Tag: agonistas do GLP-1

  • Canetas emagrecedoras: como evitar deficiências nutricionais?

    Canetas emagrecedoras: como evitar deficiências nutricionais?

    Em qualquer tratamento que envolva a perda de peso, o acompanhamento médico e nutricional deve acontecer de forma constante — e não seria diferente com o uso de agonistas de GLP-1, conhecidos como canetas emagrecedoras.

    Eles atuam controlando a fome e retardando o esvaziamento do estômago, o que prolonga a saciedade e, consequentemente, reduz o consumo de alimentos. Se não houver um plano alimentar individualizado, isso pode resultar em deficiências nutricionais, que comprometem o bem-estar e a saúde ao longo do tratamento, inclusive tornando o processo de emagrecimento mais desgastante.

    Como as canetas emagrecedoras atuam no emagrecimento?

    As canetas emagrecedoras, como semaglutida (Ozempic, Wegovy) e tirzepatida (Mounjaro), atuam principalmente por meio da regulação do apetite e do metabolismo, interferindo em áreas específicas do cérebro responsáveis pela fome e saciedade.

    Elas imitam a ação de um hormônio natural do corpo, o GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1), que é liberado pelo intestino após as refeições. Ele envia sinais ao cérebro informando que o organismo está satisfeito, o que diminui o consumo de alimentos.

    Somado a isso, as canetas também retardam o esvaziamento do estômago, fazendo com que a sensação de saciedade dure por mais tempo. Com isso, a pessoa tende a comer menos e de forma mais controlada ao longo do dia — o que cria um ambiente metabólico favorável ao emagrecimento.

    Por que o uso pode causar deficiências nutricionais?

    As deficiências nutricionais podem acontecer porque os agonistas GLP-1 reduzem de forma significativa o apetite e, como resultado, a ingestão de alimentos. Quando a pessoa passa a comer menos, o corpo pode deixar de receber quantidades adequadas de vitaminas, minerais e outros nutrientes essenciais, como explica a nutricionista Bárbara Yared.

    Portanto, mesmo que a pessoa consiga emagrecer, a restrição alimentar prolongada, sem acompanhamento nutricional adequado, cria um desequilíbrio que pode afetar desde a imunidade até a saúde da pele, cabelos e músculos.

    A redução significativa da ingestão calórica também interfere na absorção de nutrientes. Como o esvaziamento do estômago é mais lento, o processo digestivo passa por algumas alterações, comprometendo a absorção de ferro, cálcio, vitamina B12 e outras substâncias.

    Para complementar, o enjoo e a sensação de saciedade precoce, efeitos comuns nas primeiras semanas, levam muitas pessoas a evitarem refeições completas ou variados grupos alimentares.

    Quais os riscos das deficiências nutricionais?

    Os riscos das deficiências nutricionais são muitos e podem afetar o corpo de várias formas, como:

    • Perda de massa muscular;
    • Fraqueza e fadiga frequente;
    • Queda de cabelo;
    • Pele e unhas mais frágeis;
    • Redução da imunidade;
    • Dificuldade de concentração;
    • Alterações no humor;

    Em situações mais graves, podem surgir quadros de anemia, enfraquecimento dos ossos (osteopenia), alterações hormonais e até dificuldades de concentração ou raciocínio.

    Como prevenir deficiências nutricionais usando canetas emagrecedoras?

    Antes de tudo, é importante destacar que o uso de agonistas de GLP-1 deve ser feito apenas com prescrição médica. Todo o tratamento precisa ter acompanhamento médico e nutricional, já que cada organismo reage de forma diferente aos medicamentos e às mudanças alimentares.

    No dia a dia, existem algumas estratégias que podem ajudar a prevenir deficiências nutricionais e manter o equilíbrio do corpo, como:

    Fracionar as refeições ao longo do dia

    Como o apetite tende a diminuir com o uso de agonistas GLP-1, Bárbara orienta a fracionar a alimentação em pequenas porções distribuídas ao longo do dia. O hábito de comer em intervalos regulares evita longos períodos de jejum e ajuda o corpo a receber nutrientes de forma contínua. Ah, e pequenas refeições equilibradas também reduzem o risco de enjoo, que é comum nas primeiras semanas do tratamento.

