Categoria: Prevenção & Longevidade

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  • Potássio ajuda a reduzir a pressão alta? Cardiologista explica

    Potássio ajuda a reduzir a pressão alta? Cardiologista explica

    Aliado ao acompanhamento médico, o controle da pressão alta envolve diversas mudanças consistentes no estilo de vida. A alimentação é uma das principais, já que os alimentos têm impacto direto sobre a circulação, o funcionamento do coração e o equilíbrio dos minerais no corpo — em especial, o potássio.

    O mineral, que está presente em grande concentração dentro das células, atua na regulação da pressão arterial ao equilibrar os efeitos do sódio, sendo especialmente importante na dieta de quem convive com a hipertensão. Mas afinal, onde podemos encontrá-lo? Entenda mais, a seguir.

    O que é pressão alta e por que ela é perigosa?

    A pressão alta é uma condição crônica em que os níveis de pressão do sangue nas artérias ficam acima do normal — iguais ou maiores que 140/90 mmHg (14 por 9). Isso significa que o sangue está circulando com mais força do que deveria, o que faz o coração trabalhar mais para bombear o sangue.

    Com o tempo, o esforço constante pode causar danos ao coração, rins, cérebro e olhos, aumentando o risco de AVC, infarto do miocárdio, insuficiência renal e aneurisma arterial.

    O problema é que, na maioria dos casos, a hipertensão não apresenta sintomas e, quando eles surgem, costumam ser inespecíficos — como dor de cabeça, tontura e falta de ar —, o que atrasa o diagnóstico.

    Qual a relação entre potássio e pressão alta?

    O potássio é um mineral essencial encontrado em praticamente todas as células do corpo. Ele participa de funções vitais como o equilíbrio de líquidos, o funcionamento dos músculos e a condução dos impulsos elétricos que fazem o coração bater.

    No caso da pressão alta, a cardiologista Juliana Soares explica que, em uma interação conjunta com o sódio, o potássio atua no equilíbrio da quantidade de líquidos no corpo, influenciando o volume de sangue e, consequentemente, o controle da pressão arterial.

    Além disso, o potássio atua diretamente no relaxamento das paredes dos vasos sanguíneos — processo chamado de vasodilatação —, que melhora o fluxo do sangue e contribui para a redução da pressão arterial.

    Assim, uma dieta rica em alimentos com potássio pode ajudar a manter a pressão sob controle e proteger a saúde do coração. O consumo frequente de frutas, verduras, legumes e leguminosas contribui para níveis adequados do mineral no organismo, promovendo o relaxamento dos vasos e auxiliando na eliminação do excesso de sódio.

    Potássio e sódio precisam estar em equilíbrio

    O bom funcionamento do organismo e a manutenção da pressão arterial dependem, em grande parte, do equilíbrio entre o sódio e o potássio — dois minerais que atuam de forma complementar.

    O sódio é importante para a regulação dos líquidos dentro e fora das células, a transmissão dos impulsos nervosos e a contração muscular, além de manter o volume sanguíneo. No entanto, quando consumido em excesso, ele provoca acúmulo de líquidos, aumentando o volume circulante e a pressão dentro das artérias.

    O potássio, por outro lado, atua de forma inversa, ajudando o corpo a eliminar o excesso de sódio pela urina e reduzindo a retenção de líquidos. Quando os dois estão em quantidades adequadas, o corpo mantém o equilíbrio ideal entre os líquidos, garantindo que o sangue circule com fluidez e sem sobrecarregar o coração.

    Esse equilíbrio também é essencial para o funcionamento dos músculos e dos nervos, já que a comunicação entre as células depende da troca controlada de sódio e potássio.

    Alimentos ricos em potássio que ajudam a controlar a pressão alta

    Na maioria dos casos, uma alimentação equilibrada é suficiente para atender às necessidades diárias de potássio, de acordo com Juliana. Entre as principais fontes do mineral estão:

    • Frutas: banana (principal fonte popular, com cerca de 450 mg por unidade média), abacate, goiaba, laranja e suco natural de laranja, melão, melancia, damasco, kiwi, manga e suco de ameixa;
    • Verduras e legumes: batata e batata-doce cozidas, espinafre, acelga, beterraba e folhas de beterraba, abóbora, feijão, ervilha, lentilha, inhame, cará e quiabo;
    • Laticínios e proteínas: leite, iogurte natural, kefir, peixes (truta, atum, salmão), frango, carne magra, feijão, grão-de-bico e tempeh (soja fermentada).

    Quanto de potássio é necessário por dia?

    A quantidade ideal de potássio varia conforme a idade, o peso e o estado de saúde de cada pessoa, mas o recomendado é ingerir cerca de 4,7 g por dia, especialmente para quem tem hipertensão arterial.

    Em geral, uma dieta variada, rica em frutas, verduras e leguminosas, é suficiente para alcançar esse valor. Não é necessário o uso de suplementos, a menos que haja indicação médica específica — por exemplo, em casos de perda excessiva de potássio por diarreia, vômitos ou uso de certos medicamentos diuréticos.

    O que acontece no corpo quando há falta de potássio?

    Como o potássio é essencial para o funcionamento dos tecidos do corpo, a deficiência do mineral — chamada de hipocalemia — pode afetar diversas funções. O coração, os músculos e o sistema nervoso são os mais prejudicados, pois dependem diretamente do equilíbrio desse mineral.

    De acordo com Juliana, quando o potássio está em níveis baixos, podem surgir sintomas como:

    • Batimentos cardíacos irregulares (arritmia);
    • Palpitações;
    • Fraqueza muscular;
    • Câimbras;
    • Espasmos musculares.

    Em casos mais graves, a hipocalemia pode causar paralisia muscular, dor abdominal, constipação intestinal e sensação de cansaço constante.

    E em excesso, potássio faz mal?

    Em excesso, o potássio também pode representar riscos à saúde. A hipercalemia, como é conhecido o aumento exagerado do mineral no sangue, pode causar irregularidade nos batimentos cardíacos, fraqueza e, em casos graves, parada cardíaca.

    O quadro geralmente ocorre em pessoas que fazem uso de medicamentos que interferem na excreção do potássio, como alguns diuréticos, ou que têm doenças renais, já que os rins são responsáveis por eliminar o excesso do mineral.

    Pode usar sal sem sódio tomando poupador de potássio?

    Os poupadores de potássio são diuréticos usados para eliminar o excesso de líquido e sódio do corpo sem reduzir os níveis de potássio. Eles são indicados para tratar hipertensão e insuficiência cardíaca, entre outras condições.

    Segundo Juliana, quem faz uso desse tipo de medicamento não deve consumir sal sem sódio (como o sal light), pois ele contém alta concentração de potássio — e a combinação pode causar hipercalemia.

    Além disso, os sais sem sódio podem ser perigosos para quem tem doença renal, já que o organismo tem dificuldade em eliminar o excesso do mineral, o que pode levar ao acúmulo no sangue e complicações cardíacas.

    Confira: Pressão alta e rins: como proteger a saúde renal

    Perguntas frequentes sobre potássio e pressão arterial

    1. É melhor consumir potássio por meio de suplementos ou alimentos?

    Na maioria dos casos, o ideal é obter potássio por meio da alimentação. Os alimentos naturais contêm quantidades equilibradas do mineral, além de fibras, vitaminas e antioxidantes que auxiliam na absorção e aproveitamento pelo corpo. A suplementação deve ser feita apenas com orientação médica, pois o excesso pode causar hipercalemia — condição perigosa que afeta o coração.

    2. Quem tem problema nos rins pode consumir potássio normalmente?

    Pessoas com doença renal crônica precisam ter muito cuidado com o consumo de potássio, pois seus rins não conseguem eliminar o excesso adequadamente. Isso pode levar à hipercalemia, condição grave que afeta o coração. Nesses casos, é essencial seguir uma dieta controlada por um médico ou nutricionista, ajustando o consumo conforme os exames laboratoriais.

    3. Existe relação entre potássio e frequência cardíaca?

    Sim. O potássio é fundamental para a transmissão dos impulsos elétricos que coordenam os batimentos do coração. Quando há desequilíbrio — por falta ou excesso —, o coração pode bater de forma irregular, causando arritmias, palpitações e, em casos graves, parada cardíaca.

    4. Como saber se meu consumo de potássio está adequado?

    A melhor forma de avaliar o consumo de potássio é por meio de consulta médica e exames laboratoriais. O exame de sangue que mede o nível de potássio sérico é o principal indicador, e os resultados devem ser interpretados pelo profissional de saúde.

    5. O que causa pressão alta?

    De acordo com o Ministério da Saúde, a pressão alta é herdada dos pais em cerca de 90% dos casos. No entanto, fatores como excesso de sal, sobrepeso, sedentarismo, estresse, tabagismo e consumo exagerado de álcool são determinantes. Algumas doenças, como o diabetes e os distúrbios renais, também podem contribuir para o desenvolvimento da hipertensão.

    6. Como faço para medir a pressão em casa?

    Para medir a pressão em casa, use um aparelho digital validado (de braço, preferencialmente) e siga estas orientações:

    • Sente-se em ambiente calmo e repouse por pelo menos cinco minutos;
    • Mantenha os pés apoiados no chão e o braço na altura do coração;
    • Evite conversar, cruzar as pernas ou medir logo após comer, beber café ou fazer esforço físico;
    • Realize duas ou três medições com um minuto de intervalo entre elas e anote os valores para mostrar ao médico.

    O ideal é medir a pressão sempre nos mesmos horários, como pela manhã (antes do café e da medicação) e à noite (antes de dormir, após alguns minutos de repouso e em ambiente tranquilo).

    Confira: 12×8 já não é normal: nova diretriz muda o que entendemos por pressão alta

  • Vitamina B2: o que é, para que serve e onde encontrar 

    Vitamina B2: o que é, para que serve e onde encontrar 

    Pouco lembrada fora dos livros de biologia, a vitamina B2, também conhecida como riboflavina, é uma daquelas vitaminas muito importantes para o funcionamento do corpo. Ela age em processos fundamentais, como a produção de energia, o metabolismo das gorduras e proteínas e na proteção das células contra o estresse oxidativo.

