Categoria: Prevenção & Longevidade

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  • Dentro de casa e no quintal: os 7 esconderijos mais comuns do mosquito da dengue 

    Dentro de casa e no quintal: os 7 esconderijos mais comuns do mosquito da dengue 

    Quando pensamos em combater o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, imaginamos grandes poças de água ou pneus abandonados. Mas a verdade é que muitos dos criadouros da dengue estão bem ao nosso alcance, em quintais, vasos, caixas d’água ou pratos de plantas.

    De acordo com o Ministério da Saúde, esse mosquito é doméstico, ou seja, vive dentro ou ao redor de residências ou ambientes frequentados por pessoas. Com isso em mente, adotar uma rotina de inspeção e eliminação de focos vira uma das armas mais poderosas que temos em casa.

    Neste texto, mostramos 7 lugares que você deve checar com frequência, explicamos como o mosquito da dengue se adapta ao ambiente urbano e por que uma pequena poça já basta para dar início a uma nova geração de mosquitos e finalizamos com uma rotina semanal simples, fácil de fazer por qualquer morador. Vamos lá!

    7 lugares que o mosquito da dengue gosta e todo mundo esquece de olhar

    1. Pratos de vaso de plantas

    Se o prato acumula água, vira hotel para ovos e larvas do mosquito da dengue. Mas não é preciso se desfazer das plantas, basta colocar areia no prato ou virá-lo quando não estiver usando. E, claro, toda semana lave-o bem.

    2. Calhas e lajes planas

    Água que fica empoçada por horas ou dias é prato cheio para o mosquito se reproduzir. Escove com sabão ou limpe semanalmente.

    3. Caixas d’água, tonéis e barris com tampa solta ou filtro danificado

    Se esses recipientes não estiverem bem tampados, viram facilmente criadouros da dengue. Verifique-os toda semana para impedir que o mosquito se reproduza.

    4. Bebedouros de animais

    Esses parecem inofensivos, mas água limpa e parada é o prato cheio para o Aedes aegypti. Não basta só trocar a água, é preciso lavar os recipientes toda semana, esfregando-os bem.

    5. Embalagens plásticas, latas ou garrafas vazias em quintais ou jardins

    Com chuva ou um pouco de água deixada, já servem de criadouros da dengue.

    6. Piscinas pouco usadas ou infláveis

    Se a água estiver parada, sem cloro ou filtragem, fique atento. Mesmo que a piscina seja pequena, pode ser foco do mosquito da dengue.

    7. Pratos de suporte de geladeiras externas ou máquinas de ar-condicionado

    A cada limpeza desses aparelhos, vale checar por água acumulada e lavar bem o recipiente.

    Como o mosquito se adapta a ambientes urbanos

    O Aedes aegypti é especialista em morar perto de pessoas. Ele prefere depositar ovos em água limpa, parada, em ambientes urbanos ou residenciais, não necessariamente em águas sujas.

    Ou seja, não adianta olhar apenas áreas externas grandes, o criadouro costuma estar dentro da casa ou no quintal, acessível, aproveitando recipientes comuns. O Ministério da Saúde reforça que uma inspeção simples de 10 minutos por semana pode fazer toda a diferença.

    Pequenas poças já são suficientes para a reprodução

    Mesmo que a poça de água seja minúscula, como aquele pratinho de planta ou a tampa de garrafa com água, ela já serve para completar o ciclo do mosquito. Os ovos podem aderir às paredes do recipiente e aguardar até que fique cheio de água para eclodirem.

    Isso significa que eliminar grandes depósitos de água é importante, mas não o bastante. Tenha atenção também aos pequenos reservatórios, pouco visíveis, mas altamente eficazes para o Aedes aegypti.

    Rotina semanal para evitar focos no lar

    Aqui vai um plano simples para você aplicar em casa ou no prédio:

    • Escolha um dia da semana para fazer a inspeção, por exemplo, o sábado pela manhã;
    • Olhe bem todos os vasos, pratos, calhas, caixas d’água, tonéis e recipientes no quintal;
    • Vire ou elimine água acumulada nos pratos de plantas, garrafas, latas, entre outros recipientes;
    • Tampe bem caixas d’água, limpe calhas e dê atenção às lajes planas;
    • Use areia nos pratos de plantas ou recipientes que você não quer eliminar;
    • Avise vizinhos ou condomínio sobre o problema — a ação em conjunto amplia a eficácia.

    Veja mais: Dengue no Brasil: por que a doença volta todo ano

    Perguntas frequentes sobre criadouros da dengue

    1. Preciso fazer isso mesmo se moro em apartamento?

    Sim. O Aedes aegypti vive dentro ou ao redor de domicílios, ou seja, apartamentos também podem ser criadouros da dengue. Lembre-se: qualquer recipiente que acumule água pode virar foco.

    2. Quanto tempo demora para os ovos virarem mosquitos?

    Depende de temperatura e umidade, mas o ciclo que transforma o ovo em um mosquito pode ocorrer em poucos dias, quando as condições são favoráveis. Por isso, a prevenção deve acontecer toda semana.

    3. E se eu faço a inspeção, mas meu vizinho ou o condomínio não ajudam? Isso atrapalha?

    Sim. A luta contra o criadouro da dengue exige coletividade. Mesmo que você cuide da sua casa perfeitamente, um criadouro próximo pode manter a infestação. A mobilização de vizinhos ou condomínio ajuda bastante.

    4. A limpeza semanal realmente faz diferença?

    Sim. O próprio Ministério da Saúde sugere dedicar ao menos 10 minutos por semana para eliminar os focos do mosquito. Isso reduz muito as chances de ele encontrar local para se reproduzir.

    Leia também: Dengue hemorrágica: quando os sintomas indicam alerta máximo

  • Mamografia no SUS pode ser feita a partir dos 40 anos: veja como era e como fica

    Mamografia no SUS pode ser feita a partir dos 40 anos: veja como era e como fica

    A mamografia é um dos exames mais importantes para a saúde da mulher. Realizada com um aparelho de raio X, permite identificar alterações sutis nas mamas — como nódulos e microcalcificações — antes mesmo de serem perceptíveis ao toque. Esse diagnóstico precoce é essencial para detectar o câncer de mama em estágios iniciais, quando as chances de cura são muito maiores.

    Com o avanço da tecnologia, o exame tornou-se mais rápido, preciso e confortável. Hoje, existem versões digitais e tridimensionais (3D), que oferecem imagens mais nítidas e detalhadas, tornando a mamografia um dos pilares da prevenção e do autocuidado feminino.

    Como o exame surgiu e evoluiu

    Os primeiros aparelhos de mamografia produziam imagens simples, em preto e branco. Com o tempo, surgiram os equipamentos digitais, que oferecem melhor qualidade e armazenamento eletrônico, e a mamografia 3D (tomossíntese), que cria imagens em camadas e facilita a detecção de pequenas alterações.

    Esses avanços aumentaram a precisão e o conforto do exame, reduzindo diagnósticos equivocados e ampliando a eficácia na detecção precoce do câncer de mama.

    Tipos de mamografia

    • Mamografia convencional: utiliza filme radiográfico para registrar as imagens;
    • Mamografia digital: usa sensores eletrônicos, com melhor qualidade e armazenamento digital;
    • Mamografia 3D (tomossíntese): cria imagens em camadas e permite visualizar detalhes milimétricos, aumentando a precisão diagnóstica.

    Quando a mamografia é indicada

    O exame é indicado tanto para rastreamento preventivo quanto para investigação de sintomas.

    Prevenção (rastreamento)

    Em geral, deve ser feita a partir dos 40 anos e repetida anualmente ou a cada dois anos até os 74 anos. Mulheres com histórico familiar de câncer de mama ou outros fatores de risco podem iniciar o rastreamento mais cedo, conforme orientação médica.

    Investigação de sintomas

    A mamografia também é indicada em casos de:

    • Presença de nódulo, dor ou secreção mamilar;
    • Alterações percebidas no autoexame;
    • Assimetria entre as mamas.

    Preparação para o exame

    • Agende o exame na primeira quinzena após o ciclo menstrual, quando as mamas estão menos sensíveis;
    • Evite desodorantes, cremes, talcos e perfumes nas axilas e mamas no dia do exame;
    • Leve exames anteriores para comparação;
    • Use roupas de duas peças (como calça e blusa) para facilitar o procedimento.

    Como o exame é feito

    Durante o exame, a mulher permanece de pé, de frente para o aparelho. O técnico posiciona a mama sobre uma placa de acrílico e a comprime por alguns segundos, etapa necessária para espalhar o tecido mamário e obter imagens nítidas com menor dose de radiação.

    São feitas duas incidências por mama, registrando ângulos diferentes. O procedimento dura poucos minutos e pode causar leve desconforto, mas não deve provocar dor intensa. Após o exame, as imagens são analisadas por um radiologista, que emite o laudo com o resultado.

