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  • Consultas médicas para idosos: quais as mais importantes para quem vive sozinho?

    Consultas médicas para idosos: quais as mais importantes para quem vive sozinho?

    O envelhecimento é um processo natural marcado por mudanças que afetam a força, o equilíbrio, a memória e até o humor. Com o passar dos anos, os cuidados médicos também precisam ser adaptados para garantir que os idosos tenham acesso a cuidados de qualidade — que promovam não apenas o tratamento de doenças, mas também a prevenção, o bem-estar e a autonomia no dia a dia.

    No caso de idosos que moram sozinhos, a ausência de uma rede de apoio próxima pode aumentar o risco de acidentes domésticos, atrasar diagnósticos e dificultar o acesso aos serviços de saúde.

    Por isso, é fundamental que o acompanhamento médico seja contínuo e que envolva não apenas o controle de doenças crônicas, mas também a avaliação das condições de segurança, nutrição, cognição e saúde mental. Vamos entender mais, a seguir.

    Por que consultas regulares são importantes?

    A terceira idade é um período em que o organismo passa por mudanças que afetam diversos sistemas, como cardiovascular, metabólico, musculoesquelético e cognitivo. Mesmo que a pessoa se sinta bem, doenças silenciosas podem se desenvolver ao longo do tempo, como hipertensão, diabetes e alterações hormonais.

    No caso de idosos que vivem sozinhos, o acompanhamento regular é ainda mais importante, porque a ausência de alguém no dia a dia que perceba pequenas mudanças (como tonturas, esquecimentos, perda de peso ou alterações de humor) pode atrasar o diagnóstico de problemas importantes. As consultas periódicas ajudam a manter o controle de doenças crônicas, ajustar medicamentos e prevenir complicações.

    Além disso, o médico pode identificar fatores de risco no ambiente doméstico, orientar sobre alimentação, sono, atividade física e uso seguro de medicamentos. O médico de família, em especial, tem uma visão ampla da saúde e consegue integrar os aspectos físicos, mentais e sociais, garantindo um cuidado completo.

    “O médico de família acompanha a trajetória de vida do paciente, integra informações sobre saúde física, mental e contexto social, e propõe cuidados individualizados. Esse vínculo fortalece a autonomia, favorece o envelhecimento ativo e promove segurança ao idoso que mora sozinho”, explica Lilian Ramaldes, médica de família e comunidade.

    Consultas médicas para idosos: quais as mais importantes?

    O acompanhamento dos idosos que vivem sozinhos deve incluir consultas periódicas com diferentes especialidades, conforme o histórico e as condições de saúde de cada pessoa. Entre algumas das principais, é possível destacar:

    • Médico de família: acompanha os idosos de forma integral, coordena o cuidado, solicita exames e monitora doenças crônicas. Também avalia aspectos mentais, emocionais e sociais, propondo intervenções além da prescrição de medicamentos;
    • Geriatra: especialista que atua no processo de envelhecimento, avalia a capacidade funcional, o uso de medicamentos, o estado nutricional, a memória e o equilíbrio. Ele também orienta adaptações em casa e estratégias para prevenir quedas;
    • Cardiologista: realiza avaliações da pressão arterial, colesterol e ritmo cardíaco. O acompanhamento regular previne complicações graves, como infarto e AVC;
    • Oftalmologista e otorrinolaringologista: cuidam da visão e da audição, fundamentais para a autonomia e a segurança. Alterações nesses sentidos aumentam o risco de quedas e isolamento social;
    • Nutricionista: avalia o estado nutricional e ajusta a dieta conforme as necessidades individuais, prevenindo desnutrição e deficiências nutricionais;
    • Dentista: consultas semestrais ajudam a prevenir infecções, ajustar próteses e tratar inflamações que interferem na alimentação e na fala;
    • Psicólogo: oferece apoio emocional para lidar com perdas, solidão e mudanças na rotina, reduzindo sintomas de depressão e ansiedade.

    “Idosos que vivem sozinhos necessitam de um cuidado integral, que abranja não apenas doenças já existentes, mas também prevenção. É fundamental avaliar condições crônicas (como pressão alta e diabetes), estado nutricional, uso correto de medicamentos, além da saúde mental e do suporte social disponível”, aponta Lilian.