    A deficiência de vitamina B2 é rara, mas quando acontece pode causar incômodos que vão de lábios rachados a sensação de cansaço constante. Já o consumo adequado favorece pele, olhos e sistema nervoso mais saudáveis. Entender onde encontrá-la e por que ela é tão importante é o primeiro passo para manter o equilíbrio do organismo.

    O que é a vitamina B2

    A vitamina B2, também chamada de riboflavina, faz parte do complexo B e tem papel essencial na produção de energia. Ela ajuda o corpo a transformar carboidratos, proteínas e gorduras em combustível — tudo aquilo que mantém você acordado, ativo e com o metabolismo funcionando bem.

    Por ser hidrossolúvel (dissolve-se em água), a B2 não fica estocada no organismo. O corpo usa o que precisa e elimina o excesso pela urina. Por isso, é importante garantir a quantidade correta da vitamina diariamente pela alimentação.

    Para que serve a vitamina B2

    A riboflavina participa de diversas funções importantes, muitas ligadas à energia e à proteção das células:

    • Produz energia: participa da quebra dos alimentos e da conversão em combustível para as células;
    • Protege as células: tem ação antioxidante, combatendo radicais livres e o envelhecimento precoce;
    • Cuida da pele, olhos e boca: contribui para a saúde da pele, das mucosas (lábios e língua) e da visão;
    • Dá suporte a outras vitaminas: auxilia na ativação de outras vitaminas do complexo B e do ferro;
    • Auxilia no crescimento e regeneração: é importante na formação de tecidos novos.

    Sem vitamina B2, o corpo até tenta funcionar, mas é como um carro com o tanque na reserva.

    Sintomas de deficiência

    Quando a vitamina B2 está em falta, o corpo costuma dar sinais específicos:

    • Rachaduras nos cantos da boca;
    • Língua vermelha e dolorida;
    • Pele seca e descamando;
    • Irritação nos olhos e sensibilidade à luz;
    • Fadiga e cansaço fácil;
    • Em casos mais graves, anemia e problemas de visão.

    Essa deficiência tem até nome: ariboflavinose, que em geral vem acompanhada de falta de outras vitaminas do complexo B.

    Fontes de vitamina B2 (riboflavina)

    A vitamina B2 está presente em diversos alimentos, muitos deles fáceis de incluir no dia a dia.

    Fontes de origem animal

    • Fígado e outras vísceras;
    • Leite, queijos e iogurte;
    • Ovos;
    • Peixes como salmão e truta;
    • Carnes em geral.

    Fontes de origem vegetal

    • Verduras verde-escuras (espinafre, couve, agrião);
    • Leguminosas (soja, ervilha, lentilha);
    • Cogumelos;
    • Amêndoas e sementes de girassol;
    • Cereais integrais e levedo de cerveja.

    Quanto consumir por dia

    A necessidade diária de vitamina B2 depende da idade e da fase da vida. Em geral, adultos precisam de 1,1 a 1,3 mg/dia, podendo aumentar em gestantes e lactantes.

    Como o corpo não armazena riboflavina, o ideal é consumir um pouco todos os dias — pela comida ou, em casos especiais, por suplementos. Em geral, uma alimentação equilibrada já supre a necessidade diária.

    Quando a suplementação é indicada

    Nem todo mundo precisa de suplemento de B2, mas ele pode ser indicado quando há:

    • Dietas muito restritas;
    • Doenças intestinais que dificultam a absorção;
    • Gravidez, lactação ou crescimento acelerado;
    • Uso de medicamentos que aumentam a eliminação da vitamina.

    Mesmo sendo uma vitamina segura, não se automedique. Converse com um médico ou nutricionista para avaliar a real necessidade.

    Leia mais: Vitamina B12: o que é, para que serve e como identificar carência ou excesso

    Perguntas frequentes sobre vitamina B2

    1. O que é vitamina B2 e para que serve?

    É uma vitamina do complexo B que ajuda o corpo a produzir energia, proteger as células e manter pele, olhos e boca saudáveis.

    2. Onde encontrar vitamina B2?

    Principalmente em carnes, leite, ovos, verduras verde-escuras, amêndoas, cogumelos e cereais integrais.

    3. O que acontece se eu tiver deficiência de B2?

    Podem surgir rachaduras nos lábios, inflamação na língua, irritação nos olhos e cansaço.

    4. Vegetarianos precisam se preocupar?

    Sim, mas é possível atingir as necessidades com boas fontes vegetais (leguminosas e vegetais verde-escuros) e alimentos fortificados.

    5. Posso tomar suplementos de B2 por conta própria?

    O ideal é não. Suplementar sem necessidade não traz benefício. Sempre consulte um profissional de saúde.

    6. Por que o xixi fica amarelo quando tomo vitamina B?

    Porque a B2 tem essa coloração e pigmenta a urina. É normal.

    Confira: O que acontece no corpo quando falta vitamina A

  • Médico de família e clínico geral: conheça as diferenças

    Médico de família e clínico geral: conheça as diferenças

    Você sabe a diferença entre médico de família e clínico geral? No momento de buscar atendimento médico, principalmente para os exames de rotina, o clínico geral costuma ser o primeiro profissional que vem à mente. Ele atua em consultórios, ambulatórios e plantões hospitalares — e tem papel importante no cuidado integral do adulto, acompanhando desde problemas simples até condições mais complexas.

    Nos últimos anos, porém, outro profissional tem ganhado cada vez destaque na atenção à saúde: o médico de família e comunidade. Com formação voltada para a prevenção, o acompanhamento de doenças crônicas e a coordenação do cuidado ao longo da vida, ele oferece um cuidado mais próximo, contínuo e voltado para as necessidades de cada pessoa.

    “Uma das principais características da Medicina de Família e Comunidade é o acompanhamento contínuo, ao longo dos anos, criando vínculo de confiança e garantindo maior efetividade nos cuidados. O médico de família acompanha desde crianças até idosos, passando por todas as fases da vida”, explica a médica de família e comunidade Lilian Ramaldes.

    A seguir, vamos entender a diferença entre médico de família e clínico geral.

    O que é um médico de família e comunidade?

    O médico de família e comunidade é um especialista formado após residência médica de dois anos, voltada especificamente para o cuidado integral e contínuo de indivíduos e famílias em todas as fases da vida. É um campo de atuação reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina e pela Associação Médica Brasileira, com foco na Atenção Primária à Saúde.

    A formação é bastante ampla, incluindo pediatria, clínica médica, ginecologia, geriatria, psiquiatria e medicina preventiva. Segundo Lilian, “o foco está na prevenção, no tratamento e no acompanhamento contínuo da saúde, levando em conta não apenas a doença, mas também o contexto familiar, social e comunitário do paciente”.

    Dessa forma, o médico de família está preparado para atender desde casos simples, como resfriados, até situações crônicas mais complexas, como diabetes, hipertensão e depressão, acompanhando o paciente de forma longitudinal e coordenando o cuidado com outros especialistas, quando necessário.

    Para complementar, o médico de família atua de forma proativa para promover qualidade de vida: ele orienta sobre alimentação equilibrada, prática de atividades físicas, cessação do tabagismo e redução do consumo de álcool — além de acompanhar o calendário vacinal e oferecer suporte em planejamento familiar.

    Qual a função do profissional?

    O médico de família atua com base na atenção primária, responsável por resolver cerca de 80% dos problemas de saúde da população. A principal função dele é avaliar, orientar e acompanhar o indivíduo em todas as suas demandas, sejam físicas ou emocionais. Entre as responsabilidades do médico de família, podemos citar:

    • Acompanhar pacientes ao longo da vida, com foco na prevenção e no cuidado contínuo;
    • Diagnosticar e tratar doenças agudas e crônicas;
    • Realizar rastreamento de câncer, como o de colo do útero, mama e próstata;
    • Monitorar fatores de risco como obesidade, colesterol alto, tabagismo e hipertensão;
    • Orientar sobre alimentação, atividade física, sono e saúde mental;
    • Atualizar vacinas e promover ações de prevenção de doenças infecciosas;
    • Coordenar o cuidado, encaminhando ao especialista apenas quando necessário.

    “Dentro do SUS, o médico de família é peça-chave da Atenção Primária à Saúde. Ele acompanha famílias inteiras, coordena o cuidado, realiza visitas domiciliares quando necessário e atua em programas de prevenção e promoção da saúde. É o primeiro ponto de contato da população com o sistema de saúde”, complementa Lilian.

    O que é o clínico geral?

    O clínico geral é o médico formado em medicina e que fez residência médica para clínica médica. Ele atua de forma mais abrangente, com foco no diagnóstico inicial e no encaminhamento do paciente para o especialista adequado. É importante lembrar que o médico que se formou após os seis anos de faculdade e ainda não fez residência médica é chamado de generalista.

    O clínico geral tem uma função importante no atendimento de rotina, no pronto atendimento e na triagem de sintomas. É comum procurar o clínico geral, por exemplo, quando se precisa de uma avaliação inicial ou quando os sintomas não são claros o suficiente para direcionar o paciente a um especialista específico.

    Mas então, o que diferencia o clínico do médico de família? A resposta é a continuidade do cuidado. O clínico geral tende a oferecer um atendimento pontual, voltado à queixa momentânea, sem necessariamente acompanhar o paciente ao longo do tempo.

    Qual a função do profissional?

    Durante a graduação, o futuro clínico geral aprende fundamentos de diversas áreas médicas, incluindo clínica médica, pediatria, ginecologia, cirurgia e saúde pública. Ao concluir o curso, está apto a exercer a medicina de forma ampla, diagnosticando e tratando doenças, além de realizar encaminhamentos e procedimentos básicos.

    No entanto, por não ter formação especializada, a abordagem tende a ser mais generalista e menos aprofundada em determinados aspectos.

    O clínico geral pode trabalhar em consultórios particulares, hospitais, pronto-socorros ou unidades básicas de saúde, atuando como profissional de linha de frente no atendimento inicial, com as seguintes funções:

    • Realizar consultas médicas e avaliações clínicas iniciais;
    • Investigar sintomas e solicitar exames diagnósticos;
    • Tratar doenças agudas e condições de menor complexidade;
    • Acompanhar pacientes com doenças crônicas estáveis;
    • Prescrever medicamentos e orientar o uso correto;
    • Encaminhar para especialistas quando necessário;
    • Acompanhar resultados de exames e ajustar tratamentos.

