Categoria: Prevenção & Longevidade

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  • Cuidados paliativos: apoiar a vida desde o diagnóstico até o fim

    Cuidados paliativos: apoiar a vida desde o diagnóstico até o fim

    Quando uma doença grave irrompe na vida de alguém, ela atinge além do corpo, pois transforma rotinas, crenças, relações e expectativas. Em meio a tratamentos, medos e incertezas, cresce também a necessidade de acolhimento integral para o paciente e suas famílias. É aí que entram os cuidados paliativos.

    Os cuidados paliativos são uma abordagem que vai além do remédio, pois buscam cuidar da dor, do sofrimento emocional, das decisões difíceis e do significado de viver bem, em todas as fases da doença.

    O que são cuidados paliativos?

    Os cuidados paliativos são uma abordagem médica que busca melhorar a qualidade de vida de quem enfrenta uma doença grave, bem como apoiar suas famílias. Eles atuam para prevenir e aliviar o sofrimento — seja ele físico, emocional, social ou espiritual. A ideia é cuidar sempre, não desistir jamais.

    Princípios centrais dos cuidados paliativos

    • Valorizar a vida e compreender a morte como um processo natural;
    • Não antecipar nem adiar a morte;
    • Iniciar o cuidado o mais cedo possível, junto com outros tratamentos ativos;
    • Garantir o alívio da dor e dos sintomas difíceis;
    • Oferecer cuidado integral — corpo, mente, emoções e espiritualidade;
    • Manter o paciente ativo e com dignidade até onde for possível;
    • Dar apoio contínuo à família, inclusive durante o luto;
    • Atuar com equipe multidisciplinar (médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais e outros);
    • Manter comunicação clara e empática, permitindo decisões conscientes de paciente e familiares.

    Como os cuidados paliativos ajudam

    • Controle de sintomas: dor, fadiga, náuseas e outros desconfortos são aliviados;
    • Respeito à dignidade: o paciente vive o melhor possível, mesmo diante das limitações;
    • Apoio emocional e espiritual: acolhimento de medos, escuta e conforto;
    • Suporte familiar: acompanhamento e preparo para o luto;
    • Integração com outros tratamentos: os cuidados paliativos podem ocorrer junto a terapias que prolongam a vida, como quimioterapia ou radioterapia.

    Quem pode se beneficiar dos cuidados paliativos?

    Qualquer pessoa, de qualquer idade, com doença grave e potencialmente fatal pode se beneficiar de cuidados paliativos, independentemente do diagnóstico ou do tempo de vida esperado. Isso inclui casos de câncer, doenças cardíacas, pulmonares, neurológicas, renais, entre outras.

    Os cuidados também se estendem às famílias e cuidadores — afinal, quem cuida também precisa de cuidado, suporte emocional e orientação prática.

    Hospice: um conceito de cuidado no final da vida

    O termo hospice não se refere a um local específico, mas a um modelo de cuidado voltado a pacientes em fase avançada da doença, geralmente com expectativa de vida de até seis meses.

    Nesse modelo, o foco é o acolhimento ativo, o alívio de sintomas e o suporte à família, especialmente no processo de morrer e no luto que o segue.

    Um cenário em crescimento

    No Brasil, os cuidados paliativos começaram a se estruturar nos anos 1990. Hoje, com o envelhecimento populacional e o aumento das doenças crônicas, a demanda cresceu significativamente — e tende a dobrar até 2060.

    Embora ainda sejam muito associados a pacientes acima de 50 anos e ao câncer, os cuidados paliativos abrangem diversas doenças crônicas graves e podem beneficiar pessoas de todas as faixas etárias.

    De forma geral, cuidados paliativos não significam desistir do tratamento, mas sim afirmar que, em todos os momentos da vida, é possível cuidar, aliviar, apoiar e oferecer dignidade.

    Confira: Envelhecimento saudável: 6 hábitos para manter a autonomia

    Perguntas frequentes sobre cuidados paliativos

    1. Cuidados paliativos são sinônimo de desistir do tratamento?

    Não. Eles atuam em conjunto com tratamentos ativos, com foco na qualidade de vida, no controle de sintomas e no apoio integral.

    2. Quando começar os cuidados paliativos?

    O ideal é iniciar o quanto antes — desde o diagnóstico da doença grave —, não apenas no final da vida.

    3. Só pacientes com câncer se beneficiam?

    Não. Pessoas com doenças cardíacas, pulmonares, neurológicas, renais, entre outras, também podem e devem receber cuidados paliativos.

    4. Quem compõe a equipe de cuidados paliativos?

    Profissionais de diferentes áreas, como médicos, enfermeiros, psicólogos, assistentes sociais, fisioterapeutas, capelães e nutricionistas.

    5. Os pacientes perdem autonomia nos cuidados paliativos?

    Ao contrário. Um dos princípios é manter o máximo possível de autonomia, respeitando as escolhas e promovendo dignidade mesmo nas fases mais difíceis.

    6. A família também recebe apoio?

    Sim. Os cuidados paliativos oferecem suporte emocional, orientação e acompanhamento no luto para familiares e cuidadores.

    7. Como saber se um hospital ou ambulatório oferece cuidados paliativos?

    Pergunte se há uma equipe multidisciplinar especializada, programas de controle de dor e sintomas, suporte emocional e um plano de cuidado integral voltado à pessoa e à família.

    Leia mais: Polifarmácia: por que usar muitos remédios merece atenção

  • Vitamina B12: o que é, para que serve e como identificar carência ou excesso 

    Vitamina B12: o que é, para que serve e como identificar carência ou excesso 

    Pouca gente pensa nela no dia a dia, mas a vitamina B12 é uma daquelas substâncias que fazem diferença em quase tudo no corpo. Do sangue ao cérebro, do metabolismo à energia, ela atua em processos vitais sem os quais não estaríamos funcionando direito. Quando falta, os sintomas podem ir muito além do cansaço: envolvem anemia, memória e muitas outras coisas.

    Apesar da importância, ainda há muita confusão sobre o tema. Será que só quem não come carne precisa se preocupar? É uma vitamina “milagrosa” para melhorar a memória? E será que o excesso pode fazer mal?

    As respostas não são tão simples quanto parecem, e entender o papel da B12, onde encontrá-la e como manter os níveis adequados é bem importante para a saúde em qualquer idade. Entenda mais.

    O que é a vitamina B12 e por que ela importa

    A vitamina B12, também chamada cobalamina, é uma vitamina solúvel em água e importante para tarefas essenciais no corpo:

    • Participa da formação de glóbulos vermelhos, e evita anemia por falta de vitamina B12;
    • Ajuda na saúde do sistema nervoso, pois mantém as células nervosas e suas respectivas capas protetoras (mielina);
    • Age na síntese de DNA e no metabolismo das células.

    Diferentemente de muitas vitaminas, nosso corpo consegue armazenar B12 no fígado, de modo que os estoques geralmente demoram até anos para se esgotar se a ingestão for interrompida.

    Benefícios comprovados da vitamina B12

    Quando os níveis de B12 estão adequados, observam-se benefícios como:

    • Produção saudável de sangue e prevenção de anemia macrocítica;
    • Manutenção da função neurológica, como equilíbrio, sensibilidade e memória;
    • Apoio para a energia celular em processos metabólicos;
    • Proteção do DNA e papel na regeneração celular.

    Sintomas da deficiência de vitamina B12

    A falta de B12 pode causar vários sinais, sendo que muitos deles são silenciosos no início:

    • Cansaço excessivo (fadiga persistente), um dos primeiros sintomas relatados;
    • Palidez, fraqueza e falta de ar, por conta da anemia macrocítica;
    • Formigamento, dormência nas mãos e pés; dificuldade de caminhar ou equilíbrio alterado;
    • Confusão mental, perda de memória, alterações cognitivas ou emocionais;
    • Outras manifestações, como língua inchada ou sensível, alterações de humor, dores musculares e digestão alterada.

    Se a deficiência for prolongada, alguns prejuízos neurológicos podem se tornar irreversíveis, por isso é importante ficar atento aos sintomas e consultar um médico quando necessário.

