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  • Colesterol alto: entenda os riscos, causas e como prevenir

    Colesterol alto: entenda os riscos, causas e como prevenir

    O colesterol é muito importante para o corpo, mas em excesso pode ser perigoso. Quando está bem equilibrado, ajuda o organismo a funcionar direito, mas o colesterol alto aumenta o risco de doenças bem graves, como infarto e AVC.

    Neste texto, você vai entender o que é colesterol, os tipos e os principais fatores que contribuem para que ele fique alto, além de aprender o que fazer para resolver esse problema.

    O que é colesterol e por que ele é importante?

    O colesterol é um tipo de gordura produzido pelo próprio organismo e também obtido pela alimentação. Apesar da fama ruim, ele é fundamental: está presente nas membranas das células, participa da produção de hormônios e é necessário para a saúde do corpo. No entanto, é preciso evitar a todo custo o colesterol alto.

    Tipos de colesterol: LDL, HDL e VLDL explicado

    Colesterol LDL: por que é considerado ruim?

    Quando está em excesso, o LDL se acumula nas artérias e pode formar placas que dificultam a passagem do sangue. Quando essas placas bloqueiam a passagem total do sangue é que acontecem infartos e AVC.

    Colesterol HDL: o protetor do coração

    Nem todo colesterol é ruim. O colesterol HDL tem o papel de “limpar” o excesso de colesterol nas artérias e ajudar a proteger o coração.

    VLDL

    O colesterol VLDL transporta triglicerídeos, outra gordura que faz mal ao coração. Quando há VLDL em excesso, sobram triglicérides circulando, o que predispõe ao acúmulo de gordura nas artérias e aumenta o risco cardiovascular.

    Valores de referência para colesterol

    Exame Desejável para população geral Desejável para alto risco cardiovascular Desejável para risco muito alto
    Colesterol Total Menor que 190 mg/dL Menor que 190 mg/dL Menor que 190 mg/dL
    LDL (colesterol “ruim”) Menor que 100 mg/dL Menor que 70 mg/dL Menor que 50 mg/dL
    HDL (colesterol “bom”) ≥ 40 mg/dL (homens) / ≥ 50 mg/dL (mulheres) Igual Igual
    Triglicerídeos Menor que 150 mg/dL Menor que 150 mg/dL Menor que 150 mg/dL
    Não-HDL Menor que 130 mg/dL Menor que 100 mg/dL Menor que 80 mg/dL

    O que causa o colesterol alto?

    As causas do colesterol alto são várias. O problema pode acontecer tanto por maus hábitos de saúde ou por fatores genéticos. Entenda.

    Fatores genéticos

    Algumas pessoas nascem com maior tendência ao colesterol alto, mesmo estando dentro do peso ideal e fazendo uma alimentação saudável. Essa condição é uma herança genética chamada de hipercolesterolemia familiar e afeta cerca de 1 em cada 250 brasileiros.

    Dieta rica em gordura saturada e trans

    Alimentos como fast-food, frituras, carnes gordurosas e produtos industrializados são grandes problemas, pois uma alimentação ruim pode aumentar o LDL em até 25%. E os riscos do colesterol alto são muitos, por isso é importante manter uma boa alimentação.

    Sedentarismo

    A falta de atividade física reduz o HDL, que é o colesterol bom, e dificulta o controle do colesterol ruim. Apenas 150 minutos de exercício de intensidade moderada por semana já fazem diferença.

    Tabagismo e álcool em excesso

    Fumar danifica as artérias e reduz o colesterol bom. O excesso de bebida alcoólica também aumenta os triglicérides, que é péssimo para o coração.

    Envelhecimento e hormônios

    Com o passar dos anos, o corpo tende a produzir mais colesterol. Após a menopausa, muitas mulheres apresentam aumento do LDL.

    Veja também: Pressão alta: como controlar com a alimentação

    Doenças associadas

    Diabetes tipo 2, hipotireoidismo e doenças renais ou hepáticas alteram o metabolismo e aumentam a chance de ter colesterol alto.

    Estresse

    O estresse crônico aumenta o cortisol, um hormônio que interfere no metabolismo das gorduras e pode aumentar os níveis de colesterol.

    Uso de remédios

    Segundo a cardiologista Juliana Soares, alguns remédios, como corticóides, anticoncepcionais, diuréticos e betabloqueadores, podem contribuir para alterações do colesterol. “É fundamental informar ao médico todos os medicamentos em uso ao investigar causas de colesterol alto”, alerta.

    Como prevenir o colesterol alto?

    O controle do colesterol começa com hábitos saudáveis. Veja os três pilares de prevenção do colesterol alto:

    • Alimentação balanceada: frutas, verduras, grãos integrais, azeite de oliva e peixes são ótimos para ajudar a manter o colesterol sob controle. Evite frituras, embutidos e alimentos industrializados.
    • Exercício físico: caminhar, pedalar, nadar ou dançar ajuda a melhorar os níveis de HDL e controlar o LDL. Lembre-se de ser constante na atividade física.
    • Acompanhamento médico: em alguns casos, pode ser necessário o uso de remédios (como as estatinas), sempre com orientação profissional. Se for o caso do colesterol por herança genética, outros remédios ainda mais específicos também podem ser usados.

    Manter o colesterol em ordem é um passo muito importante para uma vida longa e saudável. O colesterol e o estilo de vida estão muito relacionados.

    Perguntas frequentes sobre colesterol alto

    1. Colesterol alto tem sintomas?

    Na maioria dos casos, não. O colesterol alto é silencioso. Só exames de sangue podem identificar o problema.

    2. Colesterol alto sempre precisa de remédio?

    Nem sempre. Mudanças na alimentação e no estilo de vida muitas vezes são suficientes, mas em alguns casos o médico pode indicar medicamentos.

    3. Qual o nível ideal de colesterol?

    Depende do histórico de saúde da pessoa. Em geral, o LDL deve ficar abaixo de 100 mg/dL. Mas para pessoas com risco cardíaco mais alto, esse número pode ser bem menor. O médico saberá dizer o melhor para cada caso.

    4. Crianças e adolescentes também podem ter colesterol alto?

    Sim. Por isso, é importante criar bons hábitos desde cedo e, quando necessário, fazer exames de rotina.

    5. O que comer para baixar o colesterol?

    Alimentos ricos em fibras (aveia, frutas, leguminosas), ômega-3 (peixes, linhaça) e gorduras boas (abacate, azeite) ajudam no controle do colesterol.

    Leia mais: Como tratar o colesterol alto

  • Depressão adolescente: sinais e como ajudar com empatia

    Depressão adolescente: sinais e como ajudar com empatia

    A tristeza profunda que dura semanas, o isolamento repentino e o silêncio atrás de portas fechadas. Será que é só uma fase? A depressão na adolescência é real e está mais presente do que muitos adultos imaginam.

    Com o apoio da psiquiatra Graccielle Asevedo, hoje você vai entender os sinais de alerta, o papel das séries adolescentes nessa conversa e como os adultos podem ajudar de verdade.

    Por que a depressão na adolescência está aumentando?

    Segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), a saúde mental de adolescentes preocupa. O número de jovens com sintomas depressivos tem crescido, inclusive em idades cada vez mais jovens. Um estudo feito em Recife apontou que quase 60% dos adolescentes de 14 a 16 anos apresentavam sintomas importantes de depressão.

    Esse aumento pode estar ligado a fatores como:

    • Poucas horas de sono;
    • Muito tempo de exposição a telas e conteúdos violentos;
    • Falta de tempo ao ar livre ou de convivência com amigos;
    • Pressão, cobranças e traumas vividos na infância.

    Ou seja: a rotina de hoje tem deixado pouco espaço para o descanso emocional dos jovens.

    7 sinais de depressão em adolescentes que pais devem observar

    Nem sempre o adolescente vai dizer que está sofrendo, mas o corpo e o comportamento dão pistas. Fique atento a mudanças como:

    • Isolamento social;
    • Irritabilidade constante;
    • Queda no rendimento escolar;
    • Distúrbios no sono e apetite;
    • Queixas físicas frequentes sem causa definida;
    • Automutilação;
    • Postagens com tom ambíguo sobre morte ou suicídio.

    “Mesmo sinais discretos, se durarem mais de duas semanas, precisam ser levados a sério”, alerta a psiquiatra Graccielle Asevedo.

    Bullying e suas marcas invisíveis

    Bullying na adolescência não é só brincadeira de mau gosto. Os efeitos podem durar bastante tempo e envolver autoestima abalada, medo de socializar, ansiedade, depressão e, em casos mais graves, pensamentos suicidas.

    “Muitos adolescentes evitam ambientes sociais por medo de novas agressões. E o mais grave: quando esse sofrimento não é validado, pode durar por toda a vida adulta”, afirma Graccielle.

    O que as séries revelam (e escondem)

    As séries adolescentes têm abordado temas como bullying, depressão e suicídio com cada vez mais intensidade. Para Graccielle, isso pode ter dois efeitos:

    • Positivo, quando ajudam a dar nome ao sofrimento e incentivam o diálogo
    • Negativo, quando dão foco apenas a casos extremos, silenciando dores mais sutis.

    “As séries funcionam como espelhos. Tentam traduzir sentimentos que os próprios adolescentes muitas vezes não conseguem nomear”, explica a psiquiatra. “Quando bem construídas, as séries podem ser um canal poderoso de empatia e conscientização. Mas quando tratam o sofrimento apenas como recurso dramático, sem mostrar caminhos de apoio, podem reforçar a sensação de desamparo.”

