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  • Fluxo menstrual intenso: o que é, sintomas e como tratar

    Fluxo menstrual intenso: o que é, sintomas e como tratar

    Você já ouviu falar em menorragia? O quadro, também chamado de fluxo menstrual intenso, ocorre quando a quantidade de sangue eliminada durante a menstruação é maior do que o considerado normal.

    Apesar de muitas vezes ser considerada comum, o fluxo intenso pode afetar diretamente a qualidade de vida, causar anemia e até sinalizar doenças mais sérias, como distúrbios hormonais ou alterações uterinas.

    Mas afinal, como é possível identificar se a menstruação é mais intensa que o normal? Quem convive com a condição costuma sentir impacto direto na qualidade de vida, e alguns sinais podem indicar que é hora de procurar um ginecologista. Entenda mais, a seguir!

    O que é ter um ciclo menstrual regular?

    De acordo com a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza, um ciclo regular dura entre 25 e 35 dias, sendo contado do primeiro dia de uma menstruação até o primeiro dia seguinte. O sangramento deve ter duração de 3 a 7 dias. O padrão mais comum é o ciclo de 28 dias, mas variações dentro desta faixa ainda são consideradas normais.

    No ciclo, há duas fases principais:

    • Fase folicular: dura em média 15 dias e corresponde ao desenvolvimento do óvulo;
    • Fase lútea: ocorre após a ovulação, quando o corpo se prepara para uma possível gestação.

    O fluxo menstrual normal apresenta maior intensidade entre o segundo e o terceiro dia, diminuindo gradualmente até acabar. Muitas mulheres confundem irregularidade com ciclos que simplesmente acontecem duas vezes no mesmo mês, mas que ainda estão dentro da faixa considerada normal.

    O que é menorragia?

    O fluxo menstrual intenso acontece quando a perda de sangue é maior do que o esperado, seja pela quantidade ou pela duração. Nessa situação, o sangramento:

    • Dura mais de 7 dias consecutivos;
    • Exige a troca de absorvente a cada 1 ou 2 horas;
    • Gera coágulos grandes e volumosos;
    • Há episódios de vazamento noturno, mesmo com absorventes adequados;
    • Interfere nas atividades diárias, como trabalhar, estudar ou praticar exercícios.

    Normalmente, pessoas que convivem com a menorragia precisam lidar com a necessidade de trocar absorventes a cada hora, roupas manchadas, noites mal dormidas e até dificuldade para manter compromissos sociais e profissionais.

    De acordo com o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CCD), mulheres com fluxo intenso perdem em média 80 ml de sangue por ciclo, o dobro do volume considerado normal. Em alguns casos, isso pode levar a quadros de anemia — provocando fadiga, tontura e falta de concentração.

    Veja também: Causas comuns de sangramento fora do período menstrual

    Sintomas da menorragia

    Nem sempre é fácil identificar quando o fluxo menstrual está mais intenso que o normal. Por isso, é importante observar alguns sinais, como:

    • Sangramento que dura mais de uma semana;
    • Troca frequente de absorventes (a cada 1 hora);
    • Uso de dupla proteção (absorvente interno e externo juntos);
    • Presença de coágulos grandes;
    • Dores abdominais fortes durante a menstruação.

    Quando procurar ajuda médica?

    Se você apresenta mais de dois desses sintomas com frequência, é fundamental procurar um ginecologista. O fluxo intenso pode ser apenas uma característica do seu corpo, mas também pode estar ligado a problemas de saúde que exigem acompanhamento.

    O que pode causar fluxo menstrual intenso?

    O ciclo menstrual faz parte da vida da maioria das mulheres em idade fértil, mas quando o sangramento é muito intenso, ele pode indicar a presença de algumas condições. Entre as mais comuns, de acordo com pesquisas e orientações da ginecologista Andreia Sapienza, destacamos:

    • Alterações anatômicas: miomas, pólipos e adenomiose;
    • Alterações hormonais: disfunções da tireoide, alterações da prolactina, síndrome dos ovários policísticos;
    • Distúrbios de coagulação;
    • Uso de medicamentos: como anticoagulantes;
    • Fatores ligados ao estilo de vida: como estresse intenso, mudanças de peso ou prática excessiva de exercícios.

