Categoria: Prevenção & Longevidade

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  • Susto faz mal ao coração? Cardiologista explica

    Susto faz mal ao coração? Cardiologista explica

    Quantas vezes você já disse que quase morreu de susto? Em situações inesperadas, o coração acelera, as pernas ficam bambas e a respiração fica mais curta. A reação não é exagero do corpo, mas uma resposta fisiológica diante de uma possível ameaça.

    Em alguns casos, ela pode ser tão intensa que realmente achamos que vamos morrer. Mas afinal, será que isso é possível? Vamos entender a seguir!

    Mas o que é um susto e para que ele serve?

    Um susto é uma resposta imediata do organismo diante de algo que o cérebro interpreta como ameaça ou perigo repentino — o que pode ser um barulho, uma imagem inesperada, alguém que surge do nada ou até uma situação que ativa memórias de risco.

    Quando isso acontece, a cardiologista Juliana Soares explica que o corpo ativa uma reação automática, chamada de resposta de luta ou fuga, liberando hormônios como adrenalina e noradrenalina. Eles promovem um redirecionamento do sangue no corpo, direcionando-o para órgãos como os músculos, o coração e o cérebro, justamente para preparar o organismo para correr ou lutar.

    Por isso, em milésimos de segundo, o coração acelera, a pressão arterial pode subir e a respiração muda (daí a expressão “meu coração quase saiu pela boca”). Tudo isso acontece de maneira automática, sem que a pessoa tenha tempo para pensar ou racionalizar o que está acontecendo.

    Basicamente, é o organismo tentando garantir que você tenha energia e capacidade imediata para reagir ao que o cérebro entende como perigo.

    Por que o coração acelera durante o susto?

    O coração acelera durante o susto porque o corpo precisa reagir de forma muito rápida. Quando o cérebro identifica um risco, ele libera adrenalina e noradrenalina, que aumentam a frequência dos batimentos e a força de contração do coração para levar mais sangue, oxigênio e energia para órgãos como músculos, cérebro e pulmões.

    Com isso, o organismo fica preparado para correr, se defender, reagir ou tomar uma atitude imediata. O aumento dos batimentos é uma parte natural da resposta de luta ou fuga, que existe para proteger a vida em situações de perigo, mesmo quando o susto acontece em situações que não representam ameaça real.

    Isso é perigoso para a saúde?

    Para a maioria das pessoas, um susto não representa perigo para a saúde. Mas, para quem já tem problemas cardíacos ou predisposição, Juliana explica que a descarga de adrenalina pode provocar um pico de pressão arterial e desencadear arritmias, aumentando o risco de complicações como:

    • Aumento importante da frequência cardíaca;
    • Piora súbita da pressão arterial;
    • Ruptura de placa de gordura dentro de uma artéria;
    • Formação de coágulo e obstrução do fluxo sanguíneo;
    • Possibilidade real de infarto ou arritmia grave.

    Segundo Juliana, o infarto por estresse pode acontecer de duas maneiras. Em pessoas que já têm o comprometimento das artérias, durante o momento do susto, o aumento repentino da frequência cardíaca e da pressão arterial podem causar o rompimento de uma placa — o que leva a obstrução de uma artéria e, consequentemente, a um infarto.

    Ele também pode acontecer devido a uma condição chamada síndrome do coração partido, ou cardiomiopatia de Takotsubo. Ela é rara, mas pode ser grave porque provoca um enfraquecimento temporário do músculo do coração.

    Nessa situação, Juliana explica que ocorre uma descarga muito alta de adrenalina e noradrenalina, que altera o funcionamento do coração e reduz sua capacidade de bombear sangue. Os sintomas são praticamente iguais aos de um infarto comum, como dor no peito, falta de ar, palpitação, tontura e até desmaio. A diferença é que ela não provoca obstrução das artérias, sendo súbita, transitória e reversível após o tratamento correto.

    Pessoas com ansiedade ou pressão alta sentem o susto de forma mais intensa?

    De acordo com Juliana, quem tem pressão alta já convive com valores mais elevados no dia a dia, e a descarga de adrenalina no momento do susto pode fazer a pressão subir ainda mais, atingindo níveis perigosos. Isso aumenta o risco de sintomas mais fortes e, em alguns casos, até de complicações cardiovasculares.

    Já pessoas ansiosas costumam ter um sistema nervoso simpático mais sensível, então, quando o susto acontece, a resposta de alerta pode durar mais tempo, com coração acelerado, tremores e sensação de falta de ar que demoram a passar. Em algumas situações, a reação exagerada pode até evoluir para uma crise de pânico.

    Como o organismo volta ao estado de repouso

    O primeiro passo depois de um susto é se afastar do ambiente que desencadeou o mal-estar. Em seguida, você pode adotar respirações lentas e profundas para ajudar o corpo a desacelerar e recuperar o equilíbrio — além de manter uma boa hidratação, o que favorece o relaxamento do organismo.

    Depois que o susto passa, o sistema nervoso parassimpático entra em ação para desfazer a resposta de luta ou fuga e trazer o corpo de volta ao equilíbrio. Os batimentos cardíacos começam a desacelerar em poucos minutos, normalmente entre 5 e 10 minutos após o estímulo que causou o susto.

    Já a sensação de nervosismo, tremor ou corpo “ainda em alerta” pode levar um pouco mais de tempo para desaparecer completamente. Em média, entre 20 e 30 minutos o organismo costuma voltar ao estado normal.

    Quando procurar ajuda médica?

    Procure atendimento médico imediato nas seguintes situações:

    • Coração acelerado por mais de 30 minutos;
    • Dor ou aperto no peito;
    • Falta de ar ou dificuldade para respirar;
    • Sudorese intensa sem motivo aparente;
    • Tontura, desmaio ou sensação de desmaio iminente.

    Os sinais podem indicar alguma complicação desencadeada pelo pico de adrenalina, como arritmia, piora da pressão arterial ou até início de um quadro cardíaco agudo.

    A avaliação médica é importante para descartar problemas maiores e garantir que o coração volte ao funcionamento normal de maneira segura.

    Veja mais: Arritmia cardíaca: quando os batimentos fora de ritmo merecem atenção

    Perguntas frequentes

    Como diferenciar um susto de um infarto de verdade?

    O susto tende ao melhorar espontaneamente em minutos, de modo que os batimentos desaceleram e o desconforto diminui.

    Em casos de infarto, a dor no peito costuma ser forte, como um aperto, não passa com o tempo, pode irradiar para braço, costas ou mandíbula. A pessoa também pode sentir falta de ar, suor frio, náusea e tontura.

    Assim, se você apresentar sintomas persistentes ou intensos, trate como uma urgência e procure atendimento médico!

    O que fazer para acalmar o coração mais rápido?

    Algumas medidas podem ajudar a aliviar o coração acelerado, como:

    • Afastar-se do estímulo que causou o susto;
    • Sentar ou deitar com conforto;
    • Respirar lenta e profundamente (por exemplo, inspirar 4 segundos e expirar 6 segundos por alguns minutos);
    • Beber água;
    • Ficar em ambientes tranquilos, com pouca luz;
    • Focar no relaxamento muscular.

    Um susto isolado faz mal para o coração a longo prazo?

    Para pessoas sem doença cardíaca, um susto isolado não costuma deixar sequelas, pois o organismo foi feito para lidar com picos de estresse e retornar ao equilíbrio. O problema acontece quando os picos são muito frequentes e existem fatores de risco, como estresse crônico, sono ruim, sedentarismo e tabagismo.

    O coração pode “pular batidas” depois do susto?

    O coração pode apresentar batimentos irregulares logo após um susto porque a adrenalina age diretamente no nó sinusal, que é o marcapasso natural do coração. Ele torna o ritmo mais excitável e pode provocar batimentos extras ou a sensação de que o coração está falhando por alguns segundos.

    O susto pode causar desmaio?

    O susto pode causar desmaio porque o cérebro pode receber menos sangue por alguns segundos no pico do estresse. A circulação muda muito rápido e o corpo pode desligar por um instante como forma de proteção. Depois, a pressão tende a normalizar, o sangue volta a circular bem no cérebro e a pessoa acorda sozinha.

    No entanto, se o desmaio vier acompanhado de dor torácica intensa, falta de ar intensa ou demora para recuperar a consciência, é fundamental buscar atendimento médico imediato.

    Veja também: Dormir mal prejudica a saúde do coração? Conheça os riscos

  • Cafeína faz mal para o coração? Veja os efeitos (e quanto tomar)

    Cafeína faz mal para o coração? Veja os efeitos (e quanto tomar)

    Você sabia que quase todos os brasileiros consomem café diariamente? Seja ao acordar ou durante a tarde, a bebida é uma paixão nacional e ajuda a manter o corpo alerta, melhorar o foco e trazer sensação de aconchego em meio à rotina agitada.

    Mas, apesar de fazer parte do dia a dia de tantas pessoas, existem alguns pontos sobre o café (e a cafeína) que precisam de atenção para não prejudicar o organismo — sobretudo em pessoas que convivem com problemas cardiovasculares, como hipertensão e arritmia. Entenda mais, a seguir.

    Como a cafeína afeta o coração?

    De acordo com a cardiologista Juliana Soares, a cafeína é responsável por bloquear os receptores cerebrais de adenosina, uma substância que normalmente induz o relaxamento dos vasos e contribui para reduzir a atividade cardíaca. Quando isso acontece, ocorre um estímulo direto ao sistema nervoso central, o que aumenta a liberação de noradrenalina.

    A liberação de substâncias estimulantes aumenta a frequência dos batimentos cardíacos, deixando o coração mais acelerado por um período curto de tempo. Isso aumenta a sensação de alerta, melhora o foco e deixa o corpo em estado de maior atenção, algo comum quando o sistema nervoso simpático é ativado.

    Ao mesmo tempo, logo depois de tomar café, pode ocorrer um aumento temporário da pressão arterial — principalmente em quem não tem hábito de beber café ou quando a quantidade é muito alta, segundo Juliana. Isso acontece porque a cafeína prepara o corpo para uma reação de luta ou fuga.

    Nesta resposta, há liberação de adrenalina e constrição dos vasos sanguíneos, o que provoca elevação temporária da pressão e pode intensificar a sensação de batimentos mais rápidos. Ela costuma ser temporária, mas em pessoas sensíveis ou com problemas cardiovasculares, o corpo pode reagir de forma mais intensa, causando desconforto e palpitações.

    E os riscos do café?

