Categoria: Mães, pais & bebês

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  • Exames no pré-natal: entenda quais são e quando fazer 

    Exames no pré-natal: entenda quais são e quando fazer 

    Se tem um bebê a caminho, a futura mamãe já sabe que existe uma lista de cuidados que devem começar muito antes do parto. O pré-natal é o momento de acompanhar cada etapa da gestação, sendo importante para detectar precocemente qualquer alteração e reduzir os riscos de complicações.

    Mas afinal, quais exames no pré-natal são obrigatórios e quando devem ser feitos? Conversamos com a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza para esclarecer as principais dúvidas.

    Como funciona o pré-natal?

    O pré-natal funciona como um conjunto de consultas e exames realizados durante toda a gestação, com o objetivo de monitorar a saúde da mãe e o desenvolvimento do bebê.

    Os exames no pré-natal que são obrigatórios são definidos pelo Ministério da Saúde e estão disponíveis gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Eles ajudam a detectar infecções, anemias, diabetes gestacional, incompatibilidades sanguíneas e outros problemas que, se tratados a tempo, evitam complicações graves.

    Andreia também explica que o pré-natal avalia se a paciente já possui alguma comorbidade que pode se agravar durante a gravidez, além de condições específicas do feto ou da placenta. Se surgir alguma complicação, ela é tratada de forma imediata.

    Além dos exames no pré-natal, o acompanhamento também envolve orientações sobre alimentação, atividade física, vacinas e saúde mental, garantindo uma gestação mais tranquila e segura.

    Quando começar o pré-natal?

    O ideal é iniciar o acompanhamento assim que a gravidez for descoberta, de preferência até a 12ª semana de gestação. Quanto mais cedo começar, maiores as chances de detectar alterações e garantir um tratamento eficaz. A ginecologista Andreia Sapienza orienta a frequência de consultas:

    • Uma consulta por mês até 32 semanas;
    • Depois, uma consulta a cada 15 dias até 36 semanas;
    • E duas consultas por semana até o parto.

    O recomendado é que a gestante realize no mínimo sete a dez consultas ao longo da gravidez, de acordo com Andreia.

    Durante as visitas, o médico pede e acompanha os resultados dos exames obrigatórios, faz o controle de peso, pressão arterial, altura uterina e batimentos cardíacos do bebê, além de orientar sobre vacinas e preparo para o parto.

    Quais são os exames obrigatórios do pré-natal?

    Os principais exames solicitados no início do pré-natal e que são repetidos em momentos específicos da gestação incluem:

    Ultrassonografia

    O ultrassom obstétrico é um dos primeiros exames realizados na gestação, importante para confirmar a gravidez, a idade gestacional, o número de bebês e os batimentos cardíacos. Ele utiliza ondas sonoras para gerar imagens do útero e do bebê em tempo real, sem exposição à radiação.

    Andreia esclarece a frequência e objetivo de cada ultrassom:

    • 1º ultrassom (muito precoce): confirma se a gestação está localizada dentro do útero, verifica a presença do saco gestacional, batimentos cardíacos e viabilidade inicial da gravidez;
    • Ultrassom morfológico do 1º trimestre (11 semanas a 13 semanas e 6 dias): avalia translucência nucal, osso nasal e ducto venoso, marcadores que auxiliam no cálculo de risco para síndromes genéticas, como a Síndrome de Down;
    • Ultrassom morfológico do 2º trimestre (entre 20 e 24 semanas): analisa detalhadamente a formação de cada órgão do bebê, detectando possíveis malformações estruturais.

    O ideal é que o ultrassom seja realizado pelo menos duas vezes no primeiro trimestre, podendo ser repetido com maior frequência conforme a necessidade clínica para monitorar a evolução da gestação.

    Tipagem sanguínea (ABO/Rh)

    A tipagem sanguínea identifica o grupo sanguíneo (A, B, AB ou O) e o fator Rh (positivo ou negativo), sendo importante para avaliar se há risco de incompatibilidade entre o sangue da mãe e do bebê. Se a gestante tem Rh negativo e o pai Rh positivo, o médico solicita o exame Coombs Indireto para verificar se o organismo da mãe está produzindo anticorpos contra o sangue do bebê.

    Se ele nascer com Rh positivo, a mãe deve receber uma vacina específica (imunoglobulina anti-D) em até três dias após o parto, para evitar complicações em gestações futuras.

    Hemograma completo

    O hemograma completo é um dos exames mais importantes do pré-natal e avalia a quantidade e a qualidade das células sanguíneas, permitindo identificar anemia, infecções e outros distúrbios que podem surgir na gestação.

    A anemia ferropriva, por exemplo, é comum durante a gravidez, uma vez que o corpo precisa de mais ferro para formar o sangue do bebê. Se não for tratada, ela pode causar cansaço extremo, baixo peso fetal e parto prematuro.