    Como é feita a investigação do fluxo menstrual intenso?

    Para descobrir a causa do fluxo menstrual intenso, o médico avalia os sintomas do paciente e pode pedir alguns exames, como:

    • Ultrassonografia transvaginal: avalia o útero e os ovários, identificando miomas, pólipos, cistos e sinais de adenomiose;
    • Exames de sangue: o hemograma detecta anemia, enquanto dosagens hormonais ajudam a verificar a função da tireoide, da prolactina e da ovulação;
    • Exames de coagulação: investigam possíveis distúrbios no sangue que favoreçam sangramentos aumentados;
    • Biópsia do endométrio: indicada em casos específicos, principalmente para mulheres acima dos 40 anos ou com histórico familiar de câncer ginecológico.

    Leia mais: Higiene menstrual: conheça os principais cuidados durante o ciclo

    Tratamentos para fluxo menstrual intenso

    O tratamento do fluxo menstrual intenso varia de acordo com a causa da condição, e pode incluir:

    • Terapia hormonal: com anticoncepcionais orais, DIU hormonal, implantes ou injeções de progesterona, que reduzem ou até suspendem a menstruação;
    • Medicamentos específicos: como o ácido tranexâmico, usados em episódios agudos de sangramento;
    • Anti-inflamatórios não hormonais: que ajudam a controlar cólicas e reduzem discretamente o fluxo;
    • Cirurgias: quando há miomas, pólipos ou outras alterações estruturais que não respondem ao tratamento clínico. Em casos graves, pode ser indicada a histerectomia (retirada do útero).

    Em casos de anemia, também é fundamental indicar um tratamento com suplementação. No entanto, conforme reforça Andrea, não adianta apenas tratar a anemia sem controlar o sangramento: é preciso “fechar a torneira” para que o corpo consiga se recuperar.

    Riscos do fluxo menstrual intenso

    O maior problema do fluxo intenso é a anemia, já que o corpo perde ferro e hemoglobina de forma mais rápida do que consegue repor. Nesse cenário, a pessoa sente cansaço constante, falta de disposição, palpitações, queda de cabelo, unhas frágeis e falta de ar. Em casos graves, a anemia pode causar complicações cardíacas.

    Por isso, o hemograma é geralmente um dos primeiros exames solicitados quando há suspeita de fluxo aumentado. Se o resultado confirmar anemia, é muito provável que a menstruação abundante esteja diretamente ligada ao quadro.

    Perguntas frequentes sobre fluxo menstrual intenso

    1. Como saber se meu fluxo é realmente intenso?

    Se você precisa trocar o absorvente a cada 1 ou 2 horas, usa dupla proteção (absorvente interno e externo juntos), fica mais de 7 dias menstruada ou apresenta sinais de anemia, como cansaço extremo, tontura ou falta de ar, é bem provável que esteja com fluxo menstrual intenso. Nesses casos, é fundamental procurar um médico.

    2. Como diminuir o fluxo menstrual rápido?

    Alguns remédios, como anti-inflamatórios, podem reduzir o sangramento. Porém, só devem ser usados com indicação médica, pois cada caso tem uma origem diferente e a automedicação pode mascarar sintomas importantes ou até piorar o problema.

    3. Chá para diminuir o fluxo menstrual funciona?

    Não existem evidências científicas de que o consumo de chá realmente controle o fluxo intenso. Eles podem até ajudar no alívio de cólicas leves, mas não substituem tratamento médico.

    4. Ibuprofeno diminui o fluxo menstrual?

    Sim. O ibuprofeno, além de aliviar a dor, pode reduzir o volume do sangramento em até 30%, segundo estudos. Mas deve ser usado apenas com orientação médica, principalmente para quem tem problemas gástricos.

