Tag: Síndrome dos Ovários Policísticos

  • Síndrome dos Ovários Policísticos: o que é e sintomas que você não deve ignorar

    Síndrome dos Ovários Policísticos: o que é e sintomas que você não deve ignorar

    A Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) é uma das condições hormonais mais frequentes no consultório ginecológico e uma das principais causas de irregularidade menstrual e dificuldade para engravidar. Embora seja comum, ainda é cercada por dúvidas, afinal, muitas mulheres convivem com sintomas por anos até obter o diagnóstico correto.

    A Síndrome dos Ovários Policísticos envolve um desequilíbrio hormonal que altera o funcionamento dos ovários. Isso favorece a produção aumentada de hormônios masculinos (andrógenos), interferindo na ovulação. Por isso, pode afetar o ciclo menstrual, a pele, o peso e até a saúde metabólica da mulher.

    Principais causas e fatores de risco

    A Síndrome dos Ovários Policísticos é uma condição complexa e multifatorial. Não existe uma única causa, mas sim uma interação entre genética, hormônios e fatores ambientais.

    Herança genética

    É comum encontrar várias mulheres na mesma família com Síndrome dos Ovários Policísticos. A síndrome resulta da ação de múltiplos genes, que se expressam de maneiras diferentes em cada pessoa.

    Desequilíbrio hormonal

    Na Síndrome dos Ovários Policísticos, há aumento de LH e redução de FSH, alteração que estimula os ovários a produzirem mais andrógenos, como a testosterona. Isso explica sintomas como acne, aumento de pelos e dificuldade para ovular.

    Resistência à insulina

    Bastante frequente na SOP, a resistência à insulina faz o corpo produzir níveis maiores desse hormônio — que, por sua vez, também estimulam a produção de andrógenos.

    Fatores ambientais e estilo de vida

    Sedentarismo, obesidade e exposição a substâncias químicas podem aumentar o risco ou agravar os sintomas.

    Sintomas mais comuns

    A SOP pode se manifestar de formas bastante diferentes entre as mulheres. Entre os sintomas mais frequentes estão:

    • Irregularidade menstrual (ciclos longos ou ausência de menstruação);
    • Dificuldade para engravidar, devido à falta de ovulação regular;
    • Hirsutismo (pelos aumentados no rosto, seios e abdômen);
    • Acne persistente e pele oleosa;
    • Queda de cabelo e afinamento dos fios;
    • Ganho de peso, especialmente na região abdominal.

    Não é necessário ter todos os sintomas para ser diagnosticada, e muitas mulheres com peso normal também podem ter Síndrome dos Ovários Policísticos.

    Diagnóstico

    O diagnóstico é feito pelo ginecologista ou endocrinologista, combinando dados clínicos, exames laboratoriais e ultrassom.

    Segundo os critérios de Roterdã, o diagnóstico é confirmado quando a mulher apresenta dois dos três:

    • Irregularidade menstrual ou ausência de ovulação;
    • Excesso de andrógenos (clínico ou laboratorial);
    • Ovário com aspecto policístico no ultrassom.

    Antes disso, é essencial descartar outras doenças que podem causar sintomas parecidos, como:

    • Alterações da tireoide;
    • Hiperprolactinemia;
    • Hiperplasia adrenal congênita.

    Complicações e comorbidades associadas

    A Síndrome dos Ovários Policísticos vai muito além de alterações menstruais. É uma condição crônica e metabólica, associada a:

    • Síndrome metabólica;
    • Obesidade;
    • Diabetes tipo 2;
    • Resistência à insulina;
    • Alterações do colesterol;
    • Risco cardiovascular aumentado;
    • Ansiedade e depressão.

    Isso reforça a importância do acompanhamento regular.

    Tratamento e controle

    O tratamento é individualizado, levando em conta os sintomas e objetivos da paciente (regular ciclo, tratar acne, perder peso ou engravidar).

    Mudanças no estilo de vida

    São fundamentais. A perda de apenas 5% do peso corporal já melhora ciclos, ovulação e sintomas metabólicos.

    Tratamento medicamentoso (quando indicado)

    • Metformina: ajuda na resistência à insulina e pode auxiliar na ovulação;
    • Anticoncepcionais hormonais combinados: regulam o ciclo e reduzem o excesso de andrógenos;
    • Indutores de ovulação: indicados para quem deseja engravidar;
    • Tratamentos dermatológicos: para acne, hirsutismo e queda de cabelo.

    Abordagem multidisciplinar

    Pode incluir ginecologista, endocrinologista, nutricionista e dermatologista, dependendo dos sintomas.

    Importância do acompanhamento

    A Síndrome dos Ovários Policísticos não tem cura, mas tem controle. Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível recuperar a regularidade menstrual, melhorar a fertilidade e reduzir riscos metabólicos a longo prazo.

    O cuidado contínuo faz diferença significativa para a saúde e a qualidade de vida da mulher.

    Veja mais: Dor pélvica forte? Pode ser endometriose

    Perguntas frequentes sobre Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP)

    1. É possível ter SOP mesmo com peso normal?

    Sim. O peso influencia, mas não determina o diagnóstico.

    2. A SOP causa infertilidade?

    Ela pode dificultar a ovulação, mas muitas mulheres conseguem engravidar com tratamento.

    3. Toda mulher com ovário policístico tem Síndrome dos Ovários Policísticos?

    Não. O aspecto policístico pode aparecer mesmo sem a síndrome.

    4. Síndrome dos Ovários Policísticos engorda?

    O ganho de peso é comum, especialmente na região abdominal, mas não ocorre em todas as mulheres.

    5. Quem tem SOP deve evitar anticoncepcionais?

    Pelo contrário: em muitos casos, eles fazem parte do tratamento.

    6. A SOP aumenta o risco de diabetes?

    Sim. A resistência à insulina é uma das características da síndrome.

    7. A Síndrome dos Ovários Policísticos tem cura?

    Não, mas pode ser controlada com acompanhamento e mudanças no estilo de vida.

    Leia mais: Insuficiência istmocervical: o que é e por que merece atenção na gravidez