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  • Por que o café acelera o coração? Veja quantas xícaras você pode tomar

    Por que o café acelera o coração? Veja quantas xícaras você pode tomar

    Para muitos brasileiros, é quase impossível começar o dia sem o tradicional cafezinho e a disposição que ele traz. A bebida age de forma rápida no organismo, e bastam poucos minutos depois do primeiro gole para que o corpo sinta os efeitos estimulantes da cafeína.

    Um deles, em especial, é o aumento da frequência cardíaca, algo que pode ser percebido como uma leve aceleração dos batimentos do coração logo depois do consumo. Você já se perguntou por que o café acelera o coração? O processo é natural e faz parte do modo como o corpo reage ao estímulo da cafeína. Vem entender mais, a seguir!

    O que acontece no corpo depois de tomar café

    A cafeína entra na corrente sanguínea poucos minutos depois de ser consumida. O estômago e o intestino absorvem a substância rapidamente, e ela atinge o ponto máximo no sangue entre 15 e 45 minutos.

    No organismo, a cafeína é responsável por bloquear a ação da adenosina, um neurotransmissor que atua como um calmante natural do corpo, reduzindo a atividade cerebral e promovendo relaxamento — e que possui uma estrutura molecular bem parecida com a cafeína, segundo a cardiologista Juliana Soares.

    Ao mesmo tempo, a substância aumenta a liberação de adrenalina, hormônio responsável por preparar o corpo para situações de luta ou fuga. Ela ativa o sistema nervoso simpático, provocando aumento da frequência cardíaca, contração dos vasos sanguíneos e leve elevação da pressão arterial.

    Por que o café acelera o coração?

    A aceleração dos batimentos acontece porque o coração responde à ação da adrenalina. Quando há uma quantidade maior do hormônio circulando, o coração precisa trabalhar com mais intensidade para distribuir oxigênio e nutrientes pelo corpo.

    Nesse processo, os vasos sanguíneos se contraem, o sangue passa a fluir com mais velocidade e o volume bombeado a cada batida aumenta, o que explica a sensação de pulsação mais forte e rápida após o consumo de cafeína.

    Na maioria das pessoas, o aumento dos batimentos é temporário e desaparece conforme a cafeína é metabolizada pelo fígado, processo que pode levar algumas horas.

    A intensidade da resposta pode variar bastante. Segundo Juliana, o impacto do café em cada pessoa depende principalmente de fatores genéticos, pois cada pessoa metaboliza a cafeína de forma diferente.

    “Existem pessoas que metabolizam o café de uma forma mais lenta — e aí os efeitos estimulantes do café podem ficar mais evidentes em comparação a pessoas que metabolizam de uma maneira mais rápida”, explica a cardiologista.

    O aumento dos batimentos depois do café é perigoso?

    De acordo com Juliana, a aceleração dos batimentos cardíacos provocada pelo café não é perigosa para a maioria das pessoas saudáveis e que não apresentam doenças cardíacas. O corpo é capaz de lidar bem com doses moderadas de cafeína, e o efeito é temporário.

    No caso de pessoas que têm problemas cardíacos, como arritmia, Juliana aponta que o consumo exagerado pode ser prejudicial — já que o excesso da bebida tende a estimular o coração e alterar o ritmo dos batimentos.

    O ideal é que o uso seja feito com atenção e moderação, observando como o corpo reage após a ingestão e se surgem sinais como palpitações, sensação de coração acelerado ou qualquer tipo de desconforto. Pessoas com arritmias ou outras condições cardíacas devem consultar um cardiologista para uma avaliação individual e, assim, definir a quantidade segura de café por dia.

    Além do café, o que mais pode acelerar o coração?

    Qualquer alimento e bebida que contêm cafeína ou outras substâncias estimulantes podem acelerar o coração, como:

    • Chás escuros: como chá-mate, chá-preto e chá-verde, contêm cafeína e teína, que têm efeito semelhante;
    • Chocolate: possui teobromina, outro estimulante do sistema nervoso central;
    • Refrigerantes à base de cola e bebidas energéticas: carregam altas doses de cafeína e açúcar, potencializando o aumento da frequência cardíaca;
    • Suplementos pré-treino: muitos têm concentrações elevadas de cafeína para aumentar o desempenho físico.

