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  • Canetas emagrecedoras: ficar sem comer faz emagrecer mais rápido?

    Canetas emagrecedoras: ficar sem comer faz emagrecer mais rápido?

    Não é novidade que o uso de canetas emagrecedoras, como são conhecidos popularmente medicamentos a base de semaglutida e tirzepatida, mudou completamente o cenário do tratamento de obesidade. Só que, junto com a perda de peso, existem alguns cuidados que devem existir para evitar problemas que podem surgir durante o emagrecimento, como a perda de massa muscular.

    As orientações envolvem especialmente a rotina alimentar que deve ser seguida no período, afinal, não é incomum algumas pessoas adotarem longos jejuns, acreditando que comer pouco ajudaria a emagrecer mais rápido.

    Conversamos com a nutricionista Bárbara Yared para entender os principais riscos da restrição alimentar durante o uso de agonistas GLP-1, além dos cuidados necessários e de como deve ser a alimentação ao longo de todo o tratamento.

    Como os agonistas GLP-1 atuam no emagrecimento?

    As canetas emagrecedoras atuam no organismo imitando o hormônio GLP-1, que é liberado naturalmente pelo intestino após a refeição. Ao se ligarem aos receptores localizados no cérebro, no pâncreas e no trato gastrointestinal, os medicamentos ajudam a regular o apetite de maneira mais eficiente, fazendo o corpo perceber a saciedade mais cedo e com maior intensidade.

    Ao mesmo tempo, o esvaziamento gástrico fica mais lento, fazendo com que a comida fique no estômago por um período maior de tempo, prolongando a sensação de plenitude. Com isso, a vontade de beliscar diminui e a ingestão calórica reduz de maneira natural, sem provocar sensação intensa de restrição que costuma dificultar as dietas tradicionais.

    O pâncreas também passa a produzir insulina de forma mais estável, enquanto a liberação de glucagon diminui. Isso melhora o controle glicêmico e evita picos e quedas bruscas de açúcar no sangue, que frequentemente aumentam o desejo por carboidratos ou doces. Com a glicemia mais estável, a fome emocional tende a diminuir.

    Ficar sem comer emagrece mais rápido durante o tratamento?

    O uso das canetas emagrecedoras não deve ser feito em combinação com longos períodos sem comer. A prática não acelera o emagrecimento e, na verdade, pode prejudicar o processo e o organismo.

    Os agonistas de GLP-1 já reduzem a fome de forma natural, mas o corpo continua precisando de energia, proteínas, vitaminas e minerais para manter funções básicas e preservar a massa muscular.

    Segundo Bárbara Yared, permanecer muitas horas sem se alimentar reduz a oferta de energia e proteína, favorecendo perda de massa muscular e queda do metabolismo. A ausência prolongada de comida também pode provocar hipoglicemia, com redução de glicose (açúcar) no sangue, mal-estar, tremores e até risco de desmaios.

    A falta de refeições regulares ainda eleva a chance de carências de vitaminas e minerais importantes para o funcionamento do organismo, como ferro, vitamina B12, cálcio, magnésio, potássio e ácido fólico. Com o tempo, déficits desses nutrientes podem causar queda de cabelo, fadiga intensa, fraqueza muscular, alterações de humor, redução da imunidade e até problemas neurológicos.

    Reganho de peso depois do tratamento

    Como pode acontecer em quase todo processo de emagrecimento, o retorno do peso depois do tratamento pode acontecer (e de forma rápida!), principalmente quando não houve a adoção de hábitos saudáveis que ajudem a controlar o apetite no dia a dia.

    Sem uma rotina estruturada, o apetite volta de forma mais intensa quando o medicamento é suspenso. A pessoa tende a comer mais do que comeria antes, pois o corpo tenta compensar o período de baixa ingestão calórica. O processo, chamado de efeito rebote, faz com que parte ou até todo o peso eliminado volte com o tempo.

    É por isso que os ajustes nos hábitos de vida, que começam durante o uso das canetas emagrecedoras, precisam ser mantidos mesmo com o fim do tratamento. Isso envolve tanto a alimentação adequada quanto a prática de atividades físicas regularmente.

