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  • Esquizofrenia: o que é e como identificar os primeiros sinais 

    Esquizofrenia: o que é e como identificar os primeiros sinais 

    A esquizofrenia costuma ser lembrada com medo e estigma, mas o conhecimento atual mostra uma realidade muito diferente. Muitas pessoas diagnosticadas estudam, trabalham, mantêm vínculos afetivos e levam uma vida plena quando recebem o tratamento correto. Entender o que a doença é, reconhecer seus sinais e saber como funciona o cuidado ajuda a reduzir o medo e aproxima quem precisa de suporte.

    O que é esquizofrenia?

    A esquizofrenia é um transtorno mental crônico que altera a forma como a pessoa pensa, sente, percebe o mundo e organiza o comportamento. Costuma começar no fim da adolescência ou no início da vida adulta. Surge pela soma de vários fatores, como predisposição genética, alterações neurobiológicas, infecções na infância e situações adversas importantes.

    Principais sintomas da esquizofrenia

    Sintomas positivos

    Representam um acréscimo ao funcionamento mental típico.

    • Delírios, como acreditar em algo sem base na realidade.
    • Alucinações, principalmente ouvir vozes quando não há fonte externa.
    • Pensamento desorganizado, dificuldade em seguir uma linha lógica.
    • Comportamentos agitados ou incoerentes.

    Sintomas negativos

    Indicam perda ou redução de funções importantes.

    • Menor expressão emocional.
    • Pouca motivação.
    • Redução da fala espontânea.
    • Dificuldade para iniciar tarefas do dia a dia.

    Essas manifestações podem ser confundidas com desinteresse ou preguiça, mas fazem parte da doença e têm base neurológica.

    Sintomas cognitivos

    Aparecem na rotina.

    • Dificuldade de concentração.
    • Falhas de memória recente.
    • Problemas para organizar atividades simples.

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico é clínico e feito por um psiquiatra. A avaliação considera:

    • Quais sintomas estão presentes.
    • Há quanto tempo eles acontecem, geralmente seis meses ou mais.
    • Como afetam o funcionamento da pessoa.

    Exames de sangue ou imagem não confirmam a esquizofrenia. Eles servem apenas para descartar outras causas.

    Uma observação importante: um episódio psicótico isolado não define esquizofrenia. O diagnóstico depende da evolução ao longo do tempo.

    Sinais precoces que merecem atenção

    • Mudanças bruscas de comportamento.
    • Isolamento repentino.
    • Perda de interesse por atividades antes prazerosas.
    • Desconfiança excessiva.
    • Percepção de vozes ou sons inexistentes.

    Identificar cedo facilita o tratamento e melhora muito o prognóstico.

    Como é o tratamento da esquizofrenia?

    Medicamentos antipsicóticos

    São a base do manejo e reduzem delírios, alucinações e desorganização.

    • Antipsicóticos de primeira geração.
    • Antipsicóticos de segunda geração, mais modernos e com menos efeitos motores.

    A resposta costuma ser gradual. O psiquiatra ajusta doses e troca medicamentos quando necessário. Podem ocorrer efeitos colaterais como sonolência, rigidez ou ganho de peso, mas existem alternativas seguras.

    Psicoterapia

    A Terapia Cognitivo Comportamental ajuda a lidar com sintomas persistentes, identificar gatilhos, organizar rotina e treinar habilidades sociais.

    Reabilitação psicossocial

    Favorece autonomia e funcionamento diário.

    • Atenção multiprofissional.
    • Treinamento ocupacional.
    • Orientação familiar.
    • Ajustes de rotina, sono e autocuidado.

    Hábitos que ajudam

    • Manter sono regular.
    • Evitar álcool e drogas.
    • Atividade física leve.
    • Pequenas metas diárias.
    • Família bem informada e presente no cuidado.

    Vida a longo prazo

    Com tratamento contínuo, muitas pessoas trabalham, estudam, constroem família e levam vida independente. O maior risco é interromper o tratamento, pois isso aumenta a chance de recaídas.

    Por que ainda existe tanto estigma?

    Mitos ainda circulam:

    • Pessoas com esquizofrenia seriam violentas.
    • Não poderiam trabalhar.
    • Seriam imprevisíveis.

    A ciência mostra outra realidade:

    • Quem está em tratamento tem baixa taxa de violência.
    • Pode estudar, trabalhar e manter relações estáveis.
    • Pode planejar, assumir responsabilidades e ter autonomia.

    O estigma afasta do cuidado e atrasa o diagnóstico.

    Casos extremos não representam a maioria

    Situações raras de comportamento arriscado chamam atenção da mídia, como o episódio do rapaz que entrou na jaula de uma leoa e morreu. Esses casos não refletem o cotidiano de quem vive com esquizofrenia. Geralmente envolvem combinação de vários fatores:

    • Tratamento interrompido.
    • Sintomas psicóticos intensos.
    • Uso de substâncias.
    • Ausência de acompanhamento.
    • Estresse extremo.

    Casos assim são exceção. O que não aparece nos jornais são milhares de pessoas estáveis que vivem normalmente.

    Confira: Autismo em adultos: sinais que você pode não saber e quando buscar diagnóstico

    Perguntas frequentes sobre esquizofrenia

    1. A esquizofrenia tem cura?

    Não, mas o tratamento controla os sintomas e garante boa qualidade de vida.

    2. Esquizofrenia causa múltiplas personalidades?

    Não. Múltiplas personalidades pertencem a outro transtorno.

    3. O tratamento é só com remédios?

    Não. Medicamentos são essenciais, mas psicoterapia e reabilitação ajudam muito.

    4. A esquizofrenia pode surgir de repente?

    Pode, mas muitos apresentam sinais precoces.

    5. Quem tem esquizofrenia pode trabalhar?

    Sim. Muitas pessoas mantêm emprego, estudam e vivem de forma independente.

    6. Drogas podem desencadear esquizofrenia?

    Podem aumentar o risco, principalmente em pessoas predispostas.

    7. É possível prevenir?

    Não há prevenção garantida, mas evitar drogas e buscar ajuda cedo reduz bastante o impacto.

    Veja mais: Síndrome de Burnout: entenda quando o cansaço ultrapassa o limite