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  • Falta de ar: quando pode ser problema do coração

    Falta de ar: quando pode ser problema do coração

    Quem nunca ficou sem fôlego depois de subir alguns lances de escada ou correr para não perder o ônibus? A falta de ar, também conhecida como dispneia, tende a ser uma resposta natural do corpo diante de um esforço físico. Em situações como essas, o organismo simplesmente exige mais oxigênio para manter o ritmo, e logo o fôlego se recupera.

    No entanto, a falta de ar nem sempre está ligada apenas ao esforço físico. Quando surge de maneira repentina, intensa, em repouso ou durante a noite, o sintoma pode indicar problemas cardíacos que precisam de atenção imediata.

    O cardiologista e cardio-oncologista Giovanni Henrique Pinto, do Hospital Albert Einstein, detalhou como identificar quando a falta de ar pode ter origem cardíaca, quais doenças estão por trás do quadro e quando é hora de procurar ajuda médica.

    Quando a falta de ar pode estar ligada ao coração?

    Nem todo cansaço é apenas consequência de estar fora de forma. De acordo com Giovanni Henrique Pinto, alguns sinais específicos podem indicar que o problema tem origem no coração. É importante procurar avaliação médica se a falta de ar:

    • Piora com pouco esforço: dificuldade para respirar em atividades leves que antes eram fáceis, como andar um ou dois quarteirões, ou piora rápida em dias ou semanas;
    • Aparece ao deitar: necessidade de usar mais travesseiros ou acordar de madrugada com a sensação de estar sufocando;
    • Vem acompanhada de outros sintomas: dor ou pressão no peito, palpitações, tontura, desmaio, inchaço nas pernas ou ganho de peso rápido e sem explicação;
    • Surge após infecção viral ou em quem já tem problemas cardíacos: pode indicar pericardite, miocardite ou agravamento de doença pré-existente.

    Qual a diferença entre cansaço comum e o cardíaco?

    Muitas vezes, o corpo apenas sinaliza esforço. Pessoas sedentárias, acima do peso ou que carregam objetos pesados podem sentir fôlego curto sem que isso represente doença. Nesses casos, o cansaço melhora rapidamente quando a atividade acaba, não aparece em repouso e não costuma vir com outros sintomas.

    Já quando a causa é cardíaca, a falta de ar surge em esforços cada vez menores e até ao deitar-se. Tosse noturna persistente, chiado no peito, palpitações, sensação de aperto no peito, inchaço nas pernas e cansaço desproporcional ao esforço são sinais de sobrecarga do coração.

    Quais condições cardíacas podem causar falta de ar?

    De acordo com o cardiologista, existem várias condições em que a falta de ar é frequente, como:

    • Insuficiência cardíaca: coração fraco que acumula líquido e dificulta a respiração;
    • Doença das artérias coronárias: inclui angina e infarto, causados por obstruções no fluxo sanguíneo;
    • Valvopatias: mau funcionamento das válvulas cardíacas, como estenose aórtica ou insuficiência mitral;
    • Arritmias: batimentos muito rápidos, lentos ou irregulares, que reduzem o oxigênio no corpo;
    • Miocardite e pericardite: inflamações do músculo ou membrana do coração, muitas vezes após infecções;
    • Pressão alta sem controle: força excessiva sobre o coração que pode gerar falta de ar;
    • Doenças congênitas: malformações de nascença que afetam a respiração.

    Quando procurar um cardiologista?

    A orientação é procurar um especialista sempre que a falta de ar se torna frequente, piora rapidamente, aparece em repouso ou ao deitar, ou quando surge com dor no peito, palpitações, tontura ou inchaço.

    Entre os exames para investigar estão: histórico clínico, exame físico, aferição de pressão, eletrocardiograma, ecocardiograma, radiografia de tórax, teste ergométrico, cintilografia, tomografia de coronárias, cateterismo, Holter e MAPA.

    Falta de ar: situações que exigem atendimento imediato

    Procure uma urgência se houver:

    • Falta de ar em repouso;
    • Lábios e extremidades azuladas;
    • Dor forte no peito;
    • Desmaio;
    • Confusão mental;
    • Inchaço com ganho de peso rápido.

    Esses sintomas podem indicar complicações graves, como infarto ou insuficiência cardíaca aguda.

    É possível tratar a falta de ar causada por problemas no coração?

    Sim. O tratamento inclui controle da pressão arterial, diuréticos para insuficiência cardíaca, remédios para arritmias, correções de valvopatias, anti-isquêmicos e até procedimentos de revascularização, conforme Giovanni Henrique Pinto.

    Reabilitação cardíaca e prática de atividade física também são fundamentais. Quanto mais cedo o diagnóstico, maiores as chances de recuperação e prevenção de complicações.

    Perguntas frequentes sobre falta de ar e coração

    1. É normal sentir falta de ar ao subir escadas?

    Sim, especialmente para quem está fora de forma. Preocupa quando piora em poucas semanas, exige paradas frequentes ou surge em atividades leves. Se vier com dor no peito, palpitações, tontura ou inchaço, procure um médico.

    2. A falta de ar pode ser um sintoma de infarto?

    Sim. Embora a dor no peito seja o sintoma mais conhecido, a falta de ar pode indicar angina ou infarto, principalmente em mulheres, idosos e diabéticos.

    3. É normal sentir falta de ar todos os dias?

    Não. Pode estar ligada a doenças do coração, pulmões, anemia ou ansiedade. Se for frequente, procure atendimento médico.

    4. A falta de ar pode ser só ansiedade?

    Sim. Crises de ansiedade podem causar respiração acelerada e sensação de aperto no peito. Apenas um médico pode diferenciar corretamente.

    5. Em que casos a falta de ar é uma emergência médica?

    Quando surge em repouso, com lábios azulados, dor forte no peito, desmaio, confusão mental ou inchaço repentino.

    6. A idade aumenta o risco de sentir falta de ar por problemas no coração?

    Sim. O envelhecimento torna artérias e músculo cardíaco mais rígidos, aumentando o risco de insuficiência cardíaca e estenose aórtica, que podem causar falta de ar, dor no peito e desmaios.

  • 7 sintomas iniciais de câncer que não devem ser ignorados

    7 sintomas iniciais de câncer que não devem ser ignorados

    Você já reparou que às vezes o corpo dá alguns sinais estranhos e a pessoa logo coloca a culpa em coisas simples do dia a dia? Uma dorzinha que aparece do nada, um sangramento inesperado, uma pinta que mudou de cor ou qualquer outro sintoma que parece trivial. Em muitos casos pode realmente não ser nada grave, mas em outros, pode ser um aviso importante de que algo não vai bem, como um câncer.

    O oncologista Thiago Chadid explica que não existe um sintoma exclusivo que indique câncer com certeza. A questão é que alguns sinais devem trazer desconfiança e motivar uma visita a um médico. Afinal, quanto mais cedo o diagnóstico acontecer, maiores são as chances de sucesso no tratamento.

    Venha descobrir quais são esses sinais.

    1. Sangramentos sem explicação

    Esse é um dos sintomas mais clássicos. O sangramento pode aparecer no escarro, no vômito, nas fezes ou na urina. Segundo o oncologista, o volume costuma chamar a atenção.

    “Se for maior que uma colher de sopa, é um sinal de alerta”. Mas atenção: até sangramentos pequenos podem indicar algo em fase inicial.

    O sangramento, porém, nem sempre vai indicar um câncer. “Pode ser uma hemorroida, pode ser apenas um vaso no nariz que estourou e o sangue escorreu para a boca e a pessoa achar que é algo grave”, diz o médico.

    Na dúvida, é melhor procurar um especialista para checar.