    Por que os adolescentes trancam as portas?

    Bilhetes, músicas e portas trancadas são, muitas vezes, sinais silenciosos de que algo não vai bem. “Esses ‘sinais cifrados’ são tentativas reais de se fazer entender sem se expor totalmente. São como testes silenciosos: ‘Se alguém perceber, talvez valha a pena falar’”, diz Graccielle.

    Trancar a porta pode significar “quero ficar sozinho”, mas também pode ser um “me veja, sem me invadir”. O papel dos adultos é escutar com presença, sem julgamento.

    Como ajudar um adolescente com depressão

    Nem sempre os adolescentes pedem ajuda de forma direta. Mas perceber que há alguém disponível para escutar, e não apenas corrigir, já é um grande passo.

    “Olhos serão revirados. Portas serão batidas. Mas isso não significa que devam permanecer fechadas”, lembra Graccielle.

    A presença emocional de um adulto confiável é um dos maiores fatores de proteção contra a depressão na adolescência. Criar espaço para conversas simples, sem pressão, pode fazer diferença.

    Dica para os pais: use as séries como ponte

    Assistir junto as séries adolescentes pode ser uma chance de aproximação. “O mais importante não é apenas o que está na tela, mas como o adolescente reage àquilo”, diz. “Qual personagem ele defende? Qual cena ele revê em silêncio? Tudo isso são pistas emocionais”, sugere Graccielle.

    Perguntar com curiosidade sobre as reações do adolescente pode abrir portas importantes. “Trocar um ‘isso é exagero’ por ‘deve ser difícil enfrentar isso sozinho’ pode mudar tudo”, orienta a psiquiatra.

    O sofrimento do adolescente é real

    “A adolescência não é só uma fase de transição. É onde se constroem os alicerces da autoestima, da confiança, da sensação de pertencimento”, afirma Graccielle. Saber reconhecer os sinais é importante, mas mais ainda é ser uma presença acolhedora.

    “Porque um adolescente que encontra um adulto que o escuta, mesmo no caos, aprende algo fundamental: que não precisa atravessar tudo sozinho… que pode ser imperfeito, confuso, em construção — e ainda assim ser amado”, conclui.

    Tratamento para depressão adolescente

    Quando um adolescente está enfrentando a depressão, é muito importante que ele receba apoio e tratamento adequado. O primeiro passo é que os pais ou responsáveis o levem para uma avaliação com um profissional de saúde mental, como um psicólogo ou psiquiatra especializado em adolescentes.

    Esses profissionais estão preparados para entender o que o jovem está sentindo e, se for necessário, recomendarão o tratamento mais adequado, que pode incluir psicoterapia, mudanças no estilo de vida e, em alguns casos, o uso de medicação.

    Se o médico recomendar o uso de remédios, é importante que a família acompanhe com atenção e confiança, respeitando as orientações e evitando interromper o tratamento por conta própria. Tudo deve ser feito com diálogo, paciência e muito cuidado, sempre ouvindo o adolescente e incluindo-o nas decisões.

    Acolher com carinho, levar a sério o que o jovem está vivendo e buscar ajuda profissional sem demora são medidas muito importantes para que ele possa se recuperar e reencontrar o equilíbrio emocional.

    Prevenção do suicídio adolescente: como fortalecer os vínculos

    O suicídio é hoje a quarta causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos no Brasil, segundo a SBP, e os sinais de alerta podem aparecer ainda mais cedo, entre os 10 e 14 anos. Por isso, falar sobre o tema com cuidado, mas sem tabu, é uma forma importante de proteger o adolescente.

    Os principais fatores de risco para suicídio adolescente estão:

    • Depressão e ansiedade não diagnosticadas ou não tratadas;
    • Uso de álcool e drogas;
    • Histórico de abuso sexual ou violência doméstica;
    • Pais ausentes emocionalmente ou com baixa escuta ativa;
    • Bullying e exclusão social, principalmente no ambiente escolar;
    • Pressão por sucesso, aparência ou desempenho;
    • Falta de autoestima e de um projeto de vida com sentido;
    • Sensação de não pertencimento, como se não houvesse espaço para ser quem se é.

    Mas há também fatores de proteção que fazem uma enorme diferença. O mais importante, segundo a SBP, é o sentimento de esperança no futuro, algo que pode ser construído a partir de relações saudáveis e significativas.

    Vínculos afetivos fortes com pais, amigos e professores são uma das principais formas de proteção emocional. Quando o adolescente sente que pode contar com alguém, mesmo nos momentos difíceis, ele tende a enfrentar melhor os desafios.

    Por isso:

    • Esteja presente no dia a dia com escuta verdadeira e sem julgamentos;
    • Crie oportunidades de diálogo, mesmo que seja em momentos informais, como ver um filme juntos ou conversar no carro;
    • Ajude o adolescente a visualizar caminhos futuros com pequenas metas e projetos;
    • Fortaleça o vínculo com a escola e incentive as amizades saudáveis;
    • Evite frases como “isso é frescura”, “você não tem motivo para estar assim” ou apoios vagos, como “vai ficar tudo bem”. Prefira: “eu também já passei por algo parecido e te entendo. Vamos entender juntos o que está acontecendo”.

    A SBP também reforça que a prevenção começa na escuta e na convivência. Quando o adolescente tem espaço para se expressar e encontra adultos disponíveis emocionalmente, o risco de desenvolver pensamentos suicidas diminui.

    E, se surgir qualquer sinal de alerta, como falas frequentes sobre morte, tristeza persistente, isolamento ou mudanças bruscas de comportamento, busque apoio profissional imediatamente. Falar sobre isso pode salvar vidas.

    Falar é importante: o CVV está pronto para ouvir, sempre

    Quando a tristeza parece não passar ou as emoções ficam difíceis de entender, conversar com alguém pode fazer toda a diferença. E isso vale tanto para adolescentes quanto para quem cuida deles.

    O CVV (Centro de Valorização da Vida) é um canal gratuito, sigiloso e que funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana. Lá, voluntários preparados estão prontos para ouvir e dar orientações, sem julgamentos. Basta ligar 188 ou acessar o site cvv.org.br.

    E atenção: os pais também podem ligar, caso estejam preocupados com o filho e não saibam como agir. O CVV acolhe qualquer pessoa que precise conversar, seja para aliviar o sofrimento, seja para entender melhor como ajudar alguém que está passando por um momento difícil.

    Perguntas frequentes sobre depressão na adolescência

    1. É normal adolescentes se isolarem?

    Sim, até certo ponto. Mas o isolamento constante, quando vem acompanhado de tristeza, agressividade ou queda de rendimento, pode indicar depressão.

    2. Séries sobre saúde mental ajudam ou atrapalham?

    Depende. Algumas séries trazem reflexões importantes, outras exageram ou romantizam a dor. Assistir junto e conversar é a melhor forma de mediação.

    3. Como abordar o assunto depressão com meu filho sem parecer invasivo?

    Comece com perguntas abertas, sem julgamento. Mostrar disponibilidade sincera para escutar é mais importante do que acertar as palavras certas.

    4. Como saber se um adolescente está com depressão?

    Isolamento, queda no rendimento escolar, alterações no sono, irritabilidade e automutilação podem ser sinais. Busque ajuda médica se durarem mais de duas semanas.

     

  • Queda de cabelo ou alopecia? Saiba quando investigar

    Queda de cabelo ou alopecia? Saiba quando investigar

    Você notou mais fios caindo no travesseiro ou no banho? A queda de cabelo pode ser algo natural, mas também um sinal de alerta. É esperado que uma pessoa perca de 100 a 150 fios diariamente, como parte do ciclo natural de renovação dos cabelos.

    Quando essa perda se intensifica ou aparecem áreas visivelmente ralas, porém, é importante ficar atento. Descubra neste guia o que é considerado normal, o que pode indicar alopecia e quando procurar um médico dermatologista ou tricologista.

    O que é alopecia

    “Alopecia é o termo médico para a perda de cabelo, seja pela ausência dos fios, como na alopecia areata, seja pelo afinamento progressivo, que leva à ausência de cobertura, como na alopecia androgenética”, explica a tricologista e especialista em saúde capilar Flávia Grazielle de Sousa Carneiro.

    Ela destaca, porém, que nem toda queda de cabelo pode ser considerada alopecia. Pequenas quedas diárias são normais e esperadas. O termo alopecia só se aplica quando há falhas ou redução visível dos fios que ultrapassam o padrão habitual.

    Tipos mais comuns de alopecia

    Há vários tipos de alopecia e um médico dermatologista ou tricologista está apto a identificar e ajudar a tratar esse problema que gera baixa autoestima em muitas pessoas, especialmente nas mulheres.

    Alopecia androgenética

    É a chamada calvície hereditária, em que se herda os genes do pai ou da mãe. Com influência genética e hormonal, a alopecia androgenética costuma evoluir lentamente, com afinamento dos fios ao longo dos anos, até que o fio para efetivamente de nascer. É comum tanto em homens quanto em mulheres, quando se chama de calvície feminina.

    Alopecia areata

    De origem autoimune, acontece quando o próprio sistema de defesa do corpo erra e ataca os folículos do couro cabeludo. A alopecia areata pode causar falhas redondas no couro cabeludo ou até mesmo calvície total. “É uma doença de amplo espectro, que vai desde falhas isoladas até a perda total dos pelos do corpo”, explica Flávia.