    Possíveis achados no exame

    A mamografia pode identificar:

    • Nódulos;
    • Cistos mamários;
    • Microcalcificações (pequenos depósitos de cálcio);
    • Alterações suspeitas que podem exigir biópsia.

    Nem toda alteração é sinal de câncer. Muitas são benignas e apenas precisam de acompanhamento médico regular.

    Contraindicações e limitações

    • Não deve ser realizada durante a gravidez, exceto em situações de extrema necessidade e com proteção adequada;
    • Em mulheres abaixo dos 35 anos, o tecido mamário mais denso pode dificultar a leitura — nesses casos, o médico pode indicar ultrassonografia como alternativa.

    Possíveis desconfortos e riscos

    A mamografia é segura, com baixa exposição à radiação. Os principais incômodos possíveis são:

    • Leve dor ou sensibilidade durante a compressão;
    • Pequenos hematomas (raros);
    • Ansiedade antes do exame, que pode ser reduzida com explicações da equipe médica.

    Após o exame

    A paciente pode retomar suas atividades imediatamente. Os resultados ficam prontos em poucos dias. Se houver alterações, o médico pode solicitar exames complementares, como ultrassonografia ou biópsia.

    A importância da mamografia

    Realizar a mamografia regularmente é uma das formas mais eficazes de detectar o câncer de mama precocemente, muitas vezes antes de qualquer sintoma. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e permite tratamentos menos agressivos.

    Veja também: Autoexame: como detectar precocemente diferentes tipos de câncer

    Perguntas frequentes sobre mamografia

    1. A mamografia dói?

    Pode causar leve desconforto durante a compressão, mas a dor é passageira e depende da sensibilidade individual.

    2. Com que frequência devo fazer o exame?

    Em geral, a partir dos 40 anos, anualmente ou a cada dois anos. Mulheres com risco aumentado devem seguir orientação médica.

    3. A mamografia pode causar câncer por causa da radiação?

    Não. A dose de radiação é muito baixa e considerada segura.

    4. É preciso fazer mamografia antes dos 40 anos?

    Apenas se houver histórico familiar de câncer de mama ou recomendação médica específica.

    5. Posso fazer mamografia durante a amamentação?

    Não é o ideal, pois as mamas estão mais sensíveis e o exame pode ser menos preciso.

    6. A mamografia substitui o autoexame?

    Não. O autoexame ajuda a conhecer o próprio corpo, mas não substitui os exames de imagem recomendados.

    7. O que fazer se o resultado der alterado?

    Não se assuste. Muitas alterações são benignas. O médico indicará os exames complementares adequados para confirmar o diagnóstico.

    Leia também: Câncer de mama: o que é, sintomas, causa e como identificar

  • Mamografia: o exame que ajuda a detectar câncer de mama antes dos sintomas 

    Mamografia: o exame que ajuda a detectar câncer de mama antes dos sintomas 

    A mamografia é um dos exames mais importantes para a saúde da mulher. Realizada com um aparelho de raio X, permite identificar alterações sutis nas mamas — como nódulos e microcalcificações — antes mesmo de serem perceptíveis ao toque. Esse diagnóstico precoce é essencial para detectar o câncer de mama em estágios iniciais, quando as chances de cura são muito maiores.

    Com o avanço da tecnologia, o exame tornou-se mais rápido, preciso e confortável. Hoje, existem versões digitais e tridimensionais (3D), que oferecem imagens mais nítidas e detalhadas, tornando a mamografia um dos pilares da prevenção e do autocuidado feminino.

    Como o exame surgiu e evoluiu

    Os primeiros aparelhos de mamografia produziam imagens simples, em preto e branco. Com o tempo, surgiram os equipamentos digitais, que oferecem melhor qualidade e armazenamento eletrônico, e a mamografia 3D (tomossíntese), que cria imagens em camadas e facilita a detecção de pequenas alterações.

    Esses avanços aumentaram a precisão e o conforto do exame, reduzindo diagnósticos equivocados e ampliando a eficácia na detecção precoce do câncer de mama.

    Tipos de mamografia

    • Mamografia convencional: utiliza filme radiográfico para registrar as imagens;
    • Mamografia digital: usa sensores eletrônicos, com melhor qualidade e armazenamento digital;
    • Mamografia 3D (tomossíntese): cria imagens em camadas e permite visualizar detalhes milimétricos, aumentando a precisão diagnóstica.

    Quando a mamografia é indicada

    O exame é indicado tanto para rastreamento preventivo quanto para investigação de sintomas.

    Prevenção (rastreamento)

    Em geral, deve ser feita a partir dos 40 anos e repetida anualmente ou a cada dois anos até os 74 anos. Mulheres com histórico familiar de câncer de mama ou outros fatores de risco podem iniciar o rastreamento mais cedo, conforme orientação médica.

    Investigação de sintomas

    A mamografia também é indicada em casos de:

    • Presença de nódulo, dor ou secreção mamilar;
    • Alterações percebidas no autoexame;
    • Assimetria entre as mamas.

    Preparação para o exame

    • Agende o exame na primeira quinzena após o ciclo menstrual, quando as mamas estão menos sensíveis;
    • Evite desodorantes, cremes, talcos e perfumes nas axilas e mamas no dia do exame;
    • Leve exames anteriores para comparação;
    • Use roupas de duas peças (como calça e blusa) para facilitar o procedimento.

    Como o exame é feito

    Durante o exame, a mulher permanece de pé, de frente para o aparelho. O técnico posiciona a mama sobre uma placa de acrílico e a comprime por alguns segundos, etapa necessária para espalhar o tecido mamário e obter imagens nítidas com menor dose de radiação.

    São feitas duas incidências por mama, registrando ângulos diferentes. O procedimento dura poucos minutos e pode causar leve desconforto, mas não deve provocar dor intensa. Após o exame, as imagens são analisadas por um radiologista, que emite o laudo com o resultado.

    Possíveis achados no exame

    A mamografia pode identificar:

    • Nódulos;
    • Cistos mamários;
    • Microcalcificações (pequenos depósitos de cálcio);
    • Alterações suspeitas que podem exigir biópsia.

    Nem toda alteração é sinal de câncer. Muitas são benignas e apenas precisam de acompanhamento médico regular.

    Contraindicações e limitações

    • Não deve ser realizada durante a gravidez, exceto em situações de extrema necessidade e com proteção adequada;
    • Em mulheres abaixo dos 35 anos, o tecido mamário mais denso pode dificultar a leitura — nesses casos, o médico pode indicar ultrassonografia como alternativa.

    Possíveis desconfortos e riscos

    A mamografia é segura, com baixa exposição à radiação. Os principais incômodos possíveis são:

    • Leve dor ou sensibilidade durante a compressão;
    • Pequenos hematomas (raros);
    • Ansiedade antes do exame, que pode ser reduzida com explicações da equipe médica.

    Após o exame

    A paciente pode retomar suas atividades imediatamente. Os resultados ficam prontos em poucos dias. Se houver alterações, o médico pode solicitar exames complementares, como ultrassonografia ou biópsia.

    A importância da mamografia

    Realizar a mamografia regularmente é uma das formas mais eficazes de detectar o câncer de mama precocemente, muitas vezes antes de qualquer sintoma. O diagnóstico precoce aumenta as chances de cura e permite tratamentos menos agressivos.

    Veja mais: Autoexame: como detectar precocemente diferentes tipos de câncer

    Perguntas frequentes sobre mamografia

    1. A mamografia dói?

    Pode causar leve desconforto durante a compressão, mas a dor é passageira e depende da sensibilidade individual.

    2. Com que frequência devo fazer o exame?

    Em geral, a partir dos 40 anos, anualmente ou a cada dois anos. Mulheres com risco aumentado devem seguir orientação médica.

    3. A mamografia pode causar câncer por causa da radiação?

    Não. A dose de radiação é muito baixa e considerada segura.

    4. É preciso fazer mamografia antes dos 40 anos?

    Apenas se houver histórico familiar de câncer de mama ou recomendação médica específica.

    5. Posso fazer mamografia durante a amamentação?

    Não é o ideal, pois as mamas estão mais sensíveis e o exame pode ser menos preciso.

    6. A mamografia substitui o autoexame?

    Não. O autoexame ajuda a conhecer o próprio corpo, mas não substitui os exames de imagem recomendados.

    7. O que fazer se o resultado der alterado?

    Não se assuste. Muitas alterações são benignas. O médico indicará os exames complementares adequados para confirmar o diagnóstico.

