Tag: pressão alta

  • Pressão alta: 10 atividades físicas para incluir na rotina

    Pressão alta: 10 atividades físicas para incluir na rotina

    Não é novidade que treinar regularmente contribui para controlar o peso, melhorar o funcionamento do coração e ajudar na circulação do sangue, mas será que pessoas com pressão alta podem praticar atividades físicas normalmente? Conversamos com a cardiologista Juliana Soares para entender os benefícios do treino para regular a pressão arterial e quais cuidados são necessários. Dá uma olhada!

    Quem tem pressão alta pode fazer atividade física?

    A prática de atividades físicas é recomendada para todas as pessoas, independentemente da idade, incluindo quem convive com hipertensão. Quando realizada de forma regular e consistente, ela contribui para reduzir a pressão arterial, melhorar a circulação sanguínea e aumentar a eficiência do coração.

    Contudo, Juliana aponta que a prática deve ser feita após avaliação médica e com supervisão, uma vez que cada pessoa apresenta um padrão diferente de resposta ao esforço. O exercício é, em muitos casos, parte do tratamento da hipertensão, desde que conduzido com cuidado.

    Quais as modalidades recomendadas para quem tem pressão alta?

    A maioria das modalidades aeróbicas e de força leve a moderada são consideradas seguras e eficazes para quem tem pressão alta, desde que haja avaliação médica prévia. As mais recomendadas incluem:

    1. Caminhada em ritmo confortável a moderado;
    2. Corrida leve, quando a pressão está controlada;
    3. Bicicleta ergométrica ou ciclismo ao ar livre;
    4. Natação;
    5. Hidroginástica;
    6. Dança;
    7. Musculação leve a moderada, com cargas progressivas;
    8. Pilates;
    9. Yoga focado em posturas suaves e controle respiratório;
    10. Alongamentos.

    A escolha depende do nível de condicionamento, do controle da pressão e da preferência pessoal, sempre com orientação profissional para ajustar intensidade, duração e frequência dos treinos.

    Benefícios da atividade física para pressão alta

    Primeiro de tudo, vale lembrar que o coração é um músculo, e por isso reage muito bem quando recebe estímulo de forma regular.

    Quando a pessoa se movimenta com frequência, o coração aprende a trabalhar de um jeito mais eficiente, batendo com mais força e precisando fazer menos esforço para mandar sangue para todo o corpo. Com o tempo, isso ajuda a manter a pressão arterial mais estável ao longo do dia.

    A prática constante, de acordo com Juliana Soares, também estimula a vasodilatação e facilita o caminho do sangue pelos vasos, diminuindo a resistência que o coração enfrenta a cada batimento.

    Para completar, a atividade física ainda melhora o funcionamento do metabolismo, favorece a perda de peso de forma gradual e reduz o acúmulo de gordura, o que contribui para:

    • Melhora do controle glicêmico, que influencia diretamente a saúde vascular;
    • Diminuição da sobrecarga no coração durante atividades comuns;
    • Melhora da circulação periférica;
    • Redução de marcadores inflamatórios ligados à hipertensão;
    • Diminuição do risco de infarto e AVC;
    • Melhora do padrão de sono, fator importante para manter a pressão controlada;
    • Sensação maior de disposição e bem-estar ao longo do dia

    Pessoas com hipertensão podem fazer treinos de força?

    O treino de força pode ser feito por pessoas com pressão alta, desde que com orientação profissional adequada. Segundo Juliana, durante esforços muito intensos, é comum prender a respiração involuntariamente, o que provoca aumentos rápidos e expressivos da pressão arterial, gerando picos pressóricos indesejados.

    Por isso, esse tipo de treino deve ser realizado com cargas moderadas, priorizando um número maior de repetições com menor peso, mantendo o movimento contínuo e a respiração bem controlada. É importante ainda que o treino de força não seja realizado em dias consecutivos, permitindo que o corpo tenha tempo adequado para recupera

    Importante: exercícios como levantamento de peso muito intenso ou atividades de explosão devem ser evitados, porque a demanda física muito alta e rápida provoca aumentos bruscos da pressão arterial, podendo gerar picos pressóricos que, para quem já tem hipertensão, podem ser bastante prejudiciais, segundo a cardiologista.

    Cuidados para a prática de atividades físicas

    Antes de tudo, é importante verificar se a pressão está controlada antes do treino. Se ela estiver muito alta, Juliana recomenda que a prática não seja feita. Uma recomendação usada como referência é evitar qualquer esforço quando a pressão ultrapassa valores como 180 por 110 (18 por 11), já que isso aumenta o risco de mal-estar e picos pressóricos durante a atividade.

    A orientação envolve checar a pressão em casa sempre que possível, principalmente se a pessoa está começando uma rotina de exercícios ou quando percebe sintomas como dor de cabeça, tontura ou sensação de pressão na nuca. A ideia é garantir que o corpo esteja em condições seguras para receber o esforço físico.

    Durante o exercício, o ideal é que o treino seja confortável a ponto de permitir que a pessoa consiga conversar. Juliana aponta a importância de evitar prender a respiração durante o esforço e se manter bem hidratado, com uma garrafa de água sempre ao lado.

    Depois do treino, o recomendado é diminuir o ritmo gradualmente e realizar alongamentos, permitindo que o corpo retorne aos poucos ao estado de repouso. Os cuidados ajudam a evitar tontura, queda brusca da pressão e desconfortos após a atividade.

    Preciso continuar tomando remédio mesmo fazendo exercício físico?

    A maioria das pessoas com hipertensão precisa continuar tomando remédio mesmo fazendo exercício físico, porque a medicação e a atividade atuam de maneiras diferentes no controle da pressão.

    A movimentação regular contribui para melhorar a circulação, fortalecer o coração e reduzir a resistência dos vasos, mas os benefícios aparecem de forma gradual. Já o remédio age diretamente nos mecanismos que mantêm a pressão controlada, garantindo segurança no dia a dia e durante o próprio treino.

    Por isso, o exercício não substitui a medicação! O que pode acontecer, em algumas situações, é o médico reduzir as doses ou ajustar os horários quando a pressão se mantém controlada por longos períodos. Mas isso deve ser feito a partir de acompanhamento e exames, e não por conta própria.

    Quais sinais indicam que é importante interromper o treino?

    Existem alguns sinais que, se aparecerem durante o treino, são um sinal de alerta para interromper a atividade imediatamente e buscar auxílio médico, porque podem indicar um risco cardiovascular. Entre os principais sinais de alerta, Juliana destaca:

    • Dor ou aperto no peito;
    • Falta de ar desproporcional ao esforço;
    • Tontura súbita ou sensação de desmaio;
    • Desmaio;
    • Batimentos irregulares ou muito acelerados;
    • Dor de cabeça súbita e muito intensa.

    Confira: Treino full body: o que é, para quem é indicado e como montar

    Perguntas frequentes

    Quem tem hipertensão pode treinar todos os dias?

    A possibilidade de treinar diariamente depende do controle da pressão e do tipo de atividade escolhida. A prática aeróbica moderada costuma ser segura para a maioria das pessoas e pode ser feita quase todos os dias, desde que o corpo esteja se sentindo bem e sem sintomas.

    Com orientação médica, é possível ajustar a intensidade, o tempo e o intervalo entre os treinos, garantindo que o organismo responda de forma saudável. Se você apresentar sinais de cansaço extremo, tontura ou palpitação, é um sinal alerta para reduzir o ritmo ou descansar mais um dia.

    Qual horário é mais seguro para treinar com pressão alta?

    A manhã e o final da tarde costumam ser períodos mais confortáveis para quem convive com hipertensão, porque a temperatura tende a ser mais amena e o corpo se adapta melhor ao esforço.

    O ideal é evitar horários muito quentes, que favorecem desidratação e aumentam a sobrecarga cardíaca. A regularidade importa mais do que o horário específico; o objetivo é treinar sempre que o corpo estiver bem e a pressão estiver controlada.

    Como saber se a intensidade do treino está adequada?

    A regra prática envolve observar se o corpo consegue sustentar uma conversa curta durante o esforço. Quando isso acontece, a intensidade costuma estar moderada e segura.

    Caso seja difícil falar, respirar ou manter o ritmo sem desconforto, o treino provavelmente está acima do ideal para quem tem hipertensão.

    O que fazer quando a pressão subir muito durante exercícios leves?

    A primeira medida se a pressão subir muito é interromper a atividade e descansar em um ambiente calmo. A hidratação e a respiração lenta costumam ajudar a estabilizar o corpo. Caso a pressão permaneça alta ou os sintomas continuem, é fundamental buscar atendimento e informar o médico, que pode ajustar a medicação ou revisar o tipo de treino.

    Por que algumas pessoas sentem dor de cabeça após treinar?

    A dor de cabeça pode surgir por diversos motivos, como desidratação, esforço excessivo, noite mal dormida ou até alimentação inadequada antes do treino. Quando a pessoa convive com hipertensão, a dor de cabeça pode indicar que a pressão subiu durante o esforço.

    Nesses casos, é recomendado interromper o exercício, beber água e medir a pressão se possível. Caso a dor seja intensa, súbita ou acompanhe outros sintomas, é importante buscar avaliação médica.

    É normal sentir palpitações durante o exercício?

    A sensação de batimentos mais acelerados é normal, porque o coração precisa trabalhar mais para levar oxigênio aos músculos. O que não deve acontecer são palpitações muito desreguladas, desconfortáveis ou acompanhadas de falta de ar, tontura ou dor no peito.