    Como deve ser a alimentação de quem usa caneta emagrecedora?

    Antes de tudo, Bárbara reforça que é fundamental contar com orientação de um nutricionista, que pode avaliar a rotina, horários, preferências alimentares e necessidades individuais para montar o plano mais adequado durante o tratamento.

    De maneira geral, a orientação é manter pequenas refeições ao longo do dia, mesmo quando não tiver fome, pois isso ajuda a garantir energia, preserva massa muscular e evita desconfortos digestivos.

    Entre algumas medidas necessárias, vale destacar:

    • Priorizar proteínas em todas as principais refeições, como ovos, carnes magras, peixes, tofu, iogurtes e leguminosas, porque ajudam na saciedade, evitam perda muscular e mantém o metabolismo ativo;
    • Incluir fibras diariamente, com alimentos como aveia, chia, linhaça, frutas, verduras e legumes, que melhoram o trânsito intestinal, reduzem desconfortos gastrointestinais e prolongam a sensação de plenitude;
    • Manter carboidratos de boa qualidade, como grãos integrais, arroz, batata-doce, mandioca e frutas, para garantir energia estável e evitar tontura, fraqueza ou hipoglicemia;
    • Adicionar gorduras boas, como azeite, abacate, castanhas e sementes, que ajudam na saciedade e favorecem equilíbrio metabólico;
    • Evitar longos períodos sem comer, porque o jejum prolongado pode intensificar os efeitos colaterais dos agonistas GLP-1, como náuseas, mal-estar, tontura, além de estimular episódios de compulsão ao final do dia.

    Por fim, Bárbara orienta que a hidratação deve ser distribuída ao longo do dia, para evitar que a falta de sede causada pelo remédio diminua o consumo de água. Uma dica é manter uma garrafa sempre por perto e beber pequenos goles com frequência, mesmo sem vontade, além de programar lembretes no celular para te ajudar a lembrar.

    Sinais de alerta quando a alimentação é insuficiente

    Quando a alimentação começa a ficar muito reduzida durante o uso de agonistas GLP-1, o corpo costuma dar alguns sinais de que falta energia e nutrientes, como:

    • Queda de cabelo;
    • Fadiga intensa;
    • Fraqueza nas pernas;
    • Tontura frequente;
    • Sensação de desmaio iminente;
    • Alterações de humor;
    • Dificuldade de concentração;
    • Intestino preso;
    • Redução da imunidade;
    • Perda de força muscular;

    Em muitos casos, a pessoa sequer percebe que a fome desapareceu, mas o corpo começa a funcionar com lentidão, demonstrando que a ingestão de alimentos ficou insuficiente.

    Quando os sintomas aparecerem, é indicado avaliar a alimentação, ajustar quantidades e buscar orientação profissional para corrigir o desequilíbrio. O uso dos agonistas GLP-1 não devem ser feitos sem o acompanhamento de um profissional da saúde.

    Confira: Canetas emagrecedoras: saiba como evitar a perda de massa muscular

    Perguntas frequentes

    1. Como organizar as refeições mesmo com pouca fome?

    A organização das refeições durante o tratamento deve começar com horários definidos e porções pequenas, distribuídas ao longo do dia.

    A intenção não é consumir grandes quantidades de comida, mas oferecer ao corpo proteína, fibras, carboidratos de boa qualidade e fontes de gordura que mantenham a energia e preservem os músculos. Uma porção pequena, mas nutritiva, já é suficiente para manter o corpo funcionando bem.

    A orientação de um nutricionista ajuda a ajustar quantidades conforme a rotina e as necessidades de cada pessoa.

    2. Por que comer proteínas é tão importante durante o tratamento?

    A proteína é necessária porque mantém os músculos, sustenta o metabolismo e contribui para uma saciedade mais duradoura. Durante o uso de GLP-1, a fome diminui bastante e muitas pessoas acabam ingerindo menos proteína do que o corpo precisa.

    Logo, se não há proteína suficiente, pode ocorrer a perda muscular, o metabolismo fica mais lento e o risco de recuperar o peso aumenta. A distribuição de proteína em várias refeições ao longo do dia garante melhor uma preservação muscular e melhora os resultados do tratamento.

