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  • Exames de rotina para prevenir câncer: conheça os principais 

    Exames de rotina para prevenir câncer: conheça os principais 

    Você está com seus exames de rotina em dia? Além de fundamentais para monitorar a saúde, eles ajudam a identificar precocemente condições graves — como o câncer, uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo.

    Quando descoberto no início, as chances de sucesso do tratamento aumentam, os efeitos colaterais tendem a ser menores e, muitas vezes, é possível evitar procedimentos mais agressivos.

    Ao longo da vida, recomenda-se adotar o hábito de realizar exames de rastreamento com regularidade — que variam conforme idade, histórico familiar e fatores de risco individuais. A seguir, reunimos orientações essenciais com base em recomendações de especialistas.

    O que são exames de rotina para prevenir câncer?

    São avaliações médicas periódicas (sangue, análises clínicas e/ou imagem) realizadas mesmo em pessoas sem sintomas. Eles detectam alterações suspeitas no início, quando o tumor ainda está em fase inicial — ou até antes de surgir.

    De acordo com o Ministério da Saúde e o INCA, a detecção precoce ocorre de duas formas:

    • Rastreamento: para pessoas aparentemente saudáveis dentro de um grupo de risco/idade (ex.: mamografia; Papanicolau).
    • Diagnóstico precoce: investigação rápida diante de sinais de alerta (sangramentos, nódulos, dores persistentes) para aumentar a chance de cura e reduzir tratamentos agressivos.

    Quais exames de rotina para prevenir câncer são necessários?

    Há protocolos bem estabelecidos para mama, próstata, colorretal, colo do útero e, em situações específicas, pulmão. Um check-up anual a partir dos 30 anos (consulta clínica + exames básicos) é uma boa referência. Mediante sintomas ou riscos adicionais, o médico pode solicitar exames complementares.

    Exames de rotina para prevenir câncer de mama

    Segundo o INCA, é o câncer mais comum entre mulheres (excluindo pele não melanoma).

    • Ministério da Saúde: mulheres de 50 a 69 anos — mamografia a cada 2 anos.
    • Sociedades internacionais: iniciar aos 40 anos, anualmente, até ~75 anos.
    • Após os 75 anos: individualizar (saúde geral e expectativa de vida).
    • História familiar: começar 10 anos antes da idade do diagnóstico do parente mais jovem (mãe/pai/irmãos).

    Homens também podem ter câncer de mama (raro). Nódulos, secreção sanguinolenta ou alterações na pele da mama exigem avaliação.

    Exames de rotina para prevenir câncer de próstata

    Exames mais utilizados: PSA (sangue) e toque retal.

    • Sem histórico familiar: iniciar aos 50 anos; repetir anualmente.
    • Com parente de 1º grau ou homens negros: iniciar aos 45 anos.
    • Regra dos “10 anos antes”: antecipe conforme a idade do parente diagnosticado.

    Importante: Ministério da Saúde e OMS não recomendam rastreamento universal de assintomáticos devido a possíveis falsos-positivos, procedimentos desnecessários e sobrediagnóstico. Decisão deve ser individualizada após discutir riscos e benefícios com o médico.

    Exames de rotina para prevenir câncer colorretal

    Geralmente se origina de pólipos no intestino grosso/reto. O exame de referência é a colonoscopia.

    • Início: aos 45 anos na população geral.
    • História familiar: 10 anos antes da idade do parente mais jovem diagnosticado.

    Periodicidade (pode variar):

    • Condições normais: a cada 3 anos.
    • Duas colonoscopias consecutivas negativas: estender para 5–10 anos.
    • Achado de pólipos/adenomas: repetir em 1 ano.

    Exames de rotina para prevenir câncer do colo do útero

    Fortemente associado ao HPV. Prevenção: vacinação + Papanicolau.

    • Início: aos 25 anos (se já iniciou vida sexual) até 64 anos.
    • Periodicidade: anual; após dois exames normais consecutivos, a cada 3 anos.
    • HIV/imunossuprimidas: manter coleta anual.
    • Após histerectomia total por causas não neoplásicas: pode suspender (avaliar com o médico).

