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  • Quem tem problemas cardíacos pode fazer musculação? Cardiologista responde

    Quem tem problemas cardíacos pode fazer musculação? Cardiologista responde

    A musculação é uma prática que usa movimentos repetidos para trabalhar vários grupos musculares, aumentando a carga e a intensidade aos poucos. Ela ajuda a fortalecer o corpo, melhorar a circulação, controlar a pressão arterial e reduzir o esforço que o coração precisa fazer nas tarefas diárias.

    Mas, por ser uma atividade que exige aumento gradual de força e esforço físico, é comum ter dúvida se quem tem problemas cardíacos pode fazer musculação. Afinal, ela segura para pessoas com problemas cardíacos, como pressão alta, arritmias, insuficiência cardíaca, histórico de infarto ou doença arterial coronariana?

    Conversamos com a cardiologista Juliana Soares para entender as principais orientações. Confira!

    Pessoas com problemas cardíacos podem fazer musculação?

    Pessoas com problemas cardíacos podem fazer musculação, e em muitos casos o treino é até recomendado como parte do tratamento.

    A musculatura enfraquecida aumenta o esforço que o coração precisa fazer nas atividades do dia a dia, porque o corpo passa a depender mais do sistema cardiovascular para compensar a falta de força.

    Isso acontece devido à perda de massa muscular, chamada de sarcopenia, que funciona como um fator de risco extra para quem já tem alguma doença cardíaca.

    Quando o corpo ganha força e os músculos ficam mais eficientes, o retorno do sangue para o coração melhora e as tarefas diárias se tornam menos exigentes do ponto de vista cardiovascular. Por isso, o fortalecimento muscular traz benefícios diretos para quem convive com cardiopatias.

    Segundo Juliana, se a pessoa está estável, sem sintomas descompensados e sem sinais que exijam intervenções imediatas, a musculação geralmente é indicada.

    O treino precisa ser adaptado, respeitando limites individuais e com liberação médica, mas pode se tornar uma ferramenta importante para melhorar a capacidade física, a qualidade de vida e a saúde do coração.

    Quem tem marca-passo pode treinar?

    Pessoas com marca-passo podem treinar, desde que sigam cuidados específicos. Primeiro, Juliana explica que é necessário evitar qualquer impacto direto na região onde o gerador está implantado. Logo, atividades com risco de golpes no tórax, como esportes de luta, não são recomendadas.

    A musculação também pode ser feita, mas deve-se evitar cargas muito elevadas, porque esforços intensos podem causar picos de pressão durante o movimento.

    A longo prazo, quando o treino segue as orientações médicas e é ajustado conforme a condição de cada pessoa, a musculação ajuda a reduzir e controlar a pressão arterial, além de melhorar a força muscular e capacidade funcional.

    Quais os benefícios da musculação para o coração?

    Existe uma série de alterações fisiológicas proporcionadas pela musculação que trazem benefícios ao coração, segundo Juliana, como:

    • Melhora da sensibilidade das células à insulina, reduzindo o açúcar no sangue e diminuindo o risco de diabetes;
    • Melhora do retorno do sangue para o coração, já que músculos mais fortes ajudam na circulação e facilitam o trabalho cardíaco;
    • Aumento da eficiência geral do corpo, já que o coração não precisa trabalhar tanto para tarefas simples;
    • Maior flexibilidade dos vasos sanguíneos ao longo do tempo, o que melhora a saúde das artérias;
    • Redução gradual dos níveis de pressão arterial com a prática regular de treino muscular.

    A cardiologista explica que o treino aeróbico e o de força são igualmente importantes para a saúde cardiovascular.

    O treino aeróbico melhora o fluxo de sangue pelo coração, aumenta a eficiência do consumo de oxigênio e, a longo prazo, ajuda muito no controle da pressão arterial. Também melhora o condicionamento geral, tornando a frequência cardíaca mais estável.

    Já o treino de musculação ajuda no fortalecimento muscular, que reduz a sobrecarga do coração, além de trazer melhorias metabólicas importantes que favorecem todo o sistema cardiovascular.

    Cuidados antes de começar na musculação

    Pacientes com condições cardiovasculares precisam de atenção especial durante a musculação. Juliana explica que o primeiro passo é realizar uma avaliação médica antes de iniciar qualquer tipo de treino, para identificar limites, restrições e metas seguras. Ela também é necessária para ajustar alguma medicação antes do início da atividade física.