    Riscos do excesso de vitamina B12

    Embora seja raro, o excesso de B12 pode acontecer, especialmente por quem faz suplementação sem acompanhamento médico ou nutricional. Os possíveis sintomas de excesso de B12 são:

    • Erupções cutâneas, coceira ou reações alérgicas;
    • Náuseas, desconforto abdominal, vômitos ou diarreia;
    • Fadiga, fraqueza corporal.

    Felizmente, o organismo costuma eliminar o excesso de B12 pela urina em muitos casos, o que torna a hipervitaminose menos comum.

    Onde encontrar vitamina B12 (alimentos e fontes)

    A vitamina B12 é encontrada essencialmente em alimentos de origem animal. Algumas fontes ricas são:

    • Fígado bovino, carne vermelha, vísceras;
    • Carne de frango e ovos;
    • Peixes, frutos do mar (ostras, mariscos);
    • Leite, queijos e outros laticínios;
    • Alimentos fortificados (em alguns cereais, produtos vegetais fortificados).

    Para quem segue dietas veganas ou vegetarianas estritas, é comum precisar recorrer a alimentos fortificados ou à suplementação, mas sempre com orientação médica ou nutricional.

    Níveis ideais e diagnóstico

    A vitamina B12 é mensurada por meio de exame de sangue e os valores de referência podem variar entre laboratórios, mas uma faixa comum de normalidade é: entre aproximadamente 200 e 900 pg/mL.

    • Valores abaixo de aproximadamente 200 pg/mL sugerem deficiência significativa;
    • Valores entre 200–300 pg/mL são considerados uma “zona limite” e, nesses casos, alguns exames complementares podem ser solicitados pelo médico para confirmar a deficiência (como ácido metilmalônico ou homocisteína);
    • Valores acima de 900 pg/mL podem indicar excesso ou necessidade de investigação de outras causas.

    Se o nível de B12 estiver baixo, o médico ou nutricionista pode pedir exames adicionais para investigar absorção.

    Veja também: Proteína para ganhar massa muscular: veja quanto você precisa por dia

    Suplementação: quando e como fazer

    A suplementação de B12 só deve ser feita com indicação médica ou de nutricionista, após diagnóstico de deficiência ou necessidade específica.

    As formas de suplementação são:

    • Oral: doses elevadas de cianocobalamina ou outros compostos podem ser usados quando o trato digestivo ainda absorve;
    • Injeções (intramuscular ou subcutânea): em casos de má-absorção, lesão gástrica ou deficiência grave;
    • Spray nasal ou outras vias especiais: para quem não tolera comprimidos ou tem restrições digestivas.

    A dose utilizada varia conforme a gravidade da deficiência, a causa da deficiência e o paciente individualmente. É importante saber que interromper a suplementação ou ajustar a dose sem supervisão médica pode causar problemas ou mascarar outras doenças.

    Como prevenir a deficiência de vitamina B12

    • Consumir regularmente alimentos de origem animal ou produtos fortificados;
    • Fazer check-ups periódicos, especialmente em populações de risco (idosos, veganos, pós-cirurgias gástricas);
    • Evitar uso prolongado e sem acompanhamento de medicamentos que interfiram na absorção (inibidores de bomba de prótons, metformina);
    • Tratar doenças digestivas ou condições que prejudiquem absorção intestinal.

    Perguntas frequentes sobre vitamina B12

    1. A deficiência de vitamina B12 dá sinais claros, mesmo sem fazer exame?

    É possível suspeitar por sinais como fadiga constante, formigamentos, palidez, alterações de memória ou humor. Mas somente o exame de sangue pode confirmar.

    2. Um valor de 250 pg/mL é “normal”?

    Está num limbo, ou seja, nem claramente baixo, nem alto. Exames complementares podem ajudar o médico a entender se é normal ou não.

    3. Tomar suplemento de B12 engorda?

    Não. A B12 não é uma vitamina que acumula calorias e nem causa ganho de peso.

    4. Quem mais precisa monitorar B12?

    Veganos estritos, pessoas idosas, pacientes com doenças gástricas ou intestinais, após cirurgia bariátrica, uso de determinados medicamentos.

    5. Se estiver tomando multivitamínico com B12, preciso de mais?

    Depende. A dose presente no multivitamínico pode ser suficiente para manter níveis normais, mas não para corrigir deficiência. Avaliação médica é importante para entender se há deficiência ou excesso.

    6. Excesso de B12 é perigoso?

    Em geral, o corpo elimina o excesso. Mas níveis muito altos por suplementação inadequada ou doenças subjacentes devem ser investigados por médico.

    Leia também: Compulsão alimentar ou exagero pontual? Entenda as diferenças e quando procurar ajuda profissional

  • Cateterismo cardíaco: o que é, para que serve e como é feito

    Cateterismo cardíaco: o que é, para que serve e como é feito

    Indicado para o diagnóstico de problemas nas artérias coronárias e no músculo cardíaco, o cateterismo é um exame minimamente invasivo que contribui para apontar se há entupimentos, estreitamentos ou alterações que podem comprometer a circulação do sangue no coração.

    Em alguns casos, ele também pode ajudar no tratamento imediato, já que muitas vezes é possível desobstruir a artéria no mesmo momento, devolvendo qualidade de vida e prevenindo complicações graves, como o infarto. Entenda mais para que serve, como é feito e quando o cateterismo é indicado.

    O que é cateterismo cardíaco?

    O cateterismo cardíaco é um exame em que um tubo fino e flexível, chamado cateter, é introduzido em uma artéria (normalmente pela virilha ou pelo pulso) e guiado até o coração. Ele é usado para diagnosticar e, em alguns casos, tratar problemas nas artérias coronárias e no músculo cardíaco.

    Durante o exame, um contraste é injetado para permitir a visualização em tempo real das artérias e estruturas cardíacas por meio de imagens de raio-X — processo conhecido como cinecoronariografia.

    Para que serve o cateterismo?

    O cateterismo tem diferentes finalidades, mas a principal função é diagnosticar e tratar problemas do coração e das artérias coronárias. Entre as aplicações mais comuns, a cardiologista Edilza Câmara Nóbrega aponta:

    • Identificar estreitamentos ou entupimentos nas artérias do coração;
    • Avaliar o funcionamento das válvulas cardíacas;
    • Medir a pressão dentro das câmaras cardíacas;
    • Preparar o paciente para procedimentos como cirurgia de revascularização (ponte de safena).

    Além do diagnóstico, o exame pode ser usado para intervenções terapêuticas, como implantar stents (pequenas molas metálicas que mantêm a artéria aberta) ou realizar angioplastia, procedimento que desobstrui a circulação sanguínea.

    Quando ele é indicado?

    O exame é indicado em situações específicas, normalmente quando outros métodos, como o eletrocardiograma, ecocardiograma ou teste ergométrico, não são suficientes para esclarecer o problema existente.

    Algumas das principais indicações incluem:

    • Dor no peito (angina) de causa não explicada;
    • Suspeita de infarto agudo do miocárdio;
    • Alterações em exames de imagem ou testes de esforço;
    • Avaliação antes de cirurgias cardíacas;
    • Suspeita de problemas nas válvulas cardíacas.

    Em casos de urgência, como no infarto, o cateterismo pode ser realizado imediatamente para abrir a artéria bloqueada e salvar o músculo cardíaco.

    Como é feito o cateterismo?

    O procedimento é relativamente simples, mas envolve alguns cuidados no preparo, conforme explica Edilza.

    Primeiro, o paciente recebe anestesia local no ponto de inserção do cateter, geralmente na virilha ou no braço. Dessa forma, ele permanece acordado durante todo o exame, o que é importante para que possa colaborar com pequenas instruções do médico, como prender a respiração por alguns segundos.

    Depois, o médico introduz o cateter pela artéria e o conduz até o coração com auxílio das imagens em tempo real. Em seguida, injeta um contraste iodado que permite visualizar o fluxo sanguíneo e possíveis obstruções.

    Em geral, o procedimento não causa dor significativa — o que a maioria das pessoas relata é apenas um leve desconforto no momento da punção ou movimentação do cateter.

    Quanto tempo dura?

    A duração média de um cateterismo é de 30 a 60 minutos, mas pode variar dependendo da complexidade do caso. Após o exame, o paciente é levado a uma sala de recuperação para monitoramento e repouso.

    “O tempo de internação costuma ser curto, e a maioria dos pacientes recebe alta no mesmo dia ou no dia seguinte”, explica Edilza.

