Categoria: Sinais & Sintomas

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  • Bateu a cabeça? Veja 7 sinais de alerta e quando ir ao médico

    Bateu a cabeça? Veja 7 sinais de alerta e quando ir ao médico

    Mesmo em situações simples do cotidiano, qualquer pessoa está sujeita a sofrer acidentes que provocam batidas na cabeça — seja no banheiro, em um tropeço no degrau ou em uma pancada involuntária durante uma atividade física.

    O momento pode causar um susto, especialmente quando surge a dor imediata, tontura ou um breve período de desorientação, sendo importante observar sinais de alerta que indiquem a possibilidade de um quadro mais grave. O cérebro é uma estrutura sensível, e qualquer mudança após o impacto requer atenção cuidadosa. Vamos entender melhor, a seguir.

    Bati a cabeça, o que fazer?

    De acordo com a neurocirurgiã Ana Gandolfi, a primeira atitude depois de alguém bater a cabeça é avaliar o nível de consciência, conversando para verificar se ela está acordada, orientada e respondendo de maneira adequada.

    Uma dica é fazer perguntas simples, como nome completo e a data, que ajudam a confirmar se o cérebro está funcionando como esperado depois do impacto.

    Mas, se a pessoa desmaiar após a batida, a primeira medida deve ser colocá-la de lado, na posição lateral de segurança, para evitar que ela engasgue com saliva ou vômito. Você também deve observar se o peito se movimenta, se o ar sai pelo nariz ou pela boca e se o ritmo da respiração está regular.

    A recomendação é não sacudir a pessoa, não tentar levantá-la e não oferecer água ou alimentos, pois isso pode piorar o quadro ou causar engasgos. A ajuda médica deve ser chamada imediatamente, já que o desmaio após um trauma indica maior risco de sangramento interno ou lesão mais profunda.

    Quando procurar um médico depois de bater a cabeça?

    Primeiro, é importante observar por cerca de 15 a 20 minutos, e buscar atendimento médico se a pessoa não melhorar e/ou apresentar os seguintes sinais de alerta:

    • Sonolência fora do habitual, que surge de forma inesperada logo após o impacto;
    • Fala enrolada ou confusa, mostrando dificuldade para organizar palavras;
    • Dificuldade para manter os olhos abertos, indicando possível alteração neurológica;
    • Confusão mental, percebida quando a pessoa não entende perguntas simples ou responde de forma incoerente;
    • Vômitos repetidos, que podem surgir minutos após a batida;
    • Dor de cabeça que piora com o passar do tempo;
    • Sangramento pelo nariz ou pelo ouvido, que pode indicar lesão mais profunda.

    Quais sinais indicam perigo após bater a cabeça?

    A perda de consciência, mesmo que por alguns minutos, é um dos principais sinais de que a pancada pode ser grave, pois indica que o impacto afetou o funcionamento do cérebro.

    Outros sintomas também devem servir de alerta, como confusão após o trauma, com fala enrolada ou dificuldade para entender perguntas, sonolência extrema e sangramento no local da pancada, pelo nariz ou pelo ouvido.

    De acordo com Ana, um sangramento dentro do crânio pode demorar algumas horas para causar sintomas importantes, mas normalmente os sinais de alerta citados indicam maior chance de sangramento intracraniano.

    Cuidados com crianças e idosos

    A atenção com crianças e idosos deve ser redobrada após uma batida na cabeça, porque ambos podem apresentar sintomas que evoluem de maneira diferente.

    Os idosos têm tendência maior de ficar confusos após um trauma, mesmo quando o impacto não foi tão forte, e por isso precisam de observação por algumas semanas. A possibilidade de sangramento tardio existe, já que pequenas lesões internas podem não aparecer no exame de imagem feito na hora e só provocar sinais três ou quatro semanas depois.

    Se, após alguns dias ou semanas, o idoso apresentar perda de força, confusão ou alteração de fala, é fundamental informar ao médico que houve um trauma prévio.

    No caso das crianças, o quadro pode piorar mais rápido, pois elas nem sempre conseguem descrever os sintomas. A observação dos sinais neurológicos deve ser rigorosa, sobretudo quando há sonolência incomum, vômitos repetidos, irritabilidade intensa ou dificuldade para manter a atenção.

    Como a batida é avaliada no pronto-socorro?

    Quando uma pessoa é levada ao pronto-socorro depois de bater a cabeça, são avaliados o nível de consciência, a força muscular, a sensibilidade e a história do trauma, para entender a intensidade do impacto e verificar se houve perda de consciência.

    Além do exame neurológico e da avaliação das pupilas, pode ser indicada uma tomografia de crânio, que ajuda a identificar se existe sangramento interno, fratura ou qualquer alteração que exija intervenção imediata.

    Em crianças, porém, é importante evitar tomografias desnecessárias, porque a radiação é alta e o exame só deve ser feito quando realmente precisa. Mesmo não sendo invasiva, a tomografia não é totalmente livre de riscos quando feita muitas vezes.

    Se a pessoa estiver bem, Ana explica que ainda assim ela pode precisar de observação, dependendo da energia do trauma e dos sintomas iniciais. Se houver confusão, perda de consciência ou escurecimento visual no momento da pancada, a observação por algumas horas é indicada.

    O que você não deve fazer depois de bater a cabeça

    A orientação após uma batida na cabeça envolve cuidados simples que ajudam a evitar riscos nas horas seguintes ao trauma.

    • Não dirigir, mesmo que o sintoma tenha sido leve;
    • Não operar máquinas, pois qualquer alteração neurológica pode piorar;
    • Evitar o uso de bebidas alcoólicas, já que o álcool pode esconder sinais importantes de piora;
    • Evitar drogas ilícitas, que podem alterar a percepção dos sintomas e dificultar a avaliação.

    A ideia é reduzir estímulos, evitar riscos e permitir que o cérebro se recupere, já que alterações neurológicas podem surgir de maneira lenta ou discreta.

    Leia também: Esportes de contato: pancadas repetitivas na cabeça fazem mal?

    Perguntas frequentes

    Como agir quando alguém desmaia após uma pancada?

    A pessoa que desmaia após uma pancada deve ser colocada de lado, em posição lateral de segurança, para evitar aspiração de saliva ou vômito. A respiração precisa ser verificada, mantendo atenção ao ritmo e amplitude.

    É indicado chamar o serviço de emergência, já que o desmaio é sinal forte de que o impacto foi significativo. Continue observando até a chegada de ajuda, verificando se a pessoa acorda e se está respondendo adequadamente.

    Sentir tontura depois de bater a cabeça é normal?

    A tontura pode aparecer logo após o trauma porque o corpo tenta se ajustar ao impacto, mas o sintoma não deve durar muito tempo. A tontura que é leve e passa rapidamente costuma indicar apenas desequilíbrio momentâneo, enquanto a tontura persistente, acompanhada de náuseas, dificuldade para andar ou sensação de desorientação levanta suspeita de lesão mais séria e deve ser avaliada por um médico.

    Por que a pessoa deve ser mantida acordada após bater a cabeça?

    A pessoa não precisa ser mantida acordada à força, mas precisa ser despertada de tempos em tempos nas primeiras horas, para confirmar que está consciente e responde normalmente. O sono por si só não é perigoso, mas pode mascarar sinais de alerta nas primeiras horas.

    A dificuldade para acordar, a fala enrolada ou a confusão ao despertar indicam que a evolução não está adequada e que a avaliação médica deve ser feita imediatamente.

    O uso de analgésicos é permitido após o trauma?

    O uso de analgésicos precisa ser orientado por um profissional de saúde, porque alguns medicamentos podem mascarar sintomas importantes.

    O uso de medicamentos que contenham substâncias anticoagulantes deve ser evitado, pois aumentam o risco de sangramento interno. A dor que não melhora com analgésicos simples ou que piora ao longo do dia é sinal de alerta.

    Como evitar a queda de idosos?

    Com o envelhecimento, é comum a perda de equilíbrio, diminuição de força muscular e alterações de visão que aumentam muito o risco de acidentes. Algumas medidas práticas podem reduzir de forma significativa a probabilidade de um trauma na cabeça, como:

    • Manutenção de ambientes bem iluminados, com lâmpadas potentes e pontos de luz acessíveis durante a noite;
    • Retirada de tapetes soltos, objetos espalhados e móveis que dificultam a circulação;
    • Instalação de barras de apoio, principalmente em banheiros, corredores e ao lado da cama;
    • Utilização de calçados fechados e antiderrapantes, garantindo maior estabilidade ao caminhar;
    • Revisão periódica da visão, ajustando óculos e tratando doenças que afetem o campo visual;
    • Prática regular de exercícios supervisionados, com foco em força, equilíbrio e coordenação;
    • Supervisão do uso de medicamentos, porque muitos causam tontura, sonolência ou queda de pressão;
    • Adoção de pisos antiderrapantes, principalmente em áreas molhadas, como cozinha e banheiro;
    • Organização de objetos de uso diário ao alcance das mãos, evitando subir em bancos ou cadeiras.

    O que é concussão?

    A concussão é uma lesão cerebral funcional causada por uma pancada na cabeça ou por um movimento brusco que faz o cérebro balançar dentro do crânio, provocando alterações temporárias no seu funcionamento.

    Ela não depende da força extrema do impacto, e pode acontecer depois de batidas moderadas, principalmente em quedas, esportes e acidentes domésticos.

    Os sintomas podem incluir dor de cabeça, tontura, náuseas, dificuldade de concentração, sensibilidade à luz, irritabilidade e sensação de confusão, surgindo minutos ou horas após o trauma.

    No caso das concussões, não é possível detectar danos cerebrais em exames de diagnóstico por imagem, como tomografia, o que torna importante observar sinais clínicos.

    7. Como tratar uma concussão?

    O tratamento de uma concussão começa com repouso físico e mental, permitindo que o cérebro se recupere. A recomendação é evitar atividades que exigem esforço, como exercícios intensos, leitura prolongada, jogos eletrônicos, telas brilhantes e situações que demandem muita concentração.

    No caso de pessoas que praticam atividades físicas, o retorno deve ser gradual, sempre observando se os sintomas pioram. Se eles forem mais intensos ou persistem por dias, é indicado procurar a avaliação de um neurologista.

    Confira: Capacete para criança: por que ele é importante nos esportes?

  • Dor no ombro esquerdo pode ser infarto? Saiba como identificar

    Dor no ombro esquerdo pode ser infarto? Saiba como identificar

    A dor intensa no peito, descrita como um aperto, peso ou queimação, é um dos principais sintomas para identificar um infarto. Como as vias nervosas do coração se conectam à medula espinhal nos mesmos pontos que outras áreas do corpo, a dor pode ser percebida em regiões diferentes da sua origem, como o ombro esquerdo.