    Outros cuidados importantes incluem:

    • Manter respiração adequada, soltando o ar no momento da força, para evitar picos de pressão;
    • Evitar chegar à fadiga muscular extrema; o ideal é parar antes de atingir o limite máximo de força;
    • Ter cuidado com mudanças bruscas de posição, que podem causar quedas transitórias da pressão arterial, especialmente em quem usa medicamentos para pressão;
    • Monitorizar a frequência cardíaca durante o treino e respeitar os limites definidos pelo médico;
    • Ajustar cargas, repetições e intervalos de acordo com a orientação profissional.

    Com as adaptações, o treino se torna mais seguro e eficaz para quem convive com doenças cardíacas.

    Sinais de alerta durante a musculação

    Se qualquer um desses sintomas aparece, o ideal é interromper o treino e procurar orientação médica:

    • Dor no peito, aperto, queimação ou desconforto que se espalha para braço, pescoço ou mandíbula;
    • Falta de ar intensa, desproporcional ao esforço realizado;
    • Tontura, fraqueza súbita ou sensação de desmaio;
    • Palpitações fortes, sensação de batimentos irregulares ou muito acelerados;
    • Náuseas, sudorese fria ou mal-estar repentino;
    • Dor de cabeça súbita durante o esforço;
    • Aumento exagerado da pressão arterial percebido por sintomas como visão turva ou zumbido;
    • Dor muscular intensa que impede a continuidade do movimento, diferente da fadiga comum do exercício.

    Confira: Exercícios para fortalecer a coluna: o guia completo para proteger sua postura e prevenir dores

    Perguntas frequentes

    Quem tem hipertensão pode fazer musculação?

    Sim, a musculação é permitida para pessoas com pressão alta, desde que o treino seja ajustado com cargas moderadas e progressão lenta. As cargas muito elevadas podem causar aumentos rápidos da pressão durante o movimento, mas cargas leves ajudam no controle da pressão arterial a médio e longo prazo.

    O treino adequado fortalece grupos musculares importantes para circulação e melhora a saúde das artérias. A prática regular também reduz a necessidade de esforço cardíaco e favorece a estabilização da pressão.

    É obrigatório fazer avaliação médica antes de começar a academia?

    Sim, pois a avaliação médica identifica limitações cardiovasculares, determina frequência cardíaca segura, verifica se há risco de arritmias, avalia a pressão arterial, ajusta os rfemédios e estabelece quais movimentos devem ser evitados.

    Pessoas com histórico de infarto, insuficiência cardíaca, arritmias ou pressão alta precisam conversar com um especialista antes de iniciar qualquer rotina de treino. A avaliação também orienta a intensidade, duração e progressão do programa de exercícios.

    O que uma pessoa com problemas cardíacos deve evitar na musculação?

    A pessoa precisa evitar cargas muito altas, movimentos muito rápidos ou explosivos, treinos que obrigam a prender o ar e séries longas sem intervalo, porque tudo isso aumenta de forma brusca o esforço do coração.

    Também é necessário evitar exercícios que causam muita pressão no tórax ou no abdômen, já que podem elevar a pressão arterial durante o movimento. Treinos até a falha muscular, assim como qualquer exercício que provoque dor, tontura, náusea ou mal-estar, devem ser interrompidos imediatamente.

    A musculação substitui os remédios para o coração?

    O treino fortalece o corpo, melhora a circulação e favorece controle da pressão, mas não substitui remédios prescritos para controlar condições cardíacas.

    A musculação funciona como complemento ao tratamento médico, aumentando a eficiência do organismo e reduzindo riscos, porém a medicação continua sendo parte indispensável do acompanhamento.

    Pessoas idosas com cardiopatia também podem fazer musculação?

    Sim, os idosos se beneficiam muito do fortalecimento muscular, porque a sarcopenia é mais frequente nessa fase da vida e aumenta risco de quedas, fadiga e perda de autonomia. A musculação, quando é suave, melhora equilíbrio, força, mobilidade e controle da pressão arterial.

    Leia também: Pressão alta: 10 atividades físicas para incluir na rotina

  • Férias acabando? Saiba como voltar a treinar sem se machucar

    Férias acabando? Saiba como voltar a treinar sem se machucar

    O descanso e os dias livres ficam para trás quando as férias de cada pessoa terminam e, com o retorno da rotina, surge novamente a necessidade de voltar a treinar, recuperar o ritmo perdido e reorganizar os horários para garantir constância ao longo das próximas semanas.

    Só que, depois de algumas semanas sem treino, o corpo desacostuma ao esforço, a fadiga aparece com mais facilidade e a força diminui — o que torna importante alguns cuidados para evitar dores incapacitantes, reduzir o risco de lesões e permitir que o organismo recupere gradualmente a capacidade de rendimento. Vamos entender mais, a seguir.

