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  • Como as vacinas ajudam a proteger o coração? Cardiologista explica

    Como as vacinas ajudam a proteger o coração? Cardiologista explica

    As vacinas são as principais ferramentas de prevenção contra infecções. Elas treinam o sistema imunológico para reconhecer e combater vírus e bactérias, protegendo o corpo contra doenças graves — inclusive complicações cardiovasculares.

    As infecções respiratórias, como a influenza, sobrecarregam o corpo e elevam significativamente o risco de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Para se ter uma ideia, estudos mostram que, nas semanas seguintes a uma infecção viral, a chance de um ataque cardíaco pode ser até seis vezes maior, principalmente em adultos mais velhos.

    Isso acontece porque o vírus aumenta a viscosidade do sangue e provoca inflamação nas artérias, o que pode enfraquecer as placas de gordura acumuladas nas paredes dos vasos e favorecer a formação de coágulos. Quando esses coágulos bloqueiam a circulação, o resultado pode ser uma complicação grave, como infarto ou AVC. Vamos entender melhor, a seguir!

    Como as infecções respiratórias afetam o coração?

    As infecções respiratórias desencadeiam uma reação em cadeia no organismo que pode afetar de forma significativa o coração e os vasos sanguíneos — aumentando o risco de eventos cardíacos agudos. De acordo com a cardiologista Edilza Câmara Nóbrega, isso acontece por alguns mecanismos principais, como:

    • Inflamação sistêmica: a infecção viral provoca uma resposta inflamatória intensa em todo o corpo. A inflamação torna as placas de gordura (ateroscleróticas) nas artérias coronárias mais instáveis, elevando a probabilidade de rompimento;
    • Aumento da coagulação: o processo inflamatório também eleva a tendência do sangue a coagular. Com isso, podem se formar coágulos que bloqueiam completamente uma artéria (trombose), levando ao infarto;
    • Maior esforço cardíaco: a febre e a dificuldade para respirar aumentam a demanda de trabalho do coração, o que é perigoso em pessoas com doenças cardíacas prévias. A infecção pode causar taquicardia, elevação da pressão arterial e até agravar quadros de insuficiência cardíaca.

    O que a vacinação tem a ver com a saúde cardíaca?

    A vacinação contra a gripe é considerada uma das principais medidas de prevenção cardiovascular em pessoas com doenças do coração. Ao prevenir infecções respiratórias graves, a vacina reduz a inflamação no organismo e evita o pico inflamatório que pode desestabilizar as placas de gordura nas artérias.

    Além disso, “a vacinação demonstrou reduzir o risco de infarto, AVC e hospitalizações por insuficiência cardíaca e pneumonia em pacientes com cardiopatias. É, em essência, uma forma de proteger as artérias e o músculo cardíaco”, explica Edilza.

    Mesmo quando a pessoa vacinada contrai o vírus da gripe, a doença tende a ser mais leve e de curta duração, o que diminui o esforço do coração e contribui para uma recuperação mais rápida.

    Quem precisa ter atenção redobrada com a vacinação e o coração?

    Todos os pacientes com doenças cardíacas devem estar com o calendário vacinal em dia, mas alguns grupos merecem cuidado especial:

    • Pessoas com insuficiência cardíaca;
    • Pacientes que já tiveram infarto ou fizeram cirurgia cardíaca;
    • Indivíduos com doença arterial coronariana;
    • Pacientes com múltiplas comorbidades, como diabetes, hipertensão ou doença renal crônica.

    Além disso, idosos, gestantes e profissionais da saúde fazem parte dos grupos prioritários nas campanhas de vacinação.

    Além da gripe: quais vacinas ajudam a proteger o coração?

    Além da vacina da gripe, outros imunizantes também são importantes para proteger o sistema cardiovascular, como a vacina pneumocócica e a da covid-19.

    “A pneumonia é uma complicação grave da gripe e também pode levar ao infarto e à descompensação da insuficiência cardíaca. A vacinação reduz o risco de pneumonia e suas complicações cardiovasculares”, explica Edilza.