    Alopecia cicatricial

    Esse tipo causa a destruição definitiva dos folículos capilares, que leva à perda permanente dos fios. A forma mais conhecida é a alopecia frontal fibrosante, que atinge principalmente a linha da testa.

    Quais são as principais causas da queda de cabelo

    A queda dos fios pode ter diversas origens. De acordo com a tricologista, estresse, deficiências nutricionais, alterações hormonais, doenças autoimunes, uso de certos medicamentos e a própria predisposição genética estão entre os desencadeantes mais comuns.

    Em muitos casos, mais de uma coisa acontece ao mesmo tempo. Por exemplo, uma pessoa que geneticamente tem maior chance de ter o problema pode ver a queda de cabelo aumentar ainda mais depois de um período de estresse, anemia ou outra condição de saúde. É o caso do eflúvio telógeno.

    Esse nome difícil nada mais é do que uma queda difusa e temporária do cabelo, que geralmente acontece depois de um período muito estressante, doenças infecciosas, pós-parto ou cirurgias.

    Quando a queda de cabelo merece atenção

    A queda começa a preocupar quando é persistente, intensa e ultrapassa o padrão considerado normal. “É normal perder de 100 a 150 fios por dia, mas a queda preocupa quando há afinamento dos fios, falhas visíveis ou aumento da perda diária por mais de três meses”, alerta a tricologista.

    A queda de cabelo pode ser um sinal de alerta para problemas maiores no organismo. “Quando há queda intensa ou persistente, deve haver uma investigação complementar, especialmente se vier acompanhada de sinais e sintomas sistêmicos (aqueles que afetam o corpo todo e não apenas uma parte específica, como a febre, por exemplo)”, explica Flávia.

    Isso significa que, em alguns casos, o médico pode pedir exames para investigar doenças como alterações na tireoide, lúpus ou anemia, que têm entre seus sintomas a perda de cabelo.

    Como é feito o diagnóstico da alopecia?

    O diagnóstico da queda de cabelo feminina ou masculina é feito por um dermatologista ou tricologista por meio da avaliação do couro cabeludo e do relato e informações da pessoa. Em muitos casos, faz-se a tricoscopia, uma inspeção detalhada dos fios com uma lente de aumento.

    “A tricoscopia nos permite enxergar detalhes não vistos a olho nu”, afirma a dermatologista. Ela ajuda a identificar o tipo de alopecia e a direcionar o tratamento.

    Dependendo do caso, o médico pode pedir exames de sangue, testes de alergia capilar ou até mesmo biópsia do couro cabeludo para confirmar o tipo de alopecia.

    Perguntas frequentes sobre queda de cabelo e alopecia

    1. É normal perder cabelo todos os dias?

    Sim. Perder de 100 a 150 fios por dia é considerado normal. Mais que isso, porém, é preciso investigar com um médico.

    2. Toda queda de cabelo é sinal de alopecia?

    Não. Só é considerada alopecia quando há perda além do normal, com falhas visíveis ou afinamento dos fios.

    3. O estresse pode causar queda de cabelo?

    Sim. O estresse é uma das principais causas do eflúvio telógeno, um tipo comum de queda de cabelo temporária.

    4. É possível reverter a calvície?

    Em alguns casos, sim. Outros, como a alopecia androgenética, podem ser controlados, mas não revertidos por completo.

    5. Toda pessoa com alopecia precisa de transplante capilar?

    Não. O transplante só é indicado em situações específicas, com a causa estabilizada e área doadora adequada.

    Leia mais: Como tratar a alopecia e prevenir a queda de cabelo

  • Como tratar a alopecia e prevenir a queda de cabelo

    Como tratar a alopecia e prevenir a queda de cabelo

    Perceber os fios caindo sem parar pode ser mais do que um incômodo com a aparência. Em alguns casos, é sinal de uma condição chamada alopecia, e que merece atenção médica.

    Algumas formas desse tipo de queda de cabelo têm solução simples, outras precisam de acompanhamento contínuo. O bom é que hoje existem tratamentos para queda de cabelo eficazes, como loções, remédios e técnicas como microagulhamento e transplante capilar.

    Venha entender como é feito o diagnóstico da alopecia, quais são as opções de tratamento para queda de cabelo e que cuidados ajudam a manter os cabelos mais fortes e saudáveis.

    Leia mais: Queda de cabelo ou alopecia? Saiba quando investigar

    O que é alopecia e por que ela é diferente de queda de cabelo?

    Você já deve ter percebido que o cabelo cai todos os dias, e isso é normal. É comum perder entre 100 a 150 fios por dia, sem que isso indique um problema.

    Quando a queda se torna mais intensa, com falhas visíveis no couro cabeludo ou afinamento dos fios, pode ser sinal de alopecia, um nome médico para a perda anormal de cabelo.

    Ou seja, nem toda queda de cabelo é considerada alopecia. Só quando ultrapassa o que é esperado e começa a afetar a densidade e a aparência do cabelo. Existem vários tipos da condição, com causas diferentes: algumas genéticas, como a alopecia androgenetica, outras autoimunes, como a alopecia areata, e a alopecia cicatricial.

    Quais são os tratamentos para queda de cabelo?

    O tratamento para alopecia varia conforme o tipo e a gravidade, mas costuma seguir estes caminhos:

    • Remédios tópicos para o couro cabeludo
    • Loções e tônicos (como o minoxidil)
    • Remédios orais
    • Remédios que agem de dentro para fora (como finasterida e dutasterida)
    • Suplementos vitamínicos, se houver deficiência identificada pelo médico
    • Remédios injetáveis ou imunomoduladores
    • Corticoides, minoxidil ou vitaminas injetáveis no couro cabeludo
    • Remédios imunomoduladores para casos mais graves de alopecia areata

    “Existem procedimentos que otimizam os resultados do tratamento clínico, como microagulhamento, microinfusão de medicamentos, mesoterapia, lasers e transplante capilar”, explica a tricologista Flávia Grazielle de Sousa Carneiro.

    O transplante capilar serve para todos os casos?

    Apesar de muito conhecido, o transplante capilar não é indicado para todas as pessoas ou tipos de alopecia. “O transplante só é indicado quando a causa da queda está estabilizada e há área doadora adequada”, explica a médica.

    Mesmo quando o transplante é feito, o acompanhamento médico continua sendo muito importante. “É fundamental seguir o tratamento clínico para melhorar e manter o resultado do transplante”, orienta a tricologista.

    A alopecia tem cura?

    “Na maioria dos casos, controlamos a queda e estimulamos o crescimento. Algumas formas são reversíveis, outras apenas estabilizadas”, afirma Flávia. Quanto mais cedo o tratamento para alopecia começa, porém, melhores são os resultados.

    A especialista reforça que cada caso deve ser tratado de forma individualizada. “Tudo depende do tipo de alopecia e de individualizar cada caso. Não existe uma ‘receita de bolo’ que funcione para todo mundo”, diz a médica.

    Cuidados no dia a dia que ajudam a prevenir a queda de cabelo

    Além dos tratamentos médicos, dá para fazer algumas coisas para prevenir a queda de cabelo. “Hábitos saudáveis, alimentação equilibrada, controle de estresse e acompanhamento dermatológico ajudam a manter os fios saudáveis e a identificar precocemente alterações”, explica Flávia.

    Outros cuidados importantes são:

    • Adotar cuidados com o couro cabeludo, como usar xampus específicos para o tipo de cabelo;
    • Lavar o cabelo regularmente, sem medo;
    • Fugir de penteados apertados, pois eles puxam os fios;
    • Escovar o cabelo com cuidado, especialmente quando os fios estiverem molhados;
    • Proteger os cabelos do sol com chapéu;

    “Trate o couro cabeludo como se cuida da pele: com atenção e rotina”, recomenda a especialista, que também é fã da terapia capilar, uma combinação de técnicas estéticas e terapêuticas que ajudam a manter a saúde dos fios a longo prazo.

    Perguntas frequentes sobre tratamento para queda de cabelo e alopecia

    Todo caso de alopecia precisa de tratamento?

    Nem sempre. O eflúvio telógeno, por exemplo, pode se resolver sem precisar de nenhum tratamento. É muito importante, no entanto, consultar um dermatologista ou tricologista para avaliar a causa e definir se o tratamento é necessário.

    Loções e tônicos capilares funcionam mesmo?

    Sim, desde que indicados para o tipo correto de alopecia e usados direitinho. Eles ajudam a estimular o crescimento dos fios e reduzir a queda, mas precisam ser receitados por um médico.

    O transplante capilar é indicado para qualquer pessoa?

    Não. O transplante de cabelo só é recomendado quando a causa da queda está controlada e existe uma área doadora adequada no couro cabeludo. Nem todos os tipos de alopecia são compatíveis com esse tratamento.

    A alopecia tem cura?

    Algumas formas são reversíveis, outras podem apenas ser controladas. “Na maioria dos casos, controlamos a queda e estimulamos o crescimento. Algumas formas são reversíveis, outras apenas estabilizadas”, explica a tricologista.

    É verdade que vitaminas ajudam a crescer cabelo?

    Somente se a pessoa tiver deficiência de vitaminas. A reposição de vitaminas sem necessidade pode não ter efeito e, em alguns casos, até piorar a situação.