    O que acontece com o corpo após semanas sem treinar?

    A partir de duas semanas que o treino é interrompido, o condicionamento aeróbico já começa a cair, porque o corpo perde eficiência para usar oxigênio durante esforços moderados. A força costuma diminuir entre a terceira e a quarta semana sem treino, já que o músculo deixa de receber estímulos regulares e reduz a capacidade de gerar tensão.

    Em cerca de dez semanas longe da atividade física, pesquisas apontam que a perda de força pode chegar a quase 28%, acompanhada por piora do equilíbrio dinâmico, já que o sistema neuromuscular fica menos preciso.

    “Então, quanto maior o tempo de inatividade, mais afetados são os sistemas muscular, esquelético, neural e os demais pelo destreinamento”, explica o profissional de educação física, Álvaro Menezes.

    Isso significa que não é seguro retornar a mesma intensidade de treino que tinha antes das férias, pois isso aumenta a chance de dor muscular intensa, sobrecarga articular e até lesões que poderiam ser evitadas com uma progressão mais lenta.

    O corpo precisa de um período de adaptação para voltar a tolerar cargas maiores, recuperar coordenação e retomar o nível de resistência e força construído ao longo dos meses anteriores.

    Qual período de readaptação é seguro após semanas sem treinar?

    O período de readaptação depende de quantas vezes a pessoa vai treinar durante a semana e de sua experiência, de acordo com Álvaro. Mas, de forma geral, ele pode variar entre 8 a 12 semanas para reganho de força e potência.

    Já no caso do condicionamento aeróbico, o consumo máximo de oxigênio (VO₂) costuma começar a melhorar entre 4 e 8 semanas, podendo retornar aos níveis anteriores por volta de 12 semanas — principalmente quando o treino é bem individualizado e realizado pelo menos três vezes por semana.

    O VO₂ máximo é o indicador que mostra a capacidade do corpo de utilizar oxigênio durante atividades intensas.

    Vale apontar que esse período não significa que você está treinando “fraco”, mas sim ajustando a carga para que o corpo volte a responder aos estímulos sem causar dor incapacitante, sobrecarga articular ou lesões.

    Com o passar das semanas, é possível elevar gradualmente o peso, o número de séries, a velocidade e o tempo de treino aeróbico, sempre observando sinais como fadiga excessiva, dor persistente ou sensação de queda de desempenho.

    Como estruturar volume e intensidade na primeira semana?

    O volume e a intensidade na primeira semana de treino depende muito do nível de experiência e da frequência semanal de treino, mas uma sugestão para quem nunca praticou é:

    • 1 a 2 séries por exercício, para evitar sobrecarga inicial;
    • 8 a 15 repetições, priorizando a técnica correta em vez do peso;
    • 4 a 5 exercícios multiarticulares, como agachamentos, remadas, puxadas e flexões, que ativam vários grupos musculares ao mesmo tempo.

    O ideal é que os exercícios sejam de baixa complexidade, para facilitar a aprendizagem técnica e favorecendo a adaptação neural. A ideia é evoluir de forma gradual, ajustando carga, repetições e variedade de movimentos a cada 4 a 8 semanas, conforme o corpo responde aos estímulos.

    De acordo com Álvaro, os treinos de mobilidade podem contribuir para a prevenção de lesões na retomada das atividades, mas é importante priorizar o treino de força e a melhora da capacidade aeróbica para garantir maior efetividade na redução de riscos. “A mobilidade é apenas um complemento e nem sempre é necessária para todos”, reforça o profissional.

    O que evitar na volta dos treinos?

    Na volta dos treinos, é importante evitar comportamentos que aumentam risco de dor intensa, sobrecarga e lesões, como:

    • Não voltar usando cargas altas, porque os músculos, tendões e articulações ainda não readaptaram ao esforço;
    • Evitar excesso de repetições e séries, já que o volume elevado favorece dor muscular tardia incapacitante;
    • Não treinar muitos dias seguidos, pois o corpo precisa de pausas para recuperar coordenação, força e resistência;
    • Evitar movimentos complexos sem preparo, como variações avançadas de agachamentos, saltos ou exercícios olímpicos;
    • Evitar treinos muito longos, que costumam gerar acúmulo de estresse e dificultam a recuperação;
    • Não ignorar sinais de dor aguda, sensação de puxão, instabilidade ou cansaço extremo.

    O ideal é retomar aos poucos, respeitando o ritmo do corpo e ajustando cargas conforme a resposta nas primeiras semanas.