    Leia também: Câncer de mama: o que é, sintomas, causa e como identificar

  • Métodos contraceptivos: existe um mais eficaz? Saiba os riscos de falha em cada opção 

    Métodos contraceptivos: existe um mais eficaz? Saiba os riscos de falha em cada opção 

    Escolher um entre vários métodos contraceptivos é uma decisão que envolve mais do que prevenir uma gravidez indesejada — trata-se também de saúde, praticidade e proteção contra infecções. Hoje, há diversas opções disponíveis, e a dúvida mais comum é: qual delas é a mais eficaz?

    A ginecologista e obstetra Andreia Sapienza explica que a comparação não é tão simples: “São todos muito parecidos, por isso é difícil dizer exatamente qual é o mais eficaz”. Ela destaca que a eficácia é medida pelas falhas na prática — ou seja, quantas gestações ocorrem entre mulheres que utilizam o mesmo método ao longo do tempo. “É essa taxa que mostra se ele funciona mais ou menos bem”.

    Para entender melhor, reunimos os principais métodos contraceptivos e suas taxas de eficácia com base em dados recentes.

    Pílula anticoncepcional: disciplina é a chave

    A pílula é um dos métodos mais usados no mundo. Ao combinar hormônios que inibem a ovulação, ela oferece alta eficácia, mas depende de disciplina diária para funcionar bem.

    • Uso perfeito: 99,96% (1 falha a cada 2.500 ciclos)
    • Uso comum: 93–95% (esquecimentos, vômitos, diarreias ou interações medicamentosas reduzem a eficácia)

    “A pílula tem o chamado índice de Pearl, que mede a taxa de falha ideal e a habitual”, explica Andreia. No uso ideal, a eficácia é próxima de 100%, mas na prática ela diminui devido a falhas humanas. É um método confiável — desde que usado com rigor e regularidade.

    DIU: proteção de longa duração

    O dispositivo intrauterino (DIU) é cada vez mais procurado, especialmente por quem quer evitar esquecimentos. Existem dois tipos principais:

    • DIU de cobre: cria um ambiente hostil aos espermatozoides.
    • DIU hormonal: libera progesterona sintética (levonorgestrel), engrossando o muco cervical e dificultando a passagem dos espermatozoides.

    Eficácia: 99% | Duração: 5 a 10 anos

    “O DIU tem taxa de eficácia de 98%. Comparado com a pílula no uso ideal, é um pouco menor, mas supera o uso comum da pílula”, diz Andreia. Por não depender da disciplina da usuária, é uma opção prática e segura para quem busca proteção prolongada.

    Implante hormonal: eficácia próxima de 100%

    O implante subdérmico é um pequeno bastão inserido sob a pele do braço, que libera hormônio continuamente. É considerado um dos métodos mais eficazes.

    • Eficácia: acima de 99%
    • Duração: cerca de 3 anos

    Como não exige uso diário, praticamente elimina falhas humanas. O principal obstáculo ainda é o acesso: nem sempre está disponível na rede pública e pode ter custo elevado em clínicas particulares.

    Laqueadura e vasectomia: opções definitivas

    São métodos cirúrgicos e permanentes, recomendados para quem já tem filhos ou não deseja engravidar futuramente.

    • Laqueadura: bloqueia ou remove as tubas uterinas. Eficácia acima de 99%.
    • Vasectomia: interrompe os ductos deferentes. Eficácia de 99,85% (após exame confirmar ausência de espermatozoides).

    Apesar de muito seguros, não são 100% infalíveis. Há raros casos de falha por recanalização dos ductos. São métodos eficazes, mas de difícil reversão, devendo ser escolhidos com responsabilidade.

    Camisinha e métodos de barreira: prevenção dupla

    A camisinha masculina continua essencial por oferecer dupla proteção: contra gravidez e contra infecções sexualmente transmissíveis (ISTs).

    • Camisinha masculina: 98% (uso perfeito) | 87% (uso comum)
    • Camisinha feminina: 95% (uso perfeito) | 79% (uso comum)

    “A camisinha masculina é muito usada, mas pode falhar se colocada de forma incorreta, se soltar ou romper”, explica Andreia. Já a feminina, o diafragma e os espermicidas têm eficácia menor, mas podem ser combinados com outros métodos. Mesmo com menor taxa de sucesso, a camisinha é indispensável em relações casuais.

    Métodos contraceptivos naturais: disciplina como requisito

    Os métodos naturais, como tabelinha, temperatura basal e sintotermal, se baseiam na observação do ciclo menstrual e sinais corporais. São opções para quem prefere evitar hormônios, mas exigem muita disciplina e autoconhecimento.

    • Tabelinha: até 97% (uso perfeito) | cerca de 75% (uso comum)
    • Temperatura basal: 98% (uso perfeito) | 77% (uso comum)
    • Método sintotermal: até 99% (uso perfeito) | 77–80% (uso comum)

    “São bem mais falhos que outros métodos”, ressalta Andreia. “Funcionam para mulheres muito disciplinadas, mas falham bastante em populações maiores”. Mesmo com o suporte de aplicativos modernos, esses métodos ainda são menos seguros que os hormonais ou cirúrgicos.

    Wearables: a “tabelinha 2.0”

    A tecnologia trouxe versões modernas dos métodos naturais, como o Oura Ring, anel que mede temperatura corporal durante o sono e envia os dados ao app Natural Cycles, que calcula os dias férteis.

    • Uso perfeito: até 93%
    • Uso comum: cerca de 77%

    Esses dispositivos funcionam como uma versão digital do método sintotermal. Reduzem erros humanos, mas ainda têm falhas significativas e não se comparam em eficácia ao DIU ou ao implante.

    Contracepção de emergência: último recurso

    A pílula do dia seguinte deve ser usada apenas em emergências, como relação sem proteção ou falha de outro método. Atua atrasando ou inibindo a ovulação.

    • Eficácia: 70–85%, dependendo do momento da ovulação

    Andreia reforça: “A pílula do dia seguinte não é abortiva. Ela age como outros métodos, mas de forma aguda, dificultando a movimentação do espermatozoide e a descida do óvulo. Pode falhar se a ovulação já tiver ocorrido.”

    Não deve ser usada de forma contínua, pois tem eficácia limitada e pode causar efeitos colaterais mais intensos.

    Não existe um método único ideal

    Os métodos mais eficazes são os que não dependem da disciplina diária: implante, DIU, laqueadura e vasectomia. A camisinha segue essencial por prevenir ISTs, enquanto os naturais e wearables têm eficácia menor.

    “Cada método tem vantagens e falhas, dependendo do uso e da disciplina da pessoa. Só preservativos previnem tanto gravidez quanto ISTs. E a contracepção de emergência não substitui métodos regulares”, resume Andreia Sapienza.

    A escolha deve ser individualizada, considerando estilo de vida e com orientação médica.

    Leia também: DIU de cobre: o que é, como funciona e efeitos colaterais

    Perguntas frequentes sobre eficácia de métodos contraceptivos

    1. Qual é o método contraceptivo mais eficaz?

    Os métodos contraceptivos mais eficazes são os que não dependem de disciplina diária: implante hormonal, DIU e os métodos definitivos (laqueadura e vasectomia), todos com eficácia acima de 99%.

    2. A pílula anticoncepcional é realmente segura?

    Sim, quando usada corretamente. No uso perfeito, chega a quase 100% de eficácia, mas cai para 93–95% no uso típico, devido a esquecimentos e interações medicamentosas.

    3. E a camisinha, funciona bem?

    A camisinha masculina tem eficácia de até 98% no uso ideal e cerca de 87% no uso comum. A feminina é um pouco menos eficaz (95% e 79%, respectivamente), mas ambas são as únicas que também protegem contra ISTs.

    4. Os métodos contraceptivos naturais, como tabelinha, são confiáveis?

    Variam muito. A tabelinha pode chegar a 97% no uso perfeito, mas cai para 75% na prática. O método sintotermal é mais preciso (até 99% no uso ideal), mas requer disciplina e monitoramento constante.

    5. Wearables como o Oura Ring são mais confiáveis que a tabelinha?

    São mais práticos, pois automatizam as medições, mas a eficácia máxima é de 93%, caindo para 77% no uso comum — abaixo dos métodos hormonais e do DIU.

    6. A pílula do dia seguinte funciona sempre?

    Não. Sua eficácia varia entre 70 e 85%, conforme o momento da ovulação. É indicada apenas como recurso de emergência e não deve substituir métodos regulares.

    Leia também: DIU hormonal: o que é, tipos, vantagens e desvantagens

  • 5 hábitos diários que ajudam a prevenir doenças urológicas

    5 hábitos diários que ajudam a prevenir doenças urológicas

    As doenças urológicas são condições que afetam o sistema urinário — que inclui rins, bexiga e uretra — e também os órgãos reprodutores masculinos, como próstata, testículos e pênis. Elas podem surgir em qualquer fase da vida e ter diversas causas, desde infecções simples até cálculos renais ou alterações hormonais.