    Qual a diferença entre cateterismo diagnóstico e terapêutico?

    Existem dois tipos principais de cateterismo, como explicado por Edilza:

    • Cateterismo diagnóstico: feito apenas para avaliar as condições do coração e das artérias. Ao final do exame, o cateter é retirado;
    • Cateterismo terapêutico (angioplastia): quando durante o exame é identificado um bloqueio, o médico pode decidir intervir imediatamente, inserindo um balão e/ou stent para desobstruir a artéria e restaurar a circulação.

    Cateterismo é perigoso?

    Em geral, não. O exame é considerado seguro e realizado de forma rotineira em hospitais. No entanto, como qualquer procedimento invasivo, pode haver riscos, como:

    • Sangramento no local da punção;
    • Infecção;
    • Reação alérgica ao contraste;
    • Arritmias cardíacas;
    • Em casos muito raros, complicações mais graves, como infarto ou acidente vascular cerebral.

    Vale ressaltar que os riscos são muito baixos e a maioria dos pacientes realiza o exame sem maiores problemas.

    Cuidados após o cateterismo

    Depois do procedimento, o paciente é levado a uma sala de recuperação, onde permanece em observação por algumas horas. Dependendo do caso, pode ter alta no mesmo dia ou no dia seguinte.

    Alguns cuidados importantes após o exame incluem:

    • Repouso relativo nas primeiras 24 a 48 horas;
    • Evitar esforços físicos intensos na primeira semana;
    • Beber bastante líquido para ajudar a eliminar o contraste;
    • Observar sinais como dor, sangramento ou inchaço no local da punção.

    A recuperação costuma ser rápida, e a maioria das pessoas consegue retomar suas atividades normais em poucos dias.

    Confira: Doença coronariana: o que é, como identificar os sintomas e quais os tratamentos indicados

    Perguntas frequentes sobre cateterismo cardíaco

    1. O cateterismo cardíaco dói?

    A maioria dos pacientes relata que o cateterismo cardíaco não causa dor significativa, uma vez que o exame é feito com anestesia local no local da punção, normalmente no braço ou na virilha.

    Durante a introdução do cateter, pode haver apenas uma sensação de pressão ou um leve desconforto.

    Além disso, a injeção do contraste pode causar uma sensação passageira de calor pelo corpo, mas que dura poucos segundos.

    O que costuma incomodar mais é o repouso após o exame, principalmente se a punção for feita na virilha, já que será necessário ficar deitado por algumas horas para evitar sangramentos.

    2. Preciso ficar internado para fazer o exame?

    Na maioria dos casos, o cateterismo é feito em regime de internação curta, muitas vezes de apenas um dia. O paciente chega ao hospital, faz os exames preparatórios, realiza o procedimento e, após algumas horas de observação, pode receber alta.

    Em situações de maior complexidade, como quando há necessidade de angioplastia, o tempo de internação pode ser maior, chegando a dois ou três dias, para garantir uma boa recuperação e monitoramento do paciente.

    3. Quem tem alergia a contraste pode fazer cateterismo?

    Sim, mas é preciso alguns cuidados especiais. O contraste usado no cateterismo é iodado, e algumas pessoas podem ter reações alérgicas. Nesses casos, o médico pode prescrever medicamentos antialérgicos e corticoides antes do exame para reduzir o risco.

    Em pacientes com histórico de reação grave, pode ser necessário avaliar alternativas ou adiar o procedimento.

    4. Cateterismo cardíaco pode ser feito em crianças?

    Sim, o cateterismo também pode ser indicado em crianças, especialmente naquelas com malformações cardíacas congênitas. Nesses casos, o procedimento pode ter tanto caráter diagnóstico quanto terapêutico, ajudando a corrigir problemas estruturais do coração desde cedo.

    5. Quem tem marca-passo pode fazer cateterismo?

    Sim, pacientes com marca-passo ou desfibrilador cardíaco implantado podem realizar o cateterismo normalmente. O procedimento não interfere no funcionamento dos dispositivos, mas é fundamental informar o médico e o cardiologista, para que ele possa ser avaliado e, se necessário, ajustado antes e depois do procedimento.

    6. Existe limite de idade para fazer cateterismo cardíaco?

    Não há um limite de idade para realizar o exame. O que define se uma pessoa pode ou não passar pelo exame é o estado geral de saúde. Inclusive, pacientes idosos frequentemente realizam cateterismo, inclusive com bons resultados, já que muitos desenvolvem obstruções coronárias ao longo da vida.

    O que muda é o cuidado com doenças associadas, como insuficiência renal, diabetes ou problemas de coagulação, que podem demandar mais atenção.

    7. O cateterismo pode ser feito sem contraste?

    Não, pois o uso do contraste iodado é fundamental para visualizar as artérias coronárias. Em situações específicas, como pacientes com alergia grave ao contraste ou insuficiência renal avançada, podem ser avaliados outros exames para diagnóstico.

    Leia também: 12×8 já não é normal: nova diretriz muda o que entendemos por pressão alta

  • Polifarmácia: por que o uso de muitos remédios merece atenção 

    Polifarmácia: por que o uso de muitos remédios merece atenção 

    Você já ouviu falar em polifarmácia? O termo pode parecer complicado, mas descreve uma situação comum: quando uma pessoa faz uso de cinco ou mais medicamentos ao mesmo tempo, seja por prescrição médica ou por automedicação.

    Esse cenário é mais frequente entre os idosos, já que costumam conviver com múltiplas doenças crônicas que exigem tratamento contínuo. Mas não se engane: cada vez mais pessoas jovens também vivem essa realidade, principalmente diante de condições como obesidade, diabetes e pressão alta.

    Por que a polifarmácia acontece?

    O acúmulo de medicamentos pode ocorrer por vários motivos:

    • Presença de várias doenças ao mesmo tempo (multimorbidade);
    • Acompanhamento por diferentes médicos especialistas, que prescrevem novos remédios sem revisar os anteriores;
    • Automedicação;
    • Uso prolongado de medicações que já não são mais necessárias.

    Assim, é comum que o paciente se veja com uma lista extensa de medicamentos, nem sempre ajustada à sua real necessidade.

    Quais são os riscos da polifarmácia?

    Tomar muitos medicamentos ao mesmo tempo pode trazer consequências sérias, como:

    • Reações adversas: respostas indesejadas ou prejudiciais que ocorrem mesmo com doses corretas;
    • Interações medicamentosas: quando um remédio altera o efeito do outro — ou até é potencializado por alimentos, bebidas e substâncias químicas;
    • Intoxicação medicamentosa: em alguns casos, o excesso ou a combinação inadequada pode ser grave;
    • Não adesão ao tratamento: quanto mais complexa a rotina de medicamentos, maior a chance de esquecimento, confusão ou abandono;
    • Impacto emocional e funcional: pode gerar cansaço, perda de autonomia e até isolamento;
    • Impacto financeiro: gastos altos com medicamentos podem comprometer a renda familiar;
    • Maior risco de quedas, hospitalização e até morte.

    Envelhecimento e maior sensibilidade

    Nos idosos, a polifarmácia merece atenção redobrada. Além de usarem mais medicamentos, o corpo passa por mudanças com o envelhecimento, tornando-se mais sensível tanto aos efeitos benéficos quanto aos colaterais dos remédios. Isso aumenta o risco de reações adversas, quedas e complicações.

    Veja também: 10 alimentos ricos em fibras para regular o intestino

    Como prevenir os problemas da polifarmácia

    Alguns cuidados simples fazem toda a diferença:

    • Evitar a automedicação;
    • Informar sempre ao médico ou farmacêutico todos os medicamentos em uso, incluindo chás, suplementos e fitoterápicos;
    • Ter um médico de referência para revisar regularmente a lista de remédios;
    • Esclarecer dúvidas sobre a função de cada medicamento e como utilizá-lo corretamente;
    • Relatar qualquer sintoma novo ao profissional de saúde;
    • Investir em hábitos saudáveis, como boa alimentação e atividade física, que reduzem a necessidade de medicamentos.

    Perguntas frequentes sobre polifarmácia

    1. Polifarmácia significa que todos os medicamentos são desnecessários?

    Não. Em muitos casos, os remédios são essenciais. O problema está em quando eles não são revisados, acumulam efeitos ou deixam de ser necessários.

