Pneumonia por pneumococo: o que é e quando suspeitar dessa bactéria 

Idoso com pneumonia por pneumococo faz tratamento em casa e usa máscara para evitar transmissão.

A pneumonia por pneumococo continua sendo uma das infecções respiratórias mais relevantes. Mesmo com o avanço da vacinação, que reduziu muitos dos casos graves, a bactéria Streptococcus pneumoniae permanece como a principal agente causadora de pneumonias adquiridas na comunidade que necessitam de internação.

A doença pode surgir de forma repentina, evoluindo com febre alta, tosse e dificuldade para respirar. Em pacientes mais vulneráveis, como crianças pequenas, idosos e pessoas com imunidade reduzida, o quadro pode se tornar grave rapidamente, e exige início imediato do tratamento.

O que é a pneumonia por pneumococo?

A pneumonia por pneumococo é uma infecção pulmonar causada pela bactéria Streptococcus pneumoniae. Ela é historicamente a causa mais comum de pneumonia grave, muitas vezes exigindo internação hospitalar.

Apesar da queda na incidência graças à vacinação, o pneumococo ainda é o agente mais frequente desse tipo de pneumonia.

Os fatores de risco são:

  • Crianças e idosos;
  • Infecções virais prévias;
  • Tabagismo;
  • Etilismo;
  • Doenças pulmonares crônicas;
  • Imunossupressão;
  • Esplenectomia (remoção do baço).

Como ela surge?

O pneumococo é uma bactéria exclusiva do ser humano, transmitida principalmente por partículas respiratórias.

A pneumonia se desenvolve quando secreções contaminadas da nasofaringe (nariz e garganta) são aspiradas para os pulmões, especialmente durante o sono ou em pessoas com reflexo de tosse comprometido.

Quando a bactéria atinge os alvéolos, provoca uma reação inflamatória intensa, o que leva a um acúmulo de líquido inflamatório e forma as “manchas” vistas na radiografia.

Lesões e destruição de alvéolos são raras.

Principais sintomas

Os sintomas seguem o padrão clássico de uma pneumonia bacteriana e podem variar de leve a muito grave.

Sintomas comuns:

  • Febre súbita;
  • Calafrios;
  • Tosse;
  • Dor no peito ao respirar;
  • Catarro purulento.

Em quadros moderados a graves:

  • Taquicardia;
  • Pressão baixa;
  • Alteração do nível de consciência;
  • Falta de ar importante.

Em casos extremos, o paciente pode precisar de ventilação mecânica e internação em UTI.

Possíveis complicações:

  • Empiema (pus na pleura);
  • Bacteremia (bactéria no sangue);
  • Meningite.

Diagnóstico

O diagnóstico é baseado em alguns critérios.

Avaliação clínica

História dos sintomas e exame físico.

Exames de imagem

Radiografia de tórax é o exame inicial e costuma mostrar áreas de consolidação. A tomografia pode ser usada em casos específicos.

Confirmação laboratorial

  • Cultura de escarro;
  • Cultura de sangue.

Exames de sangue podem mostrar:

  • Leucocitose;
  • Anemia.

Na prática, a combinação dos sintomas e da radiografia geralmente confirma o diagnóstico.

Tratamento

O tratamento baseia-se no início imediato de antibióticos eficazes contra o pneumococo.

Não se deve esperar os resultados dos exames para começar o tratamento.

Após a identificação do germe e do padrão de resistência, os antibióticos podem ser ajustados pelo médico.

Esse início rápido é essencial para evitar complicações, especialmente em pacientes mais vulneráveis.

Prevenção

A principal forma de prevenção é a vacinação pneumocócica, disponível:

  • No SUS, dentro do calendário nacional;
  • Em clínicas privadas de vacinação.

A vacina reduz casos graves, internações e complicações associadas ao pneumococo.

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Perguntas frequentes sobre pneumonia por pneumococo

1. A pneumonia por pneumococo é contagiosa?

A transmissão ocorre por gotículas respiratórias, mas desenvolver pneumonia depende de fatores individuais e de imunidade.

2. A pneumonia pneumocócica sempre é grave?

Não. Muitos casos são leves, mas pode evoluir rapidamente em grupos de risco.

3. Como saber se é uma pneumonia por pneumococo ou viral?

Somente o médico pode diferenciar, com base nos sintomas, exames de imagem e, quando necessário, exames laboratoriais.

4. A vacina impede totalmente a doença?

Não impede todos os casos, mas reduz muito o risco de formas graves e complicações.

5. Quem deve tomar a vacina pneumocócica?

Crianças, idosos, imunossuprimidos e pessoas com doenças crônicas, conforme calendário do SUS ou recomendação médica.

6. Precisa repetir raio-X após o tratamento?

Geralmente não. As imagens podem demorar semanas a normalizar, mesmo após a cura clínica.

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