    Os riscos do café existem quando o consumo é exagerado ou quando há alguma condição de saúde que torna o organismo mais sensível aos efeitos da cafeína. Por isso, é importante considerar alguns pontos, como:

    • Aumento transitório da pressão arterial, especialmente em pessoas que não bebem café regularmente ou que têm hipertensão não controlada. A cafeína ativa o sistema nervoso simpático e pode elevar a pressão por alguns minutos;
    • Palpitações, taquicardia e desconforto cardíaco em indivíduos sensíveis ou com arritmias pré-existentes. Nessas situações, mesmo quantidades pequenas podem gerar sensação de coração acelerado;
    • Ansiedade, irritabilidade e tremores, já que a cafeína estimula o sistema nervoso central. Em quem tem ansiedade generalizada, o café pode piorar sintomas;
    • Insônia e piora da qualidade do sono, sobretudo quando consumido no fim da tarde ou à noite. A cafeína permanece no organismo por horas e interfere no ciclo natural de repouso;
    • Refluxo e desconforto gastrointestinal em pessoas predispostas, porque o café aumenta a acidez e estimula a produção de ácido gástrico;
    • Aumento do risco de sintomas desagradáveis quando o consumo é muito alto (acima de 400 mg de cafeína por dia), incluindo dor de cabeça, sudorese, náusea e sensação de agitação.

    Pessoas com arritmia ou hipertensão devem evitar o café?

    O consumo de café deve ser moderado e levar em conta as condições individuais de cada pessoa, como explica Juliana. Pessoas com hipertensão podem beber café, desde que o consumo seja leve a moderado, sem exageros ao longo do dia.

    No caso de pessoas com arritmia, a recomendação é de atenção redobrada. Juliana aponta que doses altas de cafeína podem favorecer o aparecimento de arritmias pelo mesmo mecanismo de estímulo ao sistema nervoso simpático e aumento da frequência cardíaca. Em pessoas com arritmia prévia, essa elevação pode causar episódios mais intensos.

    Vale apontar que a sensibilidade à cafeína não é igual para todos: quem sente taquicardia, palpitações ou batimentos irregulares após consumir café deve reduzir ao máximo ou evitar a bebida.

    Qual a diferença entre a cafeína do café e de outras bebidas energéticas?

    O principal fator responsável pelo efeito estimulante do café, dos chás e dos energéticos é a presença de cafeína. O que muda entre as bebidas é a quantidade da substância em cada uma, segundo Juliana.

    Os energéticos costumam ter doses muito mais altas de cafeína e podem incluir outros estimulantes, como a taurina, além de grandes quantidades de açúcar — o que intensifica ainda mais o efeito no organismo. Os chás, por outro lado, normalmente apresentam concentrações menores de cafeína quando comparados ao café.

    Por isso, a resposta do organismo pode variar bastante. Com os energéticos, o pico de estimulação tende a ser mais rápido e mais intenso, elevando o risco de taquicardia, aumento transitório da pressão e sensação de agitação..

    No caso dos chás, o impacto costuma ser mais suave. Além da menor quantidade de cafeína, muitos contêm compostos que modulam a absorção e deixam o efeito mais gradual. Ainda assim, em pessoas sensíveis ou que já apresentam arritmias, qualquer fonte de cafeína pode desencadear desconforto.

    Quanto beber de café por dia?

    Para um adulto saudável, o recomendado é não ultrapassar 400 mg de cafeína por dia, o que equivale a aproximadamente três ou quatro xícaras de café filtrado.

    Em algumas situações, Juliana aponta que o limite deve ser mais baixo, como no caso de gestantes ou de pessoas com doenças cardíacas, para quem a orientação costuma variar entre 100 e 200 mg diários. O consumo acima do recomendado pode aumentar o risco de efeitos indesejados, incluindo alterações cardiovasculares.

    Como saber se estou exagerando no café?

    O excesso de café costuma provocar sinais ligados à superestimulação do sistema nervoso, como:

    • Ansiedade;
    • Agitação;
    • Palpitações;
    • Dificuldade para dormir;
    • Refluxo ou dor de estômago;
    • Alteração do funcionamento intestinal;
    • Irritabilidade;
    • Mau humor;
    • Dor de cabeça.

    Quando a quantidade ingerida ultrapassa o que o corpo consegue tolerar, começam a surgir sintomas incômodos que servem como alerta. Nesses casos, a dose deve ser reduzida e o corpo observado ao longo dos dias.

    Leia mais: Café: amigo do foco ou vilão da ansiedade? Descubra os efeitos no cérebro

    Perguntas frequentes

    Café prejudica o sono mesmo quando tomado à tarde?

    A cafeína permanece no organismo por horas, e em algumas pessoas a eliminação é mais lenta devido a diferenças genéticas e metabólicas. Tomar café no fim da tarde pode interferir no início do sono, reduzir a qualidade das fases profundas e causar despertares noturnos.

    A recomendação é evitar o café seis horas antes de dormir, especialmente para quem já possui dificuldade para adormecer ou distúrbios do sono.

    Quanto de cafeína tem no café?

    Uma xícara de café de cerca de 200 ml contém em média de 80 a 100 mg de cafeína, mas a quantidade pode variar bastante conforme o tipo de grão, o método de preparo e a intensidade da torra. Cafés mais concentrados, como expresso ou cold brew, por exemplo, podem apresentar valores maiores, enquanto versões mais suaves tendem a oferecer doses menores.

    Café causa dependência?

    O café pode gerar dependência leve, tanto pelo hábito quanto pelos efeitos estimulantes da cafeína. Quando o consumo é interrompido de repente, algumas pessoas apresentam dor de cabeça, irritabilidade, cansaço e dificuldade de concentração.

    Os sintomas costumam desaparecer em poucos dias. A dependência não é comparável à de outras substâncias, mas o consumo exagerado facilita esse ciclo de necessidade e abstinência.

    Café descafeinado faz mal ao coração?

    O descafeinado possui uma quantidade muito reduzida de cafeína, o que diminui efeitos como taquicardia, palpitações e insônia. Porém, ele mantém os polifenóis e parte dos antioxidantes naturais do café, o que preserva alguns benefícios cardiovasculares.

    Para quem tem arritmia, hipertensão descontrolada ou sensibilidade à cafeína, o descafeinado pode ser uma alternativa mais segura — desde que liberado pelo nutricionista.

    Café pode interferir em exames ou medicamentos?

    O café pode interferir em alguns medicamentos que afetam o sistema nervoso central, como ansiolíticos e estimulantes — e também pode alterar a absorção de certos remédios quando ingerido logo após o uso.

    Além disso, a cafeína pode distorcer resultados de exames que avaliam pressão, frequência cardíaca e estresse metabólico. Por isso, sempre é recomendável seguir as orientações médicas antes de exames ou durante tratamentos específicos.

    O organismo se acostuma com a cafeína ao longo do tempo?

    O organismo desenvolve tolerância quando o consumo de cafeína é constante. Então, com o passar dos dias ou semanas, quem bebe café regularmente passa a sentir menos os efeitos estimulantes iniciais, como aceleração dos batimentos, aumento transitório da pressão e sensação de energia imediata.

    Basicamente, isso acontece porque receptores cerebrais ligados à adenosina se adaptam ao estímulo contínuo, reduzindo a resposta fisiológica. Por outro lado, a adaptação pode levar a um aumento gradual da dose para obter o mesmo nível de alerta, o que eleva o risco de algumas pessoas exagerarem na dose.

    Café interfere no humor?

    Para muitas pessoas, o café ajuda a melhorar humor, motivação e disposição, graças ao aumento da atividade cerebral associada à liberação de dopamina e noradrenalina.

    Mas, em indivíduos mais sensíveis, a cafeína pode causar irritabilidade, impaciência e aumento da ansiedade, principalmente quando ingerida em grandes quantidades. A resposta emocional varia conforme genética, rotina, qualidade do sono e estado emocional — e observar mudanças de humor após o consumo ajuda a identificar o limite ideal para cada um.

    Veja também: Por que o café acelera o coração? Veja quantas xícaras você pode tomar

  • Magnésio para o coração: como o mineral ajuda no controle da pressão arterial

    Magnésio para o coração: como o mineral ajuda no controle da pressão arterial

    O magnésio é um mineral essencial para o funcionamento do organismo, atuando em centenas de reações bioquímicas que garantem o funcionamento adequado das células, dos músculos, dos nervos e do coração.

    Ele participa da produção de energia, ajuda na contração e no relaxamento dos músculos, auxilia na formação dos ossos e regula diversas reações químicas dentro das células. No coração, em especial, o magnésio atua na estabilidade elétrica das células cardíacas, ajudando a manter um ritmo regular e evitando alterações que podem levar a palpitações ou arritmias.

    Como o corpo não produz o mineral, é preciso obtê-lo diariamente por meio da alimentação ou, quando necessário, por suplementação indicada por um profissional de saúde.

    Qual a importância do magnésio para o coração?

    O magnésio participa de mais de trezentas reações que mantêm o corpo em funcionamento adequado, incluindo processos fundamentais para o sistema cardiovascular.

    A cardiologista Juliana Soares explica que o mineral consegue bloquear canais de cálcio, responsáveis por estimular a contração muscular. A regulação dessa entrada de cálcio permite que o músculo se contraia e, logo depois, relaxe de modo correto.

    No coração, o mineral ajuda o músculo cardíaco a relaxar a cada batimento, garantindo um funcionamento mais eficiente e evitando contrações excessivamente tensas. Nos vasos sanguíneos, o efeito é semelhante: ao bloquear a entrada de cálcio, o magnésio favorece o relaxamento da parede das artérias, o endotélio, promovendo a vasodilatação.

    Com os vasos mais dilatados, o sangue circula com mais facilidade, reduzindo a resistência dentro das artérias e diminuindo a sobrecarga sobre o coração. Por isso, Juliana reforça que o magnésio tem papel direto no controle da pressão arterial e no bom funcionamento do sistema cardiovascular como um todo.

    Magnésio ajuda a regular a pressão arterial e o ritmo cardíaco

    Quando o magnésio promove o relaxamento das artérias, Juliana explica que o coração passa a bombear o sangue com uma força menor, já que os vasos estão mais relaxados. Isso contribui para a redução da pressão arterial.

    Para completar, ele atua diretamente no ritmo cardíaco, pois participa de um processo essencial chamado transporte de sódio e potássio. Ao ajudar a equilibrar esse transporte, o mineral mantém o ritmo cardíaco mais estável e auxilia na prevenção de alguns tipos de arritmia.