    A palpitação intensa pode estar relacionada a desidratação, esforço além do limite ou alterações cardíacas que precisam de investigação médica.

    Leia também: Férias acabando? Saiba como voltar a treinar sem se machucar

  • Síndrome metabólica: o que é, sintomas e como controlar 

    Síndrome metabólica: o que é, sintomas e como controlar 

    A síndrome metabólica é cada vez mais comum e silenciosa. Muitas pessoas só descobrem a condição após anos convivendo com pressão alta, açúcar elevado no sangue ou aumento da circunferência abdominal. O problema é que, quando esses fatores se somam, o impacto sobre o coração, vasos sanguíneos e metabolismo é muito maior do que cada um isoladamente.

    Hoje sabe-se que o estilo de vida é determinante para o surgimento e a evolução da síndrome metabólica, mas, mesmo sendo uma condição séria, ela é totalmente controlável e, em alguns casos, reversível, desde que feito um acompanhamento adequado.

    O que é a síndrome metabólica?

    A síndrome metabólica é a combinação de pelo menos três dos seguintes fatores:

    • Aumento da circunferência abdominal;
    • Pressão arterial elevada;
    • Glicose alta no sangue;
    • HDL baixo (colesterol “bom”);
    • Triglicerídeos elevados.

    Esses sinais mostram que o corpo está com dificuldade de controlar açúcar, gorduras e pressão arterial, e isso aumenta de forma significativa o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.

    Por que ela é perigosa?

    A síndrome metabólica atua de forma silenciosa. Na maior parte do tempo, a pessoa não sente nada, mas o corpo já está sofrendo:

    • Excesso de açúcar circulando;
    • Inflamação crônica;
    • Sobrecarga dos vasos sanguíneos;
    • Aumento do estresse oxidativo.

    Com o tempo, essas alterações podem levar a:

    • Doenças cardíacas;
    • AVC;
    • Doença renal;
    • Esteatose hepática;
    • Diabetes tipo 2.

    O que causa a síndrome metabólica?

    O principal fator é o estilo de vida, mas a genética também tem peso.

    Entre as causas mais comuns estão:

    • Alimentação rica em gorduras ruins, açúcar e ultraprocessados;
    • Sedentarismo;
    • Sobrepeso e obesidade (especialmente gordura abdominal);
    • Histórico familiar;
    • Idade avançada.

    Como é feito o diagnóstico

    Avaliação clínica

    • História detalhada;
    • Exame físico;
    • Medida da pressão arterial;
    • Circunferência abdominal (alerta acima de 88 cm em mulheres e 102 cm em homens).

    Exames laboratoriais

    • Glicemia;
    • Colesterol;
    • Triglicerídeos.

    O médico reúne os resultados e confirma o diagnóstico quando há três ou mais fatores alterados.

    Tem cura? Como é o tratamento

    Sim, a síndrome metabólica pode ser revertida com mudanças consistentes no estilo de vida.

    As principais medidas incluem:

    • Alimentação equilibrada, rica em fibras e pobre em ultraprocessados;
    • Prática regular de exercícios físicos;
    • Perda de peso saudável;
    • Redução do consumo de álcool;
    • Abandono do tabagismo;
    • Acompanhamento médico periódico.

    Em alguns casos, o médico pode prescrever medicamentos para controlar:

    • Pressão arterial;
    • Colesterol;
    • Triglicerídeos;
    • Glicemia.

    Manifestações associadas

    Por estar relacionada à resistência à insulina e à hiperinsulinemia, outras condições podem aparecer junto com a síndrome metabólica:

    Acantose nigricans

    Manchas escurecidas, aveludadas e endurecidas, especialmente em axilas, virilhas e pescoço.

    Esteatose hepática

    Acúmulo de gordura nas células do fígado, que pode evoluir para inflamação e fibrose hepática.

    Hiperandrogenismo

    Em algumas pessoas, especialmente mulheres, pode causar hirsutismo (excesso de pelos), acne e irregularidade menstrual.

    Veja mais: 12×8 já não é normal: nova diretriz muda o que entendemos por pressão alta

    Perguntas frequentes sobre síndrome metabólica

    1. A síndrome metabólica é o mesmo que diabetes?

    Não. Mas ela aumenta muito o risco de desenvolver diabetes tipo 2.

    2. É possível reverter totalmente a síndrome metabólica?

    Sim, especialmente quando o diagnóstico é precoce e o estilo de vida é corrigido.

    3. Só pessoas acima do peso têm síndrome metabólica?

    Não. Pessoas magras com acúmulo de gordura abdominal também podem desenvolver.

    4. Quais exercícios ajudam mais?

    O ideal é combinar aeróbico (como caminhada) com musculação para aumentar a sensibilidade à insulina.

    5. Preciso tomar remédios?

    Nem sempre. Mas quando os valores estão muito altos, o uso de medicamentos pode ser necessário.

    6. A circunferência abdominal é mesmo tão importante?

    Sim. A gordura abdominal é metabolicamente ativa e libera substâncias inflamatórias.

    7. A síndrome metabólica dá sintomas?

    Quase nunca no início, por isso é tão perigosa.

    Veja também: Sintomas silenciosos do diabetes: atenção aos sinais que podem passar despercebidos

  • Pressão alta: quando ir ao pronto-socorro?

    Pressão alta: quando ir ao pronto-socorro?

    No Brasil, a estimativa é que 388 pessoas morrem diariamente por problemas decorrentes da hipertensão, uma condição crônica em que a força do sangue contra as paredes das artérias fica constantemente acima do nível considerado normal.

    Ela faz com que o coração tenha que trabalhar mais para empurrar o sangue pelo corpo — aumentando o risco de doenças graves, como AVC, infarto e aneurisma. Por isso, é ainda mais importante manter o acompanhamento médico regular para controlar a pressão e cuidar da saúde do coração.

    Mas você sabe quando é hora de ir ao pronto-socorro? A pressão alta costuma ser silenciosa, mas, quando os níveis sobem demais, o corpo geralmente emite sinais de alerta que podem indicar uma crise hipertensiva. Entenda melhor a seguir.

    A partir de qual valor a pressão é considerada perigosa?

    A pressão arterial é considerada alta quando está igual ou acima de 140/90 mmHg (14 por 9), e normalmente não manifesta sintomas importantes, o que faz com que muitas pessoas convivam com a condição sem perceber.

    Contudo, ela se torna perigosa quando ultrapassa 180/120 mmHg (18 por 12), especialmente se acompanhada de sintomas, conforme explica o cardiologista e cardio-oncologista Giovanni Henrique Pinto.

    Os níveis elevados podem indicar uma crise hipertensiva, situação em que a pressão sobe a ponto de ameaçar a integridade de órgãos vitais, como o cérebro, o coração e os rins. O quadro exige atenção médica imediata, sendo recomendado procurar o pronto-socorro para avaliação e tratamento rápido — o que pode reduzir o risco de complicações graves.

    A pressão está alta, o que fazer antes de ir ao hospital?

    Quando a pressão arterial fica muito alta, antes de ir ao hospital, existem alguns passos simples que podem ajudar a conferir se o valor está realmente elevado e se existe risco imediato, sendo eles:

    • Refaça a medida após 5 a 10 minutos de repouso, sentado, em um ambiente calmo e sem falar durante a aferição;
    • Evite entrar em pânico, pois o nervosismo pode, por si só, elevar ainda mais a pressão, piorando a situação. Respire fundo e tente manter a calma;
    • Não repita a medição várias vezes seguidas. Medir a pressão repetidamente em poucos minutos aumenta a ansiedade, pode gerar leituras erradas e não ajuda a controlar o quadro;
    • Se, mesmo após o repouso, os valores continuarem acima de 180/120 mmHg (18 por 12) ou se surgirem sintomas de alerta, procure imediatamente um pronto-socorro.

    Importante: se você já usa remédios para o controle da pressão arterial, não aumente a dosagem sem orientação médica. “Alguns medicamentos (como captopril, losartana ou clonidina) até podem reduzir a pressão rapidamente, mas o uso inadequado pode causar queda brusca da pressão, tontura, desmaio ou até redução da perfusão cerebral e renal”, explica Giovanni.

    O cardiologista esclarece que o ideal é seguir o plano indicado pelo médico para situações de elevação da pressão, pois muitos pacientes recebem um “plano de ação” personalizado, que orienta quando e como usar um medicamento de resgate.

    Leia também: Pressão alta e rins: como proteger a saúde renal

    Quando ir ao pronto-socorro por conta de pressão alta?

    É importante procurar atendimento médico quando a pressão continuar acima de 180/120 mmHg (18 por 12) e se vier acompanhada de sinais de alerta, como:

    • Dor no peito ou sensação de aperto;
    • Falta de ar;
    • Dor de cabeça intensa e súbita;
    • Visão borrada, turvação visual ou perda de visão;
    • Tontura, confusão mental, desmaio ou fala arrastada;
    • Fraqueza ou dormência em um lado do corpo;
    • Náuseas e vômitos intensos.

    “Mesmo sem sintomas, uma pressão acima de 180/120 mmHg deve ser reavaliada rapidamente — se não baixar após alguns minutos de repouso, é motivo para procurar o pronto-socorro”, explica Giovanni.

    Como é feito o atendimento de pressão alta?

    No pronto-socorro, o atendimento em casos de crise hipertensiva é focado em identificar rapidamente se a pressão elevada já causou danos em órgãos importantes.

