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  • Tratamento para mioma uterino: opções não cirúrgicas

    Tratamento para mioma uterino: opções não cirúrgicas

    A mulher que descobre um mioma uterino em algum exame de rotina e não sabe bem o que é pode imaginar algo assustador. Mas calma: eles são tumores benignos que podem ser tratados de várias formas, e nem sempre a cirurgia é necessária.

    Para entender melhor o assunto, conversamos com a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza, que explicou como funcionam os tratamentos clínicos e quais as opções para quem quer evitar o centro cirúrgico.

    O que são miomas e quais sintomas causam?

    Os miomas são tumorações benignas, nódulos bem enrijecidos que são compostos de células musculares da camada muscular do útero, explica a ginecologista. “Ninguém sabe muito bem por que eles se formam, mas existe uma tendência genética, e a prevalência é maior em mulheres negras”.

    Eles podem crescer em ritmos diferentes, e isso depende da presença de receptores hormonais no mioma. “Quando têm menos receptores, costumam ficar menores”, explica a médica.

    Principais sintomas de miomas

    • Sangramento uterino anormal: fluxo menstrual mais intenso, cólicas fortes e menstruação prolongada.
    • Compressão pélvica: quando o útero cresce e pressiona órgãos vizinhos, como bexiga e intestino. Isso pode causar dor e desconforto.

    “Em casos raros, os miomas degeneram ou crescem a ponto de causar necrose. A necrose é caracterizada por muita dor, sendo uma urgência ginecológica que precisa ser resolvida rápido. Mas isso é bem menos comum”, diz a médica.

    Quando é preciso tratar?

    Apesar de serem benignos, os miomas precisam de acompanhamento médico. O tratamento pode ser clínico ou cirúrgico, dependendo do caso.

    A cirurgia é indicada quando:

    • O sangramento é tão intenso que não melhora com tratamentos clínicos;
    • O útero está muito aumentado e comprimindo outros órgãos;
    • A dor é constante e limitante.

    Antes disso, porém, há várias formas de controle sem precisar encarar o bisturi.

    Tratamentos clínicos para miomas

    Quando a escolha é pelo tratamento não cirúrgico, o objetivo principal costuma ser controlar o sangramento.

    “A grande maioria vai ter como sintoma o aumento do sangramento genital. Então, temos algumas opções. Podemos bloquear o sangramento com contraceptivos hormonais, e há várias opções de pílulas”, explica a médica.

    • Pílula só de progesterona;
    • Pílula combinada de estrogênio e progesterona;
    • Implantes hormonais.

    O DIU hormonal nem sempre funciona bem. “O DIU é menos indicado, porque muitas vezes o mioma altera a cavidade interna do útero, e o dispositivo pode não ficar bem colocado”, comenta a especialista.

    Outro ponto é tratar a anemia causada pelo excesso de sangramento. Mas isso só resolve se o fluxo for controlado. “É preciso ‘fechar a torneirinha’. Nunca vamos conseguir manter a hemoglobina e o ferro bons se a mulher não parar de sangrar”.

    Além disso, quando há dor associada, entram em cena analgésicos e estratégias de controle. Se o quadro avança, a cirurgia passa a ser discutida.

    Embolização: uma alternativa menos invasiva

    Existe também a chamada embolização dos miomas, um procedimento realizado por um radiologista intervencionista.

    “O médico entra por um vaso da perna (artéria femoral) e vai até a artéria uterina e faz a embolização, ou seja, fecha o vaso que nutre o mioma”, explica a ginecologista.

    Sem sangue, o mioma tende a reduzir ou até desaparecer. É uma boa opção para quem não quer cirurgia, mas há ressalvas:

    • Nem todos os miomas respondem bem;
    • Existe risco de necrose uterina, o que pode levar à necessidade de retirar o útero, ou seja, não é uma opção boa para quem quer engravidar.

    E a fertilidade de quem tem mioma, como fica?

    Miomas podem ou não atrapalhar uma gravidez, e isso depende do tamanho e da localização deles. “Se distorcem internamente o endométrio, atrapalham a implantação do embrião. Alguns ficam perto das tubas uterinas e podem obstruir a passagem do espermatozoide”, explica a médica.

    Há três tipos de miomas, sendo que cada um pode causar um impacto:

    • Submucosos: mais problemáticos, aumentam o sangramento e podem dificultar a gravidez. Eles ficam na parte interna do útero;
    • Intramurais: o impacto varia conforme o tamanho. Miomas muito grandes podem causar problemas. Eles se localizam na parede muscular do útero;
    • Subserosos: crescem para fora do útero, costumam dar menos sintomas e raramente prejudicam a fertilidade.

    O tratamento para mioma uterino vai muito além da cirurgia. Há opções de medicamentos, implantes hormonais, embolização e até estratégias combinadas para controlar sangramento e dor. O mais importante é conversar com um ginecologista e avaliar qual é a melhor alternativa para cada caso.

    Perguntas Frequentes sobre mioma uterino e tratamentos

    1. Mioma sempre precisa de cirurgia?

    Não. Muitos casos podem ser controlados com tratamento clínico, como anticoncepcionais hormonais ou embolização.

    2. O DIU pode ser usado em quem tem mioma?

    Depende. Se o mioma alterar muito a cavidade uterina, o DIU pode não se fixar corretamente.

    3. Miomas podem virar câncer?

    Não. São tumores benignos. Em raríssimos casos, podem sofrer degeneração, mas não se transformam em câncer.

    4. A embolização substitui a cirurgia?

    Para algumas mulheres, sim. Mas há risco de complicações e não é indicada para quem deseja engravidar.

    5. O mioma sempre causa sintomas?

    Não. Alguns passam despercebidos e só são descobertos em exames de rotina.

    6. Quem tem mioma pode engravidar?

    Pode, apenas em alguns casos os miomas podem dificultar a gestação, dependendo do tamanho e da localização.

    7. O mioma pode voltar depois do tratamento clínico?

    Sim. Enquanto o útero for preservado, novos miomas podem aparecer.