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  • Papanicolau: o exame que ajuda a prevenir o câncer de colo do útero 

    Papanicolau: o exame que ajuda a prevenir o câncer de colo do útero 

    A colpocitologia oncótica, conhecida popularmente como exame de Papanicolau, é um dos testes mais importantes da saúde feminina. Simples, rápido e amplamente disponível no SUS, ele permite detectar alterações celulares no colo do útero antes mesmo que se tornem lesões pré-cancerosas. Ou seja: é um exame que salva vidas.

    Mesmo sendo um procedimento essencial e de fácil acesso, muitas mulheres ainda têm dúvidas ou deixam de fazê-lo com regularidade. Entender como ele funciona e por que é tão valioso é o primeiro passo para manter a prevenção em dia.

    Como é feito o exame?

    O Papanicolau é rápido e, na maioria das vezes, indolor. Durante a consulta:

    • A mulher se deita na maca ginecológica;
    • O profissional introduz um espéculo, que permite visualizar o colo do útero;
    • Com uma escovinha e uma espátula, coleta amostras de células do colo do útero e da vagina;
    • O material é colocado em lâmina ou em meio líquido e enviado ao laboratório.

    Todo o processo leva poucos minutos e é muito seguro.

    Tipos de exame

    Existem duas formas principais de realizar a colpocitologia:

    • Citologia convencional: as células coletadas são depositadas diretamente em uma lâmina de vidro. É o modelo oferecido pelo SUS;
    • Citologia em meio líquido: as células são colocadas em uma solução conservante, o que melhora a qualidade da amostra e permite testes complementares, como o de HPV.

    Ambos têm o mesmo objetivo: identificar precocemente alterações que podem evoluir para câncer.

    O que o exame detecta?

    O Papanicolau pode identificar:

    • Infecções (candidíase, vaginose, tricomoníase);
    • Inflamações;
    • Presença de HPV;
    • Alterações celulares pré-cancerosas.

    A detecção precoce permite tratamentos mais simples, eficazes e menos invasivos.

    Quando fazer o exame

    Segundo o Ministério da Saúde, devem fazer o exame:

    • Mulheres entre 25 e 64 anos que já tiveram relação sexual;
    • A cada três anos, após dois exames anuais consecutivos normais.

    Mesmo após a menopausa, o exame continua essencial.

    Precisa de preparo?

    Sim. Alguns cuidados deixam o resultado mais confiável:

    • Evitar relações sexuais nas 72 horas anteriores;
    • Não usar duchas, cremes ou medicamentos vaginais no período;
    • Evitar realizar o exame durante a menstruação.

    O que significam os resultados?

    Os resultados podem ser:

    • Normal — sem alterações;
    • Alterações benignas — inflamações ou infecções;
    • Alterações suspeitas — células anormais que exigem investigação.

    A classificação segue o Sistema Bethesda, que organiza desde pequenas alterações até lesões de alto grau ou câncer.

    Quando há alterações, o médico pode solicitar repetição do exame, colposcopia ou teste de HPV.

    Por que o exame é tão importante?

    O câncer do colo do útero é um dos tumores mais preveníveis. Com o Papanicolau, é possível identificar alterações antes que evoluam, permitindo tratamento precoce e evitando casos graves.

    É uma ferramenta barata, acessível e extremamente eficaz na prevenção.

    Leia mais: Odor vaginal: quando é normal, sinais de alerta e cuidados

    Perguntas frequentes sobre o exame de Papanicolau

    1. O exame de Papanicolau dói?

    Geralmente não. Pode haver leve desconforto, mas o procedimento é rápido.

    2. Mulheres virgens podem fazer o exame?

    Em geral, ele é recomendado apenas para quem já iniciou atividade sexual. Em casos específicos, o médico pode avaliar a necessidade.

    3. Menstruação atrapalha o exame?

    Sim. O ideal é fazer fora do período menstrual para melhorar a análise das células.

    4. O exame detecta todas as infecções?

    Ele identifica algumas infecções vaginais, mas não substitui testes específicos para ISTs.

    5. Fiz histerectomia. Ainda preciso fazer Papanicolau?

    Depende do tipo de cirurgia e se o colo do útero foi removido. O médico orientará conforme o caso.

    6. Posso fazer o exame grávida?

    Sim. O exame é seguro durante a gestação.

    7. O exame substitui a vacina contra HPV?

    Não. A vacina e o Papanicolau se complementam na prevenção do câncer do colo do útero.

    Leia também: Exame preventivo ginecológico: o que é e quando fazer

  • Exame preventivo ginecológico: o que é e quando fazer

    Exame preventivo ginecológico: o que é e quando fazer

    Você provavelmente já ouviu falar do exame preventivo ginecológico. A questão é que muita gente associa esse cuidado apenas ao papanicolau, sendo que a prevenção vai muito além disso. Esse conjunto de exames ajuda a detectar alterações ginecológicas e é uma oportunidade de cuidar da saúde da mulher de forma integral.

    A ginecologista e obstetra Andreia Sapienza explica que o ginecologista é reconhecido como médico generalista que cuida da saúde da mulher.

    “É claro que temos um foco na saúde feminina geniturinária, principalmente passando por três funções, a menstrual, a obstétrica e a sexual, mas na prevenção nós olhamos de forma mais abrangente e holística”, conta a especialista.