    Primeiro, o médico irá aferir a pressão diversas vezes e avaliar a presença de sintomas, como dor no peito e falta de ar. Depois, podem ser solicitados exames para entender se existe comprometimento de órgãos como cérebro, coração ou rins, como:

    • Eletrocardiograma;
    • Dosagem de creatinina;
    • Eletrólitos;
    • Exame de urina;
    • Raio-X do tórax;
    • Se necessário, tomografia.

    O tratamento costuma começar com medicamentos via oral ou intravenosa, de forma gradual. “A meta é reduzir a pressão sem quedas abruptas, que poderiam agravar o quadro”, complementa Giovanni.

    Como evitar uma crise de pressão alta?

    Para evitar uma crise hipertensiva, é importante controlar a pressão no dia a dia e reduzir os fatores que fazem esses números subirem. Algumas medidas simples ajudam muito, como:

    • Tomar os remédios exatamente como o médico orientou, sem pular doses;
    • Reduzir o consumo de sal na alimentação;
    • Evitar excesso de álcool e de alimentos ultraprocessados;
    • Manter o peso adequado e praticar atividade física regular;
    • Dormir bem e tentar reduzir o estresse diário;
    • Evitar uso de anti-inflamatórios e descongestionantes nasais sem orientação médica;
    • Medir a pressão com certa frequência e acompanhar os valores.

    “Com tratamento contínuo e hábitos saudáveis, é possível manter a pressão sob controle e evitar novas emergências”, finaliza o cardiologista.

    Confira: 12×8 já não é normal: nova diretriz muda o que entendemos por pressão alta

    Perguntas frequentes sobre pressão alta

    Pressão alta tem cura?

    A hipertensão é uma doença crônica, o que significa que ela não tem cura. Contudo, é totalmente possível controlar os números com acompanhamento médico regular e hábitos saudáveis.

    Quando a pessoa segue o tratamento, faz consultas de rotina, tem uma alimentação equilibrada, reduz o consumo de sal e pratica atividade física, a pressão pode ficar estável por longos períodos. Com o tempo, isso evita complicações graves e melhora a qualidade de vida.

    É verdade que o sal aumenta a pressão?

    O excesso de sal está diretamente ligado ao aumento da pressão arterial porque interfere na retenção de líquidos e no equilíbrio do organismo. Nesse sentido, reduzir o sal é uma das estratégias mais importantes para controlar a hipertensão, especialmente em quem já tem tendência ou histórico familiar.

    Quem tem pressão alta precisa medir a pressão em casa?

    Sim! Medir a pressão em casa faz parte do tratamento e ajuda a acompanhar se o remédio está funcionando e se as mudanças na rotina estão dando resultado. Além disso, a monitorização caseira ajuda a identificar oscilações e perceber quando algo não vai bem, antes de surgir uma emergência.

    O ideal é medir a pressão com aparelhos digitais validados e, de preferência, de braço, pois são mais confiáveis do que os de pulso.

    É normal a pressão subir quando estou nervoso ou ansioso?

    Sim! Em momentos de estresse emocional, o corpo libera substâncias que aumentam os batimentos cardíacos e elevam a pressão temporariamente — o que pode acontecer em qualquer pessoa. Porém, valores muito altos não devem ser ignorados, mesmo se o motivo for ansiedade.

    Se a pressão sobe com frequência em momentos de estresse, isso deve ser avaliado com o médico para ajustar o tratamento e evitar crises.

    Posso parar o remédio se a pressão estiver controlada?

    Não, pois a pressão controlada significa que o tratamento está funcionando. Parar o remédio por conta própria pode fazer a pressão subir novamente e colocar a saúde em risco, aumentando chances de AVC e infarto. Qualquer ajuste de dose, troca de medicação ou suspensão precisa ser orientado pelo médico.

    É possível controlar a pressão apenas com alimentação e exercícios?

    Em alguns casos mais leves, principalmente quando o diagnóstico é recente e não há outras doenças associadas (como diabetes), as mudanças de hábitos podem ajudar muito e até permitir controle sem remédios — mas isso não se aplica a todo mundo.

    Em muitas pessoas, mesmo com alimentação adequada e atividade física regular, o uso de medicamentos continua sendo necessário. A melhor forma de saber é com acompanhamento médico, análises periódicas e monitorização da pressão ao longo do tempo.

    Leia mais: Potássio ajuda a reduzir a pressão alta? Cardiologista explica

  • Potássio ajuda a reduzir a pressão alta? Cardiologista explica

    Potássio ajuda a reduzir a pressão alta? Cardiologista explica

    Aliado ao acompanhamento médico, o controle da pressão alta envolve diversas mudanças consistentes no estilo de vida. A alimentação é uma das principais, já que os alimentos têm impacto direto sobre a circulação, o funcionamento do coração e o equilíbrio dos minerais no corpo — em especial, o potássio.

    O mineral, que está presente em grande concentração dentro das células, atua na regulação da pressão arterial ao equilibrar os efeitos do sódio, sendo especialmente importante na dieta de quem convive com a hipertensão. Mas afinal, onde podemos encontrá-lo? Entenda mais, a seguir.

    O que é pressão alta e por que ela é perigosa?

    A pressão alta é uma condição crônica em que os níveis de pressão do sangue nas artérias ficam acima do normal — iguais ou maiores que 140/90 mmHg (14 por 9). Isso significa que o sangue está circulando com mais força do que deveria, o que faz o coração trabalhar mais para bombear o sangue.

    Com o tempo, o esforço constante pode causar danos ao coração, rins, cérebro e olhos, aumentando o risco de AVC, infarto do miocárdio, insuficiência renal e aneurisma arterial.

    O problema é que, na maioria dos casos, a hipertensão não apresenta sintomas e, quando eles surgem, costumam ser inespecíficos — como dor de cabeça, tontura e falta de ar —, o que atrasa o diagnóstico.

    Qual a relação entre potássio e pressão alta?

    O potássio é um mineral essencial encontrado em praticamente todas as células do corpo. Ele participa de funções vitais como o equilíbrio de líquidos, o funcionamento dos músculos e a condução dos impulsos elétricos que fazem o coração bater.

    No caso da pressão alta, a cardiologista Juliana Soares explica que, em uma interação conjunta com o sódio, o potássio atua no equilíbrio da quantidade de líquidos no corpo, influenciando o volume de sangue e, consequentemente, o controle da pressão arterial.

    Além disso, o potássio atua diretamente no relaxamento das paredes dos vasos sanguíneos — processo chamado de vasodilatação —, que melhora o fluxo do sangue e contribui para a redução da pressão arterial.

    Assim, uma dieta rica em alimentos com potássio pode ajudar a manter a pressão sob controle e proteger a saúde do coração. O consumo frequente de frutas, verduras, legumes e leguminosas contribui para níveis adequados do mineral no organismo, promovendo o relaxamento dos vasos e auxiliando na eliminação do excesso de sódio.

    Potássio e sódio precisam estar em equilíbrio

    O bom funcionamento do organismo e a manutenção da pressão arterial dependem, em grande parte, do equilíbrio entre o sódio e o potássio — dois minerais que atuam de forma complementar.

    O sódio é importante para a regulação dos líquidos dentro e fora das células, a transmissão dos impulsos nervosos e a contração muscular, além de manter o volume sanguíneo. No entanto, quando consumido em excesso, ele provoca acúmulo de líquidos, aumentando o volume circulante e a pressão dentro das artérias.

    O potássio, por outro lado, atua de forma inversa, ajudando o corpo a eliminar o excesso de sódio pela urina e reduzindo a retenção de líquidos. Quando os dois estão em quantidades adequadas, o corpo mantém o equilíbrio ideal entre os líquidos, garantindo que o sangue circule com fluidez e sem sobrecarregar o coração.

    Esse equilíbrio também é essencial para o funcionamento dos músculos e dos nervos, já que a comunicação entre as células depende da troca controlada de sódio e potássio.

    Alimentos ricos em potássio que ajudam a controlar a pressão alta

    Na maioria dos casos, uma alimentação equilibrada é suficiente para atender às necessidades diárias de potássio, de acordo com Juliana. Entre as principais fontes do mineral estão:

    • Frutas: banana (principal fonte popular, com cerca de 450 mg por unidade média), abacate, goiaba, laranja e suco natural de laranja, melão, melancia, damasco, kiwi, manga e suco de ameixa;
    • Verduras e legumes: batata e batata-doce cozidas, espinafre, acelga, beterraba e folhas de beterraba, abóbora, feijão, ervilha, lentilha, inhame, cará e quiabo;
    • Laticínios e proteínas: leite, iogurte natural, kefir, peixes (truta, atum, salmão), frango, carne magra, feijão, grão-de-bico e tempeh (soja fermentada).

    Quanto de potássio é necessário por dia?

    A quantidade ideal de potássio varia conforme a idade, o peso e o estado de saúde de cada pessoa, mas o recomendado é ingerir cerca de 4,7 g por dia, especialmente para quem tem hipertensão arterial.

    Em geral, uma dieta variada, rica em frutas, verduras e leguminosas, é suficiente para alcançar esse valor. Não é necessário o uso de suplementos, a menos que haja indicação médica específica — por exemplo, em casos de perda excessiva de potássio por diarreia, vômitos ou uso de certos medicamentos diuréticos.

    O que acontece no corpo quando há falta de potássio?