    3. Por que a sede diminui com o uso de canetas emagrecedoras?

    Os agonistas GLP-1 afetam os centros cerebrais ligados à saciedade e ao apetite, o que inclui sensações corporais como sede. Isso faz com que muitas pessoas bebam menos água sem perceber, aumentando o risco de desidratação — o que pode causar tontura, mal-estar e piorar desconfortos digestivos.

    A recomendação é beber água em pequenos goles ao longo do dia, mesmo sem sentir sede, para manter o corpo funcionando bem.

    4. Qual é o melhor horário para usar canetas emagrecedoras?

    O horário pode variar de acordo com orientação médica e a rotina de cada pessoa, mas normalmente o medicamento pode ser aplicado a qualquer hora do dia, independentemente das refeições. O mais importante é manter regularidade e aplicar sempre no mesmo período, evitando mudanças constantes que possam alterar a tolerância do organismo.

    5. Quantas refeições por dia são recomendadas?

    O ideal é manter três refeições principais e pequenos lanches caso necessário, sempre respeitando as orientações do nutricionista. A ideia não é comer mais, mas distribuir nutrientes de maneira que o corpo receba energia suficiente ao longo do dia e evite quedas bruscas de glicemia.

    Leia mais: Canetas emagrecedoras: como evitar deficiências nutricionais?

  • 6 dicas para quem está começando a usar canetas emagrecedoras

    6 dicas para quem está começando a usar canetas emagrecedoras

    Os análogos do GLP-1, como semaglutida e tirzepatida, transformaram o tratamento da obesidade e do sobrepeso. Conhecidos como “canetas emagrecedoras”, eles ajudam a controlar o apetite, aumentar a saciedade e até reduzir o ruído alimentar (food noise) — aquele pensamento insistente sobre comida. Mas, apesar dos resultados animadores, esses medicamentos não fazem tudo sozinhos.

    Para quem recebeu indicação médica e está começando o uso, seguir um plano estruturado é fundamental para garantir um emagrecimento seguro, contínuo e com preservação da massa muscular. A seguir, veja 6 dicas práticas para aproveitar melhor os resultados e manter o equilíbrio durante todo o tratamento.

    1. Nunca use canetas emagrecedoras sem acompanhamento médico

    Pode parecer básico, mas este é o ponto-chave. Os agonistas de GLP-1 (como a semaglutida) e os agonistas de GLP-1 e GIP (como a tirzepatida) são medicamentos potentes, que exigem prescrição e monitoramento médico.

    Somente o médico pode indicar a dose ideal, avaliar contraindicações e ajustar o tratamento conforme a resposta do organismo. Usar por conta própria ou por sugestão de terceiros pode trazer riscos sérios.

    2. Tenha uma dieta validada por uma nutricionista

    As canetas não substituem uma alimentação equilibrada — elas são parceiras dela. O ideal é ter um plano alimentar personalizado e adequado à nova rotina de fome reduzida.

    A nutricionista ajuda a:

    • Garantir ingestão adequada de vitaminas, minerais e proteínas;
    • Evitar deficiências nutricionais;
    • Proteger a massa muscular e evitar queda de energia.

    3. Foque no aporte de proteínas

    Com menos fome, é fácil comer menos do que o corpo precisa. Se faltar proteína, porém, o organismo perde músculo junto com a gordura — e isso prejudica o metabolismo e a saúde.

    Por isso, mesmo sem muita fome, priorize:

    • Ovos, peixes, frango e carnes magras;
    • Queijos brancos, iogurtes naturais e whey protein;
    • Feijão, lentilha, grão-de-bico e outras leguminosas.

    A proteína ajuda a manter o metabolismo ativo, melhora a saciedade e preserva os músculos durante o emagrecimento.

    4. Aplique a caneta estrategicamente

    Os efeitos de maior saciedade costumam atingir o pico cerca de dois dias após a aplicação. Por isso, uma estratégia útil é aplicar um ou dois dias antes dos momentos em que você costuma exagerar.