    Sinais de alerta para ficar atento

    Se qualquer um dos sinais surgir na sua rotina, pode ser um momento de reaver a rotina, hábitos e até consultar um médico para avaliar a necessidade de um detalhamento mais profundo a respeito de sua saúde física e mental.

    Segundo Álvaro, os sinais de alerta incluem:

    • Noites de sono irregulares;
    • Alimentação inadequada;
    • Estresse mental elevado;
    • Sinais de cansaço constante;
    • Sonolência ao longo do dia;
    • Exercícios habituais se tornando exaustivos;
    • Desânimo e vontade de interromper o treino no meio;
    • Queda da imunidade;
    • Falta de paciência.

    Se, durante o treino, você apresentar sintomas mais sérios, como falta de ar fora do habitual, dor no peito, tontura intensa, palpitações, náuseas persistentes ou sensação de desmaio, interrompa a atividade e busque a avaliação de um médico.

    Faça o mesmo: Energia no pré-treino: veja ideias de refeições rápidas para quem treina cedo

    Perguntas frequentes

    Por que o condicionamento aeróbico cai tão rápido durante uma pausa?

    A capacidade cardiorrespiratória depende do trabalho eficiente de pulmões, coração e músculos. Quando o treino é interrompido, o corpo reduz a habilidade de transportar e utilizar oxigênio durante o esforço.

    Em cerca de duas semanas, já existe queda perceptível de desempenho, pois o sistema cardiovascular não é mais desafiado com a mesma regularidade. Isso explica por que subir escadas, fazer caminhadas longas ou realizar atividades habituais pode parecer mais cansativo logo após a volta.

    Como identificar quando o treino está pesado demais?

    Os principais sinais de que você está exagerando no treino incluem cansaço desproporcional, falta de paciência, sonolência persistente, queda de desempenho, dores que não melhoram após alguns dias, irritabilidade e perda de motivação.

    Quando exercícios comuns parecem impossíveis de fazer, existe grande chance de sobrecarga. A solução é reduzir volume e intensidade, priorizar técnica e incluir dias extras de descanso.

    É normal sentir cansaço nas primeiras semanas de treino?

    Sim, pois o corpo está reaprendendo a distribuir energia, coordenar movimentos e lidar com cargas. O cansaço diminui à medida que a readaptação progride, contudo, não é normal sentir exaustão extrema, dor aguda, tontura intensa ou falta de ar exagerada. Nesses casos, o treino deve ser interrompido imediatamente.

    Quem está acima do peso precisa de adaptações diferentes?

    Pessoas acima do peso podem sentir maior impacto nas articulações inferiores, como joelhos, quadris e tornozelos. Por isso, é interessante priorizar movimentos com boa técnica, evitar saltos e escolher exercícios que reduzam a compressão articular.

    O treino de força é fundamental para melhorar a estabilidade e reduzir risco de lesões, enquanto o treino aeróbico pode começar em modalidades com menor impacto, como bicicleta, elíptico ou caminhada. Com a evolução gradual, outras modalidades podem ser incluídas de forma mais segura.

    Pessoas que já treinavam pesado antes voltam mais rápido ao nível anterior?

    Pessoas com histórico de treinos consistentes apresentam recuperação mais rápida, porque possuem maior base de força, coordenação e resistência. A memória muscular facilita o retorno da capacidade física, o que permite uma adaptação mais eficiente aos estímulos.

    Mesmo assim, a retomada não deve ser apressada, e o fato de treinar mais pesado antes não significa que o corpo aguenta cargas máximas logo de início. A progressão segue sendo importante para evitar sobrecarga.

    Quanto tempo pode voltar a treinar depois da cesárea?

    Após a cesárea, é possível voltar a treinar entre seis e oito semanas para atividades leves, enquanto exercícios mais intensos, como musculação ou corrida, costumam ser liberados a partir de 12 semanas ou conforme avaliação do médico.

    É fundamental consultar o obstetra para verificar a cicatrização da cirurgia antes de retomar qualquer prática física, sobretudo após os primeiros 30 dias.

    Leia mais: Canetas emagrecedoras: saiba como evitar a perda de massa muscular

  • Treino full body: o que é, para quem é indicado e como montar

    Treino full body: o que é, para quem é indicado e como montar

    Se você começou a treinar recentemente e está tentando entender como organizar a rotina de exercícios, o modelo full body pode facilitar muito o processo — ainda mais se a sua rotina está agitada.

    Ele concentra movimentos que ativam vários grupos musculares na mesma sessão, o que ajuda a construir força geral, ganhar resistência e desenvolver coordenação sem precisar dividir o treino por regiões do corpo.