    Como o potássio é essencial para o funcionamento dos tecidos do corpo, a deficiência do mineral — chamada de hipocalemia — pode afetar diversas funções. O coração, os músculos e o sistema nervoso são os mais prejudicados, pois dependem diretamente do equilíbrio desse mineral.

    De acordo com Juliana, quando o potássio está em níveis baixos, podem surgir sintomas como:

    • Batimentos cardíacos irregulares (arritmia);
    • Palpitações;
    • Fraqueza muscular;
    • Câimbras;
    • Espasmos musculares.

    Em casos mais graves, a hipocalemia pode causar paralisia muscular, dor abdominal, constipação intestinal e sensação de cansaço constante.

    E em excesso, potássio faz mal?

    Em excesso, o potássio também pode representar riscos à saúde. A hipercalemia, como é conhecido o aumento exagerado do mineral no sangue, pode causar irregularidade nos batimentos cardíacos, fraqueza e, em casos graves, parada cardíaca.

    O quadro geralmente ocorre em pessoas que fazem uso de medicamentos que interferem na excreção do potássio, como alguns diuréticos, ou que têm doenças renais, já que os rins são responsáveis por eliminar o excesso do mineral.

    Pode usar sal sem sódio tomando poupador de potássio?

    Os poupadores de potássio são diuréticos usados para eliminar o excesso de líquido e sódio do corpo sem reduzir os níveis de potássio. Eles são indicados para tratar hipertensão e insuficiência cardíaca, entre outras condições.

    Segundo Juliana, quem faz uso desse tipo de medicamento não deve consumir sal sem sódio (como o sal light), pois ele contém alta concentração de potássio — e a combinação pode causar hipercalemia.

    Além disso, os sais sem sódio podem ser perigosos para quem tem doença renal, já que o organismo tem dificuldade em eliminar o excesso do mineral, o que pode levar ao acúmulo no sangue e complicações cardíacas.

    Confira: Pressão alta e rins: como proteger a saúde renal

    Perguntas frequentes sobre potássio e pressão arterial

    1. É melhor consumir potássio por meio de suplementos ou alimentos?

    Na maioria dos casos, o ideal é obter potássio por meio da alimentação. Os alimentos naturais contêm quantidades equilibradas do mineral, além de fibras, vitaminas e antioxidantes que auxiliam na absorção e aproveitamento pelo corpo. A suplementação deve ser feita apenas com orientação médica, pois o excesso pode causar hipercalemia — condição perigosa que afeta o coração.

    2. Quem tem problema nos rins pode consumir potássio normalmente?

    Pessoas com doença renal crônica precisam ter muito cuidado com o consumo de potássio, pois seus rins não conseguem eliminar o excesso adequadamente. Isso pode levar à hipercalemia, condição grave que afeta o coração. Nesses casos, é essencial seguir uma dieta controlada por um médico ou nutricionista, ajustando o consumo conforme os exames laboratoriais.

    3. Existe relação entre potássio e frequência cardíaca?

    Sim. O potássio é fundamental para a transmissão dos impulsos elétricos que coordenam os batimentos do coração. Quando há desequilíbrio — por falta ou excesso —, o coração pode bater de forma irregular, causando arritmias, palpitações e, em casos graves, parada cardíaca.

    4. Como saber se meu consumo de potássio está adequado?

    A melhor forma de avaliar o consumo de potássio é por meio de consulta médica e exames laboratoriais. O exame de sangue que mede o nível de potássio sérico é o principal indicador, e os resultados devem ser interpretados pelo profissional de saúde.

    5. O que causa pressão alta?

    De acordo com o Ministério da Saúde, a pressão alta é herdada dos pais em cerca de 90% dos casos. No entanto, fatores como excesso de sal, sobrepeso, sedentarismo, estresse, tabagismo e consumo exagerado de álcool são determinantes. Algumas doenças, como o diabetes e os distúrbios renais, também podem contribuir para o desenvolvimento da hipertensão.

    6. Como faço para medir a pressão em casa?

    Para medir a pressão em casa, use um aparelho digital validado (de braço, preferencialmente) e siga estas orientações:

    • Sente-se em ambiente calmo e repouse por pelo menos cinco minutos;
    • Mantenha os pés apoiados no chão e o braço na altura do coração;
    • Evite conversar, cruzar as pernas ou medir logo após comer, beber café ou fazer esforço físico;
    • Realize duas ou três medições com um minuto de intervalo entre elas e anote os valores para mostrar ao médico.

    O ideal é medir a pressão sempre nos mesmos horários, como pela manhã (antes do café e da medicação) e à noite (antes de dormir, após alguns minutos de repouso e em ambiente tranquilo).

    Confira: 12×8 já não é normal: nova diretriz muda o que entendemos por pressão alta

  • 12×8 já não é normal: nova diretriz muda o que entendemos por pressão alta 

    12×8 já não é normal: nova diretriz muda o que entendemos por pressão alta 

    Se você sempre considerou 12×8 como pressão normal, essa ideia pode estar mudando. A Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025 revisitou as faixas de pressão e agora classifica 120/80 mmHg como pré-hipertensão, isto é, uma zona de alerta onde se espera que ações preventivas sejam intensificadas antes que a pressão suba de fato.

    Essa redefinição busca identificar mais cedo quem está em risco de evoluir para pressão alta e ajuda a estimular intervenções, como ajustes no estilo de vida, antes que danos mais sérios apareçam.

    O que mudou com a nova diretriz?

    A diretriz agora considera que valores de pressão arterial sistólica entre 120 e 129 mmHg ou pressão arterial diastólica entre 80 e 84 mmHg se encaixem na nova categoria de pré-hipertensão.

    Antes, muitos desses valores eram vistos como normais ou limítrofes; a mudança indica que agora há uma faixa “normal elevada” que exige atenção.

    Além disso, as metas de tratamento também foram ajustadas: o tratamento com remédios continua indicado para pressão ≥ 140/90 mmHg, mas para pacientes com pressão entre 130–139/80–89 mmHg e alto risco cardiovascular, já se recomenda considerar tratamento se as medidas não medicamentosas não forem suficientes.

    Na Europa, as diretrizes de 2024 da ESC (European Society of Cardiology) introduziram a categoria Elevated BP (pressão elevada) para 120–139 / 70–89 mmHg, reforçando que mesmo esse nível intermediário merece atenção. Elas mantêm o valor de hipertensão plena quando ≥ 140/90 mmHg, mas reconhecem que muitos pacientes com pressões intermediárias têm risco aumentado de eventos cardiovasculares.

    Tabela comparativa: antes × agora

    Faixa de pressão Classificação antiga* Nova classificação (2025)
    < 120 / < 80 mmHg Pressão ótima / normal Pressão arterial não elevada (antes “ótimo”)
    120–129 / 80–84 mmHg Normal ou limítrofe Pré-hipertensão
    130–139 / 85–89 mmHg Limítrofe ou hipertensão leve Pré-hipertensão ou estágio leve, dependendo do risco
    ≥ 140 / ≥ 90 mmHg Hipertensão (estágios 1, 2, 3) Pressão alta confirmada, tratamento com remédios indicado

    Por que essa mudança importa para você?

    • Detecção precoce: reconhecer pressão 12×8 como algo que merece atenção permite agir cedo, antes que se transforme em pressão alta.
    • Intervenções preventivas mais intensas: reforça medidas como dieta, redução de sal, atividade física e controle de peso.
    • Tratamento personalizado: quem está nessa faixa pode ser monitorado mais de perto e receber orientações adicionais conforme o risco.

    Confira: Pressão alta: como controlar com a alimentação

    O que fazer se sua pressão for 12×8 ou algo nessa casa?

    • Meça a pressão corretamente: 2 ou mais medições em dias diferentes, em condições calmas, com aparelho confiável.
    • Faça mudanças no estilo de vida: controle o sal, perca peso se necessário, alimente-se de forma saudável e pratique atividade física regular.
    • Monitore mais de perto: o médico pode solicitar medições domiciliares ou MAPA (monitorização ambulatorial da pressão arterial).
    • Avalie o risco cardiovascular global: colesterol, glicemia/diabetes, tabagismo, entre outros fatores.
    • Reavalie: se após 3 meses as medidas não forem suficientes e houver alto risco, o médico pode considerar iniciar medicamentos.

    Veja mais: Como controlar pressão alta com mudanças no estilo de vida

    Perguntas frequentes sobre 12×8 e a nova diretriz

    1. Então ter pressão 12×8 agora significa que estou “pré-hipertenso”?

    Sim. A diretriz 2025 reclassifica 120/80 mmHg como início da categoria de pré-hipertensão, não mais como valor normal absoluto.

    2. Isso significa que todo mundo com 12×8 precisa tomar remédio?

    Não necessariamente. A reclassificação serve para aplicar medidas preventivas precoces. Os remédios continuam indicados principalmente para pressão ≥ 140/90 mmHg ou, em casos de 130–139/80–89 mmHg e alto risco, se as mudanças de estilo de vida não bastarem.

    3. Qual aparelho usar para medir a pressão corretamente?

    Use aparelhos validados e meça corretamente: sentado, costas apoiadas, sem falar durante a medição, após alguns minutos de repouso.

    4. Isso está alinhado com as diretrizes internacionais?

    Sim. A Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) introduziu a categoria Elevated BP para 120–139 / 70–89 mmHg e reconhece que essa faixa intermediária merece atenção.