    Afinal, por que isso acontece? O fenômeno, conhecido como dor referida, acontece porque o cérebro, ao receber os sinais nervosos, pode confundir a origem da dor. Por isso, um problema cardíaco pode se manifestar com sintomas que lembram lesões musculares ou articulares — e ficar de olho nas diferenças ajuda a identificar o quadro.

    O que pode causar dor no ombro esquerdo?

    A dor no ombro esquerdo pode ter diversas causas e nem sempre está relacionada ao coração. Na verdade, o incômodo costuma ser consequência de condições musculoesqueléticas, neurológicas ou posturais, como:

    • Lesões musculares, como estiramentos, contraturas ou distensões;
    • Tendinites (inflamação nos tendões do ombro);
    • Bursites (inflamação na bursa, estrutura que reduz o atrito entre os tecidos);
    • Problemas articulares, como luxações, artrose ou instabilidade do ombro;
    • Hérnias cervicais (compressão dos nervos da coluna cervical que irradiam dor para o ombro);
    • Inflamações nos nervos periféricos, como neurites ou síndrome do desfiladeiro torácico;
    • Má postura prolongada, especialmente em ambientes de trabalho;
    • Esforço físico excessivo ou repetitivo, como levantar pesos ou movimentos repetidos;
    • Traumas diretos, como quedas, batidas ou pancadas na região;
    • Tensão emocional ou estresse, que pode gerar contraturas musculares reflexas.

    Em alguns casos, a dor pode ser reflexo de uma alteração no tórax, irradiando para o ombro esquerdo — o que inclui a possibilidade de um problema cardiovascular.

    Dor no ombro esquerdo é sintoma de infarto?

    A dor no ombro esquerdo pode ser sintoma de infarto, especialmente quando surge de forma súbita, sem causa muscular aparente, e vem acompanhada de outros sinais como desconforto no peito, falta de ar, suor frio, mal-estar, náusea, tontura ou sensação de desmaio.

    O coração e as fibras nervosas que o inervam atingem a medula espinhal na mesma região em que chegam as fibras nervosas do braço, do ombro esquerdo e da mandíbula.

    Juliana explica que quando o cérebro recebe essas informações, vindas de raízes nervosas que convergem em um mesmo ponto da medula, pode ocorrer uma interpretação errada da localização da dor — levando à sensação de que uma dor originada no coração vem, na verdade, de outra estrutura corporal.

    Por isso, a cardiologista aponta que é comum que o infarto se manifeste com dor no ombro, no braço esquerdo ou na mandíbula, devido à confusão das vias nervosas. O fenômeno é conhecido como dor referida, ou seja, ela é percebida em uma parte do corpo diferente de onde ela realmente se origina.

    Como diferenciar dor muscular de dor cardíaca?

    Existem algumas características que podem ajudar a diferenciar um desconforto muscular com o início de um infarto. Normalmente, a dor muscular está relacionada a esforço físico, má postura, traumas ou movimentos repetitivos, e costuma piorar com o movimento do corpo ou ao pressionar a região.

    A dor cardíaca, por outro lado, tem características diferentes: surge de forma súbita, não melhora com repouso e pode irradiar para outras áreas, como ombro, braço esquerdo, mandíbula ou costas.

    Confira as principais diferenças entre elas:

    Características Dor muscular Dor cardíaca
    Origem Musculatura, tendões ou articulações Coração (miocárdio)
    Tipo de dor Pontual, localizada, sensação de fisgada ou tensão Pressão, aperto, queimação ou peso no peito
    Localização Limitada ao músculo ou articulação Peito (normalmente no centro), com possível irradiação
    Irradiação É raro acontecer Pode irradiar para o ombro, braço esquerdo ou mandíbula
    Início Após esforço físico, má postura ou lesão Súbito, em repouso ou durante esforço físico
    Duração Pode durar algumas horas ou dias, dependendo da causa Pode durar mais de 20 minutos e aumentar com o tempo
    Sintomas associados Normalmente é uma dor isolada Falta de ar, suor frio, náusea, tontura e mal-estar
    Como melhorar Costuma melhorar com analgésicos, repouso, calor ou gelo Não melhora com repouso nem analgésicos, e precisa de atendimento médico imediato

    Quais outros sintomas acompanham um possível infarto?

    Além da dor torácica em forma de aperto, pressão ou queimação, que pode irradiar para o braço esquerdo, mandíbula, pescoço, costas ou estômago, o infarto costuma vir acompanhado de outros sintomas sistêmicos, como:

    • Falta de ar (dispneia), mesmo em repouso ou durante esforço leve;
    • Suor frio e abundante, sem causa aparente;
    • Náusea e vômito, que podem ser confundidos com mal-estar gastrointestinal;
    • Tontura, sensação de desmaio ou desfalecimento;
    • Palidez súbita e pele úmida;
    • Ansiedade intensa, sensação de morte iminente ou angústia;
    • Fraqueza geral, especialmente em membros superiores.

    Algumas pessoas apresentam sinais atípicos, o que pode atrasar o diagnóstico — e isso é mais comum em mulheres, idosos e pessoas com diabetes, que podem relatar apenas cansaço extremo, dor nas costas, mal-estar difuso ou desconforto abdominal. Nesses casos, a ausência de dor torácica não exclui a possibilidade de um evento cardíaco.

    Em todos os casos, Juliana orienta que se a dor no ombro vier acompanhada de sintomas como aperto no peito, sudorese, falta de ar ou tontura, é preciso chamar ajuda imediatamente, ligando para o SAMU (192) ou para os bombeiros (193). Não é recomendado dirigir ou tentar chegar sozinho ao hospital. A pessoa deve permanecer em repouso até a chegada do socorro.

    Se o paciente já tiver diagnóstico de problema cardíaco e uso prescrito de ácido acetilsalicílico (AAS), ele pode tomá-lo enquanto aguarda o atendimento — desde que tenha orientação médica prévia.

    Quais exames ajudam a identificar um infarto?

    O diagnóstico do infarto agudo do miocárdio depende da análise clínica associada a exames que avaliam o funcionamento do coração e a presença de lesões no músculo cardíaco, como eletrocardiograma (ECG), ecocardiograma e exames de sangue (marcadores de lesão cardíaca).

    Em alguns casos, podem ser solicitados outros exames de imagem, como tomografia e ressonância magnética.

    A escolha dos exames depende do que a pessoa está sentindo, há quanto tempo os sintomas começaram e dos recursos do local onde ela está sendo atendida. Quanto mais cedo o diagnóstico é feito, maiores são as chances de tratar o problema com sucesso e evitar danos ao coração.

    Veja também: Infarto ou angina? Saiba quais são os principais sinais e fique atento

    Perguntas frequentes sobre dor no ombro esquerdo

    A dor no ombro esquerdo pode ser o único sintoma do infarto?

    É mais raro, mas o infarto pode se manifestar de forma silenciosa ou com sintomas atípicos, principalmente em mulheres, pessoas com diabetes e idosos. Em alguns casos, a dor no ombro esquerdo pode ser o único sinal perceptível, especialmente se vier acompanhada de mal-estar leve ou cansaço inexplicável.

    Por isso, mesmo na ausência de dor torácica clássica, é importante ficar atento a qualquer desconforto incomum, especialmente em quem apresenta fatores de risco. A avaliação médica precoce pode evitar complicações graves.

    O que fazer diante de uma dor suspeita no ombro?

    O ideal é observar o contexto em que a dor apareceu, sua intensidade e os sintomas associados. Se a dor for leve, surgir após esforço físico ou movimento repetitivo e melhorar com repouso, gelo ou analgésicos comuns, provavelmente tem origem muscular.

    Por outro lado, se a dor surgir de forma repentina, for intensa, não melhorar com repouso e vier acompanhada de pressão no peito, suor frio, falta de ar ou tontura, é recomendável procurar atendimento de urgência. Em qualquer caso de dúvida, a melhor conduta é buscar avaliação médica.

    Quem tem mais risco de infarto?

    O risco é maior em pessoas com histórico familiar de doença cardíaca, hipertensão, diabetes, colesterol alto, obesidade, sedentarismo ou tabagismo. Além disso, pode ocorrer em homens a partir dos 45 anos e mulheres após a menopausa, e em pessoas com estresse crônico ou que possuem uma má alimentação.

    Em pessoas com os fatores de risco, uma dor no ombro de início súbito, especialmente quando acompanhada de outros sintomas cardiovasculares, deve ser investigada com atenção.

    Quanto tempo dura a dor de um infarto?

    A dor do infarto geralmente dura mais de 15–20 minutos e não melhora com repouso ou uso de analgésicos. Ela pode começar de forma leve e piorar progressivamente, e também pode ser intermitente, com períodos de melhora e piora, o que confunde o paciente. Assim, qualquer dor torácica persistente deve ser avaliada com urgência.

    Como saber se a dor é do coração ou da ansiedade?

    A dor causada pela ansiedade costuma ser pontual, em forma de fisgada, e tende a aparecer em momentos de estresse emocional. Muitas vezes, ela vem acompanhada de hiperventilação, sensação de aperto na garganta e formigamento nas mãos.

    Já a dor cardíaca costuma ser mais difusa, contínua e vem com sinais físicos como suor frio, palidez e cansaço. Em caso de dúvida, é melhor procurar atendimento médico.

    Veja também: Suspeita de infarto: conheça os erros que colocam vidas em risco e saiba como agir

  • Acordar com o coração acelerado é normal? Veja o que pode ser

    Acordar com o coração acelerado é normal? Veja o que pode ser

    Você já acordou repentinamente com a sensação de que o coração está batendo com força, como se tivesse acabado de correr? O fenômeno de coração acelerado é relativamente comum e, na maioria dos casos, é uma resposta fisiológica normal do organismo.

    Segundo a cardiologista Juliana Soares, a frequência cardíaca é naturalmente mais baixa durante o sono e, quando acordamos, o corpo passa da fase de repouso para um estado de alerta. Nesse processo, a frequência cardíaca aumenta como parte da ativação do sistema nervoso simpático — que prepara o organismo para as atividades do dia.

    Porém, quando a aceleração é muito intensa, ocorre com frequência ou vem acompanhada de sintomas como tontura, falta de ar ou dor no peito, pode ser um sinal de sobrecarga do sistema cardiovascular ou de influência de outros fatores, como os que explicamos a seguir. Confira!

    O que pode causar coração acelerado ao acordar?

    Ansiedade e estresse

    Segundo Juliana, o simples ato de acordar pode ser um gatilho para episódios de ansiedade matinal, levando à aceleração dos batimentos cardíacos. Além disso, o estresse estimula a liberação de hormônios como adrenalina e cortisol, que intensificam a atividade do sistema nervoso simpático e, como resultado, aumentam a frequência cardíaca.

    Uma pessoa ansiosa também pode acordar com outros sintomas, como suor nas mãos, respiração curta, preocupação constante, insônia, enjoo e sensação de aperto no peito. Na maioria dos casos, a taquicardia costuma se normalizar em poucos minutos, conforme o corpo recupera o equilíbrio.