    Se os deslizes acontecem no fim de semana, aplicar a dose na quinta-feira pode ajudar a controlar melhor o apetite. Não substitui disciplina, mas é um reforço bem-vindo.

    5. Alinhe as expectativas

    Os resultados são consistentes, mas exigem paciência. Uma média de até 5% de perda de peso no primeiro mês já é considerada excelente.

    Evite comparações: cada corpo reage em um ritmo. O foco deve estar em perder gordura e preservar músculos, e não apenas em ver números menores na balança. Emagrecimento saudável também traz mais energia, disposição e melhora da composição corporal.

    6. Foque na musculação

    A musculação é o melhor complemento ao uso das canetas emagrecedoras, porque ela:

    • Preserva e aumenta a massa muscular;
    • Melhora o metabolismo;
    • Reduz o risco de efeito sanfona.

    Treinar com regularidade faz muita diferença. Combine exercícios de força com caminhadas ou outras atividades aeróbicas para cuidar também do coração.

    Veja mais: Ozempic, Mounjaro: como evitar o efeito rebote no emagrecimento?

    Perguntas frequentes sobre canetas emagrecedoras

    1. Posso usar canetas emagrecedoras sem receita?

    Não. São medicamentos de prescrição obrigatória. Automedicação é perigosa.

    2. Qual é a melhor hora para aplicar?

    Escolha um dia fixo da semana e mantenha horários semelhantes. Muitas pessoas preferem quinta-feira para reduzir o apetite no fim de semana.

    3. Quanto peso posso perder no primeiro mês?

    Em média, até 5% do peso corporal. Resultados maiores devem ser avaliados com o médico e a nutricionista.

    4. Posso fazer exercícios durante o uso?

    Sim — e é recomendável. A musculação preserva músculos, melhora o tônus e evita efeito sanfona.

    5. O que comer durante o tratamento?

    Priorize proteínas, vegetais, frutas, legumes e evite frituras, ultraprocessados e álcool.

    6. Posso parar quando atingir o peso ideal?

    Só com orientação médica, que definirá o melhor momento e a estratégia para interrupção.

    7. A caneta substitui dieta e treino?

    Não. Ela é um suporte importante, mas os resultados duradouros vêm do conjunto de hábitos saudáveis.

    Confira: Canetas emagrecedoras: saiba como evitar a perda de massa muscular

  • Canetas emagrecedoras: como evitar o efeito rebote no emagrecimento?

    Canetas emagrecedoras: como evitar o efeito rebote no emagrecimento?

    A introdução de medicamentos injetáveis, como Ozempic (semaglutida) e Mounjaro (tirzepatida) causou uma mudança significativa no tratamento de obesidade. Eles oferecem resultados rápidos na perda de peso, atuando por meio da imitação de um hormônio natural do corpo, o GLP-1, responsável por regular o apetite, o esvaziamento gástrico e os níveis de glicose no sangue.

    No entanto, como ocorre em praticamente todo processo de emagrecimento, os quilos perdidos podem retornar rapidamente após a interrupção do medicamento — especialmente quando não há manutenção de hábitos saudáveis que contribuem para o controle do apetite. O processo, conhecido como efeito rebote, pode causar o reganho parcial ou total do peso perdido.

    Mas afinal, é possível evitar o efeito rebote depois de interromper o uso dos agonistas GLP-1? Conversamos com a endocrinologista Denise Orlandi para esclarecer os principais cuidados após o tratamento.

    Como os agonistas GLP-1 atuam na perda de peso?

    Os agonistas de GLP-1 (como a semaglutida, presente no Ozempic e no Wegovy, e a tirzepatida, do Mounjaro) são remédios injetáveis que atuam imitando a ação de um hormônio natural do intestino — o peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1, que regula o apetite, o esvaziamento gástrico e o metabolismo da glicose.

    Quando administrados, eles aumentam a saciedade, diminuem a fome e retardam a digestão, o que ajuda a pessoa a comer menos e se sentir satisfeita por mais tempo. Eles também melhoram a sensibilidade à insulina e ajudam a controlar os níveis de glicose no sangue, fator importante para quem tem resistência à insulina ou diabetes tipo 2.