    2. Dores persistentes e diferentes

    Dor todo mundo eventualmente sente, mas nem toda dor é igual. No caso do câncer, ela costuma ser intensa, latejante e aparecer de repente. O oncologista dá alguns exemplos de dores em determinados tipos de câncer:

    • Câncer de pâncreas: dor descrita como uma “facada” na boca do estômago ou nas costas;
    • Câncer de mama: nódulos de mama costumam não causar dor, mas depois de algum impacto na região a dor pode surgir por conta da inflamação no nódulo;
    • Câncer de pulmão: cansaço, falta de ar ao subir escadas, tosse crônica ou escarro com sangue.

    3. Alterações nos ossos

    Fraturas espontâneas ou dores ósseas também podem estar ligadas a tumores. “Pode acontecer porque o tumor já corroeu o osso”, explica o médico, e isso pode causar fraturas inesperadas, até dormindo ou apenas mudando de posição.

    4. Perda de peso sem motivo

    Quando a pessoa está se alimentando normalmente, não mudou a rotina e ainda assim perdeu peso de forma significativa, é hora de ficar atento.

    O oncologista explica que o tumor pode liberar substâncias que aumentam o metabolismo e tiram o apetite.

    “A pessoa perde o apetite, sente náusea com alguns alimentos, fica indisposto. A perda é principalmente de massa magra: o rosto fica mais fino, os braços e pernas mais finos, mas às vezes a barriga permanece um pouco aumentada”, conta o médico.

    Além disso, podem aparecer febre noturna, suores e fadiga.

    5. Mudanças na pele e nas pintas

    Pintas que crescem, mudam de cor, ficam irregulares ou apresentam várias cores em uma só são suspeitas. “Pinta não deve crescer. Se cresceu, está errado”, alerta o oncologista.

    Outros sinais de pele que precisam de atenção:

    • Lesões que ulceram, sangram ou não cicatrizam;
    • Casquinhas esbranquiçadas ou até prateadas que lembram parafina de vela, que ficam cascudas, descamam e voltam a crescer mesmo após coçar ou tirar a casca;
    • Lesões ásperas, ulceradas e com secreção clara ou sanguinolenta.

    “Qualquer lesão de pele que cresça, mude de formato, comece a doer, coçar, ulcerar ou descamar deve ser avaliada”, recomenda Chadid.

    6. Nódulos suspeitos

    As famosas “ínguas” (linfonodos) também podem indicar algo sério. A diferença é:

    • Linfonodo inflamatório: indica inflamação ou infecção no corpo. Costuma ser elástico, móvel e mais macio.
    • Linfonodo tumoral: costuma ser mais duro, como um caroço de azeitona, e pode estar fixo, aderido ao corpo.

    Em relação à dor, tanto as ínguas que indicam câncer quanto as de inflamação podem doer ou não. “Linfonodos maiores que 2 centímetros, duros e aderidos são suspeitos”, diz o médico.

    7. Hematomas e febre

    As pessoas também devem ficar atentas a alguns sinais de câncer no sangue, como leucemia e linfoma. Além de dor persistente, que não melhora com remédios, outros sinais podem incluir:

    • Hematomas espontâneos;
    • Palidez e fraqueza;
    • Febre noturna e suores;
    • Perda de peso inexplicada.

    Esses sintomas, quando aparecem em conjunto, precisam ser relatados a um médico.

    Quando procurar um médico?

    Nem sempre a pessoa vai primeiro ao oncologista. Normalmente, ela passa antes pelo clínico geral ou outro especialista.

    “Na maioria dos casos, o paciente chega ao oncologista encaminhado por outro especialista: clínico geral, cardiologista, infectologista, neurologista. Isso porque os sintomas são inespecíficos”, conta o oncologista.

    “Quando a pessoa chega direto, geralmente é em casos de rastreamento, como mamografia, PSA para câncer de próstata, entre outros exames”.

    Ou seja, ao sentir algum sintoma diferente ou suspeito, o ideal é ir ao médico.

    Quem tem histórico familiar de câncer, especialmente antes dos 50 anos ou com muitos casos na mesma família, pode se beneficiar de aconselhamento genético com um médico geneticista. Isso ajuda a definir se há necessidade de rastreamento específico.

    Perguntas frequentes sobre sintomas de câncer

    1. Todo sangramento é sinal de câncer?

    Não. Pode ser algo simples, como uma hemorroida. Mas se for mais volumoso ou recorrente, merece investigação.

    2. Perder peso sem motivo sempre significa câncer?

    Não. Pode estar ligado a outros problemas de saúde. Mas perda de peso rápida, sem dieta ou exercício, deve ser investigada.

    3. Toda pinta que muda é câncer de pele?

    Nem sempre. Mas pintas que crescem, mudam de cor, sangram ou ulceram são suspeitas e precisam de avaliação médica.

    4. O que diferencia uma íngua benigna de uma maligna?

    Uma íngua benigna tende a ser móvel e macia. As malignas costumam ser duras, fixas e maiores que 2 cm.

    5. Como saber se a dor óssea pode ser câncer?

    Se for persistente, intensa e vier acompanhada de fraturas espontâneas, deve ser avaliada.

    6. Pessoas com histórico familiar devem se preocupar mais?

    Sim. Casos em parentes de primeiro ou segundo grau antes dos 50 anos aumentam o risco. O ideal é procurar aconselhamento genético.

  • Cirurgia de endometriose: veja quando ela é indicada

    Cirurgia de endometriose: veja quando ela é indicada

    A endometriose é uma doença que afeta milhões de mulheres em idade reprodutiva e, muitas vezes, impacta diretamente a qualidade de vida. Dados do Ministério da Saúde mostram que 1 a cada 10 mulheres sofre com a doença, que provoca dor intensa, cólicas que não passam com analgésicos comuns e até mesmo dificuldade para engravidar.

    Embora o tratamento clínico seja a primeira escolha, em alguns casos a cirurgia se torna necessária para aliviar sintomas e preservar a fertilidade.

    O que é a endometriose e quais são os sintomas

    A ginecologista e obstetra Andreia Sapienza explica que a endometriose acontece quando o tecido que normalmente reveste o útero, chamado endométrio, aparece em locais fora dele. Esses focos de tecido continuam respondendo aos hormônios do ciclo menstrual, o que pode gerar inflamação e dor.

    Segundo a médica, os sintomas mais comuns são cólicas menstruais intensas, dor durante a relação sexual, desconforto para urinar ou evacuar e, em alguns casos, dificuldade para engravidar. “Algumas mulheres não sentem dor, mas podem enfrentar infertilidade”, destaca Andreia.

    Quando a cirurgia de endometriose é indicada

    Em um primeiro momento, o tratamento de endometriose pode ser feito com medicamentos que bloqueiam a menstruação e estabilizam os níveis hormonais, além do uso de analgésicos e anti-inflamatórios. Mas, quando os sintomas não são controlados ou há infertilidade, o tratamento cirúrgico para endometriose é considerado.

    “A cirurgia consiste em buscar os focos de endometriose, que muitas vezes causam fibrose. Às vezes, a gente nem enxerga os focos, porque estão escondidos dentro dessas fibroses. Então, precisamos abrir essas fibroses, retirar todos os focos e limpar o local”.

    Os focos podem atingir diferentes órgãos. “Às vezes, a endometriose está no ovário, formando endometriomas (cistos com conteúdo sanguinolento), às vezes em ligamentos atrás do útero, às vezes no intestino ou na bexiga. Quando acomete o intestino, pode ser necessário operar em conjunto com o cirurgião coloproctologista para retirar o pedaço afetado”.

    Como a cirurgia de endometriose é feita

    A videolaparoscopia, método menos invasivo, é a mais utilizada. “A maioria das cirurgias de endometriose é feita por videolaparoscopia. Ela é muito mais vantajosa porque a câmera amplia o campo de visão do cirurgião, permitindo ver focos escondidos em lugares difíceis de acessar”, detalha a médica.

    “Com os instrumentos da laparoscopia, conseguimos chegar atrás do útero, perto dos ligamentos – locais comuns de lesão – com muito mais precisão do que na cirurgia aberta. Por isso, para endometriose, a cirurgia é sempre laparoscópica”.