    5. Existe diferença entre cólica menstrual forte e fluxo menstrual intenso?

    Sim, são coisas diferentes, mas que podem aparecer juntas. A cólica menstrual (ou dismenorreia) é a dor causada pela contração do útero para eliminar o endométrio, podendo variar de leve a incapacitante.

    Já o fluxo menstrual intenso (menorragia) se refere especificamente à quantidade de sangue eliminada. Uma mulher pode ter cólicas fortes sem apresentar fluxo intenso, e também pode ter fluxo abundante sem sentir muita dor.

    Leia também: Seu ciclo está bagunçado? Saiba quando a menstruação irregular é sinal de alerta

  • Higiene menstrual: conheça os principais cuidados durante o ciclo

    Higiene menstrual: conheça os principais cuidados durante o ciclo

    Controlar o fluxo menstrual faz parte da rotina da maioria das mulheres em idade fértil, sendo um período em que a atenção ao corpo deve ser redobrada, para prevenir infecções, odores desagradáveis e desconfortos.

    De acordo com a ginecologista e obstetra Andrea Sapienza, manter hábitos de higiene adequados é simples, mas exige atenção para evitar erros comuns, como permanecer muitas horas com o mesmo absorvente ou realizar duchas vaginais internas.

    A seguir, esclarecemos as principais dúvidas sobre higiene menstrual e listamos cuidados práticos que podem ajudar a manter a saúde íntima em dia — desde a troca correta dos absorventes até a escolha de roupas adequadas. Confira!

    Por que a higiene no ciclo menstrual é tão importante?

    A menstruação é um processo natural do organismo que ocorre quando o revestimento do útero, chamado endométrio, se desprende e é expelido pela vagina, na forma de sangue, secreções naturais e restos de tecido. Isso acontece quando não há uma gravidez no período de um ciclo menstrual, que dura em média 28 dias.

    Como o ambiente é úmido, somado ao contato prolongado do sangue com a pele e a mucosa vaginal, isso cria condições favoráveis para a proliferação de bactérias e fungos. Por isso, quando a higiene íntima não é feita corretamente, aumentam os riscos de:

    • Infecções vaginais, como candidíase e vaginose bacteriana;
    • Irritações na pele da vulva devido ao contato prolongado com o sangue;
    • Mau odor e sensação de desconforto;
    • Alergias causadas por produtos inadequados.

    Leia também: Seu ciclo está bagunçado? Saiba quando a menstruação irregular é sinal de alerta

    Como deve ser feita a higiene menstrual?

    De acordo com Andrea Sapienza, as recomendações para a higiene íntima durante a menstruação são semelhantes às do dia a dia, mas com alguns cuidados a mais.

    Limpeza externa, nunca interna

    A higiene deve ser realizada apenas na parte externa da vulva, usando movimentos delicados e sem esfregar com força. As duchas vaginais internas não são recomendadas, pois podem remover a flora protetora da vagina e causar desequilíbrios no pH.

    A flora vaginal saudável é formada principalmente por lactobacilos, que atuam como uma barreira natural contra fungos e bactérias. Quando o equilíbrio é alterado, aumentam as chances de infecções como candidíase e vaginose bacteriana.

    Por isso, água corrente e sabonete suave já são suficientes para manter a saúde íntima em dia.

    Uso de sabonetes suaves

    A higiene pode ser feita com sabonete comum suave, de preferência neutro e sem perfume. O uso de sabonetes íntimos específicos não é obrigatório: eles podem ser uma opção para quem prefere ou apresenta alguma sensibilidade, mas não devem ser vistos como regra.

    O que deve ser evitado são produtos com fragrâncias intensas, corantes ou ação antibacteriana forte, que podem irritar a pele, ressecar ou alterar o equilíbrio natural da flora vaginal.

    Em algumas situações, os lenços umedecidos íntimos podem ser usados para evitar resíduo de papel higiênico. O ideal é optar pelos específicos para região íntima, mas os lenços de bebê também servem, desde que sejam suaves, sem perfume forte e que não irritem a pele.