    Por isso, prevenir doenças urológicas é algo que deve ser feito todos os dias, e não apenas quando aparecem sintomas como dor ou desconforto. A seguir, confira os principais hábitos que ajudam a manter o sistema gênito-urinário em equilíbrio — recomendações válidas para qualquer idade.

    Beber a quantidade adequada de água (todos os dias!)

    A hidratação adequada é fundamental para a filtragem do sangue, a eliminação de toxinas e a prevenção de cálculos renais e infecções urinárias. Quando o corpo recebe a quantidade certa de líquidos, o sistema urinário funciona de forma limpa e constante, evitando sobrecarga nos rins.

    Para calcular a quantidade ideal de água por dia, multiplique o peso corporal por 0,03. Uma pessoa com 70 kg, por exemplo, deve ingerir cerca de 2,1 litros de líquidos diariamente.

    Vale lembrar que essa é apenas uma estimativa, e as necessidades podem variar conforme idade, clima e nível de atividade física. Nenhuma bebida substitui a água — sucos, refrigerantes e energéticos podem, na verdade, prejudicar a função renal, principalmente quando contêm açúcar, cafeína ou gás.

    Praticar atividades físicas

    Uma rotina regular de exercícios físicos melhora a circulação, regula hormônios e ajuda a controlar o peso — fatores que reduzem o risco de doenças nos rins e na bexiga. Além disso, movimentar o corpo aumenta a disposição e melhora o humor, impactando positivamente o funcionamento geral do organismo.

    Segundo o Guia de Atividade Física para a População Brasileira, os adultos devem realizar, no mínimo:

    • 150 minutos semanais de atividade moderada (como caminhada rápida, dança leve, ciclismo tranquilo ou hidroginástica);
    • ou 75 minutos semanais de atividade vigorosa (como corrida, natação, musculação intensa ou esportes competitivos);
    • também é possível combinar ambas para atingir o total recomendado.

    “Vale destacar que o cultivo de massa magra (por meio de musculação, pilates, HIIT, entre outros) é importante para o envelhecimento saudável, principalmente a partir dos 40 anos, quando há tendência à perda de massa muscular”, explica o urologista Willy Baccaglini.

    Ter uma alimentação saudável

    Uma dieta equilibrada é essencial para prevenir doenças urológicas e também tratá-las. Comer bem ajuda a controlar a pressão arterial, o colesterol e o peso corporal — fatores diretamente ligados à função renal.

    O ideal é priorizar alimentos in natura e nutritivos: frutas, verduras, legumes, grãos integrais, castanhas e peixes. As proteínas magras (como frango e peixes ricos em ômega-3) auxiliam na reconstrução celular e na redução da inflamação. O azeite de oliva e sementes como chia e linhaça fornecem gorduras boas para o corpo.

    Por outro lado, evite ultraprocessados, embutidos e refrigerantes, ricos em sódio e aditivos químicos que sobrecarregam os rins. O álcool em excesso também deve ser evitado, pois causa inflamação e reduz a capacidade de recuperação física, segundo Baccaglini.

    Café pode prejudicar a saúde neurológica?

    Sim, se consumido em excesso. O médico explica que a cafeína em grandes quantidades pode prejudicar o sono e elevar os níveis de hormônios do estresse. Esse desequilíbrio afeta o funcionamento da testosterona, aumenta o risco cardiovascular e interfere em outras funções do corpo.

    A recomendação é limitar o consumo a duas ou três xícaras pequenas por dia e evitar café, energéticos e chás estimulantes à noite, para não prejudicar o descanso.

    Dormir bem

    Durante o sono profundo, o corpo regula hormônios, elimina resíduos metabólicos, fortalece o sistema imunológico e restaura a energia gasta ao longo do dia. Quando o descanso é insuficiente, os níveis de cortisol (hormônio do estresse) aumentam, afetando diretamente o equilíbrio hormonal e metabólico.

    Esse desequilíbrio pode prejudicar a função renal, alterar o metabolismo da glicose e elevar a pressão arterial, favorecendo o desenvolvimento de doenças urológicas, cardiovasculares e metabólicas.

    O ideal é dormir de sete a oito horas por noite, com uma rotina relaxante: evitar telas antes de dormir, reduzir a iluminação e manter horários fixos para deitar e acordar.

    Cuidar da saúde mental

    A saúde mental está diretamente ligada à saúde física — e isso inclui o sistema urinário. O estresse desregula os hormônios, afeta o sono e pode causar inflamações. Pessoas com ansiedade ou depressão tendem a beber pouca água, se alimentar mal ou exagerar no álcool, hábitos que sobrecarregam rins e bexiga.

    Por isso, é importante incluir no dia a dia práticas que reduzam a tensão: terapia, meditação, lazer, contato com amigos e pausas regulares durante o trabalho ajudam a equilibrar o sistema nervoso e reduzir o impacto do estresse.

    Quando procurar um urologista para prevenir doenças urológicas?

    O acompanhamento com um urologista deve ser preventivo, e não apenas em situações de sintomas. Homens a partir dos 40 anos devem realizar exames regulares da próstata, mesmo sem histórico familiar de doenças. Mulheres também podem e devem consultar o urologista, especialmente em casos de infecções urinárias recorrentes.

    Sinais de alerta que exigem avaliação médica:

    • Dores nas costas ou no abdômen que não passam;
    • Urina com cheiro forte, sangue ou cor muito escura;
    • Dificuldade ou dor para urinar;
    • Vontade de urinar com muita frequência;
    • Diminuição do jato urinário (em homens).

    As consultas preventivas e os exames de rotina permitem detectar alterações precocemente e evitar complicações mais graves.

    Leia mais: Exames de rotina para homens: como cuidar da saúde urológica?

    Perguntas frequentes sobre como prevenir doenças urológicas

    1. O que realmente causa infecção urinária?

    A infecção urinária ocorre pela entrada de bactérias — geralmente a Escherichia coli — no trato urinário. Em mulheres, é mais comum devido à uretra mais curta, que facilita o acesso dos micro-organismos. Fatores como baixa ingestão de água, segurar o xixi e uso de roupas apertadas também favorecem o problema.

    Nos homens, a causa mais frequente é o aumento da próstata, que impede o esvaziamento completo da bexiga. O ideal é beber bastante água, não prender a urina e manter bons hábitos de higiene.

    2. Como saber se estou com pedra nos rins?

    As pedras nos rins se formam pelo acúmulo de sais minerais e cristais que o corpo não consegue eliminar. O primeiro sintoma costuma ser uma dor intensa na lombar ou no abdômen, que pode irradiar para a virilha. Também são comuns urina com sangue, náusea e vontade constante de urinar.

    Beber pouca água e consumir muito sal e proteína animal são fatores de risco. O diagnóstico é feito com exames de imagem, e o tratamento depende do tamanho da pedra — podendo variar de hidratação intensiva até procedimentos para fragmentá-la.

    3. Urinar com frequência é normal ou sinal de problema?

    Depende. Urinar de 6 a 8 vezes por dia é normal para quem se hidrata bem. No entanto, se a frequência é muito maior e vier acompanhada de dor, ardência ou sensação de bexiga cheia, pode indicar infecção urinária, bexiga hiperativa ou até diabetes. Em homens, também pode estar relacionado a problemas na próstata.

    4. Qual a diferença entre o urologista e o nefrologista?

    O urologista cuida do trato urinário (rins, bexiga, uretra) e dos órgãos reprodutores masculinos, como testículos e próstata. Já o nefrologista trata as doenças que afetam a função dos rins, como insuficiência renal e hipertensão.

    Em resumo: o urologista atua na parte anatômica e cirúrgica, enquanto o nefrologista cuida da parte clínica e funcional.

    5. Existe relação entre pressão alta e doenças renais?

    Sim. A hipertensão arterial é uma das principais causas de insuficiência renal. A pressão alta danifica os vasos dos rins, reduzindo sua capacidade de filtrar o sangue, o que leva ao acúmulo de toxinas e líquidos no corpo.

    Por isso, manter a pressão sob controle — com alimentação equilibrada, baixo consumo de sal e prática regular de exercícios — é essencial para proteger os rins e prevenir doenças renais.

    Veja mais: Infecção urinária: sintomas, causas e tratamento

  • Endoscopia: como é o exame que vê o estômago por dentro 

    Endoscopia: como é o exame que vê o estômago por dentro 

    A endoscopia digestiva alta é um exame simples, mas essencial para diagnosticar e tratar doenças do aparelho digestivo. Por meio de uma microcâmera acoplada a um tubo fino e flexível, o médico visualiza em tempo real o interior do esôfago, estômago e duodeno com alta definição.