    O Mounjaro ainda tem um diferencial: ele age em outro hormônio intestinal, o GIP, o que potencializa seus efeitos sobre o metabolismo e a queima de gordura. De acordo com ensaios clínicos, ele pode provocar até 47% mais perda de peso do que outros medicamentos da mesma classe de agonistas.

    No entanto, vale lembrar que o efeito não é apenas metabólico. Durante o tratamento de obesidade ou sobrepeso, a pessoa tende a mudar hábitos alimentares e ajustar a rotina — algo que precisa ser mantido mesmo após o término do medicamento.

    Efeito rebote: por que pode acontecer?

    Quando o uso dos agonistas GLP-1 termina, o corpo reage de forma natural: a fome aumenta e a saciedade diminui. Isso acontece porque o remédio deixa de agir nos receptores do intestino e do cérebro, que ajudavam a controlar o apetite.

    O corpo humano tem uma espécie de memória metabólica, um mecanismo de defesa que tenta manter o peso anterior — como se aquele fosse o ponto de equilíbrio do organismo.

    “Quando emagrecemos, seja com medicamentos ou apenas com dieta e exercício, o corpo entende que está ‘perdendo reserva’ como se fosse uma agressão, e aciona mecanismos de defesa: aumenta a fome, diminui o gasto de energia e estimula a recuperação do peso”, explica a endocrinologista Denise Orlandi.

    Isso pode acontecer até mesmo com pessoas que passam por cirurgias bariátricas. A diferença é que o retorno da fome pode ser mais intenso após o fim do tratamento, o que aumenta o risco do efeito rebote.

    Como evitar o efeito rebote depois de parar com Ozempic e Mounjaro?

    Os ajustes nos hábitos de vida, que devem começar com o uso das canetas emagrecedoras, precisam ser mantidos permanentemente — tanto para manter o peso corporal quanto para preservar a saúde.

    “As mudanças são fundamentais para o sucesso do processo de emagrecimento e para o período de manutenção. Costumo dizer que o período de tratamento com medicação é uma oportunidade para ajustar seus hábitos para a vida”, complementa Denise.

    Confira algumas orientações:

    Continue praticando exercícios físicos

    A prática regular de atividades físicas não apenas ajuda a gastar calorias, mas também protege a massa muscular, mantém o metabolismo ativo e reduz o risco de doenças cardiovasculares. Durante o emagrecimento, parte da massa magra pode ser comprometida — e a prática de treinos de força, em especial, previne isso.

    Recomendação da OMS para adultos:

    • Atividade aeróbica: 150–300 minutos/semana (moderada) ou 75–150 minutos/semana (vigorosa), ou combinação equivalente;
    • Fortalecimento muscular: 2+ dias/semana, envolvendo os principais grupos musculares.

    “Exercícios de força, especialmente a musculação, são fundamentais para preservar e aumentar a massa muscular. Eles ajudam também nos quadros de resistência à insulina e pré-diabetes. Exercícios aeróbicos (caminhada, corrida, bicicleta, dança) também são importantes, principalmente para saúde cardiovascular e gasto calórico”, explica Denise.

    A melhor fórmula é combinar os dois e escolher atividades prazerosas — isso aumenta a chance de manter a prática a longo prazo.

    Invista em proteína e fibra

    A fome tende a aumentar com o fim do tratamento, e isso aumenta a chance de efeito rebote. Priorizar alimentos in natura ou minimamente processados, ricos em proteínas e fibras, ajuda a manter a saciedade e o controle do apetite.

    A proteína estimula hormônios intestinais (como PYY e GLP-1) que sinalizam saciedade, além de ter digestão mais lenta. Inclua ovos, frango, peixe, carnes magras, leguminosas e iogurtes sem lactose nas principais refeições.

    As fibras (frutas, vegetais, leguminosas, integrais) aumentam o volume do alimento e retardam o esvaziamento gástrico, prolongando a saciedade.

    Fracione as refeições

    Após interromper a caneta, o organismo ainda se ajusta à nova fome. Evite longos períodos sem comer. Mantenha intervalos regulares com lanches ricos em proteína/fibra (ex.: fruta com aveia, iogurte com chia, torrada integral com homus). Isso estabiliza a glicemia e reduz episódios de compulsão.