    Quais exames básicos de rotina não podem faltar?

    Os exames preventivos ajudam a identificar doenças logo no início, quando o tratamento é mais simples. Lilian aponta os principais:

    • Exames laboratoriais de sangue e urina;
    • Avaliação cardiovascular (como eletrocardiograma e controle da pressão arterial);
    • Controle do diabetes (glicemia e hemoglobina glicada);
    • Rastreamento de cânceres prevalentes (mama, próstata e intestino);
    • Exames de imagem, conforme indicação médica;
    • Avaliação regular da visão e da audição.

    Como o médico avalia a cognição e a saúde mental dos idosos?

    A saúde cognitiva, que inclui memória, atenção, raciocínio e linguagem, precisa de acompanhamento constante para preservar a autonomia e a capacidade de comunicação na terceira idade. Pequenas falhas de memória podem ser normais, mas quando se tornam frequentes ou interferem nas atividades diárias, precisam de avaliação.

    Durante a consulta, o médico pode aplicar testes simples que medem atenção, orientação temporal e capacidade de lembrar informações.

    “O acompanhamento da cognição pode detectar precocemente quadros de demência e garantir intervenções que preservem a qualidade de vida”, aponta Lilian.

    A saúde mental também é observada por meio de conversas sobre sono, apetite, humor e engajamento social. O isolamento é um dos maiores fatores de risco para o declínio cognitivo e deve ser enfrentado com empatia, estímulo e acompanhamento profissional.

    Com que frequência os idosos devem fazer consultas médicas?

    A periodicidade das consultas depende do estado de saúde dos idosos. Para pessoas saudáveis e independentes, recomenda-se pelo menos uma avaliação médica completa a cada seis meses.

    Já aqueles com doenças crônicas, limitações físicas ou alterações cognitivas devem ser avaliados com maior frequência, conforme orientação do profissional de saúde. Em alguns casos, o acompanhamento é mensal ou trimestral.

    Além das consultas programadas, o idoso deve procurar o médico se notar sintomas estranhos, como tonturas, perda de peso inexplicada, quedas, esquecimento acentuado, falta de apetite ou mudanças de humor.

    Quais sinais indicam que o idoso precisa de mais atenção médica?

    É importante que o médico de família esteja atento aos seguintes sinais:

    • Perda de peso não intencional;
    • Fraqueza ou fadiga constante;
    • Lentidão nos movimentos;
    • Quedas frequentes;
    • Diminuição do apetite;
    • Esquecimentos mais intensos;
    • Mudanças de humor ou isolamento.

    Esses sintomas podem indicar um quadro de fragilidade, que aumenta o risco de quedas, internações e perda de independência. O médico deve avaliar força, equilíbrio, marcha e o ambiente da casa — tapetes soltos, escadas e pouca luz são riscos que podem ser evitados com adaptações simples.

    Como prevenir quedas e acidentes em casa?

    A segurança doméstica é uma das principais preocupações para quem vive sozinho, especialmente idosos. Algumas adaptações na casa podem fazer grande diferença, como:

    • Retirar tapetes e fios soltos;
    • Instalar barras de apoio no banheiro;
    • Garantir boa iluminação em corredores e escadas;
    • Evitar calçados escorregadios;
    • Manter os objetos mais usados ao alcance das mãos.

    O médico ou fisioterapeuta pode avaliar a necessidade de exercícios específicos para equilíbrio e coordenação. A prática regular de atividades físicas é uma das formas mais eficazes de evitar quedas e preservar a autonomia.

    Veja também: Envelhecimento saudável: 6 hábitos para manter a autonomia

    Perguntas frequentes

    1. Quais vacinas são obrigatórias para pessoas com 60 anos ou mais?

    Para pessoas com 60 anos ou mais no Brasil, o calendário de vacinação do SUS inclui as vacinas contra gripe (anual), pneumocócica 23-valente, dupla adulto (difteria e tétano – dT) e hepatite B, além da febre amarela para quem vive em áreas endêmicas.