    Já a covid-19 pode causar inflamação sistêmica intensa, aumentando o risco de miocardite, trombose, infarto e AVC. A imunização reduz drasticamente a chance de quadros graves e complicações cardiovasculares.

    Cuidados antes e depois da vacinação

    Antes da vacinação

    • Em caso de febre alta ou infecção aguda, aguarde melhora;
    • Não interrompa medicamentos de uso contínuo;
    • Informe sempre ao profissional de saúde os tratamentos em uso.

    Depois da vacinação

    • Dor ou inchaço no local podem ocorrer por até dois dias;
    • Febre baixa e cansaço leve são comuns;
    • Reações intensas ou persistentes devem ser avaliadas pelo médico.

    Pacientes em tratamento oncológico também precisam se vacinar?

    A vacinação é recomendada e fundamental para pacientes em tratamento oncológico. “Embora o foco seja evitar infecções graves, a prevenção também protege o sistema cardiovascular ao reduzir inflamação e estresse no organismo”, afirma Edilza.

    Esses pacientes devem receber vacinas inativadas e seguir a orientação do oncologista quanto ao melhor momento para imunização.

    Leia também: Anemia e doenças cardíacas: por que requer cuidado redobrado?

    Perguntas frequentes sobre vacinação e coração

    A vacinação contra a gripe é indicada apenas para quem tem problemas cardíacos?

    Não. Ela é recomendada para toda a população, mas é ainda mais importante para pessoas com doença cardiovascular.

    Como a gripe pode causar infarto ou AVC?

    A inflamação causada pela infecção pode romper placas de gordura nas artérias e formar coágulos que bloqueiam a circulação.

    Pacientes com marcapasso ou stents podem tomar vacinas?

    Sim. A vacinação é segura e fortemente indicada nesses casos.

    Quem já teve infarto precisa se vacinar todo ano?

    Sim. A vacinação anual ajuda a reduzir o risco de novas complicações.

    É perigoso tomar várias vacinas no mesmo período?

    Não. O organismo está preparado para responder a múltiplas vacinas.

    O que fazer se eu tiver reação após a vacina?

    Reações leves são comuns. Caso os sintomas sejam intensos ou persistentes, procure orientação médica.

    Confira: Suspeita de infarto: conheça os erros que colocam vidas em risco e saiba como agir

  • Vacinação na gestação: o que grávidas podem (e não podem) tomar

    Vacinação na gestação: o que grávidas podem (e não podem) tomar

    A vacinação na gestação voltou a ganhar destaque entre médicos e autoridades de saúde, especialmente diante do aumento de casos de doenças respiratórias e infecciosas que podem trazer riscos para grávidas e bebês. Manter o calendário vacinal atualizado é uma das formas mais eficazes de reduzir complicações na gestação e garantir um início de vida mais protegido para o recém-nascido.

    Isso porque, ao se vacinar, a gestante não só fortalece o próprio sistema imunológico, que naturalmente fica mais vulnerável durante a gravidez, como também transfere anticorpos para o bebê ainda dentro do útero. Assim, o recém-nascido recebe uma proteção fundamental nos primeiros meses de vida, antes que ele possa tomar suas próprias vacinas.

    Por que é importante a vacinação durante a gestação?

    Vacinar-se na gravidez é seguro, eficaz e recomendado. A imunização protege tanto a mãe quanto o bebê, garantindo defesa contra infecções que podem causar complicações graves.

    Durante a gestação, o corpo da mulher passa por mudanças hormonais e imunológicas. Isso pode deixá-la mais vulnerável a infecções. Já o bebê depende da proteção materna até que seu sistema imunológico amadureça.

    Ao ser vacinada, a gestante produz anticorpos que atravessam a placenta e protegem o bebê dentro do útero e após o nascimento.

    Porém, nem todas as vacinas podem ser aplicadas nesse período, e por isso a orientação profissional é essencial.