    5. Com que frequência devo medir minha pressão se estiver nessa faixa 12×8?

    Em geral, com maior frequência: medições domiciliares, eventualmente MAPA, e acompanhamento periódico com seu médico.

    6. E se minha pressão estiver ligeiramente acima, como 121/82?

    Você ainda cai na faixa de pré-hipertensão segundo a nova diretriz. A recomendação é reforçar estilo de vida e monitorar de perto.

    Leia também: MAPA: o exame que analisa a pressão arterial por um dia inteiro

  • Apneia do sono e a saúde do coração: uma conexão perigosa 

    Apneia do sono e a saúde do coração: uma conexão perigosa 

    Acordar cansado mesmo depois de uma noite inteira de sono pode ser sinal de algo mais sério do que simplesmente dormir pouco. A apneia do sono é uma condição que interrompe a respiração diversas vezes durante a noite, prejudicando a oxigenação do corpo e roubando a qualidade do descanso.

    Muito além do ronco alto e da sonolência diurna, a apneia tem impactos que preocupam os médicos, afinal, ela pode alterar o funcionamento do coração, elevar a pressão arterial e aumentar as chances de doenças mais sérias, como infarto e AVC.

    Conversamos com a cardiologista Juliana Soares, integrante do corpo clínico do Hospital Albert Einstein, que explicou como a apneia do sono interfere na saúde do coração e por que merece tanta atenção.

    O que é apneia do sono

    A cardiologista explica que a apneia do sono é uma condição em que a respiração é interrompida durante o sono, o que leva a uma queda na oxigenação do organismo. Essas pausas podem acontecer várias vezes por noite e prejudicam profundamente a qualidade do descanso.

    “A fragmentação do sono também não permite com que os estágios mais profundos do sono sejam atingidos, levando a cansaço excessivo, fadiga e sonolência durante o dia”, conta a médica.

    Segundo a especialista, existem três tipos principais de apneia do sono:

    • Apneia obstrutiva do sono: a mais comum, causada pelo relaxamento dos músculos da garganta, que bloqueiam a passagem do ar.
    • Apneia central do sono: mais rara, ocorre quando o cérebro não envia os sinais corretos para a respiração.
    • Apneia mista do sono: mistura das duas situações.

    “Embora possa atingir qualquer idade, ela é mais frequente em homens acima dos 40 anos, especialmente quando há obesidade”, diz a médica.

    Como a apneia afeta o coração

    A cada pausa na respiração, o corpo entende que está sob estresse. “Essas paradas na respiração promovem liberação dos hormônios do estresse, como a adrenalina e o cortisol, aumentando a pressão arterial e podendo levar a aumento da frequência cardíaca”, detalha a cardiologista.

    Com o tempo e o ciclo se repetindo noite após noite, acontece uma sobrecarga contínua no coração. Isso aumenta o risco de pressão alta, arritmias, aterosclerose (formação de placas de gordura nas artérias), resistência à insulina, diabetes, infarto e AVC.

    “Além disso, as pausas respiratórias demandam um esforço maior do coração podendo levar a ao enfraquecimento do músculo cardíaco e consequentemente a insuficiência cardíaca, condição na qual o coração não consegue bombear sangue suficiente para atender as necessidades do organismo”, detalha a especialista.

    “Como esse processo se repete dezenas de vezes durante a noite em quem tem apneia do sono, isso promove uma sobrecarga contínua no coração”.

    Esse processo ajuda a entender por que a apneia está tão ligada a doenças cardíacas graves.

    Leia também: Trabalha sentado o dia todo? Conheça os riscos para o coração e o que fazer

    Sinais de alerta da apneia do sono

    Como desconfiar, afinal, da apneia do sono? Muitas vezes, quem nota primeiro os sintomas é quem dorme ao lado. “Pausas na respiração durante a noite, ronco alto e frequente, sono agitado e despertar várias vezes são alguns dos sinais”, afirma a especialista.

    Durante o dia, os sintomas também aparecem:

    • Acordar cansado;
    • Sonolência excessiva;
    • Dor de cabeça ao acordar;
    • Irritabilidade;
    • Dificuldade de concentração.

    Diagnóstico de apneia do sono: como fazer

    O diagnóstico começa pela história clínica, associada a relatos de quem convive com a pessoa. O exame principal é a polissonografia, que avalia funções do organismo durante o sono, como atividade cerebral, respiração, nível de oxigênio, batimentos cardíacos e intensidade do ronco.

    “Como na maior parte das condições de saúde, quanto mais precoce o tratamento, melhores os resultados”, reforça a cardiologista.

    “Além do tratamento diminuir o risco de doenças cardiovasculares e melhorar a qualidade de vida, ele também ajuda na prevenção de acidentes, visto que a sonolência excessiva durante o dia pode aumentar esse risco”.

    Leia também: Palpitações no coração: o que pode ser e quando procurar atendimento médico

    Tratamento de apneia do sono

    Hoje, pode-se usar alguns aparelhos ou dispositivos para tratar a apneia do sono, como o CPAP, que é um aparelho que envia ar sob pressão através de uma máscara nasal e mantém as vias aéreas sempre abertas. Há também outros aparelhos que podem ajudar, mas somente um médico pode indicar para cada caso.

    “Tratar a apneia ajuda a estabilizar a pressão arterial e a frequência cardíaca, diminuindo risco cardiovascular”, afirma a médica.

    Outra forma de tratar apneia é diminuir os fatores de risco para ela. Um dos principais é a obesidade.

    “O excesso de gordura na região do pescoço pode provocar obstrução das vias respiratórias durante o sono”, explica a especialista. Por isso, perder peso ajuda a controlar a apneia e a saúde cardiovascular.

    Além disso, a médica recomenda:

    • Praticar atividade física regularmente;
    • Diminuir o consumo de álcool (que relaxa a garganta e piora a apneia);
    • Parar de fumar, já que o cigarro inflama as vias aéreas.

    Perguntas frequentes sobre apneia do sono e coração

    1. Todo ronco é sinal de apneia?

    Não. Porém, quando o ronco vem acompanhado de pausas respiratórias, merece investigação.

    2. A apneia pode causar pressão alta?

    Sim. As pausas respiratórias ativam hormônios do estresse que elevam a pressão arterial.

    3. Quem tem apneia sempre precisa usar CPAP?

    O CPAP é um dos tratamentos mais comuns, mas a escolha depende de uma avaliação médica. Em alguns casos, mudanças no estilo de vida já ajudam.

    4. Apneia pode levar a insuficiência cardíaca?

    Sim. O esforço extra exigido do coração ao longo do tempo pode enfraquecer o músculo cardíaco.

    5. Existe cura para a apneia do sono?

    Não há uma cura definitiva, mas o tratamento controla os sintomas e previne complicações.

    6. Perder peso melhora a apneia do sono?

    De forma geral, sim. O emagrecimento reduz a obstrução das vias aéreas e pode diminuir muito os episódios.

    Confira: Como o estresse afeta o coração e o que fazer para proteger a saúde cardiovascular

  • Vai operar? Veja os cuidados para quem tem pressão alta ou já infartou

    Vai operar? Veja os cuidados para quem tem pressão alta ou já infartou

    Quando surge a necessidade de uma cirurgia, seja ela simples ou complexa, uma das principais preocupações dos médicos é avaliar como está o coração do paciente. Isso acontece porque o sistema cardiovascular é diretamente impactado pelo estresse da anestesia, pelo tempo de internação e pelo processo de recuperação.

    No caso de pessoas com pressão alta ou que já passaram por um infarto, a avaliação é ainda mais importante para prevenir complicações durante e após o procedimento. Para entender melhor quais são os principais cuidados e como reduzir riscos, reunimos algumas orientações práticas a seguir!

    Por que o coração precisa de avaliação antes da cirurgia?

    Durante um procedimento cirúrgico, o organismo é afetado por algumas alterações importantes: há liberação de hormônios de estresse, variação da pressão arterial, maior demanda de oxigênio e risco de sangramentos.

    Em pacientes saudáveis e sem histórico cardíaco, isso tende a ser bem tolerado. No entanto, para quem tem hipertensão ou já passou por infarto, a situação é mais delicada, uma vez que podem desencadear complicações durante e após a cirurgia, como:

    • Picos de pressão durante o procedimento, que podem sobrecarregar o coração e os vasos sanguíneos;
    • Sangramento ou dificuldade de controle da pressão arterial;
    • Acidente vascular cerebral (AVC);
    • Infarto.

    “O estresse do procedimento cirúrgico e da anestesia pode sobrecarregar o coração, especialmente se a pessoa já tem uma condição prévia. Em um coração já fragilizado, esse aumento de demanda pode ser insuportável, levando a um desequilíbrio entre a oferta e a demanda de oxigênio, o que pode causar um infarto ou outras complicações”, explica Edilza Câmara Nóbrega, cardiologista formada pelo InCor-HCFMUSP.

    Já tive um infarto, posso operar?

    Ter um histórico de problemas cardíacos, como infarto, não impede a realização de uma cirurgia. No entanto, segundo Edilza, exige um planejamento mais cuidadoso e uma avaliação rigorosa.

    “Esses pacientes precisam de um acompanhamento cardiológico mais detalhado no pré-operatório. A avaliação é muito importante para entender a condição atual do coração, a gravidade do infarto anterior e o risco de um novo evento”, explica a cardiologista.

    Quem precisa obrigatoriamente passar pelo cardiologista?