    O que é o exame preventivo ginecológico

    O exame preventivo é uma consulta voltada para avaliar diferentes aspectos da saúde feminina em cada fase da vida. Ele envolve desde a coleta do papanicolau, exame que identifica lesões causadas pelo HPV que podem evoluir para câncer de colo do útero, até exames de imagem e laboratoriais, de acordo com a idade e os fatores de risco de cada mulher.

    “O papanicolau é um exame para prevenção de uma doença, mas o preventivo é quando falamos de tudo da parte ginecológica, ou seja, vamos pensar em câncer de mama, câncer de útero, câncer de colo de útero e outros menos frequentes, como câncer de vagina e câncer de vulva”, explica a médica.

    O preventivo ginecológico também vai olhar outras doenças, como risco cardiovascular e risco de osteoporose. “Isso pensando na mulher que já tem uma certa idade de climatério”, explica a ginecologista.

    Quando começar a fazer o exame preventivo

    A recomendação é que toda mulher inicie o acompanhamento ginecológico após o início da vida sexual. Os exames solicitados, no entanto, variam de acordo com a idade e histórico familiar.

    “Nas mulheres mais jovens, o principal foco de atenção é naquelas doenças com maior prevalência na idade, como câncer de colo do útero. Já entre as mulheres que estão próximas do climatério, a prevenção se volta também para outras doenças, cuja incidência começa a aumentar nesse período da vida”.

    Ou seja, cada fase da vida tem seus focos de atenção e o acompanhamento deve ser adaptado.

    “Mulheres que começam a fazer o acompanhamento cedo costumam se manter nele ao longo das fases da vida: início da vida sexual, fase reprodutiva, filhos, climatério e menopausa. Em cada etapa, a forma de olhar muda, mas o acompanhamento é contínuo”, explica Andreia.

    Principais exames do preventivo

    • Papanicolau e HPV: para rastreamento de câncer de colo de útero;
    • Colposcopia e vulvoscopia: quando há alterações ou HPV positivo, permitem analisar lesões invisíveis a olho nu;
    • Ultrassom transvaginal: avalia útero, endométrio, miomas, ovários, cistos e pólipos;
    • Exames de mama: ultrassonografia em mulheres jovens e mamografia somada ao ultrassom a partir dos 40 anos;
    • Ressonância de mamas: em casos de prótese ou necessidade de avaliação detalhada;
    • Exames de sangue: hemograma, vitaminas, colesterol e glicemia;
    • Exames complementares no climatério: densitometria óssea (a partir de 50 anos), endoscopia e colonoscopia (a partir de 45 anos).

    Para mulheres com prótese de silicone, às vezes o ultrassom ou a mamografia são complementados com a ressonância magnética. “Usamos para ver principalmente detalhes na parte posterior da prótese ou mesmo da integridade da prótese”, explica a médica.

    Diferença entre SUS e saúde privada

    Os protocolos de rastreamento podem mudar dependendo se a mulher faz acompanhamento pelo sistema público ou privado.

    No setor privado, a Sociedade Brasileira de Mastologia recomenda mamografia anual a partir dos 40 anos. Já no SUS, a oferta é diferente.

    “Como o SUS tem a preocupação em ser o melhor equilíbrio entre universal e integral, ele acaba oferecendo a mamografia a cada dois anos a partir dos 50 anos. Como não tem recurso para oferecer para todo mundo todo ano, essa é uma forma de garantir que esse exame seja oferecido para mais pessoas”, explica a médica.

    Como se preparar para o exame preventivo

    Não existe um grande mistério na preparação para o exame.

    “Orientamos que a mulher não tenha relação sexual 72 horas antes da coleta e não esteja menstruada, pois essas situações alteram o resultado”, diz a médica. “Isso não quer dizer que exista uma alteração real, mas pode mascarar o resultado normal e atrapalhar a investigação”.

    No climatério, pode haver atrofia genital intensa. “Se não houver contraindicação, às vezes é prudente preparar a vagina com estrogênio antes do papanicolau para evitar alterações nos resultados”, explica a especialista.

    Perguntas frequentes sobre o exame preventivo ginecológico

    1. A partir de que idade devo ir ao ginecologista?

    A ginecologista recomenda que a menina tenha pelo menos uma consulta inicial quando menstrua, para receber orientações. O outro momento é quando tem ou está prestes a ter a primeira relação sexual, para receber orientações sobre contracepção e começar os exames preventivos.

    2. Preciso ir ao ginecologista todo ano?

    Sim, o ideal é passar em consulta anualmente, pois o ginecologista consegue olhar a saúde da mulher de forma integral e solicitar os exames necessários para cada fase.

    3. O exame preventivo ginecológico inclui só o papanicolau?

    Não. Ele envolve também avaliação das mamas, útero, ovários e outros exames, dependendo da idade da mulher.

    4. Mulheres que nunca tiveram relação sexual precisam fazer?

    Não precisam fazer o papanicolau, mas devem ir ao ginecologista. A consulta é necessária de qualquer forma, porque não se previne só câncer de colo uterino, mas também câncer de mama, de útero, de ovários, além de avaliar vulva e vagina, incontinência urinária e outras condições.

    5. Quem tem prótese mamária precisa de exames diferentes?

    Sim. Às vezes, a ressonância é indicada para avaliar detalhes da prótese e integridade.

    6. O SUS oferece todos os exames do preventivo?

    O SUS segue protocolos próprios, que incluem papanicolau e mamografia a cada dois anos a partir dos 50, além de outros exames conforme a necessidade.