    Montar pratos equilibrados nas refeições principais

    Nas principais refeições, como almoço e jantar, o ideal é montar pratos balanceados, como:

    • 1/3 de carboidratos integrais, como arroz integral, batata-doce ou quinoa;
    • 1/3 de proteínas, como frango, peixe, ovos, carne magra ou leguminosas;
    • 1/3 de vegetais, preferindo uma boa variedade de cores para garantir diferentes vitaminas e minerais.

    Ter um equilíbrio ajuda a preservar a massa magra, sustenta por mais tempo e garante que o corpo receba energia suficiente para as atividades do dia a dia.

    Incluir gorduras boas nas refeições

    As gorduras boas são tipos de lipídios que ajudam a manter várias funções vitais em equilíbrio. Elas participam da produção de hormônios, protegem o coração, auxiliam na absorção de vitaminas (A, D, E e K) e contribuem para o bom funcionamento do cérebro.

    As gorduras são divididas em dois grupos, sendo eles:

    Monoinsaturadas: ajudam a reduzir o colesterol ruim (LDL) e aumentar o colesterol bom (HDL). Estão presentes em alimentos como azeite de oliva, abacate, amêndoas, castanhas e amendoim;

    Poli-insaturadas: incluem os famosos ômega-3 e ômega-6, que têm ação anti-inflamatória e são importantes para o sistema nervoso e imunológico. Podem ser encontradas em peixes como salmão, sardinha e atum, além de sementes de chia, linhaça e nozes.

    Apesar de saudáveis, as gorduras devem ser consumidas com moderação. Pequenas porções já são suficientes para oferecer benefícios sem prejudicar o controle de peso.

    Considerar opções nutritivas e leves

    Quando o apetite está muito reduzido, pode ser difícil atingir a quantidade ideal de nutrientes apenas com comida sólida. Nessas situações, podem ser incluídas vitaminas proteicas, shakes equilibrados ou sopas completas, sempre com orientação profissional. Elas ajudam a manter a ingestão adequada de proteínas e micronutrientes, evitando carências nutricionais.

    Fazer acompanhamento regular com exames

    Durante o tratamento com as canetas emagrecedoras, realizar exames periódicos é necessário para monitorar níveis de ferro, cálcio, vitamina B12, vitamina D e outros nutrientes. A avaliação constante ajuda a identificar precocemente qualquer sinal de deficiência e permite ajustar o plano alimentar antes que o problema evolua.

    Ainda, os resultados laboratoriais orientam o médico e o nutricionista na decisão sobre possíveis suplementações ou mudanças na dieta. Em alguns casos, pode ser necessário reforçar o consumo de determinados alimentos ou incluir vitaminas e minerais em cápsulas ou líquidos, de acordo com a necessidade de cada um.

    Leia também: Canetas emagrecedoras: como evitar o efeito rebote no emagrecimento?

    Quando o uso de suplementos é necessário?

    O uso de suplementos alimentares pode ser necessário quando a alimentação, mesmo quando bem planejada, não consegue suprir todas as necessidades nutricionais do organismo durante o tratamento com as canetas emagrecedoras.

    A indicação deve sempre ser feita por um profissional de saúde, após a análise de exames laboratoriais. Quando existe uma deficiência comprovada de nutrientes como ferro, vitamina B12, vitamina D, cálcio ou proteínas, o médico ou o nutricionista pode definir o tipo, a dose e o tempo de uso mais adequado. O uso depende sempre da avaliação individual, segundo Bárbara.

    Sinais de alerta de deficiências nutricionais

    Os principais sinais de que o corpo está com deficiências nutricionais são, de acordo com Bárbara:

    • Cansaço e fraqueza;
    • Fadiga constante;
    • Sonolência excessiva;
    • Falta de ar;
    • Infecções frequentes, como gripes e resfriados;
    • Cicatrização lenta de feridas;
    • Unhas quebradiças;
    • Queda de cabelo;
    • Constipação;
    • Dores abdominais.