    2. Apenas idosos sofrem os efeitos da polifarmácia?

    Não. Embora mais comum nos idosos, jovens com doenças crônicas como diabetes, obesidade e hipertensão também podem precisar de vários medicamentos.

    3. Qual é o maior risco de tomar muitos medicamentos ao mesmo tempo?

    O principal risco é a interação medicamentosa, quando um remédio interfere no efeito do outro, podendo aumentar efeitos colaterais ou reduzir a eficácia.

    4. Como sei se estou em risco?

    Se você usa cinco ou mais medicamentos diferentes, já está dentro da definição de polifarmácia. Vale conversar com seu médico para revisar a lista.

    5. O que fazer se eu esquecer um dos remédios?

    Nunca dobre a dose no próximo horário. O ideal é seguir as orientações do médico ou farmacêutico sobre como proceder em cada caso.

    6. Como reduzir os riscos da polifarmácia?

    Revisando os medicamentos periodicamente com um médico de confiança, evitando automedicação e informando sobre todos os produtos usados — inclusive naturais e suplementos.

    Leia mais: 5 coisas para fazer hoje e proteger o coração contra o infarto

  • 12×8 já não é normal: nova diretriz muda o que entendemos por pressão alta 

    12×8 já não é normal: nova diretriz muda o que entendemos por pressão alta 

    Se você sempre considerou 12×8 como pressão normal, essa ideia pode estar mudando. A Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial 2025 revisitou as faixas de pressão e agora classifica 120/80 mmHg como pré-hipertensão, isto é, uma zona de alerta onde se espera que ações preventivas sejam intensificadas antes que a pressão suba de fato.

    Essa redefinição busca identificar mais cedo quem está em risco de evoluir para pressão alta e ajuda a estimular intervenções, como ajustes no estilo de vida, antes que danos mais sérios apareçam.

    O que mudou com a nova diretriz?

    A diretriz agora considera que valores de pressão arterial sistólica entre 120 e 129 mmHg ou pressão arterial diastólica entre 80 e 84 mmHg se encaixem na nova categoria de pré-hipertensão.

    Antes, muitos desses valores eram vistos como normais ou limítrofes; a mudança indica que agora há uma faixa “normal elevada” que exige atenção.

    Além disso, as metas de tratamento também foram ajustadas: o tratamento com remédios continua indicado para pressão ≥ 140/90 mmHg, mas para pacientes com pressão entre 130–139/80–89 mmHg e alto risco cardiovascular, já se recomenda considerar tratamento se as medidas não medicamentosas não forem suficientes.

    Na Europa, as diretrizes de 2024 da ESC (European Society of Cardiology) introduziram a categoria Elevated BP (pressão elevada) para 120–139 / 70–89 mmHg, reforçando que mesmo esse nível intermediário merece atenção. Elas mantêm o valor de hipertensão plena quando ≥ 140/90 mmHg, mas reconhecem que muitos pacientes com pressões intermediárias têm risco aumentado de eventos cardiovasculares.

    Tabela comparativa: antes × agora

    Faixa de pressão Classificação antiga* Nova classificação (2025)
    < 120 / < 80 mmHg Pressão ótima / normal Pressão arterial não elevada (antes “ótimo”)
    120–129 / 80–84 mmHg Normal ou limítrofe Pré-hipertensão
    130–139 / 85–89 mmHg Limítrofe ou hipertensão leve Pré-hipertensão ou estágio leve, dependendo do risco
    ≥ 140 / ≥ 90 mmHg Hipertensão (estágios 1, 2, 3) Pressão alta confirmada, tratamento com remédios indicado

    Por que essa mudança importa para você?

    • Detecção precoce: reconhecer pressão 12×8 como algo que merece atenção permite agir cedo, antes que se transforme em pressão alta.
    • Intervenções preventivas mais intensas: reforça medidas como dieta, redução de sal, atividade física e controle de peso.
    • Tratamento personalizado: quem está nessa faixa pode ser monitorado mais de perto e receber orientações adicionais conforme o risco.

    Confira: Pressão alta: como controlar com a alimentação

    O que fazer se sua pressão for 12×8 ou algo nessa casa?

    • Meça a pressão corretamente: 2 ou mais medições em dias diferentes, em condições calmas, com aparelho confiável.
    • Faça mudanças no estilo de vida: controle o sal, perca peso se necessário, alimente-se de forma saudável e pratique atividade física regular.
    • Monitore mais de perto: o médico pode solicitar medições domiciliares ou MAPA (monitorização ambulatorial da pressão arterial).
    • Avalie o risco cardiovascular global: colesterol, glicemia/diabetes, tabagismo, entre outros fatores.
    • Reavalie: se após 3 meses as medidas não forem suficientes e houver alto risco, o médico pode considerar iniciar medicamentos.

    Veja mais: Como controlar pressão alta com mudanças no estilo de vida

    Perguntas frequentes sobre 12×8 e a nova diretriz

    1. Então ter pressão 12×8 agora significa que estou “pré-hipertenso”?

    Sim. A diretriz 2025 reclassifica 120/80 mmHg como início da categoria de pré-hipertensão, não mais como valor normal absoluto.

    2. Isso significa que todo mundo com 12×8 precisa tomar remédio?

    Não necessariamente. A reclassificação serve para aplicar medidas preventivas precoces. Os remédios continuam indicados principalmente para pressão ≥ 140/90 mmHg ou, em casos de 130–139/80–89 mmHg e alto risco, se as mudanças de estilo de vida não bastarem.

    3. Qual aparelho usar para medir a pressão corretamente?

    Use aparelhos validados e meça corretamente: sentado, costas apoiadas, sem falar durante a medição, após alguns minutos de repouso.

    4. Isso está alinhado com as diretrizes internacionais?

    Sim. A Sociedade Europeia de Cardiologia (ESC) introduziu a categoria Elevated BP para 120–139 / 70–89 mmHg e reconhece que essa faixa intermediária merece atenção.

    5. Com que frequência devo medir minha pressão se estiver nessa faixa 12×8?

    Em geral, com maior frequência: medições domiciliares, eventualmente MAPA, e acompanhamento periódico com seu médico.

    6. E se minha pressão estiver ligeiramente acima, como 121/82?

    Você ainda cai na faixa de pré-hipertensão segundo a nova diretriz. A recomendação é reforçar estilo de vida e monitorar de perto.

    Leia também: MAPA: o exame que analisa a pressão arterial por um dia inteiro

  • Sente pernas pesadas no fim do dia? Confira dicas para aliviar

    Sente pernas pesadas no fim do dia? Confira dicas para aliviar

    Com a correria do dia a dia, muitas pessoas chegam em casa à noite com o mesmo incômodo: uma sensação de pernas pesadas, inchadas e cansadas, às vezes com formigamento. Apesar de comum, ela pode ser causada por uma série de fatores — desde má circulação até hábitos do cotidiano.

    Conversamos com o cirurgião vascular Marcelo Dalio para apontar as principais causas, como reduzir o peso nas pernas e evitar que o desconforto se torne rotina.

    O que pode causar as pernas pesadas?

    A sensação de pernas pesadas pode ser causada por uma série de fatores, como:

    • Varizes: são veias dilatadas e tortuosas que dificultam o retorno do sangue das pernas para o coração. É a causa mais frequente na população;
    • Insuficiência cardíaca: o coração não consegue bombear o sangue de forma adequada, provocando inchaço nas pernas, geralmente acompanhado de falta de ar;
    • Problemas renais: os rins não filtram corretamente, causando retenção de líquidos, com inchaço em duas pernas e até no rosto pela manhã;
    • Doenças do fígado: o mau funcionamento do fígado pode levar ao acúmulo de líquidos e inchaço;
    • Doenças reumatológicas: inflamações crônicas que afetam articulações e tecidos também podem causar inchaço e peso nas pernas;
    • Estilo de vida: ficar longos períodos sentado ou em pé, usar salto alto com frequência, sobrepeso, má alimentação e sedentarismo são fatores que favorecem a sensação de pernas cansadas.

    Como aliviar a sensação de peso nas pernas?