    Urina tipo 1 e urocultura

    Durante a gravidez, as infecções urinárias são mais frequentes devido às alterações hormonais e à pressão do útero sobre a bexiga. O exame de urina tipo 1 e a urocultura são capazes de detectar bactérias e inflamações — e podem ser repetidos no primeiro e no terceiro trimestre da gestação.

    Exames sorológicos

    As sorologias são solicitadas para identificar HIV, sífilis, hepatites B e C, citomegalovírus (CMV), toxoplasmose e rubéola. As infecções, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem causar aborto espontâneo, malformações fetais, parto prematuro ou infecção congênita.

    O ideal é que os exames sejam feitos logo no início da gestação e repetidos conforme a recomendação médica.

    Glicemia em jejum

    A glicemia de jejum mede a quantidade de açúcar no sangue e ajuda a identificar diabetes gestacional — uma condição que ocorre em aproximadamente 4% das gestações e pode causar complicações como parto prematuro, excesso de líquido amniótico e bebês grandes demais para a idade gestacional.

    Para fazer o exame, a gestante precisa ficar de 8 a 12 horas em jejum, tomando apenas água. Em alguns casos, o médico também pode pedir a curva glicêmica, que mede como o açúcar no sangue se comporta após a ingestão de uma solução com glicose.

    Parasitológico de fezes

    O exame parasitológico de fezes é feito para detectar a presença de parasitas intestinais que podem afetar diretamente a saúde da gestante e do bebê. Infecções como giardíase, amebíase e verminoses, por exemplo, podem causar anemia, perda de peso, desnutrição e má absorção de nutrientes — condições perigosas durante a gestação, pois comprometem o desenvolvimento fetal.

    Função da tireoide (TSH e T4 livre)

    A função da tireoide no pré-natal é avaliada para garantir que a gestante produza hormônios em níveis adequados para o próprio metabolismo e para o desenvolvimento neurológico do bebê. A presença de alterações, como hipotireoidismo ou hipertireoidismo, pode causar aborto, parto prematuro, pré-eclâmpsia e comprometimento cognitivo fetal, mesmo antes de apresentarem sintomas evidentes.

    Teste de malária

    De acordo com orientações do Ministério da Saúde, o teste de malária é obrigatório para gestantes que vivem ou viajam para áreas de risco, especialmente na Região Amazônica. A doença pode ser grave durante a gravidez e causar aborto, parto prematuro e baixo peso ao nascer. A testagem deve ser feita mesmo sem sintomas.

    Exames indicados para o pai no pré-natal

    A saúde paterna também influencia no desenvolvimento do bebê, então é importante que o pai ou parceiro (adulto, jovem e adolescente) seja incentivado a participar do pré-natal e realizar exames de rotina, como:

    • Hemograma;
    • Tipagem sanguínea e fator Rh;
    • Testes rápidos para sífilis, HIV e hepatites B e C;
    • Eletroforese de hemoglobina;
    • Glicemia e lipidograma.

    Além de aproximar o pai do cuidado com o bebê, os exames ajudam a identificar infecções transmissíveis e evitam complicações na gestação.

    Exames complementares importantes

    Além da bateria de exames obrigatória, Andreia aponta alguns exames complementares importantes, como:

    • TOTG (teste oral de tolerância à glicose): feito no 2º trimestre, capaz de detectar o diabetes gestacional;
    • Streptococcus do grupo B: bactéria do canal vaginal que pode infectar o bebê no parto. Se detectada, é feita profilaxia com antibiótico no trabalho de parto;
    • Cardiotocografia e perfil biofísico fetal: usados para monitorar o bem-estar do bebê a partir da 28ª semana (mais útil depois da 34ª).

    Vacinas no pré-natal: quais são obrigatórias?

    Durante a gravidez, o sistema imunológico da mulher passa por uma série de alterações, o que a torna mais vulnerável a infecções. As vacinas recomendadas ajudam a proteger mãe e bebê de doenças graves, sendo elas:

    • Vacina contra tétano, difteria e coqueluche (dTPa): se a gestante nunca foi vacinada, deve iniciar o esquema o quanto antes. O foco principal é coqueluche, que causa surtos graves em bebês com menos de 1 ano;
    • Vacina contra hepatite B: indicada para gestantes não vacinadas anteriormente. São aplicadas três doses, garantindo proteção para mãe e bebê;
    • Vacina contra gripe (influenza): é recomendada para todas as gestantes, principalmente durante a campanha nacional de vacinação. A gripe pode causar complicações respiratórias mais graves na gravidez, e a imunização é segura em qualquer trimestre;
    • Covid-19: reduz o risco de formas graves da doença na gestante, que tem mais chance de complicações. Os anticorpos passam pela placenta e ajudam a proteger o bebê após o nascimento.

    Vírus sincicial respiratório: protege o bebê de bronquiolite e pneumonia nos primeiros meses de vida, causadas pelo VSR — um dos vírus que mais interna crianças pequenas. A recomendação atual é a vacinação entre 28 e 36 semanas de gestação, uma dose única a cada gravidez.