    Frequência de higiene

    Durante o ciclo menstrual, a recomendação é que a higiene da região íntima externa seja feita ao menos duas vezes ao dia, de preferência uma pela manhã e outra antes de dormir.

    Nos dias em que o fluxo estiver mais intenso, ou após a prática de atividades físicas, você pode aumentar a frequência, mas evitando exageros — afinal, o excesso de lavagens também pode prejudicar a proteção natural da pele.

    Evite roupas apertadas ou sintéticas

    Quando a região íntima fica abafada, seja pelo uso de calças muito justas ou de tecidos sintéticos, cria-se um ambiente úmido e quente que favorece a proliferação de fungos e bactérias. Por isso, sempre que possível, é melhor optar por calcinhas de algodão, que permitem maior ventilação e absorvem melhor a umidade natural.

    Troque absorventes com frequência

    As trocas de absorventes devem ser realizadas num prazo de seis a oito horas aproximadamente, a depender do fluxo menstrual. A ginecologista Andrea Sapienza aponta alguns cuidados, dependendo do tipo de absorvente usado:

    • Absorventes externos: trocar conforme o fluxo, mas não deixar acumular sangue por muitas horas. Prefira absorventes com cobertura de algodão;
    • Absorventes internos: podem ser usados, mas não por mais de 8 horas seguidas. A troca é fundamental para evitar proliferação de bactérias;
    • Coletores menstruais: devem ser retirados, lavados e recolocados a cada 6 a 8 horas, no máximo. É importante escolher o tamanho adequado;
    • Calcinhas absorventes: podem ser utilizadas sozinhas ou combinadas com outros métodos. Devem ser trocadas a cada 8 a 12 horas, respeitando as necessidades individuais.

    É recomendado o uso de spray/perfume íntimo?

    O uso de sprays, perfumes íntimos ou qualquer produto com fragrâncias e corantes não é recomendado, já que a região é sensível e pode reagir com irritações ou alergias. A higiene íntima deve ser sempre simples, com o mínimo possível de substâncias químicas.

    Confira: Exame preventivo ginecológico: o que é e quando fazer

    Perguntas frequentes

    1. A falta de higienização correta pode causar problemas?

    Sim. O risco de desequilíbrio da flora vaginal aumenta, favorecendo infecções como candidíase, além de irritações, mau odor e até infecções urinárias.

    2. A vaginose bacteriana pode ser causada por hábitos inadequados de higiene íntima?

    Sim. A higiene inadequada, o uso de duchas vaginais ou de produtos perfumados podem favorecer a condição, que costuma causar corrimento acinzentado e odor desagradável.

    3. Infecção urinária pode ser causada pela falta de higiene durante a menstruação?

    Sim. O canal da uretra pode ser contaminado por bactérias quando a higiene não é feita corretamente. Isso favorece infecções urinárias, que causam dor ao urinar, vontade frequente de ir ao banheiro e até febre.

    4. Ficar muitas horas com o mesmo absorvente pode trazer riscos?

    Sim. O acúmulo de sangue e umidade favorece a proliferação de microorganismos, resultando em infecções, mau odor e irritações na pele. O ideal é trocar absorventes externos a cada 6 a 8 horas.

    5. Posso usar calcinha absorvente em vez de absorventes descartáveis?

    Sim. Elas são seguras e confortáveis, podendo ser usadas sozinhas ou em conjunto com outros métodos. Devem ser trocadas a cada 8 a 12 horas e lavadas corretamente após o uso.

    6. Quais sinais indicam que preciso procurar o ginecologista durante a menstruação?

    Sinais de alerta incluem coceira intensa, ardência, corrimento com cheiro forte, dor ao urinar, fluxo muito maior do que o habitual ou sangramento fora do período menstrual.

    7. Qual o melhor sabonete íntimo?

    O melhor sabonete é o comum suave, neutro e sem perfume. Os íntimos específicos podem ser usados, mas não são obrigatórios. O mais importante é evitar fragrâncias fortes e produtos agressivos. Em caso de dúvidas, converse com o ginecologista.

    Leia mais: Causas comuns de sangramento fora do período menstrual