    Pernas acima do coração

    Uma das recomendações mais eficazes é colocar as pernas acima do nível do coração. Segundo Marcelo, não adianta apenas apoiar os pés em um puff: o ideal é deitar-se no sofá e apoiar as pernas no braço ou em almofadas, de forma que fiquem inclinadas para cima. A posição cria uma espécie de “via de drenagem” — facilitando o retorno do sangue e reduzindo o inchaço.

    Você pode incluir esse hábito na sua rotina ao chegar do trabalho ou antes de dormir. Cerca de 15 a 20 minutos já ajudam a sentir alívio.

    Movimentar a panturrilha

    A panturrilha desempenha um papel importante na circulação, pois contribui para impulsionar o sangue em direção ao coração. Quando a musculatura permanece sem movimento por longos períodos, a circulação fica prejudicada e o sangue acaba se acumulando nos membros inferiores — o que favorece o surgimento da sensação de peso e inchaço.

    Para ativar a circulação, é importante movimentar a panturrilha:

    • Fazer exercícios de flexão e extensão dos tornozelos (como se estivesse usando uma antiga máquina de costura);
    • Subir na ponta dos pés e descer devagar, repetindo várias vezes;
    • Alongar as pernas após longos períodos sentado.

    Os movimentos simples podem ser feitos em casa ou no trabalho, e ajudam a reduzir a sensação de peso.

    Evitar calor excessivo

    O calor pode piorar bastante a sensação de pernas pesadas, já que as altas temperaturas provocam dilatação das veias. Com isso, o sangue circula mais lentamente, aumentando o inchaço e a sensação de cansaço nas pernas.

    Por isso, segundo Marcelo, banhos muito quentes podem intensificar o problema, assim como ambientes abafados e verões intensos. O ideal é optar por duchas mornas ou frias, que ajudam a refrescar e estimular a circulação.

    Outra dica é evitar longas exposições ao sol sem hidratação adequada. Sempre que possível, mantenha as pernas frescas e hidratadas.

    Massagem e cremes

    A massagem nas pernas pode proporcionar alívio imediato, já que estimula a circulação sanguínea e linfática. Você pode fazer movimentos suaves de baixo para cima, ajudando o sangue a retornar ao coração. Existem também cremes refrescantes com ativos como mentol e cânfora que potencializam a sensação de leveza.

    Além de relaxar, a massagem pode ser um momento de autocuidado ao final do dia. No entanto, em situações como insuficiência cardíaca ou varizes, ela funciona apenas como forma de aliviar os sintomas, sem resolver a causa do problema. Nesses casos, procure a ajuda de um médico.

    Drenagem linfática

    A drenagem linfática é uma técnica de massagem que ajuda a reduzir o inchaço e melhorar a circulação. No entanto, Marcelo Dalio faz uma observação importante: ela é um movimento passivo, ou seja, depende de um profissional estimular a drenagem.

    Por isso, para pessoas ativas, a melhor opção continua sendo o exercício físico, que fortalece a panturrilha e melhora o retorno venoso. A drenagem é mais indicada para quem tem limitações de movimento, como idosos ou pessoas com restrições de saúde.

    Se você optar pelo procedimento, busque sempre um profissional qualificado para garantir que a técnica seja feita de forma segura e eficaz.

    Quando procurar atendimento médico?

    A sensação de pernas pesadas costuma ser uma consequência da rotina, mas em alguns casos, pode indicar problemas mais sérios. É importante procurar atendimento médico se você apresentar:

    • Inchaço persistente em uma ou ambas as pernas;
    • Dor intensa ou que não melhora com repouso;
    • Vermelhidão, calor local ou presença de feridas;
    • Falta de ar associada ao inchaço;
    • Sintomas que pioram com frequência.

    Dependendo do quadro, pode ser necessário o uso de meias de compressão, medicamentos ou até procedimentos específicos. Apenas um médico pode indicar o tratamento mais adequado, por isso, não se automedique!

    Veja também: Pés inchados no fim do dia podem indicar problema no coração, mas há outras causas

    Perguntas frequentes sobre pernas pesadas

    1. O que são varizes?

    As varizes são veias dilatadas e tortuosas que perdem a capacidade de levar o sangue das pernas de volta ao coração — de modo que o acúmulo provoca sensação de peso, dor, inchaço e até cãibras noturnas.

    Além do incômodo estético, as varizes são um problema de saúde que pode evoluir para complicações, como trombose e úlceras venosas. O tratamento varia desde o uso de meias de compressão e medicamentos até procedimentos como laser ou cirurgia, dependendo da gravidade.

    2. Uso de salto alto pode causar pernas pesadas?

    Pode sim. O salto alto reduz o movimento natural da panturrilha, prejudicando o retorno do sangue das pernas para o coração, o que favorece o inchaço e a sensação de peso. Para prevenir o problema, é importante alternar os tipos de calçados, optar por sapatos mais confortáveis no dia a dia e dar pausas no uso do salto sempre que possível.

    3. Pernas pesadas podem ser sinal de problemas no coração?

    Podem, sim. Problemas como a insuficiência cardíaca podem provocar acúmulo de líquidos nas pernas, normalmente acompanhado de falta de ar e limitação para atividades físicas.

    Quando o coração não consegue bombear o sangue de forma eficiente, o líquido se acumula nos membros inferiores. Nesse caso, não adianta apenas elevar as pernas: é fundamental procurar um cardiologista para uma avaliação completa.

    4. Quem fica muito tempo sentado pode sentir as pernas pesadas?

    Sim, ficar sentado por muitas horas diminui a movimentação da panturrilha, que é fundamental para bombear o sangue de volta ao coração. Isso favorece o acúmulo de sangue e líquidos nas pernas, gerando peso e inchaço.

    5. O uso de remédios pode causar pernas pesadas?

    Alguns medicamentos, como anticoncepcionais hormonais, corticoides e certos anti-hipertensivos, favorecem a retenção de líquidos e dificultam a circulação venosa. Se você percebeu que os sintomas começaram após o uso de algum remédio, converse com o médico. Nunca interrompa o tratamento por conta própria, mas é possível avaliar alternativas mais adequadas.

    6. Existe alguma posição ideal para dormir e evitar pernas pesadas?

    Dormir de barriga para cima com as pernas levemente elevadas pode ajudar bastante. Colocar um travesseiro ou almofada sob os pés estimula o retorno venoso durante a noite. Ah, e evite dormir de bruços, pois a posição comprime vasos e articulações, atrapalhando a circulação.

    Confira: Varizes: o que são e como tratar

  • Envelhecimento saudável: 6 hábitos para manter a autonomia

    Envelhecimento saudável: 6 hábitos para manter a autonomia

    Você sabe o que significa envelhecer com saúde? Além de simplesmente acumular anos de vida, o envelhecimento saudável envolve preservar a autonomia, a vitalidade e a clareza mental ao longo do tempo — adotando hábitos que fortalecem o corpo, estimulam a mente e nutrem as relações afetivas.

    A autonomia, de acordo com a geriatra Karina Kuraoka Tutiya, é a capacidade de tomar decisões e conduzir a própria vida de acordo com os próprios valores e escolhas. Isso inclui desde decidir a rotina diária, onde morar, como se cuidar, até aspectos importantes do fim da vida.

    E nunca é tarde para investir em hábitos que preservem a saúde física e mental! Nesse sentido, listamos 7 hábitos para incluir no dia a dia que podem ter um grande impacto na forma envelhecemos.

    Alimentação equilibrada

    Na terceira idade, as necessidades nutricionais mudam, uma vez que o metabolismo fica mais lento, há perda de massa muscular e, muitas vezes, surgem condições como hipertensão, diabetes e colesterol alto. Por isso, a alimentação deve ser adaptada para garantir energia, imunidade e força.

    “Uma alimentação completa e equilibrada – rica em proteínas, carboidratos integrais, gorduras saudáveis, vitaminas e minerais – contribui diretamente para a manutenção da independência do idoso. Ela protege contra doenças crônicas, conserva a massa muscular, apoia a saúde cerebral e melhora a mobilidade e a vitalidade em geral”, explica Karina.

    Segundo a especialista, a independência do idoso depende diretamente da capacidade funcional. Isso significa conseguir se cuidar, preparar refeições, caminhar, administrar a própria rotina. Uma nutrição adequada garante combustível e nutrientes fundamentais para preservar essa capacidade.