    Em muitos casos, o clínico geral é o primeiro médico que o paciente procura no sistema de saúde privado. Ele faz a avaliação inicial e orienta sobre qual especialista procurar, mas normalmente não acompanha o tratamento por muito tempo.

    Como diferenciar o médico de família e o clínico geral?

    As diferenças entre o médico de família e o clínico geral envolvem especialmente formação, abordagem de cuidado, foco na prevenção, vínculo com o paciente e papel dentro do sistema de saúde.

    Aspecto Médico de família e comunidade Clínico geral
    Formação Residência médica de 2 anos ou título de especialista Graduação em medicina e residência médica em clínica médica
    Abordagem Cuidado integral e contínuo, considerando o contexto familiar e social Atendimento pontual, voltado à queixa momentânea
    Foco principal Prevenção, promoção e acompanhamento de longo prazo Diagnóstico inicial e encaminhamento
    Atuação no sistema de saúde Papel central na atenção primária Atua em pronto atendimentos e clínicas gerais

    Quando procurar o médico de família e comunidade?

    O acompanhamento com o médico de família é indicado em diversas situações, como:

    • Quando há necessidade de um cuidado global, incluindo saúde física e mental;
    • Em caso de dúvidas sobre qual especialista procurar;
    • Diante de sintomas inespecíficos, como fadiga, dores vagas ou alterações de humor;
    • Para acompanhamento de doenças crônicas, como diabetes, pressão alta, asma e depressão;
    • Para orientações sobre vacinação, exames preventivos e planejamento familiar;
    • Em momentos de transição de fases da vida, como adolescência, gestação, menopausa e envelhecimento.

    “O médico de família avalia de forma abrangente e, se necessário, encaminha ao especialista adequado, garantindo que o paciente não faça exames ou consultas desnecessárias”, complementa a especialista.

    Quando procurar o clínico geral?

    O clínico geral pode ser procurado nas seguintes situações:

    • Para avaliações médicas iniciais e queixas inespecíficas, como febre, dor, cansaço ou mal-estar;
    • Em consultas de rotina e realização de check-ups preventivos;
    • Para diagnóstico e tratamento de doenças leves, como gripes, infecções e dores musculares;
    • Quando houver necessidade de solicitar exames básicos ou renovar receitas;
    • Para receber orientações sobre qual especialista procurar em casos que exigem acompanhamento específico.

    Confira: Novas metas de colesterol em 2025: valores mais rígidos para proteger seu coração

    Perguntas frequentes sobre médico de família e clínico geral

    1. O médico de família também trata doenças?

    Sim, o médico de família pode participar do tratamento de diversas condições, como infecções respiratórias, pressão alta, diabetes, ansiedade, depressão e outras condições frequentes. Além disso, o médico de família atua na prevenção, identificando precocemente fatores de risco e orientando sobre hábitos de vida saudáveis.

    2. Como é feita a formação do médico de família e comunidade?

    Após os seis anos da graduação em medicina, o profissional realiza uma residência médica de dois anos em Medicina de Família e Comunidade. Durante o período, ele recebe treinamento em áreas como pediatria, clínica médica, ginecologia, geriatria, psiquiatria e medicina preventiva — além de desenvolver habilidades de comunicação, empatia e gestão de cuidados.

    3. O médico de família atende em hospitais ou apenas em postos de saúde?

    Apesar de mais presente na Atenção Primária à Saúde do SUS, o médico de família também atua em clínicas, hospitais e planos de saúde privados. Muitos sistemas de saúde privados têm incorporado esse modelo de cuidado, devido à sua eficácia e ao impacto positivo na satisfação dos pacientes.

    4. Quais são as principais vantagens de ter um médico de família?

    Entre as principais vantagens de ter um profissional médico de família estão o acompanhamento contínuo, o foco na prevenção, o vínculo de confiança, a redução de internações e o cuidado integrado com outros profissionais de saúde.

    A relação, inclusive, permite diagnósticos mais precisos e um tratamento mais humanizado. A confiança mútua que é construída ao longo do tempo favorece a comunicação, melhora a adesão ao tratamento e cria um ambiente seguro para que o paciente compartilhe dúvidas, medos e preocupações.

    5. O médico de família faz visitas domiciliares?

    Sim, quando necessário. Dentro do SUS e em alguns sistemas privados, o médico de família pode realizar visitas domiciliares para acompanhar pacientes com dificuldade de locomoção, idosos ou pessoas com doenças crônicas. Isso fortalece o vínculo entre eles e melhora o cuidado.

    Leia mais: Envelhecimento saudável: 6 hábitos para manter a autonomia

  • O que acontece no corpo quando falta vitamina A 

    O que acontece no corpo quando falta vitamina A 

    A vitamina A é muito importante para enxergarmos bem no escuro e para que nossa pele funcione bem. Quando falta vitamina A no corpo, surgem sinais discretos primeiro, como dificuldade em enxergar à noite e, se não for corrigida, a deficiência pode evoluir para danos permanentes nos olhos e aumento do risco de infecções.

    Em várias regiões do mundo, especialmente em locais com insegurança alimentar, a deficiência de vitamina A ainda é um problema de saúde pública. Entender o que seu corpo sinaliza é o primeiro passo para corrigir o problema antes que ele se torne grave.

    Para que serve a vitamina A no organismo

    A vitamina A tem vários papéis importantes:

    • Ajuda a formar pigmentos na retina que permitem enxergar com pouca luz;
    • Protege as mucosas e a pele;
    • É importante para o sistema imunológico;
    • Colabora para o crescimento e no desenvolvimento do corpo;
    • É importante para funções reprodutivas.

    O que causa a deficiência

    A falta de vitamina A pode aparecer por alguns motivos, como:

    • Dieta pobre em alimentos que contêm vitamina A, como alimentos de origem animal ou aqueles ricos em carotenóides — como a cenoura;
    • Problemas que dificultam a absorção de gorduras no intestino, já que o nutriente é lipossolúvel;
    • Doenças hepáticas, porque o fígado armazena boa parte da vitamina A do corpo;
    • Condições crônicas intestinais, uso de álcool em excesso ou cirurgias digestivas que interferem na absorção.

    Quais sintomas surgem quando há falta de vitamina A

    Os primeiros sinais geralmente envolvem os olhos:

    • Cegueira noturna: dificuldade para enxergar no escuro ou em ambientes com pouca luz;
    • Xeroftalmia: ressecamento da superfície ocular e das mucosas dos olhos, que pode levar a danos na córnea se não tratada;
    • Manchas de Bitot: pequenas opacidades espumosas na parte branca dos olhos;

    Nos casos mais graves, pode haver úlceras ou até perfuração da córnea e cegueira permanente.

    Além dos olhos, outros efeitos são:

    • Pele seca, áspera, escamosa, com tendência a rachaduras;
    • Infecções frequentes, como infecções respiratórias e intestinais, por conta da queda da imunidade;
    • Dificuldade de cicatrização de feridas;
    • Atraso no crescimento em crianças;
    • Alterações na função reprodutiva.

    Diagnóstico e tratamento

    O diagnóstico é feito com base nos sintomas, no exame físico (especialmente oftalmológico) e por exames laboratoriais que medem os níveis de retinol no sangue. No entanto, como o corpo armazena vitamina A, esses níveis só caem quando a deficiência é grave.

    Tratamento

    O tratamento é relativamente direto, quando feito com orientação médica. Pode incluir:

    • Suplementação do nutriente em doses controladas;
    • Correção da causa da deficiência, como melhorar absorção ou tratar doenças associadas;
    • Ajustes na dieta para incluir alimentos ricos em vitamina A.

    Se o tratamento começar logo, muitos dos sintomas iniciais podem regredir, especialmente os oculares, embora danos avançados possam ser irreversíveis.

    Veja mais: Vitamina B1 (tiamina): energia para o corpo e alerta para a memória

    Perguntas frequentes sobre deficiência de vitamina A

    1. A deficiência de vitamina A é comum no Brasil?

    Depende da região e do acesso a alimentos nutritivos. Em áreas com insegurança alimentar, é mais prevalente.

    2. Qual o primeiro sinal de alerta?

    Cegueira noturna, ou dificuldade para enxergar no escuro, costuma ser um dos primeiros sinais.

    3. Comer cenoura resolve o problema?

    Cenoura contém carotenóides (provitamina A), que o corpo pode converter em vitamina A. Mas se a deficiência for grave ou houver problemas de absorção, pode não ser suficiente.

    4. Tomar suplemento por conta própria ajuda?

    Não. O excesso de vitamina A é tóxico e pode causar problemas graves, como lesão no fígado. A suplementação só pode ser feita com orientação médica.

    5. A deficiência pode causar cegueira permanente?

    Sim. Se a deficiência for grave e não tratada, pode levar a danos irreversíveis nos olhos.

    6. Crianças são mais vulneráveis?

    Sim. Elas têm maior necessidade de vitamina A para crescer, e a deficiência pode comprometer o desenvolvimento e a imunidade.

    Veja também: Vitamina B12: o que é, para que serve e como identificar carência ou excesso

  • Vitamina E: importante para proteger células e muito mais 

    Vitamina E: importante para proteger células e muito mais 

    Parte do que mantém a pele firme, a visão estável e o corpo resistindo ao desgaste do tempo é atribuído à vitamina E, um nutriente que age como um protetor das células. Em tempos de poluição, estresse e radicais livres, ela é ainda mais importante no dia a dia.

    Porém, embora os benefícios da vitamina E sejam amplamente elogiados, o excesso pode trazer riscos, e a deficiência, embora rara, também merece atenção. Venha entender como essa vitamina funciona, onde encontrá-la e quando se preocupar.

    O que é a vitamina E?

    A vitamina E é uma vitamina lipossolúvel, ou seja, se dissolve em gordura e pode ser armazenada em partes em que há gordura no corpo. Ela não é produzida pelo organismo, por isso é necessário obtê-la pela alimentação.

    Dentro do grupo da vitamina E, há várias formas químicas e, dentre elas, o α-tocoferol é a mais ativa no corpo humano. Essa forma é especialmente valorizada, porque é a que melhor cumpre os papéis biológicos da vitamina.

    Para que serve a vitamina E?

    A principal função da vitamina E é atuar como antioxidante e proteger as células contra os efeitos ruins dos radicais livres, aquelas moléculas instáveis que surgem em reações no corpo, especialmente na presença de estresse, poluição, radiação, cigarro, entre outras coisas.