    O método também permite uma evolução mais segura, já que o volume é distribuído de forma equilibrada ao longo da semana e o corpo consegue se adaptar com mais naturalidade aos novos estímulos.

    Conversamos com o profissional de educação física Álvaro Menezes para entender como o full body funciona, se existem contraindicações e as vantagens do método.

    O que é um treino full body?

    Um treino full body é um tipo de treinamento no qual o corpo inteiro é trabalhado na mesma sessão , usando exercícios que envolvem vários grupos musculares ao mesmo tempo. Em vez de separar os dias por regiões, como peito, costas ou pernas, ele trabalha tudo em um único treino, o que ajuda a desenvolver força, resistência e coordenação de maneira mais equilibrada e prática.

    De acordo com Álvaro, ele pode ser usado em diferentes níveis de treinamento (iniciante, intermediário ou avançado) e em vários objetivos ao longo da periodização.

    “Por exemplo, em fisiculturistas que estão no período de cutting, que é uma fase crucial próximo da competição, a qual visa maior definição muscular e redução do percentual de gordura ou para indivíduos destreinados que vão iniciar um programa de treino”, explica o profissional.

    Para quem ele é indicado?

    Sendo tão versátil e fácil de ajustar conforme a necessidade, o treino full body pode ser indicado para uma grande variedade de pessoas, como:

    • Iniciantes, que precisam aprender padrões de movimento, desenvolver coordenação e criar uma base sólida de força sem sobrecarga;
    • Intermediários e avançados, que podem usar o full body em fases específicas da periodização, como aumento de gasto energético, manutenção ou cortes de gordura;
    • Fisiculturistas em fase de cutting, que precisam otimizar a intensidade, preservar massa muscular e aumentar o gasto calórico;
    • Pessoas com dificuldade de evolução em treinos divididos, pois o full body melhora frequência por grupo muscular e favorece resposta mais rápida.

    Pessoas com rotina agitada, que não conseguem treinar muitos dias por semana e precisam de sessões completas em menos tempo, também podem se beneficiar do método.

    “Você consegue ter resultados semelhantes ao método tradicional treinando menos vezes na semana e ficando menos tempo na academia ao usar o Full Body”, complementa Álvaro.

    Quais os benefícios do treino full body?

    Por envolver grandes grupos musculares em todas as sessões, o treino full body pode oferecer os seguintes benefícios:

    Maior gasto energético por sessão

    O treino full body ativa vários grupos musculares ao mesmo tempo, o que aumenta de forma significativa a demanda metabólica durante cada sessão. Quanto mais musculatura trabalha simultaneamente, maior é o consumo de energia e o estímulo cardiorrespiratório — e mais eficiente se torna o processo de redução de gordura corporal.

    O treino também contribui para um aumento natural do condicionamento físico, já que o organismo precisa lidar com movimentos amplos e integrados, exigindo mais do sistema cardiovascular e respiratório.

    Melhora expressiva da força geral

    Por priorizar exercícios multiarticulares, o full body fortalece cadeias musculares inteiras em vez de focar apenas em grupos isolados — o que melhora estabilidade, capacidade de gerar força, controle motor e eficiência dos movimentos.

    Com o tempo, o corpo se torna mais resistente e preparado para lidar tanto com atividades do dia a dia quanto com cargas maiores na academia. A progressão tende a ser sólida, porque o estímulo é constante e bem distribuído.

    Evolução técnica acelerada

    A repetição frequente dos mesmos padrões de movimento ao longo da semana facilita o aprendizado motor, então o corpo entende mais rápido o que precisa fazer, melhora a execução, corrige erros de postura e desenvolve coordenação.

    Com isso, o treino fica mais seguro, mais leve e mais natural. Para quem está começando, repetir os padrões é ainda mais importante, porque facilita a construção de postura, ritmo e consciência corporal.

    Organização prática para quem tem pouco tempo

    Como cada sessão trabalha o corpo inteiro, treinos full body feitos duas ou três vezes por semana já conseguem trazer bons resultados. Isso diminui a sensação de estar “atrasado” quando algum dia não dá certo, reduz a frustração e ajuda a manter o hábito por mais tempo.

    A estrutura simples também facilita a vida de iniciantes e de quem tem uma rotina mais corrida.

    Flexibilidade para diferentes objetivos

    O full body funciona para vários objetivos, como ganhar força, melhorar condicionamento, perder gordura, manter resultados ou até complementar fases específicas de treino em níveis mais avançados. Ele se adapta bem porque permite ajustar carga, volume e intensidade conforme a necessidade de cada pessoa.