    Mas afinal, o que priorizar na rotina alimentar? Confira:

    Macronutrientes

    Os macronutrientes são os nutrientes que o corpo precisa em maior quantidade, pois fornecem energia e sustentação para o funcionamento do organismo. Eles incluem:

    • Proteínas: fundamentais para evitar a perda de massa muscular (sarcopenia). Fontes incluem carnes magras, peixes, ovos, laticínios, feijão e grão-de-bico;
    • Carboidratos complexos: fornecem energia de forma equilibrada, sem picos de glicemia. Estão presentes em arroz integral, aveia, batata-doce, legumes e frutas;
    • Gorduras saudáveis: como o ômega-3 (encontrado em peixes, nozes e linhaça) e o azeite de oliva, que beneficiam o coração e o cérebro.

    Micronutrientes

    Os micronutrientes são as vitaminas e minerais que o corpo necessita em pequenas quantidades, mas que têm funções vitais. Eles participam de processos como fortalecimento dos ossos, funcionamento do sistema imunológico, produção de energia e proteção das células.

    • Vitamina D e cálcio: ajudam a manter os ossos fortes, reduzem o risco de osteoporose e dão mais firmeza aos músculos, o que diminui a chance de quedas e fraturas;
    • Vitamina B12: contribui para a memória, o raciocínio e também evita quadros de anemia, que podem causar fraqueza e cansaço excessivo, comprometendo a autonomia do idoso;
    • Ferro e zinco: atuam diretamente na manutenção da energia e da imunidade, garantindo disposição para as atividades do dia a dia e fortalecendo o sistema imunológico.

    Fibras

    As fibras são componentes presentes em frutas, verduras, legumes, sementes e grãos integrais. Apesar de não fornecer energia, elas regulam o funcionamento do intestino, ajudam no controle do colesterol, estabilizam os níveis de glicose no sangue e aumentam a sensação de saciedade.

    Como aponta Karina, as fibras alimentares podem vir de diferentes alimentos, como:

    • Grãos integrais (arroz, trigo);
    • Frutas;
    • Verduras;
    • Leguminosos (feijão, lentilha, grão de bico);
    • Sementes (chia, linhaça).

    Hidratação

    Com o passar dos anos, a sensação de sede tende a diminuir, o que faz muitas pessoas idosas acreditarem que não precisam beber água com frequência. No entanto, mesmo sem sentir sede, o organismo continua precisando de líquidos para funcionar bem.

    O ideal é distribuir o consumo de água ao longo do dia, incluir líquidos sob a forma de chás claros e naturais, caldos leves e também priorizar alimentos ricos em água, como frutas (melancia, laranja, melão) e legumes (pepino, abobrinha, tomate).

    De acordo com Karina Kuraoka Tutiya, quando a ingestão de água é insuficiente, o corpo pode apresentar:

    • Desidratação;
    • Piora da função renal;
    • Constipação intestinal;
    • Queda da pressão arterial;
    • Tontura.

    “Todas as situações listadas acima podem comprometer a independência da pessoa”, complementa a geriatra.

    Atividades físicas

    A prática regular de exercícios é um dos pilares mais importantes para um envelhecimento saudável. Quando feita de forma adequada, ajuda a fortalecer o sistema cardiovascular, controla a pressão arterial, o colesterol e a glicemia, reduzindo o risco de infarto, AVC e diabetes.

    Além disso, traz benefícios muito significativos para a saúde mental, aliviando sintomas de ansiedade e estresse, ao mesmo tempo em que melhora a autoestima e a qualidade de vida.

    “No âmbito social e de qualidade de vida, podemos dizer que participar de atividades físicas em grupo oferece a oportunidade de interação social e combate ao isolamento. E manter a capacidade funcional através da atividade física permite que os idosos continuem participando de suas atividades diárias e hobbies, promovendo uma maior independência e qualidade de vida”, esclarece a geriatra.

    Entre as atividades recomendadas na terceira idade, estão:

    • Caminhada diária;
    • Musculação leve (com acompanhamento);
    • Alongamentos e yoga;
    • Hidroginástica;
    • Pilates;
    • Dança.

    O mais importante é escolher atividades prazerosas, que possam ser mantidas de forma constante no dia a dia.

    Sono de qualidade

    Dormir bem é importante para recuperar as energias, consolidar memórias e regular funções metabólicas. No entanto, muitos idosos convivem com insônia, sono fragmentado ou sonolência diurna.

    O sono influencia diretamente na autonomia porque melhora a memória e o aprendizado, mantém o equilíbrio emocional, reduz o risco de quedas (já que a falta de descanso compromete a atenção e os reflexos) e ainda regula hormônios ligados ao apetite e ao metabolismo.

    Para garantir noites de descanso mais reparadoras, é importante criar uma rotina de hábitos saudáveis, como:

    • Horários fixos para dormir e acordar;
    • Evitar cafeína e álcool no período noturno;
    • Reduzir o uso de telas antes de deitar;
    • Manter o quarto escuro, silencioso e confortável.

    Atividades relaxantes, como leitura ou meditação, também ajudam a preparar o corpo e a mente para o sono.

    Relações sociais

    O contato humano tem um papel indispensável na prevenção do isolamento, da depressão e do declínio cognitivo. Uma vida social ativa estimula o cérebro, fortalece a memória, promove o bem-estar emocional e aumenta a motivação para cuidar da própria saúde.

    “Para manter o convívio ativo, é necessário esforço e intencionalidade. Neste sentido, podemos buscar o contato com os amigos e familiares com visitas presenciais, ligações de telefone ou videochamada, propor almoços, jantares ou outras reuniões”, sugere Karina.

    A especialista ainda aponta que participar de clubes e associações, atividades de voluntariado, aulas ou cursos ou até mesmo frequentar centros de convivência auxiliam a mantermos o vínculo com as pessoas. A prática de esportes ou hobbies como yoga, dança, grupo de caminhada também são ótimas oportunidades para socializar.

    Prevenção e acompanhamento médico

    Na terceira idade, as consultas de rotina ajudam a identificar doenças de forma precoce e evitar complicações que podem comprometer a qualidade de vida.

    Os cuidados incluem realizar exames periódicos para acompanhar pressão arterial, colesterol e glicemia, manter o controle de doenças crônicas preexistentes (como hipertensão e diabetes), avaliar regularmente visão e audição e garantir que as vacinas estejam em dia, como as contra Influenza (gripe), pneumonia e COVID-19.

    O acompanhamento constante preserva a autonomia porque reduz o risco de limitações físicas e cognitivas que poderiam levar à dependência. Além disso, quando problemas de saúde são detectados cedo, os tratamentos tendem a ser mais eficazes e menos invasivos.

    Bem-estar emocional e mental

    O envelhecimento saudável não envolve apenas o físico, sabia? De acordo com Karina, manter o cérebro ativo ajuda a retardar o declínio cognitivo e a manter a independência nas atividades do dia a dia.

    Entre os hábitos que fortalecem o bem-estar emocional estão:

    • Estímulo cognitivo: aprender novos idiomas, tocar instrumentos, ler, escrever e se envolver em atividades que desafiem o cérebro;
    • Atividades prazerosas: dedicar-se a hobbies, viajar, cozinhar ou cultivar interesses pessoais que tragam alegria;
    • Gerenciamento do estresse: praticar meditação, exercícios de respiração e técnicas de relaxamento, além de buscar momentos de lazer;
    • Apoio psicológico: contar com acompanhamento profissional sempre que necessário para lidar com questões emocionais.

    Atividades como aprender coisas novas, resolver quebra-cabeças, jogar ou simplesmente manter o hábito da leitura ajudam a treinar a memória, retardar o declínio cognitivo e manter a mente engajada.

    Veja também: 8 dicas para prevenir a dor nas costas no dia a dia

    Como os familiares podem ajudar?

    A família tem papel muito importante no envelhecimento saudável, mas é importante respeitar a autonomia do idoso. A ideia não é impor, mas apoiar as escolhas e oferecer condições para que ele mantenha a sua independência com segurança. Algumas formas de incentivo incluem:

    • Ser exemplo e praticar hábitos saudáveis junto com o idoso;
    • Cozinhar refeições equilibradas em conjunto;
    • Incentivar a prática de atividades físicas, acompanhando sempre que possível;
    • Estimular a vida social, oferecendo transporte ou companhia para eventos;
    • Facilitar o acesso a cuidados médicos, sem decidir pelo idoso;
    • Respeitar suas escolhas, mesmo quando diferentes do que a família considera ideal.