  • Pressão alta: como controlar com a alimentação

    Pressão alta: como controlar com a alimentação

    Você já sentiu o coração bater mais rápido sem motivo aparente, uma dorzinha de cabeça no fim do dia ou um cansaço que não passa? Pode ser só estresse, mas também pode ser pressão alta, um problema de saúde muito comum no Brasil. Quase 20% da população tem hipertensão, segundo o Ministério da Saúde.

    O mais preocupante é que, na maioria dos casos, ela não dá sinais. A pressão alta é uma doença silenciosa e pode estar presente por anos sem causar sintomas, até que aparece algo mais sério, como um infarto ou um acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido por derrame. Muitas vezes, ela só é descoberta em exames de rotina.

    Se não for tratada, pode afetar o coração, os rins, os olhos e até o cérebro. Mas há boas notícias, pois é possível controlar a pressão alta e viver com mais saúde, e a alimentação é muito importante nisso.

    O que é pressão alta e por que ela é perigosa?

    A pressão alta é uma doença que acontece quando os níveis da pressão arterial ficam altos por muito tempo, acima de 14 por 9 (ou 140 por 90 mmHg, no nome técnico).

    Segundo o cardiologista Pablo Cartaxo, do Instituto do Coração da USP (InCor), os principais motivos para isso são estar acima do peso, comer muito sal, consumir alimentos industrializados com frequência, comer poucas frutas e verduras e beber muito álcool.

    “O sedentarismo e o estresse também potencializam esses efeitos”, explica o médico.

    Sintomas da pressão alta: o perigo silencioso

    A pressão alta costuma não apresentar sintomas nas fases iniciais, por isso é conhecida como uma “doença silenciosa”. Muitas pessoas só descobrem que estão com pressão alta em uma consulta médica de rotina ou quando já apresentam uma complicação mais grave, como um infarto ou AVC.

    Em alguns casos, especialmente quando a pressão está muito alta ou descontrolada por longos períodos, podem surgir sintomas como dor de cabeça, náuseas, falta de ar, agitação e visão embaçada, sinais que indicam possíveis danos em órgãos como olhos, cérebro, coração e rins.

    Por isso, é muito importante medir a pressão regularmente, mesmo sem sinais aparentes, especialmente em pessoas com fatores de risco como casos na família, sobrepeso ou obesidade, sedentarismo, má alimentação e estresse.

    Detectar a pressão alta cedo permite que se comece um tratamento e que se reduza o risco de complicações cardiovasculares.

    Leia mais: Dieta mediterrânea para pressão alta: como funciona

    Como a alimentação afeta a pressão

    Tudo o que comemos influencia a nossa saúde, e no caso da pressão arterial, isso é ainda mais verdadeiro. Dietas com muito sal, gorduras e produtos industrializados dificultam o controle da doença. Já quem come mais frutas, verduras e alimentos naturais tem mais chance de manter a pressão sob controle.

    O problema é que esses alimentos ruins para a pressão estão presentes no dia a dia de uma boa parte das pessoas. Os alimentos ultraprocessados, que são os refrigerantes, salgadinhos, embutidos, biscoitos recheados e refeições industrializadas congeladas são feitos com muitos ingredientes artificiais, muito sal e quase nenhum alimento de verdade.

    “Esses alimentos costumam concentrar essas substâncias prejudiciais, dificultando o controle da doença. A dieta inadequada também favorece o ganho de peso, outro fator associado ao aumento da pressão”, afirma o cardiologista.

    Sal e pressão alta: a relação perigosa

    Um dos maiores vilões para quem tem pressão alta é o sal. O ideal é não passar de uma colher de chá rasa por dia, o que dá mais ou menos cinco gramas de sal (ou dois gramas de sódio).

    O cardiologista recomenda trocar o sal por temperos naturais, como alho, cebola, limão, ervas (manjericão, orégano, salsa) e especiarias (como cúrcuma e pimenta). Essa mistura deixa os alimentos saborosos e ajuda a reduzir a necessidade do sal para realçar o sabor.

    “Misturas prontas devem ser evitadas por conterem glutamato monossódico e outros aditivos, por serem prejudiciais à saúde e potencialmente aumentarem a retenção de sódio no organismo”, alerta Pablo.

    Alimentos que aumentam a pressão arterial

    Entre os alimentos mais ricos em sal e aditivos estão os embutidos (como salsicha e presunto), salgadinhos, macarrão instantâneo, refrigerantes e biscoitos recheados. O ideal é evitar esses produtos e dar preferência a comidas preparadas em casa.

    Além do sal, o excesso de gordura ruim, a famosa gordura saturada, e de açúcar também atrapalha. Carnes gordurosas, frituras, leite integral em excesso e doces aumentam a chance de ganhar peso, de inflamação no corpo e do consequente descontrole da pressão arterial.

    “Fazer substituições por fontes saudáveis, como azeite de oliva, frutas e castanhas, contribui para o controle da pressão arterial”, orienta o cardiologista.

    Dicas práticas para reduzir o sal na alimentação

    Diminuir o consumo de sal é uma das coisas mais imporantes a se fazer para controlar a pressão alta, mas isso não significa comer comida sem sabor. Uma boa dica é usar temperos naturais como alho, cebola, limão, ervas frescas (salsinha, cebolinha, alecrim e manjericão), cúrcuma e pimenta-do-reino para realçar o sabor dos alimentos sem precisar recorrer ao sal.

    Também vale preparar os próprios alimentos em casa, sempre que possível, para fugir de produtos industrializados que costumam ter grandes quantidades de sódio escondido.

    Outra estratégia é retirar o saleiro da mesa e provar a comida antes de adicionar mais sal. Na hora de fazer compras, é bom olhar os rótulos e procurar produtos com baixo teor de sódio.

    Para quem está começando, vale fazer a redução aos poucos, dando tempo para o paladar se adaptar. Com o tempo, vai ser possível começar a sentir mais o sabor natural dos alimentos e comer com pouco sal vai deixar de ser um sacrifício.

    Dietas recomendadas para hipertensão (DASH e Mediterrênea)

    Dois tipos de alimentação são muito indicados para quem tem pressão alta, que são a dieta DASH (Abordagens Dietéticas para Controlar a Hipertensão, ou, do inglês Dietary Approaches to Stop Hypertension) e a dieta mediterrânea.

    A dieta DASH foi criada especialmente para ajudar no controle da pressão alta e já mostrou resultados bons em muitos estudos. Já a dieta mediterrânea dá mais destaque a azeite de oliva, peixes, grãos integrais, legumes, frutas e verduras, tudo de forma natural, saborosa e com pouco sal.

    Esses dois estilos de alimentação protegem o coração, melhoram o colesterol e diminuem o risco de outras doenças e podem ser feitas como forma de baixar a pressão. Não há alimento específico para baixar a pressão, mas sim o conjunto deles no dia a dia. Por isso, é importante começar a se cuidar já, medir a pressão arterial e visitar um médico regularmente.

    Perguntas frequentes sobre pressão alta

    Qual é a pressão arterial normal?

    A pressão arterial considerada normal é abaixo de 12 por 8 (120/80 mmHg). Quando os valores começam a ultrapassar esse limite, é sinal de alerta. Consulte um médico.

    Quais são os primeiros sintomas da pressão alta?

    A maioria das pessoas com pressão alta não sente nada, por isso ela é chamada de “inimiga silenciosa”. Em alguns casos mais graves, pode causar dor de cabeça, tontura, visão borrada ou falta de ar.

    Quanto sal posso consumir por dia?

    O recomendado é consumir no máximo 5 gramas de sal por dia (no Brasil, a média de consumo é mais que o dobro: 12,3g por dia). É preciso lembrar, porém, que a maior parte do sal que consumimos está presente em alimentos industrializados.

    A pressão alta tem cura?

    A pressão alta não tem cura, mas pode ser controlada com hábitos saudáveis, boa alimentação, atividade física regular e, quando necessário, o uso de remédios prescritos pelo médico.

    Quem tem pressão alta pode praticar exercícios físicos?

    Sim, e isso é muito recomendado. Atividades como caminhada, natação, bicicleta ou dança ajudam a reduzir a pressão arterial. Porém, é sempre importante ter orientação médica antes de iniciar uma rotina de exercícios.

    Pressão alta pode causar outras doenças?

    Sim. Se não for controlada, a pressão alta pode aumentar o risco de infarto, AVC, problemas nos rins e na visão.

    É verdade que estresse aumenta a pressão arterial?

    Sim. O estresse constante pode provocar picos de pressão e dificultar o controle da pressão alta. Aprender a relaxar, dormir bem e ter momentos de descontração ajudam a diminuir esse problema.

    Leia mais: Dieta DASH: como fazer a dieta que ajuda baixar sua pressão

  • Como controlar pressão alta com mudanças no estilo de vida

    Como controlar pressão alta com mudanças no estilo de vida

    Você provavelmente já ouviu que comer bem ajuda a controlar a pressão alta. Mas o que talvez nem todo mundo saiba é que o estilo de vida pode fazer uma grande diferença no controle da pressão. E mais: em alguns casos, essas mudanças já são uma maneira de como baixar a pressão naturalmente sem precisar de remédio.

    Segundo o Ministério da Saúde, 27,9% dos brasileiros convivem com pressão alta, também conhecida como hipertensão arterial. E o problema é que, na maioria das vezes, ela não dá nenhum sinal que te faça desconfiar de que algo está errado. É aquela velha história da doença silenciosa que pode passar anos sem sintomas e, de repente, causar algo mais sério como um infarto ou um AVC.

