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  • Apendicite aguda: como reconhecer os sintomas e quando correr para o hospital 

    Apendicite aguda: como reconhecer os sintomas e quando correr para o hospital 

    A apendicite aguda é uma das emergências abdominais mais frequentes no mundo e uma das principais causas de cirurgia de urgência. Ela acontece quando o apêndice, um pequeno tubo localizado no lado inferior direito do abdome, inflama rapidamente, o que provoca dor e risco de complicações graves se não for tratada a tempo.

    Embora possa ocorrer em qualquer idade, é mais comum entre os 5 e 45 anos, especialmente em jovens adultos. Reconhecer os sinais cedo e buscar atendimento médico imediato faz toda a diferença para evitar a evolução para quadros graves, como perfuração e infecção generalizada.

    Por que a apendicite acontece

    A apendicite geralmente começa quando o interior do apêndice (o lúmen) fica obstruído, dificultando a saída do muco produzido no local. Várias situações podem causar essa obstrução:

    • Fecalitos (fezes endurecidas);
    • Aumento do tecido linfático;
    • Parasitas;
    • Pequenos tumores.

    Quando o conteúdo não consegue sair, aumenta a pressão dentro do apêndice. Isso prejudica a circulação de sangue e oxigênio no tecido, levando à inflamação, infecção e até necrose.

    Além disso, bactérias do intestino podem se multiplicar no local, agravando o quadro. Se não for tratada rapidamente, o apêndice pode romper, liberando pus e bactérias na cavidade abdominal — uma situação grave chamada peritonite.

    Quem pode ter apendicite

    A apendicite pode ocorrer em qualquer pessoa, mas é um pouco mais frequente em homens.

    • Crianças: costuma estar ligada ao aumento do tecido linfático do apêndice;
    • Adultos: o mais comum é o bloqueio por fezes endurecidas ou pequenas massas benignas.

    O que acontece no corpo durante a apendicite

    No início, a dor costuma ser difusa, muitas vezes em volta do umbigo. Com o avanço da inflamação, ela se desloca e se intensifica no lado inferior direito do abdome, onde o apêndice está localizado.

    Outras manifestações são:

    • Febre;
    • Náuseas e vômitos;
    • Falta de apetite;
    • Inchaço abdominal;
    • Mal-estar geral.

    Em quadros graves, pode haver formação de abscesso ou perfuração, aumentando muito o risco de complicações.

    Sinais e sintomas

    Os sinais mais típicos de apendicite são:

    • Dor abdominal que começa perto do umbigo e migra para o lado inferior direito;
    • Náuseas e vômitos;
    • Febre leve a moderada;
    • Falta de apetite;
    • Inchaço ou desconforto abdominal;
    • Diarreia ou constipação.

    Crianças pequenas e idosos podem ter sintomas menos típicos, o que dificulta o diagnóstico e torna a avaliação médica ainda mais importante.

    Como é feito o diagnóstico

    O diagnóstico começa com um exame clínico detalhado. O médico pressiona áreas específicas do abdome para avaliar sensibilidade, como no ponto de McBurney, localizado entre o umbigo e o quadril direito.

    Exames complementares ajudam a confirmar:

    • Exames de sangue: detectam sinais de infecção;
    • Ultrassom abdominal: útil especialmente em crianças e gestantes;
    • Tomografia computadorizada (TC): é o exame mais preciso para identificar inflamação e complicações;
    • Ressonância magnética: usada em casos selecionados.

    Esses exames permitem diferenciar apendicite simples (não complicada) de casos graves (com pus, perfuração ou abscesso).

    Tratamento da apendicite

    O tratamento clássico é a cirurgia para retirada do apêndice, chamada apendicectomia.

    Hoje, a técnica mais utilizada é a laparoscopia, que faz pequenas incisões e usa uma câmera para guiar o procedimento. Isso reduz a dor pós-operatória e acelera a recuperação.

    Tratamento com antibióticos

    Estudos recentes sugerem que alguns casos leves (sem perfuração) podem ser tratados apenas com antibióticos, evitando a cirurgia. Mas isso só é indicado quando:

    • Exames de imagem confirmam que não houve rompimento;
    • Não há pus ou complicações;
    • O paciente tem acompanhamento médico rigoroso.

    Ainda há debate sobre essa abordagem, e ela não substitui a cirurgia em casos moderados ou graves.

    Casos complicados

    Se houver perfuração, abscesso ou peritonite, o tratamento cirúrgico é obrigatório. Pode ser necessário:

    • Uso de drenos;
    • Antibióticos mais potentes;
    • Internação prolongada.

    Recuperação e cuidados após o tratamento

    A recuperação varia conforme a gravidade e o tipo de tratamento.

    Após cirurgia laparoscópica, a alta costuma ocorrer em poucos dias e a dor tende a ser leve e melhora rapidamente.

    Cuidados recomendados:

    • Evitar esforço físico intenso nas primeiras semanas;
    • Manter alimentação leve;
    • Usar os medicamentos prescritos corretamente;
    • Retornar às consultas de acompanhamento.

    Quando procurar ajuda médica

    Procure atendimento urgente se houver:

    • Dor abdominal que piora rapidamente;
    • Dor que começa no umbigo e migra para o lado direito;
    • Febre com dor abdominal;
    • Náuseas e vômitos persistentes;
    • Dificuldade para andar ou se mexer devido à dor.

    A apendicite é comum, mas pode evoluir rapidamente. A avaliação precoce evita complicações e salva vidas.

    Veja mais: Quando a dor nas costas pode ser preocupante? Entenda os sinais de alerta

    Perguntas frequentes sobre apendicite

    1. A apendicite pode melhorar sozinha?

    Não. Sem tratamento, o risco de perfuração é alto.

    2. Toda dor do lado direito é apendicite?

    Não. Outras condições podem causar dor nessa região, por isso é importante avaliação médica.

    3. Após tirar o apêndice, posso ter problemas digestivos?

    Não. A vida segue normalmente, sem impacto na digestão.

    4. Crianças pequenas têm sintomas diferentes?

    Sim, muitas vezes menos típicos, o que dificulta o diagnóstico.

    5. Antibiótico pode substituir a cirurgia?

    Em alguns casos muito leves, sim, mas apenas com confirmação por exames e acompanhamento médico rigoroso.

    6. O apêndice pode inflamar mais de uma vez?

    Não. Uma vez removido, não volta a inflamar.

    7. Quanto tempo demora para voltar às atividades normais?

    Geralmente de 1 a 3 semanas após cirurgia por via laparoscópica.

    Leia mais: Dor abdominal: quais podem ser as causas desse sintoma tão frequente?