    Leia também: 7 sintomas iniciais de câncer que não devem ser ignorados

    Exames de rotina para prevenir câncer de pulmão

    Rastreamento indicado apenas para alto risco com tomografia de tórax de baixa dose.

    • Critério principal: ≥ 30 maços/ano.
    • Critério adicional: ≥ 20 maços/ano + fator de risco (DPOC, história familiar, exposição ocupacional relevante).

    Outras recomendações

    Câncer de pele não melanoma

    Mais comum no Brasil (~30% dos tumores). Faça autoexame periódico e observe a regra ABCDE:

    • Assimetria;
    • Bordas irregulares;
    • Cor variável;
    • Diâmetro > 6 mm;
    • Evolução (mudanças ao longo do tempo).

    Pele clara, história familiar e queimaduras solares na infância elevam o risco. Alterações exigem avaliação dermatológica.

    Câncer de boca

    Detectável em consultas médicas/odontológicas. Sinais: feridas que não cicatrizam, manchas esbranquiçadas/avermelhadas, sangramentos, dor persistente.

    Fatores de risco: tabagismo, álcool e HPV. Consultas regulares ao dentista e abandono do fumo/álcool são estratégias-chave de prevenção.

    Quais são os fatores de risco para o desenvolvimento de câncer?

    • Idade: risco aumenta com o envelhecimento.
    • Genética/hereditariedade: mutações (ex.: BRCA1/BRCA2) e histórico familiar.
    • Tabagismo: principal fator para pulmão; eleva risco de vários outros.
    • Alimentação inadequada: carnes processadas/vermelhas ↑ risco colorretal; baixa ingestão de frutas/verduras ↓ proteção.
    • Sobrepeso/obesidade: associados a maior risco (inflamação crônica, alterações hormonais).
    • Álcool: consumo elevado ↑ risco (boca, fígado, cólon, entre outros).
    • Infecções virais: HPV (colo do útero); HIV aumenta vulnerabilidade.

    Aproximadamente 30% dos casos poderiam ser evitados com hábitos saudáveis: não fumar, moderar álcool, alimentação variada e pouco ultraprocessada, atividade física regular e controle do peso.

    Perguntas frequentes sobre exames de rotina para prevenção do câncer

    1. Quem deve começar o check-up anual e quando?

    Em geral, homens e mulheres a partir dos 30 anos, com consulta clínica e exames básicos — mesmo sem sintomas. Não substitui rastreamentos específicos (mamografia, Papanicolau, etc.).

    2. A partir de que idade fazer mamografia?

    MS/INCA: 50–69 anos, a cada 2 anos. Sociedades internacionais: iniciar aos 40, anual. Histórico familiar: começar 10 anos antes do caso mais jovem na família.

    3. Homens podem ter câncer de mama?

    Sim, embora seja raro. Fique atento a nódulos, retração do mamilo e secreção sanguinolenta.

    4. Todas as mulheres precisam fazer Papanicolau?

    Indicado para quem já teve atividade sexual. Não é necessário para mulheres sem vida sexual, pós-histerectomia total por motivos não oncológicos ou acima de 64 anos com histórico de exames normais (confirmar com o médico).

    5. E se um exame indicar alteração suspeita?

    São feitos exames confirmatórios (ex.: ultrassom, biópsia, colposcopia). O passo seguinte é não interromper a investigação até concluir o diagnóstico.

    6. Diferença entre diagnóstico precoce e rastreamento?

    Rastreamento: em assintomáticos, por faixa etária/risco. Diagnóstico precoce: investigação diante de sintomas. São estratégias complementares.

    7. Tomei vacina contra HPV. Ainda preciso do Papanicolau?

    Sim. A vacina não cobre todos os subtipos e muitas mulheres já tiveram contato com o HPV antes da imunização. Mantenha o exame até os 64 anos (ou conforme orientação médica).

    8. Câncer de mama hereditário é frequente?

    Não. Apenas 5%–10% dos casos são hereditários (BRCA1/BRCA2). A maioria é esporádica, ligada ao envelhecimento e fatores ambientais.

    Leia também: Imunoterapia: a estratégia que transforma o corpo em arma contra o câncer

    Este conteúdo é informativo e não substitui avaliação médica. Procure seu(ua) médico(a) para um plano de rastreamento personalizado.