    O consumo combinado de café com energéticos ou suplementos não é recomendado, pois a soma das doses de cafeína pode ultrapassar facilmente o limite diário seguro e causar taquicardia, ansiedade, tontura e até crises hipertensivas.

    Quantas xícaras de café pode tomar por dia?

    Não é um problema tomar café todos os dias, desde que o consumo seja equilibrado. A quantidade pode variar de acordo com a idade e sensibilidade de cada pessoa, mas de forma geral, Juliana orienta:

    • Adulto saudável: de 300 a 400 miligramas de cafeína (cerca de quatro xícaras de café coado);
    • Crianças (a partir de 2 anos) e adolescentes: até 100 miligramas de cafeína (cerca de 1 xícara de café coado);
    • Gestantes e lactantes: até 200 miligramas de cafeína (cerca de 2 xícaras de café coado).

    Vale apontar que o café expresso concentra mais cafeína — uma dose de 30 ml pode ter quase o mesmo que meia xícara de café coado. Por isso, vale fazer as contas ao longo do dia e lembrar que a cafeína também está em chás, chocolates, refrigerantes de cola, guaraná e bebidas energéticas.

    Quem deve maneirar na dose de café?

    O consumo de café deve ser moderado para os seguintes grupos:

    • Gestantes e mulheres que estão amamentando;
    • Crianças e adolescentes;
    • Pessoas com doenças cardíacas, como arritmia e hipertensão;
    • Pessoas mais sensíveis à cafeína;
    • Quem usa suplementos com cafeína ou bebidas energéticas.

    Quais os sinais de que o café está prejudicando o corpo?

    O organismo costuma dar sinais claros quando o consumo de café ultrapassa o limite ideal, como:

    • Palpitação ou batimentos acelerados;
    • Ansiedade ou agitação;
    • Tremores nas mãos;
    • Insônia;
    • Dor de cabeça;
    • Tontura;
    • Dor no peito (em casos mais graves).

    Ao perceber os sintomas, o ideal é reduzir gradualmente a bebida, porque a interrupção abrupta pode causar dor de cabeça (cefaleia) de abstinência, irritabilidade e fadiga. O melhor método é diminuir a quantidade aos poucos, substituindo algumas xícaras por bebidas sem cafeína.

    Veja também: Arritmia cardíaca: quando os batimentos fora de ritmo merecem atenção

    Perguntas frequentes

    1. Tomar café faz mal para o coração?

    O café, quando consumido de forma moderada, não faz mal para o coração. Na verdade, vários estudos indicam que o consumo controlado pode trazer benefícios, como melhora da circulação e redução do risco de doenças cardiovasculares.

    O problema aparece quando o consumo é exagerado, pois a cafeína em excesso pode aumentar a pressão arterial, acelerar o ritmo cardíaco e causar palpitações. A resposta depende muito da sensibilidade individual e da quantidade ingerida por dia.

    2. A sensação de coração acelerado depois do café é perigosa?

    Em pessoas saudáveis, a sensação de coração acelerado não é perigosa. O aumento da frequência cardíaca após o café é uma resposta natural à cafeína e tende a desaparecer em poucas horas.

    No entanto, quando a sensação é muito forte e vem acompanhada de tontura, falta de ar ou dor no peito, pode indicar sensibilidade à substância ou alguma condição cardíaca preexistente. Nesses casos, é importante investigar e ajustar o consumo.

    3. Tomar café faz mal para quem tem ansiedade?

    A cafeína pode intensificar sintomas de ansiedade, pois aumenta a liberação de adrenalina e deixa o corpo em estado de alerta. Pessoas que convivem com a condição costumam perceber palpitações, tremores e agitação depois de tomar café. Isso não significa que elas precisam cortar totalmente a bebida, mas devem reduzir as doses e optar por versões descafeinadas ou chás suaves.

    4. É verdade que o café corta o efeito de remédios?

    Em alguns casos, sim. A cafeína pode interferir na absorção ou na ação de certos medicamentos, principalmente os que afetam o sistema nervoso e o coração. Remédios para dormir, calmantes e alguns antibióticos podem ter o efeito reduzido se tomados junto com café.

    O ideal é respeitar o intervalo de pelo menos duas horas entre o medicamento e a bebida, a menos que o médico oriente de outra forma.