    Quais os alimentos ricos em magnésio?

    O magnésio pode ser obtido principalmente por meio da alimentação, já que o corpo não produz o mineral e depende totalmente da ingestão diária para manter níveis adequados. A maneira mais simples e natural de garantir a reposição é incluir no dia a dia alimentos ricos no mineral, como:

    • Vegetais verde-escuros, a exemplo de espinafre, couve e brócolis;
    • Sementes variadas, como chia, linhaça, gergelim e sementes de abóbora;
    • Oleaginosas, entre elas amêndoas, castanha-do-pará e castanha-de-caju;
    • Leguminosas, como feijão, lentilha, ervilha e grão-de-bico;
    • Grãos integrais, como aveia e arroz integral;
    • Cacau e chocolate amargo;
    • Peixes como salmão e atum.

    Quando a suplementação de magnésio é indicada?

    A alimentação equilibrada costuma atender boa parte das necessidades diárias, mas algumas pessoas podem precisar de suplementação, segundo Juliana, principalmente em situações como:

    • Deficiência de magnésio;
    • Pacientes com hipertensão, arritmias ou outras condições cardíacas;
    • Atletas de alto rendimento, que podem perder magnésio pelo suor;
    • Uso de diuréticos, que aumenta a eliminação do mineral;
    • Situação de estresse, que consome as reservas naturais de magnésio.

    Nesses casos, o recomendado é procurar orientação de um médico, que pode definir a dose ideal para cada pessoa. Não se automedique!

    Sintomas da deficiência de magnésio

    Existe um tipo de deficiência chamada deficiência subclínica, em que a falta de um nutriente não é grande o suficiente para aparecer nos exames básicos, mas já é capaz de provocar sintomas. Isso ocorre principalmente pelo consumo excessivo de alimentos ultraprocessados, que não possuem fontes naturais de magnésio, como explica Juliana.

    Alguns sinais que podem indicar baixa de magnésio no organismo incluem:

    • Cãibras;
    • Tremor na pálpebra;
    • Tensão muscular;
    • Palpitações;
    • Aumento da pressão arterial de difícil controle;
    • Insônia;
    • Ansiedade;
    • Cansaço crônico.

    Excesso de magnésio também faz mal?

    O excesso de magnésio no sangue, chamado hipermagnesemia, é difícil de ocorrer apenas pela alimentação, mas o uso de suplementação não supervisionada, especialmente em pessoas com problemas renais, pode levar ao acúmulo do mineral.

    Segundo Juliana, o excesso pode provocar queda acentuada da pressão (hipotensão), batimentos cardíacos extremamente lentos (bradicardia) e, em casos extremos, um relaxamento tão intenso do músculo cardíaco que pode ocorrer parada cardíaca. Por isso, a suplementação deve ser sempre orientada por um profissional de saúde.

    Confira: Circunferência abdominal: por que é tão importante medir?

    Perguntas frequentes

    1. O que pode causar deficiência de magnésio?

    A causa mais comum da deficiência de magnésio envolve alimentação pobre em vegetais, sementes e oleaginosas, além de uso de diuréticos, problemas gastrointestinais, consumo excessivo de álcool e perdas aumentadas pelo suor.

    2. Quem pode precisar de suplementação de magnésio?

    A suplementação pode ser indicada para pessoas com deficiência confirmada, quadros de arritmia, hipertensão difícil de controlar, uso prolongado de diuréticos, atletas de grande volume de treino ou indivíduos com dietas muito restritas.

    3. Magnésio ajuda no sono e no estresse?

    A contribuição ocorre porque o mineral participa da regulação neuromuscular e da produção de energia, favorecendo relaxamento, qualidade do sono e estabilidade emocional, principalmente em momentos de tensão prolongada.

    4. Existe diferença entre os tipos de magnésio para suplementação?

    A diferença entre os tipos ocorre na forma como cada composto é absorvido e utilizado pelo organismo, já que o magnésio glicina, malato, dimalato, treonato e citrato apresentam características próprias. Por isso, a escolha deve considerar objetivo, tolerância digestiva e orientação de um profissional de saúde.

    5. Bebidas alcoólicas interferem nos níveis de magnésio?

    Sim, porque o álcool aumenta a eliminação urinária do mineral e dificulta a absorção adequada, o que ao longo do tempo reduz níveis corporais e piora sintomas relacionados à falta de magnésio, como cansaço, cãibras e irritabilidade.

    6. Como saber a quantidade ideal de magnésio por dia?

    A definição da quantidade ideal depende da idade, do estágio da vida, das condições de saúde, do nível de atividade física e da alimentação habitual, sendo recomendada avaliação individual com um profissional para ajustar a ingestão.

    Leia também: Pressão alta: quando ir ao pronto-socorro?

  • Isotônico ajuda na pressão baixa? Saiba quando funciona 

    Isotônico ajuda na pressão baixa? Saiba quando funciona 

    Se você é uma pessoa que treina com regularidade, já deve saber que as bebidas isotônicas podem ajudar na hidratação depois de um dia quente ou de uma corrida mais intensa. Também conhecidas como bebidas esportivas, elas foram formuladas para repor água, eletrólitos e carboidratos de maneira rápida, corrigindo perdas que ocorrem pelo suor durante atividades físicas prolongadas ou muito vigorosas.

    No caso de pessoas com pressão baixa, os isotônicos podem ser úteis em algumas situações. A queda de pressão muitas vezes está ligada à perda de líquidos ou ao esforço físico em ambientes quentes, casos nos quais a reposição de eletrólitos contribui para restabelecer equilíbrio entre a circulação e a temperatura corporal.

    No entanto, existem alguns cuidados importantes antes de incluir as bebidas isotônicas na rotina com a intenção de controlar os episódios de pressão baixa. Conversamos com a cardiologista Juliana Soares para esclarecer quando o consumo faz sentido e quando é necessário procurar um médico.

    Afinal, o que são bebidas isotônicas e para que servem?

    Os isotônicos são bebidas formuladas para repor, de maneira rápida, a água e os eletrólitos perdidos pelo suor durante atividades físicas intensas ou prolongadas. A composição combina água, sódio, potássio e carboidratos em concentrações semelhantes às do plasma sanguíneo, o que facilita a absorção e ajuda a manter equilíbrio entre hidratação, temperatura corporal e desempenho físico.

    Eles servem especialmente para evitar desidratação durante treinos intensos, corridas longas, esportes em clima quente ou situações em que há perda de suor muito acima do normal. Ainda, os isotônicos ajudam a manter a temperatura do corpo estável, sustentam desempenho físico e aceleram a recuperação após bastante esforço.

    Qual a diferença entre isotônicos e água?

    Para entender a diferença, é importante conhecer o conceito de osmolaridade, de acordo com Juliana. A osmolaridade é a quantidade de partículas dissolvidas em um líquido, como eletrólitos (sódio, potássio), glicose e outras moléculas. Quanto mais partículas uma solução tem, maior é a osmolaridade.

    Com base nisso, as soluções podem ser divididas em três grupos, de acordo com a quantidade de partículas dissolvidas em comparação ao sangue:

    • Hipotônicas: apresentam concentração menor de partículas do que o sangue, e a água pura é um exemplo. Por terem poucas partículas, entram nas células com mais facilidade e servem principalmente para repor líquido, não eletrólitos;
    • Isotônicas: possuem concentração de partículas muito parecida com a do sangue, como é o caso das bebidas isotônicas. Como a osmolaridade é semelhante, a absorção acontece de forma rápida e eficiente, permitindo repor água, sais minerais e energia ao mesmo tempo;
    • Hipertônicas: têm concentração maior de partículas do que o sangue. Por serem mais “concentradas”, elas puxam água das células para o líquido ao redor, e não são indicadas para hidratação pós-exercício, já que podem aumentar a sede e não corrigem perdas de suor de maneira adequada.

    Conforme explica Juliana, a água tende a se deslocar da solução menos concentrada para a mais concentrada. Por isso, a osmolaridade influencia diretamente a forma como o corpo absorve líquidos.

    A hidratação com água tem como função principal repor apenas o líquido perdido. Como a água é hipotônica em relação ao sangue, ela hidrata, mas não repõe eletrólitos.

    Por outro lado, a bebida isotônica repõe água, eletrólitos (como sódio e potássio) e carboidratos. Por ter osmolaridade semelhante à do sangue, é absorvida com mais rapidez pelo intestino e ajuda a corrigir desidratação de forma mais eficiente.

    Isotônicos são bons para pressão baixa?

    A solução isotônica pode ajudar quando a queda de pressão está relacionada à desidratação. Nesses casos, Juliana explica que a pressão baixa ocorre porque o volume de sangue circulante diminui, situação conhecida como hipovolemia. Quando o organismo perde muito líquido, seja por calor intenso, suor excessivo ou atividade física prolongada, a circulação fica comprometida e a pressão tende a cair.

    Como a solução isotônica contém água, sódio e glicose em concentração semelhante à do sangue, a absorção no intestino acontece de forma mais rápida e eficiente. Isso favorece a reposição do volume sanguíneo e melhora o mal-estar de maneira mais eficaz do que a água pura, que repõe apenas o líquido perdido.

    Contudo, vale lembrar que a solução isotônica não é um tratamento para hipotensão crônica. Ela apenas auxilia em quedas de pressão causadas por desidratação ou redução temporária do volume sanguíneo, como em dias muito quentes ou após exercícios intensos. Quadros de hipotensão crônica devem ser avaliados por um médico.

    Quando as bebidas isotônicas são indicadas?

    As bebidas isotônicas são indicadas quando há perda significativa de líquidos e eletrólitos, situação em que o corpo precisa de reposição mais completa do que a água oferece. Assim, podem ser úteis em situações como:

    • Exercícios intensos ou prolongados, como treinos de mais de uma hora, corridas longas, ciclismo, futebol e treinos de alta temperatura;
    • Atividades em ambientes muito quentes, que provocam suor excessivo e maior risco de desidratação;
    • Competições ou treinos repetidos no mesmo dia, em que o corpo não tem tempo suficiente para recuperar eletrólitos apenas com água e alimentação;
    • Episódios de grande sudorese, como após trabalhar sob sol forte ou praticar exercícios ao ar livre;

    Elas não são indicadas para consumo diário, nem para tratar pressão baixa crônica ou sintomas que aparecem sem relação com calor ou esforço físico. Os isotônicos também não são necessários em atividades físicas curtas, leves ou quando o objetivo é apenas manter a hidratação do dia a dia. Substituir água por isotônico sem necessidade não é recomendado, porque isso aumenta o consumo de açúcar e eletrólitos de forma desnecessária.