    Além disso, ela é importante para:

    • Integridade das membranas celulares;
    • Fortalecimento do sistema imunológico;
    • Participação na saúde neurológica e na função nervosa.

    Quais os valores recomendados de vitamina E?

    A recomendação usual para adultos saudáveis é cerca de 15 miligramas por dia de vitamina E.

    Para crianças e outras faixas etárias, os valores variam:

    • Crianças 1 a 3 anos: 6 mg/dia;
    • 4 a 8 anos: 7 mg/dia;
    • 9 a 13 anos: 11 mg/dia;
    • Adolescentes a adultos: 15 mg/dia.

    É importante lembrar que a vitamina E é obtida principalmente na alimentação, ou seja, a suplementação só é necessária quando um médico ou nutricionista indica.

    Níveis muito altos sem orientação profissional podem ser perigosos, pois doses excessivas podem interferir na coagulação sanguínea.

    Fontes alimentares de vitamina E

    Você pode encontrar vitamina E em diversos alimentos, principalmente de origem vegetal e com teor de gordura saudável:

    • Óleos vegetais: girassol, oliva, gérmen de trigo;
    • Nozes, castanhas e sementes: amêndoas, avelãs, sementes de girassol;
    • Verduras de folhas verde-escura: espinafre, couve;
    • Abacate;
    • Grãos integrais;
    • Gema de ovo.

    Vale lembrar que o processamento, calor e luz podem degradar a vitamina E nos alimentos, por isso o ideal é comer alimentos sempre frescos.

    Deficiência de vitamina E: quando ocorre e o que causa

    A deficiência de vitamina E é rara em pessoas saudáveis, porque uma pequena quantidade de alimentos já costuma suprir a necessidade. Mas ela pode acontecer em casos de má absorção de gorduras, como doenças intestinais, distúrbios genéticos raros ou complicações nutricionais graves.

    Os sintomas associados são:

    • Problemas neurológicos, como fraqueza, coordenação comprometida, visão prejudicada;
    • Danos aos nervos (neuropatia);
    • Problemas na retina e visão.

    Excesso de vitamina E: riscos

    Doses muito altas de vitamina E, especialmente em forma de suplementação, podem trazer efeitos ruins e até perigosos, como interferência na coagulação sanguínea e risco aumentado de hemorragias.

    Por isso, suplementar vitamina E sem necessidade e sem orientação profissional não é recomendado. Vale lembrar que uma alimentação equilibrada geralmente supre a necessidade diária de vitamina E e não leva ao excesso.

    Suplementação de vitamina E: quando e como

    A suplementação pode ser indicada por um médico ou nutricionista apenas em casos de deficiência diagnosticada por exame de sangue ou em condições especiais de saúde, como má absorção e doenças gastrointestinais mais graves.

    Mesmo nesses casos, o uso deve ser orientado por médico ou nutricionista, para ajustar dose, acompanhar efeitos e evitar excessos.

    Saiba mais: Vitamina B12: o que é, para que serve e como identificar carência ou excesso

    Perguntas frequentes sobre vitamina E

    1. Posso consumir mais vitamina E do que o necessário para retardar o envelhecimento?

    Não. Consumir vitamina E em excesso não traz benefícios e pode até causar riscos, como interferir na coagulação.

    2. A vitamina E pode melhorar a pele e os cabelos?

    Na forma tópica, é comum em cosméticos por conta de ser antioxidante e potencial efeito hidratante. Já o uso oral com fins estéticos ainda não tem evidências consistentes.

    3. É fácil ter deficiência de vitamina E?

    Não em pessoas com alimentação equilibrada. A deficiência é rara e geralmente associada a condições médicas que comprometem a absorção de gorduras.

    4. Tomar suplemento de vitamina E todo dia faz mal?

    Se for indicado por um médico ou nutricionista e em doses seguras, pode ser usado. Mas o uso indiscriminado pode trazer riscos, por isso não faça isso sozinho.

    5. Qual forma da vitamina E o corpo mais aproveita?

    O α-tocoferol é a forma mais ativa e significativa no corpo humano.

    6. Qual a dose máxima segura?

    Embora o valor exato dependa do contexto, doses acima de 400–800 UI/dia por longos períodos não são recomendadas sem indicação clínica, e o limite máximo estabelecido é 1.000 mg/dia (cerca de 1.500 UI).

    Confira: Vitamina B1 (tiamina): energia para o corpo e alerta para a memória

  • Método contraceptivo após o parto: quais os mais indicados? 

    Método contraceptivo após o parto: quais os mais indicados? 

    Depois do nascimento do bebê, o corpo feminino experimenta uma série de mudanças físicas e hormonais. Aos poucos, os tecidos cicatrizam, o útero retorna ao tamanho habitual e os hormônios voltam a se estabilizar. É uma fase delicada, em que é comum surgir dúvidas sobre quando retomar o uso de contraceptivo após o parto.

    Primeiro, não é necessário esperar a menstruação voltar para iniciar um método. A ovulação pode acontecer antes dela, o que aumenta o risco de uma nova gravidez não planejada.

    Por isso, a escolha deve considerar fatores como tipo de parto, amamentação, tempo de recuperação e condições de saúde, mas sempre com orientação de um médico.

    Quando é seguro retomar a vida sexual após o parto?

    De acordo com a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza, após o parto, seja normal ou cesárea, não é recomendado ter relações sexuais antes de completar seis semanas, cerca de 42 dias.

    O período é conhecido como puerpério e corresponde ao tempo necessário para que o útero e os tecidos íntimos cicatrizem e o corpo retorne ao estado pré-gestação.

    Antecipar a relação antes do período pode trazer alguns riscos, como dor, sangramentos e aumento do risco de infecções uterinas — especialmente em casos de parto cesárea.

    É possível engravidar logo após o parto?

    Mesmo antes da primeira menstruação, é possível engravidar novamente, especialmente se a mulher não estiver em amamentação exclusiva. O retorno da ovulação pode ocorrer de forma imprevisível, e por isso é fundamental adotar um método contraceptivo seguro assim que possível.

    De acordo com Andreia, a amamentação exclusiva até os seis meses pode funcionar como um método natural chamado amenorreia lactacional, que oferece eficácia de aproximadamente 80%.

    No entanto, não é um método totalmente seguro e deve sempre ser associado a outro método contraceptivo. A especialista ainda aponta que basta a introdução de fórmula, sucos ou até mesmo a redução na frequência das mamadas para a proteção cair significativamente.

    Quais métodos contraceptivos podem ser usados durante a amamentação?

    Segundo Andreia, durante a amamentação não se pode usar métodos que contenham estrogênio, pois o hormônio pode passar para o leite e prejudicar o bebê.

    As opções mais indicadas nesse período são:

    Métodos de barreira

    Os métodos de barreira funcionam criando uma proteção física que impede a entrada dos espermatozoides no útero. Eles não contêm hormônios, podem ser usados por qualquer mulher e são opções seguras durante a amamentação. Os mais indicados são:

    • Preservativo masculino e feminino;
    • Diafragma;
    • Esponja contraceptiva;
    • DIU de cobre.

    Métodos hormonais à base de progesterona

    Os métodos hormonais à base de progesterona utilizam versões sintéticas do hormônio para inibir a ovulação ou alterar o muco cervical, dificultando a chegada dos espermatozoides ao óvulo.

    Eles são considerados muito eficazes, podem ser de curta ou longa duração e são seguros para mulheres que estão amamentando, já que não contêm estrogênio. Os principais incluem:

    • DIU medicado (levonorgestrel, como o Mirena);
    • Implante subdérmico (etonogestrel);
    • Pílula contínua de desogestrel;
    • Injetáveis trimestrais de medroxiprogesterona.

    O DIU pode ser colocado logo após o parto?

    O DIU pode até ser colocado logo após o parto, mas Andreia aponta que não é o momento ideal, pois o útero ainda está voltando ao tamanho normal e há maior risco de expulsão.

    A recomendação é aguardar o resguardo de 42 dias e garantir que o útero já esteja próximo ao tamanho normal, oferecendo mais segurança e eficácia para o método contraceptivo.

    Métodos contraceptivos disponíveis no SUS após o parto

    O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece diversos métodos contraceptivos gratuitos para o pós-parto, incluindo:

    • Preservativos masculinos e femininos;
    • DIU de cobre e hormonal;
    • Injetável mensal ou trimestral;
    • Anticoncepcionais orais (variações com progesterona).

    Também existem métodos definitivos, como a laqueadura. A escolha deve ser feita junto ao médico, levando em conta a saúde da mulher, a amamentação e as características de cada método.

    Veja também: Sinais de ovulação: descubra como o corpo mostra que você está no período fértil

    Quais cuidados devo ter ao reiniciar a vida sexual após o parto?

    Depois do parto, o corpo precisa de tempo para se recuperar, então é fundamental ter alguns cuidados para evitar riscos, como:

    • Respeitar os 42 dias de quarentena: tempo necessário para a cicatrização do útero e recuperação geral do corpo;
    • Usar preservativo desde a primeira relação: até que o método contraceptivo definitivo seja escolhido, a camisinha garante proteção contra gravidez e infecções;
    • Fazer consulta de revisão com o ginecologista: avaliação fundamental antes da liberação das relações e para discutir a contracepção ideal;
    • Observar sinais de alerta: dor intensa, sangramento fora do esperado ou secreção com odor devem ser investigados;
    • Não confiar apenas na amamentação: mesmo exclusiva, a amamentação não é 100% eficaz como contraceptivo.

    Confira: DIU de cobre: o que é, como funciona e efeitos colaterais

    Perguntas frequentes sobre contraceptivo após o parto

    1. O que é o puerpério?

    O puerpério é o período que vai do nascimento do bebê até, em média, 42 dias após o parto. Nesse tempo, o útero e os demais órgãos reprodutivos voltam ao estado normal, e o corpo da mulher passa por ajustes hormonais e físicos importantes.

    É justamente nessa fase que deve ser escolhida a estratégia de contracepção, pois uma gestação muito próxima pode aumentar riscos para a mãe e para o bebê.

