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    Cateterismo cardíaco: o que é, para que serve e como é feito

    Indicado para o diagnóstico de problemas nas artérias coronárias e no músculo cardíaco, o cateterismo é um exame minimamente invasivo que contribui para apontar se há entupimentos, estreitamentos ou alterações que podem comprometer a circulação do sangue no coração.

    Em alguns casos, ele também pode ajudar no tratamento imediato, já que muitas vezes é possível desobstruir a artéria no mesmo momento, devolvendo qualidade de vida e prevenindo complicações graves, como o infarto. Entenda mais para que serve, como é feito e quando o cateterismo é indicado.

    O que é cateterismo cardíaco?

    O cateterismo cardíaco é um exame em que um tubo fino e flexível, chamado cateter, é introduzido em uma artéria (normalmente pela virilha ou pelo pulso) e guiado até o coração. Ele é usado para diagnosticar e, em alguns casos, tratar problemas nas artérias coronárias e no músculo cardíaco.

    Durante o exame, um contraste é injetado para permitir a visualização em tempo real das artérias e estruturas cardíacas por meio de imagens de raio-X — processo conhecido como cinecoronariografia.

    Para que serve o cateterismo?

    O cateterismo tem diferentes finalidades, mas a principal função é diagnosticar e tratar problemas do coração e das artérias coronárias. Entre as aplicações mais comuns, a cardiologista Edilza Câmara Nóbrega aponta:

    • Identificar estreitamentos ou entupimentos nas artérias do coração;
    • Avaliar o funcionamento das válvulas cardíacas;
    • Medir a pressão dentro das câmaras cardíacas;
    • Preparar o paciente para procedimentos como cirurgia de revascularização (ponte de safena).

    Além do diagnóstico, o exame pode ser usado para intervenções terapêuticas, como implantar stents (pequenas molas metálicas que mantêm a artéria aberta) ou realizar angioplastia, procedimento que desobstrui a circulação sanguínea.

    Quando ele é indicado?

    O exame é indicado em situações específicas, normalmente quando outros métodos, como o eletrocardiograma, ecocardiograma ou teste ergométrico, não são suficientes para esclarecer o problema existente.

    Algumas das principais indicações incluem:

    • Dor no peito (angina) de causa não explicada;
    • Suspeita de infarto agudo do miocárdio;
    • Alterações em exames de imagem ou testes de esforço;
    • Avaliação antes de cirurgias cardíacas;
    • Suspeita de problemas nas válvulas cardíacas.

    Em casos de urgência, como no infarto, o cateterismo pode ser realizado imediatamente para abrir a artéria bloqueada e salvar o músculo cardíaco.

    Como é feito o cateterismo?

    O procedimento é relativamente simples, mas envolve alguns cuidados no preparo, conforme explica Edilza.

    Primeiro, o paciente recebe anestesia local no ponto de inserção do cateter, geralmente na virilha ou no braço. Dessa forma, ele permanece acordado durante todo o exame, o que é importante para que possa colaborar com pequenas instruções do médico, como prender a respiração por alguns segundos.

    Depois, o médico introduz o cateter pela artéria e o conduz até o coração com auxílio das imagens em tempo real. Em seguida, injeta um contraste iodado que permite visualizar o fluxo sanguíneo e possíveis obstruções.

    Em geral, o procedimento não causa dor significativa — o que a maioria das pessoas relata é apenas um leve desconforto no momento da punção ou movimentação do cateter.

    Quanto tempo dura?

    A duração média de um cateterismo é de 30 a 60 minutos, mas pode variar dependendo da complexidade do caso. Após o exame, o paciente é levado a uma sala de recuperação para monitoramento e repouso.

    “O tempo de internação costuma ser curto, e a maioria dos pacientes recebe alta no mesmo dia ou no dia seguinte”, explica Edilza.

    Qual a diferença entre cateterismo diagnóstico e terapêutico?

    Existem dois tipos principais de cateterismo, como explicado por Edilza:

    • Cateterismo diagnóstico: feito apenas para avaliar as condições do coração e das artérias. Ao final do exame, o cateter é retirado;
    • Cateterismo terapêutico (angioplastia): quando durante o exame é identificado um bloqueio, o médico pode decidir intervir imediatamente, inserindo um balão e/ou stent para desobstruir a artéria e restaurar a circulação.

    Cateterismo é perigoso?