    Quem tem pressão baixa crônica pode beber isotônicos no dia a dia?

    A pressão baixa crônica (hipotensão crônica) acontece quando a pressão arterial fica baixa o tempo todo, e não só em momentos isolados. Por isso, é importante procurar um médico para descobrir por que a pressão está sempre baixa.

    Segundo Juliana, quando a queda de pressão é causada por mecanismos neuromediados, como na hipotensão postural (situação em que a pessoa está deitada ou sentada, levanta rápido e sente mal-estar), normalmente é indicado o aumento da ingestão de líquidos e de sódio.

    Nesses casos, as bebidas isotônicas até podem ajudar, porque fornecem água e eletrólitos como sódio e potássio, o que melhora o volume de sangue circulante. Contudo, além de sais minerais, os isotônicos também contêm carboidratos e açúcares, o que pode ser prejudicial a longo prazo quando é consumido sem necessidade. Por isso, o consumo não deve ser diário nem usado como substituto de uma hidratação adequada com água.

    Cuidados com o consumo excessivo

    O uso de isotônicos frequentemente, sem necessidade, pode causar alguns efeitos metabólicos indesejáveis. No caso do açúcar, Juliana explica que o uso constante pode provocar picos repetidos de glicemia, que ao longo do tempo favorecem resistência insulínica e podem, em algumas pessoas, evoluir para diabetes tipo 2. Eles também contribuírem para ganho de peso e outras alterações metabólicas que se instalam de forma gradual.

    Quanto ao sódio, o excesso prolongado pode alterar níveis de pressão arterial e sobrecarregar os rins. No entanto, para que isso ocorra, seria necessário um consumo muito elevado por longos períodos, bem acima do que costuma acontecer no uso ocasional de isotônicos.

    Em todos os casos, o ideal é que o consumo ocorra apenas em situações em que realmente fazem diferença, como durante exercícios prolongados, em dias muito quentes ou após grande perda de suor, evitando incluí-los na rotina diária sem orientação.

    Em todos os outros momentos, a hidratação com água continua sendo a forma mais segura e adequada de manter o equilíbrio do organismo.

    Como evitar crises de pressão baixa?

    Primeiro de tudo, pessoas com hipotensão devem consultar um médico para entender por que a pressão está sempre baixa e definir quais medidas fazem sentido para cada caso. Normalmente, para evitar crises de pressão baixa, alguns cuidados simples podem ajudar bastante no dia a dia, como:

    • Beber água ao longo do dia: a hidratação adequada evita queda do volume sanguíneo, que é uma das causas mais comuns de tontura e mal-estar em quem tem pressão baixa;
    • Fazer refeições menores e mais frequentes: grandes volumes de comida desviam sangue para o sistema digestivo e podem piorar a sensação de fraqueza; ajustar o consumo de sal, quando o médico indicar, também ajuda a manter a pressão mais estável;
    • Levantar-se lentamente: ao sair da cama ou de uma cadeira, fazer movimentos graduais evita a hipotensão postural, que acontece quando a pressão cai repentinamente ao mudar de posição;
    • Evitar ambientes quentes e abafados: o calor provoca vasodilatação, o que facilita quedas de pressão, especialmente quando a pessoa já está desidratada ou ficou muito tempo em pé;
    • Não permanecer longos períodos em pé parado: movimentar as pernas, caminhar um pouco ou contrair a panturrilha melhora o retorno venoso e ajuda a prevenir tonturas;
    • Considerar meias elásticas quando houver orientação médica: elas podem ajudar a impulsionar o sangue de volta ao coração, reduzindo a chance de queda de pressão, mas só devem ser usadas após avaliação profissional.

    No caso de tontura ou mal-estar por queda de pressão, Juliana orienta que é importante se deitar imediatamente ou sentar e colocar a cabeça entre os joelhos. Se estiver deitado, elevar as pernas ajuda no retorno venoso e melhora o fluxo de sangue para o cérebro.

    Veja também: Tempo seco pode piorar as alergias? Saiba o que fazer para se proteger

    Perguntas frequentes

    Quais são os sintomas mais comuns de pressão baixa?

    Os sintomas de pressão baixa incluem:

    • Tontura;
    • Visão embaçada;
    • Fraqueza súbita;
    • Suor frio;
    • Palidez;
    • Náusea ou confusão mental.

    Os sinais surgem porque o cérebro recebe menos sangue por alguns instantes, gerando respostas rápidas do organismo. Em quadros mais intensos, a pessoa pode desmaiar, especialmente quando está desidratada ou permanece muito tempo em pé sem se mover.

    Pressão baixa é perigosa?

    A pressão baixa ocasional normalmente não representa risco, principalmente quando está ligada ao calor, a desidratação ou a mudanças bruscas de posição. Porém, quedas frequentes, desmaios repetidos ou sintomas intensos merecem investigação de um médico, porque podem indicar distúrbios hormonais, anemia, arritmias ou efeitos de medicamentos.

    Por que levantar rápido pode provocar pressão baixa?

    Quando a pessoa se levanta abruptamente, o sangue se desloca para as pernas por ação da gravidade. O corpo precisa contrair vasos rapidamente para manter circulação adequada no cérebro, e se essa resposta demora alguns segundos, ocorre a hipotensão postural. É por isso que algumas pessoas levantam e sentem escurecimento da visão, zumbido e instabilidade.

    Quem tem pressão baixa deve evitar exercícios físicos?

    Não, pois os exercícios regulares fortalecem o sistema cardiovascular e melhoram a capacidade de resposta do corpo. Mas, o ideal é que a pessoa evite treinos em ambientes muito quentes, se hidrate antes e durante a atividade e se levante lentamente após exercícios no chão. Um profissional pode ajustar a intensidade e duração do treino.

    Tomar café ajuda a subir a pressão?

    O café pode melhorar temporariamente a disposição e a sensação de alerta, mas não é um tratamento para pressão baixa. A cafeína causa leve vasoconstrição e pode reduzir a sensação de mal-estar por alguns minutos, mas o efeito é curto e não atua sobre as causas reais da queda. Na verdade, em algumas pessoas, excesso de café pode até piorar sintomas como ansiedade e palpitações.

    Quem tem pressão baixa pode tomar banhos quentes?

    A água quente provoca vasodilatação, o que reduz a pressão arterial e pode causar tontura ao sair do banho, então é importante evitar banhos muito quentes. Para quem tem tendência à hipotensão, é recomendado manter temperatura morna e evitar duchas muito prolongadas em ambientes abafados.

    Veja mais: Doenças autoimunes: 10 sinais para você ficar atento

  • Como as vacinas ajudam a proteger o coração? Cardiologista explica

    Como as vacinas ajudam a proteger o coração? Cardiologista explica

    As vacinas são as principais ferramentas de prevenção contra infecções. Elas treinam o sistema imunológico para reconhecer e combater vírus e bactérias, protegendo o corpo contra doenças graves — inclusive complicações cardiovasculares.

    As infecções respiratórias, como a influenza, sobrecarregam o corpo e elevam significativamente o risco de infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC). Para se ter uma ideia, estudos mostram que, nas semanas seguintes a uma infecção viral, a chance de um ataque cardíaco pode ser até seis vezes maior, principalmente em adultos mais velhos.

    Isso acontece porque o vírus aumenta a viscosidade do sangue e provoca inflamação nas artérias, o que pode enfraquecer as placas de gordura acumuladas nas paredes dos vasos e favorecer a formação de coágulos. Quando esses coágulos bloqueiam a circulação, o resultado pode ser uma complicação grave, como infarto ou AVC. Vamos entender melhor, a seguir!

    Como as infecções respiratórias afetam o coração?

    As infecções respiratórias desencadeiam uma reação em cadeia no organismo que pode afetar de forma significativa o coração e os vasos sanguíneos — aumentando o risco de eventos cardíacos agudos. De acordo com a cardiologista Edilza Câmara Nóbrega, isso acontece por alguns mecanismos principais, como:

    • Inflamação sistêmica: a infecção viral provoca uma resposta inflamatória intensa em todo o corpo. A inflamação torna as placas de gordura (ateroscleróticas) nas artérias coronárias mais instáveis, elevando a probabilidade de rompimento;
    • Aumento da coagulação: o processo inflamatório também eleva a tendência do sangue a coagular. Com isso, podem se formar coágulos que bloqueiam completamente uma artéria (trombose), levando ao infarto;
    • Maior esforço cardíaco: a febre e a dificuldade para respirar aumentam a demanda de trabalho do coração, o que é perigoso em pessoas com doenças cardíacas prévias. A infecção pode causar taquicardia, elevação da pressão arterial e até agravar quadros de insuficiência cardíaca.

    O que a vacinação tem a ver com a saúde cardíaca?

    A vacinação contra a gripe é considerada uma das principais medidas de prevenção cardiovascular em pessoas com doenças do coração. Ao prevenir infecções respiratórias graves, a vacina reduz a inflamação no organismo e evita o pico inflamatório que pode desestabilizar as placas de gordura nas artérias.

    Além disso, “a vacinação demonstrou reduzir o risco de infarto, AVC e hospitalizações por insuficiência cardíaca e pneumonia em pacientes com cardiopatias. É, em essência, uma forma de proteger as artérias e o músculo cardíaco”, explica Edilza.

    Mesmo quando a pessoa vacinada contrai o vírus da gripe, a doença tende a ser mais leve e de curta duração, o que diminui o esforço do coração e contribui para uma recuperação mais rápida.

    Quem precisa ter atenção redobrada com a vacinação e o coração?

    Todos os pacientes com doenças cardíacas devem estar com o calendário vacinal em dia, mas alguns grupos merecem cuidado especial:

    • Pessoas com insuficiência cardíaca;
    • Pacientes que já tiveram infarto ou fizeram cirurgia cardíaca;
    • Indivíduos com doença arterial coronariana;
    • Pacientes com múltiplas comorbidades, como diabetes, hipertensão ou doença renal crônica.

    Além disso, idosos, gestantes e profissionais da saúde fazem parte dos grupos prioritários nas campanhas de vacinação.

    Além da gripe: quais vacinas ajudam a proteger o coração?