    Também existem vacinas recomendadas, mas disponíveis apenas na rede privada, como as de herpes zóster e vírus sincicial respiratório (VSR). É importante manter o cartão de vacinação atualizado, respeitando reforços e complementos indicados.

    2. Como deve ser a alimentação ideal para idosos que vivem sozinhos?

    A alimentação na terceira idade precisa ser variada, equilibrada e adaptada às necessidades individuais. À medida que o metabolismo desacelera e o apetite diminui, é comum a ingestão de nutrientes cair — o que pode levar à perda de massa muscular, fraqueza e deficiências vitamínicas.

    O ideal é manter refeições leves, distribuídas ao longo do dia, com boa presença de frutas, verduras, legumes, cereais integrais, proteínas magras e laticínios. Quanto mais colorido o prato, melhor!

    Já os alimentos ultraprocessados, ricos em sal e gordura saturada, devem ser evitados. E não se deve esquecer da hidratação: o idoso deve beber água regularmente, mesmo sem sentir sede.

    3. Os idosos precisam tomar vacina contra a febre amarela?

    Sim, mas com cautela. A vacina contra a febre amarela é recomendada para idosos acima de 60 anos que não foram vacinados, mas apenas após avaliação médica, pois a vacina contém vírus vivo atenuado e pode, em alguns casos, causar reações adversas.

    4. Quais atividades físicas são mais indicadas para idosos que vivem sozinhos?

    Para quem vive sozinho, os exercícios físicos ajudam não apenas na mobilidade e equilíbrio, mas também na saúde emocional e social. Caminhadas leves, alongamentos, hidroginástica, yoga e musculação supervisionada estão entre as atividades mais recomendadas nessa fase da vida.

    O ideal é realizar pelo menos 150 minutos de atividade física por semana, divididos em sessões curtas e regulares. Exercícios de força também ajudam a preservar a massa muscular e evitar quedas.

    5. O que fazer para evitar doenças crônicas?

    A prevenção de doenças crônicas, como diabetes e hipertensão, envolve a prática de exercícios, alimentação saudável, controle de peso, abandono do tabagismo e moderação no consumo de álcool. O acompanhamento médico regular também reduz complicações como infarto e AVC.

    6. Como identificar os primeiros sinais de perda de memória?

    Pequenos esquecimentos fazem parte do envelhecimento, mas é importante observar mudanças mais marcantes, como repetir perguntas com frequência, esquecer compromissos recentes, perder-se em locais familiares ou apresentar dificuldade para realizar tarefas do dia a dia.

    Esses sinais podem indicar um comprometimento cognitivo leve ou o início de demência. O diagnóstico precoce, realizado pelo médico de família ou geriatra, permite planejar o tratamento e adotar estratégias que retardam a progressão dos sintomas.

    Para manter o cérebro ativo, o idoso pode investir em leitura, jogos de raciocínio, conversas e aprendizado de novas habilidades — ótimas formas de socializar e fortalecer as conexões neurais.

    Veja mais: Médico de família e clínico geral: conheça as diferenças

  • Envelhecimento saudável: 6 hábitos para manter a autonomia

    Envelhecimento saudável: 6 hábitos para manter a autonomia

    Você sabe o que significa envelhecer com saúde? Além de simplesmente acumular anos de vida, o envelhecimento saudável envolve preservar a autonomia, a vitalidade e a clareza mental ao longo do tempo — adotando hábitos que fortalecem o corpo, estimulam a mente e nutrem as relações afetivas.

    A autonomia, de acordo com a geriatra Karina Kuraoka Tutiya, é a capacidade de tomar decisões e conduzir a própria vida de acordo com os próprios valores e escolhas. Isso inclui desde decidir a rotina diária, onde morar, como se cuidar, até aspectos importantes do fim da vida.

    E nunca é tarde para investir em hábitos que preservem a saúde física e mental! Nesse sentido, listamos 7 hábitos para incluir no dia a dia que podem ter um grande impacto na forma envelhecemos.