    Em alguns casos, após a cirurgia, a menstruação pode ser bloqueada temporariamente com medicamentos que simulam uma menopausa induzida, geralmente por seis meses, para reduzir o risco de recorrência da doença.

    Recuperação e cuidados após a cirurgia de endometriose

    O pós-operatório é um momento de dúvidas para muitas pacientes, mas tende a ser bem mais simples do que em procedimentos abertos. “A recuperação da laparoscopia é sempre mais tranquila do que a da cirurgia aberta, porque não há necessidade de cicatrizar todas as camadas da parede abdominal”.

    O tempo de internação é curto. “Em geral, a alta acontece entre 24 e 48 horas. A paciente precisa manter repouso relativo por até 14 dias, não dirigir, não pegar peso, não fazer exercício físico. Depois disso, é liberada gradualmente para as atividades diárias. Normalmente, entre 7 e 14 dias já está retomando as tarefas mais simples”, conta a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza.

    Endometriose e infertilidade: por que a cirurgia pode ajudar

    Além do controle da dor, uma das razões para operar é a preservação da fertilidade. A médica explica que a endometriose pode comprometer diferentes partes do sistema reprodutor da mulher.

    “A infertilidade pode acontecer porque o foco de endometriose na tuba uterina obstrui a passagem do espermatozoide ou do óvulo, porque o ovário altera a ovulação ou porque o útero distorce o endométrio e atrapalha a implantação. Também pode ser pelo processo inflamatório crônico que altera a qualidade do ambiente reprodutivo”, detalha a especialista.

    Por isso, a cirurgia é, em muitos casos, importante para mulheres que desejam engravidar e não conseguem. A médica lembra, porém, que a busca pelas causas da infertilidade devem ir além da endometriose.

    “A investigação de infertilidade deve sempre incluir o casal, porque podem existir fatores masculinos também”.

    Perguntas frequentes sobre cirurgia de endometriose

    1. Quando a cirurgia de endometriose é indicada?

    A cirurgia é indicada quando os sintomas são intensos, não melhoram com medicamentos ou quando há comprometimento da fertilidade. Também pode ser recomendada em casos de endometriose profunda, que atinge órgãos como intestino e bexiga.

    2. Qual a diferença entre cirurgia aberta e videolaparoscopia para endometriose?

    A cirurgia aberta é mais invasiva, com cortes maiores e recuperação mais lenta. Já a videolaparoscopia é feita com pequenas incisões e câmera, e isso permite que o médico consiga visualizar melhor o local de cirurgia, uma recuperação mais rápida e um risco menor de complicações.

    3. Quanto tempo dura a recuperação da cirurgia de endometriose?

    Depende da técnica utilizada e da gravidade dos focos de endometriose retirados. Em geral, na videolaparoscopia a recuperação inicial leva de 2 a 4 semanas.

    4. A cirurgia de endometriose cura a doença definitivamente?

    Não. A cirurgia ajuda a remover os focos da endometriose e aliviar os sintomas, mas a doença pode voltar. Por isso, em muitos casos é necessário tratamento complementar com acompanhamento médico.

    5. É possível engravidar após a cirurgia de endometriose?

    Sim. Muitas mulheres conseguem engravidar após a cirurgia, especialmente quando era a endometriose que estava dificultando a fertilidade. No entanto, cada caso deve ser avaliado individualmente pelo ginecologista.

    6. Quais cuidados devo ter após a cirurgia de endometriose?

    É importante seguir as orientações médicas, evitar esforços físicos nas primeiras semanas e fazer as consultas médicas de acompanhamento. Em alguns casos, pode ser indicado tratamento hormonal para reduzir as chances de retorno da doença.

  • Tratamento para mioma uterino: opções não cirúrgicas

    Tratamento para mioma uterino: opções não cirúrgicas

    A mulher que descobre um mioma uterino em algum exame de rotina e não sabe bem o que é pode imaginar algo assustador. Mas calma: eles são tumores benignos que podem ser tratados de várias formas, e nem sempre a cirurgia é necessária.

    Para entender melhor o assunto, conversamos com a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza, que explicou como funcionam os tratamentos clínicos e quais as opções para quem quer evitar o centro cirúrgico.

    O que são miomas e quais sintomas causam?

    Os miomas são tumorações benignas, nódulos bem enrijecidos que são compostos de células musculares da camada muscular do útero, explica a ginecologista. “Ninguém sabe muito bem por que eles se formam, mas existe uma tendência genética, e a prevalência é maior em mulheres negras”.

    Eles podem crescer em ritmos diferentes, e isso depende da presença de receptores hormonais no mioma. “Quando têm menos receptores, costumam ficar menores”, explica a médica.

    Principais sintomas de miomas

    • Sangramento uterino anormal: fluxo menstrual mais intenso, cólicas fortes e menstruação prolongada.
    • Compressão pélvica: quando o útero cresce e pressiona órgãos vizinhos, como bexiga e intestino. Isso pode causar dor e desconforto.

    “Em casos raros, os miomas degeneram ou crescem a ponto de causar necrose. A necrose é caracterizada por muita dor, sendo uma urgência ginecológica que precisa ser resolvida rápido. Mas isso é bem menos comum”, diz a médica.

    Quando é preciso tratar?

    Apesar de serem benignos, os miomas precisam de acompanhamento médico. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo do caso.

    A cirurgia é indicada quando:

    • O sangramento é tão intenso que não melhora com tratamentos clínicos;
    • O útero está muito aumentado e comprimindo outros órgãos;
    • A dor é constante e limitante.

    Antes disso, porém, há várias formas de controle sem precisar encarar o bisturi.

    Tratamentos clínicos para miomas

    Quando a escolha é pelo tratamento não cirúrgico, o objetivo principal costuma ser controlar o sangramento.

    “A grande maioria vai ter como sintoma o aumento do sangramento genital. Então, temos algumas opções. Podemos bloquear o sangramento com contraceptivos hormonais, e há várias opções de pílulas”, explica a médica.

    • Pílula só de progesterona;
    • Pílula combinada de estrogênio e progesterona;
    • Implantes hormonais.

    O DIU hormonal nem sempre funciona bem. “O DIU é menos indicado, porque muitas vezes o mioma altera a cavidade interna do útero, e o dispositivo pode não ficar bem colocado”, comenta a especialista.

    Outro ponto é tratar a anemia causada pelo excesso de sangramento. Mas isso só resolve se o fluxo for controlado. “É preciso ‘fechar a torneirinha’. Nunca vamos conseguir manter a hemoglobina e o ferro bons se a mulher não parar de sangrar”.

    Além disso, quando há dor associada, entram em cena analgésicos e estratégias de controle. Se o quadro avança, a cirurgia passa a ser discutida.

    Embolização: uma alternativa menos invasiva

    Existe também a chamada embolização dos miomas, um procedimento realizado por um radiologista intervencionista.

    “O médico entra por um vaso da perna (artéria femoral) e vai até a artéria uterina e faz a embolização, ou seja, fecha o vaso que nutre o mioma”, explica a ginecologista.

    Sem sangue, o mioma tende a reduzir ou até desaparecer. É uma boa opção para quem não quer cirurgia, mas há ressalvas:

    • Nem todos os miomas respondem bem;
    • Existe risco de necrose uterina, o que pode levar à necessidade de retirar o útero, ou seja, não é uma opção boa para quem quer engravidar.

    E a fertilidade de quem tem mioma, como fica?

    Miomas podem ou não atrapalhar uma gravidez, e isso depende do tamanho e da localização deles. “Se distorcem internamente o endométrio, atrapalham a implantação do embrião. Alguns ficam perto das tubas uterinas e podem obstruir a passagem do espermatozoide”, explica a médica.