    Se algum desses sinais aparecer, é importante procurar um médico para realizar exames e identificar possíveis deficiências antes que elas se tornem mais sérias.

    Veja mais: Canetas emagrecedoras: saiba como evitar a perda de massa muscular

    Perguntas frequentes sobre deficiências nutricionais

    1. Quem pode usar medicamentos agonistas de GLP-1?

    Os agonistas GLP-1, como Ozempic, são indicados para adultos com diagnóstico de obesidade, ou de sobrepeso com doenças associadas, como diabetes tipo 2, hipertensão, colesterol alto ou apneia do sono.

    O uso deve sempre ser avaliado e prescrito por um médico, que analisará o histórico clínico, possíveis contraindicações e os objetivos do tratamento. O uso recreativo, estético ou sem acompanhamento profissional não é recomendado, pois pode causar efeitos colaterais graves. Nunca se automedique!

    2. Quais são os principais efeitos colaterais das canetas emagrecedoras?

    Os efeitos mais comuns aparecem nas primeiras semanas de uso e costumam ser leves e temporários, sendo eles:

    • Náuseas;
    • Dor de estômago;
    • Gases;
    • Constipação;
    • Diarreia;
    • Azia;
    • Sensação de estufamento.

    Os sintomas normalmente diminuem à medida que o corpo se adapta, mas ainda é importante manter o acompanhamento médico e relatar qualquer desconforto, já que o ajuste da dose ou a mudança na forma de administração podem amenizar os efeitos.

    3. É possível manter os resultados após parar o uso?

    Sim, mas depende do estilo de vida adotado durante o tratamento. O medicamento ajuda a controlar o apetite e criar novos hábitos, mas, ao suspender o uso, o corpo tende a retomar o comportamento anterior se não houver uma reeducação alimentar sólida.

    Para manter o peso, é preciso continuar com uma alimentação equilibrada, prática regular de exercícios e acompanhamento médico. Alguns profissionais também recomendam uma transição gradual para evitar o “efeito rebote”.

    4. O uso de canetas de GLP-1 substitui dieta e exercícios?

    Não! O remédio deve ser visto como um apoio no processo de emagrecimento, mas não substitui a importância de uma alimentação equilibrada e da prática regular de atividades físicas.

    A combinação entre remédio, dieta e exercício é o que garante resultados mais saudáveis. Sem isso, o corpo tende a recuperar todo o peso perdido assim que o tratamento termina.

    5. O que comer durante o tratamento com agonistas de GLP-1?

    Durante o uso de canetas emagrecedoras, a prioridade é comer alimentos leves, nutritivos e de fácil digestão. Uma ideia é montar pratos equilibrados com proteínas magras (frango, peixe, ovos), carboidratos integrais (arroz integral, quinoa, batata-doce) e vegetais variados.

    As refeições devem ser pequenas, fracionadas e distribuídas ao longo do dia para evitar enjoo e garantir energia constante.

    6. Quais alimentos evitar durante o uso de canetas emagrecedoras?

    O recomendado, durante e após o tratamento, é evitar o consumo de bebidas alcoólicas, refrigerantes, alimentos ultraprocessados e frituras. Também é bom limitar o consumo de doces e carboidratos simples, que podem causar picos de glicemia e atrapalhar o controle do apetite.

    O ideal é priorizar comidas naturais, ricas em fibras e proteínas, que sustentam por mais tempo e protegem a massa magra.

    Confira: 6 dicas para quem está começando a usar canetas emagrecedoras

  • Ozempic e similares podem reduzir risco de câncer ligado à obesidade?

    Ozempic e similares podem reduzir risco de câncer ligado à obesidade?

    Considerada um importante problema de saúde pública, a obesidade é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de câncer. O acúmulo de gordura corporal provoca inflamação crônica e altera níveis hormonais, favorecendo a multiplicação de células cancerígenas.