    A avaliação cardiológica pré-cirúrgica é importante para todas as pessoas, independentemente do tipo de cirurgia, mas existem situações em que a consulta é ainda mais recomendada:

    • Pessoas com pressão alta diagnosticada;
    • Pacientes que já tiveram infarto ou sofreram angina;
    • Quem possui insuficiência cardíaca ou já colocou stent;
    • Portadores de arritmias ou marcapasso;
    • Pessoas com colesterol alto, diabetes ou histórico familiar forte de doenças cardíacas;
    • Pacientes com mais de 65 anos, mesmo sem diagnóstico prévio, dependendo do tipo de cirurgia.

    Sinais de alerta para ficar de olho

    Mesmo que o paciente não tenha diagnóstico confirmado, existem sintomas que servem como alerta para investigar o coração antes da cirurgia. Entre eles:

    • Dor ou aperto no peito;
    • Falta de ar em atividades leves;
    • Palpitações frequentes;
    • Inchaço nas pernas e tornozelos;
    • Cansaço extremo sem causa aparente;
    • Desmaios ou tonturas recorrentes.

    Se algum desses sinais estiver presente, a recomendação é clara: não marcar cirurgia sem antes passar pelo cardiologista.

    O que fazer se a pressão estiver descontrolada no pré-operatório?

    Se, nos dias que antecedem a cirurgia, a pressão arterial estiver muito alta, o primeiro passo é entrar em contato imediatamente com o médico. A pressão elevada aumenta de forma significativa o risco de complicações durante o procedimento, como sangramentos, arritmias, AVC ou até um novo infarto.

    Na prática, o que pode acontecer é o seguinte: se a alteração for leve, o médico pode apenas ajustar a medicação ou recomendar medidas rápidas de controle, como repouso, redução de sal na dieta e monitoramento mais frequente da pressão.

    Porém, quando os valores estão muito altos e persistem mesmo com os remédios, a recomendação pode ser adiar a cirurgia até que a pressão esteja estabilizada.

    Como controlar a pressão arterial antes da cirurgia?

    Nos dias que antecedem a operação, Edilza ressalta que é fundamental seguir rigorosamente as orientações médicas, como:

    • Não interromper o remédio de pressão alta sem orientação médica;
    • Monitorar a pressão diariamente em casa ou em farmácias;
    • Seguir uma dieta equilibrada, com pouco sal e alimentos leves;
    • Evitar álcool e cigarro;
    • Reduzir o estresse e garantir boas noites de sono.

    Se houver qualquer alteração significativa, como picos de pressão acima do habitual, o médico deve ser avisado imediatamente.

    Perguntas frequentes sobre cuidados antes da cirurgia

    1. Quanto tempo depois de um infarto é seguro fazer uma cirurgia eletiva?

    Não existe um prazo único e fixo para todos os pacientes. O tempo de espera para uma cirurgia eletiva após um infarto depende de uma avaliação médica detalhada, levando em conta diversos fatores, como condição geral do paciente e gravidade do infarto.

    2. Quais exames de coração são feitos antes da cirurgia?

    Os mais comuns são o eletrocardiograma (ECG), que registra a atividade elétrica do coração, o ecocardiograma, que mostra imagens do bombeamento do sangue e da função das válvulas cardíacas, e, em alguns casos, o teste ergométrico, que avalia como o coração responde ao esforço físico.

    Além desses, exames laboratoriais de rotina (como colesterol, glicemia e coagulação) ajudam a identificar fatores de risco que podem impactar a cirurgia. Em pacientes com histórico de infarto ou hipertensão descontrolada, o médico pode solicitar exames complementares.

    3. O que pode acontecer se a pressão estiver alta no dia da cirurgia?

    Se a pressão estiver muito elevada, o procedimento pode ser adiado. Isso acontece porque a pressão muito alta durante a cirurgia pode causar problemas sérios, como derrame ou infarto. Por isso, só o anestesista e o cardiologista podem decidir se é seguro seguir ou adiar o procedimento.

    4. O estresse emocional pode atrapalhar o coração antes da cirurgia?

    Sim, pois o estresse faz com que o corpo libere adrenalina e cortisol, hormônios que aumentam a frequência cardíaca e elevam a pressão arterial. Para quem já tem histórico de hipertensão ou infarto, isso pode ser perigoso. A ansiedade excessiva também pode provocar insônia, dificultar o controle da glicemia em diabéticos e até interferir na recuperação pós-cirúrgica.

    5. O álcool deve ser suspenso antes da cirurgia?

    Sim, especialmente em excesso. O álcool desregula a pressão arterial e interfere no funcionamento do fígado, responsável por metabolizar os anestésicos.

  • Excesso de sal: por que é perigoso para o coração e os rins

    Excesso de sal: por que é perigoso para o coração e os rins

    O sal é um ingrediente presente em quase todas as refeições. No entanto, quando em excesso, ele pode ser muito prejudicial à saúde. Consumir muito sal está ligado um risco maior de pressão alta, sobrecarga dos rins e aumento do risco de doenças cardiovasculares, como infarto e AVC.

    Venha entender a fundo por que o excesso de sal pode fazer tão mal a sua saúde e aprenda a deixar a comida saborosa mesmo usando o sal em menor quantidade.

    O que é considerado excesso de sal no Brasil?

    O sal, quimicamente conhecido como cloreto de sódio (NaCl), é muito importante para funções corporais, como o equilíbrio de fluidos e a transmissão de impulsos nervosos.

    “Porém, quando ingerido em quantidade excessiva, pode trazer riscos à saúde”, alerta Giovanni Henrique Pinto, médico especialista em cardiologia pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

    É considerado excesso de sal quando se consome mais do que 5g por dia (cerca de 2g de sódio), ou o equivalente a mais do que uma colher de chá rasa.

    O problema é que, no Brasil, o consumo médio chega a quase o dobro disso, muito por conta dos alimentos industrializados, como pães, molhos e embutidos, que escondem quantidades altas de sódio.

    Como o excesso de sal prejudica coração e rins?

    Quando consumimos muito sal, nosso corpo retém mais água para diluí-lo e manter uma concentração adequada no sangue. Isso aumenta o volume de sangue nos vasos e obriga o coração a trabalhar mais, aumentando a pressão nas paredes das artérias, a chamada pressão arterial, e isso pode provocar pressão alta.

    “Nem todo mundo é igualmente sensível ao sódio. Há uma condição chamada ‘sensibilidade ao sal’, que varia geneticamente e é mais comum em algumas populações, como idosos ou pessoas com histórico familiar de hipertensão”, explica o médico.

    Os rins também sofrem com esse excesso de sal. Como são eles que filtram o sódio do sangue, esse esforço constante para eliminar o excesso pode causar danos e prejudicar a saúde dos rins ao longo do tempo.

    4 principais riscos do consumo excessivo de sal

    De acordo com o dr. Giovanni, os principais problemas associados ao excesso de sal incluem:

    • Pressão alta: o sal (sódio) em excesso aumenta a pressão sanguínea.
    • Problemas nos rins: os rins têm dificuldade para eliminar tanto sódio, o que pode levar a danos crônicos.
    • Inchaço: o corpo retém água para equilibrar o sódio, causando inchaço.
    • Risco cardiovascular: maior probabilidade de infarto e AVC.

    6 alimentos ricos em sal que você não imagina

    Boa parte do sal que consumimos não vem do saleiro. Ele está escondido em alimentos industrializados e ultraprocessados, como:

    • Embutidos, como presunto, salame e salsicha;
    • Queijos amarelos;
    • Pães, bolachas e biscoitos;
    • Temperos prontos e molhos industrializados;
    • Salgadinhos;
    • Fast-food.

    “Nesses alimentos temos muito ingredientes ocultos, como aditivos e conservantes, que podem conter altos níveis de sódio”, destaca o médico.

    Como reduzir o sal sem perder o sabor: 4 dicas práticas

    Reduzir o sal não significa comer comida sem graça. Há várias maneiras de temperar de forma saborosa e ter uma alimentação saudável com baixo consumo de sódio:

    • Use ervas frescas ou secas como alecrim, orégano, salsinha, manjericão;
    • Adicione alho e cebola para dar mais sabor;
    • Substitua o sal por limão ou vinagre em saladas e carnes;
    • Experimente pimentas frescas ou em pó, que dão gosto e estimulam o apetite.

    “É importante estar consciente dos alimentos que você consome, ler os rótulos nutricionais, cozinhar mais em casa e usar alternativas saudáveis para temperar os alimentos. Pequenas mudanças podem fazer uma grande diferença na sua saúde a longo prazo”, diz o médico.

    Por que é tão difícil comer menos sal?

    Além do costume, o dia a dia corrido favorece o consumo de comidas prontas e industrializadas. Segundo o médico, o maior desafio é mudar o paladar e os hábitos. “As pessoas se acostumam ao sabor salgado dos alimentos e podem achar difícil adaptar-se a uma dieta com menos sal”, conta.

    Outro problema é a dificuldade de encontrar opções saudáveis e com bom preço, principalmente em grandes cidades, onde comer fora de casa se tornou rotina. Restaurantes por quilo, lanchonetes e fast-foods costumam exagerar no sal para realçar o sabor dos alimentos.

    A falta de informação também é outra questão. O cardiologista adverte que nem todos sabem como ler rótulos nutricionais ou identificar alimentos com muito sódio, assim como nem todo rótulo deixa claro o que realmente contém no produto.