    Há três tipos de miomas, sendo que cada um pode causar um impacto:

    • Submucosos: mais problemáticos, aumentam o sangramento e podem dificultar a gravidez. Eles ficam na parte interna do útero;
    • Intramurais: o impacto varia conforme o tamanho. Miomas muito grandes podem causar problemas. Eles se localizam na parede muscular do útero;
    • Subserosos: crescem para fora do útero, costumam dar menos sintomas e raramente prejudicam a fertilidade.

    O tratamento para mioma uterino vai muito além da cirurgia. Há opções de medicamentos, implantes hormonais, embolização e até estratégias combinadas para controlar sangramento e dor. O mais importante é conversar com um ginecologista e avaliar qual é a melhor alternativa para cada caso.

    Perguntas Frequentes sobre mioma uterino e tratamentos

    1. Mioma sempre precisa de cirurgia?

    Não. Muitos casos podem ser controlados com tratamento clínico, como anticoncepcionais hormonais ou embolização.

    2. O DIU pode ser usado em quem tem mioma?

    Depende. Se o mioma alterar muito a cavidade uterina, o DIU pode não se fixar corretamente.

    3. Miomas podem virar câncer?

    Não. São tumores benignos. Em raríssimos casos, podem sofrer degeneração, mas não se transformam em câncer.

    4. A embolização substitui a cirurgia?

    Para algumas mulheres, sim. Mas há risco de complicações e não é indicada para quem deseja engravidar.

    5. O mioma sempre causa sintomas?

    Não. Alguns passam despercebidos e só são descobertos em exames de rotina.

    6. Quem tem mioma pode engravidar?

    Pode, apenas em alguns casos os miomas podem dificultar a gestação, dependendo do tamanho e da localização.

    7. O mioma pode voltar depois do tratamento clínico?

    Sim. Enquanto o útero for preservado, novos miomas podem aparecer.

  • Exame preventivo ginecológico: o que é e quando fazer

    Exame preventivo ginecológico: o que é e quando fazer

    Você provavelmente já ouviu falar do exame preventivo ginecológico. A questão é que muita gente associa esse cuidado apenas ao papanicolau, sendo que a prevenção vai muito além disso. Esse conjunto de exames ajuda a detectar alterações ginecológicas e é uma oportunidade de cuidar da saúde da mulher de forma integral.

    A ginecologista e obstetra Andreia Sapienza explica que o ginecologista é reconhecido como médico generalista que cuida da saúde da mulher.

    “É claro que temos um foco na saúde feminina geniturinária, principalmente passando por três funções, a menstrual, a obstétrica e a sexual, mas na prevenção nós olhamos de forma mais abrangente e holística”, conta a especialista.

    O que é o exame preventivo ginecológico

    O exame preventivo é uma consulta voltada para avaliar diferentes aspectos da saúde feminina em cada fase da vida. Ele envolve desde a coleta do papanicolau, exame que identifica lesões causadas pelo HPV que podem evoluir para câncer de colo do útero, até exames de imagem e laboratoriais, de acordo com a idade e os fatores de risco de cada mulher.

    “O papanicolau é um exame para prevenção de uma doença, mas o preventivo é quando falamos de tudo da parte ginecológica, ou seja, vamos pensar em câncer de mama, câncer de útero, câncer de colo de útero e outros menos frequentes, como câncer de vagina e câncer de vulva”, explica a médica.

    O preventivo ginecológico também vai olhar outras doenças, como risco cardiovascular e risco de osteoporose. “Isso pensando na mulher que já tem uma certa idade de climatério”, explica a ginecologista.

    Quando começar a fazer o exame preventivo

    A recomendação é que toda mulher inicie o acompanhamento ginecológico após o início da vida sexual. Os exames solicitados, no entanto, variam de acordo com a idade e histórico familiar.

    “Nas mulheres mais jovens, o principal foco de atenção é naquelas doenças com maior prevalência na idade, como câncer de colo do útero. Já entre as mulheres que estão próximas do climatério, a prevenção se volta também para outras doenças, cuja incidência começa a aumentar nesse período da vida”.

    Ou seja, cada fase da vida tem seus focos de atenção e o acompanhamento deve ser adaptado.

    “Mulheres que começam a fazer o acompanhamento cedo costumam se manter nele ao longo das fases da vida: início da vida sexual, fase reprodutiva, filhos, climatério e menopausa. Em cada etapa, a forma de olhar muda, mas o acompanhamento é contínuo”, explica Andreia.

    Principais exames do preventivo

    • Papanicolau e HPV: para rastreamento de câncer de colo de útero;
    • Colposcopia e vulvoscopia: quando há alterações ou HPV positivo, permitem analisar lesões invisíveis a olho nu;
    • Ultrassom transvaginal: avalia útero, endométrio, miomas, ovários, cistos e pólipos;
    • Exames de mama: ultrassonografia em mulheres jovens e mamografia somada ao ultrassom a partir dos 40 anos;
    • Ressonância de mamas: em casos de prótese ou necessidade de avaliação detalhada;
    • Exames de sangue: hemograma, vitaminas, colesterol e glicemia;
    • Exames complementares no climatério: densitometria óssea (a partir de 50 anos), endoscopia e colonoscopia (a partir de 45 anos).

    Para mulheres com prótese de silicone, às vezes o ultrassom ou a mamografia são complementados com a ressonância magnética. “Usamos para ver principalmente detalhes na parte posterior da prótese ou mesmo da integridade da prótese”, explica a médica.

    Diferença entre SUS e saúde privada

    Os protocolos de rastreamento podem mudar dependendo se a mulher faz acompanhamento pelo sistema público ou privado.

    No setor privado, a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda mamografia anual a partir dos 40 anos. Já no SUS, a oferta é diferente.

    “Como o SUS tem a preocupação em ser o melhor equilíbrio entre universal e integral, ele acaba oferecendo a mamografia a cada dois anos a partir dos 50 anos. Como não tem recurso para oferecer para todo mundo todo ano, essa é uma forma de garantir que esse exame seja oferecido para mais pessoas”, explica a médica.

    Como se preparar para o exame preventivo

    Não existe um grande mistério na preparação para o exame.

    “Orientamos que a mulher não tenha relação sexual 72 horas antes da coleta e não esteja menstruada, pois essas situações alteram o resultado”, diz a médica. “Isso não quer dizer que exista uma alteração real, mas pode mascarar o resultado normal e atrapalhar a investigação”.

    No climatério, pode haver atrofia genital intensa. “Se não houver contraindicação, às vezes é prudente preparar a vagina com estrogênio antes do papanicolau para evitar alterações nos resultados”, explica a especialista.

    Perguntas frequentes sobre o exame preventivo ginecológico

    1. A partir de que idade devo ir ao ginecologista?

    A ginecologista recomenda que a menina tenha pelo menos uma consulta inicial quando menstrua, para receber orientações. O outro momento é quando tem ou está prestes a ter a primeira relação sexual, para receber orientações sobre contracepção e começar os exames preventivos.

    2. Preciso ir ao ginecologista todo ano?

    Sim, o ideal é passar em consulta anualmente, pois o ginecologista consegue olhar a saúde da mulher de forma integral e solicitar os exames necessários para cada fase.

    3. O exame preventivo ginecológico inclui só o papanicolau?

    Não. Ele envolve também avaliação das mamas, útero, ovários e outros exames, dependendo da idade da mulher.

    4. Mulheres que nunca tiveram relação sexual precisam fazer?

    Não precisam fazer o papanicolau, mas devem ir ao ginecologista. A consulta é necessária de qualquer forma, porque não se previne só câncer de colo uterino, mas também câncer de mama, de útero, de ovários, além de avaliar vulva e vagina, incontinência urinária e outras condições.

    5. Quem tem prótese mamária precisa de exames diferentes?

    Sim. Às vezes, a ressonância é indicada para avaliar detalhes da prótese e integridade.

    6. O SUS oferece todos os exames do preventivo?

    O SUS segue protocolos próprios, que incluem papanicolau e mamografia a cada dois anos a partir dos 50, além de outros exames conforme a necessidade.