    5. O café pode causar tremores nas mãos?

    Quando o consumo é alto, sim. A cafeína estimula o sistema nervoso e aumenta a liberação de adrenalina, o que deixa o corpo em estado de alerta. Em algumas pessoas, isso se manifesta como tremores leves, mãos suadas ou agitação, mas o sintoma desaparece quando a cafeína é eliminada do organismo. Para evitar, basta reduzir a dose ou espaçar mais as xícaras durante o dia.

    Leia também: Saiba quando os batimentos acelerados estão relacionados a uma arritmia cardíaca

  • Café: amigo do foco ou vilão da ansiedade? Descubra os efeitos no cérebro 

    Café: amigo do foco ou vilão da ansiedade? Descubra os efeitos no cérebro 

    Amado por uns e ignorado por outros, o café é uma das bebidas mais consumidas do mundo. Para muitos, é indispensável para começar o dia ou enfrentar a fadiga da tarde. Mas afinal: o café faz bem ou mal para a saúde mental? Dois especialistas ajudam a responder.

    A neurologista Paula Dieckmann explica que a cafeína atua bloqueando os receptores de adenosina — uma molécula que induz sono e relaxamento.

    “Quando a adenosina se liga aos seus receptores, você se sente relaxado e cansado. A cafeína, por sua vez, se encaixa nesses receptores, mas não os ativa — e ainda impede que a adenosina aja. Como resultado, há redução da sensação de fadiga, aumento do estado de alerta e maior disposição”, explica a médica.

    É por isso que, depois de um café, você pode se sentir mais focado, desperto e até de melhor humor.

    Leia também: ‘Acordava com a sensação de que não conseguia respirar’: o relato de quem convive com ansiedade

    Quando o café pode virar problema

    O psiquiatra Luiz Dieckmann lembra que o excesso pode trazer efeitos indesejados.

    “O consumo excessivo de café pode levar a efeitos adversos, que chamamos de cafeinismo: ansiedade, insônia e irritabilidade. E, com o uso contínuo, o cérebro pode acabar desenvolvendo tolerância, ou seja, você vai precisar de mais e mais cafeína para sentir o mesmo efeito de antes”, explica.

    Ou seja, se o café atrapalha o sono, aumenta a ansiedade ou causa irritação, pode ser hora de rever a quantidade consumida.

    Hoje, recomenda-se não ultrapassar 400 mg/dia de cafeína, que equivale a cerca de 3–5 xícaras de café filtrado.

    Café não é a única fonte de cafeína

    Quem resolve diminuir o café para evitar efeitos negativos deve ficar atento a outras fontes de cafeína.

    “Muita gente coloca toda a culpa no cafezinho, mas a cafeína está presente em mais de 60 plantas diferentes”, afirma o psiquiatra.

    Ele reforça: “Chá preto, chá mate, chá verde e várias outras bebidas também contêm cafeína. Então, não coloque a culpa só no cafezinho”, brinca o Dr. Dieckmann.

    Ou seja, mesmo sem café, é possível ingerir cafeína em quantidades significativas por meio de chás, refrigerantes e energéticos.

    Assista ao vídeo com a explicação dos médicos.

    Equilíbrio é o melhor caminho

    O café pode ser tanto amigo quanto inimigo. Em doses moderadas, melhora foco, disposição e humor. Em excesso, prejudica o sono, aumenta a ansiedade e pode causar tolerância.

    “Tudo o que é moderado pode ser bom. O café pode melhorar o humor e a atenção”, resume o psiquiatra.

    Perguntas frequentes sobre café e saúde mental

    1. O café pode ajudar na concentração?

    Sim, a bebida pode ajudar a pessoa a se concentrar melhor. A cafeína bloqueia a adenosina e aumenta o estado de alerta e favorece o foco e a disposição.

    2. Beber muito café pode causar ansiedade?

    Sim. O consumo exagerado pode gerar sintomas como ansiedade, irritabilidade e insônia.

    3. Só o café contém cafeína?

    Não. Chás como mate, verde e preto, além de refrigerantes e energéticos, também contêm cafeína.

    4. O café vicia?

    O café pode levar à tolerância — o organismo se acostuma e precisa de doses maiores para o mesmo efeito. Mas isso não equivale à dependência de drogas ilícitas.

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