    Políticas públicas e educação para reduzir o sal

    Campanhas de conscientização, leis de rotulagem e iniciativas do governo têm ajudado os consumidores a fazer escolhas melhores em relação ao sal. No Brasil, os rótulos de alimentos precisam destacar o alto teor de sódio, o que já é um grande avanço.

    “Em nosso país, a normatização da rotulagem nutricional clara e obrigatória ajuda os consumidores a identificarem alimentos com alto teor de sódio e a fazerem escolhas mais saudáveis”, comenta o especialista.

    Por fim, Giovanni acredita que se deve incentivar a indústria alimentícia a reformular os produtos para reduzir a quantidade de sal, açúcar e gordura, o que tornaria os alimentos industrializados mais saudáveis.

    Perguntas frequentes sobre excesso de sal

    1. Quanto sal posso consumir por dia?

    A Organização Mundial da Saúde recomenda:

    • Adultos: máximo 5g de sal por dia (1 colher de chá)
    • Crianças: até 2g de sal por dia
    • Realidade brasileira: consumo médio de 9g/dia (80% acima do recomendado)

    2. Todo tipo de sal faz mal?

    O problema está no excesso, não no tipo. Sal rosa, marinho ou light têm sódio e devem ser usados com moderação.

    3. Como saber se um alimento tem muito sal?

    Leia os rótulos. Se tiver mais de 400 mg de sódio por porção, já é considerado alto.

    4. O que fazer para mudar o paladar?

    Reduza o sal aos poucos e use mais temperos naturais. Com o tempo, seu paladar se adapta.

    5. Comer menos sal melhora a pressão?

    Sim. Reduzir o sódio pode ajudar a controlar a pressão e diminuir o risco de problemas no coração e nos rins.

  • Pressão alta e rins: como proteger a saúde renal

    Pressão alta e rins: como proteger a saúde renal

    A pressão alta é conhecida como um fator de risco para doenças cardíacas, mas o que muita gente não sabe é que ela também pode comprometer os rins, órgãos essenciais para filtrar o sangue e manter o corpo funcionando bem. Quando a pressão alta não é controlada, a saúde dos rins sofre.

    E o mais alarmante é que, quando os danos aparecem, muitas vezes já é tarde demais, como os casos de insuficiência renal. Entender essa relação é o primeiro passo para prevenir complicações graves.

    Neste artigo, você vai entender como a hipertensão afeta os rins, quais são os sinais de alerta, e que mudanças você pode fazer na sua vida para proteger a saúde dos rins.

    O que é pressão alta e por que ela prejudica os rins?

    A pressão alta, ou hipertensão arterial, acontece quando a pressão do sangue nas artérias está constantemente alta, acima de 130×85 em pelo menos duas medições. Ela pode atingir pessoas de todas as idades, mas é mais comum entre idosos, pessoas com diabetes, obesidade, doenças cardíacas e histórico familiar de doenças renais.

    A grande armadilha é que, muitas vezes, os sintomas da pressão alta não são percebidos e ela vai causando danos silenciosamente. Além de coração e cérebro, os rins também são afetados e podem perder parte de sua função com o tempo.

    Como a pressão alta afeta os rins?

    Os rins filtram o sangue, mandam toxinas embora e mantêm o equilíbrio de líquidos dentro do organismo. Quando a pressão está sempre alta, os vasos sanguíneos que irrigam os rins sofrem. Isso reduz o fluxo de sangue e dificulta o trabalho dos rins.

    “Da mesma forma, a doença renal crônica pode desencadear um aumento dos níveis da pressão, o que também eleva o risco de doenças cardiovasculares e morte”, diz Edilza Câmara Nóbrega, médica cardiologista pelo InCor-HCFMUSP.

    4 doenças renais relacionadas à hipertensão

    As doenças renais mais comuns causadas ou agravadas pela pressão alta são as abaixo.

    1. Nefroesclerose hipertensiva

    É quando os vasos sanguíneos dentro dos rins vão sendo danificados pela pressão alta. Com o tempo, isso causa cicatrizes e os rins vão perdendo a capacidade de funcionar. É uma das principais causas de falência dos rins em quem tem pressão alta.

    2. Glomeruloesclerose

    Os glomérulos são como filtros minúsculos dentro dos rins. Essa doença endurece e danifica esses filtros. A pressão alta pode piorar esse problema, dificultando ainda mais o trabalho dos rins.

    3. Lesão renal aguda

    É quando os rins param de funcionar de repente. Pode acontecer por várias razões, e a pressão alta descontrolada é uma delas. Nesse caso, o corpo não consegue eliminar bem as toxinas, o que pode ser perigoso e precisa de atenção médica urgente.

    4. Doença renal policística

    É uma condição hereditária, ou seja, passa de pais para filhos, em que se formam vários cistos (bolsas cheias de líquido) nos rins. Esses cistos crescem com o tempo e a pressão alta pode fazer a doença evoluir mais rápido.

    Sinais de que os rins podem estar sendo afetados pela pressão alta

    A maioria dos problemas renais evolui sem sintomas no começo. Mas, com o tempo, alguns sinais podem indicar que os rins estão comprometidos. Veja alguns deles.

    Inchaço

    Quando os rins não conseguem eliminar o excesso de líquido do corpo, ele pode se acumular nas pernas, tornozelos e pés, causando inchaço. Esse costuma ser um dos primeiros sinais de problema renal.

    Mudanças na urina

    Preste atenção se você começar a urinar muito mais ou muito menos que o normal, se a urina estiver escura, com sangue ou se formar muita espuma. Essas alterações podem indicar que algo não vai bem com os rins.

    Cansaço sem motivo aparente

    Se você anda se sentindo muito cansado, mesmo dormindo bem e sem estar doente, pode ser que os rins não estejam filtrando o sangue como deveriam.

    Náuseas e vômitos

    Quando os rins não funcionam direito, o corpo acumula substâncias que deveriam ser eliminadas. Isso pode causar enjoo e até vômitos frequentes.

    Falta de apetite

    Se você tem sentido menos vontade de comer sem uma causa clara, isso também pode estar ligado a um problema nos rins. Vale investigar com um médico.

    Coceira no corpo

    O acúmulo de resíduos no sangue pode causar coceira constante na pele, principalmente quando os rins começam a falhar.

    Falta de ar

    O acúmulo de líquido no corpo, por causa do mau funcionamento dos rins, pode chegar aos pulmões e dificultar a respiração.

    Confira: Falta de ar: quando pode ser problema do coração 

    Dor nas costas

    Dor nas costas na região lombar também pode estar relacionadas a problemas renais.

    Como proteger seus rins da pressão alta?

    “Para controlar a pressão alta e evitar danos renais é fundamental adotar uma abordagem abrangente que inclua tanto medidas medicamentosas quanto mudanças no estilo de vida”, comenta Edilza. Veja o que fazer.

    Remédios

    Remédios para pressão alta devem ser usados quando o médico prescrever. “Mesmo que a pressão esteja sob controle, não pare os remédios por conta própria”, alerta a cardiologista.

    7 mudanças no estilo de vida para proteger seus rins

    • Boa alimentação: frutas, legumes, grãos integrais e menos sal. A dieta DASH é ótima para isso.
    • Exercício físico regular: 30 minutos de caminhada ou outra atividade aeróbica quase todos os dias.
    • Controlar o peso: manter o peso adequado ajuda a reduzir a pressão arterial.
    • Evitar cigarro e bebida alcoólica: eles prejudicam o sistema cardiovascular e renal.
    • Gerenciar o estresse e dormir bem: um bom sono e técnicas de relaxamento ajudam a controlar a pressão.
    • Acompanhamento médico: faça exames de sangue e urina regularmente e meça a pressão com frequência.
    • Medir a pressão arterial em casa: usar aparelhos em casa pode ajudar a acompanhar o tratamento da hipertensão e evitar problemas nos rins.

      Saiba mais: Excesso de sal: por que é perigoso para o coração e os rins

    Perguntas frequentes sobre pressão alta e saúde dos rins

    1. Toda pessoa com pressão alta terá problemas nos rins?

    Não necessariamente. Mas quando a pressão alta não é tratada, ela pode, sim, afetar os rins com o tempo.

    2. Quem tem problema nos rins pode ter pressão alta?

    Sim. Há uma relação de mão dupla entre doença renal e pressão alta, ou seja, um problema nos rins pode causar pressão alta.

    3. Como saber se meus rins estão sendo afetados?

    Com exames de creatinina, taxa de filtração glomerular e exame de urina, pedidos por um médico.

    4. Só o remédio resolve a pressão alta?

    Os remédios são importantes, mas os hábitos saudáveis fazem toda a diferença no controle da pressão alta.

    5. A alimentação faz diferença na saúde dos rins?

    Sim. Comer bem, com pouco sal e alimentos naturais, ajuda a controlar a pressão alta e a saúde dos rins.

    6. Quais exames devo fazer para acompanhar minha saúde renal?

    Os principais exames são a dosagem de creatinina no sangue, a taxa de filtração glomerular (TFG) e o exame de urina tipo 1. Eles ajudam a identificar alterações na função dos rins, mesmo antes dos sintomas aparecerem.

    7. É possível reverter o problema nos rins causado pela pressão alta?

    Em muitos casos, os danos renais não são reversíveis. Por isso, o mais importante é identificar cedo e controlar a pressão para evitar que o problema avance.

    8. A dor nos rins é um sinal comum de hipertensão?

    Nem sempre. A maioria dos problemas renais causados por pressão alta não provoca dor no início. A dor costuma aparecer apenas em casos mais avançados, quando os rins já estão com problema, ou quando há outra condição associada, como infecção ou pedra nos rins.