    Mas não dá para se render, pois hoje já sabemos que tem como prevenir e controlar a pressão alta. O bom é que não precisa de nada muito difícil de fazer, só um pouco de disposição e mudanças no dia a dia.

    Por que o estilo de vida afeta a pressão arterial

    O estilo de vida está ligado à pressão alta. Dormir mal, comer alimentos industrializados em vez de frutas, verduras e carnes magras, se estressar, além de não fazer nenhuma atividade física, são atitudes péssimas para a pressão arterial. Isso acontece porque esses hábitos ruins fazem o corpo trabalhar de forma desregulada, o que sobrecarrega o organismo.

    Com o tempo, isso eleva a pressão arterial e pode causar problemas sérios. É por isso que mudar hábitos é uma das formas mais eficazes para cuidar da saúde e controlar a pressão.

    Exercícios físicos para controlar a pressão alta

    O exercício para pressão alta deve ser considerado, com a orientação médica. O sedentarismo é um grande inimigo da saúde, e ficar parado o dia inteiro, só no sofá ou na frente do computador, não ajuda em nada quem tem pressão alta. Fazer atividade física diariamente de maneira leve ou moderada, como caminhada, dança ou até uma musculação leve, já é uma mão na roda no controle da pressão. De quebra, ainda melhora o humor, o sono e a disposição.

    Essas atividades aumentam a circulação, ajudam o coração a trabalhar melhor e reduzem os níveis de estresse, tudo o que a pressão alta não gosta.

    A importância do sono para a pressão arterial

    Quem dorme mal também tem mais chance de ter pressão alta. E, ao contrário do que muita gente pensa, de que tirar no cochilo depois de dormir mal à noite já é o suficiente, o corpo não funciona bem assim. Ter um sono ruim, insuficiente ou dormir de forma irregular pode aumentar a pressão arterial. O ideal é dormir de sete a oito horas por noite e com qualidade.

    Para ter um sono reparador, é importante criar um ambiente tranquilo, sem muita luz ou barulho, e manter uma rotina de horários para dormir e acordar.

    Como o estresse aumenta a pressão arterial

    Não adianta muito dormir bem, mas já acordar nervoso, correndo contra o relógio ou preocupado com tudo. Nesses casos, o estresse também pode empurrar a pressão lá para o alto.

    Cuidar do estilo de vida, portanto, é uma das melhores coisas a fazer para prevenir e controlar a pressão arterial. Parar um pouco durante o dia, aprender a respirar com calma, tirar um tempinho para fazer algo que gosta, como ouvir uma música, ler um bom livro ou cozinhar, por exemplo, pode ajudar a aliviar a mente e diminuir o estresse para evitar a pressão alta. Em outras palavras, controlar o estresse é uma das formas de como baixar a pressão naturalmente.

    “Essas medidas complementam a dieta e potencializam seus efeitos benéficos, promovendo melhor qualidade de vida”, explica o cardiologista Pablo Cartaxo, do Instituto do Coração da USP (InCor).

    Mudanças no estilo de vida podem substituir remédios?

    De acordo com o cardiologista, em muitos casos de hipertensão leve, só as mudanças no estilo de vida já são suficientes para normalizar a pressão.

    “Em estágios mais avançados, essas mudanças ainda são fundamentais para reduzir riscos e melhorar o efeito da terapia farmacológica”, destaca o cardiologista.

    Ou seja: mesmo quem já precisa de remédio pode se beneficiar muito de uma rotina mais saudável. E, com o tempo, pode até reduzir a dose, mas sempre com orientação médica.

    Leia mais: Dieta mediterrânea para pressão alta: como funciona

    Plano prático para mudanças graduais no estilo de vida

    Não adianta decidir mudar de vida e sair fazendo tudo de uma vez. A chance de dar errado é grande, afinal, nem todas as pessoas lidam bem com mudanças bruscas. O caminho, então, está na constância e no planejamento.

    Como organizar a alimentação

    Comece organizando o seu tempo, pois é a partir dele que todas as outras mudanças vão acontecer. É mais fácil comer bem quando se tem um tempo reservado para fazer compras saudáveis no mercado e preparar as refeições em casa já com pouco sal, mesmo que isso envolva cozinhar em maior quantidade e congelar marmitas para o resto da semana. Se um nutricionista puder ajudar, melhor ainda.

    “Valorizar os alimentos naturais, redescobrir temperos caseiros e adaptar o paladar gradualmente também facilita a adesão a um padrão alimentar mais saudável e sustentável para o controle da hipertensão”, completa o médico.

    Rotina de sono para quem tem pressão alta

    Depois de organizar a alimentação, é hora de organizar o sono. Procure dormir e acordar sempre no mesmo horário, e evite ficar no celular ou na TV pelo menos 1 hora antes de dormir. A luz emitida por esses aparelhos atrapalha a produção do hormônio do sono, a melatonina, e não te deixa repousar bem.

    Atividades físicas simples para começar

    Por fim, com o sono organizado, procure fazer atividade física. Se não tiver acesso a uma academia, por exemplo, faça caminhadas na rua, suba e desça escadas, jogue bola com seu filho, ande de bicicleta. O importante é não ficar parado.

    Dicas para manter as mudanças a longo prazo

    Não precisa virar atleta nem fazer dieta radical. Comece aos poucos, com passos possíveis, e o corpo vai agradecendo com mais saúde e disposição. E, sem dúvida, meça sua pressão com regularidade e siga todo e qualquer tratamento recomendado pelo médico. Mudanças no estilo de vida podem, sim, ajudar a controlar a pressão arterial.

    Perguntas frequentes sobre estilo de vida e pressão alta

    Posso parar o remédio se controlar a pressão com exercícios?

    Não. Mesmo que a pressão melhore, nunca suspenda o uso de remédios por conta própria. Essa decisão deve ser tomada pelo médico, que vai avaliar sua evolução a segurança.

    Qual o melhor horário para fazer exercícios tendo pressão alta?

    Manhã ou final da tarde são os horários mais recomendados, especialmente para evitar o calor excessivo. Antes de iniciar qualquer atividade física, porém, converse com seu médico para receber orientação adequada.

    Quantas horas de sono são necessárias para controlar a pressão?

    O ideal é dormir entre 7 e 8 horas por noite. Dormir pouco, especialmente menos de 6 horas por dia, pode aumentar o risco de desenvolver ou agravar a pressão alta.

    O estresse influencia na pressão arterial?

    Sim. O estresse constante pode aumentar a pressão arterial, pois libera hormônios que contraem os vasos sanguíneos e aceleram os batimentos do coração. Técnicas de relaxamento, respiração, exercícios e lazer são importantes para diminuir o estresse. Na dúvida, consulte um cardiologista.

    Leia também: Dieta DASH: como fazer a dieta que ajuda baixar sua pressão

  • Dieta mediterrânea para pressão alta: como funciona 

    Dieta mediterrânea para pressão alta: como funciona 

    Você sabia que um estilo de alimentação que vem lá da região do Mar Mediterrâneo pode ajudar a controlar a pressão alta? Esse padrão alimentar que tem como base frutas, legumes, grãos integrais, azeite e peixes ajuda a manter a pressão arterial sob controle e protege o coração.

    Mesmo que o Brasil esteja longe do Mediterrâneo, é possível adaptar essa dieta ao jeitinho brasileiro, com ingredientes simples, fáceis de encontrar e bem saborosos.

    O que é a dieta mediterrânea?

    A dieta mediterrânea surgiu na Grécia, Itália e outros países banhados pelo Mar Mediterrâneo. Ela valoriza comidas frescas, preparadas com azeite, ervas e ingredientes naturais, com pouca carne vermelha e ultraprocessados. O modelo ideal é:

    • Muita fruta e verdura
    • Grãos integrais e leguminosas, como feijão, lentilha, grão‑de‑bico
    • Oleaginosas, como nozes e amêndoas
    • Azeite de oliva como principal fonte de gordura
    • Peixes e aves como fonte de proteína
    • Laticínios leves e pouca carne vermelha

    Por que a dieta mediterrânea ajuda a baixar a pressão

    O efeito positivo da dieta mediterrânea na pressão alta vem dos nutrientes dos alimentos, como explica a cardiologista Juliana Soares, que integra o corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.

    “Elementos como ácidos graxos ômega 3 (encontrados em peixes gordurosos como salmão e o atum), polifenóis, nitratos e agentes antioxidantes (presentes no azeite, nas frutas em especial as vermelhas e uvas, nos vegetais, nas oleaginosas como as nozes), atuam diretamente na dilatação dos vasos sanguíneos e na redução das reações inflamatórias e comprovadamente auxiliam no controle da pressão alta”.

    Além disso, a dieta também pode promover perda de peso, o que ajuda ainda mais no controle da pressão arterial, explica a médica.

    Benefícios da dieta mediterrânea para quem tem pressão alta

    Além de ajudar no controle da pressão alta, a dieta mediterrânea é muito saudável e traz os principais nutrientes para uma vida longa e com bastante saúde.

    Como adaptar a dieta mediterrânea para a realidade brasileira

    Não precisa fazer um prato grego. Dá para adaptar a dieta mediterrânea para o Brasil, usando o nosso arroz com feijão. O segredo está em fazer trocas espertas e no uso de temperos naturais.