    Manter um peso saudável é essencial tanto para prevenir tumores malignos quanto para melhorar a resposta ao tratamento em quem já possui o diagnóstico. Nos últimos anos, alternativas como os agonistas do GLP-1 (como Ozempic e Wegovy), inicialmente desenvolvidos para tratar diabetes tipo 2, têm ganhado destaque no controle da obesidade.

    Esses medicamentos aumentam a saciedade, retardam o esvaziamento gástrico e ajudam no controle da glicose, reduzindo o apetite e o peso corporal. Mas será que eles podem realmente mudar o cenário da prevenção do câncer? Veja o que dizem as pesquisas.

    Qual a relação entre o excesso de peso e o câncer?

    O câncer surge de alterações no DNA que levam ao crescimento desordenado de células. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), grande parte dos casos está ligada a hábitos como má alimentação, sedentarismo e excesso de peso.

    O oncologista Thiago Chadid destaca que, a cada 5 pontos que o IMC sobe, o risco de câncer aumenta cerca de 15% em mulheres e 13% em homens. Isso significa que uma pessoa que passa de IMC 22 para 27 já tem aumento de cerca de 25% no risco de desenvolver câncer.

    O risco está relacionado à gordura corporal, não apenas ao peso total. O excesso de gordura aumenta a probabilidade de câncer por três mecanismos principais:

    • Inflamação crônica: a gordura em excesso promove inflamação contínua, que facilita mutações genéticas e o crescimento de células anormais;
    • Desequilíbrio hormonal: há aumento de insulina e fatores de crescimento celular, que estimulam a proliferação tumoral;
    • Produção de estrogênio: em mulheres na pós-menopausa, a gordura abdominal torna-se a principal fonte de estrogênio, elevando o risco de câncer de mama.

    O excesso de peso está associado a pelo menos 13 tipos de câncer, como os de pâncreas, fígado, rins, intestino, estômago, mama e vesícula biliar, além de possíveis vínculos com câncer de próstata avançado e linfomas.

    O que são agonistas do GLP-1?

    Os agonistas do GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1) são medicamentos criados para tratar diabetes tipo 2. Eles imitam a ação de um hormônio intestinal que estimula a liberação de insulina, reduz o apetite e retarda o esvaziamento gástrico, promovendo saciedade.

    A semaglutida (Ozempic) é o exemplo mais conhecido. Além de controlar o metabolismo, age no sistema nervoso central, reduzindo a fome e facilitando dietas hipocalóricas, o que levou à sua adoção também no tratamento da obesidade.

    Ao reduzir o excesso de gordura, esses fármacos diminuem inflamação e desequilíbrios hormonais, podendo teoricamente reduzir o risco de câncer. Mas as evidências ainda estão sendo estudadas.

    Agonistas de GLP-1 e câncer: o que dizem as pesquisas científicas?

    Os agonistas de GLP-1 são medicamentos recentes, e as evidências sobre seu impacto no risco de câncer ainda são iniciais, embora promissoras.

    Um estudo publicado na JAMA Oncology com mais de 86 mil adultos com obesidade mostrou que o uso desses medicamentos reduziu o risco geral de câncer em cerca de 17%. Já uma análise nacional de 1,1 milhão de pacientes (revista Cancers, 2025) reforçou o potencial protetor — especialmente contra tumores de mama, próstata e trato gastrointestinal. A semaglutida mostrou forte proteção para cânceres digestivos.

    Aumento discreto de risco

    Apesar dos resultados positivos, alguns estudos observaram pequeno aumento de risco em casos específicos. A liraglutida foi associada a maior incidência de câncer de tireoide e pulmão em algumas populações, e a JAMA Oncology apontou aumento discreto (não significativo) de câncer renal.

    Segundo os pesquisadores liderados por Hao Dai, os GLP-1 parecem ter efeito protetor em vários tipos de câncer, mas ainda é preciso acompanhar a longo prazo para entender melhor os mecanismos e possíveis riscos em órgãos específicos.

    Thiago Chadid lembra que muitos estudos foram feitos com pessoas com diabetes tipo 2 — grupo que já tem risco maior de câncer — e que o grau de perda de peso influencia diretamente os resultados. Por isso, embora os dados sejam animadores, ainda não é possível afirmar com certeza que esses medicamentos previnem o câncer.

