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  • Anemia carencial: o que acontece quando faltam nutrientes no sangue 

    Anemia carencial: o que acontece quando faltam nutrientes no sangue 

    Cansaço sem explicação, palidez e tontura são sinais comuns da anemia, uma condição que reduz a capacidade do sangue de levar oxigênio ao corpo. Em muitos casos, o problema tem origem simples, mas impacta profundamente a saúde — trata-se da anemia carencial, causada pela falta de nutrientes essenciais.

    Ela é mais frequente em crianças pequenas, mulheres em idade fértil e gestantes, e pode provocar consequências sérias, como fraqueza intensa, dificuldades na gravidez, atraso no crescimento infantil e até problemas de memória e aprendizado.

    O que é anemia

    A anemia acontece quando o sangue tem menos glóbulos vermelhos ou hemoglobina do que o normal.

    A hemoglobina é a proteína que dá a cor vermelha ao sangue e transporta oxigênio para todas as partes do corpo. Quando ela está baixa, os tecidos não recebem oxigênio suficiente, e o organismo começa a dar sinais de alerta.

    O que é anemia carencial

    A anemia carencial ocorre quando falta algum nutriente essencial para a produção de glóbulos vermelhos. Os principais são:

    • Ferro;
    • Vitamina B12;
    • Ácido fólico (vitamina B9).

    Cada tipo tem causas, sintomas e tratamentos diferentes, mas todas têm em comum a redução da oxigenação do corpo.

    Tipos de anemia carencial

    1. Anemia ferropriva (falta de ferro)

    É o tipo mais comum de anemia no mundo. O ferro é indispensável para formar a hemoglobina — sem ele, o sangue não consegue transportar oxigênio adequadamente.

    Causas mais comuns:

    • Dieta pobre em ferro: como em casos de desnutrição ou vegetarianismo sem orientação;
    • Perdas de sangue: menstruação intensa, sangramentos no estômago ou intestino;
    • Gravidez e crescimento infantil: maior demanda de ferro;
    • Má absorção intestinal: em doenças como gastrite atrófica, doença celíaca ou após cirurgia bariátrica.

    Sintomas:

    • Palidez;
    • Cansaço e fraqueza;
    • Tontura e dor de cabeça;
    • Alterações nas unhas (em formato de colher);
    • Inflamação nos cantos da boca.

    2. Anemia por deficiência de vitamina B12

    A vitamina B12 é encontrada apenas em alimentos de origem animal (carne, ovos, leite, fígado). Ela é fundamental para a formação do DNA das células do sangue e para o bom funcionamento do sistema nervoso.

    Causas mais comuns:

    • Dieta sem produtos animais: veganismo sem suplementação adequada;
    • Problemas de absorção: gastrite atrófica, cirurgia bariátrica ou anemia perniciosa, doença autoimune;
    • Envelhecimento: idosos têm menor acidez estomacal e absorvem menos vitamina B12.

    Sintomas:

    • Palidez e cansaço;
    • Dormência ou formigamento em mãos e pés;
    • Alterações de memória e humor;
    • Língua lisa e dolorida.

    3. Anemia por deficiência de ácido fólico (vitamina B9)

    O ácido fólico, ou folato, é encontrado em vegetais verde-escuros, feijões, frutas cítricas e cereais fortificados. Assim como a B12, ele é importante para a formação do DNA e das células do sangue.

    A falta é mais comum em:

    • Gestantes (maior necessidade de folato durante a gravidez);
    • Pessoas com dieta pobre em verduras e legumes;
    • Quem consome álcool em excesso.

    Sintomas:

    • Palidez, cansaço e falta de ar;
    • Irritabilidade;
    • Em gestantes, aumenta o risco de malformações do tubo neural nos bebês.

    Como é feito o diagnóstico

    O exame mais comum para detectar anemia é o hemograma, que mostra:

    • Nível de hemoglobina;
    • Número e tamanho dos glóbulos vermelhos;
    • Alterações que indicam qual nutriente pode estar em falta.

    Outros exames complementares ajudam a confirmar o tipo de deficiência:

    • Ferritina: mede as reservas de ferro no corpo;
    • Vitamina B12 e ácido fólico: avaliam os níveis dessas vitaminas no sangue.

    Tratamento da anemia carencial

    O tratamento depende do nutriente em falta:

    • Ferro: suplementação oral com comprimidos ou, nos casos graves, aplicação intravenosa;
    • Vitamina B12: suplementação oral ou por injeções, conforme a causa;
    • Ácido fólico (B9): comprimidos diários de suplementação.

    Além disso, é essencial tratar a causa da deficiência, como sangramentos, problemas de absorção intestinal ou dieta inadequada.

    Leia mais: Deficiências nutricionais em adultos: aprenda a identificar sinais no dia a dia e prevenir riscos

    Como prevenir a anemia carencial

    A boa notícia é que a maioria dos casos pode ser evitada com alimentação equilibrada:

    • Fontes de ferro: carnes, feijão, lentilha e folhas verdes;
    • Fontes de vitamina B12: carnes, ovos e leite;
    • Fontes de folato: verduras, frutas cítricas e leguminosas.

    Outras recomendações importantes:

    • Gestantes devem receber suplementação de ferro e ácido fólico conforme orientação médica;
    • Pessoas veganas precisam suplementar vitamina B12 obrigatoriamente.

    Confira: Vitamina B12: o que é, para que serve e como identificar carência ou excesso

    Perguntas frequentes sobre anemia carencial

    1. A anemia carencial é grave?

    Depende do grau e da causa. Quando tratada precocemente, tem boa recuperação, mas, sem tratamento, pode causar complicações sérias.

    2. É possível ter anemia mesmo comendo bem?

    Sim. Problemas de absorção intestinal, cirurgias ou doenças crônicas podem dificultar o aproveitamento dos nutrientes.

    3. Qual é o exame que detecta anemia?

    O hemograma é o principal exame, mas pode ser complementado com dosagens de ferro, ferritina, B12 e ácido fólico.

    4. A anemia causa tontura e falta de ar?

    Sim. A falta de oxigênio nos tecidos faz o corpo trabalhar mais, o que pode causar cansaço, tontura e falta de ar.

    5. Crianças podem ter anemia carencial?

    Sim. É comum em crianças pequenas devido ao rápido crescimento e à necessidade aumentada de ferro.

    6. Vegetarianos sempre têm anemia?

    Não necessariamente. Com uma dieta bem planejada e suplementação de vitamina B12, é possível evitar deficiências.

    Leia também: Delivery saudável: nutricionista dá dicas para escolher bem