    Alimentação equilibrada

    Na terceira idade, as necessidades nutricionais mudam, uma vez que o metabolismo fica mais lento, há perda de massa muscular e, muitas vezes, surgem condições como hipertensão, diabetes e colesterol alto. Por isso, a alimentação deve ser adaptada para garantir energia, imunidade e força.

    “Uma alimentação completa e equilibrada – rica em proteínas, carboidratos integrais, gorduras saudáveis, vitaminas e minerais – contribui diretamente para a manutenção da independência do idoso. Ela protege contra doenças crônicas, conserva a massa muscular, apoia a saúde cerebral e melhora a mobilidade e a vitalidade em geral”, explica Karina.

    Segundo a especialista, a independência do idoso depende diretamente da capacidade funcional. Isso significa conseguir se cuidar, preparar refeições, caminhar, administrar a própria rotina. Uma nutrição adequada garante combustível e nutrientes fundamentais para preservar essa capacidade.

    Mas afinal, o que priorizar na rotina alimentar? Confira:

    Macronutrientes

    Os macronutrientes são os nutrientes que o corpo precisa em maior quantidade, pois fornecem energia e sustentação para o funcionamento do organismo. Eles incluem:

    • Proteínas: fundamentais para evitar a perda de massa muscular (sarcopenia). Fontes incluem carnes magras, peixes, ovos, laticínios, feijão e grão-de-bico;
    • Carboidratos complexos: fornecem energia de forma equilibrada, sem picos de glicemia. Estão presentes em arroz integral, aveia, batata-doce, legumes e frutas;
    • Gorduras saudáveis: como o ômega-3 (encontrado em peixes, nozes e linhaça) e o azeite de oliva, que beneficiam o coração e o cérebro.

    Micronutrientes

    Os micronutrientes são as vitaminas e minerais que o corpo necessita em pequenas quantidades, mas que têm funções vitais. Eles participam de processos como fortalecimento dos ossos, funcionamento do sistema imunológico, produção de energia e proteção das células.

    • Vitamina D e cálcio: ajudam a manter os ossos fortes, reduzem o risco de osteoporose e dão mais firmeza aos músculos, o que diminui a chance de quedas e fraturas;
    • Vitamina B12: contribui para a memória, o raciocínio e também evita quadros de anemia, que podem causar fraqueza e cansaço excessivo, comprometendo a autonomia do idoso;
    • Ferro e zinco: atuam diretamente na manutenção da energia e da imunidade, garantindo disposição para as atividades do dia a dia e fortalecendo o sistema imunológico.

    Fibras

    As fibras são componentes presentes em frutas, verduras, legumes, sementes e grãos integrais. Apesar de não fornecer energia, elas regulam o funcionamento do intestino, ajudam no controle do colesterol, estabilizam os níveis de glicose no sangue e aumentam a sensação de saciedade.

    Como aponta Karina, as fibras alimentares podem vir de diferentes alimentos, como:

    • Grãos integrais (arroz, trigo);
    • Frutas;
    • Verduras;
    • Leguminosos (feijão, lentilha, grão de bico);
    • Sementes (chia, linhaça).

    Hidratação

    Com o passar dos anos, a sensação de sede tende a diminuir, o que faz muitas pessoas idosas acreditarem que não precisam beber água com frequência. No entanto, mesmo sem sentir sede, o organismo continua precisando de líquidos para funcionar bem.

    O ideal é distribuir o consumo de água ao longo do dia, incluir líquidos sob a forma de chás claros e naturais, caldos leves e também priorizar alimentos ricos em água, como frutas (melancia, laranja, melão) e legumes (pepino, abobrinha, tomate).

    De acordo com Karina Kuraoka Tutiya, quando a ingestão de água é insuficiente, o corpo pode apresentar:

    • Desidratação;
    • Piora da função renal;
    • Constipação intestinal;
    • Queda da pressão arterial;
    • Tontura.

    “Todas as situações listadas acima podem comprometer a independência da pessoa”, complementa a geriatra.

    Atividades físicas

    A prática regular de exercícios é um dos pilares mais importantes para um envelhecimento saudável. Quando feita de forma adequada, ajuda a fortalecer o sistema cardiovascular, controla a pressão arterial, o colesterol e a glicemia, reduzindo o risco de infarto, AVC e diabetes.