    Além de identificar condições como refluxo, gastrite, úlceras e sangramentos, o exame também pode ser terapêutico, permitindo o tratamento imediato de algumas lesões — como estancar um sangramento, remover pólipos ou dilatar áreas estreitadas.

    O que é a endoscopia digestiva alta

    É um dos principais exames da gastroenterologia. Utiliza um equipamento com sistema óptico e microcâmera para iluminar e registrar o interior do trato digestivo superior, possibilitando uma avaliação direta e detalhada do esôfago, estômago e início do intestino.

    Com os avanços tecnológicos, os aparelhos tornaram-se mais finos, precisos e confortáveis, tornando o exame mais rápido e seguro.

    Como o exame surgiu e evoluiu

    • Os primeiros endoscópios eram rígidos e desconfortáveis;
    • Atualmente, existem modelos flexíveis e finos que reduzem o desconforto;
    • As câmeras de vídeo e monitores exibem imagens em tempo real com gravação digital;
    • Equipamentos de alta resolução detectam pequenas lesões e permitem intervenções precisas.

    Essas inovações tornaram a endoscopia um exame seguro, rápido e essencial para diagnósticos precoces e tratamentos menos invasivos.

    Como se preparar para a endoscopia

    Para garantir segurança e resultados confiáveis, é importante seguir corretamente as orientações médicas de preparo.

    Jejum

    • Jejum de aproximadamente 8 horas é obrigatório;
    • Em casos de esvaziamento gástrico lento, pode ser recomendada uma dieta líquida nos dias anteriores;
    • Se o jejum total não for possível, o médico avaliará e adaptará as instruções.

    Uso de remédios

    • Confirme com o médico ou laboratório se deve interromper algum medicamento;
    • Ozempic®, Rybelsus® e Mounjaro® devem ser suspensos 21 dias antes do exame;
    • Diabéticos devem aplicar insulina após o exame;
    • Antiácidos: suspender 24 horas antes;
    • Anticoagulantes: pausar conforme orientação médica.

    Como a endoscopia digestiva alta é feita

    Realizada em hospital ou clínica especializada, com anestesia local na garganta e sedação leve na veia para conforto do paciente.

    • O paciente fica deitado de lado e monitorado com oxigênio por cateter nasal;
    • O endoscópio é introduzido pela boca até o duodeno;
    • O médico observa o trato digestivo em tempo real, podendo fazer biópsias e intervenções.

    A duração média é de 10 a 20 minutos.

    Quando a endoscopia digestiva alta é indicada

    Indicada para investigar sintomas persistentes e monitorar doenças do trato digestivo. Entre as principais indicações:

    • Queimação ou dor no estômago (dispepsia);
    • Dificuldade ou dor ao engolir;
    • Refluxo persistente que não melhora com tratamento;
    • Perda de peso sem causa aparente;
    • Anemia ou falta de apetite inexplicável;
    • Vômitos persistentes;
    • Suspeita de doença celíaca;
    • Sangramento digestivo;
    • Acompanhamento de doenças como esôfago de Barrett ou pós-cirurgia gástrica.

    Endoscopia terapêutica: quando o exame também trata

    Em muitos casos, a endoscopia é também terapêutica, permitindo tratar o problema durante o procedimento:

    • Controle de sangramentos;
    • Ligadura de varizes esofágicas;
    • Retirada de pólipos;
    • Dilatação de estenoses (áreas estreitadas);
    • Retirada de corpos estranhos;
    • Colocação de sondas ou balões intragástricos para obesidade.

    Contraindicações

    Apesar de segura, a endoscopia pode ser adiada ou contraindicada em casos como:

    • Suspeita ou confirmação de perfuração no esôfago ou estômago;
    • Recusa do paciente;
    • Doenças cardíacas ou pulmonares graves (avaliar risco);
    • Gestantes no primeiro trimestre, apenas se indispensável.

    Possíveis complicações

    As complicações são raras (menos de 1%), e as mais comuns incluem:

    • Dor leve na garganta;
    • Desconforto no peito por poucas horas;
    • Reações leves à sedação;
    • Pequeno sangramento após biópsia;
    • Perfuração do tubo digestivo (muito rara);
    • Infecção (extremamente rara).

    Recuperação após o exame

    • O paciente fica em observação até despertar totalmente;
    • Deve ir acompanhado para casa;
    • Evitar dirigir ou operar máquinas por 24 horas;
    • Não consumir bebidas alcoólicas;
    • Retomar alimentação leve conforme orientação médica.

    Normalmente é possível retornar às atividades no dia seguinte.

    Veja mais: Exames de rotina para prevenir câncer: conheça os principais

    Perguntas frequentes sobre endoscopia digestiva alta

    1. A endoscopia dói?

    Não. O exame é feito com sedação leve e anestesia local, garantindo conforto e ausência de dor.

    2. Quanto tempo dura a endoscopia?

    De 10 a 20 minutos, variando conforme a necessidade de biópsias ou tratamentos.

    3. É preciso fazer jejum?

    Sim. Normalmente o jejum é de 8 horas, mas pode mudar conforme orientação médica.

    4. Posso tomar meus remédios antes do exame?

    Depende do medicamento. Consulte o médico sobre o uso de insulina, anticoagulantes e antiácidos.

    5. Posso dirigir depois da endoscopia?

    Não. Devido à sedação, é obrigatório ter acompanhante e evitar dirigir por 24 horas.

    6. Quando devo repetir a endoscopia?

    Somente sob orientação médica, especialmente em casos de doenças crônicas ou novos sintomas digestivos.

    7. Quais doenças a endoscopia ajuda a diagnosticar?

    Refluxo gastroesofágico, gastrite, úlceras, doença celíaca, esôfago de Barrett e outras alterações do trato digestivo.

    Leia também: Dor abdominal: quais podem ser as causas desse sintoma tão frequente?

  • Ozempic e similares podem reduzir risco de câncer ligado à obesidade?

    Ozempic e similares podem reduzir risco de câncer ligado à obesidade?

    Considerada um importante problema de saúde pública, a obesidade é um fator de risco significativo para o desenvolvimento de câncer. O acúmulo de gordura corporal provoca inflamação crônica e altera níveis hormonais, favorecendo a multiplicação de células cancerígenas.

    Manter um peso saudável é essencial tanto para prevenir tumores malignos quanto para melhorar a resposta ao tratamento em quem já possui o diagnóstico. Nos últimos anos, alternativas como os agonistas do GLP-1 (como Ozempic e Wegovy), inicialmente desenvolvidos para tratar diabetes tipo 2, têm ganhado destaque no controle da obesidade.

    Esses medicamentos aumentam a saciedade, retardam o esvaziamento gástrico e ajudam no controle da glicose, reduzindo o apetite e o peso corporal. Mas será que eles podem realmente mudar o cenário da prevenção do câncer? Veja o que dizem as pesquisas.

    Qual a relação entre o excesso de peso e o câncer?

    O câncer surge de alterações no DNA que levam ao crescimento desordenado de células. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), grande parte dos casos está ligada a hábitos como má alimentação, sedentarismo e excesso de peso.

    O oncologista Thiago Chadid destaca que, a cada 5 pontos que o IMC sobe, o risco de câncer aumenta cerca de 15% em mulheres e 13% em homens. Isso significa que uma pessoa que passa de IMC 22 para 27 já tem aumento de cerca de 25% no risco de desenvolver câncer.

    O risco está relacionado à gordura corporal, não apenas ao peso total. O excesso de gordura aumenta a probabilidade de câncer por três mecanismos principais:

    • Inflamação crônica: a gordura em excesso promove inflamação contínua, que facilita mutações genéticas e o crescimento de células anormais;
    • Desequilíbrio hormonal: há aumento de insulina e fatores de crescimento celular, que estimulam a proliferação tumoral;
    • Produção de estrogênio: em mulheres na pós-menopausa, a gordura abdominal torna-se a principal fonte de estrogênio, elevando o risco de câncer de mama.

    O excesso de peso está associado a pelo menos 13 tipos de câncer, como os de pâncreas, fígado, rins, intestino, estômago, mama e vesícula biliar, além de possíveis vínculos com câncer de próstata avançado e linfomas.

    O que são agonistas do GLP-1?

    Os agonistas do GLP-1 (peptídeo semelhante ao glucagon tipo 1) são medicamentos criados para tratar diabetes tipo 2. Eles imitam a ação de um hormônio intestinal que estimula a liberação de insulina, reduz o apetite e retarda o esvaziamento gástrico, promovendo saciedade.

    A semaglutida (Ozempic) é o exemplo mais conhecido. Além de controlar o metabolismo, age no sistema nervoso central, reduzindo a fome e facilitando dietas hipocalóricas, o que levou à sua adoção também no tratamento da obesidade.