    9. Crianças e jovens também precisam se preocupar com pressão alta?

    Sim. Embora mais comum em adultos, a pressão alta também pode afetar crianças e adolescentes, principalmente em casos de obesidade, sedentarismo ou histórico familiar. Por isso, o acompanhamento médico desde cedo é importante.

    10. Tomar muita água ajuda a proteger os rins?

    Manter-se hidratado é importante para a saúde dos rins, mas só a água não previne os danos causados pela pressão alta. O controle da pressão e hábitos saudáveis são essenciais para proteger os rins. Consulte seu médico.

  • Pressão alta: como controlar com a alimentação

    Pressão alta: como controlar com a alimentação

    Você já sentiu o coração bater mais rápido sem motivo aparente, uma dorzinha de cabeça no fim do dia ou um cansaço que não passa? Pode ser só estresse, mas também pode ser pressão alta, um problema de saúde muito comum no Brasil. Quase 20% da população tem hipertensão, segundo o Ministério da Saúde.

    O mais preocupante é que, na maioria dos casos, ela não dá sinais. A pressão alta é uma doença silenciosa e pode estar presente por anos sem causar sintomas, até que aparece algo mais sério, como um infarto ou um acidente vascular cerebral (AVC), também conhecido por derrame. Muitas vezes, ela só é descoberta em exames de rotina.

    Se não for tratada, pode afetar o coração, os rins, os olhos e até o cérebro. Mas há boas notícias, pois é possível controlar a pressão alta e viver com mais saúde, e a alimentação é muito importante nisso.

    O que é pressão alta e por que ela é perigosa?

    A pressão alta é uma doença que acontece quando os níveis da pressão arterial ficam altos por muito tempo, acima de 14 por 9 (ou 140 por 90 mmHg, no nome técnico).

    Segundo o cardiologista Pablo Cartaxo, do Instituto do Coração da USP (InCor), os principais motivos para isso são estar acima do peso, comer muito sal, consumir alimentos industrializados com frequência, comer poucas frutas e verduras e beber muito álcool.

    “O sedentarismo e o estresse também potencializam esses efeitos”, explica o médico.

    Sintomas da pressão alta: o perigo silencioso

    A pressão alta costuma não apresentar sintomas nas fases iniciais, por isso é conhecida como uma “doença silenciosa”. Muitas pessoas só descobrem que estão com pressão alta em uma consulta médica de rotina ou quando já apresentam uma complicação mais grave, como um infarto ou AVC.

    Em alguns casos, especialmente quando a pressão está muito alta ou descontrolada por longos períodos, podem surgir sintomas como dor de cabeça, náuseas, falta de ar, agitação e visão embaçada, sinais que indicam possíveis danos em órgãos como olhos, cérebro, coração e rins.

    Por isso, é muito importante medir a pressão regularmente, mesmo sem sinais aparentes, especialmente em pessoas com fatores de risco como casos na família, sobrepeso ou obesidade, sedentarismo, má alimentação e estresse.

    Detectar a pressão alta cedo permite que se comece um tratamento e que se reduza o risco de complicações cardiovasculares.

    Leia mais: Dieta mediterrânea para pressão alta: como funciona

    Como a alimentação afeta a pressão

    Tudo o que comemos influencia a nossa saúde, e no caso da pressão arterial, isso é ainda mais verdadeiro. Dietas com muito sal, gorduras e produtos industrializados dificultam o controle da doença. Já quem come mais frutas, verduras e alimentos naturais tem mais chance de manter a pressão sob controle.

    O problema é que esses alimentos ruins para a pressão estão presentes no dia a dia de uma boa parte das pessoas. Os alimentos ultraprocessados, que são os refrigerantes, salgadinhos, embutidos, biscoitos recheados e refeições industrializadas congeladas são feitos com muitos ingredientes artificiais, muito sal e quase nenhum alimento de verdade.

    “Esses alimentos costumam concentrar essas substâncias prejudiciais, dificultando o controle da doença. A dieta inadequada também favorece o ganho de peso, outro fator associado ao aumento da pressão”, afirma o cardiologista.

    Sal e pressão alta: a relação perigosa

    Um dos maiores vilões para quem tem pressão alta é o sal. O ideal é não passar de uma colher de chá rasa por dia, o que dá mais ou menos cinco gramas de sal (ou dois gramas de sódio).

    O cardiologista recomenda trocar o sal por temperos naturais, como alho, cebola, limão, ervas (manjericão, orégano, salsa) e especiarias (como cúrcuma e pimenta). Essa mistura deixa os alimentos saborosos e ajuda a reduzir a necessidade do sal para realçar o sabor.

    “Misturas prontas devem ser evitadas por conterem glutamato monossódico e outros aditivos, por serem prejudiciais à saúde e potencialmente aumentarem a retenção de sódio no organismo”, alerta Pablo.

    Alimentos que aumentam a pressão arterial

    Entre os alimentos mais ricos em sal e aditivos estão os embutidos (como salsicha e presunto), salgadinhos, macarrão instantâneo, refrigerantes e biscoitos recheados. O ideal é evitar esses produtos e dar preferência a comidas preparadas em casa.

    Além do sal, o excesso de gordura ruim, a famosa gordura saturada, e de açúcar também atrapalha. Carnes gordurosas, frituras, leite integral em excesso e doces aumentam a chance de ganhar peso, de inflamação no corpo e do consequente descontrole da pressão arterial.

    “Fazer substituições por fontes saudáveis, como azeite de oliva, frutas e castanhas, contribui para o controle da pressão arterial”, orienta o cardiologista.

    Dicas práticas para reduzir o sal na alimentação

    Diminuir o consumo de sal é uma das coisas mais imporantes a se fazer para controlar a pressão alta, mas isso não significa comer comida sem sabor. Uma boa dica é usar temperos naturais como alho, cebola, limão, ervas frescas (salsinha, cebolinha, alecrim e manjericão), cúrcuma e pimenta-do-reino para realçar o sabor dos alimentos sem precisar recorrer ao sal.

    Também vale preparar os próprios alimentos em casa, sempre que possível, para fugir de produtos industrializados que costumam ter grandes quantidades de sódio escondido.

    Outra estratégia é retirar o saleiro da mesa e provar a comida antes de adicionar mais sal. Na hora de fazer compras, é bom olhar os rótulos e procurar produtos com baixo teor de sódio.

    Para quem está começando, vale fazer a redução aos poucos, dando tempo para o paladar se adaptar. Com o tempo, vai ser possível começar a sentir mais o sabor natural dos alimentos e comer com pouco sal vai deixar de ser um sacrifício.

    Dietas recomendadas para hipertensão (DASH e Mediterrênea)

    Dois tipos de alimentação são muito indicados para quem tem pressão alta, que são a dieta DASH (Abordagens Dietéticas para Controlar a Hipertensão, ou, do inglês Dietary Approaches to Stop Hypertension) e a dieta mediterrânea.

    A dieta DASH foi criada especialmente para ajudar no controle da pressão alta e já mostrou resultados bons em muitos estudos. Já a dieta mediterrânea dá mais destaque a azeite de oliva, peixes, grãos integrais, legumes, frutas e verduras, tudo de forma natural, saborosa e com pouco sal.

    Esses dois estilos de alimentação protegem o coração, melhoram o colesterol e diminuem o risco de outras doenças e podem ser feitas como forma de baixar a pressão. Não há alimento específico para baixar a pressão, mas sim o conjunto deles no dia a dia. Por isso, é importante começar a se cuidar já, medir a pressão arterial e visitar um médico regularmente.

    Perguntas frequentes sobre pressão alta

    Qual é a pressão arterial normal?

    A pressão arterial considerada normal é abaixo de 12 por 8 (120/80 mmHg). Quando os valores começam a ultrapassar esse limite, é sinal de alerta. Consulte um médico.

    Quais são os primeiros sintomas da pressão alta?

    A maioria das pessoas com pressão alta não sente nada, por isso ela é chamada de “inimiga silenciosa”. Em alguns casos mais graves, pode causar dor de cabeça, tontura, visão borrada ou falta de ar.

    Quanto sal posso consumir por dia?

    O recomendado é consumir no máximo 5 gramas de sal por dia (no Brasil, a média de consumo é mais que o dobro: 12,3g por dia). É preciso lembrar, porém, que a maior parte do sal que consumimos está presente em alimentos industrializados.

    A pressão alta tem cura?

    A pressão alta não tem cura, mas pode ser controlada com hábitos saudáveis, boa alimentação, atividade física regular e, quando necessário, o uso de remédios prescritos pelo médico.

    Quem tem pressão alta pode praticar exercícios físicos?

    Sim, e isso é muito recomendado. Atividades como caminhada, natação, bicicleta ou dança ajudam a reduzir a pressão arterial. Porém, é sempre importante ter orientação médica antes de iniciar uma rotina de exercícios.

    Pressão alta pode causar outras doenças?

    Sim. Se não for controlada, a pressão alta pode aumentar o risco de infarto, AVC, problemas nos rins e na visão.

    É verdade que estresse aumenta a pressão arterial?

    Sim. O estresse constante pode provocar picos de pressão e dificultar o controle da pressão alta. Aprender a relaxar, dormir bem e ter momentos de descontração ajudam a diminuir esse problema.

    Leia mais: Dieta DASH: como fazer a dieta que ajuda baixar sua pressão