    Consumo de álcool ou cafeína

    O café, o chá preto, o chá mate, os refrigerantes com cafeína e os energéticos são bebidas que contêm substâncias estimulantes capazes de aumentar os batimentos cardíacos.

    A cafeína atua bloqueando a ação da adenosina, um neurotransmissor que promove relaxamento, e estimula a liberação de adrenalina. Isso deixa o corpo em estado de alerta e pode provocar taquicardia, tremores e nervosismo, especialmente em pessoas sensíveis.

    Quando ingerida à noite, a cafeína pode dificultar o sono e, na manhã seguinte, o corpo ainda pode estar sob efeito do estímulo, resultando na aceleração dos batimentos ao acordar.

    Apneia do sono

    A apneia do sono é um distúrbio em que a respiração para e recomeça repetidamente durante o sono, impedindo o corpo de receber oxigênio suficiente. Como consequência, o coração precisa trabalhar mais para compensar — levando a pequenos despertares e aumento da frequência cardíaca, de acordo com Juliana.

    Além do coração acelerado, pessoas com apneia podem apresentar sensação de sufocamento, boca seca, ronco alto, sonolência diurna e dores de cabeça ao acordar. Quando não tratada, a condição pode elevar o risco de hipertensão arterial e arritmias.

    Desidratação

    Durante o sono, o corpo continua perdendo água pela respiração e pelo suor. Se ao longo do dia a pessoa não bebe líquido suficiente, a perda vai se acumulando, aumentando o grau de desidratação durante a noite.

    Com menos líquido circulando, o volume de sangue diminui e o coração precisa trabalhar com mais intensidade para manter o transporte de oxigênio e nutrientes, o que eleva a frequência cardíaca.

    Uso de remédios estimulantes

    Assim como a cafeína, outras substâncias estimulantes podem acelerar os batimentos cardíacos — e diversas estão presentes em medicamentos vendidos com ou sem prescrição, como:

    • Corticoides inalados;
    • Anfetaminas;
    • Remédios para tireoide (como levotiroxina);
    • Xaropes e antigripais com pseudoefedrina;
    • Medicações para TDAH.

    Quando combinados com café ou álcool, o efeito estimulante se intensifica. Se a palpitação começar após o início de um tratamento, é importante conversar com o médico.

    Anemia

    A anemia ocorre quando há diminuição dos glóbulos vermelhos ou da hemoglobina, reduzindo o transporte de oxigênio. Para compensar, o coração bate mais rápido, e isso é percebido com mais intensidade ao acordar.

    Os sintomas incluem fadiga, fraqueza, tontura, dor de cabeça e falta de ar. A causa mais comum é a deficiência de ferro, mas também pode ocorrer por perda sanguínea ou doenças crônicas.

    Pesadelos ou terror noturno

    Pesadelos ativam o sistema nervoso simpático, liberando adrenalina e acelerando o coração. Nos terrores noturnos — mais comuns em crianças, mas possíveis em adultos — a pessoa desperta assustada, com suor, respiração rápida e batimentos fortes.

    Problemas cardíacos

    Arritmias como fibrilação atrial e taquicardia supraventricular podem provocar taquicardia ao acordar. Doenças estruturais do coração também aumentam a chance de alterações no ritmo.

    Nesses casos, a palpitação pode vir acompanhada de falta de ar, dor no peito ou sensação de aperto. Assim, é importante buscar avaliação médica.

    Consumo excessivo de açúcar

    Ingerir açúcar em excesso à noite gera picos de glicose. Quando os níveis caem durante a madrugada, o corpo libera adrenalina, acelerando o coração. O excesso de açúcar também aumenta a inflamação e pode sobrecarregar o sistema cardiovascular ao longo do tempo.

    Como é feita a investigação do coração acelerado pela manhã??

    O diagnóstico do coração acelerado começa com uma consulta médica envolvendo histórico, hábitos, sintomas e uso de substâncias estimulantes. Juliana destaca alguns exames úteis:

    • Eletrocardiograma;
    • Holter de 24h;
    • Exames de sangue (anemia, tireoide);
    • Ecocardiograma;
    • Teste ergométrico.

    Para suspeita de apneia do sono, o médico pode solicitar polissonografia.

    Como evitar que o coração acelere ao acordar?

    Como grande parte das palpitações matinais tem relação com o estilo de vida e a saúde mental, algumas medidas ajudam a reduzir o sintoma:

    • Manter horários regulares de sono;
    • Evitar telas por pelo menos 1 hora antes de deitar;
    • Deixar o quarto escuro e confortável;
    • Evitar álcool, cafeína e nicotina à noite;
    • Beber água ao longo do dia;
    • Praticar atividade física regularmente.

    Quando procurar atendimento médico por conta do coração acelerado?

    Procure um médico quando:

    • Aceleração vier com dor no peito, desmaio, falta de ar ou tontura;
    • As palpitações forem frequentes;
    • Houver histórico familiar de doenças cardíacas;
    • Os sintomas aparecerem após uso de novo medicamento;
    • Surgirem perda de peso, suor excessivo ou tremores.

    Leia mais: Arritmia cardíaca: quando os batimentos fora de ritmo merecem atenção

    Perguntas frequentes sobre acordar com coração acelerado

    Como saber se a palpitação tem origem no coração ou na ansiedade?

    A palpitação por ansiedade surge em momentos de tensão e melhora com o relaxamento. A de origem cardíaca pode ocorrer a qualquer hora e vir com falta de ar ou tontura. Só a avaliação médica confirma.

    O álcool pode causar coração acelerado pela manhã?

    Sim. Ele desidrata, interfere no sistema nervoso e altera eletrólitos importantes para o ritmo cardíaco.

    O que fazer quando o coração acorda acelerado todos os dias?

    Observe hábitos de sono, consumo de cafeína e níveis de estresse. Se o sintoma for frequente, procure um clínico ou cardiologista para avaliação e exames.

    Como saber se tenho algum problema no coração?

    Somente exames como eletrocardiograma, ecocardiograma e teste ergométrico confirmam. Procure um médico se tiver palpitações constantes, falta de ar ou dor no peito.

    O que fazer durante uma crise de palpitação ao acordar?

    Sente-se, respire fundo, mantenha a calma e beba água. Evite movimentos bruscos. Se não melhorar ou houver dor no peito, busque ajuda.

    Quando a palpitação matinal pode ser perigosa?

    É perigosa quando vem com dor no peito, tontura, desmaio, falta de ar ou suor frio — sintomas que podem indicar arritmia ou outro problema cardíaco.

    Confira: Por que o café acelera o coração? Veja quantas xícaras você pode tomar

  • IST ou infecção urinária? Saiba como diferenciar os sintomas

    IST ou infecção urinária? Saiba como diferenciar os sintomas

    As infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) são condições causadas por vírus, bactérias ou parasitas transmitidos principalmente pelo contato sexual sem proteção, seja vaginal, anal ou oral. Elas podem atingir diferentes partes do corpo, inclusive o sistema urinário – com sintomas que muitas vezes se confundem com infecções comuns das vias urinárias.

    Nesses casos, o paciente pode acreditar estar apenas com uma cistite simples, mas, na verdade, pode ter adquirido uma IST, que também compromete uretra, bexiga ou próstata. Ardor ao urinar, desconforto pélvico, corrimento e vontade frequente de urinar são sinais que podem surgir tanto em uma infecção urinária quanto em uma IST, o que torna fundamental um diagnóstico preciso.

    Para esclarecer de que maneira as infecções podem afetar o sistema urinário e como diferenciá-las das infecções urinárias comuns, conversamos com o urologista Luciano Teixeira. Confira!

    Quais ISTs podem afetar o trato urinário (e como isso acontece)?

    Diversas infecções sexualmente transmissíveis podem atingir o trato urinário, especialmente a uretra. Entre as mais frequentes que provocam sintomas urinários, é possível destacar:

    • Clamídia;
    • Gonorreia;
    • Papilomavírus humano (HPV);
    • Herpes genital.

    “As infecções são causadas por bactérias ou vírus transmitidos principalmente pelo contato sexual desprotegido. Uma vez no organismo, elas se instalam na uretra — o canal por onde sai a urina — e podem provocar inflamação local, conhecida como uretrite”, explica.

    Em homens, a infecção pode avançar para a próstata e o epidídimo, causando dor testicular, desconforto pélvico e risco de complicações mais profundas. Já em mulheres, pode alcançar o colo do útero e as trompas, aumentando o risco de doença inflamatória pélvica e infertilidade futura se não houver diagnóstico e tratamento adequado.

    “Por isso, toda queixa de ardência ao urinar ou secreção genital deve ser avaliada por um médico. Nem sempre é uma infecção urinária simples — muitas vezes, é uma IST”, complementa Luciano.

    Quais os sintomas de IST?

    Os sintomas mais típicos das ISTs que acometem o trato urinário podem variar entre homens e mulheres, mesmo que eles sejam infectados pelos mesmos agentes. Em homens, os sinais costumam ser mais evidentes e incluem:

    • Ardência ao urinar;
    • Secreção uretral com coloração amarelada ou esbranquiçada;
    • Coceira e vermelhidão na glande;
    • Dor testicular ou no baixo ventre em quadros mais avançados.

    Nas mulheres, o quadro pode ser mais sutil e até silencioso nas primeiras semanas, o que facilita o atraso no diagnóstico. Os sintomas mais comuns são:

    • Corrimento vaginal fora do padrão habitual;
    • Ardência ao urinar;
    • Dor pélvica ou dor durante o sexo;
    • Possibilidade de ausência de sintomas nas fases iniciais.

    “Por isso, é essencial que ambos os parceiros sejam avaliados e tratados quando há suspeita de IST. O tratamento de apenas um dos dois costuma levar à reinfecção”, aponta o urologista.

    Como diferenciar os sintomas de IST de infecções do trato urinário?

    Tanto as infecções sexualmente transmissíveis quanto infecções urinárias podem causar sintomas como ardência ao urinar, desconforto na região íntima e urgência miccional — o que acaba confundindo muitos pacientes. No entanto, existem sinais que ajudam a separar os dois quadros.

    “A principal diferença em relação à infecção urinária comum está justamente no corrimento uretral, que é raro nas infecções simples da bexiga. Além disso, nas ISTs, a dor ao urinar aparece mesmo com pouca urina na bexiga — já nas infecções urinárias clássicas, o desconforto surge mais ao final da micção e vem acompanhado de vontade frequente de urinar pequenas quantidades”, explica Luciano.

    O urologista alerta que ISTs costumam surgir após sexo sem preservativo, e o parceiro pode ter sintomas parecidos. Na dúvida, o recomendado é procurar um especialista e não se automedicar. O médico pode solicitar exames que identificam o agente causador para confirmar se o quadro é uma infecção urinária simples ou uma IST.