    Além da vacina da gripe, outros imunizantes também são importantes para proteger o sistema cardiovascular, como a vacina pneumocócica e a da covid-19.

    “A pneumonia é uma complicação grave da gripe e também pode levar ao infarto e à descompensação da insuficiência cardíaca. A vacinação reduz o risco de pneumonia e suas complicações cardiovasculares”, explica Edilza.

    Já a covid-19 pode causar inflamação sistêmica intensa, aumentando o risco de miocardite, trombose, infarto e AVC. A imunização reduz drasticamente a chance de quadros graves e complicações cardiovasculares.

    Cuidados antes e depois da vacinação

    Antes da vacinação

    • Em caso de febre alta ou infecção aguda, aguarde melhora;
    • Não interrompa medicamentos de uso contínuo;
    • Informe sempre ao profissional de saúde os tratamentos em uso.

    Depois da vacinação

    • Dor ou inchaço no local podem ocorrer por até dois dias;
    • Febre baixa e cansaço leve são comuns;
    • Reações intensas ou persistentes devem ser avaliadas pelo médico.

    Pacientes em tratamento oncológico também precisam se vacinar?

    A vacinação é recomendada e fundamental para pacientes em tratamento oncológico. “Embora o foco seja evitar infecções graves, a prevenção também protege o sistema cardiovascular ao reduzir inflamação e estresse no organismo”, afirma Edilza.

    Esses pacientes devem receber vacinas inativadas e seguir a orientação do oncologista quanto ao melhor momento para imunização.

    Leia também: Anemia e doenças cardíacas: por que requer cuidado redobrado?

    Perguntas frequentes sobre vacinação e coração

    A vacinação contra a gripe é indicada apenas para quem tem problemas cardíacos?

    Não. Ela é recomendada para toda a população, mas é ainda mais importante para pessoas com doença cardiovascular.

    Como a gripe pode causar infarto ou AVC?

    A inflamação causada pela infecção pode romper placas de gordura nas artérias e formar coágulos que bloqueiam a circulação.

    Pacientes com marcapasso ou stents podem tomar vacinas?

    Sim. A vacinação é segura e fortemente indicada nesses casos.

    Quem já teve infarto precisa se vacinar todo ano?

    Sim. A vacinação anual ajuda a reduzir o risco de novas complicações.

    É perigoso tomar várias vacinas no mesmo período?

    Não. O organismo está preparado para responder a múltiplas vacinas.

    O que fazer se eu tiver reação após a vacina?

    Reações leves são comuns. Caso os sintomas sejam intensos ou persistentes, procure orientação médica.

    Confira: Suspeita de infarto: conheça os erros que colocam vidas em risco e saiba como agir

  • Comer muito tarde pode causar diabetes? Saiba os riscos de comer perto da hora de dormir

    Comer muito tarde pode causar diabetes? Saiba os riscos de comer perto da hora de dormir

    Se você é uma daquelas pessoas que costuma jantar muito tarde por causa da rotina puxada, provavelmente já se perguntou se isso faz algum mal ao organismo. A correria do dia, o trânsito, o trabalho e as tarefas acumuladas acabam empurrando a última refeição para perto da hora de dormir — mas o hábito pode interferir no modo como o corpo funciona durante a noite. Vamos entender mais, a seguir.

    O que acontece com o corpo quando comemos muito tarde?

    A digestão noturna funciona de um jeito diferente porque o organismo segue um relógio natural, chamado ritmo circadiano, que reduz o metabolismo durante a noite. De acordo com a cardiologista Juliana Soares, quando escurece, o corpo começa a produzir melatonina, o hormônio do sono, que coloca o pâncreas em estado de descanso.

    Como o pâncreas libera a insulina, hormônio que ajuda a metabolizar o açúcar, comer tarde cria um descompasso entre a chegada do alimento e a capacidade do corpo de lidar com ele, já que o organismo reduz o ritmo metabólico à noite.

    Com isso, a cardiologista explica que a glicose permanece mais tempo circulando, e o pâncreas precisa trabalhar justamente quando deveria repousar, mas com menor eficiência. A liberação de insulina se torna mais lenta e menos eficaz, o que favorece o acúmulo de açúcar no sangue, o início da resistência insulínica e o aumento da gordura corporal.

    Comer tarde aumenta o risco de diabetes e pressão alta?

    Como a eficiência da insulina é menor durante a noite, há maior chance de o açúcar permanecer circulando no sangue (hiperglicemia), um efeito que pode se estender por toda a noite.

    Se isso acontece repetidamente, Juliana esclarece que o corpo passa a desenvolver resistência à insulina. O organismo entende que precisa produzir quantidades cada vez maiores do hormônio para metabolizar a glicose disponível, o que, com o tempo, pode evoluir para diabetes tipo 2.

    No caso da pressão arterial, durante a noite, acontece um processo natural chamado descenso noturno, fundamental para a regulação do sistema cardiovascular.

    Quando comemos muito tarde, a digestão mantém o organismo ativo e exige maior fluxo de sangue para o estômago, mantendo a pressão elevada mesmo durante o sono. A ausência dessa queda natural da pressão pode aumentar o risco de eventos como infarto e AVC.

    Por que não pode comer e dormir logo em seguida?

    O corpo não está preparado para realizar digestão intensa no momento em que deveria iniciar os processos de descanso e recuperação.

    A digestão exige gasto de energia, aumento do fluxo sanguíneo para o estômago e elevação da temperatura interna, enquanto o sono profundo depende justamente do contrário: redução da atividade metabólica e queda da temperatura corporal.

    Quando você deita logo após comer, alguns efeitos costumam ocorrer, como:

    • Digestão fica mais lenta e difícil, já que o estômago funciona melhor na posição vertical;
    • Temperatura interna aumenta, dificultando a entrada no sono profundo;
    • Sono se torna mais leve e fragmentado, levando a cansaço no dia seguinte;
    • Cortisol tende a subir pela manhã, porque o corpo precisa de estímulos extras para se manter alerta após uma noite de descanso ruim, favorecendo acúmulo de gordura abdominal;
    • Risco de refluxo aumenta, porque deitar logo após a refeição facilita o retorno do ácido ao esôfago.

    Qual deve ser o intervalo ideal entre a última refeição e o sono?

    Segundo Juliana, o recomendado é que a última refeição seja feita pelo menos três horas antes de dormir. O intervalo é suficiente para permitir o esvaziamento gástrico e para que os níveis de insulina e glicose diminuam após o processo de metabolização.

    O que deve ser evitado na refeição da noite?

    O horário da refeição é importante, mas o tipo de alimento pode intensificar ainda mais os efeitos no organismo.

    Juliana explica que carboidratos refinados, açúcares e gorduras saturadas são particularmente prejudiciais quando ingeridos à noite porque têm maior capacidade de desregular o relógio biológico, aumentar rapidamente a glicose e exigir um esforço maior do metabolismo justamente no período em que o corpo naturalmente reduz o ritmo.

    Quando não é possível comer mais cedo, seja por festas, imprevistos ou compromissos, a orientação é escolher refeições mais leves, de fácil digestão e com impacto menor na glicemia — como proteínas magras, vegetais, sopas e preparações simples.

    Além disso, optar por porções menores, mastigar com calma e evitar alimentos muito gordurosos ou ricos em carboidratos simples pode diminuir a sobrecarga sobre o sistema digestivo.

    Ao longo do dia, beber água e evitar bebidas alcoólicas próximas ao horário de dormir também contribui para uma digestão mais confortável e um descanso melhor, reduzindo os efeitos negativos de uma refeição tardia.

    Leia também: Pressão alta: quando ir ao pronto-socorro?

    Perguntas frequentes

    Deitar depois de comer é perigoso?

    O hábito de deitar logo após comer favorece o refluxo gastroesofágico, já que a posição horizontal facilita o retorno do conteúdo ácido para o esôfago. O estômago cheio também pressiona o esfíncter esofágico inferior, que funciona como uma válvula.

    Quando deitamos com o estômago ativo, aumentamos o risco de azia, sensação de queimação, tosse noturna e engasgos. Também prejudicamos a qualidade do sono, pois o corpo tenta digerir alimentos enquanto deveria iniciar o descanso metabólico.

    Quais são os melhores alimentos para comer à noite?

    À noite, o ideal é escolher alimentos de fácil digestão e com impacto menor na glicemia, como as proteínas magras. Elas não sobrecarregam o sistema digestivo, não elevam a glicose rapidamente e permitem que o organismo entre no descanso mais facilmente.

    Comer tarde engorda?

    O ganho de peso não é causado apenas pelo hábito de comer tarde, mas ele contribui para isso quando se torna frequente. Como o metabolismo está mais lento à noite, o corpo queima menos calorias enquanto digere o alimento.

    A liberação limitada de insulina também faz com que a glicose circule por mais tempo, favorecendo o armazenamento de gordura, especialmente na região abdominal.

    Para complementar, o sono piorado por refeições tardias altera hormônios da fome, como grelina e leptina, aumentando o apetite e diminuindo a saciedade no dia seguinte.

    O metabolismo de pessoas que trabalham à noite funciona de maneira diferente?

    O metabolismo de pessoas que trabalham à noite funciona de maneira alterada devido ao desalinhamento entre o ritmo circadiano interno e o horário de atividade laboral. Eles tendem a se alimentar em horários que o corpo reconhece como horários de repouso, o que aumenta o risco de resistência à insulina, ganho de peso e alterações do colesterol.

    Beliscar alimentos durante a madrugada é perigoso?

    Como o corpo está em ritmo de repouso e o metabolismo funciona de forma muito lenta, o hábito de beliscar alimentos na madrugada aumenta o risco de refluxo, piora do sono, ganho de gordura abdominal e desregulação da glicemia.

    Confira: Circunferência abdominal: por que é tão importante medir?

  • Circunferência abdominal: por que é tão importante medir?

    Circunferência abdominal: por que é tão importante medir?

    Você já deve saber que o grau de obesidade é medido pelo índice de massa corporal (IMC), que compara peso e altura para indicar se a pessoa está dentro da faixa considerada saudável. Mas então, por que é tão importante medir a circunferência abdominal?

    O acúmulo de gordura na região abdominal não envolve apenas questões estéticas, estando diretamente relacionado a maior risco cardiovascular e a alterações metabólicas importantes.

    A circunferência da cintura permite identificar quando há excesso de gordura visceral, localizada entre órgãos como fígado e pâncreas, que é considerada uma das formas mais perigosas de acúmulo de gordura no corpo.

