi-lo, desde que com supervisão médica.

    5. A corrida pode causar problemas no coração?

    Quando feita de forma exagerada ou sem preparo, pode trazer riscos, mas com acompanhamento é segura e faz bem.

    6. Começar correndo é melhor do que começar caminhando?

    Para iniciantes, o ideal é começar com caminhadas e progredir pouco a pouco.

    7. Posso correr se já tive problemas no coração?

    Depende do caso. É muito importante uma avaliação médica com cardiologista antes de retomar as atividades.

    8. Correr faz bem para a saúde mental também?

    Sim! A corrida libera endorfina, diminui o estresse e melhora o humor.

  • Como cuidar do coração durante o tratamento do câncer 

    Como cuidar do coração durante o tratamento do câncer 

    O tratamento contra o câncer é uma batalha que envolve força, coragem e, muitas vezes, uma agenda cheia de consultas e exames. Mas existe um detalhe que não pode ficar de fora dessa rotina, que é o cuidado com o coração.

    O cardiologista Giovanni Henrique Pinto, que faz parte do corpo clínico do Hospital Albert Einstein, explica que alguns medicamentos e terapias contra o câncer podem afetar diretamente o coração. “Além disso, o próprio câncer e o estado inflamatório aumentam o risco de eventos cardiovasculares”, alerta.

    É por isso que é importante cuidar do coração durante o tratamento do câncer.

    Por que o tratamento do câncer pode afetar o coração

    O coração pode sofrer pelos efeitos colaterais de certos remédios e pela própria resposta do corpo ao câncer. Isso significa que, além de cuidar do tumor, é importante prevenir que o tratamento traga problemas para o coração.

    Tratamentos oncológicos que merecem atenção para o coração

    Algumas terapias têm maior potencial de afetar o coração, segundo o cardiologista. Veja quais são:

    • Quimioterápicos: como as antraciclinas, usadas no tratamento de vários tipos de câncer;
    • Medicamentos-alvo: como o trastuzumabe, muito utilizado no câncer de mama;
    • Imunoterapia: pode causar inflamação no músculo cardíaco;
    • Radioterapia no tórax: pode lesionar diretamente estruturas do coração, como pericárdio, artérias coronárias e músculo cardíaco.

    “Esses tratamentos podem causar danos temporários ou permanentes ao coração, por isso é importante o acompanhamento cardiológico nesses pacientes”, explica o médico.

    Principais riscos cardíacos durante o tratamento

    O cardiologista conta alguns problemas que podem surgir durante o tratamento contra um câncer:

    • Insuficiência cardíaca: geralmente pelo uso de remédios como antraciclinas e trastuzumabe;
    • Arritmias: pelo uso de remédios como platinas e taxanos;
    • Pressão alta: pelo uso de inibidores da tirosina kinase e inibidores fator de crescimento angiogênico;
    • Isquemia miocárdica: por conta do remédio 5 fluoruracila;
    • Miocardite: principalmente por conta da imunoterapia.

    Exames importantes antes, durante e depois do tratamento do câncer

    Para acompanhar a saúde do coração, o médico que acompanha a pessoa em tratamento de câncer poderá solicitar:

    • Ecocardiograma com strain
    • Eletrocardiograma
    • Biomarcadores cardíacos
    • Testes de função cardíaca

    O papel do cardio-oncologista

    Por conta de remédios para tratamento de câncer causarem danos ao coração, hoje, inclusive, existem médicos especializados em cardio-oncologia, aptos a lidar e tratar questões cardíacas em decorrência do câncer.

    Esse profissional trabalha junto com o oncologista para garantir a segurança do tratamento. “O cardio-oncologista avalia o risco cardiovascular, monitora a função cardíaca e intervém precocemente caso surjam efeitos colaterais. O objetivo é manter o tratamento oncológico com segurança cardíaca”, destaca Giovanni Henrique Pinto.

    É possível prevenir danos ao coração?

    Sim. O médico explica que ajustar doses, monitorar precocemente e usar remédios que possam proteger o coração, como betabloqueadores, IECA ou estatinas, pode reduzir o risco.

    O que o paciente pode fazer no dia a dia

    • Evitar o sedentarismo, mas sempre com orientação médica;
    • Controlar a pressão e o colesterol;
    • Ter uma alimentação equilibrada;
    • Avisar o médico sobre qualquer sintoma novo no coração;
    • Continuar o acompanhamento mesmo após o fim do tratamento.

    Perguntas frequentes sobre cuidar do coração no tratamento do câncer

    1. Todo tratamento contra o câncer afeta o coração?

    Não. Apenas alguns remédios e terapias têm mais risco de afetar o coração, mas todos devem ser monitorados.

    2. Posso continuar fazendo exercícios durante o tratamento?

    Sim, desde que com liberação médica e acompanhamento adequado.

    3. A radioterapia sempre causa problemas no coração?

    Não, mas quando feita na região do tórax, pode afetar estruturas cardíacas.

    4. É preciso continuar acompanhando o coração depois do tratamento do câncer?

    Sim. É preciso fazer acompanhamento até o médico cardiologista liberar.

    5. Remédios cardioprotetores têm efeitos colaterais?

    Podem ter, mas os benefícios muitas vezes superam os riscos, especialmente com acompanhamento médico.

    6. Cuidar do coração durante o tratamento atrapalha o combate ao câncer?

    Pelo contrário, o objetivo de cuidar do coração durante o tratamento do câncer é fazer com que ele seja feito com segurança.