    2. Quando posso voltar a ter relações sexuais depois do parto?

    A recomendação médica é esperar seis semanas (42 dias) após o parto, seja normal ou cesárea. O período, chamado de quarentena, resguardo ou puerpério, serve para que o útero e os órgãos reprodutivos voltem ao estado normal — reduzindo riscos de sangramento, dor e infecções. Antes desse tempo, as relações não são indicadas.

    3. Posso engravidar logo após o parto, mesmo sem menstruar?

    Sim, a ovulação pode voltar antes da primeira menstruação do pós-parto, e isso aumenta o risco de uma gravidez inesperada. Por isso, é importante escolher e iniciar um método contraceptivo assim que possível, principalmente após o período de resguardo.

    4. O DIU de cobre afeta a amamentação?

    Não. O DIU de cobre não libera hormônios, portanto não afeta o leite materno nem a saúde do bebê. É um dos métodos mais recomendados para mulheres que estão amamentando.

    5. É necessário usar anticoncepcional se estou no resguardo e sem relações?

    Se não houver atividade sexual durante o período de resguardo, não há risco de gravidez. No entanto, é importante lembrar que o corpo pode voltar a ovular antes mesmo da primeira menstruação pós-parto.

    Por isso, os médicos recomendam que a mulher já defina um método contraceptivo nessa fase, mesmo que ainda não tenha retomado as relações. Assim, quando a vida sexual voltar ao normal, não haverá intervalos sem proteção e o risco de uma gestação não planejada será reduzido.

    6. Quem fez laqueadura no parto precisa usar contraceptivo?

    A laqueadura feita no parto é um método definitivo e impede a gravidez de forma permanente. Porém, ela não protege contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), por isso o uso de preservativo ainda pode ser importante em relações sem parceiro fixo ou com risco de exposição a ISTs.

    Leia mais: DIU hormonal: o que é, tipos, vantagens e desvantagens

  • Marcapasso: para que serve, como funciona e como é colocado

    Marcapasso: para que serve, como funciona e como é colocado

    Indicado para pessoas com batimentos cardíacos lentos, irregulares ou que chegam a pausar por alguns segundos, o marcapasso é um pequeno dispositivo eletrônico implantado sob a pele do tórax. Ele monitora continuamente a atividade elétrica do coração e, quando detecta uma falha no ritmo, emite impulsos elétricos para estimular a contração cardíaca.

    Dependendo da causa do problema, o marcapasso pode ser temporário ou permanente. Por exemplo, quando a alteração no ritmo é passageira (como após uma cirurgia ou uso de certos medicamentos) o dispositivo é utilizado por um período limitado, apenas até que o coração recupere sua função normal.

    Em situações em que há falhas permanentes na condução elétrica, por outro lado, o marcapasso é implantado de forma definitiva para garantir que o coração mantenha batimentos regulares ao longo da vida. A indicação, em todos os casos, deve ser feita pelo cardiologista considerando as necessidades do paciente.

    Para esclarecer as dúvidas sobre como o marcapasso funciona na prática, como é feita a cirurgia e quais cuidados o paciente deve ter após o implante, conversamos com o cardiologista e arritmologista Rodrigo Caligaris Cagi. Confira, a seguir!

    Para que serve o marcapasso?

    O marcapasso serve para regular o ritmo dos batimentos cardíacos, emitindo impulsos elétricos sempre que o coração bate devagar demais ou falha em gerar seus próprios estímulos. De maneira geral, ele substitui ou complementa o sistema elétrico natural do coração.

    O objetivo é restabelecer o ritmo cardíaco normal, garantindo que o sangue circule adequadamente e que o corpo receba oxigênio suficiente. Em alguns casos, o marcapasso também ajuda a sincronizar as contrações das diferentes câmaras do coração — algo fundamental em pacientes com insuficiência cardíaca e batimentos descoordenados.

    Alguns tipos de marcapassos modernos também conseguem detectar o esforço físico e ajustar o ritmo automaticamente. Isso significa que, se você subir uma escada, por exemplo, o marcapasso acelera um pouco o coração, como faria naturalmente.

    Quando é indicado?

    A indicação depende da causa da arritmia e da gravidade dos sintomas. De acordo com o protocolo do Ministério da Saúde, recomenda-se o marcapasso definitivo quando:

    • A frequência cardíaca cai abaixo de 40 batimentos por minuto e há sintomas como tontura, fadiga ou desmaios;
    • Há bloqueio atrioventricular de segundo grau tipo II ou de terceiro grau, mesmo sem sintomas, pelo risco de morte súbita;
    • O paciente apresenta desmaios (síncope) recorrentes associados a distúrbios do nó sinusal ou bloqueios de condução;
    • Após infarto, quando o bloqueio de condução é persistente e causa risco de parada cardíaca.

    Tipos de marcapasso

    Os marcapassos podem variar de acordo com a função, complexidade e o número de câmaras cardíacas estimuladas. Segundo Rodrigo, o termo é amplo e pode se referir a três grupos principais:

    Marcapasso convencional

    É o modelo mais utilizado e indicado para pacientes com disfunção do sistema de condução, com frequência cardíaca mais baixa (bradicardias importantes, bloqueios no coração) e que não podem ser tratados com remédios.

    Ele possui um pequeno gerador (bateria e circuito eletrônico) e um ou mais eletrodos que conduzem os impulsos elétricos até o coração.

    No geral, existem dois tipos principais:

    • Unicameral: estimula apenas uma câmara do coração — o átrio ou o ventrículo. É usado quando o problema está restrito a uma parte do sistema de condução;
    • Bicameral: estimula e monitora tanto o átrio quanto o ventrículo, coordenando o batimento entre eles e imitando mais de perto a fisiologia natural do coração.

    Os marcapassos modernos podem ter modulação de frequência, ajustando automaticamente o ritmo dos impulsos conforme o esforço físico do paciente.

    Ressincronizadores cardíacos

    O marcapasso ressincronizador (terapia de ressincronização cardíaca – TRC) é indicado para pacientes com insuficiência cardíaca que apresentam batimentos descoordenados entre os ventrículos. Ele emite estímulos simultâneos nas duas câmaras inferiores, promovendo sincronia e melhorando a eficiência do bombeamento de sangue, com melhora de falta de ar, cansaço e menor risco de internações.

    Cardiodesfibriladores implantáveis (CDI)

    Os cardiodesfibriladores implantáveis (CDI) são dispositivos semelhantes ao marcapasso, porém com função adicional de tratar arritmias graves (taquicardias ventriculares e fibrilação ventricular) por meio de choques elétricos quando necessário.

    Existem versões combinadas, como o ressincronizador com desfibrilador (TRC-D), indicadas para insuficiência cardíaca com dessincronia e alto risco de arritmias fatais. O CDI funciona como um “backup”: detecta a arritmia e aplica o choque para manter o coração batendo até o atendimento médico, mas não trata a causa de base.

    Como se preparar para a cirurgia de implantação?

    Antes da cirurgia, o paciente passa por avaliação cardiológica (eletrocardiograma, ecocardiograma, exames de sangue). Entre as recomendações, estão:

    • Jejum de 4 a 6 horas antes da cirurgia;
    • Informar todos os medicamentos, vitaminas e suplementos em uso (principalmente anticoagulantes e antitrombóticos);
    • Informar alergias e outras condições de saúde;
    • Retirar acessórios metálicos e objetos pessoais;
    • Evitar fumar ou consumir álcool antes do procedimento;
    • Levar documentos, exames e um acompanhante.

    O cardiologista também explica o funcionamento do aparelho, riscos e cuidados pós-operatórios.

    Como é feita a cirurgia do marcapasso?

    A implantação é simples e segura, geralmente levando 1 a 2 horas:

    • Pequena incisão abaixo da clavícula;
    • Introdução dos eletrodos por uma veia até o coração, guiada por imagem;
    • Conexão dos eletrodos ao gerador, que fica alojado sob a pele no tórax;
    • Teste e programação do sistema;
    • Fechamento da incisão com pontos e curativo.

    Após o posicionamento dos cabos, o gerador (bateria e circuito) é inserido sob a pele, logo abaixo do músculo peitoral. O corte é fechado com pontos e coberto com curativo.

    Recuperação da cirurgia

    Em geral, alta no dia seguinte. Nos primeiros 30 dias, evitar esforços com o braço do lado do implante e manter repouso relativo. Consultas de acompanhamento verificam o funcionamento do dispositivo. Em geral, o paciente não sente o marcapasso funcionando; pode haver apenas leve desconforto local nos primeiros dias.

    Coloquei um marcapasso, quais cuidados devo ter?

    Nos primeiros 30 dias:

    • Evite levantar o braço do lado do implante acima da cabeça;
    • Mantenha o curativo limpo e seco (o médico dirá quando pode molhar);
    • Não dirija nas primeiras semanas;
    • Evite exercícios intensos ou carregar peso até liberação médica.

    Depois, retome atividades normais, inclusive esportes leves. O acompanhamento costuma ser semestral, com leitura por telemetria para checar bateria e eletrodos.

    Duração da bateria e troca do marcapasso

    A bateria dura, em média, de 8 a 10 anos (alguns modelos chegam a 12–13 anos). Quando a bateria está no fim, o aparelho sinaliza nas consultas. A troca é simples: reabre-se a incisão, remove-se o gerador antigo e coloca-se um novo. Em alguns casos, os eletrodos também são trocados.

    O que uma pessoa com marcapasso não pode fazer?

    Quem tem marcapasso pode levar vida normal, mas com alguns cuidados:

    • Evite campos eletromagnéticos fortes (portais de segurança, detectores de metal);
    • Mantenha celulares e fones com ímã a pelo menos 15 cm do implante;
    • Ressonância magnética: somente se o dispositivo for compatível (MRI-safe) e em aparelhos até 1,5 Tesla;
    • Compatibilidade: preferir gerador e cabos da mesma marca para garantir funcionamento e possibilidades de exames futuros.

    Quais as complicações?

    Complicações são pouco frequentes, mais comuns logo após a cirurgia:

    • Infecção no local do implante;
    • Sangramento ou hematoma;
    • Deslocamento do eletrodo;
    • Reação alérgica ao material;
    • Irritação da pele;
    • Raros choques inadvertidos em CDI.

    A maioria tem manejo simples, especialmente com seguimento adequado.