    Por que a gordura visceral é tão perigosa?

    A gordura visceral é aquela que se acumula dentro do abdômen, ao redor de órgãos como fígado, pâncreas e intestinos. De acordo com a cardiologista Juliana Soares, ela é responsável por produzir substâncias inflamatórias e hormônios que alteram diretamente o funcionamento do organismo, mantendo o corpo em um estado de inflamação persistente.

    A liberação contínua das substâncias mantém o organismo em um estado de inflamação crônica, favorecendo aumento da pressão arterial, piora do colesterol e elevação da glicose circulante.

    Como a gordura visceral está localizada entre órgãos vitais, os ácidos graxos liberados chegam rapidamente ao fígado, estimulando maior produção de glicose e de lipoproteínas de muito baixa densidade, que contribuem para a formação de placas nas artérias.

    A cardiologista ainda explica que o conjunto de alterações aumenta a resistência à insulina, favorece o acúmulo de gordura no fígado e cria um ambiente favorável ao desenvolvimento de diabetes tipo 2, aterosclerose, infarto e AVC.

    Importância da circunferência abdominal

    A medida da cintura abdominal é um indicador da quantidade de gordura visceral presente no organismo, segundo Juliana. Quanto maior a circunferência da cintura, maior tende a ser o acúmulo de gordura visceral e, por consequência, maior o risco de doenças cardiovasculares e alterações metabólicas.

    Mesmo pessoas com o peso aparentemente normal podem apresentar acúmulo significativo de gordura interna na região abdominal, o que aumenta a probabilidade de desenvolver hipertensão, diabetes tipo 2, colesterol alto e um estado de inflamação crônica.

    “Existem indivíduos que estão com IMC dentro da faixa da normalidade, porém eles têm uma quantidade de gordura desproporcionalmente distribuída, tendo mais gordura visceral. Então, se a circunferência abdominal estiver acima dos limites, mesmo com peso normal e IMC dentro do adequado, há risco cardiovascular aumentado”, explica Juliana.

    Vale apontar que essas alterações surgem de maneira gradual e muitas vezes sem sintomas, à medida que o organismo permanece exposto a inflamação persistente, circulação comprometida e desequilíbrios metabólicos prolongados.

    Qual é a medida ideal para homens e mulheres?

    De acordo com a Organização Mundial da Saúde, os valores de referência são:

    Circunferência abdominal em mulheres

    • Ideal: menor que 80 cm;
    • Risco aumentado: entre 80 cm e 88 cm;
    • Alto risco: maior que 88 cm.

    Circunferência abdominal em homens

    • Ideal: menor que 94 cm;
    • Risco aumentado: entre 94 cm e 102 cm;
    • Alto risco: maior que 102 cm.

    O aumento da gordura visceral é influenciado por fatores que alteram o metabolismo e favorecem o acúmulo na região da cintura, como alimentação rica em ultraprocessados, sedentarismo, consumo frequente de bebidas alcoólicas e sono de má qualidade.

    A genética e o envelhecimento também interferem na distribuição da gordura corporal, facilitando o acúmulo com o passar dos anos.

    Como medir a circunferência abdominal em casa?

    A medição da circunferência abdominal em casa é simples e pode ser feita com uma fita métrica comum. Veja o passo a passo:

    1. Tire os sapatos e deixe a região da cintura livre de roupas, para que a fita encoste diretamente na pele;
    2. Fique em pé, com postura ereta, pés paralelos e afastados na largura do quadril, braços relaxados ao lado do corpo e abdômen solto, respirando normalmente;
    3. Passe a mão abaixo das costelas até encontrar a última costela fixa (10ª costela). Faça uma marca leve com caneta;
    4. Toque a parte mais alta do osso do quadril (crista ilíaca) e faça outra marca;
    5. Encontre o ponto médio entre as duas marcações; é ali que a circunferência deve ser medida;
    6. Passe a fita métrica ao redor do corpo na altura do ponto médio, certificando-se de que ela esteja paralela ao chão e não aperte a pele;
    7. Inspire e solte totalmente o ar, mantendo o abdômen relaxado, e então faça a leitura olhando a fita na altura dos olhos;
    8. Retire a fita e anote o valor encontrado em centímetros para acompanhar a evolução ao longo do tempo.

    Como reduzir a circunferência abdominal?

    A gordura visceral responde diretamente a fatores metabólicos e hormonais do dia a dia, então a redução da circunferência abdominal depende de mudanças na alimentação, na rotina de exercícios e no controle do estresse. Juliana recomenda as estratégias mais adequados:

    • Educação alimentar com menor ingestão de carboidratos refinados e açúcares;
    • Reduzir o consumo de doces, bebidas açucaradas e alimentos ultraprocessados;
    • Aumento do consumo de fibras e proteínas, que prolongam a saciedade e ajudam no controle da glicose;
    • Prática regular de exercícios aeróbicos de intensidade moderada a alta, como caminhada rápida, corrida ou natação, favorecendo a queima de gordura visceral;
    • Inclusão de exercícios de força, como musculação e treinos de resistência, que aumentam a massa muscular e melhoram a sensibilidade à insulina;
    • Gerenciamento do estresse e manutenção de sono adequado, medidas que ajudam a regular o cortisol e evitam o acúmulo de gordura na região abdominal.

    Leia também: Gordura visceral: como ela se relaciona ao risco cardíaco?

    Perguntas frequentes

    A circunferência abdominal substitui o IMC?

    A circunferência abdominal não substitui completamente o IMC, mas é importante para complementar a avaliação. O IMC aponta a relação entre peso e altura, porém não indica onde a gordura está distribuída. Por exemplo, duas pessoas com IMC igual podem ter riscos diferentes, dependendo da presença de gordura visceral.

    Por isso, a circunferência da cintura é útil para identificar quem tem maior exposição ao risco, mesmo com peso aparentemente adequado.

    Por que o estresse aumenta a gordura abdominal?

    O estresse é responsável por elevar os níveis de cortisol, hormônio que favorece o acúmulo de gordura na cintura e aumenta o apetite, especialmente por alimentos calóricos. Quando o cortisol permanece alto por longos períodos, o organismo passa a armazenar mais gordura visceral, alterando a regulação da glicose, do colesterol e da pressão arterial.

    Beber álcool contribui para o aumento da barriga?

    O álcool interfere diretamente no metabolismo das gorduras, sobrecarrega o fígado e estimula o armazenamento de gordura na região abdominal.

    As bebidas alcoólicas também acrescentam calorias adicionais e favorecem o consumo exagerado de alimentos, criando um ambiente ideal para o aumento da circunferência abdominal.

    Reduzir a circunferência abdominal melhora o risco cardiovascular?

    Sim! Mesmo pequenas reduções já podem diminuir a pressão arterial, melhorar a sensibilidade à insulina, reduzir triglicerídeos e diminuir a inflamação sistêmica.

    Como a gordura visceral é metabolicamente ativa, qualquer queda na sua quantidade reflete rapidamente em benefícios para o coração e para o metabolismo.

    Por que algumas pessoas têm tendência maior a acumular gordura na barriga?

    A predisposição ao acúmulo de gordura abdominal depende de fatores genéticos, hormonais e comportamentais. Algumas pessoas têm metabolismo que direciona mais gordura para a região da cintura, enquanto outras acumulam mais no quadril ou nas coxas. O envelhecimento e alterações hormonais, como a queda do estrogênio nas mulheres, também favorecem o aumento da gordura visceral.

    Quanto tempo leva para reduzir a circunferência abdominal?

    O tempo pode variar conforme alimentação, rotina de exercícios, sono e genética de cada pessoa. Alguns observam mudanças em poucas semanas, enquanto outras precisam de meses para notar redução significativa.

    O mais importante é manter consistência nas escolhas diárias, porque a gordura visceral responde de forma previsível ao conjunto de hábitos saudáveis, trazendo benefícios progressivos para o metabolismo e para o coração.

    Confira: 6 dicas para quem está começando a usar canetas emagrecedoras

  • Por que cuidar da mente também é cuidar do coração? Cardiologista explica

    Por que cuidar da mente também é cuidar do coração? Cardiologista explica

    Não é preciso apenas uma alimentação saudável e a prática de exercícios para manter o coração saudável. Na verdade, sabia que o equilíbrio emocional também influencia diretamente na pressão arterial, frequência cardíaca, liberação de hormônios e processos inflamatórios?

    Quando uma pessoa vive diariamente sob estresse, ansiedade ou tristeza, o organismo permanece em estado de alerta, aumentando os níveis de cortisol e adrenalina no corpo, sobrecarregando o sistema cardiovascular.

    O resultado é um risco maior de pressão alta, aumento dos batimentos e desgaste dos vasos, deixando o coração mais vulnerável a problemas no futuro.

    Como a saúde mental afeta a saúde do coração?

    Segundo a cardiologista Juliana Soares, o organismo possui um eixo neuro-hormonal (hipotálamo-hipófise-adrenal), que orquestra a liberação de uma série de hormônios — incluindo os hormônios do estresse, como cortisol e adrenalina.

    Quando ocorre alguma alteração emocional no dia a dia, como estresse ou nervosismo, os hormônios são liberados na corrente sanguínea, causando o aumento da pressão arterial, acelerando os batimentos cardíacos e preparando o corpo para situações de alerta. Eles também alteram a liberação de glicose, o que afeta diretamente a saúde cardiovascular.

    Além disso, em situações de estresse intenso, o organismo permanece em estado de luta ou fuga, causada pela ativação do sistema nervoso simpático. Quando a situação é constante, pode acontecer uma sobrecarga do sistema cardiovascular.

    Ansiedade e depressão podem aumentar o risco de doenças cardíacas?

    Tanto a depressão quanto a ansiedade estão associadas a um maior risco cardiovascular. Quando uma pessoa vive em estado de alerta constante, como ocorre na ansiedade, o corpo libera mais adrenalina, noradrenalina e cortisol, hormônios que elevam a pressão arterial, aceleram os batimentos e aumentam a inflamação no organismo.

    Quando o estado é constante, o coração fica sobrecarregado, favorecendo alterações metabólicas que aumentam o risco de doenças cardiovasculares.

    No caso da depressão, Juliana explica que a doença é reconhecida como um fator de risco independente para o desenvolvimento de doença arterial coronariana, associada a infarto e AVC.

    Nesses quadros, o organismo tende a permanecer em um padrão de inflamação contínua, que prejudica a saúde dos vasos sanguíneos e facilita a formação de placas de gordura nas artérias.