    Para quem está começando, o full body constrói uma base para evoluir, facilitando o aprendizado dos movimentos, aprimorando a coordenação e aumentando a resistência de um jeito seguro e progressivo.

    Como montar um treino full body durante a semana?

    O treino full body pode ser estruturado de várias maneiras, usando movimentos que envolvem várias articulações ao mesmo tempo.

    Os exercícios como agachamentos, remadas, supino, puxadas e variações de levantamento fazem parte da base, porque ativam grandes áreas do corpo e trazem ótimo retorno.

    Para quem está começando, uma rotina com 2 a 3 treinos por semana, deixando sempre um dia de descanso entre eles, costuma ser suficiente para garantir adaptação e recuperação;

    Em relação ao volume, normalmente 3 a 4 séries por exercício, com 8 a 12 repetições, já oferecem um bom estímulo para ganhar força e massa muscular;

    Os intervalos entre séries podem ficar entre 60 e 90 segundos, tempo adequado para recuperar energia sem deixar o treino perder ritmo.

    Se surgir insegurança ou dificuldade em realizar algum exercício, é importante a orientação de um profissional para ajustar postura, carga e progressão.

    Preciso de suplemento para fazer o treino full body?

    Não é obrigatório usar suplemento para fazer treino full body, e para a maioria das pessoas, já é possível ter resultados com um treino bem feito, alimentação adequada, sono de qualidade e constância. Os suplementos podem ajudar em situações específicas, mas não devem substituir uma rotina equilibrada.

    Antes de usar qualquer coisa, vale conversar com um nutricionista ou outro profissional habilitado, que poderá avaliar a necessidade real e recomendar a melhor forma de incluir suplementos com segurança.

    Como ajustar o treino para evitar lesões?

    Em primeiro lugar, Álvaro explica que a análise que o profissional de educação física precisa fazer ao acompanhar o treino é observar a qualidade da execução, pois um movimento inadequado pode colocar em risco a integridade física da pessoa que está treinando.

    “Quando há uma execução inadequada, somada a cargas que a pessoa ainda não suporta, os riscos aumentam. Logo, não recomendo acrescentar volume de treino com estas etapas comprometidas para que se evite desconfortos, dores e lesões”, aponta o profissional.

    Vale lembrar que ajustes de carga, número de séries e até velocidade do movimento só devem acontecer quando a pessoa demonstra controle total do exercício, boa postura e capacidade de repetir o padrão com segurança. Antes disso, qualquer tentativa de aumento pode gerar uma sobrecarga desnecessária.

    O mais importante é que a progressão seja gradual, respeite limites individuais e permita que o corpo desenvolva força, coordenação e estabilidade sem pressa.

    Existem contradições do treino full body?

    Na maioria das vezes, as contraindicações do treino full body estão ligadas a condições médicas pré-existentes, lesões em fase aguda ou sinais de excesso de treinamento (overtraining), e não ao treino em si.

    Por isso, independentemente do método escolhido, o recomendado é obter liberação médica antes de iniciar a musculação ou qualquer prática de exercícios.

    “Quando há alguma condição cardíaca, doença pré-existente ou limitação funcional, o full body deve ser ajustado à condição individual, garantindo execução segura e adequada às necessidades de cada pessoa”, finaliza Álvaro.

    Confira: Canetas emagrecedoras: saiba como evitar a perda de massa muscular

    Perguntas frequentes

    Treino full body funciona para qualquer pessoa?

    O treino full body funciona para muitos perfis, porque trabalha o corpo inteiro de forma equilibrada e permite ajustar volume e intensidade conforme a necessidade. Iniciantes aprendem movimentos com mais facilidade, já que os padrões se repetem ao longo da semana e aceleram coordenação e consciência corporal.

    Quem tem rotina corrida também pode se beneficiar, pois não precisa dividir treinos por regiões e ainda assim alcança resultados consistentes com poucos dias disponíveis na semana.

    Pessoas mais experientes encontram utilidade em fases de manutenção, aumento de gasto energético ou momentos específicos da periodização. Essa versatilidade faz do full body uma opção prática e eficiente para diferentes níveis.

    Treinar o corpo inteiro em um dia não sobrecarrega?

    Trabalhar o corpo todo em uma única sessão não causa sobrecarga quando o volume e a intensidade estão ajustados. O diferencial está em escolher exercícios eficientes, priorizar movimentos multiarticulares e evitar combinações excessivamente pesadas no mesmo dia.