  • Reposição hormonal na menopausa: benefícios e riscos

    Reposição hormonal na menopausa: benefícios e riscos

    A menopausa é uma fase natural da vida da mulher, mas que pode causar desconfortos como ondas de calor, insônia e alterações de humor. Para aliviar esses sintomas, muitas mulheres consideram a terapia de reposição hormonal. Mas será que toda mulher pode fazer?

    Neste artigo, você vai entender o que realmente acontece no corpo durante a menopausa, os principais sintomas, os riscos e benefícios da reposição hormonal e os cuidados necessários para tomar uma decisão segura.

    O que é reposição hormonal na menopausa

    A reposição hormonal é um tratamento indicado para aliviar os sintomas da menopausa, fase marcada pela queda na produção dos hormônios femininos, principalmente o estrogênio. Essa redução pode trazer sintomas físicos e emocionais que afetam profundamente a qualidade de vida de cada mulher.

    De acordo com a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza, o tratamento deve sempre ser tratado caso a caso. “A reposição não é para todas as mulheres. É preciso avaliar os riscos, os benefícios e o histórico de saúde de cada paciente antes de indicar o uso dos hormônios”, explica.

    A mulher que está com sintomas pode, inclusive, começar a reposição hormonal na perimenopausa, período antes da menopausa. “O ideal é iniciar até 10 anos depois da menopausa, o que chamamos de janela de oportunidade”.

    E não há idade fixa para parar o tratamento. “Avaliamos ano a ano. Se a mulher não sente mais sintomas ou deseja parar, pode testar. Se ela ainda se beneficia, por exemplo, no controle da osteoporose, pode continuar sem data limite”, diz a médica.

    Sintomas da menopausa que podem indicar reposição hormonal

    Os sintomas da menopausa vão muito além das famosas ondas de calor, que atingem até 80% das mulheres. É comum que elas também apresentem alterações no sono, irritabilidade, fadiga, palpitações e mudanças no metabolismo.

    A ginecologista explica que as mulheres têm receptores de estrogênio no corpo todo, mas principalmente no cérebro, e é lá que estarão os maiores efeitos da queda hormonal.

    “As ondas de calor, por exemplo, acontecem porque o ‘termostato’ cerebral perde a regulação normal, e pequenas variações de temperatura, que não deveriam ser sentidas, são interpretadas como se fossem grandes mudanças, causando suor e sensação de calor intenso”, explica.

    Outro sintoma importante é a chamada síndrome geniturinária da menopausa. “Muitas mulheres relatam ressecamento vaginal, dor nas relações sexuais, infecções urinárias de repetição e urgência para urinar. Esses sintomas podem ser bastante incapacitantes e, muitas vezes, são subestimados”, reforça a especialista.

    Como funciona a reposição hormonal

    A reposição hormonal pode ser feita de diferentes maneiras, e a escolha depende tanto dos sintomas quanto do perfil de saúde da mulher.

    “Se a mulher tem útero, não posso dar o hormônio estradiol sozinho, porque ele estimula o endométrio e pode levar a hiperplasia ou até câncer. Por isso, junto com o estrogênio, é necessário repor também progesterona, que protege o endométrio”, conta a médica. Já mulheres sem útero precisam apenas do estrogênio.

    A via oral é prática, mas pode causar efeitos colaterais por passar pelo fígado. Já a via transdérmica (adesivos, géis, sprays) é considerada mais segura. Para sintomas genitais e urinários, pode-se usar estradiol local (via vaginal).

    Benefícios da reposição hormonal

    • Redução das ondas de calor e suor noturno;
    • Melhora do sono e da disposição;
    • Redução da irritabilidade e melhora do humor;
    • Prevenção e tratamento da síndrome geniturinária;
    • Risco menor de osteoporose.

    Riscos da reposição hormonal

    Apesar dos benefícios, a reposição não é indicada para todas. É contraindicada em casos de:

    • Histórico de trombose;
    • Hipertensão ou diabetes descontrolados;
    • Câncer de mama ou histórico familiar de primeiro grau.

    Acompanhamento e individualização do tratamento

    Não existe uma fórmula única. O acompanhamento médico anual é essencial, com exames como a mamografia, para garantir a segurança do tratamento.

    Perguntas frequentes sobre reposição hormonal na menopausa

    1. Toda mulher na menopausa precisa fazer reposição hormonal?

    Não. A indicação depende dos sintomas, do histórico de saúde e da avaliação médica individual.

    2. A reposição engorda?

    Não. O ganho de peso está mais ligado à menopausa em si, que reduz o metabolismo e altera a distribuição de gordura.

    3. Quem já teve câncer de mama pode fazer reposição?

    Geralmente, não. Nestes casos, médicos buscam alternativas não hormonais.

    4. A reposição hormonal ajuda a prevenir osteoporose?

    Sim. O estrogênio protege os ossos e reduz o risco de fraturas.

    5. Existe tempo limite para usar a reposição?

    Não há prazo fixo, mas deve ser reavaliado anualmente.

    6. A reposição pode melhorar sintomas emocionais?

    Sim. Muitas mulheres relatam melhora no sono, no humor e na disposição.

  • Psicoterapia: entenda quando é hora de começar

    Psicoterapia: entenda quando é hora de começar

    Em um mundo cada vez mais acelerado, exigente e conectado, os sinais de esgotamento emocional têm se tornado cada vez mais comuns. Buscar apoio psicológico não precisa (e nem deve) ser o último recurso.

    Em vez de esperar o sofrimento chegar ao limite, cada vez mais pessoas têm entendido que a psicoterapia pode ser uma ferramenta poderosa de autoconhecimento, equilíbrio emocional e prevenção de doenças mentais.

    Sinais de que é hora de buscar ajuda psicológica

    Para o psicólogo Bruno Sini Scarpato, professor de pós-graduação do Instituto de Ensino Superior Albert Einstein, cuidar da saúde mental não é luxo, mas sim uma prioridade.

    “Estudos apontam que 1 a cada 4 pessoas será afetada por algum transtorno mental ao longo da vida”, afirma. “Quanto maior for a demora no início do tratamento, maior será a perda de funcionalidade e o risco de adoecimento físico.”

    Sintomas que indicam a necessidade de apoio psicológico:

    • Tristeza persistente;
    • Irritabilidade constante;
    • Ansiedade fora do controle;
    • Alterações no sono ou apetite;
    • Cansaço sem causa aparente;
    • Dificuldade de concentração;
    • Isolamento social;
    • Comportamentos autodestrutivos;
    • Uso abusivo de substâncias;
    • Pensamentos sobre desaparecer.

    “É possível buscar terapia mesmo quando se está apenas enfrentando dúvidas sobre um relacionamento, carreira ou tomada de decisões”, acrescenta Bruno.

    O que é a terapia cognitivo-comportamental (TCC)?

    Entre as abordagens mais procuradas de psicoterapia, a terapia cognitivo-comportamental (TCC) se destaca pela praticidade e foco em soluções no presente.

    “A TCC parte da ideia de que pensamentos, emoções e comportamentos estão interligados. Ao identificar e modificar padrões de pensamento distorcidos, conseguimos reduzir o sofrimento emocional e mudar comportamentos disfuncionais”, explica o psicólogo.

    Diferente de abordagens voltadas ao passado, como a psicanálise, a TCC tem sessões estruturadas e metas claras.

    “As sessões são estruturadas, com uso de técnicas ativas e tarefas entre os encontros”, completa Bruno.

    Benefícios da psicoterapia no dia a dia

    A psicoterapia não é apenas para quem tem um diagnóstico. De acordo com Bruno, todos podem se beneficiar. “Não é preciso esperar por um diagnóstico para começar o acompanhamento terapêutico”, afirma.

    De acordo com o psicólogo, a psicoterapia pode ajudar a:

    • Lidar melhor com emoções;
    • Melhorar o autoconhecimento;
    • Aumentar a autoestima;
    • Ajudar a tomar decisões com mais clareza;
    • Construir limites saudáveis;
    • Fortalecer a comunicação;
    • Contribuir para enfrentar desafios do dia a dia, como trabalho, estudos e relações.