    Leia mais: Holter 24h: como o exame ajuda a flagrar arritmias ocultas

    Perguntas frequentes

    1. O marcapasso exige acompanhamento para o resto da vida?

    Sim. Consultas regulares (geralmente semestrais) verificam cabos, gerador, bateria e permitem ajustes pelo médico via telemetria, sem necessidade de cirurgia.

    2. O marcapasso é visível sob a pele?

    Depende do biotipo. Em pessoas magras, pode ficar levemente saliente sob a clavícula; em outras, é quase imperceptível. Com o tempo, os tecidos se adaptam.

    3. Quem usa marcapasso pode infartar?

    Sim. O marcapasso corrige o ritmo, mas o infarto é causado por obstrução das artérias coronárias — são problemas distintos.

    4. Posso viajar de avião com marcapasso?

    Sim, sem restrições. Leve o cartão de identificação do dispositivo e apresente-o nos controles de segurança para evitar detectores de metal convencionais.

    5. Quais atividades são permitidas após o implante?

    Após a recuperação, quase todas: correr, nadar, pedalar, viajar e praticar esportes leves. Respeite os limites do corpo e mantenha seguimento com o cardiologista.

    6. O que acontece se o marcapasso parar de funcionar?

    É raro falhar de forma súbita. As revisões identificam fim de bateria com antecedência. Se houver tontura, palpitações, desmaios ou fadiga súbita, procure seu médico ou pronto-socorro.

    Confira: Arritmia cardíaca: quando os batimentos fora de ritmo merecem atenção

  • Como carregar peso sem prejudicar a coluna?

    Como carregar peso sem prejudicar a coluna?

    A coluna é a estrutura central do corpo humano, responsável por sustentar, equilibrar e permitir os movimentos. No entanto, ela também é uma das partes mais vulneráveis a lesões — especialmente quando carregamos peso de forma incorreta.

    Seja no trabalho, na academia ou até nas tarefas de casa, dobrar o corpo da maneira errada pode gerar dores intensas e problemas como hérnia de disco, lombalgia e desgaste precoce das articulações.

    Por isso, o recomendado é adotar técnicas seguras, limites recomendados e hábitos preventivos que ajudam a proteger a saúde da coluna em qualquer idade. Conversamos com o médico ortopedista Caio Gonçalves de Souza para esclarecer as principais dúvidas e reunir orientações práticas sobre como levantar, carregar e distribuir pesos no dia a dia sem comprometer a coluna. Dá uma olhada!

    Por que carregar peso da forma errada prejudica a coluna?

    A coluna é a principal estrutura de sustentação do corpo, e funciona como um eixo central, formado por vértebras, discos, ligamentos e músculos que trabalham juntos para manter o equilíbrio e o movimento.

    Quando levantamos peso de forma errada, aumentamos a pressão sobre os discos intervertebrais, os músculos e as articulações, o que pode causar:

    • Sobrecarga nos discos, favorecendo hérnias;
    • Estresse nos ligamentos e articulações facetárias;
    • Desequilíbrio muscular, levando a má postura;
    • Irritação nervosa, resultando em dor irradiada para braços ou pernas.

    Qual é a forma correta de carregar peso no dia a dia?

    De acordo com Caio, o princípio básico para pegar o peso é levantar o peso com as pernas, não com as costas. Isso significa utilizar a força dos grandes músculos das pernas e glúteos — que são mais potentes e projetados para essa função —, em vez de sobrecarregar os pequenos músculos da coluna lombar.

    Para levantar objetos do chão, o especialista orienta:

    • Planeje: avalie o peso e o formato do objeto. Se ele for muito pesado ou volumoso, peça ajuda para alguém ou utilize equipamentos de apoio;
    • Aproxime-se: posicione-se o mais perto possível do objeto para reduzir o esforço sobre a coluna;
    • Estabilize a base: afaste os pés na largura dos ombros, com um deles levemente à frente, garantindo firmeza e equilíbrio;
    • Agache corretamente: dobre os joelhos e os quadris, mantendo a coluna ereta, como se houvesse uma linha reta da cabeça até o cóccix. Evite curvar a lombar;
    • Segure com firmeza: pegue o objeto com as duas mãos, se possível, garantindo segurança no movimento;
    • Levante usando as pernas: mantenha o objeto próximo ao corpo e suba estendendo joelhos e quadris, com a coluna alinhada. A força deve vir das pernas e glúteos;
    • Evite torções: ao mudar de direção, mova os pés e gire o corpo inteiro, sem torcer o tronco com o peso nas mãos;
    • Ao colocar no chão: repita o processo inverso, agachando com a coluna reta até apoiar o objeto.

    Como carregar mochilas, sacolas e caixas?

    Cada tipo de carga exige uma postura específica, conforme aponta Caio:

    • Mochilas: use sempre as duas alças, ajustadas ao corpo, sem ultrapassar a linha da cintura. Os objetos pesados devem ficar próximos às costas;
    • Sacolas: divida o peso entre as duas mãos. Se for só uma sacola, alterne os lados;
    • Caixas ou objetos grandes: mantenha o mais próximo possível do corpo, entre a altura do meio da coxa e os ombros.

    “A consciência corporal e a prática dessas técnicas ergonômicas podem reduzir significativamente a sobrecarga na coluna, protegendo-a de estresses desnecessários e prevenindo o desenvolvimento de dores e lesões a longo prazo”, explica o médico ortopedista.

    Existe um limite de peso recomendado?

    Não existe um limite único que sirva para todo mundo, já que fatores como idade, sexo, condicionamento físico e saúde influenciam muito. No entanto, existem recomendações gerais para reduzir os riscos, sendo eles:

    • Para adultos: levantar mais de 20% a 25% do peso corporal já pode ser arriscado, especialmente sem técnica adequada. No trabalho, o recomendado é não ultrapassar 23 kg em levantamentos repetitivos, sendo que o limite deve ser menor se houver torções ou posições desconfortáveis. No dia a dia, lembre-se: se o peso parecer demais, peça ajuda ou use apoio.
    • Para crianças e adolescentes: como a coluna ainda está em desenvolvimento, a mochila não deve ultrapassar 10% a 15% do peso corporal. Uma criança de 30 kg, por exemplo, deve carregar no máximo entre 3 e 4,5 kg. Além do peso, a forma de carregar também importa: usar sempre as duas alças, bem ajustadas e sem passar da linha da cintura.

    “O não cumprimento das recomendações pode levar a desequilíbrios musculares e má postura crônica. E, em casos mais severos, o agravamento de condições preexistentes ou o surgimento de novas dores e desconfortos que podem ter repercussões a longo prazo na saúde da coluna, afetando até mesmo o padrão de crescimento vertebral”, esclarece Caio.

    Quais sinais mostram que a coluna está sendo prejudicada?

    No dia a dia, é importante ficar atento a sinais de alerta de que a coluna está sofrendo com uma sobrecarga ou alguma lesão, como:

    • Dor nas costas que não melhora com repouso e dura mais de duas semanas;
    • Dor que irradia para pernas ou braços;
    • Formigamento, dormência ou perda de força nos membros;
    • Alterações na marcha ou no equilíbrio;
    • Dor constante, especialmente à noite;
    • Febre, perda de peso inexplicável ou histórico de trauma;
    • Dificuldade em controlar urina ou fezes (consiste em uma emergência médica).

    Se qualquer um dos sinais aparecer, procure um médico ortopedista ou neurologista. Apenas um profissional poderá indicar o tratamento adequado, que pode envolver desde repouso e fisioterapia até remédios ou procedimentos específicos.

    Veja também: Exercícios para fortalecer a coluna: o guia completo para proteger sua postura e prevenir dores

    Perguntas frequentes sobre carregar peso sem prejudicar a coluna

    1. O uso de cintas ou coletes ajuda a coluna?

    O uso de cintas lombares pode ser útil em alguns casos, como no pós-operatório ou em pessoas com instabilidade na coluna. Elas ajudam a limitar movimentos que poderiam agravar a dor e lembram o corpo a manter a postura correta.

    Porém, de acordo com o médico ortopedista Caio Gonçalves de Souza, usar cinta de forma contínua e sem indicação pode ser prejudicial, porque ela pode dar uma falsa sensação de segurança e levar a esforços além do seguro. O uso prolongado também enfraquece os músculos do abdômen e lombar — que são justamente os responsáveis por proteger a coluna.

    O ideal é que a cinta seja usada apenas sob orientação médica ou fisioterapêutica e por tempo limitado. Para a maioria das pessoas, a melhor proteção é fortalecer o core com exercícios.

    2. Quais erros de postura sobrecarregam a coluna ao carregar peso?

    Alguns hábitos no dia a dia aumentam muito o risco de dor e lesões, como:

    • Curvar a coluna para levantar peso: o certo é agachar dobrando os joelhos e mantendo as costas retas;
    • Manter o peso afastado do corpo: quanto mais longe, maior a pressão sobre a lombar;
    • Torcer o tronco com o peso nas mãos: sempre gire o corpo inteiro, movendo os pés;
    • Carregar peso de um lado só: mochila em um ombro ou sacola pesada em apenas uma mão desequilibram a postura;
    • Movimentos bruscos: levantar rápido ou em “arranco” sobrecarrega a coluna;
    • Falta de aquecimento: músculos frios são mais vulneráveis a lesões;
    • Prender a respiração de forma errada: pode aumentar a pressão arterial e trazer riscos extras.

    3. Mochilas pesadas fazem mal para crianças e adolescentes?

    Sim, carregar mochilas muito pesadas ou mal ajustadas pode trazer consequências sérias para a saúde da coluna em longo prazo. Como os ossos, músculos e ligamentos ainda estão em desenvolvimento, eles ficam mais vulneráveis à sobrecarga.

    Os problemas mais comuns incluem:

    • Dores crônicas, principalmente em pescoço, costas e lombar;
    • Alterações posturais, como postura corcunda, que pode evoluir para escoliose;
    • Desequilíbrio muscular, pois alguns músculos ficam sobrecarregados, enquanto outros enfraquecem;
    • Compressão dos discos intervertebrais;
    • Impacto no bem-estar, pois a dor e desconforto podem atrapalhar a concentração, reduzir a prática de atividades físicas e afetar a autoestima.

    Para evitar problemas na coluna, os pais devem checar o peso das mochilas todos os dias, orientar as crianças a levar só o necessário e escolher modelos com alças largas, ajustáveis e, se possível, com apoio na cintura.