    Quando o treino é bem planejado, a sessão se torna dinâmica e equilibrada, com distribuição inteligente de esforço. Os músculos recebem estímulos suficientes para evoluir, mas sem aquela exaustão excessiva que prejudica a recuperação.

    No início, o corpo pode sentir cansaço maior pelas adaptações neuromusculares, mas a sensação diminui conforme as semanas passam e o organismo se acostuma ao formato.

    Quantas vezes por semana devo treinar full body?

    Uma rotina com 2 a 3 treinos por semana já é suficiente, especialmente para quem está começando ou para quem tem uma agenda mais agitada. Em níveis intermediários ou avançados, é possível treinar de 3 a 4 vezes, desde que o corpo tenha tempo para se recuperar entre as sessões.

    O mais importante não é treinar todos os dias, e sim manter regularidade e progressão. Quando o volume está bem distribuído, o organismo responde muito bem ao full body, independentemente do número exato de treinos por semana.

    Pessoas com sobrepeso podem treinar full body?

    No caso de pessoas com sobrepeso, o full body pode ser feito sem problemas, desde que o treino seja adaptado ao nível atual. Os movimentos de impacto podem ser evitados no início, priorizando exercícios mais estáveis e controlados, como remadas, puxadas, supino e agachamentos com variações mais simples.

    O full body também fortalece musculaturas que estabilizam articulações importantes, protegendo os joelhos e quadris. Para completar, por estimular grande parte do corpo em cada sessão, o método favorece o gasto energético e pode ajudar no processo de emagrecimento sem gerar sobrecarga desnecessária.

    É normal sentir cansaço maior nas primeiras semanas?

    O cansaço inicial é absolutamente normal, porque o corpo está reaprendendo a mobilizar energia, coordenar músculos, recuperar fôlego e lidar com estímulos que estavam ausentes havia semanas ou meses.

    A fadiga tende a diminuir quando a musculatura se adapta, e isso geralmente ocorre entre a terceira e a quinta semana de constância. O que não é normal é sentir exaustão extrema, dor aguda ou mal-estar intenso. Nesse caso, a intensidade deve ser reduzida.

    Leia mais: Alimentação pré e pós-treino: guia completo para potencializar a musculação

  • 10 coisas para fazer hoje e ganhar mais anos de vida 

    10 coisas para fazer hoje e ganhar mais anos de vida 

    Viver mais é muito bom. Mas viver mais com saúde é ainda melhor. Hoje, a ciência já sabe que várias coisas simples na rotina podem ajudar a ganhar anos de vida no calendário e, de quebra, deixar o dia a dia muito mais leve.

    O cardiologista Giovanni Henrique Pinto, do Hospital Albert Einstein, resume bem. “Os 5 hábitos mais comprovados para viver mais são alimentação balanceada, atividade física regular, sono de qualidade, não fumar e evitar o consumo excessivo de bebida alcoólica”, conta.

    “A isso, somam-se manter peso saudável, controlar pressão, colesterol e glicemia e cultivar relações sociais, reduzindo o estresse”.

    O que fazer para viver mais – e bem

    Venha saber em mais detalhes e como você pode aplicar essas recomendações no seu dia a dia e ter mais longevidade.

    1. Coma bem, mas com prazer

    Nada de radicalismos. O que funciona mesmo é alimentação balanceada: muitos vegetais, frutas, grãos integrais, azeite, oleaginosas, peixes e carnes magras. “Padrões alimentares como o mediterrâneo ou DASH são cardioprotetores”, explica o cardiologista.

    E o que evitar? Afaste-se de alimentos ultraprocessados, ricos em sal, açúcar e gorduras ruins, como saturada e trans. Essas simples alterações já fazem parte de hábitos para viver mais.

    2. Mantenha-se em movimento

    Você não precisa correr maratonas para ter longevidade, a não ser que este seja um objetivo de vida. A atividade física regular, porém, é essencial para viver mais e melhor. Caminhar, pedalar, nadar ou dançar já valem muito. “A recomendação é de ao menos 150 minutos semanais de atividade moderada”, reforça o médico.

    3. Durma bem

    Sono ruim não traz só uma aparência cansada. Ele realmente envelhece por dentro. “O sono inadequado e não reparador, com menos de 6h ou mais de 9h por noite, aumenta o risco de pressão alta, arritmias e diabetes”, alerta o cardiologista. A meta, então, é dormir de 7 e 9 horas de sono reparador por noite, para adultos, para ganhar mais anos de vida.