  • Check-up cardíaco: quais exames fazer e com que frequência

    Check-up cardíaco: quais exames fazer e com que frequência

    O coração trabalha 24 horas por dia, sem pausa para descanso. E, assim como um carro que precisa de revisão para não quebrar no meio da estrada, o coração também merece atenção preventiva. É aí que entra o check-up cardíaco, um conjunto de exames que ajuda a identificar riscos e prevenir problemas antes que eles apareçam.

    O cardiologista Giovanni Henrique Pinto, que integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein, explica que a partir dos 40 anos mesmo quem não tem fatores de risco já deve começar a avaliação.

    “Mas se houver histórico familiar de doenças cardíacas, diabetes, hipertensão ou colesterol alto, o check-up deve começar antes, por volta dos 30 ou 35 anos”, recomenda.

    Quando começar o check-up do coração

    Se você tem um histórico familiar de infarto ou AVC, a recomendação é antecipar o check-up cardíaco.

    “Se um parente de primeiro grau teve infarto ou AVC antes dos 55 anos, no caso de homens, ou 65 anos, para mulheres, é indicado iniciar a avaliação 10 anos antes da idade em que o evento ocorreu”, orienta Giovanni.

    Exames básicos que fazem parte do check-up cardíaco

    Segundo o cardiologista, todo check-up começa com exames essenciais:

    • Eletrocardiograma: exame que registra a atividade elétrica do coração e ajuda a detectar arritmias.
    • Dosagem de colesterol e glicemia: exame que mede as gorduras e o açúcar no sangue, fatores ligados a doenças cardíacas.
    • Avaliação da pressão arterial: verifica se a pessoa tem pressão alta, um dos maiores problemas para o coração.

    Exames complementares que podem ser solicitados no check-up cardíaco

    Dependendo do perfil e histórico da pessoa, o médico pode pedir outros exames do coração para avaliar pontos específicos. Alguns deles são:

    • Ecocardiograma: ultrassom que mostra o funcionamento do coração.
    • Teste ergométrico: é o famoso teste da esteira, que avalia o desempenho do coração sob esforço intenso.
    • MAPA ou Holter: monitoram a pressão arterial ou o ritmo cardíaco por 24 horas.
    • Cintilografia miocárdica ou angiotomografia coronariana: em casos selecionados, para avaliar fluxo sanguíneo e artérias do coração.

    Esses são exames para prevenir infarto e outros problemas cardiovasculares.

    Homens e mulheres: exames iguais, mas atenção diferente

    De maneira geral, os homens e as mulheres fazem os mesmos exames do coração. “No entanto, mulheres podem apresentar sintomas atípicos de doenças cardíacas e, por isso, a avaliação pode incluir exames mais específicos”, diz o médico.

    “A menopausa também é um fator de risco e devemos estar atentos a esse período de vida das mulheres”, alerta o cardiologista. Nessas situações, o médico pode recomendar exames extras.

    Com que frequência repetir os exames

    A resposta depende do risco cardiovascular de cada um. A partir do primeiro check-up cardíaco, o médico saberá dizer quando deve ser feito o próximo.

    • Baixo risco, sem outros fatores de risco: a cada 2 a 3 anos.
    • Risco moderado: anualmente.
    • Alto risco ou portadores de doenças cardiovasculares: anual ou até semestral, conforme orientação médica.

    Check-up cardiológico detecta risco de infarto?

    Sim, o check-up cardíaco consegue detectar risco de infarto, conta o cardiologista.

    “Por meio da análise dos fatores de risco e exames, é possível estimar a chance de eventos cardiovasculares e adotar medidas preventivas”, afirma o médico.

    O cardiologista Giovanni Henrique Pinto conta que exames como escore de cálcio e teste ergométrico podem identificar placas nas artérias ou isquemia silenciosa, que é quando o coração sofre falta de sangue sem causar sintomas.

    Sintomas que merecem atenção fora da rotina

    Apesar de fazer o check-up regularmente, não espere a data do próximo exame cardiológico para procurar ajuda se sentir:

    • Dor no peito;
    • Falta de ar ao se esforçar;
    • Tontura ou desmaios;
    • Palpitações;
    • Inchaço nas pernas.

    Esses são sinais que você deve procurar um médico imediatamente para investigar o que está acontecendo.

    Check-up cardiológico normal significa risco zero?

    Infelizmente, não. “O risco cardiovascular pode mudar com alterações nos hábitos, peso, pressão e colesterol. Por isso, mesmo com exames normais, é fundamental manter hábitos saudáveis e reavaliar periodicamente”, reforça o Dr. Giovanni.

    Perguntas frequentes sobre check-up cardíaco

    1. Check-up cardíaco dói?

    Não. Os exames são simples e não invasivos na maioria dos casos.

    2. Preciso fazer jejum para o check-up?

    Para exames de sangue, sim, geralmente de 8 a 12 horas.

    3. Posso fazer check-up grávida?

    Alguns exames são seguros, mas é preciso informar o médico para adaptar a avaliação.

    4. Quanto custa um check-up cardíaco?

    O valor varia conforme a quantidade de exames solicitados e o local. Os planos de saúde também cobrem os exames que constam no rol da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

    5. Atletas também precisam fazer check-up?

    Sim. A avaliação ajuda a garantir que o coração está preparado para esforços intensos.

    6. Quem nunca teve sintomas precisa fazer?

    Sim. O objetivo é prevenir e identificar riscos antes dos sintomas aparecerem e manter a saúde do coração.

    7. Existe idade máxima para fazer check-up?

    Não. A avaliação é importante em qualquer fase da vida.

    8. O check-up substitui hábitos saudáveis?

    De forma alguma. Ele complementa a prevenção, para que os médicos consigam intervir precocemente caso necessário, mas não dispensa alimentação equilibrada, exercícios e controle do estresse.