    Ao reduzir o excesso de gordura, esses fármacos diminuem inflamação e desequilíbrios hormonais, podendo teoricamente reduzir o risco de câncer. Mas as evidências ainda estão sendo estudadas.

    Agonistas de GLP-1 e câncer: o que dizem as pesquisas científicas?

    Os agonistas de GLP-1 são medicamentos recentes, e as evidências sobre seu impacto no risco de câncer ainda são iniciais, embora promissoras.

    Um estudo publicado na JAMA Oncology com mais de 86 mil adultos com obesidade mostrou que o uso desses medicamentos reduziu o risco geral de câncer em cerca de 17%. Já uma análise nacional de 1,1 milhão de pacientes (revista Cancers, 2025) reforçou o potencial protetor — especialmente contra tumores de mama, próstata e trato gastrointestinal. A semaglutida mostrou forte proteção para cânceres digestivos.

    Aumento discreto de risco

    Apesar dos resultados positivos, alguns estudos observaram pequeno aumento de risco em casos específicos. A liraglutida foi associada a maior incidência de câncer de tireoide e pulmão em algumas populações, e a JAMA Oncology apontou aumento discreto (não significativo) de câncer renal.

    Segundo os pesquisadores liderados por Hao Dai, os GLP-1 parecem ter efeito protetor em vários tipos de câncer, mas ainda é preciso acompanhar a longo prazo para entender melhor os mecanismos e possíveis riscos em órgãos específicos.

    Thiago Chadid lembra que muitos estudos foram feitos com pessoas com diabetes tipo 2 — grupo que já tem risco maior de câncer — e que o grau de perda de peso influencia diretamente os resultados. Por isso, embora os dados sejam animadores, ainda não é possível afirmar com certeza que esses medicamentos previnem o câncer.

    E para quem já teve câncer?

    Não há evidências suficientes de que os agonistas de GLP-1 reduzam recidivas ou aumentem a sobrevida em quem já teve câncer. Também não se sabe se são totalmente seguros em pacientes com histórico de determinados tumores, como os de tireoide. O uso deve ser individualizado e decidido junto ao médico responsável.

    Quais são os melhores hábitos para prevenir a obesidade?

    O estilo de vida continua sendo o fator mais importante para prevenir obesidade e doenças associadas:

    • Alimentação equilibrada: prefira alimentos in natura e reduza ultraprocessados, fast food e bebidas açucaradas;
    • Atividade física regular: pratique pelo menos 150 minutos semanais de exercícios aeróbicos moderados e inclua treinos de força;
    • Sono de qualidade: dormir bem regula os hormônios da fome e da saciedade, como grelina e leptina;
    • Controle do estresse: o estresse crônico favorece ganho de peso; técnicas como meditação e respiração ajudam no equilíbrio emocional;
    • Hidratação adequada: beba água ao longo do dia e evite confundir sede com fome;
    • Evite álcool em excesso: é calórico e favorece o acúmulo de gordura e o risco de câncer.

    Aliado aos hábitos, o acompanhamento médico e nutricional é fundamental para prevenir e tratar a obesidade de forma personalizada e segura.

    Confira: Câncer de mama: o que é, sintomas, causa e como identificar

    Perguntas frequentes

    1. Quais tipos de câncer estão mais relacionados à obesidade?

    Segundo o INCA, a obesidade está ligada a tumores de esôfago (adenocarcinoma), estômago (cárdia), pâncreas, fígado, vesícula biliar, intestino, rins, mama (pós-menopausa), ovário, endométrio, tireoide, meningioma e mieloma múltiplo. Também há indícios de relação com câncer de próstata avançado, linfomas e câncer de mama em homens.

    2. Como a gordura corporal influencia no desenvolvimento do câncer?

    A gordura corporal libera substâncias inflamatórias, altera hormônios e favorece a resistência à insulina, criando um ambiente propício para mutações celulares. Além disso, a gordura abdominal produz estrogênio em excesso, aumentando o risco de câncer de mama e endométrio.

    3. Quem já teve câncer pode usar Ozempic?

    Em teoria, reduzir o peso e a inflamação pode trazer benefícios, mas ainda não há estudos robustos que confirmem a segurança e eficácia do Ozempic em pessoas com histórico de câncer. O uso deve ser avaliado individualmente e nunca feito sem prescrição médica.

    4. É possível prevenir a obesidade apenas com remédios?

    Não. Os medicamentos não substituem hábitos saudáveis. A prevenção envolve alimentação equilibrada, atividade física, suporte psicológico e, quando necessário, tratamento médico.

    5. Quanto de atividade física devo fazer para prevenir a obesidade?

    O Ministério da Saúde recomenda 150 a 300 minutos semanais de exercícios moderados (como caminhada ou dança) ou 75 a 150 minutos de atividades vigorosas (como corrida ou natação), distribuídos em três a cinco dias por semana. Mesmo pequenas mudanças, como usar escadas ou caminhar mais, ajudam a manter o corpo ativo e o peso sob controle.

    Leia também: Recidiva do câncer: por que ele pode voltar após o tratamento?

  • Exames urológicos após os 40 anos: quais o homem deve fazer?

    Exames urológicos após os 40 anos: quais o homem deve fazer?

    Com o passar dos anos, o corpo do homem passa por transformações que impactam diretamente a saúde urológica e sexual. A produção de testosterona diminui, o metabolismo desacelera e o risco de doenças, como câncer de próstata e distúrbios urinários, aumenta consideravelmente.

    Por isso, a partir dos 40 anos, o acompanhamento anual com o urologista torna-se essencial. Essa rotina ajuda a identificar precocemente alterações na próstata, desequilíbrios hormonais e até doenças silenciosas que evoluem sem sintomas. Quanto antes forem detectadas, maiores são as chances de tratamento simples e eficaz.

    Mas afinal, quais exames são indicados? Conversamos com o urologista Willy Baccaglini para esclarecer as principais dúvidas.

    Quais exames urológicos são indispensáveis após os 40 anos?

    Entre os 40 e 50 anos, o corpo passa por mudanças hormonais e metabólicas importantes. Por isso, o check-up urológico é fundamental para detectar alterações precocemente. Segundo Willy Baccaglini, os principais exames incluem:

    PSA total (Antígeno Prostático Específico)

    O PSA é um exame de sangue que mede a quantidade dessa proteína produzida pela próstata. Ele ajuda a avaliar a função da glândula e detectar precocemente alterações, como inflamações, hiperplasia benigna ou até câncer de próstata.

    Apesar de ser o exame mais conhecido, Willy destaca que ele não precisa ser feito anualmente em todos os casos. A frequência deve ser definida pelo urologista com base no histórico familiar e perfil de risco do paciente.

    Exame de urina simples

    O exame de urina detecta infecções, inflamações e presença de sangue, proteínas ou cristais — alterações que podem indicar doenças nos rins, bexiga ou próstata. Ele é fundamental para avaliar o trato urinário e identificar problemas silenciosos.

    Ultrassonografia de próstata

    A ultrassonografia permite visualizar a próstata e identificar aumento, cistos ou calcificações. Pode ser feita de duas formas:

    • Abdominal: com o transdutor sobre o abdômen;
    • Transretal: oferece imagens mais detalhadas e é indicada quando há suspeitas específicas.

    O exame é indicado especialmente quando há alterações no PSA ou sintomas urinários, como jato fraco, urgência para urinar ou sensação de bexiga cheia.

    Quando o exame de toque retal é necessário?

    O toque retal é solicitado quando há suspeita de alterações na próstata, como inflamação ou aumento. Costuma ser indicado se o paciente apresenta sintomas urinários ou dor na região pélvica.

    Para rastreamento do câncer de próstata, o Instituto Nacional de Câncer (INCA) recomenda que a decisão sobre o exame seja tomada em conjunto entre médico e paciente, após discutir riscos e benefícios. Normalmente, é realizado junto com o PSA.

    A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) reforça que homens negros ou com histórico familiar da doença devem começar o acompanhamento aos 45 anos, com frequência ajustada conforme orientação médica.

    Com que frequência os exames urológicos devem ser repetidos?

    A recomendação geral é que o homem faça uma avaliação anual com o urologista. No entanto, Willy explica que a periodicidade pode variar: em casos sem fatores de risco e exames normais, o intervalo pode ser um pouco maior, conforme avaliação médica.

    Como o histórico familiar influencia o check-up urológico?

    O histórico familiar pode antecipar o início dos exames, especialmente para câncer de próstata. Em alguns casos, o médico pode recomendar exames genéticos. Essas decisões devem ser discutidas com o urologista e, se necessário, com um geneticista.

    O que muda na prevenção de doenças urológicas depois dos 40?

    A partir dos 40 ou 50 anos, funções como urinar, manter ereções e equilibrar os hormônios exigem mais atenção. O check-up urológico nessa fase permite detectar precocemente:

    • Câncer de próstata;
    • Hiperplasia prostática benigna;
    • Infecções urinárias;
    • Distúrbios sexuais e hormonais.