    Em casos de transtornos mentais, o acompanhamento também ajuda a reconhecer padrões e manejar os sintomas.

    Como encontrar psicoterapia gratuita ou acessível

    A questão financeira ainda é uma das maiores barreiras, mas há alternativas. “Muitas universidades oferecem atendimento gratuito ou a preços simbólicos em clínicas-escola. O SUS também disponibiliza apoio psicológico nas UBS e nos CAPS”, orienta Bruno.

    Durante a pandemia, surgiram plataformas online que democratizaram ainda mais o acesso. Além disso, planos de saúde são obrigados a cobrir sessões de psicoterapia se houver pedido médico, conforme resolução atual da ANS.

    Quanto tempo dura uma terapia?

    A duração de uma sessão de terapia varia conforme a abordagem, os objetivos e o ritmo da pessoa.

    “Saber se é hora de encerrar envolve avaliar se os sintomas diminuíram, se os objetivos foram alcançados e se a pessoa se sente mais preparada para lidar com os desafios sozinha”, explica o psicólogo.

    Algumas terapias duram entre 12 e 20 sessões, enquanto outras podem durar meses ou até anos. Não existe um tempo certo, cada jornada é única.

    Medos e resistências: o que trava o início?

    “Muitas pessoas não sabem o que esperar ou têm crenças negativas sobre a terapia. Algumas resistem à mudança mesmo que estejam em sofrimento”, comenta Bruno.

    Medo de se expor, insegurança com o processo e desinformação são barreiras comuns. O crescimento da terapia online, porém, tem ajudado a romper esses obstáculos.

    Terapia online ou presencial: qual escolher?

    A pandemia digitalizou o cuidado com a saúde mental. Hoje, é já dá para escolher entre atendimento online ou presencial, conforme a preferência e necessidade.

    “A terapia online ganhou força e ampliou o acesso, além de facilitar o contato com conteúdos sobre saúde emocional nas redes”, afirma o especialista.

    O mais importante é criar vínculo com o profissional. Se não houver conexão, vale tentar com outro. “Isso não é sinal de fracasso. O vínculo terapêutico é construído com tempo, empatia e confiança”, reforça.

    Psicoterapia é um gesto de coragem

    “Muitas pessoas associam o sofrimento emocional à fraqueza, loucura ou instabilidade. Isso gera vergonha e medo de julgamento”, explica Bruno.

    Além disso, o preconceito muitas vezes impede que os transtornos mentais sejam reconhecidos como questões de saúde, como se não merecessem o mesmo cuidado que um diagnóstico de diabetes ou arritmia cardíaca, por exemplo.

    Portanto, cuidar da mente com a mesma seriedade com que cuidamos do corpo é uma atitude importante e, por que não, corajosa. “A psicoterapia não é apenas tratamento. É também prevenção, fortalecimento e investimento em si mesmo”, diz Bruno.

    Perguntas frequentes sobre psicoterapia

    1. Como saber se está na hora de procurar um psicólogo?

    Sinais como tristeza constante, ansiedade, insônia, irritabilidade ou dificuldade de lidar com desafios são indicativos importantes para fazer psicoterapia.

    2. Psicoterapia é só para quem tem transtorno mental?

    Não. Qualquer pessoa pode se beneficiar da terapia, mesmo sem um diagnóstico clínico.

    3. O que é TCC e como ela funciona?

    A terapia cognitivo-comportamental ajuda a modificar pensamentos e comportamentos que causam sofrimento por meio de técnicas práticas e objetivos claros.

    4. Existe atendimento psicológico gratuito?

    Sim. Universidades, UBS, CAPS e algumas plataformas online oferecem serviços gratuitos ou a preços reduzidos.

    5. A psicoterapia online funciona?

    Sim. É uma alternativa válida, segura e eficaz, especialmente para quem tem dificuldades de deslocamento ou horários restritos.

    6. Quanto tempo dura a terapia?

    Depende do caso. Pode durar algumas sessões ou se estender por meses ou anos, de acordo com os objetivos e o progresso do paciente.

    7. E se eu não me sentir confortável com o terapeuta?

    Trocar de profissional é comum. A relação terapêutica precisa ser baseada em confiança e empatia.

  • Wegovy e Ozempic: como funcionam para perda de peso

    Wegovy e Ozempic: como funcionam para perda de peso

    Nos últimos anos, os remédios Ozempic e Wegovy ganharam as manchetes e as redes sociais por um motivo: a promessa de ajudar na perda de peso. Desenvolvidos originalmente para tratar diabetes tipo 2, esses remédios à base de semaglutida vêm sendo cada vez mais usados por quem busca emagrecer com apoio médico.

    Mas, afinal, o que eles têm de tão especial? Qual a diferença entre Ozempic e Wegovy? Funcionam mesmo? E será que todo mundo pode usar?

    O que são Wegovy e Ozempic

    Tanto Wegovy quanto Ozempic têm como princípio ativo a semaglutida, um medicamento que imita o hormônio GLP-1, naturalmente produzido pelo nosso corpo. “Essa substância atua regulando os níveis de açúcar no sangue e também o apetite”, explica a cardiologista Juliana Soares, que integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein.

    Quando a glicose (açúcar) no sangue está alta, a semaglutida estimula a liberação de insulina (hormônio que ajuda a reduzir a glicose) e inibe a produção de glucagon (hormônio que aumenta a glicose). Além disso, ela age em áreas do cérebro que controlam fome e saciedade, fazendo com que a pessoa se sinta satisfeita com pequenas porções. Também retarda o esvaziamento do estômago, prolongando a saciedade.

    A diferença entre eles está na indicação:

    • Ozempic: aprovado para tratar diabetes tipo 2.
    • Wegovy: aprovado para tratar sobrepeso e obesidade, junto com dieta e exercícios.

    Como esses medicamentos ajudam a emagrecer

    Agem no cérebro e no apetite

    Segundo a cardiologista, a semaglutida atua no cérebro, especialmente no hipotálamo e no tronco cerebral, que controlam a fome e a saciedade. Isso reduz a vontade de comer, especialmente alimentos ricos em gordura e açúcar.

    Têm efeito no esvaziamento do estômago

    Ela também retarda o esvaziamento do estômago, o que prolonga a sensação de saciedade após as refeições.

    Qual a diferença entre Wegovy e Ozempic

    Embora tenham o mesmo princípio ativo, as dosagens são diferentes. Wegovy contém doses maiores de semaglutida e é aprovado especificamente para o tratamento da obesidade.

    Já Ozempic, mesmo sendo usado por muitos para emagrecer, ainda é aprovado apenas para o tratamento do diabetes tipo 2 no Brasil.

    Quem pode usar Wegovy ou Ozempic para emagrecer

    Esses medicamentos não são para todo mundo. São indicados principalmente para:

    • Pessoas com IMC acima de 30, que indica obesidade;
    • Ou com IMC acima de 27 e doenças associadas (como pressão alta, apneia do sono ou colesterol alto)

    É sempre o médico quem deve avaliar os riscos e benefícios antes de indicar o uso.

    Apesar de o princípio ativo ser o mesmo para Ozempic e Wegovy, os critérios estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) são diferentes.

    “O Ozempic é aprovado para o tratamento do diabetes tipo 2, indicado nos casos em que não é possível controlar os níveis de açúcar no sangue apenas com dieta e atividade física, quando o uso de outros remédios para diabetes não estão sendo suficientes para o controle a doença ou quando outras medicações para o diabetes são mal toleradas ou contraindicadas”, detalha a médica.

    “O emagrecimento, com o uso do Ozempic é um efeito adicional, não o objetivo principal”.

