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  • Cansaço, dor e nevoeiro mental: como reconhecer a fibromialgia 

    Cansaço, dor e nevoeiro mental: como reconhecer a fibromialgia 

    Cansaço constante, dores espalhadas pelo corpo e noites mal dormidas são queixas comuns de quem vive com fibromialgia, uma condição crônica que afeta milhões de pessoas, principalmente mulheres. Mais do que uma simples dor muscular, trata-se de uma síndrome complexa, que interfere no sono, na memória e no bem-estar.

    Apesar de ainda não ter uma cura específica, a boa notícia é que há tratamento. Com diagnóstico correto e um plano de cuidado que combina exercícios, apoio psicológico e acompanhamento médico, é possível reduzir a dor, recuperar a energia e melhorar a qualidade de vida.

    O que é fibromialgia

    A fibromialgia (FM) é uma síndrome caracterizada por dor muscular crônica e difusa, que afeta diversas partes do corpo. É mais frequente em mulheres e costuma vir acompanhada de fadiga intensa, sono não reparador, dificuldades de memória e concentração (chamadas de “nevoeiro mental”), ansiedade e depressão.

    Esses sintomas podem dificultar as tarefas rotineiras e atrapalhar a vida profissional e social.

    Quais são as causas da fibromialgia

    Ainda não existe uma única causa identificada, mas a fibromialgia parece acontecer quando o sistema nervoso central amplifica os sinais de dor — ou seja, estímulos leves passam a ser percebidos como dolorosos.

    Entre os fatores que participam desse processo estão:

    • Alterações nos neurotransmissores, substâncias que transmitem sinais no cérebro;
    • Predisposição genética;
    • Estresse prolongado;
    • Infecções;
    • Problemas hormonais;
    • Lesões ou doenças inflamatórias prévias.

    Como a fibromialgia se manifesta

    Os sintomas variam, mas os mais comuns são:

    • Dor generalizada e contínua, em forma de dor muscular ou sensação de “queimação”;
    • Fadiga intensa, mesmo após dormir por longas horas;
    • Sono não reparador, com sensação de cansaço ao acordar;
    • Dificuldade de memória e concentração (“nevoeiro mental”);
    • Alterações de humor, como ansiedade e depressão;
    • Sensibilidade aumentada ao toque, com pontos dolorosos espalhados pelo corpo.

    A condição pode surgir gradualmente ou após um fator desencadeante, como trauma físico, infecção ou estresse intenso.

    Problemas associados

    A fibromialgia frequentemente aparece junto com outras síndromes de sensibilidade aumentada, como:

    • Síndrome do intestino irritável;
    • Bexiga hiperativa;
    • Enxaqueca crônica;
    • Dores na face (ATM);
    • Sensibilidade a cheiros fortes ou produtos químicos.

    Também é comum a associação com transtornos de humor, como ansiedade e depressão.

    Diagnóstico da fibromialgia

    O diagnóstico é clínico, feito pelo médico com base nos sintomas e no exame físico.

    De modo geral, considera-se fibromialgia quando há:

    • Dor difusa em várias regiões do corpo por mais de três meses;
    • Sensibilidade aumentada ao toque em diferentes áreas (os chamados tender points).

    Os exames de sangue e imagem costumam ser normais. O médico, no entanto, pode solicitar alguns testes para descartar outras doenças, como:

    • Exames de tireoide;
    • Marcadores de inflamação;
    • Dosagem de cálcio;
    • Avaliação da força muscular e, em alguns casos, pesquisa de infecções relacionadas.

    Tratamento: como aliviar os sintomas

    Não existe uma cura única para a fibromialgia, mas há muitas formas de controle. O tratamento é individualizado e combina medidas não medicamentosas, uso criterioso de medicamentos e apoio psicológico.

    1. Medidas não medicamentosas (fundamentais)

    • Educação sobre a doença: entender o que é a fibromialgia ajuda a lidar melhor com os sintomas;
    • Exercícios regulares: atividades leves, como caminhada, hidroginástica, alongamentos e exercícios aeróbicos, trazem grande alívio. O ideal é começar devagar e aumentar aos poucos;
    • Fisioterapia e reabilitação: ajudam a melhorar o movimento e a força muscular;
    • Tratamento do sono: manter rotinas fixas e adotar higiene do sono; o médico pode orientar ajustes ou terapias complementares;
    • Terapias psicológicas: a terapia cognitivo-comportamental (TCC) e técnicas de manejo do estresse reduzem o sofrimento emocional e melhoram o funcionamento;
    • Pacing (ritmo): aprender a dosar as atividades e intercalar períodos de descanso ajuda a evitar pioras bruscas de dor e cansaço.

    2. Medicamentos

    O uso de medicamentos deve sempre ser feito com orientação médica, avaliando benefícios e riscos. Podem ser indicadas:

    • Analgésicos;
    • Antidepressivos, que ajudam na regulação da dor e do humor;
    • Relaxantes musculares, para aliviar a rigidez.

    A escolha depende do perfil e das necessidades do paciente.

    Dicas práticas para o dia a dia

    • Mantenha horários regulares de sono e evite telas antes de dormir;
    • Faça atividade física regular, mesmo que leve;
    • Pratique relaxamento, como respiração, alongamento ou meditação;
    • Divida as tarefas e respeite os limites do corpo;
    • Busque apoio psicológico e, se possível, participe de grupos de apoio;
    • Converse com o médico sobre todos os sintomas e medicamentos usados.

    Confira: Alongamentos simples para aliviar dores musculares: veja quando e como praticar

    Perguntas frequentes sobre fibromialgia

    1. Fibromialgia é uma doença reumatológica ou psicológica?

    É uma síndrome de amplificação da dor, com origem no sistema nervoso central. Pode ter impacto físico e emocional, mas não é apenas psicológica.

    2. Quem tem fibromialgia sente dor o tempo todo?

    A dor costuma ser constante, mas varia de intensidade conforme o estresse, o sono e o nível de atividade física.

    3. A fibromialgia tem cura?

    Não existe cura definitiva, mas com tratamento adequado é possível controlar os sintomas e viver bem.

    4. O exercício físico piora a fibromialgia?

    Não. Quando feito de forma leve e progressiva, o exercício reduz a dor e melhora o sono e o humor.

    5. É possível trabalhar com fibromialgia?

    Sim, com ajustes de rotina e acompanhamento médico, a maioria das pessoas pode manter suas atividades normais.

    6. Remédios para depressão ajudam na fibromialgia?

    Sim. Alguns antidepressivos atuam também nos mecanismos da dor, melhorando o controle dos sintomas.

    7. O que piora a fibromialgia?

    Estresse, sono ruim, sedentarismo e excesso de esforço estão entre os principais fatores de piora.

    Leia também: Fisioterapia preventiva: cuidar antes da dor aparecer pode mudar sua saúde