    Diagnóstico de infecções sexualmente transmissíveis (IST)

    O diagnóstico das ISTs é feito por meio de avaliação clínica e exames laboratoriais específicos. O médico investiga sintomas como corrimento, feridas, coceira, dor ao urinar ou verrugas genitais e solicita exames conforme a suspeita, como:

    • Exame de urina tipo I e urocultura, para diferenciar infecções urinárias simples de ISTs;
    • Exames de sangue, para rastrear sífilis, HIV e hepatites;
    • Peniscopia, biópsia e captura híbrida, que auxiliam no diagnóstico do HPV;
    • Análise de secreção uretral ou vaginal, observada ao microscópio ou por técnicas moleculares, como PCR, que identifica agentes como gonorreia e clamídia com alta precisão;
    • Exames ginecológicos específicos, como o Papanicolau, são fundamentais para detectar lesões precoces causadas pelo HPV e prevenir o câncer de colo do útero.

    Os testes são simples e úteis para identificar cada agente e evitar tratamentos errados. O ideal é que sejam sempre solicitados e interpretados por um médico, que avaliará os resultados dentro do contexto clínico de cada paciente.

    Quais as complicações das ISTs?

    Quando as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) não são diagnosticadas e tratadas de forma adequada, podem causar complicações graves e, em muitos casos, permanentes à saúde, de acordo com Luciano.

    Em homens, as complicações incluem:

    • Disseminação da infecção para a próstata, epidídimo e testículos, causando inflamação, dor e febre;
    • Infertilidade, devido à obstrução dos canais que transportam os espermatozoides após infecções repetidas;
    • Estenose uretral, estreitamento da uretra que provoca dificuldade para urinar e, em alguns casos, exige cirurgia.

    Já em mulheres, a falta de tratamento adequado pode causar:

    • Progressão da infecção para o útero e trompas, resultando em doença inflamatória pélvica (DIP), condição dolorosa que pode levar à infertilidade;
    • Infecções por HPV, que em algumas cepas têm potencial oncogênico e estão diretamente associadas ao câncer de colo do útero.

    “Em ambos os sexos, infecções não tratadas também aumentam o risco de transmissão de outras ISTs, incluindo o HIV. Por isso, a abordagem deve ser sempre completa: diagnóstico precoce, tratamento adequado e acompanhamento médico regular. A prevenção e a responsabilidade sexual continuam sendo os pilares para evitar complicações graves”, complementa Luciano.

    Como prevenir as infecções sexualmente transmissíveis (IST)?

    O preservativo é a principal forma de prevenção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs) e deve ser utilizado em todas as relações sexuais, inclusive no sexo oral e anal. Ele reduz de forma significativa o risco de transmissão de vírus e bactérias como HIV, gonorreia, clamídia, sífilis e tricomoníase.

    Contudo, vale apontar que nenhum método oferece proteção total. No caso do HPV e do herpes genital, por exemplo, Luciano explica que o vírus pode estar presente em áreas da pele não cobertas pelo preservativo, permitindo a transmissão mesmo com o uso correto.

    Ainda assim, o preservativo continua sendo a medida mais eficaz para reduzir a disseminação das ISTs, associado a medidas como:

    • Vacinação contra HPV e hepatite B, indicada para homens e mulheres, preferencialmente antes do início da vida sexual, mas também benéfica em adultos;
    • Evitar múltiplos parceiros e relações desprotegidas, já que o risco aumenta com a exposição;
    • Realizar exames periódicos, mesmo sem sintomas, pois muitas ISTs são silenciosas;
    • Procurar atendimento médico ao primeiro sinal de ardência, corrimento, dor ou lesões genitais, evitando a automedicação.

    “O urologista deve sempre reforçar [para o paciente] que cuidar da saúde sexual não é apenas prevenir doenças, mas também preservar fertilidade, qualidade de vida e relações saudáveis baseadas em responsabilidade e confiança”, finaliza Luciano.

    Veja mais: Próstata aumentada: o que você precisa saber

    Perguntas frequentes

    H3 – 1. Quais são os sintomas mais comuns quando uma IST atinge o trato urinário?

    Os sintomas variam de acordo com o tipo de infecção, mas os sinais clássicos incluem ardência ao urinar, dor pélvica, corrimento anormal, vontade frequente de urinar, odor forte e urina turva.

    Em homens, pode haver dor nos testículos e saída de secreção pela uretra. Em mulheres, o corrimento pode vir acompanhado de coceira e sangramento leve fora do período menstrual. Nos casos de herpes, há ainda pequenas bolhas e feridas doloridas na região genital.

    É importante ressaltar que muitas ISTs podem ser assintomáticas, especialmente a clamídia e a gonorreia, o que aumenta o risco de complicações.

    H3 – 2. Como as ISTs chegam ao trato urinário?

    O ponto de entrada é normalmente a uretra, o canal por onde a urina sai do corpo. Durante o contato sexual sem proteção, vírus e bactérias presentes nas secreções podem entrar nesse canal e causar inflamação. Se não forem tratadas, essas infecções podem subir e atingir a bexiga, os ureteres e até os rins, tornando o quadro mais grave.

    Nas mulheres, a proximidade entre uretra e vagina facilita a infecção. Nos homens, o avanço da bactéria pode levar à prostatite ou epididimite, atingindo a próstata e o epidídimo.

    H3 – 3. Herpes genital pode causar dor ao urinar?

    Sim! O herpes genital, causado pelo vírus Herpes simplex tipo 1 ou 2, forma pequenas bolhas e feridas doloridas na região genital. Quando as lesões estão próximas à saída da uretra, urinar pode causar dor intensa e ardência. Além disso, o vírus pode inflamar a uretra mesmo sem feridas aparentes, resultando em uretrite herpética.

    O herpes não tem cura, mas o tratamento com antivirais controla a infecção, diminui a frequência e a gravidade dos surtos, e alivia os sintomas.

    H3 – 4. Como ocorre a transmissão de IST?

    A transmissão das ISTs acontece pelo contato direto com secreções ou mucosas infectadas durante o ato sexual. Também pode ocorrer por compartilhamento de seringas, transfusão de sangue contaminado (hoje rara) e de mãe para filho durante a gestação, parto ou amamentação.

    H3 – 5. O que é PEP e PrEP?

    A PEP (profilaxia pós-exposição) é um tratamento de emergência que deve ser iniciado até 72 horas após uma exposição de risco ao HIV. Já a PrEP (profilaxia pré-exposição) é o uso contínuo de medicamentos que previnem a infecção antes do contato com o vírus. Ambos estão disponíveis no SUS.

    H3 – 6. O uso de anticoncepcional dispensa o uso de camisinha?

    O uso de anticoncepcionais não dispensa o uso da camisinha! Pílulas, injeções, implantes, DIU e outros métodos hormonais previnem apenas a gravidez, mas não oferecem proteção contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

    A camisinha é o único método que impede o contato direto com secreções e mucosas, reduzindo de forma significativa o risco de transmissão de vírus e bactérias, como HIV, sífilis, gonorreia e clamídia.

    Por isso, mesmo que o casal utilize outro método contraceptivo, o preservativo deve continuar sendo usado em todas as relações, inclusive no sexo oral e anal.

    Leia mais: Infecção urinária: sintomas, causas e tratamento

  • Diferença entre dengue, zika e chikungunya 

    Diferença entre dengue, zika e chikungunya 

    Febre, dor no corpo e manchas vermelhas na pele são sintomas que podem confundir até os médicos nos primeiros dias. Dengue, zika e chikungunya são doenças virais transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti e têm muitas semelhanças, o que faz com que muitas pessoas só descubram qual delas tiveram depois de exames específicos.

    Apesar das semelhanças, cada vírus provoca um tipo de reação no corpo e exige cuidados diferentes. Algumas formas são mais perigosas, outras podem deixar sequelas ou complicações a longo prazo.

    O que elas têm em comum

    As três doenças são causadas por vírus e transmitidas pela picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti. Esse mosquito se desenvolve em água parada e limpa, por isso, eliminar criadouros é a principal forma de prevenção.

    Além da transmissão vetorial, o vírus da zika também pode ser transmitido por via sexual, de mãe para filho durante a gestação e, mais raramente, por transfusão de sangue.

    De modo geral, todas podem causar:

    • Febre;
    • Dor de cabeça e no corpo;
    • Cansaço;
    • Manchas avermelhadas na pele;
    • Dores nas articulações.

    Mas é a intensidade e a duração desses sintomas que ajudam a diferenciar cada doença.

    Dengue: febre alta e dor intensa no corpo

    A dengue costuma começar de forma repentina, com febre alta (acima de 38,5 °C), forte dor muscular e nas articulações, dor atrás dos olhos, cansaço extremo e, em alguns casos, manchas vermelhas que lembram uma alergia.

    Outros sintomas incluem náusea, dor abdominal, falta de apetite e tontura. A febre dura entre 2 e 7 dias e pode ser seguida por uma fase crítica, em que a febre desaparece, mas aumenta o risco de complicações, como sangramentos.

    Os sinais de alerta para dengue grave, também chamada de dengue hemorrágica, são dor abdominal intensa, vômitos persistentes, sangramentos nas gengivas ou nariz e tontura.

    Zika: sintomas leves, mas risco maior para gestantes

    A zika geralmente tem sintomas mais leves que a dengue e a chikungunya. A febre costuma ser baixa ou até ausente, e o que mais se destaca são as manchas avermelhadas pelo corpo, coceira intensa e vermelhidão nos olhos.

    Outros sintomas possíveis são dor de cabeça leve, dor nas articulações e cansaço. A doença costuma durar poucos dias e raramente causa complicações graves.

    O maior risco está em gestantes, pois o vírus pode atravessar a placenta e afetar o desenvolvimento do feto, provocar microcefalia e outras alterações neurológicas.

    Gestantes com suspeita de zika devem procurar atendimento médico imediatamente para acompanhamento especializado.

    Chikungunya: dor articular intensa e prolongada

    A chikungunya costuma causar febre alta e dor articular muito intensa, que pode afetar mãos, punhos, tornozelos e joelhos. Essa dor é tão forte que muitas pessoas têm dificuldade para andar ou realizar atividades simples.

    As dores podem durar semanas ou até meses e, em alguns casos, evoluir para uma forma crônica, semelhante à artrite. Também podem surgir inchaço nas articulações, manchas na pele, náusea e mal-estar.

    A febre costuma durar de 2 a 3 dias, mas a rigidez nas articulações é o sintoma mais marcante da doença.

    Dores persistentes por mais de 2 semanas ou sinais de inflamação articular devem ser avaliados pelo médico.

