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  • Escarlatina: uma infecção antiga que ainda exige atenção hoje

    Escarlatina: uma infecção antiga que ainda exige atenção hoje

    Doença muito conhecida no passado, a escarlatina volta à atenção da medicina moderna como uma infecção que, apesar de antiga, ainda exige vigilância. Quando não tratada corretamente, pode evoluir para problemas que afetam o coração, os rins e até causar infecções graves secundárias.

    Nos últimos anos, a conscientização sobre seu diagnóstico rápido e tratamento adequado ganhou espaço, especialmente em ambientes pediátricos. Entender como reconhecer os sinais, como ela se espalha e quais medidas adotar pode fazer toda a diferença para proteger crianças e adultos.

    O que é a escarlatina

    A escarlatina é uma doença infecciosa causada pela bactéria Streptococcus pyogenes — a mesma que provoca amigdalite. Embora seja mais comum em crianças, ela também pode afetar adultos. O nome “escarlatina” deve-se ao exantema vermelho característico que surge na pele: uma erupção cutânea avermelhada e com textura típica, que confere à doença seu apelido visual.

    Transmissão e período de incubação

    A transmissão ocorre por contato direto com saliva ou secreções de pessoas infectadas. O período de incubação — ou seja, entre a exposição ao bacilo e o surgimento dos primeiros sintomas — varia de 2 a 5 dias.

    Sinais e sintomas

    A escarlatina frequentemente começa como uma gripe forte ou amigdalite, evoluindo com manifestações na pele mais específicas após 2 dias. Depois de 3 a 4 dias, pode ocorrer descamação da pele.

    Principais sintomas:

    • Febre alta súbita;
    • Dor de garganta intensa (às vezes com pus nas amígdalas);
    • Mal-estar geral: cansaço, dor de cabeça, falta de apetite;

    Exantema cutâneo (erupção vermelha):

    • Surge entre 12 e 48 horas após o início da febre;
    • Começa no pescoço e tronco e se alastra para braços, pernas e rosto;
    • Geralmente poupa palmas, plantas dos pés e região ao redor da boca;
    • A pele fica avermelhada e áspera, como “lixa”;
    • Algumas áreas próximas à boca ficam mais pálidas.

    Língua característica: inicialmente esbranquiçada com pontinhos vermelhos, depois torna-se vermelha intensa (“língua de morango”).

    Descamação: após alguns dias, ocorre principalmente em mãos e pés.

    Diagnóstico

    O diagnóstico da escarlatina costuma ser feito no consultório, baseado nos sintomas e no exame físico. Em casos duvidosos, pode-se pedir cultura de garganta para detectar a presença de Streptococcus pyogenes.

    Exames de sangue geralmente não são necessários, mas podem ser úteis para avaliar complicações.

    Tratamento e cuidados

    Quando bem tratado, o prognóstico da escarlatina é geralmente bom e a recuperação costuma ser rápida.

    • Antibióticos: devem ser usados exatamente pelo tempo indicado, mesmo que os sintomas melhorem antes do fim. Parar prematuramente pode aumentar o risco de complicações;
    • Repouso e hidratação: beber bastante líquido e repousar auxiliam na recuperação;
    • Medicamentos para alívio dos sintomas: antitérmicos (para febre) e analgésicos (para dor) podem ser usados conforme orientação médica.

    Possíveis complicações

    Se não tratada corretamente, a escarlatina pode levar a:

    • Febre reumática: inflamação que pode afetar coração e articulações;
    • Glomerulonefrite: inflamação dos rins;
    • Infecções secundárias: como em ouvido, pulmões ou pele.

    Com tratamento adequado e precoce, essas complicações são menos frequentes.

    Como prevenir

    Algumas medidas simples ajudam a reduzir o risco de escarlatina:

    • Tratar rapidamente infecções de garganta causadas por estreptococo;
    • Evitar contato próximo com pessoas infectadas enquanto não estiverem em antibiótico por pelo menos 24 horas;
    • Lavar as mãos com frequência e não compartilhar copos, talheres ou toalhas;
    • Manter a vacinação em dia. Embora não exista vacina específica para escarlatina, proteger-se contra outras infecções reforça a saúde como um todo.

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    Perguntas frequentes sobre escarlatina

    1. A escarlatina só afeta crianças?

    Não. Embora seja mais comum em crianças, adultos também podem contrair a doença.

    2. Escarlatina é uma forma grave de gripe?

    Não exatamente. Apesar de começar parecido com gripe ou amigdalite, trata-se de uma infecção bacteriana que exige tratamento com antibiótico.

    3. Quanto tempo dura a escarlatina?

    Com tratamento, muitos casos melhoram dentro de poucos dias, mas o antibiótico deve ser mantido por todo o período prescrito.

    4. Posso voltar à escola ou trabalho logo após iniciar o antibiótico?

    Após 24 horas de uso contínuo do antibiótico, a pessoa costuma deixar de ser contagiosa, mas a retomada das atividades depende de avaliação médica.

    5. Há vacina contra escarlatina?

    Não existe vacina específica para escarlatina. A prevenção se baseia no tratamento de infecções por estreptococo e em medidas de higiene.

    6. Qual a diferença entre escarlatina e sarampo?

    Ambas têm exantema (erupção), mas causas diferentes: escarlatina é bacteriana (Streptococcus); sarampo é viral. Sintomas iniciais e história clínica ajudam a diferenciar.

    7. Posso ter escarlatina várias vezes?

    Sim, é possível. A imunidade não é necessariamente permanente, e reinfecções podem ocorrer, embora sejam menos frequentes.

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