    E para quem já teve câncer?

    Não há evidências suficientes de que os agonistas de GLP-1 reduzam recidivas ou aumentem a sobrevida em quem já teve câncer. Também não se sabe se são totalmente seguros em pacientes com histórico de determinados tumores, como os de tireoide. O uso deve ser individualizado e decidido junto ao médico responsável.

    Quais são os melhores hábitos para prevenir a obesidade?

    O estilo de vida continua sendo o fator mais importante para prevenir obesidade e doenças associadas:

    • Alimentação equilibrada: prefira alimentos in natura e reduza ultraprocessados, fast food e bebidas açucaradas;
    • Atividade física regular: pratique pelo menos 150 minutos semanais de exercícios aeróbicos moderados e inclua treinos de força;
    • Sono de qualidade: dormir bem regula os hormônios da fome e da saciedade, como grelina e leptina;
    • Controle do estresse: o estresse crônico favorece ganho de peso; técnicas como meditação e respiração ajudam no equilíbrio emocional;
    • Hidratação adequada: beba água ao longo do dia e evite confundir sede com fome;
    • Evite álcool em excesso: é calórico e favorece o acúmulo de gordura e o risco de câncer.

    Aliado aos hábitos, o acompanhamento médico e nutricional é fundamental para prevenir e tratar a obesidade de forma personalizada e segura.

    Confira: Câncer de mama: o que é, sintomas, causa e como identificar

    Perguntas frequentes

    1. Quais tipos de câncer estão mais relacionados à obesidade?

    Segundo o INCA, a obesidade está ligada a tumores de esôfago (adenocarcinoma), estômago (cárdia), pâncreas, fígado, vesícula biliar, intestino, rins, mama (pós-menopausa), ovário, endométrio, tireoide, meningioma e mieloma múltiplo. Também há indícios de relação com câncer de próstata avançado, linfomas e câncer de mama em homens.

    2. Como a gordura corporal influencia no desenvolvimento do câncer?

    A gordura corporal libera substâncias inflamatórias, altera hormônios e favorece a resistência à insulina, criando um ambiente propício para mutações celulares. Além disso, a gordura abdominal produz estrogênio em excesso, aumentando o risco de câncer de mama e endométrio.

    3. Quem já teve câncer pode usar Ozempic?

    Em teoria, reduzir o peso e a inflamação pode trazer benefícios, mas ainda não há estudos robustos que confirmem a segurança e eficácia do Ozempic em pessoas com histórico de câncer. O uso deve ser avaliado individualmente e nunca feito sem prescrição médica.

    4. É possível prevenir a obesidade apenas com remédios?

    Não. Os medicamentos não substituem hábitos saudáveis. A prevenção envolve alimentação equilibrada, atividade física, suporte psicológico e, quando necessário, tratamento médico.

    5. Quanto de atividade física devo fazer para prevenir a obesidade?

    O Ministério da Saúde recomenda 150 a 300 minutos semanais de exercícios moderados (como caminhada ou dança) ou 75 a 150 minutos de atividades vigorosas (como corrida ou natação), distribuídos em três a cinco dias por semana. Mesmo pequenas mudanças, como usar escadas ou caminhar mais, ajudam a manter o corpo ativo e o peso sob controle.

    Leia também: Recidiva do câncer: por que ele pode voltar após o tratamento?

  • Ozempic protege o coração? Veja como a semaglutida age

    Ozempic protege o coração? Veja como a semaglutida age

    Remédio da moda, o Ozempic (semaglutida) foi originalmente desenvolvido para tratar diabetes tipo 2 e atualmente é muito prescrito pelos médicos para ajudar as pessoas a perderem peso. Além da fama de emagrecedor, porém, há um detalhe que merece atenção: esse remédio também pode também proteger o coração.