    4. Qual a diferença entre dor muscular comum e dor de lesão na coluna?

    A dor muscular comum aparece de 24 a 48 horas depois do esforço, é leve, localizada nos músculos usados e melhora com alongamento. Já a dor na coluna surge durante ou logo após a atividade, costuma ser forte, pode se espalhar para braços ou pernas e vir com formigamento, dormência ou perda de força.

    5. Atividades físicas ajudam a evitar dores ao carregar peso?

    Com certeza, pois pessoas ativas têm músculos mais fortes, articulações mais móveis e melhor consciência postural — o que facilita carregar peso com menos risco. Algumas opções recomendadas incluem caminhadas, musculação, natação e pilates.

    Segundo a OMS, adultos devem praticar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada por semana. O hábito não só protege a coluna como também melhora o bem-estar geral, reduzindo o estresse e a fadiga.

    6. O que devo fazer se sentir dor após carregar peso?

    Se a dor for leve e localizada, ela normalmente melhora com repouso, compressa morna, alongamento suave e hidratação. No entanto, se a dor persistir por mais de alguns dias, piorar com o tempo, irradiar para braços ou pernas ou vier acompanhada de formigamento e fraqueza, a recomendação é interromper os esforços e procurar um médico.

    Confira: Como manter a postura correta no trabalho? Veja dicas práticas

  • DIU hormonal: o que é, tipos, vantagens e desvantagens

    DIU hormonal: o que é, tipos, vantagens e desvantagens

    O DIU hormonal, também conhecido como DIU medicado, é considerado um dos métodos contraceptivos mais seguros atualmente — com uma taxa falha inferior a 1% ao ano. Além de proporcionar mais liberdade e proteção para pessoas que não desejam engravidar, ele também pode ser usado como método de tratamento de algumas condições específicas, como endometriose.

    Para entender como o dispositivo funciona, quando é indicado e quais as vantagens e desvantagens, consultamos a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza. Confira!

    O que é e como funciona o DIU hormonal?

    O DIU hormonal é um pequeno dispositivo em formato de T que é inserido dentro do útero por um médico ginecologista. Ele libera, de forma contínua e em pequenas doses, o hormônio levonorgestrel — uma progesterona sintética.

    Diferente da pílula anticoncepcional, que age em todo o organismo, o DIU hormonal atua principalmente no útero, e consiste no seguinte mecanismo de ação:

    • Espessamento do muco cervical, dificultando a entrada dos espermatozoides;
    • Alteração do endométrio (camada interna do útero), dificultando a implantação de um embrião;
    • Em menor grau, pode reduzir a motilidade dos espermatozoides dentro do útero e trompas.

    Importante: na maioria dos casos, o DIU hormonal não bloqueia a ovulação. Ou seja, a mulher continua ovulando, mas não engravida porque as condições para fecundação e implantação não acontecem.

    Tipos de DIU hormonal

    No Brasil, os dois principais tipos disponíveis são o Mirena e o Kyleena, ambos fabricados pela Bayer. Eles são inseridos da mesma forma, no consultório médico, com um procedimento rápido que dura poucos minutos. Nos primeiros meses, pode haver um período de adaptação, com sangramentos irregulares, até que o corpo se acostume à liberação hormonal.

    Eles contêm algumas características diferentes:

    Mirena

    O DIU Mirena contém uma dose maior de levonorgestrel e tem duração de até 8 anos. Antes o tempo de eficácia era de 5 anos, mas estudos clínicos comprovaram a segurança e efetividade do dispositivo por mais tempo.

    Além da contracepção, Andreia aponta que o Mirena também pode ser usado em casos de endometriose, adenomiose ou como parte do tratamento de reposição hormonal na menopausa.

    Um dos grandes diferenciais é que o Mirena pode reduzir ou até suspender completamente a menstruação, o que traz bastante alívio para quem sofre com cólicas fortes e sangramentos abundantes.

    Kyleena

    O Kyleena, por outro lado, contém uma dose menor de hormônio e tem duração de até 5 anos. Por ser um dispositivo um pouco menor, muitas vezes é recomendado para mulheres mais jovens ou que nunca tiveram filhos — já que sua adaptação costuma ser mais simples.

    Diferente do Mirena, o Kyleena geralmente não interrompe a menstruação por completo, mas costuma reduzir bastante o fluxo e a intensidade dos sangramentos.

    Como é feita a colocação do DIU hormonal?

    O DIU é inserido no útero por um profissional de saúde por meio de um procedimento, feito em consultório. A paciente é deitada em posição ginecológica, e o colo do útero e a vagina são higienizados para evitar infecções.

    Em seguida, o dispositivo é introduzido cuidadosamente até a cavidade uterina. Em alguns casos, o médico pode aplicar anestesia local no colo do útero para reduzir o desconforto.

    Durante a colocação, muitas mulheres sentem cólicas semelhantes às menstruais, mas o incômodo é passageiro. Depois que o DIU é posicionado, os fios que ficam na entrada do colo são aparados, permanecendo apenas o suficiente para permitir o acompanhamento e facilitar a futura remoção.

    É comum que, nas primeiras horas ou dias, ocorram cólicas leves ou pequenos sangramentos, mas isso tende a melhorar com o tempo. Uma vez inserido, o DIU não é sentido no dia a dia.

    E a remoção?

    A remoção do DIU também é feita em consultório e pode ocorrer a qualquer momento, mesmo antes do término da validade. Para retirá-lo, o profissional de saúde localiza e puxa delicadamente os fios, fazendo com que o dispositivo deslize para fora pelo colo do útero e pela vagina.

    O processo pode causar cólicas, mas geralmente é mais confortável do que a inserção. Se a paciente desejar, um novo DIU pode ser colocado na mesma consulta, garantindo a continuidade da contracepção sem interrupções.

    Quando o DIU hormonal é indicado?

    O DIU hormonal é indicado principalmente como método contraceptivo de longa duração. Segundo a Febrasgo, a taxa de falha do DIU hormonal é inferior a 1% ao ano, sendo considerada uma das formas mais seguras de contracepção disponíveis hoje.

    Além da função anticoncepcional, o DIU hormonal também pode ser recomendado em situações específicas, como:

    • Fluxo menstrual intenso: ajuda a reduzir significativamente o sangramento e, em alguns casos, pode até suspender a menstruação;
    • Cólicas fortes: alívio dos sintomas menstruais, especialmente em mulheres que sofrem com dores intensas;
    • Endometriose e adenomiose: auxilia no controle da dor e na redução do fluxo menstrual associado a essas condições;
    • Reposição hormonal na menopausa: pode ser utilizado como parte do tratamento, em associação com estrogênio, equilibrando os níveis hormonais.

    Vale lembrar que, em todos os casos, a escolha pelo DIU hormonal deve ser feita junto ao médico, considerando o histórico de saúde, os objetivos da paciente e possíveis contraindicações.

    Vantagens do DIU hormonal

    • Tem eficácia superior à pílula, já que não depende da disciplina diária e libera hormônio de forma contínua;
    • Garante proteção de 5 a 8 anos, conforme o modelo escolhido;
    • Reduz o fluxo menstrual e, em alguns casos, suspende a menstruação, ajudando a prevenir anemia por deficiência de ferro;
    • Diminui cólicas menstruais, trazendo alívio para quem sofre com dores fortes;
    • Auxilia no tratamento de condições como endometriose e adenomiose e pode ser usado em protocolos de reposição hormonal na menopausa;
    • Não exige manutenção no dia a dia, já que funciona automaticamente após a colocação;
    • A fertilidade retorna rapidamente após a retirada, permitindo gravidez já no ciclo seguinte.

    Desvantagens do DIU hormonal

    • O custo inicial é mais alto em comparação a outros métodos, embora se dilua pelo tempo de uso;
    • A inserção deve ser feita por um ginecologista e pode gerar desconforto momentâneo;
    • Os primeiros meses podem trazer escapes, sangramentos irregulares ou cólicas, mas geralmente os sintomas diminuem após o período de adaptação;
    • Não protege contra infecções sexualmente transmissíveis, sendo necessário o uso de camisinha em relações de risco.

    Possíveis efeitos colaterais

    Em alguns casos, o DIU hormonal pode causar certos efeitos colaterais, que costumam ser temporários e desaparecem em poucos meses, como:

    • Sangramento irregular;
    • Cólicas;
    • Dor nas mamas;
    • Dor de cabeça;
    • Alterações de humor.

    Alguns efeitos mais raros podem incluir acne, inchaço e ganho de peso.

    Quais as contraindicações do DIU hormonal?

    O DIU hormonal é seguro para a maioria das mulheres, mas existem contraindicações importantes:

    • Gravidez confirmada ou suspeita;
    • Infecções pélvicas ativas ou recorrentes;
    • Malformações uterinas que dificultem a colocação;
    • Câncer de mama atual ou passado;
    • Doenças hepáticas graves;
    • Sangramento vaginal sem causa esclarecida.

    Por isso, a decisão deve sempre ser feita em conjunto com o ginecologista, após avaliação clínica e exames quando necessários.

    Confira: Higiene menstrual: conheça os principais cuidados durante o ciclo

    Perguntas frequentes sobre DIU hormonal

    1. O DIU hormonal dói para colocar?

    A inserção do DIU pode causar algum desconforto, parecido com cólicas menstruais mais fortes, mas é passageiro. O procedimento é rápido, leva apenas alguns minutos, e pode ser feito com anestesia local para aliviar a dor.

    2. O DIU pode ser colocado após o parto?

    Sim, o DIU é seguro logo em seguida ao parto, seja normal ou cesariana. Ele pode ser inserido imediatamente, ainda no hospital, ou algumas semanas depois, no consultório. Vale lembrar que a amamentação e o desenvolvimento do bebê não são prejudicados pelo uso do DIU.

    3. Qual a diferença entre DIU hormonal e DIU de cobre?

    O DIU de cobre não contém hormônios, atua liberando íons de cobre que dificultam a sobrevivência dos espermatozoides e pode aumentar o fluxo menstrual e as cólicas no início.

    Já o DIU hormonal libera pequenas doses de levonorgestrel (um tipo de progesterona), que além de impedir a gravidez, costuma reduzir o fluxo e as cólicas menstruais.