    Em geral, não. O exame é considerado seguro e realizado de forma rotineira em hospitais. No entanto, como qualquer procedimento invasivo, pode haver riscos, como:

    • Sangramento no local da punção;
    • Infecção;
    • Reação alérgica ao contraste;
    • Arritmias cardíacas;
    • Em casos muito raros, complicações mais graves, como infarto ou acidente vascular cerebral.

    Vale ressaltar que os riscos são muito baixos e a maioria dos pacientes realiza o exame sem maiores problemas.

    Cuidados após o cateterismo

    Depois do procedimento, o paciente é levado a uma sala de recuperação, onde permanece em observação por algumas horas. Dependendo do caso, pode ter alta no mesmo dia ou no dia seguinte.

    Alguns cuidados importantes após o exame incluem:

    • Repouso relativo nas primeiras 24 a 48 horas;
    • Evitar esforços físicos intensos na primeira semana;
    • Beber bastante líquido para ajudar a eliminar o contraste;
    • Observar sinais como dor, sangramento ou inchaço no local da punção.

    A recuperação costuma ser rápida, e a maioria das pessoas consegue retomar suas atividades normais em poucos dias.

    Confira: Doença coronariana: o que é, como identificar os sintomas e quais os tratamentos indicados

    Perguntas frequentes sobre cateterismo cardíaco

    1. O cateterismo cardíaco dói?

    A maioria dos pacientes relata que o cateterismo cardíaco não causa dor significativa, uma vez que o exame é feito com anestesia local no local da punção, normalmente no braço ou na virilha.

    Durante a introdução do cateter, pode haver apenas uma sensação de pressão ou um leve desconforto.

    Além disso, a injeção do contraste pode causar uma sensação passageira de calor pelo corpo, mas que dura poucos segundos.

    O que costuma incomodar mais é o repouso após o exame, principalmente se a punção for feita na virilha, já que será necessário ficar deitado por algumas horas para evitar sangramentos.

    2. Preciso ficar internado para fazer o exame?

    Na maioria dos casos, o cateterismo é feito em regime de internação curta, muitas vezes de apenas um dia. O paciente chega ao hospital, faz os exames preparatórios, realiza o procedimento e, após algumas horas de observação, pode receber alta.

    Em situações de maior complexidade, como quando há necessidade de angioplastia, o tempo de internação pode ser maior, chegando a dois ou três dias, para garantir uma boa recuperação e monitoramento do paciente.

    3. Quem tem alergia a contraste pode fazer cateterismo?

    Sim, mas é preciso alguns cuidados especiais. O contraste usado no cateterismo é iodado, e algumas pessoas podem ter reações alérgicas. Nesses casos, o médico pode prescrever medicamentos antialérgicos e corticoides antes do exame para reduzir o risco.

    Em pacientes com histórico de reação grave, pode ser necessário avaliar alternativas ou adiar o procedimento.

    4. Cateterismo cardíaco pode ser feito em crianças?

    Sim, o cateterismo também pode ser indicado em crianças, especialmente naquelas com malformações cardíacas congênitas. Nesses casos, o procedimento pode ter tanto caráter diagnóstico quanto terapêutico, ajudando a corrigir problemas estruturais do coração desde cedo.

    5. Quem tem marca-passo pode fazer cateterismo?

    Sim, pacientes com marca-passo ou desfibrilador cardíaco implantado podem realizar o cateterismo normalmente. O procedimento não interfere no funcionamento dos dispositivos, mas é fundamental informar o médico e o cardiologista, para que ele possa ser avaliado e, se necessário, ajustado antes e depois do procedimento.

    6. Existe limite de idade para fazer cateterismo cardíaco?

    Não há um limite de idade para realizar o exame. O que define se uma pessoa pode ou não passar pelo exame é o estado geral de saúde. Inclusive, pacientes idosos frequentemente realizam cateterismo, inclusive com bons resultados, já que muitos desenvolvem obstruções coronárias ao longo da vida.

    O que muda é o cuidado com doenças associadas, como insuficiência renal, diabetes ou problemas de coagulação, que podem demandar mais atenção.

    7. O cateterismo pode ser feito sem contraste?

    Não, pois o uso do contraste iodado é fundamental para visualizar as artérias coronárias. Em situações específicas, como pacientes com alergia grave ao contraste ou insuficiência renal avançada, podem ser avaliados outros exames para diagnóstico.

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