    Além disso, traz benefícios muito significativos para a saúde mental, aliviando sintomas de ansiedade e estresse, ao mesmo tempo em que melhora a autoestima e a qualidade de vida.

    “No âmbito social e de qualidade de vida, podemos dizer que participar de atividades físicas em grupo oferece a oportunidade de interação social e combate ao isolamento. E manter a capacidade funcional através da atividade física permite que os idosos continuem participando de suas atividades diárias e hobbies, promovendo uma maior independência e qualidade de vida”, esclarece a geriatra.

    Entre as atividades recomendadas na terceira idade, estão:

    • Caminhada diária;
    • Musculação leve (com acompanhamento);
    • Alongamentos e yoga;
    • Hidroginástica;
    • Pilates;
    • Dança.

    O mais importante é escolher atividades prazerosas, que possam ser mantidas de forma constante no dia a dia.

    Sono de qualidade

    Dormir bem é importante para recuperar as energias, consolidar memórias e regular funções metabólicas. No entanto, muitos idosos convivem com insônia, sono fragmentado ou sonolência diurna.

    O sono influencia diretamente na autonomia porque melhora a memória e o aprendizado, mantém o equilíbrio emocional, reduz o risco de quedas (já que a falta de descanso compromete a atenção e os reflexos) e ainda regula hormônios ligados ao apetite e ao metabolismo.

    Para garantir noites de descanso mais reparadoras, é importante criar uma rotina de hábitos saudáveis, como:

    • Horários fixos para dormir e acordar;
    • Evitar cafeína e álcool no período noturno;
    • Reduzir o uso de telas antes de deitar;
    • Manter o quarto escuro, silencioso e confortável.

    Atividades relaxantes, como leitura ou meditação, também ajudam a preparar o corpo e a mente para o sono.

    Relações sociais

    O contato humano tem um papel indispensável na prevenção do isolamento, da depressão e do declínio cognitivo. Uma vida social ativa estimula o cérebro, fortalece a memória, promove o bem-estar emocional e aumenta a motivação para cuidar da própria saúde.

    “Para manter o convívio ativo, é necessário esforço e intencionalidade. Neste sentido, podemos buscar o contato com os amigos e familiares com visitas presenciais, ligações de telefone ou videochamada, propor almoços, jantares ou outras reuniões”, sugere Karina.

    A especialista ainda aponta que participar de clubes e associações, atividades de voluntariado, aulas ou cursos ou até mesmo frequentar centros de convivência auxiliam a mantermos o vínculo com as pessoas. A prática de esportes ou hobbies como yoga, dança, grupo de caminhada também são ótimas oportunidades para socializar.

    Prevenção e acompanhamento médico

    Na terceira idade, as consultas de rotina ajudam a identificar doenças de forma precoce e evitar complicações que podem comprometer a qualidade de vida.

    Os cuidados incluem realizar exames periódicos para acompanhar pressão arterial, colesterol e glicemia, manter o controle de doenças crônicas preexistentes (como hipertensão e diabetes), avaliar regularmente visão e audição e garantir que as vacinas estejam em dia, como as contra Influenza (gripe), pneumonia e COVID-19.

    O acompanhamento constante preserva a autonomia porque reduz o risco de limitações físicas e cognitivas que poderiam levar à dependência. Além disso, quando problemas de saúde são detectados cedo, os tratamentos tendem a ser mais eficazes e menos invasivos.

    Bem-estar emocional e mental

    O envelhecimento saudável não envolve apenas o físico, sabia? De acordo com Karina, manter o cérebro ativo ajuda a retardar o declínio cognitivo e a manter a independência nas atividades do dia a dia.

    Entre os hábitos que fortalecem o bem-estar emocional estão:

    • Estímulo cognitivo: aprender novos idiomas, tocar instrumentos, ler, escrever e se envolver em atividades que desafiem o cérebro;
    • Atividades prazerosas: dedicar-se a hobbies, viajar, cozinhar ou cultivar interesses pessoais que tragam alegria;
    • Gerenciamento do estresse: praticar meditação, exercícios de respiração e técnicas de relaxamento, além de buscar momentos de lazer;
    • Apoio psicológico: contar com acompanhamento profissional sempre que necessário para lidar com questões emocionais.