    Vacinas recomendadas durante a gestação

    As vacinas abaixo são indicadas pelo SUS e são consideradas seguras para grávidas.

    Vacina contra a gripe (influenza)

    • Indicada em qualquer fase da gestação;
    • Grávidas não vacinadas têm maior risco de evoluir para formas graves da doença;

    Vacina dTpa (tríplice acelular adulto)

    • Protege contra difteria, tétano e coqueluche.
    • Essencial para prevenir coqueluche em recém-nascidos;
    • Para quem já recebeu dT anteriormente: 1 dose a partir da 20ª semana;
    • Para não vacinadas: esquema com 3 doses (dT + dTpa + dT);
    • Se não aplicada na gestação, recomenda-se no puerpério.

    Vacina contra hepatite B

    • Indicada para gestantes não vacinadas.
    • Esquema de 3 doses (0, 1 e 6 meses).
    • Pode ser completada mesmo se interrompida anteriormente.

    Vacina contra covid-19

    Recomendada em qualquer idade gestacional ou puerpério.

    Outras vacinas em situações especiais

    A critério médico, podem ser recomendadas em casos de risco:

    • Febre amarela: apenas para quem vive ou viajará para áreas endêmicas;
    • Meningococo: utilizada em bloqueio de surtos;
    • Pneumococo: indicada para gestantes de alto risco;
    • Raiva: profilaxia pós-exposição é permitida;
    • Poliomielite inativada: para não vacinadas que viajarão a áreas endêmicas.

    Vacinas contraindicadas durante a gestação

    Vacinas com vírus vivos atenuados não devem ser aplicadas, por risco teórico de transmitir a doença ao bebê.

    Contraindicadas

    • Tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola);
    • Varicela (catapora);
    • HPV;
    • BCG (tuberculose);
    • Dengue.

    Se aplicadas antes de descobrir a gravidez, geralmente basta acompanhamento médico, não há necessidade de medidas adicionais.

    Mulheres que desejam engravidar devem aguardar 1 mês após a aplicação dessas vacinas.

    Vacina contra o vírus sincicial respiratório (VSR)

    Recém aprovada no Brasil (2024), protege contra bronquiolite no primeiro ano de vida. A aplicação durante a gestação tem como objetivo repassar anticorpos maternos ao bebê, o que reduz o risco de internação.

    Cuidados e orientações para gestantes

    Antes da gravidez

    • Atualizar o cartão de vacinas;
    • Evitar engravidar no primeiro mês após vacinas de vírus vivos.

    Durante o pré-natal

    • Revisar o histórico vacinal;
    • Receber orientações sobre vacinas indicadas e contraindicadas;
    • Seguir o calendário recomendado.

    Vacinar-se na gestação é uma forma simples e gratuita de proteger duas vidas ao mesmo tempo.

    Veja mais: Vacinação infantil: proteção que começa cedo e dura a vida toda

    Perguntas frequentes sobre vacinação na gravidez

    1. É seguro tomar vacinas na gravidez?

    Sim. As vacinas recomendadas são seguras para mãe e bebê.

    2. O bebê realmente recebe anticorpos da mãe?

    Sim. Os anticorpos atravessam a placenta e protegem o recém-nascido nos primeiros meses.

    3. Posso tomar vacina contra gripe no primeiro trimestre?

    Sim. A influenza é indicada em qualquer fase da gestação.

    4. Tomei uma vacina contraindicada sem saber que estava grávida. E agora?

    Geralmente não é necessário fazer nada além do acompanhamento médico.

    5. A vacina dTpa é obrigatória?

    É fortemente recomendada para proteger o bebê da coqueluche.

    6. Posso tomar vacina de covid-19 grávida?

    Sim, a vacina de covid-19 é indicada em qualquer fase da gestação.

    7. Quais vacinas não posso tomar grávida?

    Contra sarampo, caxumba, rubéola, varicela, HPV, dengue e BCG, que são vacinas de vírus vivos atenuados.

    Leia também: Toxoplasmose: entenda a importância de evitar a doença na gestação