    4. Diga não ao cigarro

    O cigarro encurta a vida, e isso não é brincadeira. Parar de fumar aos 40 anos, por exemplo, elimina cerca de 90% do risco extra de mortalidade causado pelo tabagismo. “Mesmo entre 45 e 54 anos, parar de fumar pode fazer a pessoa recuperar cerca de 6 anos de vida”, afirma o médico.

    5. Consuma álcool com moderação

    Se você tem costume de ingerir bebidas alcoólicas, faça isso de forma moderada. O excesso está ligado a doenças do coração, do fígado e a vários tipos de câncer.

    6. Controle peso, pressão e exames

    Manter um peso saudável e fazer check-ups regulares é bem importante e fazem parte dos hábitos para viver mais. “Medir pressão, colesterol, glicemia e função dos rins, além de eletrocardiograma e, se necessário, teste ergométrico ou outros exames cardiológicos ajudam a detectar doenças silenciosas”, orienta o especialista.

    7. Movimente os músculos também

    Aqui vai mais uma dica para viver mais. Não é só o exercício aeróbico que conta, o treino de força faz diferença e é recomendado também. O ideal é reservar dois dias por semana de musculação ou exercícios resistidos que ajudam a preservar ou aumentar os músculos.

    8. Cuide da sua mente

    O estresse crônico é um ladrão de anos de vida. “Ele eleva hormônios como adrenalina e cortisol, que aumentam a pressão arterial e a frequência cardíaca”, explica o cardiologista.

    “Isso aumenta o risco de pressão alta, arritmias, infarto e até um problema no coração induzido pelo estresse, a síndrome de Takotsubo ou ‘síndrome do coração partido’”, detalha o especialista.

    Quem quer viver mais se programa para fazer pausas, ter hobbies e momentos de relaxamento na rotina.

    9. Cultive bons relacionamentos

    Amigos e família fazem bem para o coração além do sentido figurado. Estudos mostram que conexões sociais reduzem estresse e podem até prolongar a vida em comparação com quem vive na solidão. Cultivar essas amizades são hábitos saudáveis para viver mais.

    10. Nunca é tarde para começar

    Talvez você pense que já passou da idade para mudar e ter bons hábitos para viver mais, mas o cardiologista garante que não.

    “Mesmo começando aos 40 ou 50 anos, mudanças de estilo de vida reduzem rapidamente o risco cardiovascular e aumentam a expectativa e a qualidade de vida”, diz o médico.

    “Estudos mostram que mudanças saudáveis mesmo após os 50 anos reduzem risco de infarto, AVC e morte prematura. Nunca é tarde para parar de fumar, começar a se exercitar e adotar hábitos saudáveis”, aconselha.

    7 práticas que mais encurtam a vida

    • Fumar;
    • Excesso de peso, especialmente aquele na região da barriga;
    • Sedentarismo;
    • Alimentação ultraprocessada;
    • Pressão alta não tratada;
    • Colesterol alto;
    • Diabetes mal controlado.

    “Esses fatores, juntos, são responsáveis por mais de 70% das mortes cardiovasculares evitáveis”, alerta o médico.

    Perguntas frequentes sobre como viver mais

    1. Existe uma dieta ideal para viver mais?

    Sim. Padrões como a dieta mediterrânea e DASH, ricas em vegetais, frutas, grãos integrais, azeite e peixes, são protetores do coração.

    2. Quantos minutos de exercício devo fazer por semana?

    Pelo menos 150 minutos de atividade moderada ou 75 minutos de intensa, mais dois dias de treino de força, como musculação, por exemplo.

    3. Dormir demais faz mal?

    Sim. Mais de 9 horas por noite de forma habitual pode estar associado a maior risco de doenças. Dormir menos que 7 horas por dia, no entanto, também faz mal.

    4. Parar de fumar depois dos 50 anos ainda vale a pena?

    Sim. O risco de infarto e morte precoce cai significativamente, mesmo em idades mais avançadas. É sempre melhor mudar hábitos do que esperar ainda mais tempo.

    5. O estresse realmente pode matar?

    Sim. O estresse crônico eleva hormônios que sobrecarregam o coração e aumentam as chances de doenças graves.

    6. Quais exames médicos ajudam na prevenção?

    Pressão arterial, colesterol, glicemia, função dos rins, eletrocardiograma e, quando indicado, teste ergométrico ou outros exames cardiológicos.

    7. Posso viver mais mesmo se tiver histórico familiar de doenças cardíacas?

    Sim. Hábitos saudáveis podem reduzir o impacto da genética.

    8. Preciso cortar totalmente o álcool para viver mais?

    Não necessariamente, mas é preciso moderação. Quanto menos, melhor para a saúde a longo prazo.