    No caso do Wegovy, explica ela, os critérios para indicação são o sobrepeso, quando o índice de massa corpórea (IMC) está entre 27 kg/m² e 30 kg/m² e o paciente apresenta pelo menos uma outra doença relacionada ao excesso de peso. “Diabetes, pressão alta, alteração de colesterol, apneia do sono, doenças cardiovasculares, ou adultos com obesidade (IMC acima de 30 kg/m²), por exemplo”, explica a especialista. “A perda de peso é a principal indicação do Wegovy e ele deve ser usado juntamente com dieta e prática regular de atividade física”.

    Efeitos colaterais mais comuns

    Como qualquer medicamento, Ozempic e Wegovy podem causar efeitos colaterais. Por conta do mecanismo de ação, a maioria desses efeitos atinge o sistema digestivo, especialmente no início ou quando a dose aumenta. Os mais comuns são:

    • Enjoos;
    • Vômitos;
    • Diarreia;
    • Prisão de ventre;
    • Dor de cabeça.

    A médica recomenda refeições menores e mais frequentes, mastigar bem, evitar comidas gordurosas e manter boa hidratação. “Outro ponto importante é evitar perda excessiva de massa muscular com a ingestão adequada de proteínas, além de treino de força, como musculação, e exercícios de resistência, como pilates e calistenia”.

    Resultados: quanto peso é possível perder?

    “A perda de peso vai variar conforme cada pessoa e também vai estar relacionada com o estilo de vida adotado com alimentação adequada e prática regular de atividade física”, diz a médica.

    Ela conta que os estudos mostram que o Wegovy pode levar à perda média de 15% do peso inicial, enquanto o Ozempic costuma gerar cerca de 7%.

    Wegovy e Ozempic substituem dieta e exercício?

    Não. Esses medicamentos são uma ferramenta a mais no tratamento da obesidade. Sem mudanças no estilo de vida, os resultados são limitados.

    A boa notícia é que, ao controlar o apetite, eles podem ajudar as pessoas a adotarem uma rotina mais saudável com mais facilidade.

    Posso usar Ozempic ou Wegovy por conta própria?

    A resposta é não. “A semaglutida exige supervisão rigorosa para que o tratamento seja seguro e eficaz”, afirma Juliana Soares.

    Os riscos incluem pancreatite, pedras na vesícula, complicações em cirurgias (por retardar o esvaziamento do estômago) e contraindicações específicas, como histórico de carcinoma medular de tireoide ou síndrome de neoplasia endócrina múltipla tipo 2.

    Por isso, é muito importante só usar o remédio com indicação médica.

    Perguntas frequentes sobre Wegovy e Ozempic

    1. Ozempic e Wegovy são a mesma coisa?

    Não exatamente. Os dois são feitos com semaglutida, mas Wegovy tem doses maiores e é aprovado para emagrecimento.

    2. Posso usar Ozempic para emagrecer mesmo sem diabetes?

    Somente com prescrição médica e se houver indicação clínica, como obesidade ou sobrepeso com doenças associadas.

    3. Quanto tempo leva para começar a emagrecer com Ozempic?

    Muitas pessoas notam perda de peso nas primeiras semanas, mas os resultados variam de pessoa para pessoa.

    4. O uso desses remédios é para sempre?

    Não necessariamente. O tempo de uso depende da resposta da pessoa ao remédio e da orientação médica.

    5. Os efeitos colaterais desaparecem?

    Na maioria dos casos, sim. O corpo costuma se adaptar ao Ozempic ou Wegovy após algumas semanas.

    6. É verdade que o medicamento pode causar flacidez?

    A flacidez é consequência comum de perda de peso rápida, não do remédio em si. Pode acontecer com ou sem semaglutida.

    7. Pode causar perda de massa muscular?

    Sim, se a pessoa não ingerir proteínas e fizer exercícios de força adequadamente.

  • Ozempic protege o coração? Veja como a semaglutida age

    Ozempic protege o coração? Veja como a semaglutida age

    Remédio da moda, o Ozempic (semaglutida) foi originalmente desenvolvido para tratar diabetes tipo 2 e atualmente é muito prescrito pelos médicos para ajudar as pessoas a perderem peso. Além da fama de emagrecedor, porém, há um detalhe que merece atenção: esse remédio também pode também proteger o coração.

    O que é o Ozempic (semaglutida)

    O Ozempic e o Wegovy são remédios que têm como princípio ativo a semaglutida, e fazem parte de um grupo chamado agonistas do GLP-1. O GLP-1 é um hormônio que nosso corpo produz naturalmente e que ajuda a controlar o açúcar no sangue.

    Quando os níveis de açúcar estão altos, ele manda um recado para o pâncreas liberar insulina, aquele hormônio que coloca a glicose dentro das células para virar energia.

    Ao mesmo tempo, reduz a ação do glucagon, um hormônio que libera glicose do fígado para o sangue. Como se não bastasse, o GLP-1 também ajuda no cérebro para diminuir o apetite e retardar o esvaziamento do estômago, evitando picos de glicose.

    Como o Ozempic pode proteger o coração

    Segundo a cardiologista Juliana Soares, que integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein, os agonistas do GLP-1 podem reduzir o risco de eventos cardiovasculares como infarto e AVC e até morte por causas cardiovasculares.

    “A ação no controle dos níveis de açúcar e no peso são, por si, fatores protetores e que reduzem o risco cardiovascular”, conta a médica.

    “Isso acontece por meio da melhora metabólica, da diminuição dos níveis de colesterol e do controle mais efetivo da pressão arterial. Além disso, os estudos mostram que essas medicações melhoram a função da camada interna dos vasos sanguíneos (conhecida por endotélio) e podem diminuir a inflamação vascular, tendo um efeito protetor no sistema cardiovascular”.

    Diabetes e risco cardíaco: qual a relação?

    Infelizmente, quem tem diabetes carrega um risco maior de desenvolver doenças do coração. “Os níveis de açúcar elevados promovem danos ao organismo, como acúmulo de gordura e formação de placas nas artérias”, explica a médica.

    Além disso, o diabetes altera os vasos sanguíneos, piora a pressão arterial e pode desregular o colesterol. “Essas alterações contribuem para o aumento do risco de condições como infarto e AVC”, conta a especialista.

    Semaglutida é para todo tipo de problema do coração?

    Não. “A semaglutida não foi desenvolvida para tratar doenças cardíacas diretamente”, lembra Juliana Soares. O principal alvo sempre foi o controle do diabetes tipo 2 e, posteriormente, a perda de peso.

    Saiba Mais: Wegovy e Ozempic: como funcionam para perda de peso

    Ela explica, porém, que os estudos mostram benefícios importantes em quem tem insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, uma condição em que o coração até contrai normalmente, mas não consegue bombear o sangue de forma eficiente.

    “O impacto nesta condição vem da perda de peso, do aumento da capacidade física e de exercícios e reduçao nos sintomas”.

    Perguntas frequentes sobre Ozempic e o coração

    1. O Ozempic é só para diabetes?

    Não. Ele foi criado para tratar o diabetes tipo 2, depois foi aprovado também para perda de peso (Wegovy) e descobriu-se que a melhora metabólica causada pelo remédio pode trazer benefícios cardiovasculares.

    2. Posso usar Ozempic só para proteger o coração?

    Não, ele não é indicado como tratamento exclusivo para o coração.

    3. O Ozempic ajuda a prevenir infarto?

    Estudos mostram redução no risco de infarto e AVC em pessoas com diabetes tipo 2 e alto risco cardiovascular.

    4. O Ozempic ajuda na pressão alta?

    Indiretamente, sim. Ao melhorar o peso e o metabolismo, também pode contribuir para o controle da pressão.

    5. O Ozempic emagrece mesmo?

    Sim, um dos efeitos é a redução do apetite e, consequentemente, da ingestão calórica.

    6. A semaglutida tem efeitos colaterais?

    Sim. Náuseas, vômitos e diarreia são os efeitos colaterais mais comuns, principalmente quando se começa a usar o remédio.