    Atividades como aprender coisas novas, resolver quebra-cabeças, jogar ou simplesmente manter o hábito da leitura ajudam a treinar a memória, retardar o declínio cognitivo e manter a mente engajada.

    Veja também: 8 dicas para prevenir a dor nas costas no dia a dia

    Como os familiares podem ajudar?

    A família tem papel muito importante no envelhecimento saudável, mas é importante respeitar a autonomia do idoso. A ideia não é impor, mas apoiar as escolhas e oferecer condições para que ele mantenha a sua independência com segurança. Algumas formas de incentivo incluem:

    • Ser exemplo e praticar hábitos saudáveis junto com o idoso;
    • Cozinhar refeições equilibradas em conjunto;
    • Incentivar a prática de atividades físicas, acompanhando sempre que possível;
    • Estimular a vida social, oferecendo transporte ou companhia para eventos;
    • Facilitar o acesso a cuidados médicos, sem decidir pelo idoso;
    • Respeitar suas escolhas, mesmo quando diferentes do que a família considera ideal.

    “O papel da família é oferecer amor, apoio, informação e oportunidades, criando um ambiente onde o idoso se sinta seguro, valorizado e capaz de fazer escolhas que promovam sua saúde e bem-estar, mantendo sua independência”, finaliza Karina.

    Perguntas frequentes sobre envelhecimento saudável

    1. A atividade física é segura na terceira idade?

    Sim, e é bastante recomendada. O ideal é escolher atividades adequadas ao condicionamento físico e às limitações individuais, sempre com orientação profissional.

    Caminhadas, hidroginástica, musculação leve, yoga e dança são opções seguras que fortalecem músculos, ossos, equilíbrio e ainda estimulam a socialização.

    Além disso, exercícios regulares ajudam a controlar doenças crônicas, melhoram a disposição e reduzem sintomas de ansiedade e depressão.

    2. O que fazer quando o idoso tem dificuldades para dormir bem?

    O sono de qualidade é fundamental, mas muitos idosos enfrentam insônia ou acordam várias vezes à noite. É importante manter horários fixos para dormir, evitar cafeína e telas à noite, ter um quarto silencioso e escuro e incluir atividades relaxantes antes de deitar.

    Caso a dificuldade persista, o ideal é investigar causas médicas, como apneia do sono ou uso de medicamentos que interferem no descanso. Um sono reparador melhora a memória, o humor, a energia e a segurança nos movimentos.

    3. O que é sarcopenia e como evitá-la?

    A sarcopenia é a perda progressiva de massa e força muscular que acontece com o envelhecimento. Ela aumenta o risco de quedas, fraturas e dependência para atividades diárias.

    Para prevenir o quadro, ressalta-se o consumo adequado de proteínas, prática de exercícios físicos, principalmente de força, e acompanhamento médico regular. Quando o idoso mantém músculos ativos, ele consegue caminhar, carregar pesos leves e se levantar com mais facilidade, preservando sua independência.

    4. O idoso precisa de acompanhamento psicológico?

    O acompanhamento psicológico pode ser muito importante, principalmente diante de situações de luto, solidão, ansiedade ou depressão. O processo de envelhecer traz mudanças que podem impactar a autoestima e a identidade da pessoa.

    Ter um espaço para falar sobre emoções, medos e expectativas ajuda a manter o equilíbrio mental e fortalece a saúde global. Psicoterapia, grupos de apoio e até práticas de meditação também podem trazer grandes benefícios para a mente.

    5. Quais cuidados com a casa ajudam a prevenir quedas?

    É recomendado retirar tapetes soltos, instalar barras de apoio no banheiro, garantir boa iluminação em todos os cômodos, usar calçados antiderrapantes e manter os corredores livres de obstáculos. Pequenas adaptações tornam a rotina mais segura, preservando a independência do idoso.

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