    Durma bem e reduza o estresse

    Privação de sono e estresse crônico elevam o cortisol, estimulando fome (especialmente por carboidratos) e acúmulo de gordura, com isso, o efeito rebote. Adultos devem dormir 7–9 horas por noite, com higiene do sono: horários regulares, menos telas e ambiente escuro/silencioso.

    Continue o acompanhamento médico e nutricional

    O tratamento não termina com o fim do medicamento. Consultas regulares permitem:

    • Ajustar alimentação e atividade física;
    • Identificar precocemente sinais de reganho;
    • Reforçar estratégias de motivação;
    • Avaliar necessidade de suporte medicamentoso novamente.

    “Sozinho, o paciente muitas vezes não percebe pequenos deslizes que se acumulam com o tempo”, diz Denise.

    É possível manter o uso do GLP-1 por mais tempo?

    Em alguns casos, pode ser necessário manter o uso prolongado (contínuo ou em fases de manutenção). A decisão é individualizada, baseada na resposta clínica e no risco de reganho. Evite interromper por conta própria. O ideal é desmame gradual, sob supervisão médica.

    O que NÃO fazer após o fim do tratamento com agonista GLP-1

    • “Resolver e relaxar” nos hábitos: obesidade é crônica; hábitos saudáveis devem permanecer.
    • Parar abruptamente a medicação: aumenta fome e compulsão; faça desmame assistido.
    • Voltar à alimentação ultraprocessada: reativa apetite exagerado e dificulta controle.
    • Abandonar atividade física: reduz gasto energético e acelera reganho.
    • Negligenciar sono e estresse: cortisol alto estimula apetite e estocagem de gordura.
    • Não manter acompanhamento: revisões detectam cedo mudanças e corrigem a rota.

    “O que mantém os resultados é o estilo de vida: comer de forma equilibrada, movimentar o corpo, cuidar do sono e da saúde mental. O segredo está na consistência, não na perfeição”, reforça Denise.

    Sinais de alerta que o peso está retornando

    • Roupas mais apertadas;
    • Ganho de 2–3 kg em poucas semanas;
    • Fome fora de hora (especialmente à noite);
    • Volta do “beliscar” por ansiedade/tédio;
    • Porções aumentando sem perceber;
    • Rotina de exercícios irregular.

    “Costumo estabelecer um peso de alerta. Se chegar nele (ex.: +3–4 kg), já conversamos e ajustamos. Quanto mais cedo agir, mais fácil retomar o controle”, finaliza Denise.

    Leia também: Wegovy e Ozempic: como funcionam para perda de peso

    Perguntas frequentes sobre efeito rebote

    Quem pode usar medicamentos como Ozempic e Mounjaro?

    Podem ser prescritos para diabetes tipo 2, obesidade ou sobrepeso com comorbidades. O uso deve ser indicado e acompanhado por médico (ex.: endocrinologista) após avaliação individual.

    É seguro usar canetas emagrecedoras apenas para fins estéticos?

    Não. Foram desenvolvidas para doenças crônicas (diabetes tipo 2, obesidade). Uso sem indicação e sem acompanhamento aumenta risco de efeitos adversos e de reganho após suspensão.

    Quanto peso é possível perder com os agonistas de GLP-1?

    Varia por pessoa. Em estudos, semaglutida levou a perda média de 13,7% do peso; tirzepatida, cerca de 20,2%. O remédio facilita o processo, mas alimentação e atividade física são fundamentais.

    O que significa “efeito rebote” após o uso de Ozempic ou Mounjaro?

    É o reganho de peso após interromper abruptamente o GLP-1. A queda rápida dos hormônios de saciedade e o aumento da fome elevam a ingestão calórica e o peso volta a subir.

    O que fazer se o peso parar de cair durante o tratamento?

    O platô é comum: o corpo se adapta ao déficit calórico. Reavalie hábitos: ajuste proteína, varie exercícios (inclua força), revise sono/estresse e converse com o médico sobre possíveis ajustes de dose.

    Leia também: Ozempic e similares podem reduzir risco de câncer ligado à obesidade?