    Além dos efeitos químicos diretos, a ansiedade e a depressão favorecem um estilo de vida não saudável:

    • É comum que pessoas deprimidas ou muito ansiosas parem de se exercitar, o que é fundamental para um coração saudável;
    • Muitas vezes, elas recorrem a comidas não saudáveis (ricas em açúcar e gordura) como conforto;
    • O uso de cigarro e o álcool pode aumentar, hábitos que são terríveis inimigos do coração;
    • O cansaço e a falta de energia fazem com que seja mais difícil seguir os tratamentos médicos (como tomar remédios para pressão ou diabetes) de forma correta.

    Emoções intensas podem ser perigosas?

    De acordo com Juliana, emoções intensas ativam rapidamente os eixos neuro-hormonais do cérebro e o sistema nervoso autônomo, provocando uma liberação maciça de cortisol, adrenalina e noradrenalina na corrente sanguínea.

    Em pessoas com predisposição, especialmente aquelas que já apresentam placas nas artérias, o aumento súbito da pressão arterial e da frequência cardíaca pode servir como gatilho para um infarto.

    Em alguns casos mais raros, pode acontecer o enfraquecimento súbito do músculo cardíaco, conhecido como síndrome do coração partido, ou cardiomiopatia de Takotsubo. Os sintomas são quase iguais aos de um infarto, com dor súbita e intensa no peito, falta de ar e arritmias.

    Mas, na maioria das vezes, a síndrome é transitória e o músculo cardíaco costuma voltar à sua forma e função normal dentro de algumas semanas (normalmente de 7 a 30 dias).

    Como é possível reduzir o risco cardíaco?

    Além da prática regular de atividades físicas e uma alimentação equilibrada, uma das principais medidas para reduzir o risco de problemas cardíacos é cuidar da saúde mental e emocional. Isso pode ser feito de diversas formas, como:

    • Praticar técnicas de relaxamento, como meditação ou respiração profunda;
    • Manter uma rotina de sono adequada e de boa qualidade;
    • Reservar momentos de lazer e descanso ao longo da semana;
    • Buscar apoio psicológico, seja por terapia ou acompanhamento especializado;
    • Uso de medicamentos, quando indicado pelo médico;
    • Manter um sono adequado, dormindo horas suficientes e garantindo um ambiente tranquilo;
    • Cultivar vínculos sociais positivos, com familiares, amigos ou grupos de convivência;
    • Reduzir o excesso de estímulos e sobrecarga no dia a dia, organizando melhor as demandas.

    Pequenos ajustes na rotina, acompanhados de atenção aos próprios limites, já podem fazer grande diferença ao longo do tempo. Mas é importante reconhecer que, em alguns momentos, lidar sozinho com a ansiedade, a tristeza profunda ou a sensação de esgotamento pode ser difícil.

    Se você começar a sentir que perdeu a capacidade de enfrentar o dia a dia, procure um serviço de emergência de saúde mental imediatamente ou ligue para o CVV no número 188.

    Confira: 7 sinais de que seu cansaço não é apenas falta de sono

    Perguntas frequentes

    Como o sono ruim prejudica o coração?

    O sono é o momento em que o corpo regula hormônios, controla a pressão e estabiliza batimentos. Quando a pessoa dorme mal por vários dias, o organismo entra em desequilíbrio, aumentando inflamação, resistência à insulina e tensão muscular. A longo prazo, isso eleva o risco de hipertensão, obesidade, diabetes e doenças coronárias.

    Existe ligação entre burnout e problemas cardíacos?

    A síndrome de burnout mantém o organismo em estado de exaustão emocional e física, o que sobrecarrega o coração de forma contínua. O corpo passa semanas ou meses liberando hormônios de estresse, alterando o sono e prejudicando o metabolismo, fatores que elevam o risco de hipertensão, arritmias e eventos cardíacos importantes.

    Como diferenciar crises de ansiedade de problemas cardíacos?

    A crise de ansiedade costuma surgir de forma abrupta, acompanhada de medo intenso, mãos suadas, tremores e sensação de perda de controle, melhorando após alguns minutos.

    Já os problemas cardíacos tendem a causar dor mais contínua e profunda, que pode irradiar para braço, mandíbula ou costas, além de não melhorar com respiração lenta.

    Como as sensações podem confundir, a avaliação médica é fundamental quando os episódios são repetidos, intensos ou acompanhados de fatores de risco.

    O coração pode sofrer com sobrecarga emocional sem que exista doença cardíaca?

    O coração pode reagir intensamente a períodos de estresse, susto, luto ou ansiedade prolongada, mesmo quando está estruturalmente saudável. Os batimentos acelerados, dor no peito e sensação de desmaio podem surgir sem lesão física, porque o corpo interpreta emoções fortes como ameaças reais.

    O mecanismo natural de defesa causa sintomas cardíacos que desaparecem quando o equilíbrio emocional retorna.

    Como o ambiente de trabalho influencia a mente e o coração?

    Os ambientes de trabalho muito exigentes, com prazos constantes e pouco tempo de descanso, mantêm o corpo em alerta contínuo. Isso aumenta o estresse, altera o sono e favorece comportamentos como comer rápido ou pular refeições. Com o passar dos meses, o coração sente o impacto da sobrecarga, que eleva pressão e desgaste cardiovascular.

    Leia também: Crise de ansiedade: o que fazer e como controlar os sintomas

  • PCR ultrassensível: o que é, para que serve e valores de referência

    PCR ultrassensível: o que é, para que serve e valores de referência

    Quando o organismo está convivendo com algum processo inflamatório ou infeccioso, ele aciona mecanismos de defesa para controlar o problema, como ocorre com o aumento da proteína C reativa no sangue.

    Produzida pelo fígado, ela circula rapidamente pela corrente sanguínea e funciona como um sinal de que o sistema imune está em alerta, mesmo quando você não apresenta sintomas.

    Como pequenas variações do marcador já podem indicar inflamações discretas, o exame de PCR ultrassensível se tornou importante para detectar alterações mínimas, avaliar risco cardiovascular e acompanhar doenças que envolvem inflamação contínua no corpo.

    O que é a proteína C reativa ultrassensível?

    A proteína C reativa é uma proteína produzida pelo fígado e liberada na corrente sanguínea quando o organismo enfrenta um processo inflamatório ou infeccioso, mesmo que muito discreto. Ela é usada para avaliar a possibilidade de existir alguma infecção ou inflamação não visível, além de avaliar o risco que uma pessoa tem de desenvolver doenças cardiovasculares.

    Segundo a cardiologista Juliana Soares, o exame PCR ultrassensível utiliza um método mais sensível para detectar a presença da PCR mesmo em concentrações muito baixas.

    Para que serve o exame PCR ultrassensível?

    O exame PCR ultrassensível serve para identificar uma inflamação crônica de baixo grau no organismo, algo que muitas vezes não causa sintomas, mas está fortemente associada ao desenvolvimento e rompimento de placas de gordura nas artérias (processo chamado aterosclerose) — o que podem levar a situações como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).

    Por isso, ele é usado como um marcador de risco cardiovascular, ajudando a estimar a probabilidade de ocorrer um evento cardíaco mesmo em quem não apresenta sinais evidentes de doença.

    A avaliação permite identificar pessoas que, mesmo com exames tradicionais aparentemente normais, podem estar vivendo um processo inflamatório contínuo que eleva de forma discreta o risco para o coração.

    Para complementar, o PCR ultrassensível é útil para monitorar a resposta ao tratamento da inflamação, que pode incluir desde mudanças no estilo de vida até o uso de medicamentos.

    Importante: o resultado do PCR não mostra qual é a causa da inflamação ou da infecção, apenas indica que o organismo está reagindo a algum processo inflamatório. Por isso, o médico precisa avaliar o valor encontrado junto do histórico de saúde da pessoa e, se necessário, solicitar outros exames para identificar a origem do problema de forma precisa.

    Como o exame é feito?

    O exame PCR ultrassensível é simples e feito por meio de uma coleta de sangue, realizada em laboratório ou unidade de saúde. A amostra é enviada para análise, onde técnicas mais sensíveis conseguem identificar quantidades muito pequenas da proteína C reativa circulando no organismo.

    Na maior parte dos casos, não é necessário fazer jejum para o exame, apesar de alguns serviços possam solicitar conforme o protocolo interno. O ideal é que a coleta seja feita quando a pessoa estiver sem sinais de infecção, febre ou inflamação recente, porque qualquer quadro agudo eleva temporariamente o valor e interfere na interpretação.

    O resultado é liberado em unidades de miligrama por litro (mg/L), e a interpretação deve sempre feita por um médico, considerando o contexto clínico, fatores de risco associados, histórico pessoal e outros exames que compõem a avaliação cardiovascular.

    Valores de referência do PCR ultrassensível

    A interpretação do PCR ultrassensível é feita a partir da quantidade da proteína C reativa no sangue, medida em miligrama por litro (mg/L). A leitura dos valores ajuda a entender se há uma inflamação discreta no organismo e qual é o risco cardiovascular associado.

    Os resultados do exame costumam ser avaliados em duas situações diferentes:

    Indicadores relacionados ao risco cardiovascular

    • Abaixo de 0,1 mg/dL: risco baixo;
    • Entre 0,1 e 0,3 mg/dL: risco intermediário;
    • Acima de 0,3 mg/dL: risco elevado.

    Indicadores relacionados a infecções ou inflamações agudas

    • Entre 1,0 e 5,0 mg/dL: quadro compatível com infecções virais ou inflamações leves;
    • Entre 5,1 e 20,0 mg/dL: sugestivo de infecções bacterianas ou inflamações sistêmicas;
    • Acima de 20,0 mg/dL: associado a infecções graves, queimaduras extensas ou traumas importantes.

    É importante ressaltar que a interpretação de qualquer exame laboratorial, incluindo a PCR, deve sempre ser feita por um médico, correlacionando os resultados com o histórico clínico e outros exames do paciente.

    Com que frequência o exame deve ser feito?

    A frequência do exame varia de pessoa para pessoa e depende dos fatores de risco, do estado de saúde e do tipo de acompanhamento necessário, segundo Juliana.

    No começo, o médico costuma pedir o PCR ultrassensível para entender o risco cardiovascular inicial, junto com outros exames. Depois, o teste pode ser repetido para verificar se o tratamento e as mudanças de hábitos estão funcionando.