    Tabela de sintomas

    Sintoma principal Dengue Zika Chikungunya
    Febre Alta e súbita Leve ou ausente Alta e repentina
    Dor no corpo Intensa Leve a moderada Muito forte, sobretudo nas articulações
    Manchas na pele Comuns, surgem após a febre Muito comuns e coçam bastante Podem aparecer junto da febre
    Coceira Rara Intensa Leve
    Dor nos olhos Comum Rara Possível
    Inchaço nas articulações Raro Raro Muito comum
    Duração média 7 a 10 dias 3 a 7 dias Pode durar semanas a meses
    Complicações Hemorragia, choque Microcefalia (gestantes) Dor articular crônica

    Diagnóstico

    Os sintomas ajudam a suspeitar da doença, mas a confirmação é feita com exames laboratoriais específicos, como:

    • Sorologia (IgM/IgG);
    • PCR, que detecta o material genético do vírus.

    Em regiões onde os três vírus circulam ao mesmo tempo, o exame é muito importante para diferenciar as doenças corretamente.

    Tratamento

    Não existe tratamento específico para dengue, zika ou chikungunya. O foco é aliviar os sintomas e evitar complicações. As orientações gerais são:

    • Repouso e boa hidratação;
    • Uso de paracetamol ou dipirona para controlar dor e febre;
    • Evitar AAS e anti-inflamatórios, que aumentam o risco de sangramentos;
    • Acompanhamento médico, especialmente em gestantes e idosos.

    Prevenção

    Como todas são transmitidas pelo Aedes aegypti, a prevenção é a mesma:

    • Eliminar água parada (vasos, caixas d’água, pneus, garrafas);
    • Manter lixeiras tampadas;
    • Usar repelentes e roupas que cubram braços e pernas;
    • Instalar telas em janelas e portas.

    No caso da dengue, atualmente há vacina contra os quatro sorotipos do vírus.

    Confira: Dengue no Brasil: por que a doença volta todo ano

    Perguntas frequentes sobre dengue, zika e chikungunya

    1. As três doenças são transmitidas pelo mesmo mosquito?

    Sim. O Aedes aegypti é o principal transmissor da dengue, zika e chikungunya.

    2. Posso ter mais de uma dessas doenças ao mesmo tempo?

    Sim. É possível ser infectado por mais de um vírus simultaneamente, o que pode tornar o quadro mais grave.

    3. Qual é a mais perigosa?

    Depende. A dengue pode causar hemorragia, a zika é mais preocupante na gravidez e a chikungunya pode deixar dores crônicas.

    4. Existe vacina para todas?

    Atualmente, há vacinas apenas contra a dengue. Para zika e chikungunya, ainda estão em fase de pesquisa.

    5. O que devo fazer se tiver febre e dor nas articulações?

    Evite tomar AAS ou anti-inflamatórios e procure atendimento médico para diagnóstico correto.

    6. Quanto tempo leva para se recuperar completamente?

    Na dengue e na zika, em torno de uma semana. Na chikungunya, a dor articular pode persistir por semanas ou meses.

    7. É possível se proteger com repelente?

    Sim. O uso regular de repelentes é uma das formas mais eficazes de evitar a picada do mosquito.

    Veja mais: Como diferenciar dengue de gripe e covid-19?

  • Dor pélvica forte? Pode ser endometriose

    Dor pélvica forte? Pode ser endometriose

    A endometriose é uma das doenças ginecológicas mais discutidas atualmente, e ainda assim, uma das mais subdiagnosticadas. Muitas mulheres convivem durante anos com cólicas incapacitantes, dor pélvica constante ou dificuldade para engravidar sem imaginar que esses sintomas podem estar ligados a uma condição que exige acompanhamento especializado.

    A doença afeta mulheres em idade fértil e pode comprometer rotina, bem-estar e saúde reprodutiva. A boa notícia é que, com informação, diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível controlar os sintomas, preservar a fertilidade e manter qualidade de vida.

    O que é endometriose?

    A endometriose é uma doença ginecológica crônica e benigna. Ela acontece quando o tecido endometrial (que reveste o útero) cresce fora dele, em locais onde não deveria. Esses implantes podem surgir na pelve, ovários, intestino, bexiga e outros órgãos próximos.

    É relativamente comum: estima-se que entre 5% e 10% das mulheres em idade fértil tenham endometriose.

    Os diferentes tipos de endometriose

    A endometriose pode se manifestar de maneiras distintas. Por isso, é classificada em três grupos principais:

    1. Endometriose peritoneal

    Pequenos implantes distribuídos na superfície do peritônio (a membrana que reveste a pelve).

    2. Endometriose ovariana

    Forma cistos chamados endometriomas, geralmente repletos de conteúdo espesso e escuro.

    3. Endometriose profunda

    O tecido cresce mais profundamente, podendo atingir paredes de órgãos pélvicos e infiltrar 5 mm ou mais.

    Por que a endometriose acontece?

    A causa exata ainda não é totalmente compreendida, mas existem teorias importantes.

    Menstruação retrógrada (teoria de Sampson)

    Parte do sangue menstrual retorna pelas trompas para a pelve, carregando células do endométrio que se implantam em locais indevidos. Como nem todas as mulheres desenvolvem endometriose, acredita-se que fatores hormonais e imunológicos também participem.

    Metaplasia celômica

    Sugere que células da pelve poderiam se transformar em tecido semelhante ao endometrial.

    Provavelmente, mais de uma teoria atua ao mesmo tempo.

    Principais sintomas

    A endometriose é conhecida por causar sintomas que variam bastante, desde quadros silenciosos até dores intensas.

    Os mais comuns são:

    • Dor pélvica crônica;
    • Cólicas fortes (dismenorreia);
    • Dor durante a relação sexual;
    • Alterações intestinais ou urinárias cíclicas;
    • Dificuldade para engravidar.

    Muitas mulheres levam anos até receber o diagnóstico, porque esses sintomas podem ser confundidos com outras condições.

    Como é feito o diagnóstico

    O primeiro passo é uma avaliação clínica cuidadosa:

    • Investigação dos sintomas;
    • Exame ginecológico, que pode identificar nódulos dolorosos ou pouca mobilidade uterina.

    Depois, exames complementares ajudam a confirmar o quadro e mapear a extensão da doença:

    • Ultrassom pélvico e transvaginal com preparo intestinal;
    • Ressonância magnética.

    Quando a suspeita persiste ou há necessidade de tratamento cirúrgico, pode ser indicada uma videolaparoscopia, que permite visualizar e tratar os focos da doença ao mesmo tempo.

    Tratamento e controle

    A endometriose é crônica e necessita acompanhamento contínuo. O objetivo do tratamento é:

    • Reduzir a dor;
    • Controlar a progressão da doença;
    • Preservar a fertilidade.

    A escolha depende da gravidade, localização dos focos, idade e desejo de gestar.

    Tratamento clínico

    O mais comum, baseado em hormônios que bloqueiam a ovulação e diminuem o estímulo estrogênico:

    • Progestagênios;
    • Anticoncepcionais hormonais combinados;
    • DIU hormonal.

    Efeitos colaterais leves podem ocorrer, como alterações de humor ou ganho de peso.

    Tratamento cirúrgico

    Indicado quando:

    • Os sintomas não melhoram com o tratamento clínico;
    • Há endometriomas grandes;
    • Existe comprometimento intestinal ou urinário;
    • A infertilidade está relacionada à doença.

    A cirurgia é feita por videolaparoscopia e remove os focos da endometriose.

    Terapias complementares

    • Fisioterapia pélvica;
    • Psicoterapia.

    Essas abordagens ajudam a lidar com a dor e o impacto emocional.

    A endometriose é uma doença complexa, mas tratável. Com diagnóstico precoce, acompanhamento ginecológico e tratamento adequado, é possível controlar os sintomas, proteger a fertilidade e levar uma vida plena.

    Cólicas muito intensas, dor pélvica persistente e dificuldade para engravidar merecem avaliação e, quanto antes, melhor.

    Confira: Cirurgia de endometriose: veja quando ela é indicada

    Perguntas frequentes sobre endometriose

    1. Endometriose tem cura?

    Não, mas pode ser controlada. Muitas mulheres ficam sem sintomas com tratamento adequado.

    2. Toda dor menstrual forte é endometriose?

    Não. Mas cólicas incapacitantes devem sempre ser investigadas.

    3. Quem tem endometriose consegue engravidar?

    Sim. Algumas mulheres têm dificuldade, mas muitas engravidam de forma natural ou com apoio médico.

    4. O DIU hormonal ajuda?

    Sim, pode aliviar sintomas ao reduzir o estímulo hormonal sobre os focos da doença.

    5. A videolaparoscopia é sempre necessária?

    Não. Só quando os exames não esclarecem o diagnóstico ou há necessidade terapêutica.

    6. A endometriose volta após a cirurgia?

    Pode voltar, porque a doença é crônica. Por isso o acompanhamento é contínuo.

    7. Dor durante o sexo é normal?

    Não. Dor na relação sexual é um sintoma importante e deve ser investigado.

    Veja também: Endometriose: o que é e os tratamentos disponíveis

  • Esportes de contato: pancadas repetitivas na cabeça fazem mal?

    Esportes de contato: pancadas repetitivas na cabeça fazem mal?

    Divertido, saudável e perfeito para fazer amigos, a prática de esportes contribui com uma série de benefícios para o desenvolvimento físico, emocional e social — especialmente na infância e adolescência. Futebol, judô, taekwondo, boxe, vôlei, basquete, skate e até ginástica são atividades que ajudam a melhorar a disciplina, a coordenação motora e o trabalho em equipe.

    No entanto, quando se fala em esportes de contato, como artes marciais, é preciso ter atenção: pancadas repetitivas na cabeça, mesmo que leves, podem trazer riscos à saúde neurológica a longo prazo.

    Nos últimos anos, médicos e pesquisadores vêm alertando para os efeitos cumulativos desses traumas. Ainda que um impacto isolado nem sempre cause danos graves, a repetição frequente de pequenas concussões pode gerar consequências sérias e permanentes. Isso vale não apenas para atletas profissionais, mas também para jovens em formação, cujos cérebros ainda estão em desenvolvimento.

    Para esclarecer os principais riscos, conversamos com a neurocirurgiã Ana Gandolfi.

    O que são esportes de contato (e por que causam preocupação)?

    Os esportes de contato são modalidades em que há choque físico entre os participantes — seja por colisões diretas, quedas, golpes ou disputas de bola. Isso inclui esportes de combate, como boxe, judô e artes marciais, e esportes coletivos, como futebol, basquete, rúgbi e hóquei.

    O problema não está no contato em si, mas na frequência e intensidade dos impactos na cabeça. Enquanto uma pancada ocasional dificilmente causa dano duradouro, a repetição constante pode provocar alterações cerebrais sutis e cumulativas. Isso vale mesmo quando não há perda de consciência ou sinais visíveis de trauma.

