Magnésio para o coração: como o mineral ajuda no controle da pressão arterial

Mulher jovem com cabelo preso comendo um bowl de iogurte com granola, sentada à mesa, em ambiente iluminado e caseiro.

O magnésio é um mineral essencial para o funcionamento do organismo, atuando em centenas de reações bioquímicas que garantem o funcionamento adequado das células, dos músculos, dos nervos e do coração.

Ele participa da produção de energia, ajuda na contração e no relaxamento dos músculos, auxilia na formação dos ossos e regula diversas reações químicas dentro das células. No coração, em especial, o magnésio atua na estabilidade elétrica das células cardíacas, ajudando a manter um ritmo regular e evitando alterações que podem levar a palpitações ou arritmias.

Como o corpo não produz o mineral, é preciso obtê-lo diariamente por meio da alimentação ou, quando necessário, por suplementação indicada por um profissional de saúde.

Qual a importância do magnésio para o coração?

O magnésio participa de mais de trezentas reações que mantêm o corpo em funcionamento adequado, incluindo processos fundamentais para o sistema cardiovascular.

A cardiologista Juliana Soares explica que o mineral consegue bloquear canais de cálcio, responsáveis por estimular a contração muscular. A regulação dessa entrada de cálcio permite que o músculo se contraia e, logo depois, relaxe de modo correto.

No coração, o mineral ajuda o músculo cardíaco a relaxar a cada batimento, garantindo um funcionamento mais eficiente e evitando contrações excessivamente tensas. Nos vasos sanguíneos, o efeito é semelhante: ao bloquear a entrada de cálcio, o magnésio favorece o relaxamento da parede das artérias, o endotélio, promovendo a vasodilatação.

Com os vasos mais dilatados, o sangue circula com mais facilidade, reduzindo a resistência dentro das artérias e diminuindo a sobrecarga sobre o coração. Por isso, Juliana reforça que o magnésio tem papel direto no controle da pressão arterial e no bom funcionamento do sistema cardiovascular como um todo.

Magnésio ajuda a regular a pressão arterial e o ritmo cardíaco

Quando o magnésio promove o relaxamento das artérias, Juliana explica que o coração passa a bombear o sangue com uma força menor, já que os vasos estão mais relaxados. Isso contribui para a redução da pressão arterial.

Para completar, ele atua diretamente no ritmo cardíaco, pois participa de um processo essencial chamado transporte de sódio e potássio. Ao ajudar a equilibrar esse transporte, o mineral mantém o ritmo cardíaco mais estável e auxilia na prevenção de alguns tipos de arritmia.

Quais os alimentos ricos em magnésio?

O magnésio pode ser obtido principalmente por meio da alimentação, já que o corpo não produz o mineral e depende totalmente da ingestão diária para manter níveis adequados. A maneira mais simples e natural de garantir a reposição é incluir no dia a dia alimentos ricos no mineral, como:

  • Vegetais verde-escuros, a exemplo de espinafre, couve e brócolis;
  • Sementes variadas, como chia, linhaça, gergelim e sementes de abóbora;
  • Oleaginosas, entre elas amêndoas, castanha-do-pará e castanha-de-caju;
  • Leguminosas, como feijão, lentilha, ervilha e grão-de-bico;
  • Grãos integrais, como aveia e arroz integral;
  • Cacau e chocolate amargo;
  • Peixes como salmão e atum.

Quando a suplementação de magnésio é indicada?

A alimentação equilibrada costuma atender boa parte das necessidades diárias, mas algumas pessoas podem precisar de suplementação, segundo Juliana, principalmente em situações como:

  • Deficiência de magnésio;
  • Pacientes com hipertensão, arritmias ou outras condições cardíacas;
  • Atletas de alto rendimento, que podem perder magnésio pelo suor;
  • Uso de diuréticos, que aumenta a eliminação do mineral;
  • Situação de estresse, que consome as reservas naturais de magnésio.

Nesses casos, o recomendado é procurar orientação de um médico, que pode definir a dose ideal para cada pessoa. Não se automedique!

Sintomas da deficiência de magnésio

Existe um tipo de deficiência chamada deficiência subclínica, em que a falta de um nutriente não é grande o suficiente para aparecer nos exames básicos, mas já é capaz de provocar sintomas. Isso ocorre principalmente pelo consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, que não possuem fontes naturais de magnésio, como explica Juliana.

Alguns sinais que podem indicar baixa de magnésio no organismo incluem:

  • Cãibras;
  • Tremor na pálpebra;
  • Tensão muscular;
  • Palpitações;
  • Aumento da pressão arterial de difícil controle;
  • Insônia;
  • Ansiedade;
  • Cansaço crônico.

Excesso de magnésio também faz mal?

O excesso de magnésio no sangue, chamado hipermagnesemia, é difícil de ocorrer apenas pela alimentação, mas o uso de suplementação não supervisionada, especialmente em pessoas com problemas renais, pode levar ao acúmulo do mineral.

Segundo Juliana, o excesso pode provocar queda acentuada da pressão (hipotensão), batimentos cardíacos extremamente lentos (bradicardia) e, em casos extremos, um relaxamento tão intenso do músculo cardíaco que pode ocorrer parada cardíaca. Por isso, a suplementação deve ser sempre orientada por um profissional de saúde.

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Perguntas frequentes

1. O que pode causar deficiência de magnésio?

A causa mais comum da deficiência de magnésio envolve alimentação pobre em vegetais, sementes e oleaginosas, além de uso de diuréticos, problemas gastrointestinais, consumo excessivo de álcool e perdas aumentadas pelo suor.

2. Quem pode precisar de suplementação de magnésio?

A suplementação pode ser indicada para pessoas com deficiência confirmada, quadros de arritmia, hipertensão difícil de controlar, uso prolongado de diuréticos, atletas de grande volume de treino ou indivíduos com dietas muito restritas.

3. Magnésio ajuda no sono e no estresse?

A contribuição ocorre porque o mineral participa da regulação neuromuscular e da produção de energia, favorecendo relaxamento, qualidade do sono e estabilidade emocional, principalmente em momentos de tensão prolongada.

4. Existe diferença entre os tipos de magnésio para suplementação?

A diferença entre os tipos ocorre na forma como cada composto é absorvido e utilizado pelo organismo, já que o magnésio glicina, malato, dimalato, treonato e citrato apresentam características próprias. Por isso, a escolha deve considerar objetivo, tolerância digestiva e orientação de um profissional de saúde.

5. Bebidas alcoólicas interferem nos níveis de magnésio?

Sim, porque o álcool aumenta a eliminação urinária do mineral e dificulta a absorção adequada, o que ao longo do tempo reduz níveis corporais e piora sintomas relacionados à falta de magnésio, como cansaço, cãibras e irritabilidade.

6. Como saber a quantidade ideal de magnésio por dia?

A definição da quantidade ideal depende da idade, do estágio da vida, das condições de saúde, do nível de atividade física e da alimentação habitual, sendo recomendada avaliação individual com um profissional para ajustar a ingestão.

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