    Além disso, a consulta é uma oportunidade para conversar sobre libido, desempenho sexual e impacto do estresse na vida do homem.

    Qual é a relação entre saúde sexual e saúde urológica?

    A saúde sexual masculina reflete a saúde urológica e cardiovascular. A partir dos 40 anos, alterações no desempenho sexual podem ser sinais precoces de doenças como hipertensão, diabetes ou baixos níveis de testosterona.

    “Questões situacionais também interferem na função sexual masculina, como estresse físico ou emocional e distúrbios do sono, que elevam os hormônios de estresse e impactam a testosterona”, explica Willy.

    Doenças crônicas e uso prolongado de medicamentos (antidepressivos, anti-hipertensivos, entre outros) também afetam a libido. O urologista pode indicar tratamento hormonal, medicamentos ou apoio psicológico, conforme a causa.

    Quais hábitos ajudam a manter a saúde urológica após os 40?

    Além das consultas anuais, adotar bons hábitos é essencial para prevenir doenças e garantir envelhecimento saudável:

    • Alimentação equilibrada: consuma frutas, verduras, legumes e grãos integrais; evite excesso de sal, álcool e ultraprocessados;
    • Hidratação constante: beba água ao longo do dia para proteger os rins e reduzir o risco de infecções e cálculos;
    • Atividade física regular: fortalece o coração, melhora a circulação e reduz o risco de disfunção erétil;
    • Evite cigarro e modere no álcool: ambos prejudicam a oxigenação do sangue e afetam a função sexual;
    • Durma bem: o sono regula hormônios e mantém bons níveis de testosterona;
    • Controle o estresse: técnicas de relaxamento e lazer ajudam a equilibrar o corpo e a mente.

    Confira: Exames de rotina para prevenir câncer: conheça os principais

    Perguntas frequentes sobre exames urológicos

    1. Com que idade o homem deve começar o check-up urológico?

    Homens devem procurar o urologista a partir dos 50 anos, mesmo sem sintomas. No entanto, quem tem histórico familiar de câncer de próstata ou é negro deve iniciar o acompanhamento aos 45 anos.

    2. O exame de PSA substitui o toque retal?

    Não. PSA e toque retal são exames complementares. O PSA mede níveis da proteína no sangue, enquanto o toque avalia alterações físicas na próstata. Alguns tumores não alteram o PSA, o que torna o toque essencial.

    3. Como o exame de toque é feito?

    O médico introduz o dedo indicador, com luva e lubrificante, no reto do paciente para palpar a próstata. O procedimento dura menos de 10 segundos, é seguro e indolor, feito de forma técnica e ética.

    4. É possível detectar doenças de rins e bexiga no check-up urológico?

    Sim, indiretamente. Embora não existam exames de rotina específicos para rins e bexiga, testes como urina e ultrassonografia podem revelar alterações que indiquem doenças nessas estruturas.

    5. Quais sintomas indicam problemas na próstata?

    • Dificuldade para urinar;
    • Jato urinário fraco;
    • Vontade frequente de urinar, principalmente à noite;
    • Ardência ou dor ao urinar;
    • Sangue na urina ou no sêmen;
    • Dor na parte baixa do abdômen ou nas costas.

    Esses sintomas não indicam necessariamente câncer, mas merecem avaliação médica.

    6. O que fazer se o PSA estiver alto?

    Um PSA elevado não indica automaticamente câncer. O médico pode repetir o exame e solicitar outros testes para investigar a causa. Infecções, inflamações e o próprio envelhecimento podem alterar o resultado.

    7. É verdade que o câncer de próstata não apresenta sintomas no início?

    Sim. A doença costuma ser silenciosa nas fases iniciais. O rastreamento preventivo permite diagnóstico precoce, quando as chances de cura superam 90%.

    Leia mais: Sintomas de próstata aumentada que não devem ser ignorados e quando procurar um urologista

  • Exames de rotina para homens: como cuidar da saúde urológica?

    Exames de rotina para homens: como cuidar da saúde urológica?

    Infecções de urina, pedras nos rins, infertilidade e até mesmo câncer são apenas alguns dos problemas de saúde que podem surgir ao longo da vida do homem. E, apesar da resistência em procurar atendimento médico no dia a dia, manter exames de rotina ajuda a identificar alterações antes que se tornem graves e afetem a qualidade de vida.

    O acompanhamento preventivo envolve consultas periódicas com o urologista e exames que avaliam o funcionamento dos rins, bexiga, próstata e hormônios — identificando precocemente possíveis alterações. Além disso, cuidar da saúde urológica traz benefícios que vão muito além da prevenção de doenças, influenciando também na energia, vida sexual e bem-estar geral.

    Afinal, quando o homem deve começar a ir ao urologista?

    A saúde urológica deve ser acompanhada ao longo de toda a vida, e não apenas na maturidade.

    Nos primeiros meses de vida, se houver suspeita médica, o pediatra pode encaminhar o bebê para avaliação com o urologista. Nessa fase, podem ser identificadas condições como fimose, hidrocele e criptorquidia (quando os testículos não descem para o escroto).

    Durante a puberdade, o corpo passa por intensas mudanças hormonais — momento ideal para orientar o adolescente sobre sexualidade, prevenção de ISTs e infertilidade. Também podem surgir infecções urinárias e alterações hormonais.

    Já na vida adulta, especialmente a partir dos 40 anos, os cuidados precisam ser mais frequentes. Nessa fase, aumentam os riscos de doenças como câncer de próstata, e o foco passa a ser a prevenção e o diagnóstico precoce de disfunções urinárias e sexuais.

    De acordo com a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU):

    • Homens sem histórico familiar de câncer de próstata devem iniciar os exames anuais aos 50 anos;
    • Homens com histórico familiar da doença devem começar aos 45 anos.

    Quais são os exames urológicos que o homem deve fazer?

    Segundo o urologista Willy Baccaglini, a saúde urológica é ampla e pode envolver aspectos da vida sexual, urinária e geral do homem. Alguns exames, porém, são mais comuns a partir dos 40 anos:

    Ultrassonografia de próstata

    A ultrassonografia prostática utiliza ondas sonoras para visualizar a glândula prostática e estruturas próximas, como a bexiga e as vesículas seminais. O exame avalia o tamanho e volume da próstata e ajuda a diagnosticar condições como hiperplasia benigna (aumento da próstata) e prostatite (inflamação).

    PSA total

    O PSA total (Antígeno Prostático Específico) é um exame de sangue que mede a quantidade dessa proteína produzida pela próstata. Níveis elevados podem indicar inflamação, infecção ou câncer de próstata, mas nem sempre significam algo grave.

    Willy explica que a frequência do exame deve ser definida pelo urologista conforme o perfil e o histórico de cada paciente, não sendo obrigatoriamente anual.

    Exame de urina simples

    O exame de urina avalia o trato urinário e detecta sinais de infecção, sangue, proteínas ou cristais. Nos homens, ajuda a identificar infecção urinária, cálculos renais, prostatite e até doenças renais crônicas.

    “Não há recomendação formal de exames de rotina para bexiga e rins em todos os homens, mas testes de acompanhamento podem identificar doenças precocemente”, observa Willy.

    Creatinina e ureia

    Esses exames avaliam a função renal, medindo a eficiência dos rins na filtragem do sangue. Alterações podem indicar insuficiência renal, desidratação ou sobrecarga por uso excessivo de medicamentos ou proteínas. São importantes especialmente para quem usa remédios contínuos ou tem histórico de doenças renais.

    Testosterona total e livre

    A testosterona é o principal hormônio masculino, regulando funções como libido, massa muscular, força e humor. A redução dos níveis pode causar fadiga, queda de desejo sexual e disfunção erétil. O exame ajuda a identificar a andropausa e outros distúrbios hormonais precocemente.

    Exames complementares

    O urologista pode solicitar outros exames, como hemograma completo, glicemia, colesterol e função hepática, além de exames de imagem (ultrassom ou ressonância) quando há suspeita de inflamação, tumores ou alterações mais graves.

    Quando o exame de toque retal é necessário?

    O toque retal é um procedimento rápido e indolor que permite avaliar o tamanho e a consistência da próstata. É essencial para detectar alterações como aumento benigno ou câncer.

    “O exame de toque ainda é necessário, principalmente em programas de detecção precoce do câncer de próstata”, explica Willy. O Instituto Nacional de Câncer (INCA) orienta que a decisão sobre o exame seja compartilhada entre médico e paciente.

    Homens negros ou com histórico familiar devem iniciar o acompanhamento urológico aos 45 anos, conforme recomendação da SBU.

    Com que frequência os exames urológicos devem ser feitos?