    “O papel da família é oferecer amor, apoio, informação e oportunidades, criando um ambiente onde o idoso se sinta seguro, valorizado e capaz de fazer escolhas que promovam sua saúde e bem-estar, mantendo sua independência”, finaliza Karina.

    Perguntas frequentes sobre envelhecimento saudável

    1. A atividade física é segura na terceira idade?

    Sim, e é bastante recomendada. O ideal é escolher atividades adequadas ao condicionamento físico e às limitações individuais, sempre com orientação profissional.

    Caminhadas, hidroginástica, musculação leve, yoga e dança são opções seguras que fortalecem músculos, ossos, equilíbrio e ainda estimulam a socialização.

    Além disso, exercícios regulares ajudam a controlar doenças crônicas, melhoram a disposição e reduzem sintomas de ansiedade e depressão.

    2. O que fazer quando o idoso tem dificuldades para dormir bem?

    O sono de qualidade é fundamental, mas muitos idosos enfrentam insônia ou acordam várias vezes à noite. É importante manter horários fixos para dormir, evitar cafeína e telas à noite, ter um quarto silencioso e escuro e incluir atividades relaxantes antes de deitar.

    Caso a dificuldade persista, o ideal é investigar causas médicas, como apneia do sono ou uso de medicamentos que interferem no descanso. Um sono reparador melhora a memória, o humor, a energia e a segurança nos movimentos.

    3. O que é sarcopenia e como evitá-la?

    A sarcopenia é a perda progressiva de massa e força muscular que acontece com o envelhecimento. Ela aumenta o risco de quedas, fraturas e dependência para atividades diárias.

    Para prevenir o quadro, ressalta-se o consumo adequado de proteínas, prática de exercícios físicos, principalmente de força, e acompanhamento médico regular. Quando o idoso mantém músculos ativos, ele consegue caminhar, carregar pesos leves e se levantar com mais facilidade, preservando sua independência.

    4. O idoso precisa de acompanhamento psicológico?

    O acompanhamento psicológico pode ser muito importante, principalmente diante de situações de luto, solidão, ansiedade ou depressão. O processo de envelhecer traz mudanças que podem impactar a autoestima e a identidade da pessoa.

    Ter um espaço para falar sobre emoções, medos e expectativas ajuda a manter o equilíbrio mental e fortalece a saúde global. Psicoterapia, grupos de apoio e até práticas de meditação também podem trazer grandes benefícios para a mente.

    5. Quais cuidados com a casa ajudam a prevenir quedas?

    É recomendado retirar tapetes soltos, instalar barras de apoio no banheiro, garantir boa iluminação em todos os cômodos, usar calçados antiderrapantes e manter os corredores livres de obstáculos. Pequenas adaptações tornam a rotina mais segura, preservando a independência do idoso.

    Leia também: Alongamentos simples para aliviar dores musculares: veja quando e como praticar

  • Novas metas de colesterol em 2025: valores mais rígidos para proteger seu coração 

    Novas metas de colesterol em 2025: valores mais rígidos para proteger seu coração 

    As metas de níveis de colesterol no Brasil ficaram mais exigentes. Em 2025, a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC) e outras entidades atualizaram as diretrizes de dislipidemia para refletir estudos recentes e evidências de que menos colesterol “ruim” significa menor risco de infarto, AVC e outras complicações cardíacas.

    Com isso, os valores de LDL-c (colesterol “ruim”), colesterol não-HDL e lipoproteína(a) foram revisados e ajustados conforme o risco cardiovascular de cada pessoa.

    A ideia é tornar as metas mais individualizadas, ou seja, quem tem risco baixo terá metas diferentes de quem tem risco muito alto ou risco extremo. O novo documento reforça também o uso de exames adicionais como medição de Lipoproteína(a) para refinar a avaliação de risco.

    O que mudou nas metas de colesterol no Brasil em 2025

    As mudanças principais foram:

    • Introdução da categoria risco extremo, além de risco muito alto;
    • Metas de LDL-c mais baixas para todos os grupos de risco;
    • Meta para colesterol não-HDL-c também definida (ou seja, o “colesterol mal total”, que inclui outras frações além do LDL);
    • ApoB passou a ter valores de corte específicos, dependendo do risco;
    • Lp(a) recomendado para dosagem ao menos uma vez na vida, para pessoas com risco elevado ou histórico familiar.

    Tabela comparativa: metas antigas versus metas novas

    Aqui está uma tabela para facilitar a comparação entre os valores antigos e os novos valores de LDL-c / não-HDL-c / apoB conforme a diretriz de 2025 da Sociedade Brasileira de Cardiologia:

    Categoria de risco Meta antiga de LDL-c* Nova meta de LDL-c (2025) Meta de não-HDL-c (2025) Meta de apoB (2025)
    Baixo risco ~ < 130 mg/dL < 115 mg/dL < 145 mg/dL ~ 100 mg/dL
    Risco intermediário ~ < 115–120 mg/dL < 100 mg/dL < 130 mg/dL ~ 90 mg/dL
    Risco alto < 100 mg/dL < 70 mg/dL < 100 mg/dL ~ 70 mg/dL
    Risco muito alto < 70 or < 50 mg/dL (dependia da diretriz) < 50 mg/dL < 80 mg/dL ~ 55 mg/dL
    Risco extremo Não havia categoria oficial < 40 mg/dL < 70 mg/dL ~ 45 mg/dL

    Por que essas metas de colesterol ficaram mais rígidas?

    Há várias razões para toda essa mudança:

    • Há evidência científica crescente de que níveis mais baixos de LDL-c reduzem consideravelmente o risco de eventos cardiovasculares como infarto e AVC;
    • Muitos pacientes com risco elevado ou histórico cardíaco não estavam atingindo as metas antigas; com metas mais rígidas, espera-se melhor prevenção;
    • Introdução de novos marcadores ou medidas como Lp(a) e apoB, que ajudam a identificar risco que não aparecia apenas olhando o LDL-c.

    O que isso significa para você

    • Se você for de baixo risco cardiovascular, será solicitado manter o LDL-c abaixo de ~ 115 mg/dL, enquanto antes o valor aceitável era mais alto;
    • Se estiver em risco intermediário, alto ou muito alto, pode ter metas ainda mais rigorosas, como < 70 mg/dL ou < 50 mg/dL;
    • Para quem já teve infarto, AVC ou tem doença multivascular, a categoria de risco extremo implica meta de LDL-c < 40 mg/dL;
    • Além de tomar remédios. quando indicados, aderir ao estilo de vida saudável tornou-se ainda mais importante. Ou seja, cessar tabagismo, ter dieta saudável e fazer atividade física são fundamentais para o tratamento.

    Leia mais: 5 coisas para fazer hoje e proteger o coração contra o infarto

    Perguntas frequentes sobre as novas metas de colesterol

    1. Todos precisam alcançar essas metas baixas de LDL-c?

    Não. As metas de colesterol dependem do seu risco cardiovascular: idade, histórico de infarto/AVC, doenças associadas, genética. Pessoas com risco baixo têm metas menos rígidas; risco extremo demanda valores muito baixas.

    2. O que é o risco extremo?

    É a nova categoria da diretriz que inclui pessoas que, mesmo usando tratamento potente (como estatinas ou combinação de medicamentos), continuam com aterosclerose ativa, ou já têm doença em várias artérias, ou um evento recente como infarto ou AVC.

    3. Como saber meu LDL, não-HDL ou apoB?

    Você precisa de exames de sangue solicitados pelo médico. Com ele e com o seu histórico de saúde, o especialista vai avaliar qual categoria você se enquadra e indicar o melhor tratamento.

    4. Existe risco em deixar o LDL muito baixo?

    Até hoje, estudos mostram que metas mais baixas de LDL-c são seguras e trazem benefícios, especialmente em risco elevado. Mas como todo tratamento, deve ter acompanhamento médico.

    5. Quanto tempo leva para ver diferença das metas de colesterol mais rígidas?

    Depende de cada pessoa, tratamento e adesão. Mudanças no estilo de vida (dieta, exercício) podem mostrar efeito em semanas a meses. Medicamentos ajudam em meses, mas avaliação contínua é importante.