    De acordo com Ana Gandolfi, os impactos repetidos podem causar sérios danos cerebrais — não apenas em esportistas, mas também em qualquer pessoa sob risco de trauma, como motoqueiros ou profissionais que sofrem acidentes frequentes.

    Quando a pancada na cabeça é perigosa?

    O impacto repetitivo na cabeça é definido como qualquer série de choques, pancadas ou vibrações que atingem o crânio, mesmo que de baixa intensidade — e que, somados ao longo do tempo, podem causar microlesões.

    Diferentemente dos traumas moderados e graves, que têm quadro clínico mais exuberante, os impactos repetitivos na cabeça nem sempre geram sintomas claros imediatos.

    Mas, vale apontar que a ausência de sintomas imediatos não significa ausência de risco! Mesmo lesões leves, quando ocorrem várias vezes, podem provocar microlesões e outras alterações metabólicas no cérebro. Com o tempo, o processo pode levar ao desenvolvimento de doenças neurológicas, como a encefalopatia traumática crônica (ETC).

    Em esportes como futebol, por exemplo, cabecear a bola centenas de vezes ao longo de um ano já é considerado uma forma de impacto repetitivo. O mesmo vale para atletas de judô, que sofrem quedas constantes, ou para jovens que praticam boxe recreativo e recebem golpes leves, mas frequentes, na região da cabeça.

    No caso de crianças e adolescentes, a preocupação é maior porque seus cérebros ainda estão em fase de maturação. O tecido cerebral é mais vulnerável e as conexões nervosas estão em desenvolvimento. Logo, qualquer lesão repetida pode interferir na formação dessas estruturas, com possíveis reflexos em atenção, memória, comportamento e desempenho escolar.

    Por que o cérebro infantil é mais vulnerável?

    Crianças e adolescentes não estão necessariamente mais expostos a traumas, mas o cérebro em desenvolvimento é naturalmente mais sensível aos impactos.

    Isso acontece porque, segundo Ana Gandolfi, a cabeça das crianças é proporcionalmente maior em relação ao corpo, o que favorece desequilíbrios e quedas. Além disso, o pescoço ainda é frágil e os músculos, em processo de fortalecimento, não conseguem amortecer bem os choques.

    Para complementar, em adolescentes, o sistema nervoso ainda está em fase de amadurecimento. Por isso, a recuperação após uma concussão tende a ser mais lenta — e, se um novo trauma ocorrer nesse intervalo, a probabilidade de causar danos duradouros aumenta de forma significativa.

    Também não é incomum que, nessa faixa etária, os sintomas neurológicos passem despercebidos pelos pais ou responsáveis. As crianças muitas vezes não conseguem descrever bem o que sentem — podem apenas parecer irritadas, cansadas ou distraídas.

    Já os adolescentes, por medo de se afastar dos treinos ou das competições, costumam minimizar os sintomas e seguir jogando, o que pode agravar ainda mais o quadro.

    Riscos do impacto repetitivo na cabeça

    Os principais riscos envolvem danos neurológicos progressivos, que podem surgir mesmo após traumas leves e aparentemente inofensivos.

    Síndrome do segundo impacto

    A síndrome do segundo impacto acontece quando uma pessoa sofre um novo trauma na cabeça antes de estar completamente recuperada de uma concussão anterior. O segundo impacto, mesmo que seja leve, pode desencadear um inchaço cerebral rápido e desproporcional, levando a um quadro de edema cerebral difuso, perda de consciência e, em muitos casos, risco de morte.

    A síndrome afeta principalmente jovens atletas, cujos cérebros ainda estão em desenvolvimento, mas pode ocorrer em qualquer pessoa submetida a traumas repetidos na cabeça.

    Os sinais de alerta podem incluir dor de cabeça persistente, tontura, irritabilidade, distúrbios do sono e dificuldade de concentração após o primeiro impacto — sintomas que indicam que o cérebro ainda está vulnerável e precisa de tempo para se recuperar.

    Encefalopatia traumática crônica (ETC)

    Quando os traumas na cabeça se repetem ao longo do tempo, o quadro se torna ainda mais preocupante. Isso porque as lesões acumuladas podem evoluir para a encefalopatia traumática crônica (ETC) — uma doença neurodegenerativa progressiva, causada por impactos repetidos, mesmo que leves.

    Ao longo dos anos, muitos pacientes com histórico de impactos sucessivos desenvolvem demência precoce, geralmente entre os 40 e 45 anos, além de alterações motoras semelhantes às observadas na doença de Parkinson e transtornos psiquiátricos variados, conforme explica Ana Gandolfi.

    Como se trata de uma condição irreversível, os sintomas podem demorar anos para aparecer, surgindo muitas vezes após o fim da carreira esportiva ou da exposição aos traumas. Por esse motivo, como a ETC não tem cura, é muito importante prevenir impactos repetidos e reconhecer sinais precocemente.

    Distúrbios cognitivos

    Os impactos repetitivos também podem gerar dificuldade de concentração, lapsos de memória e lentidão no raciocínio — sintomas que se refletem no desempenho escolar e nas atividades diárias, afetando a aprendizagem, a atenção e o rendimento geral.

    Mesmo quando não há lesão visível nos exames, as microlesões cerebrais alteram a comunicação entre os neurônios, comprometendo funções mentais básicas. Com o tempo, essas alterações podem se tornar permanentes, especialmente se os traumas ocorrerem em períodos próximos.

    Problemas emocionais e comportamentais

    As pancadas na cabeça não afetam apenas o funcionamento cognitivo, mas também o comportamento e o equilíbrio emocional. É comum o surgimento de irritabilidade, impulsividade, crises de raiva e mudanças bruscas de humor, que muitas vezes são confundidas com questões psicológicas isoladas.

    Alterações no sono

    A insônia e a sonolência diurna estão entre os sintomas mais relatados após traumas repetidos. O cérebro lesionado apresenta dificuldade para manter o ritmo normal do ciclo do sono, o que prejudica o descanso e a recuperação.

    Em crianças e adolescentes, o sono de má qualidade impacta diretamente o crescimento, a aprendizagem e o humor, gerando um ciclo de fadiga e irritabilidade que interfere na rotina escolar e esportiva.

    Qual é a diferença entre concussões leves e lesões acumuladas?

    A concussão é uma forma “leve” de traumatismo cranioencefálico. A pessoa pode ter uma breve perda de consciência ou apenas sentir tontura, dor de cabeça, enjoo, confusão mental ou visão turva. Os exames de imagem, como tomografia ou ressonância, costumam não mostrar lesões visíveis, já que o dano é funcional, e não estrutural.

    Contudo, isso não significa que ela seja inofensiva. O problema surge quando há múltiplas concussões ao longo do tempo, mesmo que pequenas. Cada episódio gera pequenas alterações químicas e inflamatórias microestruturais no cérebro, e a repetição contínua pode levar a uma lesão neurodegenerativa.

    De acordo com Ana Gandolfi, os traumas de crânio são classificados em três graus:

    • Leve: o paciente desperta logo após o impacto, sem rebaixamento de consciência;
    • Moderado: há algum rebaixamento, com sonolência ou confusão mental mais intensa;
    • Grave: ocorre perda prolongada de consciência ou coma.

    Portanto, apesar da concussão ser considerada leve, o acúmulo de lesões ao longo dos anos pode provocar danos comparáveis aos de um único impacto grave.

    Os sintomas podem desaparecer em poucos dias, criando a falsa impressão de que tudo está bem, mas as sequelas microscópicas se acumulam silenciosamente, sobretudo quando não há afastamento adequado nem acompanhamento médico.

    Pancada na cabeça: quanto tempo de observação é necessário?

    O período de observação após uma pancada na cabeça deve durar pelo menos 48 horas, intervalo considerado crítico para o surgimento de sintomas de alerta, como sonolência intensa, vômitos, perda de equilíbrio, fala arrastada, confusão mental ou dificuldade para acordar.

    Durante as primeiras horas, é fundamental que a pessoa não permaneça sozinha, evite longos períodos de sono e, sempre que possível, conte com o acompanhamento de um familiar ou profissional de saúde.

    Em crianças e idosos, a atenção deve ser ainda maior, pois os sinais costumam aparecer de forma mais discreta. Diante de qualquer indício de piora, a orientação é buscar atendimento médico imediatamente.

    Como identificar sinais de alerta em crianças e adolescentes?

    Nem sempre uma pancada na cabeça causa sintomas imediatos, mas alguns sinais devem ser observados com muita atenção nas horas e dias seguintes ao trauma, como:

    • Dor de cabeça persistente ou que piora com o tempo;
    • Tontura ou perda de equilíbrio;
    • Náusea ou vômitos;
    • Visão turva ou dupla;
    • Sonolência excessiva ou dificuldade para acordar;
    • Irritabilidade, agitação ou comportamento fora do comum;
    • Dificuldade de concentração ou esquecimento;
    • Alterações no sono;
    • Confusão mental, fala arrastada ou desorientação;
    • Convulsões (em casos graves).

    Crianças pequenas podem apresentar sinais mais sutis, como choro excessivo, recusa para comer ou sono irregular. Em adolescentes, é comum surgirem queixas de dor de cabeça e fadiga que parecem inofensivas, mas indicam a necessidade de avaliação.

    Pais, técnicos e professores devem estar atentos e não subestimar sintomas aparentemente leves. Mesmo que a criança pareça bem, se houver qualquer dúvida, o ideal é procurar avaliação médica.

    Veja também: Cirurgia de coluna: 5 condições em que ela pode ser necessária

    Perguntas frequentes

    1. Uma pancada leve na cabeça pode causar danos ao cérebro?

    Sim, mesmo um trauma leve pode causar alterações temporárias na função cerebral. A pessoa pode sentir tontura, dor de cabeça, enjoo ou ficar confusa por alguns instantes — isso já é suficiente para caracterizar uma concussão.

    Quando esse tipo de impacto se repete, mesmo em baixa intensidade, há risco de acúmulo de lesões microscópicas, que podem afetar o equilíbrio, a memória e a capacidade de concentração. Por isso, não existe “pancada leve” quando se trata da cabeça.

    2. Como saber se uma criança ou adolescente teve uma concussão?

    Os sinais podem variar, mas normalmente incluem dor de cabeça persistente, tontura, sonolência, enjoo, confusão mental, fala arrastada, dificuldade para lembrar ou se concentrar. Em crianças pequenas, pode haver irritabilidade, choro constante, recusa para comer ou sono irregular.

    Nem sempre os sintomas aparecem na hora, alguns surgem horas depois do impacto. Então, após qualquer pancada significativa, é importante observar o comportamento da criança e buscar avaliação médica se algo parecer diferente.

    3. Quanto tempo é necessário para se recuperar de uma concussão?

    O tempo de recuperação varia conforme a gravidade da concussão e a idade do paciente. Em geral, o repouso total dura de 7 a 14 dias, mas, em crianças e adolescentes, pode levar mais tempo.