    Substituições inteligentes de ingredientes

    • Arroz integral e feijão no lugar do arroz branco ou farinha refinada
    • Azeite de oliva no lugar de óleos comuns ou manteiga
    • Legumes e verduras à vontade, como abobrinha, tomate, brócolis e couve
    • Frutas da estação, como banana, mamão, laranja
    • Peixes como atum, sardinha e salmão, ou frango com moderação
    • Oleaginosas como lanche, e aí entram castanhas, nozes e amêndoas com moderação
    • Temperos naturais, como alho, cebola, ervas e limão, e menos sal

    Para seguir as receitas mediterrâneas aqui no Brasil sem gastar muito, a ideia é preservar os principais nutrientes, que são as gorduras boas, as fibras e os minerais, mas buscá-los em ingredientes fáceis de encontrar por aqui.

    Dicas para começar a seguir a dieta mediterrânea

    • Troque o arroz branco por integral em algumas refeições;
    • Inclua uma porção extra de verduras e legumes no almoço e jantar;
    • Use azeite para temperar saladas ou para refogar;
    • Aproveite frutas como sobremesa ou lanche;
    • Substitua frituras por grelhados ou assados;
    • Prefira peixe a carnes vermelhas.

    São pequenas mudanças, é uma forma de como fazer a dieta mediterrânea e que já traz benefícios para a pressão arterial e o coração.

    “Ao contrário de grande parte das dietas, a dieta mediterrânea apresenta uma grande variedade de alimentos, com muitas possibilidades, especialmente quando temos grande variedade de verduras e legumes disponíveis. Além disso, os pratos feitos com alimentos deste tipo de dieta são muito saborosos”, diz Juliana.

    Cardápio da dieta mediterrânea brasileira

    Veja um exemplo de um dia da dieta mediterrânea e inspire-se.

    Café da manhã: frutas frescas, iogurte natural, aveia, pão integral com azeite ou pasta de abacate, café sem açúcar ou chá de ervas.

    Lanche da manhã ou tarde: castanhas, nozes, amêndoas, frutas da estação (como banana, mamão, laranja), ou um pedaço pequeno de queijo branco.

    Almoço: arroz integral, feijão, legumes cozidos ou refogados (como abobrinha, couve e cenoura), salada de folhas com azeite, frango grelhado ou peixe assado.

    Jantar: sopa de legumes, omelete com espinafre, pão integral com pastas naturais (como homus ou patê de atum com azeite), salada com tomate e azeite.

    Alimentos permitidos e proibidos na dieta mediterrânea

    Permitidos:

    • Frutas, legumes, verduras, grãos integrais, leguminosas (feijão, lentilha, grão-de-bico), oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas), azeite de oliva, peixes, aves, laticínios com pouca gordura e temperos naturais.

    Proibidos (consuma só de vez em quando):

    • Carne vermelha, embutidos, frituras, produtos ultraprocessados (aqui entram salgadinhos, refrigerantes, bolachas recheadas, macarrão instantâneo), muito sal, manteiga, margarina, doces industrializados.

    Leia mais: Pressão alta: como controlar com a alimentação

    Receitas mediterrâneas adaptadas para o Brasil

    Com um pouco de criatividade, dá para adaptar as receitas ao estilo bem brasileiro, só que com mais saúde.

    Arroz integral com legumes e sardinha no azeite

    Refogue cebola, alho e tomate no azeite de oliva. Acrescente arroz integral cozido, abobrinha em cubos e cenoura ralada. Finalize com sardinha desfiada por cima e salsinha fresca.

    Salada de grão-de-bico com legumes e limão

    Misture grão-de-bico cozido, pepino picado em cubos, tomate picado, cebola roxa e hortelã. Tempere com azeite de oliva, limão e uma pitada de sal. Coma fria como entrada ou acompanhamento.

    Perguntas frequentes sobre dieta mediterrânea e pressão alta

    1. A dieta mediterrânea realmente baixa a pressão arterial?

    Sim, quando feita consumindo pouco sal, a dieta mediterrânea pode ajudar a reduzir a pressão arterial, especialmente quando combinada com outros hábitos saudáveis como exercícios e sono de qualidade.

    2. Posso seguir a dieta mediterrânea sendo vegetariano?

    Sim. A dieta mediterrânea é rica em alimentos vegetais como frutas, legumes, grãos integrais, castanhas e azeite de oliva, e pode ser facilmente adaptada para quem não consome carne, frango ou peixe.

    3. Qual a quantidade ideal de azeite por dia?

    A recomendação geral é de 2 a 3 colheres de sopa (cerca de 30 a 45 ml) de azeite de oliva extravirgem por dia, usadas para temperar saladas ou preparar alimentos.

    4. A dieta mediterrânea é cara no Brasil?

    Depende do que você consome. De forma geral, ela pode ter um valor acessível, sim. Se você priorizar alimentos locais, como arroz integral, feijão, frutas da estação, legumes variados e peixes como sardinha, dá para montar refeições saudáveis e que não pesam no bolso.

    Estilo de vida e pressão alta

    Quem tem pressão alta precisa acompanhar a condição com um médico cardiologista e usar remédios, se essa for a indicação do especialista. Porém, no dia a dia, dá para ajudar o corpo a funcionar melhor com um bom estilo de vida, pois isso colabora bastante para o controle da pressão arterial.

    A atividade física, por exemplo, é uma grande amiga do coração e da pressão arterial. De quebra, ajuda também a diminuir o estresse do cotidiano. Por sua vez, uma boa alimentação, como a dieta mediterrânea ou a dieta DASH são importantes para manter a saúde em dia e a pressão mais bem controlada.

    O mais importante é não encarar a dieta mediterrânea como algo restritivo, punitivo ou impositivo, mas sim como uma mudança boa de hábitos. Descobrir o uso de temperos naturais, novas formas de preparo e até como apresentar o prato faz até aquela pessoa que costuma torcer o nariz para legumes se esbaldar com vegetais.

    “Entender que a alimentação é parte fundamental do cuidado à saúde, pilar para longevidade e qualidade de vida e muitas vezes capaz de solucionar ou ao menos minimizar muitas questões de saúde é fundamental. Além disso, é algo que somente cada pessoa pode fazer por si”, aconselha a cardiologista.

    Leia mais: Dieta DASH: como fazer a dieta que ajuda baixar sua pressão

  • Dieta DASH: como fazer a dieta que ajuda baixar sua pressão

    Dieta DASH: como fazer a dieta que ajuda baixar sua pressão

    Quem tem pressão alta ou quer evitar ter no futuro, precisa saber que o que vai no prato pode ajudar a cuidar do coração. Uma das estratégias mais recomendadas por especialistas no mundo todo é a dieta DASH, uma sigla em inglês que significa Dietary Approaches to Stop Hypertension, ou, em português, “Abordagem Alimentar para Reduzir a Hipertensão”.

    Apesar do nome complicado, a ideia por trás dela é bem simples: comer comida de verdade, reduzir o sal e montar pratos coloridos, nutritivos e equilibrados. Apesar de ter sido criada nos Estados Unidos, dá para adaptar a dieta DASH ao arroz com feijão bem brasileiro de todo dia.

    O que é a dieta DASH e para que ela serve?

    A dieta DASH foi criada nos EUA como uma dieta para pressão alta, ou seja, o intuito era de ajudar a controlar a pressão arterial. Mas, de tão eficaz, ela acabou virando referência também para prevenção de doenças do coração, controle do colesterol e melhora da saúde no geral.

    Segundo o cardiologista Pablo Cartaxo, do Instituto do Coração da USP (InCor), a dieta DASH é baseada no alto consumo de frutas, legumes, verduras, leite e derivados desnatados, cereais integrais e oleaginosas, como castanha-do-pará, nozes e amêndoas, e tem baixo teor de sódio, gordura saturada e colesterol.

    “Além disso, é rica em potássio, cálcio e magnésio, minerais que ajudam a relaxar os vasos sanguíneos e controlar a pressão arterial”, explica o especialista.

    Alimentos permitidos na dieta DASH

    A ideia principal da dieta DASH é dar atenção a alimentos naturais e nutritivos e fugir daqueles ultraprocessados, que são salgadinhos, refrigerantes, macarrão instantâneo, embutidos, como salsicha, presunto, entre outros. Mesmo sem eles, dá para ter uma dieta muito variada e saborosa. A ideia, no entanto, é ter alimentos fontes de potássio, magnésio, cálcio e fibras.

    Veja alguns dos alimentos da dieta DASH que são bem-vindos no prato.

    • Frutas: banana, maçã, mamão, melancia, laranja, melão, uva, pêssego, abacaxi, uva passa, morango, tangerina
    • Verduras e legumes: brócolis, couve, espinafre, vagem, cenoura, abobrinha, tomate, batata, batata doce
    • Leite e derivados desnatados: leite desnatado, iogurte natural sem açúcar, queijo branco
    • Grãos integrais: arroz integral, aveia, pães integrais
    • Oleaginosas: castanha-do-pará, nozes, amêndoas, avelã, amendoim, sementes de girassol
    • Leguminosas: feijão, lentilha, ervilha, grão-de-bico
    • Carnes: cortes magros de carne, frango e peixe.

    E o sal? O vilão da pressão alta deve ser usado com moderação. O melhor a se fazer é não usar mais de uma colher de chá rasa por dia. A dica é caprichar nos temperos naturais como alho, cebola, limão, ervas frescas e secas, pimenta-do-reino e cúrcuma.