    6. E se eu já tomo estatina ou medicamento para colesterol, mas não atinjo a nova meta de colesterol?

    O médico pode ajustar tratamento: dose maior, mudar medicamento, combinar com ezetimiba ou outras terapias, sempre considerando segurança, possíveis efeitos colaterais e seu perfil de risco.

    7. Preciso mudar meus hábitos se quero seguir essas metas de colesterol?

    Sim. Alimentação saudável, exercício regular, evitar fumar, controlar peso, glicose e pressão são partes importantíssimas para o controle do colesterol.

    Leia também: Colesterol alto tem solução! Veja como é o tratamento

  • Relógios inteligentes que medem frequência cardíaca: valem a pena? 

    Relógios inteligentes que medem frequência cardíaca: valem a pena? 

    Os relógios inteligentes, ou smartwatches, conquistaram espaço no pulso de quem gosta de tecnologia, esportes ou deseja acompanhar a saúde mais de perto no dia a dia. Entre suas funções mais usadas, em determinados modelos, está a medição da frequência cardíaca, recurso que transformou esses gadgets em pequenos monitores pessoais do coração.

    Mas, afinal, como esses dispositivos medem os batimentos? Eles são confiáveis? E até que ponto podem ajudar o médico a cuidar melhor do paciente?

    Como os smartwatches medem a frequência cardíaca?

    A maioria dos relógios inteligentes utiliza uma tecnologia chamada fotopletismografia:

    • Pequenos sensores de luz verde iluminam os vasos sanguíneos do pulso;
    • A variação na quantidade de luz refletida indica o fluxo de sangue a cada batimento;
    • O aparelho traduz esses sinais em números de frequência cardíaca (batimentos por minuto).

    Alguns modelos mais avançados também incluem sensores elétricos, parecidos com os do eletrocardiograma, capazes até de registrar um traçado básico da atividade elétrica do coração.

    Vantagens dos relógios inteligentes

    • Acompanhamento contínuo: monitoram os batimentos ao longo do dia, inclusive durante o sono e exercícios, permitindo observar variações que podem ser relatadas ao médico.
    • Alertas em tempo real: alguns modelos notificam quando os batimentos estão muito altos, baixos ou irregulares.
    • Incentivo à saúde: estimulam a prática de exercícios e a adoção de hábitos mais saudáveis.

    Limitações e cuidados

    • Precisão variável: movimento, suor, pele fria ou tatuagens podem interferir na leitura.
    • Não detectam todas as arritmias: mesmo os modelos avançados não substituem exames como o Holter de 24h.
    • Necessidade de interpretação médica: os números só têm significado quando avaliados por um cardiologista.
    • Risco de ansiedade: acompanhar batimentos constantemente pode gerar preocupações desnecessárias em pessoas saudáveis.

    Leia também: Saiba quando os batimentos acelerados estão relacionados a uma arritmia cardíaca

    O que os médicos pensam sobre os smartwatches?

    Para cardiologistas, os smartwatches são uma ferramenta complementar. Eles ajudam a levantar hipóteses e antecipar consultas quando alertas aparecem com frequência, mas não substituem uma avaliação clínica completa.

    Ou seja, são ótimos para acompanhar tendências e aumentar a consciência sobre a saúde, mas não devem ser usados como diagnóstico.

    Perguntas frequentes sobre relógios inteligentes e frequência cardíaca

    1. Os smartwatches podem substituir exames como o eletrocardiograma?

    Não. Eles fornecem dados úteis, mas não têm a mesma precisão dos exames médicos.

    2. Todo smartwatch mede batimentos cardíacos?

    Não. É preciso verificar se o modelo tem um sensor específico para frequência cardíaca.

    3. O relógio pode detectar arritmias?

    Alguns modelos avançados conseguem indicar ritmos irregulares, mas não substituem o diagnóstico feito por exames clínicos.

    4. É seguro confiar apenas no smartwatch para monitorar o coração?

    Não. Eles são ferramentas de apoio, mas o acompanhamento médico é essencial.

    5. Idosos podem usar esses dispositivos?

    Sim. Eles podem ser muito úteis, desde que haja orientação sobre como interpretar os dados.

    6. Os dados do relógio podem ser compartilhados com o médico?

    Sim. Muitos aplicativos permitem exportar relatórios, que podem auxiliar o cardiologista no acompanhamento.

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  • Triglicérides: do combustível do corpo ao risco para o coração 

    Triglicérides: do combustível do corpo ao risco para o coração 

    O resultado do exame de sangue chegou e, entre colesterol, glicemia e outras siglas, lá estão eles: os triglicérides. Apesar do nome complicado, trata-se de um dos exames mais importantes para avaliar a saúde cardiovascular.

    Quando estão em níveis corretos, funcionam como reserva de energia para o corpo. Mas, quando se elevam demais, podem indicar risco aumentado para doenças do coração e até pancreatite. Por isso, sociedades médicas no Brasil e no mundo reforçam a importância de acompanhar esses valores.

    O que são triglicérides?

    Os triglicérides são um tipo de gordura que circula no sangue e que o corpo utiliza como fonte de energia. Sempre que uma pessoa se alimenta, parte do que consome — especialmente carboidratos e gorduras — é transformada em triglicérides e armazenada nas células de gordura. Entre as refeições, eles são liberados para fornecer combustível aos músculos e outros tecidos.

    Além da alimentação, o fígado também pode produzir triglicérides, principalmente quando há excesso de calorias. É por isso que dietas ricas em açúcar, massas, pães e bebidas alcoólicas aumentam os níveis dessa gordura no sangue.

    Ou seja: os triglicérides têm função importante, mas quando permanecem em níveis muito altos aumentam o risco de doenças cardiovasculares e, em casos extremos, de pancreatite.

    Valores de referência de exame de triglicérides

    • Normal: abaixo de 150 mg/dL
    • Limítrofe: entre 150 e 199 mg/dL
    • Alto: entre 200 e 499 mg/dL
    • Muito alto: acima de 500 mg/dL

    O que causa triglicérides altos?

    Entre os principais fatores estão:

    • Alimentação rica em açúcares, frituras e álcool;
    • Excesso de peso e obesidade;
    • Sedentarismo;
    • Doenças como diabetes descontrolado e hipotireoidismo;
    • Uso de alguns remédios (corticoides, diuréticos, anticoncepcionais).

    Valores acima de 500 mg/dL exigem atenção imediata, pois aumentam o risco de pancreatite aguda. Já níveis muito baixos podem estar relacionados à desnutrição, dietas restritivas ou doenças do fígado.

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    Como manter os triglicérides sob controle?

    • Praticar exercícios físicos regularmente;
    • Reduzir consumo de açúcar, massas, pães e frituras;
    • Evitar bebidas alcoólicas;
    • Manter um peso saudável;
    • Seguir corretamente o tratamento médico, quando indicado.

    Perguntas frequentes sobre triglicérides

    1. Triglicérides e colesterol são a mesma coisa?

    Não. Ambos são gorduras no sangue, mas com funções diferentes: o colesterol participa da produção de hormônios e membranas celulares, enquanto os triglicérides armazenam energia.

    2. O exame de triglicérides precisa de jejum?

    Na maioria dos laboratórios, sim: entre 8 e 12 horas de jejum. O ideal é confirmar com o laboratório.

    3. Só dieta resolve triglicérides altos?

    Em muitos casos, sim. Mas quando os níveis estão muito elevados, pode ser necessário o uso de medicamentos prescritos pelo médico.

    4. Álcool aumenta triglicérides mesmo em pequenas quantidades?

    Sim. A bebida alcoólica é uma das principais causas de aumento dos triglicérides.

    5. Crianças podem ter triglicérides altos?

    Sim. Crianças com sobrepeso e má alimentação também podem apresentar triglicérides elevados.

    6. Triglicérides altos sempre causam sintomas?

    Não. Na maioria das vezes, a condição é silenciosa e só aparece no exame de sangue. Em casos extremos, podem surgir depósitos de gordura na pele, em forma de pequenas pápulas.

    7. É possível reduzir triglicérides rapidamente?

    Sim. Ajustes na alimentação — como reduzir açúcar e álcool — já podem diminuir os valores em semanas. No entanto, o acompanhamento médico é essencial.

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