    7. Existe diferença entre Ozempic e Wegovy em relação ao coração?

    Os dois têm o mesmo princípio ativo (semaglutida), mas indicações diferentes. Ozempic é indicado para diabetes tipo 2, e Wegovy para perda de peso. A ação cardiovascular está sendo estudada nos dois.

     

  • Diabetes: por que controlar é tão importante para o coração 

    Diabetes: por que controlar é tão importante para o coração 

    Você provavelmente já ouviu falar de diabetes, mas talvez não saiba exatamente o que é ou por que os médicos batem tanto na tecla da importância de controlar a glicemia. O fato é que a doença pode afetar toda a saúde, inclusive o coração.

    Apesar de muita gente associar o diabetes apenas ao açúcar alto no sangue, ele é bem mais complexo. A condição mexe com todo o metabolismo, pode afetar órgãos importantes e, quando não controlada, abrir caminho para problemas sérios.

    O que é diabetes

    Quando comemos alimentos que contêm carboidratos, como pães, massas, arroz, frutas e doces, eles são digeridos e transformados em glicose, um tipo de açúcar que serve de combustível para as células do corpo.

    Em condições normais, a glicose passa do intestino para a corrente sanguínea e, com a ajuda da insulina (um hormônio produzido pelo pâncreas), entra nas células para ser usada como energia.

    Quando a pessoa tem diabetes, esse processo é prejudicado. Ou o corpo não produz insulina suficiente, ou a insulina não consegue fazer o seu papel direito. Como resultado, a glicose não consegue entrar nas células e se acumula no sangue. Esse excesso, com o tempo, pode danificar vasos sanguíneos, nervos e órgãos.

    Tipos de diabetes

    Existem diferentes tipos de diabetes, mas todos exigem cuidado e acompanhamento médico.

    • Diabetes tipo 1: de origem autoimune, costuma aparecer na infância ou adolescência, embora também possa surgir em adultos.
    • Diabetes tipo 2: mais comum em adultos, mas está cada vez mais frequente em jovens por conta de hábitos ruins de vida;
    • Diabetes gestacional: aparece durante a gravidez e exige atenção redobrada.

    Por que controlar o diabetes é tão importante para o coração

    O diabetes não tratado, segundo a cardiologista Juliana Soares, que integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein, é um grande problema.

    “Ele aumenta consideravelmente o risco do desenvolvimento de outras condições de saúde, em especial as doenças cardiovasculares. A doença cardiovascular ainda é a principal causa de morte nos pacientes diabéticos”, conta a especialista.

    Quando o açúcar no sangue fica alto por muito tempo, ele favorece o acúmulo de gordura e placas nas artérias, processo conhecido como aterosclerose, que pode levar a infarto e AVC.

    “Além disso, o diabetes não tratado pode levar a alterações nos nervos e vasos sanguíneos com diminuição de sensibilidade, um processo chamado neuropatia, e que pode inclusive dificultar a percepção de infarto, pois o paciente com diabetes pode ter um infarto sem dor”, detalha a médica.

    Quem tem diabetes tipo 1 precisa ainda ficar mais atento. Além do endocrinologista, Juliana Soares recomenda acompanhamento com:

    • Nefrologista: para a saúde dos rins;
    • Oftalmologista: para prevenir retinopatia diabética que pode provocar perda de visão;
    • Cardiologista: para avaliar e proteger o coração;
    • Nutricionista: para ajustar a alimentação.

    A médica explica que portadores de diabetes tipo 1 têm mais risco de desenvolver doenças cardiovasculares, principalmente quando os controles dos níveis de glicose são inadequados.

    “Isso leva ao aumento do processo de formação das placas nas artérias e a lesão nos vasos sanguíneos e nervos. A doença cardiovascular é a principal causa de morte em adultos com diabetes tipo 1”, alerta.

    E o pré-diabetes?

    Se o diabetes é o sinal vermelho, o pré-diabetes é o sinal amarelo. Os níveis de açúcar já estão acima do normal, mas ainda não chegaram ao ponto de ser diabetes.

    A boa notícia, segundo Juliana Soares, é que mudanças no estilo de vida como melhora da alimentação, prática de atividade física e perda de peso são altamente eficazes.

    “Em algumas situações o uso de remédios, em especial a metformina, é muito benéfico e ajuda a conter a evolução para o diabetes”.

    Novos remédios: os agonistas do GLP-1

    Hoje há novos remédios que podem tratar diabetes, sendo que o mais falado atualmente é a semaglutida (Ozempic). Esse remédio pertence ao grupo dos agonistas do GLP-1, um hormônio que, como explica Juliana Soares, estimula a liberação de insulina quando o açúcar no sangue está alto, reduz o apetite e retarda o esvaziamento do estômago, evitando picos de glicose no sangue.

    Esses remédios também ajudam a reduzir risco de infarto e AVC, melhorando colesterol, pressão arterial e até a saúde dos vasos sanguíneos.

    Novos remédios: os agonistas do GLP-1

    Nos últimos anos, uma classe de remédios ganhou destaque no tratamento do diabetes tipo 2: os agonistas do GLP-1, como a semaglutida (Ozempic). O GLP-1 é um hormônio que o próprio corpo produz e que ajuda a regular a glicose no sangue de forma inteligente.

    A cardiologista explica que, quando os níveis de açúcar estão altos, os remédios agonistas do GLP-1 estimulam a liberação de insulina pelo pâncreas e, ao mesmo tempo, inibem a liberação de um hormônio chamado glucagon, que atua na liberação de glicose pelo fígado. Ou seja, eles não só ajudam a colocar a glicose para dentro das células, mas também evitam que o fígado jogue mais açúcar na corrente sanguínea.

    Esse tipo de remédio também age no cérebro. Eles diminuem o apetite, aumentam a sensação de saciedade e ainda reduzem a velocidade com que o estômago esvazia após as refeições. Esse conjunto de ações faz com que a glicose seja absorvida mais devagar e evita picos de açúcar no sangue.

    “Os agonistas do GLP-1 podem reduzir o risco de eventos cardiovasculares como infarto e AVC e até mesmo morte por causas cardiovasculares”, conta a médica. “A ação no controle dos níveis de açúcar e no peso são, por si, fatores protetores e que reduzem o risco cardiovascular através da melhora metabólica”.

    Como viver bem com diabetes tipo 2

    O diagnóstico de diabetes não precisa ser sinônimo de uma qualidade de vida ruim. “A vida do portador de diabetes pode ser saudável desde que um estilo de vida adequado e os cuidados necessários sejam seguidos. O foco no autocuidado, no tratamento adequado e na prevenção das complicações é fundamental”, reforça Juliana Soares.

    O tratamento conta com:

    • Alimentação equilibrada;
    • Atividade física regular;
    • Controle do colesterol e da pressão;
    • Monitoramento da glicemia;
    • Uso correto dos remédios;
    • Exames regulares.

    Perguntas frequentes sobre diabetes

    1. O diabetes pode ser curado?

    Não, mas pode ser controlado com tratamento e mudanças no estilo de vida.

    2. O que é hipoglicemia?

    É quando o açúcar no sangue fica muito baixo. Isso pode causar tontura, suor frio, desmaio e, se a queda de açúcar for muito intensa e não for revertida a tempo, pode levar até à morte.

    3. Como prevenir o diabetes tipo 2?

    Mantendo um peso saudável, fazendo exercícios e comendo de forma equilibrada.

    5. O que é pré-diabetes?

    É quando a glicose está acima do normal, mas ainda não ao ponto de ser caracterizada diabetes.

    6. Diabetes afeta só o açúcar no sangue?

    Não, pode atingir coração, rins, olhos e nervos, por isso é importante tratar a doença.

    7. O que é resistência à insulina?

    É quando o corpo não consegue usar a insulina de forma eficiente, e isso faz com que o açúcar no sangue fique mais alto.

    8. Quem tem diabetes pode comer doce?

    Sim, mas com moderação e dentro de um plano alimentar equilibrado.