    Tabela nutricional da dieta DASH

    Veja abaixo os principais nutrientes envolvidos no controle da pressão alta presentes nos alimentos da dieta DASH.

    Alimento Sódio (mg/100g) Potássio (mg/100g) Cálcio (mg/100g) Magnésio (mg/100g) Fibras (g/100g)
    Banana prata < 0,1 mg 358 8 26 2
    Laranja pera < 0,1 mg 163 22 9 0,8
    Mamão papaia 2 126 26 22 1
    Melancia < 0,1 mg 104 8 10 0.1
    Brócolis cozido 2 119 51 15 3,4
    Espinafre refogado 47 149 112 123 2,5
    Abobrinha italiana cozida 1 126 17 17 1,6
    Tomate cru 1 222 7 11 1,2
    Batata inglesa cozida 2 161 4 5 1,3
    Feijão carioca cozido 2 255 27 42 8,5
    Grão-de-bico cru 5 1116 114 146 12,4
    Arroz integral cozido 1 75 5 59 2,7
    Aveia em flocos 5 336 48 119 9,1
    Leite de vaca desnatado UHT 51 140 134 10 0
    Iogurte natural desnatado 60 182 157 12 0
    Castanha-do-pará 1 651 146 365 7,9
    Noz 5 533 105 153 7,2
    Amêndoa torrada salgada 279 640 237 222 11,6

    Dá para fazer a dieta DASH no Brasil?

    Sem dúvida. Apesar de ter sido criada fora, ela pode e deve ser ajustada à cultura alimentar brasileira. “No Brasil, ela pode ser adaptada com alimentos como feijão, arroz integral, banana, abobrinha, couve e leite desnatado”, explica o cardiologista.

    Ou seja: você não precisa abrir mão do arroz com feijão do dia a dia. Dá para seguir a dieta DASH trocando o arroz branco pelo integral, usando feijão com pouco sal e preparando os legumes no vapor ou refogados com azeite e temperos caseiros. E, claro, incluir as frutas na rotina.

    O bom desta dieta é que não é preciso mudar tudo de uma vez. Aos poucos, dá para fazer trocas inteligentes, como um refrigerante por um suco natural, salgadinhos por castanhas, bolacha recheada por uma fruta, arroz branco por integral. Assim o corpo e o paladar vão se acostumando e a dieta passa a ser algo natural.

    A dieta DASH funciona ainda melhor quando combinada com outros bons hábitos, como atividade física, sono de qualidade e controle do estresse, mas é uma boa forma de como baixar a pressão naturalmente.

    A pressão alta pode ser silenciosa, mas os efeitos no corpo são sérios. Cuidar da alimentação é um dos jeitos mais inteligentes para manter a saúde em ordem sem recorrer a fórmulas mirabolantes ou dietas da moda, que costumam não trazer bons resultados. E, claro, é sempre importante consultar um médico regularmente para fazer o acompanhamento da pressão arterial.

    Contraindicações da dieta DASH

    Mesmo sendo uma dieta para pressão alta, assim como qualquer outra dieta é importante apenas começar a fazer quando o médico ou nutricionista indicar. Apesar de ser muito segura e nutritiva, por ter foco em minerais como o potássio, por exemplo, a dieta DASH pode ser contraindicada para quem tem doença renal crônica, já que os rins não conseguem filtrar adequadamente o potássio.

    Ela também pode ser contraindicada para quem tem insuficiência cardíaca grave, pois a quantidade de potássio pode descompensar a doença. Algumas pessoas que usam determinados remédios poupadores de potássio, indicados para controlar a pressão alta, podem ter de adaptar a dieta DASH no dia a dia para ficarem com excesso de potássio no organismo, o que pode ser perigoso.

    De toda forma, o médico e o nutricionista saberão indicar a dieta DASH para cada caso, e sinalizar quando ela não deve ser feita.

    Leia mais: Pressão alta: como controlar com a alimentação

    Perguntas frequentes sobre a dieta DASH

    1. O que é a dieta DASH e para que ela serve?

    A dieta DASH foi criada para ajudar no controle da pressão alta, mas também traz benefícios para o coração, o colesterol e a saúde em geral. Ela prioriza alimentos naturais e muito nutritivos, tem pouco sal, gordura saturada e colesterol.

    2. A dieta DASH é boa para colesterol também?

    Sim. Ela também ajuda a reduzir gordura saturada e colesterol ruim (LDL).

    3. A dieta DASH ajuda mesmo a controlar a pressão alta?

    Sim. A dieta DASH é rica em potássio, cálcio e magnésio, minerais que ajudam a relaxar os vasos sanguíneos e baixar a pressão arterial. Estudos mostram que ela é uma das estratégias alimentares mais eficazes para prevenir e tratar a hipertensão.

    4. Dá para seguir a dieta DASH com alimentos brasileiros?

    Com certeza. A dieta pode ser adaptada de forma simples ao nosso dia a dia, com arroz integral, feijão, banana, couve, abobrinha e leite desnatado, por exemplo. O truque está em fazer escolhas simples e saudáveis, sem precisar mudar tudo de uma vez.

    5. A dieta DASH substitui o uso de remédios para pressão alta?

    Não. A dieta DASH é uma boa forma de como baixar a pressão naturalmente, mas complementa o tratamento e não necessariamente substitui os medicamentos prescritos pelo médico. A dieta pode ajudar a diminuir a dose ou até evitar que a pressão arterial progrida, mas é muito importante fazer o acompanhamento médico com regularidade.

    Confira: Como controlar pressão alta com mudanças no estilo de vida

  • Entenda como funciona a alergia alimentar e o que fazer

    Entenda como funciona a alergia alimentar e o que fazer

    Imagine descobrir que algo tão simples quanto um copo de leite, um pedaço de pão ou uma mordida em um camarão pode colocar sua vida em risco. Para milhões de pessoas no mundo, esta é uma realidade.

    A alergia alimentar é uma condição que vai muito além de uma dor de estômago. Ela pode causar reações alérgicas graves, que ameaçam a vida e exige cuidados rigorosos, vigilância constante e, muitas vezes, mudanças profundas na rotina.

    Quando a comida se torna um gatilho perigoso

    Para quem não sabe o que é alergia alimentar, ela é uma reação do sistema imunológico a uma proteína presente em um determinado alimento. Para quem vive com essa condição, até mesmo uma quantidade mínima do alimento alergênico pode desencadear sintomas leves, moderados ou até mesmo graves. A anafilaxia, por exemplo, é uma reação alérgica muito grave e que pode levar a morte se não tratada imediatamente.

    “O corpo identifica essa proteína como uma ameaça e libera substâncias inflamatórias, como a histamina”, explica Brianna Nicoletti, médica alergista e imunologista.

    Estima-se que até 8% das crianças e 3% dos adultos no mundo sofram com algum tipo de alergia alimentar, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, estudos apontam para quantidade semelhante, com aumento de diagnóstico principalmente na infância.

    Mas não confunda. Há diferença entre alergia alimentar e intolerância alimentar. Diferentemente da alergia, ela não envolve o sistema imunológico, ou seja, trata-se de uma dificuldade em digerir ou metabolizar um componente do alimento, como ocorre com a lactose presente no leite. Os sintomas geralmente são digestivos, mais leves e não colocam a vida em risco.

    Conheça os diferentes tipos de alergia alimentar

    A alergia alimentar pode se manifestar de maneiras diferentes e, por isso, os médicos classificam em três tipos:

    Alergia alimentar IgE-mediada

    É a forma mais comum e também a que pode trazer reações mais graves. Os sintomas aparecem muito rápido, logo após comer o alimento, e podem se manifestar com manchas vermelhas na pele, inchaço nos lábios ou olhos, vômito, chiado no peito ou até uma reação mais séria, que é a anafilaxia.

    Alergia alimentar não IgE-mediada

    Nesse caso, a reação acontece de forma mais lenta, e pode levar algumas horas ou até dias para surgir. É mais comum em bebês e crianças pequenas e, muitas vezes, é mais difícil suspeitar qual é o alimento que está fazendo mal. Os sintomas costumam afetar o sistema digestivo, com sangue nas fezes, refluxo ou recusa alimentar.

    Formas mistas

    São aquelas alergias que envolvem os dois tipos anteriores e podem se manifestar como alergias de pele ou inflamação no esôfago.

    Veja também: Alergia alimentar: dicas para comer fora com segurança

    Os principais alimentos que mais causam alergia alimentar são:

    • Leite de vaca;
    • Ovo;
    • Amendoim;
    • Castanhas;
    • Nozes;
    • Peixes;
    • Frutos do mar;
    • Soja;
    • Trigo.

    “Estes são responsáveis por mais de 90% das reações alérgicas alimentares graves no mundo”, alerta Brianna.

    Entenda a contaminação cruzada

    Alimentos industrializados como barras de cereais, chocolates, molhos prontos e produtos de padaria podem trazer um risco extra, mesmo que não tenham o ingrediente em si.

    Isso acontece por causa da contaminação cruzada, quando pequenas partículas de um alimento alergênico entram em contato com outros produtos durante o preparo, o armazenamento ou o transporte.

    “Basta uma partícula mínima do alimento para provocar reação em pacientes sensíveis”, destaca a médica.

    A contaminação cruzada por alérgenos ocorre, por exemplo, quando um utensílio, equipamento ou superfície que foi usado para manipular leite, ovo, amendoim ou outros alimentos alergênicos entra em contato com outros alimentos sem a devida limpeza.