    Durante o período de recuperação, é importante evitar atividades físicas intensas, uso excessivo de telas, falta de sono e situações estressantes. O retorno deve ser gradual e supervisionado, com aumento progressivo da carga de esforço.

    4. O que acontece no cérebro depois de uma pancada?

    Quando ocorre um impacto, o cérebro se move dentro do crânio, podendo esticar ou romper pequenas conexões entre neurônios. Isso altera temporariamente a função cerebral, provocando confusão, dor de cabeça, tontura e desequilíbrio.

    Com o tempo e o repouso adequado, o cérebro tende a se recuperar. No entanto, se o trauma se repete antes da cicatrização completa, essas conexões se tornam cada vez mais frágeis, levando à perda de neurônios e ao risco de doenças degenerativas.

    5. Quais exames podem ser feitos após um trauma craniano?

    O primeiro passo é a avaliação clínica, que envolve perguntas sobre o trauma, observação de sintomas e testes neurológicos. Em casos de suspeita de lesão mais grave, o médico pode solicitar tomografia computadorizada ou ressonância magnética para descartar sangramentos ou fraturas.

    Contudo, em concussões leves, os exames normalmente não mostram alterações, porque o dano é funcional, e não estrutural.

    Em casos específicos, podem ser realizados testes cognitivos e de equilíbrio para acompanhar a evolução do paciente. O acompanhamento contínuo é mais importante do que o exame isolado.

    6. O uso de capacetes evita os riscos de impacto na cabeça?

    O capacete é uma medida importante de proteção, mas não elimina completamente o risco. Ele reduz a força do impacto e protege contra lesões externas, como fraturas e cortes, mas não impede que o cérebro se mova dentro do crânio durante uma colisão.

    Ou seja, mesmo usando o equipamento adequado, ainda pode ocorrer uma concussão. Por isso, o uso deve ser acompanhado de técnica correta, supervisão e respeito aos limites do corpo. O equipamento é uma barreira importante, mas a prevenção vai muito além dele.

    Veja também: Hérnia de disco: o que é, causas, sintomas e como tratar

  • Chiado ou zumbido no ouvido: por que você ouve sons que ninguém mais ouve

    Chiado ou zumbido no ouvido: por que você ouve sons que ninguém mais ouve

    Quem nunca sentiu um leve apito no ouvido depois de um show ou de um dia barulhento? Em muitos casos, o sintoma desaparece sozinho. Mas quando esse som persiste, é sinal de que algo pode estar acontecendo com a audição. O zumbido no ouvido, também conhecido como tinnitus, é uma condição que afeta milhões de pessoas no mundo e pode se manifestar em diferentes intensidades.

    Embora não seja uma doença, o zumbido é um sintoma que pode ter várias causas, desde a exposição a ruídos altos até problemas auditivos, vasculares ou neurológicos.

    O que é o zumbido no ouvido

    O zumbido é a percepção de um som sem que exista uma fonte sonora real. É uma espécie de ilusão auditiva, que pode ser descrita como:

    • Apito
    • Chiado
    • Campainha
    • Ronco

    Ele não é uma doença em si, mas sim um sintoma que pode estar ligado a diversas causas. Na maioria das vezes, não é grave, mas pode atrapalhar o sono, a concentração e o humor.

    Quem pode ter zumbido

    O zumbido é mais comum entre pessoas de 60 a 69 anos, embora possa aparecer em qualquer idade. Frequentemente está associado à perda auditiva neurossensorial, que é a perda da audição relacionada ao envelhecimento ou à exposição prolongada a sons altos.

    Tipos de zumbido

    Existem duas categorias principais:

    1. Zumbido primário (mais comum)

    Geralmente está relacionado à perda auditiva, mas sem uma causa específica identificável.

    2. Zumbido secundário (mais raro, menos de 1%)

    Surge quando há uma causa clara, como alterações vasculares, neurológicas, uso de certos medicamentos ou doenças como a Doença de Ménière.

    Quando é importante investigar rapidamente

    Alguns sinais exigem avaliação médica urgente, pois podem indicar algo mais sério:

    • Zumbido pulsátil (como batida de coração);
    • Zumbido em apenas um ouvido;
    • Zumbido acompanhado de perda auditiva súbita;
    • Presença de outros sintomas neurológicos (tontura intensa, desequilíbrio, fraqueza em parte do corpo).

    Avaliação médica

    O diagnóstico começa com uma consulta detalhada, em que o médico investiga quando o zumbido começou, se é constante ou intermitente, e se afeta um ou ambos os ouvidos.

    Principais etapas da investigação:

    • Histórico clínico completo;
    • Exame físico da cabeça, ouvidos, pescoço e sistema cardiovascular;
    • Audiometria: exame auditivo recomendado para todos os pacientes com zumbido;
    • Exames de imagem (ressonância magnética ou tomografia): indicados em casos de zumbido de apenas um lado, pulsátil ou com sintomas neurológicos;
    • Exames laboratoriais: usados quando há suspeita de doenças associadas, como problemas da tireoide, deficiência de vitamina B12 ou infecções.

    Possíveis causas do zumbido

    O zumbido pode ter origens diversas, e em muitos casos mais de um fator pode estar envolvido. Entre os mais comuns:

    • Perda auditiva por idade (presbiacusia);
    • Exposição prolongada a sons altos (shows, fones de ouvido, máquinas);
    • Medicamentos ototóxicos, como alguns antibióticos, diuréticos e quimioterápicos;
    • Doenças neurológicas;
    • Doenças metabólicas, como diabetes;
    • Alterações vasculares;
    • Problemas de saúde mental, como ansiedade e depressão, que podem agravar o sintoma.

    Tratamento do zumbido

    O tratamento depende da causa identificada. Em alguns casos, o zumbido melhora quando o problema de base é tratado.

    Principais abordagens:

    1. Correção do que está causando o zumbido

    Tratar doenças associadas (vasculares, metabólicas ou neurológicas) ou suspender o uso de medicamentos que prejudiquem a audição.

    2. Aparelhos auditivos

    Podem melhorar a audição e reduzir a percepção do zumbido, mesmo em perdas auditivas leves.

    3. Terapia sonora

    Uso de sons externos, como música suave ou ruído branco, para “mascarar” o zumbido e reduzir o incômodo.

    4. Terapia cognitivo-comportamental (TCC)

    Ajuda o paciente a lidar com a ansiedade e a insônia causadas pelo sintoma, o que melhora a qualidade de vida.

    5. Apoio multiprofissional

    O tratamento ideal costuma envolver uma equipe formada por otorrinolaringologista, fonoaudiólogo e psicólogo.

    Prevenção

    Algumas coisas simples ajudam a proteger a audição e evitar o aparecimento do zumbido:

    • Evite exposição prolongada a ruídos intensos;
    • Use protetores auriculares em locais barulhentos;
    • Tome cuidado com o uso de medicamentos que fazem mal para os ouvidos (ototóxicos). Use sempre com orientação médica;
    • Procure um médico ao primeiro sinal de perda auditiva súbita ou zumbido em um único ouvido.

    Leia mais: Teste da orelhinha: para que serve e como é feito

    Perguntas frequentes sobre zumbido no ouvido

    1. O zumbido no ouvido tem cura?

    Nem sempre tem cura definitiva, mas existem tratamentos eficazes para reduzir o incômodo e melhorar a qualidade de vida.

    2. O zumbido pode indicar perda auditiva?

    Sim. Em muitos casos, o zumbido é o primeiro sinal de perda auditiva neurossensorial.

    3. É perigoso ter zumbido pulsátil?

    Sim. Esse tipo de zumbido pode estar relacionado a problemas vasculares e deve ser investigado com urgência.

    4. Zumbido pode piorar com ansiedade?

    Pode. O estresse e a ansiedade aumentam a percepção do zumbido, criando um ciclo difícil de romper sem tratamento.

    5. Fone de ouvido causa zumbido?

    O uso prolongado e em volume alto pode danificar as células auditivas, levando à perda de audição e zumbido.

    6. Qual o especialista certo para tratar zumbido?

    O otorrinolaringologista é o médico indicado, e pode trabalhar junto a fonoaudiólogo e psicólogo, dependendo do caso.

    Veja também: Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB): o que é, sintomas e como tratar

  • Diarreia: o que pode estar por trás desse sintoma tão comum 

    Diarreia: o que pode estar por trás desse sintoma tão comum 

    Todo mundo já passou por isso: um mal-estar intestinal que parece inofensivo, mas causa desconforto, correria ao banheiro e preocupação. A diarreia, embora comum, pode ter diversas origens, que vão desde uma simples infecção alimentar a doenças crônicas que exigem acompanhamento médico.

    Por trás desse sintoma aparentemente simples, há uma série de mecanismos do corpo tentando lidar com algo que não vai bem. Entender o tipo, as causas e os sinais de alerta é importante para fazer o tratamento certo e evitar complicações.

    O que é diarreia

    A diarreia não é uma doença em si, mas um sintoma. Ela acontece quando há:

    • Evacuações mais de 3 vezes por dia;
    • Fezes mais moles ou aquosas;
    • Em alguns casos, aumento do volume fecal (difícil de medir na prática).

    Tipos de diarreia

    As diarreias podem ser classificadas de acordo com a duração, a causa ou o funcionamento do intestino.

    Por tempo de duração

    • Aguda: dura até 15 dias, geralmente melhora sozinha e é causada por vírus ou alimentos contaminados;
    • Persistente: dura entre 15 e 30 dias;
    • Crônica: dura mais de 30 dias e pode indicar doenças como intolerâncias alimentares, inflamações ou condições autoimunes.

    Por causa

    • Infecciosa: causada por vírus, bactérias, parasitas ou fungos;
    • Não infecciosa: relacionada a doenças intestinais, condições metabólicas ou uso de medicamentos.

    Por mecanismo de funcionamento

    • Osmótica: causada por alimentos ou substâncias que puxam água para o intestino;
    • Secretora: o intestino libera excesso de água e sais;
    • Exsudativa (inflamatória): há presença de sangue ou muco nas fezes;
    • Motora: o intestino funciona rápido demais, sem tempo de absorver líquidos.

    Principais causas da diarreia

    1. Infecciosas

    • Vírus: rotavírus e norovírus, transmitidos por água ou alimentos contaminados;
    • Bactérias: E. coli, Salmonella, Shigella, Campylobacter, Clostridium perfringens e Clostridium difficile (após uso de antibióticos);
    • Parasitas: Giardia lamblia, Entamoeba histolytica, Cryptosporidium;
    • Fungos: Candida albicans, geralmente em pessoas com imunidade baixa;
    • Vermes: como Strongyloides stercoralis.