    Assim, o PCR ultrassensível pode ser feito novamente ao longo do acompanhamento, sempre junto dos exames de rotina.

    Qual a diferença entre PCR comum e PCR ultrassensível?

    De acordo com Juliana, a diferença principal está na sensibilidade do exame. A proteína C reativa aparece no sangue quando o organismo enfrenta inflamação ou infecção, mas a capacidade de detectar pequenas quantidades varia conforme o tipo de teste.

    O PCR comum só identifica valores acima de um certo limite, funcionando melhor para investigar inflamações ou infecções agudas.

    Por outro lado, o PCR ultrassensível detecta quantidades muito pequenas da proteína, permitindo avaliar inflamação crônica de baixo grau ligada ao risco cardiovascular. Por isso, o objetivo de cada exame é diferente.

    Quais fatores podem causar o aumento do PCR ultrassensível?

    Os fatores de risco ligados às doenças cardiovasculares costumam gerar inflamação contínua no organismo, segundo Juliana, o que aumenta a PCR ultrassensível:

    • Diabetes e resistência à insulina;
    • Sedentarismo;
    • Hipertensão;
    • Obesidade;
    • Tabagismo;
    • Doenças inflamatórias crônicas, como artrite reumatoide, lúpus e vasculites;
    • Infecções bacterianas ou virais.

    Como reduzir o PCR ultrassensível?

    Primeiro de tudo, para reduzir os níveis de PCR, é necessário tratar a causa responsável pela inflamação — seja uma infecção ou uma doença autoimune, com antibióticos ou anti-inflamatórios, conforme indicado pelo médico.

    Ao mesmo tempo, adotar mudanças no estilo de vida ajuda a controlar a inflamação de baixo grau que costuma elevar o PCR ultrassensível ao longo do tempo, como:

    • Prática regular de atividade física, mesmo em intensidade moderada;
    • Alimentação rica em frutas, verduras, legumes, peixes, azeite e alimentos naturais;
    • Redução do consumo de ultraprocessados, açúcar e gordura saturada;
    • Perda de peso quando há excesso, especialmente da gordura abdominal;
    • Abandono do cigarro;
    • Controle da glicemia e da resistência à insulina;
    • Sono adequado e rotina de descanso regular;
    • Melhora do estresse por meio de lazer, meditação, respiração ou terapia;
    • Uso de medicações orientadas pelo médico, como estatinas, quando necessário.

    Vale destacar que apenas um médico pode prescrever tratamentos ou medicamentos para reduzir a inflamação. Não se automedique!

    Leia também: Suspeita de infarto: conheça os erros que colocam vidas em risco e saiba como agir

    Perguntas frequentes

    Por que o PCR ultrassensível é importante para o coração?

    A formação de placas de gordura nas artérias (aterosclerose) ocorre quando há inflamação contínua no endotélio. A PCR ultrassensível funciona como um alerta para esse tipo de inflamação discreta, mostrando que o organismo pode estar construindo um ambiente de risco para aterosclerose, rompimento de placas e eventos como infarto ou AVC.

    A interpretação permite planejar medidas de prevenção de forma mais precisa.

    O PCR ultrassensível pode estar alto mesmo sem sintomas?

    A inflamação de baixo grau costuma acontecer de forma silenciosa, sem febre, dor ou qualquer sinal claro de que o organismo está reagindo a algum estímulo. A PCR ultrassensível consegue identificar alterações inflamatórias que não costumam causar sintomas imediatos, mas aumentam o risco cardiovascular com o passar dos anos.

    A pessoa pode se sentir bem, trabalhar normalmente e não apresentar nenhum desconforto, e ainda assim ter um valor de PCR mais alto por causa dessa inflamação discreta que atua de forma contínua nos vasos sanguíneos.

    Infecções pequenas podem alterar o exame?

    Qualquer infecção recente, desde resfriados até inflamações dentárias, pode aumentar a PCR temporariamente. O sistema imunológico libera proteínas inflamatórias para combater o agente infeccioso, e isso aparece no exame.

    Por isso, o valor só deve ser interpretado quando a pessoa estiver bem, sem sintomas e sem sinais de infecção recente. Quando existe dúvida sobre o momento da coleta, o médico pode orientar a repetição do exame para evitar interpretações erradas.

    A PCR ultrassensível pode ajudar a identificar risco em pessoas com exames normais?

    Existem pessoas com colesterol e glicemia dentro da normalidade, mas que mantêm inflamação mínima e contínua, o que a PCR ultrassensível permite identificar.

    Quando o valor está alto, mesmo com outros exames normais, isso indica que o organismo já enfrenta uma inflamação contínua que favorece a formação e a instabilidade de placas dentro das artérias. Assim, o médico consegue orientar mudanças mais específicas para proteger o coração a longo prazo.

    O consumo de álcool pode alterar o PCR ultrassensível?

    O álcool, quando consumido em excesso, aumenta a inflamação no fígado, no estômago e nos vasos sanguíneos, criando um ambiente que sobrecarrega todo o organismo.

    A longo prazo, ocorre elevação da PCR e crescimento do risco cardiovascular, já que a inflamação contínua afeta a pressão, o metabolismo e o funcionamento dos tecidos.

    Até o uso moderado, se for frequente, pode influenciar a resposta inflamatória e manter o corpo em estado de alerta permanente. A redução do álcool costuma ser acompanhada de queda da PCR, melhora do bem-estar, sono mais estável e recuperação gradual das funções metabólicas.

    Confira: Dor no ombro esquerdo pode ser infarto? Saiba como identificar

  • Quem tem mais chance de desenvolver varizes? Descubra 

    Quem tem mais chance de desenvolver varizes? Descubra 

    As varizes fazem parte do dia a dia de milhões de pessoas e, embora sejam comuns, ainda geram muitas dúvidas, especialmente sobre por que aparecem e quando realmente precisam de tratamento. Em geral, surgem como veias dilatadas e tortuosas, visíveis sob a pele das pernas, e podem causar desde desconforto leve até alterações importantes na circulação.

    Com o tempo, a ciência avançou na compreensão do que provoca as varizes: uma combinação de fatores genéticos, hábitos de vida e alterações no funcionamento das veias. Hoje, sabe-se que elas são uma manifestação de insuficiência venosa crônica, uma condição em que o sangue tem dificuldade de retornar ao coração. Identificar os sintomas e buscar avaliação especializada faz toda a diferença para aliviar incômodos e evitar complicações.

    O que são varizes e por que aparecem

    As varizes são veias dilatadas, tortuosas e mais visíveis, geralmente de coloração azulada ou arroxeada. Elas aparecem principalmente nas pernas e pés, regiões em que o sangue precisa vencer a gravidade para retornar ao coração.

    As veias varicosas fazem parte do quadro de insuficiência venosa crônica. Normalmente, o sangue circula em um único sentido graças às válvulas dentro das veias. Quando essas válvulas enfraquecem ou são danificadas, ocorre refluxo e acúmulo de sangue. Isso faz com que as veias fiquem maiores e aparentes — o que conhecemos como varizes.

    Quem tem mais chance de desenvolver varizes

    As varizes são mais frequentes em pessoas que apresentam:

    • Histórico familiar de varizes
    • Mulheres, devido a fatores hormonais
    • Longos períodos em pé ou sentado
    • Excesso de peso
    • Tabagismo
    • Idade avançada, pois as veias perdem elasticidade com o tempo

    Sintomas mais comuns

    Nem todas as varizes causam dor, mas podem gerar:

    • Sensação de peso, dor ou cansaço nas pernas
    • Inchaço nos tornozelos
    • Coceira ou queimação
    • Manchas escuras na pele
    • Feridas (úlceras venosas) em casos avançados

    Os sintomas tendem a piorar ao final do dia ou após longos períodos em pé.

    Diagnóstico

    O diagnóstico é feito por um cirurgião vascular após avaliação clínica das pernas e pés, principalmente com o paciente em pé.

    O médico pode utilizar:

    • Venoscópio, aparelho com luz que facilita visualizar as veias
    • Ultrassom Doppler, exame que complementa o diagnóstico e ajuda a definir o tratamento

    Tratamentos disponíveis

    O tratamento varia conforme o grau das varizes e os sintomas. As opções incluem:

    Medidas conservadoras

    • Mudanças de hábitos
    • Meias elásticas para melhorar o retorno venoso

    Medicamentos

    Fármacos que ajudam a reduzir sintomas e melhorar a circulação.

    Procedimentos

    • Escleroterapia ou aplicação de espuma, que fecha as veias afetadas
    • Cirurgias ou laser, indicados para varizes maiores ou mais profundas

    A avaliação por um angiologista ou cirurgião vascular é essencial para definir a melhor abordagem.

    Quando procurar ajuda médica

    É importante buscar atendimento quando:

    • As varizes estiverem doloridas ou inchadas
    • Houver mudança na cor da pele
    • Forem notadas feridas nas pernas
    • Houver sinais de trombose (dor súbita, vermelhidão e endurecimento da veia)

    Como prevenir e aliviar os sintomas

    Embora não seja possível evitar completamente as varizes, alguns hábitos ajudam a reduzir o risco:

    • Evitar ficar muito tempo em pé ou sentado
    • Alternar movimentos ao longo do dia
    • Elevar as pernas sempre que possível
    • Praticar atividades físicas
    • Manter o peso adequado
    • Não fumar
    • Usar meias de compressão, quando indicado por um profissional

    Veja também: Qual a relação entre varizes e dor nas pernas?

    Perguntas frequentes sobre varizes

    1. Varizes sempre precisam de tratamento?

    Não. Casos leves podem ser controlados com hábitos saudáveis e meias de compressão.

    2. Varizes podem desaparecer sozinhas?

    Não. Sem tratamento, elas tendem a se manter ou piorar ao longo do tempo.

    3. Homens também têm varizes?

    Sim, embora sejam mais comuns em mulheres.

    4. Varizes indicam problemas graves no coração?

    Não. Elas são um problema circulatório local das veias das pernas, não do coração.

    5. Usar salto alto causa varizes?

    Não diretamente, mas pode dificultar o retorno venoso e piorar sintomas.

    6. É possível prevenir completamente?

    Não totalmente, mas medidas de estilo de vida reduzem bastante o risco.

    7. A cirurgia elimina as varizes para sempre?

    Ela remove aquelas veias específicas, mas não impede que novas varizes apareçam em pessoas predispostas.

    Veja mais: Trombose Venosa Profunda (TVP): entenda mais sobre a condição