    Mesmo que o ingrediente alergênico não esteja listado na embalagem, traços dele podem estar presentes, e isso já representa um risco real para quem tem alergia alimentar.

    Sintomas que exigem atenção

    A alergia alimentar pode surgir em qualquer fase da vida. Embora mais comum na infância, é possível se tornar alérgico na vida adulta, mesmo sem ter tido algum episódio anterior. “Frutos do mar, castanhas e aditivos são os mais associados às alergias de início tardio”, explica a especialista.

    Os sinais mudam de acordo com o tipo de alergia. De maneira geral, os principais sintomas são:

    • Coceira;
    • Manchas vermelhas na pele (conhecidas por urticária);
    • Inchaço;
    • Dor abdominal;
    • Vômito;
    • Diarreia, dificuldade para respirar e queda da pressão arterial podem indicar uma reação alérgica, e é preciso correr para o hospital.

    “Dificuldade para respirar, rouquidão repentina e tontura sugerem anafilaxia, reação alérgica grave que é uma urgência médica”, reforça Brianna.

    Nas formas não IgE-mediadas, aquelas em que os sintomas demoram até dias para aparecer, os sinais podem ser vômitos, diarreia com sangue, prisão de ventre muito intensa, recusa para se alimentar e até problemas de crescimento, quando se trata de crianças.

    A alergista explica que o principal a se fazer é observar a frequência, a relação do tempo entre o consumo do alimento e os sintomas, e se eles aparecem depois de ingerir o mesmo alimento.

    “A avaliação com um médico alergista é essencial para diferenciar alergia, intolerância, alterações da flora intestinal (disbiose), infecções ou outras causas”, recomenda.

    Fazer um diário alimentar, registrando os alimentos ingeridos e os sintomas é uma maneira de conseguir pistas sobre o alimento que está fazendo mal. Há também testes de alergia feitos por meio de exames de sangue ou pela exposição da pele a determinados alérgenos. O diagnóstico nunca deve ser feito com base apenas em sintomas isolados.

    Leia mais: Tem alergia alimentar? Veja como diagnosticar e tratar

  • Tem alergia alimentar? Veja como diagnosticar e tratar

    Tem alergia alimentar? Veja como diagnosticar e tratar

    Se você já teve algum sintoma depois de comer algum alimento e já considerou riscá-lo do cardápio para sempre sem antes ouvir o que um médico tem a dizer, saiba que essa não é a melhor saída. A melhor coisa a se fazer é procurar um médico para fazer o diagnóstico de alergia alimentar e, se for realmente o caso, seguir um tratamento para evitar os sintomas.

    “Nem toda dor de barriga ou coceira tem relação com alergia alimentar”, explica a médica alergista e imunologista Brianna Nicoletti. Por isso, não é prudente sair eliminando leite, ovo ou trigo ou outros alimentos por conta própria.

    Lista de sintomas de alergia alimentar

    É bom saber qual são os principais sintomas de alergia alimentar, e quais deles são leves, moderados ou graves.

    Sintomas leves de alergia alimentar

    • Coceira na pele ou na boca
    • Manchas vermelhas e coceira em alguma parte do corpo
    • Mal-estar leve na barriga

    Sintomas moderados de alergia alimentar

    • Vômito
    • Diarreia
    • Manchas vermelhas e coceira em todo o corpo

    Sintomas graves de alergia alimentar

    • Dificuldade para respirar
    • Inchaço no rosto ou garganta
    • Queda de pressão
    • Desmaio

    Quando procurar ajuda médica

    Se ao comer algum alimento você nota sintomas como os já descritos, é importante procurar um médico alergista. O diagnóstico da alergia alimentar depende de uma boa conversa com o especialista, da análise dos sintomas, do uso de diário alimentar e, se necessário, de exames específicos.

    Exames para diagnóstico de alergia alimentar

    Os exames mais comuns para diagnosticar alergia alimentar são o teste cutâneo, conhecido por prick test, a dosagem do anticorpo IgE específica no sangue e, em situações mais controladas, o chamado teste de provocação oral, feito em ambiente médico, com todo o cuidado que o caso pede.

    Tratamento: exclusão ou reintrodução segurança

    Quando o diagnóstico de alergia alimentar é confirmado e se trata de uma alergia IgE-mediada, tipo que costuma causar reações mais rápidas e intensas, o tratamento para a alergia alimentar é direto: excluir completamente o alimento e qualquer traço dele. Isso significa atenção até aos mínimos detalhes, como panelas sujas, colheres com restos de alimento e até migalhas.

    “Alguns pacientes precisam evitar contaminação cruzada de alimentos e ter sempre à disposição adrenalina autoinjetável”, orienta Brianna.

    A adrenalina autoinjetável é um tipo de medicamento usado em emergências para tratamento de alergia alimentar. Ela é prescrita por um médico e vem em um dispositivo que lembra uma caneta. Basta um clique para aplicar a dose certa de adrenalina, geralmente na coxa.

    É um recurso simples, mas que pode fazer toda a diferença em casos de reações graves, como a anafilaxia, quando a pessoa apresenta inchaço, falta de ar, queda de pressão e risco real à vida.

    Pessoas com risco de reações alérgicas graves devem ter esse tipo de medicação sempre por perto. Saber quando e como usá-la é parte essencial do plano de segurança, e o médico é o especialista que orienta como e quando fazer a aplicação.

    Mas nem todo caso exige medidas tão rígidas. Em quadros mais leves ou em alergias não IgE-mediadas, que são aquelas que demoram mais para causar sintomas e geralmente afetam o sistema digestivo, pode ser possível fazer um tratamento de alergia alimentar e voltar a comer o alimento aos poucos, com acompanhamento de um médico.

    Existem também estudos que investigam formas de dessensibilização: o organismo vai sendo exposto a quantidades muito pequenas do alimento, por via oral ou por adesivos na pele, com a intenção de reduzir a resposta alérgica. Essas técnicas ainda estão em fase de pesquisa, mas os resultados são bem animadores.

    Alergia alimentar tem cura?

    A cura depende do tipo de alergia. Algumas, como as causadas por leite de vaca, ovo, trigo e soja, costumam desaparecer com o tempo, especialmente nas crianças. Já outras, como a alergia a castanhas, amendoim e frutos do mar, tendem a acompanhar a pessoa pela vida toda.

    “O acompanhamento regular permite identificar o momento certo para reintroduzir o alimento ou iniciar o tratamento”, afirma Brianna. Por isso, manter o seguimento com o alergista é tão importante, mesmo que os sintomas pareçam estar controlados.

    Impactos emocionais e apoio psicológico

    Viver com alergia alimentar não se resume cuidar do prato. O medo de uma reação, a insegurança em festas ou a sensação de ser “diferente” podem gerar ansiedade, principalmente em crianças. O impacto emocional da alergia pode afetar a qualidade de vida da criança, do adulto e da família envolvida.

    O apoio psicológico ajuda os alérgicos a lidarem com esses sentimentos. E a informação é uma grande amiga. “Empoderar a criança com informação, envolver a escola e ter um plano de segurança claro faz toda a diferença”, recomenda a especialista.

    Como ter mais segurança no dia a dia

    Coisas simples são capazes de fazer muita diferença na rotina de quem vive com alergia alimentar. Pulseiras de identificação, cartões que explicam qual é a alergia e os alimentos proibidos são formas práticas para o dia a dia. Ne caso de crianças, lancheiras seguras também trazem tranquilidade. Conversar com a escola, com os cuidadores e com familiares sobre os cuidados necessários é bem importante.

    “A educação é a chave para promover autonomia, tranquilidade e segurança ao paciente alérgico”, conclui Brianna.

    Os casos de anafilaxia alimentar estão entre os principais motivos de atendimento de emergência em crianças. Por isso, quanto mais conscientização, prevenção e preparo, maiores as chances de evitar sustos. Com atenção, apoio e cuidado, é possível ter uma vida ativa, social e, claro, saborosa, mesmo com alergia alimentar.

    Perguntas Frequentes sobre Alergia Alimentar

    1. Quais são os sintomas de alergia alimentar?

    Os sintomas variam de leves (coceira, manchas vermelhas na pele) a graves (falta de ar, inchaço, anafilaxia). Eles geralmente surgem pouco tempo depois de comer o alimento.

    2. Quanto tempo demora para aparecer os sintomas?

    Os sintomas podem surgir em poucos minutos ou até algumas horas, dependendo do tipo de alergia.

    3. Qual a diferença entre alergia e intolerância alimentar?

    A alergia envolve o sistema imunológico e pode causar reações muito graves. Já a intolerância está ligada à digestão e costuma provocar sintomas mais leves e gastrointestinais.

    4. Como usar a adrenalina autoinjetável?

    Deve ser aplicada na coxa, conforme orientação médica, ao primeiro sinal de uma reação alérgica grave. A pessoa deve ser levada imediatamente ao hospital, mesmo após a aplicação.

    5. A alergia alimentar pode aparecer na idade adulta?

    Sim. Embora muitas alergias comecem na infância, é possível desenvolver alergia alimentar na vida adulta.

    Se você desconfia de uma alergia alimentar, agende uma consulta com um alergista especializado e compartilhe este guia com quem precisa saber mais sobre os sintomas, diagnóstico e tratamento.

    Leia mais: Alergia alimentar: dicas para comer fora com segurança