    2. Não infecciosas (do intestino)

    • Síndrome do intestino irritável;
    • Doença celíaca (intolerância ao glúten);
    • Doença inflamatória intestinal (Crohn e retocolite ulcerativa);
    • Colite isquêmica (falta de circulação no intestino);
    • Uso de medicamentos (antibióticos, anti-inflamatórios, laxantes, hormônios da tireoide).

    3. Não infecciosas (fora do intestino)

    • Diabetes: pode alterar o funcionamento intestinal ou causar diarreia por adoçantes (sorbitol, manitol);
    • Doenças do pâncreas: falta de enzimas digestivas;
    • Hipertireoidismo: acelera o trânsito intestinal;
    • Tumores raros: como vipoma, gastrinoma e somatostatinoma.

    Como o médico identifica a causa

    Para descobrir o motivo da diarreia, o médico analisa:

    • Tempo de duração (aguda ou crônica);
    • Características das fezes: presença de sangue, muco, gordura ou volume aumentado;
    • Sintomas associados: febre, dor abdominal, náuseas ou vômitos;
    • Histórico do paciente: viagens, contato com pessoas doentes, uso de medicamentos ou doenças prévias.

    Quando necessário, podem ser pedidos exames de fezes, coprocultura, pesquisa de parasitas, exames de sangue ou exames mais específicos.

    Sinais de alerta

    Procure atendimento médico imediato se houver:

    • Diarreia com sangue ou muco;
    • Febre alta;
    • Sinais de desidratação (boca seca, tontura, pouca urina);
    • Mais de 6 evacuações por dia;
    • Casos em crianças pequenas, idosos ou pessoas imunossuprimidas.

    Tratamento básico

    O tratamento depende da causa, mas algumas medidas gerais ajudam na maioria dos casos:

    • Hidratação: beba bastante água, soro caseiro ou soluções de reidratação oral;
    • Alimentação leve: evite frituras, leite, café, álcool e alimentos gordurosos. Prefira arroz, batata, frango, banana e maçã;
    • Probióticos: auxiliam na recuperação da flora intestinal;
    • Antidiarreicos: só devem ser usados com orientação médica;
    • Antibióticos: indicados apenas quando houver infecção bacteriana confirmada.

    Como prevenir a diarreia

    A maior parte das diarreias infecciosas está ligada à contaminação por água ou alimentos e falta de higiene.

    • Mantenha saneamento básico e higiene adequados;
    • Lave bem as mãos com água e sabão, principalmente após usar o banheiro e antes de comer;
    • Trate a água antes de beber ou preparar alimentos;
    • Higienize frutas e verduras corretamente.

    Confira: Intolerância à lactose: o que comer no dia a dia?

    Perguntas frequentes sobre diarreia

    1. Toda diarreia precisa de antibiótico?

    Não. A maioria dos casos é causada por vírus e melhora sozinha com hidratação e alimentação leve. Antibióticos só são usados em caso de diarreia causada por bactérias e sempre sob orientação médica.

    2. É normal ter febre junto com diarreia?

    Sim. Em infecções, a febre pode aparecer, mas febre alta e persistente é sinal de alerta.

    3. O que comer quando estou com diarreia?

    Prefira alimentos leves e cozidos: arroz, batata, frango grelhado, banana e maçã. Evite frituras, leite e café.

    4. Posso tomar remédio para parar a diarreia?

    Somente com orientação médica. Em alguns casos, “prender o intestino” pode piorar a infecção.

    5. Como saber se estou desidratado?

    Boca seca, tontura, fraqueza, urina escura ou diminuição do volume urinário são sinais de alerta.

    6. Criança com diarreia precisa ir ao hospital?

    Sim, especialmente se houver febre, desidratação, sangue nas fezes ou se o quadro durar mais de dois dias.

    7. A diarreia pode ser sintoma de doença crônica?

    Sim. Quando dura mais de 30 dias, pode estar ligada a doenças intestinais, intolerâncias ou alterações metabólicas.

    Veja mais: Intoxicação alimentar por alimentos crus: como se proteger

  • Dor abdominal: quais podem ser as causas desse sintoma tão frequente? 

    Dor abdominal: quais podem ser as causas desse sintoma tão frequente? 

    Quase todo mundo já sentiu um desconforto na barriga em algum momento da vida. A dor abdominal, uma das queixas mais comuns nos consultórios e prontos-socorros, pode surgir por motivos simples, como uma refeição pesada ou gases, mas também pode indicar problemas que exigem atenção médica imediata.

    A diferença entre uma dor passageira e uma situação grave está nos detalhes: intensidade, duração e sintomas associados. Por envolver diversos órgãos do corpo, o abdome é uma região onde muitas doenças diferentes podem se manifestar. Entender como ela aparece, o que a agrava e quando procurar ajuda é essencial para garantir um diagnóstico rápido e evitar complicações.

    O que é dor abdominal

    A dor abdominal é uma das queixas mais comuns em consultórios e prontos-socorros. Quase todo mundo já sentiu um desconforto na barriga em algum momento da vida, mas a intensidade, a duração e os sintomas associados podem mudar completamente o significado dessa dor.

    Ela pode ter causas simples, mas também pode indicar problemas que exigem atenção médica.

    O abdome é formado por um revestimento chamado peritônio, onde a dor pode se manifestar, e abriga diversos órgãos importantes, como estômago, fígado, vesícula biliar, intestinos, pâncreas, baço, rins e bexiga. Estruturas de outros sistemas, como útero e ovários, também podem causar dor nessa região.

    Tipos de dor abdominal

    Dor aguda

    Surge de forma súbita e dura menos de 7 dias. É responsável por até 10% das visitas aos prontos-socorros. Em geral, aparece rapidamente, pode ser intensa e, muitas vezes, vem acompanhada de náuseas, vômitos, febre ou alterações urinárias e intestinais.

    Pode estar relacionada a condições como:

    • Gastroenterite;
    • Cálculos na vesícula ou nos rins;
    • Apendicite;
    • Pancreatite aguda;
    • Diverticulite;
    • Aneurisma dissecante de aorta;
    • Gestação ectópica rota.

    Dor crônica

    É aquela que persiste por semanas ou meses, podendo ser contínua ou intermitente. Pode piorar após refeições, em momentos de estresse ou quando há doenças associadas.

    Costuma estar ligada a:

    • Gastrite;
    • Pancreatite crônica;
    • Síndrome do intestino irritável;
    • Doenças inflamatórias intestinais;
    • Isquemia mesentérica crônica.

    Como é avaliada a dor abdominal

    Para chegar ao diagnóstico, o médico precisa entender bem as características da dor, que fornecem pistas importantes sobre sua origem.

    Entre os aspectos observados estão:

    • Localização: onde começou e se houve mudança de lugar.
    • Tipo: se é cólica, queimação, pressão, dor difusa ou pontual.
    • Irradiação: se a dor se espalha para costas, ombros ou outras áreas.
    • Evolução: se começou de repente ou foi aumentando gradualmente.
    • Fatores de melhora ou piora: relação com alimentação, evacuação, posição ou uso de medicamentos.
    • Episódios anteriores: se já houve dores semelhantes no passado.
    • Histórico familiar: presença de doenças abdominais em familiares próximos.

    Sintomas que podem acompanhar a dor

    Além da dor, outros sinais ajudam o médico a entender o que está acontecendo. Podem estar presentes:

    • Náuseas e vômitos;
    • Febre;
    • Alteração do hábito intestinal (diarreia, prisão de ventre ou sangue nas fezes);
    • Sangue na urina ou dor ao urinar;
    • Perda de apetite ou emagrecimento;
    • Distensão abdominal ou excesso de gases.

    É importante lembrar que nem sempre a origem está no abdome em si. Problemas respiratórios, urinários, ginecológicos ou até condições metabólicas, como cetoacidose diabética, podem causar dor abdominal.

    Veja mais: Pedra nos rins (cálculo renal): quando os sintomas preocupam e como se prevenir

    Como o médico avalia

    O primeiro passo é uma boa história clínica, com descrição detalhada da dor e dos sintomas. Depois, o médico faz um exame físico completo, que não se limita ao abdome.

    Durante o exame abdominal, o médico observa:

    • Aspecto do abdome: presença de cicatrizes, distensão ou hérnias;
    • Ausculta: ruídos intestinais (presentes ou ausentes);
    • Palpação: pontos de sensibilidade, massas ou sinais de inflamação;
    • Manobras específicas: utilizadas em casos suspeitos de doenças características.

    Após essa etapa, podem ser solicitados exames complementares, como:

    • Exames laboratoriais: hemograma e testes de função hepática, pancreática ou renal, conforme a hipótese;
    • Exames de imagem: ultrassonografia, tomografia computadorizada ou, em casos específicos, a colangiopancreatografia retrógrada endoscópica (CPRE). Esses exames ajudam a identificar as causas da dor e orientar o tratamento.

    Leia também: Adenomiose: o que é, sintomas, causas e tratamento

    Sinais de alerta

    Nem toda dor abdominal é grave, mas alguns sinais exigem atendimento médico imediato:

    • Febre ou vômitos persistentes;
    • Sangue nas fezes ou urina;
    • Perda de peso inexplicada;
    • Queda de pressão ou desmaios;
    • Dor recorrente que atrapalha as atividades do dia a dia.

    A dor abdominal pode variar de algo simples e passageiro a situações graves que exigem tratamento cirúrgico. Por isso, é essencial observar os sinais, entender as diferenças entre dor aguda e crônica, e buscar atendimento médico sempre que necessário.

    Perguntas frequentes sobre dor abdominal (FAQ)

    1. Toda dor abdominal precisa de atendimento médico?

    Nem sempre. Dores leves e passageiras costumam ser benignas, mas sintomas persistentes ou intensos devem ser avaliados por um médico.

    2. O que diferencia a dor abdominal aguda da crônica?

    A dor aguda surge de forma súbita e dura poucos dias; já a crônica pode persistir por semanas ou meses.

    3. A dor abdominal pode ser sinal de problema no coração?

    Sim. Embora incomum, infarto, aneurisma de aorta e problemas respiratórios podem se manifestar com dor na região abdominal.

    4. Quais exames ajudam a descobrir a causa da dor?

    Dependendo do caso, o médico pode solicitar ultrassonografia, tomografia, exames laboratoriais ou outros específicos.

    5. Dor abdominal com febre é perigosa?

    Pode ser. A presença de febre, vômitos persistentes ou sangue nas fezes é um sinal de alerta e requer avaliação imediata.

    6. O que pode causar dor abdominal depois das refeições?

    Podem estar envolvidas condições como gastrite, refluxo, problemas na vesícula biliar ou intolerâncias alimentares.

    7. Como prevenir dores abdominais recorrentes?

    Manter alimentação equilibrada, hidratação adequada, evitar excessos de álcool e gordura e controlar o estresse são medidas que ajudam a prevenir alguns tipos de dores abdominais.

    Confira: Infecção urinária: sintomas, causas e tratamento