    4. O DIU hormonal interfere na fertilidade depois da retirada?

    Não, a fertilidade retorna logo após a remoção. Muitas mulheres conseguem engravidar já nos primeiros meses depois de tirar o DIU.

    5. O DIU hormonal engorda?

    Não existem evidências científicas de que o DIU hormonal cause ganho de peso. O que pode acontecer, principalmente nos primeiros meses de uso, é uma leve retenção de líquidos ou sensação de inchaço, que tende a ser temporária e melhora com o tempo.

    Além disso, vale destacar que variações de peso ao longo da vida podem estar relacionadas a vários fatores, como alimentação, estresse, alterações hormonais naturais e rotina de atividade física, e não necessariamente ao uso do DIU.

    6. O DIU hormonal causa acne?

    Algumas mulheres podem notar o surgimento de acne leve ou aumento da oleosidade da pele após a colocação do DIU hormonal. Isso acontece porque o hormônio liberado pelo dispositivo, o levonorgestrel, tem um efeito levemente androgênico, ou seja, pode estimular receptores semelhantes aos dos hormônios masculinos.

    No entanto, o efeito não acontece com todas as pessoas e, quando surge, costuma ser discreto e controlável — e um acompanhamento dermatológico simples costuma resolver, sem necessidade de retirar o DIU.

    7. Posso engravidar usando DIU?

    A taxa de falha é menor que 1% ao ano, ou seja, menos de 1 em cada 100 mulheres engravida enquanto utiliza o dispositivo. Apesar disso, nenhum método contraceptivo é 100% infalível e, em situações raras, pode ocorrer gravidez mesmo com o DIU no lugar.

    Por isso, se houver sintomas de gravidez, como atraso menstrual, náuseas ou alterações típicas de gestação, é importante procurar o médico imediatamente para avaliação.

    Leia mais: DIU de cobre: o que é, como funciona e efeitos colaterais

  • DIU de cobre: o que é, como funciona e efeitos colaterais

    DIU de cobre: o que é, como funciona e efeitos colaterais

    Com eficácia comparada à laqueadura, o DIU de cobre é um método contraceptivo de longa duração, que pode prevenir uma gravidez por até 10 anos. Por não conter hormônios, ele pode ser utilizado pela maioria das pessoas — inclusive aquelas que têm condições de saúde que contraindicam o uso de hormônios.

    Para entender como ele funciona, quando é indicado e as vantagens e desvantagens do método, conversamos com a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza. Confira, a seguir!

    O que é e como funciona o DIU de cobre?

    O DIU de cobre, ou dispositivo intrauterino, é um pequeno objeto em formato de T, feito de plástico flexível e revestido por fios ou anéis de cobre. Ele é colocado dentro do útero por um profissional de saúde em um procedimento rápido, geralmente realizado no consultório.

    Assim como o DIU hormonal, o DIU de cobre não impede a ovulação, mas a pessoa não engravida porque as condições para fecundação e implantação não acontecem. O mecanismo de ação do dispositivo é o seguinte:

    • O cobre libera íons que criam um ambiente inflamatório controlado no útero, tornando-o hostil para os espermatozoides;
    • A inflamação impede que os espermatozoides sobrevivam tempo suficiente para chegar até o óvulo;
    • O muco cervical também fica mais hostil, dificultando ainda mais a mobilidade dos espermatozoides;
    • Além disso, caso ocorra fecundação, o endométrio (camada interna do útero) fica impróprio para a implantação do embrião.

    A duração do DIU varia de acordo com o modelo, podendo durar de 5 a 10 anos. Isso significa que não é necessário o controle diário com anticoncepcionais, e se a pessoa decidir engravidar, basta retirar o dispositivo — a fertilidade retorna rapidamente.

    Vale apontar que o DIU de cobre não é abortivo. Ele simplesmente dificulta que espermatozoides encontrem o óvulo e que um possível embrião se implante.

    Como é feita a colocação do DIU de cobre?

    A colocação do DIU de cobre é um procedimento simples, rápido e realizado no consultório do ginecologista.

    Durante o procedimento, a mulher fica deitada na posição ginecológica, e o médico utiliza um espéculo para visualizar o colo do útero. A região é higienizada e a cavidade uterina é medida para garantir que o DIU será posicionado corretamente.

    Depois, o dispositivo é introduzido cuidadosamente pelo colo do útero até o interior da cavidade uterina. Quando o DIU é liberado, ele se abre em formato de T e permanece ali, oferecendo proteção contraceptiva imediata.

    Ao final, ficam apenas dois fios finos no colo do útero, que servem para verificar se o dispositivo está no lugar e facilitar a retirada no futuro.

    Algumas mulheres podem sentir cólica ou desconforto durante a inserção, mas os sintomas normalmente são leves e passageiros. Após o procedimento, a recomendação é evitar relações sexuais e o uso de absorvente interno por alguns dias, além de retornar ao médico para acompanhamento.

    E a remoção?

    A remoção do DIU de cobre também é rápida e feita em consultório, sem necessidade de anestesia. O médico localiza os fios no colo do útero e puxa suavemente o dispositivo, que sai em poucos segundos. A mulher pode sentir apenas uma cólica leve e passageira.

    O DIU pode ser retirado a qualquer momento, seja porque terminou o prazo de validade, por desejo de engravidar ou por troca de método. A fertilidade retorna logo após a remoção, permitindo a gestação já no ciclo seguinte.

    Cuidados após a colocação do DIU de cobre

    Para reduzir quaisquer riscos de complicações, logo após a inserção, Andreia aponta que o recomendado é realizar um ultrassom para confirmar a posição correta do DIU.

    No primeiro ano, o ideal é repetir o exame a cada seis meses e, a partir do segundo ano, fazer a checagem anualmente ou sempre que houver sintomas como dor intensa ou sangramento anormal.

    Quando o DIU de cobre é indicado?

    O DIU de cobre é indicado especialmente para pessoas que desejam um método contraceptivo de longa duração. De acordo com Andreia, por não ter hormônio, o dispositivo pode ser utilizado pela maioria das pacientes — inclusive aquelas que têm doenças que contraindicam hormônios.

    O dispositivo pode ser inserido logo após o parto ou após um aborto, desde que não haja contraindicações específicas. Ele também é uma opção acessível, já que está disponível gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

    De acordo com o Ministério da Saúde, o DIU de cobre pode ser usado até como contracepção de emergência, desde que seja colocado em até 5 dias após uma relação sexual desprotegida. Isso o torna mais eficaz que a pílula do dia seguinte, com a vantagem de continuar protegendo por anos.

    Vantagens do DIU de cobre

    • Tem eficácia superior a 99% e pode durar de 5 a 10 anos;
    • Não contém hormônios, não altera o ciclo menstrual, não engorda e não interfere na libido;
    • A fertilidade retorna imediatamente após a retirada;
    • Pode ser usado por mulheres com contraindicação de hormônios;
    • Está disponível gratuitamente pelo SUS;
    • Também pode ser usado como contracepção de emergência se colocado até 5 dias após a relação.

    Desvantagens do DIU de cobre

    Uma das principais desvantagens do DIU de cobre, de acordo com Andreia, é o aumento do fluxo menstrual e das cólicas. Como ele provoca uma reação inflamatória no útero, o fluxo tende a aumentar e, em mulheres que já têm cólicas, as dores podem se intensificar.

    Além disso, outras desvantagens devem ser consideradas, como:

    • O ciclo pode se prolongar, em alguns casos levando à anemia;
    • Existe maior risco relativo de infecção uterina;
    • Há chance rara de gravidez ectópica;
    • Pode ser expulso espontaneamente, sobretudo no primeiro ano.

    Outra complicação possível que Andreia destaca, e vale para todos os DIUs, é a perfuração uterina. Isso acontece quando o dispositivo atravessa a parede do útero e migra para a cavidade abdominal. O risco é baixo, mas requer atenção.

    Leia mais: Odor vaginal: quando é normal, sinais de alerta e cuidados

    Possíveis efeitos colaterais

    • Sangramento irregular nos primeiros ciclos;
    • Menstruações mais longas e volumosas;
    • Cólicas menstruais mais fortes;
    • Corrimento ou desconforto leve (geralmente passageiro).

    Essas alterações são comuns nos primeiros meses, mas tendem a melhorar entre 3 e 6 meses. Se houver febre, dor intensa ou sangramento muito forte, é importante procurar atendimento médico.

    Quais as contraindicações do DIU de cobre?

    Apesar de ser seguro e indicado para a maioria das mulheres, o DIU de cobre não é recomendado em algumas situações específicas. Entre as contraindicações absolutas, estão:

    • Gravidez confirmada ou suspeita;
    • Câncer de colo do útero ou de endométrio;
    • Infecções genitais ativas;
    • Malformações uterinas que impeçam a colocação do DIU;
    • Alergia ao cobre;
    • Sangramentos uterinos de origem desconhecida.

    Já as contraindicações relativas incluem:

    • Doenças de coagulação;
    • Doenças relacionadas ao HIV em estágio avançado;
    • Histórico de doença trofoblástica gestacional.

    Confira: Fluxo menstrual intenso: o que é, sintomas e como tratar

    Perguntas frequentes sobre DIU de cobre

    1. O DIU de cobre é abortivo?

    Não. Ele age antes da fecundação e é classificado pela OMS como método não abortivo.

    2. O DIU de cobre altera o ciclo menstrual?

    Sim, pode aumentar o fluxo e a duração da menstruação. Em alguns casos, pode causar anemia.

    3. O DIU de cobre dói para colocar?

    Pode causar cólicas leves ou moderadas, mas geralmente passageiras.

    4. Qual é a eficácia do DIU de cobre?

    Tem eficácia superior a 99%, comparável à laqueadura, mas é reversível.

    5. Quanto custa o DIU de cobre?

    É gratuito pelo SUS. Na rede privada, custa de R$150 a R$600 com o procedimento incluso.

    6. DIU de cobre engorda?

    Não. Por não conter hormônios, não afeta o peso nem o metabolismo.

    7. O DIU de cobre pode sair sozinho?

    Raramente, e costuma ocorrer no primeiro ano de uso. É importante acompanhamento médico.

    8. O DIU de cobre pode ser usado no pós-parto?

    Sim, pode ser colocado logo após o parto, desde que não haja infecção ou complicações.

    Leia também: Adenomiose: o que é, sintomas, causas e tratamento