    A recomendação geral é realizar os exames anualmente a partir dos 40 anos, mas a frequência pode variar conforme histórico familiar e fatores de risco. Na ausência de alterações, o intervalo entre as consultas pode ser maior, segundo orientação do especialista.

    Sinais de alerta para procurar atendimento médico

    Mesmo com exames regulares, é importante observar sinais que exigem avaliação imediata:

    • Sangue na urina ou no esperma;
    • Dor ou ardência ao urinar;
    • Jato urinário fraco ou interrompido;
    • Vontade frequente de urinar à noite;
    • Dores na lombar ou na pelve;
    • Disfunção erétil persistente.

    Outros cuidados para manter a saúde urológica em dia

    • Beba bastante água: hidratar-se ajuda a eliminar toxinas, melhora a função dos rins e reduz o risco de infecções urinárias e cálculos renais;
    • Alimente-se bem: prefira frutas, verduras e grãos integrais; evite excesso de sal, álcool e alimentos processados;
    • Pratique atividade física: melhora a circulação, ajuda no controle de peso e protege a saúde cardiovascular e renal;
    • Não segure a urina: isso favorece o crescimento de bactérias e sobrecarrega a bexiga;
    • Tenha uma vida sexual segura: use preservativos e previna ISTs;
    • Durma bem e reduza o estresse: o equilíbrio emocional e o descanso são fundamentais para a saúde hormonal.

    “A saúde deve ser acompanhada de forma proativa, buscando cultivar saúde e não apenas tratar doenças. Alimentação, atividade física, sono e saúde mental são os quatro pilares principais”, reforça Willy.

    Confira: Infecção urinária: sintomas, causas e tratamento

    Perguntas frequentes sobre exames de rotina para homens

    1. Por que homens não vão ao médico?

    O medo de descobrir doenças, o constrangimento e a falta de informação fazem com que muitos homens evitem consultas. Segundo a SBU, 46% dos homens só procuram atendimento quando têm sintomas — o que aumenta o risco de diagnósticos tardios, como o câncer de próstata.

    2. O câncer de próstata tem sintomas visíveis?

    Nos estágios iniciais, não. Quando os sintomas aparecem, o tumor já pode estar avançado. Os principais sinais são dificuldade para urinar, jato fraco, sangue na urina ou no sêmen e dor na pelve.

    3. O uso frequente de medicamentos para ereção é perigoso?

    Sim, se feito sem orientação médica. O uso excessivo pode mascarar doenças cardíacas e causar dependência psicológica. Em pessoas com problemas cardiovasculares, pode provocar queda de pressão e arritmias.

    4. Como é feita a biópsia da próstata e quando ela é indicada?

    A biópsia é indicada quando exames como PSA ou toque retal apontam alterações. O procedimento é feito com agulha fina guiada por ultrassom transretal, sob anestesia local. Fragmentos da próstata são analisados em laboratório para verificar a presença de células cancerígenas.

    5. O que significa PSA alto e o que fazer?

    Um PSA elevado não indica automaticamente câncer. Pode ser causado por inflamações, infecções ou aumento benigno. O médico avaliará o histórico, poderá repetir o exame ou solicitar outros testes, como ultrassom ou ressonância.

    6. Existe algum preparo antes do exame de urina?

    Sim. O ideal é coletar a primeira urina da manhã (ou após 2 horas sem urinar), higienizar a região íntima e descartar o primeiro jato. Evite relações sexuais 24 a 48 horas antes e também exercícios físicos intensos.

    Leia também: Sintomas de próstata aumentada que não devem ser ignorados e quando procurar um urologista

  • Vitamina B3: o que essa vitamina faz pelo seu corpo 

    Vitamina B3: o que essa vitamina faz pelo seu corpo 

    A vitamina B3, também conhecida como niacina, é bem importante para o organismo. Ela participa da produção de energia, ajuda a manter o sistema nervoso funcionando bem, colabora na regeneração da pele e ainda pode contribuir para equilibrar os níveis de colesterol.

    Presente em alimentos do dia a dia, quando falta vitamina B3, o organismo sente: surgem cansaço, feridas na pele, alterações de humor e até sintomas neurológicos. Por outro lado, manter um bom aporte dessa vitamina é uma forma simples de cuidar da energia, da mente e até da aparência. Venha entender mais.

    O que é a vitamina B3

    A vitamina B3, também chamada de niacina, faz parte do grupo das vitaminas do complexo B e é solúvel em água. No corpo, ela participa da produção de energia, ajuda em reações que regulam o metabolismo de gorduras e colesterol, na reparação das células e ainda é importante para ajudar na proteção contra os radicais livres, que aceleram o envelhecimento celular.

    Por ser solúvel em água, o excesso de niacina é eliminado pela urina, o que torna importante obtê-la regularmente por meio da alimentação.

    Para que serve a vitamina B3

    A niacina realiza várias funções no organismo:

    • Produção de energia: participa do metabolismo de carboidratos, gorduras e proteínas;
    • Saúde da pele e mucosas: auxilia na regeneração celular e protege a pele;
    • Função cerebral e nervosa: contribui para o funcionamento do sistema nervoso;
    • Lipídeos sanguíneos: em doses terapêuticas, pode elevar o HDL (“bom”) e reduzir triglicérides;
    • Ação antioxidante: ajuda no combate ao estresse oxidativo;
    • Suporte hormonal: participa de reações ligadas ao metabolismo energético necessário à síntese de hormônios esteroides.

    Sintomas de deficiência

    Quando não há ingestão suficiente de niacina, pode surgir a pelagra, caracterizada por:

    • Dermatite: lesões cutâneas nas áreas expostas ao sol;
    • Diarreia;
    • Demência (comprometimento cognitivo);
    • Morte, em casos extremos não tratados.

    Outros sinais possíveis incluem:

    • Cansaço e fraqueza;
    • Perda de apetite;
    • Lesões na boca ou na língua;
    • Transtornos digestivos.

    Onde encontrar vitamina B3 (niacina)

    A niacina está presente em muitos alimentos. Boas fontes incluem:

    • Origem animal: carnes magras, frango, fígado, peixes;
    • Cereais integrais;
    • Leguminosas: feijão, lentilha;
    • Sementes e oleaginosas;
    • Levedo de cerveja;
    • Produtos enriquecidos/fortificados.

    Quanto consumir por dia

    As recomendações variam conforme idade, sexo e condição (gestantes, lactantes). Em adultos saudáveis, uma referência comum é 14 a 16 mg NE (Niacina Equivalente) por dia. Como a vitamina não é armazenada de forma significativa, o consumo regular é importante.

    Suplementação: quando é indicada

    A suplementação pode ser considerada em situações como:

    • Dietas restritas ou com baixa ingestão de proteína;
    • Condições que prejudicam a absorção intestinal;
    • Tratamento de dislipidemias, sob orientação médica e em doses específicas;
    • Deficiências documentadas.

    Lembre-se: doses altas de niacina podem causar rubor, coceira e até impacto hepático — por isso, sempre use sob supervisão profissional.

    Cuidados e curiosidades

    • Em doses terapêuticas (para colesterol), a niacina pode provocar rubor e calor facial como efeito colateral;
    • Nas doses alimentares, é considerada segura e o excesso é eliminado pela urina;
    • É relativamente resistente ao calor e às preparações culinárias comuns.

    Leia também: Vitamina E: importante para proteger células e muito mais

    Perguntas frequentes sobre vitamina B3

    1. Niacina e vitamina B3 são a mesma coisa?

    Sim. Niacina é o nome técnico mais usado; vitamina B3 é o termo comum.

    2. Tomar niacina ajuda no colesterol “bom”?

    Em doses terapêuticas, pode elevar o HDL e reduzir triglicérides, mas deve ser feita apenas com orientação médica.

    3. A deficiência de niacina é frequente?

    É rara em países com boa disponibilidade de alimentos, mas pode ocorrer em dietas restritas ou em casos de má absorção.

    4. Niacina pode causar efeito indesejado?

    Sim. Doses elevadas podem causar rubor, coceira e desconforto gástrico, além de possíveis efeitos hepáticos.

    5. Vegetarianos conseguem niacina suficiente?

    Sim, desde que incluam boas fontes vegetais (leguminosas, grãos integrais), sementes/oleaginosas e alimentos fortificados.

    6. Niacina ajuda em fadiga ou cansaço?

    Contribui para o metabolismo de energia, mas fadiga persistente deve ser investigada por outras causas médicas.

    7. Posso tomar suplemento de vitamina B3 junto com outras vitaminas do complexo B?

    Sim. Muitos suplementos combinam vitaminas do complexo B. Contudo, doses altas de niacina isolada devem ser acompanhadas por profissional de saúde.

    Leia mais: O que acontece no corpo quando falta vitamina A