    O que é o Ozempic (semaglutida)

    O Ozempic e o Wegovy são remédios que têm como princípio ativo a semaglutida, e fazem parte de um grupo chamado agonistas do GLP-1. O GLP-1 é um hormônio que nosso corpo produz naturalmente e que ajuda a controlar o açúcar no sangue.

    Quando os níveis de açúcar estão altos, ele manda um recado para o pâncreas liberar insulina, aquele hormônio que coloca a glicose dentro das células para virar energia.

    Ao mesmo tempo, reduz a ação do glucagon, um hormônio que libera glicose do fígado para o sangue. Como se não bastasse, o GLP-1 também ajuda no cérebro para diminuir o apetite e retardar o esvaziamento do estômago, evitando picos de glicose.

    Como o Ozempic pode proteger o coração

    Segundo a cardiologista Juliana Soares, que integra o corpo clínico do Hospital Albert Einstein, os agonistas do GLP-1 podem reduzir o risco de eventos cardiovasculares como infarto e AVC e até morte por causas cardiovasculares.

    “A ação no controle dos níveis de açúcar e no peso são, por si, fatores protetores e que reduzem o risco cardiovascular”, conta a médica.

    “Isso acontece por meio da melhora metabólica, da diminuição dos níveis de colesterol e do controle mais efetivo da pressão arterial. Além disso, os estudos mostram que essas medicações melhoram a função da camada interna dos vasos sanguíneos (conhecida por endotélio) e podem diminuir a inflamação vascular, tendo um efeito protetor no sistema cardiovascular”.

    Diabetes e risco cardíaco: qual a relação?

    Infelizmente, quem tem diabetes carrega um risco maior de desenvolver doenças do coração. “Os níveis de açúcar elevados promovem danos ao organismo, como acúmulo de gordura e formação de placas nas artérias”, explica a médica.

    Além disso, o diabetes altera os vasos sanguíneos, piora a pressão arterial e pode desregular o colesterol. “Essas alterações contribuem para o aumento do risco de condições como infarto e AVC”, conta a especialista.

    Semaglutida é para todo tipo de problema do coração?

    Não. “A semaglutida não foi desenvolvida para tratar doenças cardíacas diretamente”, lembra Juliana Soares. O principal alvo sempre foi o controle do diabetes tipo 2 e, posteriormente, a perda de peso.

    Saiba Mais: Wegovy e Ozempic: como funcionam para perda de peso

    Ela explica, porém, que os estudos mostram benefícios importantes em quem tem insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada, uma condição em que o coração até contrai normalmente, mas não consegue bombear o sangue de forma eficiente.

    “O impacto nesta condição vem da perda de peso, do aumento da capacidade física e de exercícios e reduçao nos sintomas”.

    Perguntas frequentes sobre Ozempic e o coração

    1. O Ozempic é só para diabetes?

    Não. Ele foi criado para tratar o diabetes tipo 2, depois foi aprovado também para perda de peso (Wegovy) e descobriu-se que a melhora metabólica causada pelo remédio pode trazer benefícios cardiovasculares.

    2. Posso usar Ozempic só para proteger o coração?

    Não, ele não é indicado como tratamento exclusivo para o coração.

    3. O Ozempic ajuda a prevenir infarto?

    Estudos mostram redução no risco de infarto e AVC em pessoas com diabetes tipo 2 e alto risco cardiovascular.

    4. O Ozempic ajuda na pressão alta?

    Indiretamente, sim. Ao melhorar o peso e o metabolismo, também pode contribuir para o controle da pressão.

    5. O Ozempic emagrece mesmo?

    Sim, um dos efeitos é a redução do apetite e, consequentemente, da ingestão calórica.

    6. A semaglutida tem efeitos colaterais?

    Sim. Náuseas, vômitos e diarreia são os efeitos colaterais mais comuns, principalmente quando se começa a usar o remédio.

    7. Existe diferença entre Ozempic e Wegovy em relação ao coração?

    Os dois têm o mesmo princípio ativo (semaglutida), mas indicações diferentes. Ozempic é indicado para diabetes tipo 2, e Wegovy para perda de peso. A ação cardiovascular está sendo estudada nos dois.