    De acordo com Andreia, o esquema vacinal depende do histórico da paciente, então o ideal é sempre seguir a orientação do médico obstetra.

    Pré-natal de alto risco: o que muda?

    Quando a mulher apresenta condições que aumentam o risco de complicações, como hipertensão, diabetes, doenças cardíacas, obesidade, idade materna avançada ou gravidez de gêmeos, o acompanhamento precisa ser ainda mais cuidadoso.

    Nesses casos, o pré-natal de alto risco inclui consultas mais frequentes, exames especializados e, quando necessário, o suporte de profissionais de diferentes áreas — como cardiologista, endocrinologista, nutricionista e obstetra especializado em medicina fetal.

    Segundo Andreia, também podem ser solicitados os seguintes exames:

    • Exames cardíacos e renais (para gestantes com hipertensão);
    • Ajuste de insulina e controle de glicemia (em caso de diabetes);
    • Anticoagulação (em caso de lúpus ou risco elevado de trombose);
    • Cerclagem (ponto cirúrgico no colo do útero, para prevenir o parto prematuro ou abortamento tardio em gestantes com incompetência istmocervical).

    O objetivo é monitorar de perto tanto a saúde da mãe quanto o desenvolvimento do bebê, prevenindo situações que possam colocar a gestação em perigo. Com acompanhamento adequado, é possível reduzir complicações e garantir uma gravidez segura até o nascimento do pequeno.

    Veja mais: 7 cuidados que você deve ter antes de engravidar

    Perguntas frequentes

    1. Quando devo começar o pré-natal?

    O ideal é iniciar o pré-natal assim que a gravidez for descoberta, de preferência até a 12ª semana de gestação. Quanto antes começar, melhor será o acompanhamento da saúde da mãe e do bebê. O início precoce permite detectar possíveis problemas logo no começo e ajustar hábitos de alimentação, suplementação e estilo de vida conforme as necessidades da gestação.

    Mesmo quem descobre a gravidez mais tarde deve procurar o médico imediatamente para iniciar o acompanhamento.

    2. É normal sentir enjoo, tontura e cansaço nas primeiras semanas de gravidez?

    Sim, os sintomas são comuns no início da gestação. Eles acontecem por causa das mudanças hormonais e do aumento da progesterona, que afeta o sistema digestivo e o equilíbrio do corpo. Apesar de desconfortáveis, eles tendem a melhorar a partir do segundo trimestre.

    Para aliviar os sintomas, o médico pode indicar ajustes na alimentação, fracionamento das refeições e hidratação adequada. Se os enjoos forem intensos e acompanhados de perda de peso, é importante avisar o especialista.

    3. Posso praticar atividade física durante a gravidez?

    Sim! A prática de exercícios leves e regulares é indicada na maioria das gestações saudáveis, como caminhadas, hidroginástica, yoga e alongamentos. Elas ajudam na circulação, reduzem dores nas costas e melhoram o bem-estar emocional.

    No entanto, procure conversar com o médico antes de iniciar qualquer atividade. O acompanhamento profissional garante segurança e evita sobrecarga física.

    4. É seguro fazer ultrassom com frequência?

    Sim, o ultrassom é um exame seguro de ser realizado com frequência, pois ele utiliza apenas ondas sonoras, sem radiação. Ele permite acompanhar o crescimento fetal, o desenvolvimento dos órgãos e a posição dentro do útero.

    A quantidade necessária deve ser determinada pelo médico, de acordo com as particularidades de cada gravide

    5. O que é considerado uma gravidez de alto risco?

    Uma gravidez é classificada como alto risco quando existem fatores que aumentam a probabilidade de complicações para a mãe ou para o bebê. Isso inclui doenças pré-existentes (como hipertensão, diabetes, lúpus ou problemas cardíacos), gestações múltiplas, histórico de partos prematuros, idade acima de 35 anos ou abaixo de 17, entre outros.

    Nessas situações, o acompanhamento deve ser mais frequente, com exames especializados e suporte de diferentes profissionais.

    6. Quais são os sintomas da pré-eclâmpsia?

    A pré-eclâmpsia é uma complicação grave caracterizada por pressão alta e presença de proteínas na urina após a 20ª semana de gestação. Os principais sintomas incluem:

    • Inchaço repentino nas mãos, rosto e pernas;
    • Forte dor de cabeça;
    • Visão turva ou embaçada;
    • Náuseas e tontura.

    A condição exige acompanhamento médico imediato, pois pode evoluir para eclâmpsia, que causa convulsões e risco de vida para a mãe e o bebê. O controle da pressão, repouso e medicamentos ajudam a evitar complicações e garantir a segurança até o parto.

    7. Como saber se estou com infecção urinária durante a gravidez?

    Os sintomas mais comuns de infecção urinária na gravidez são ardência ao urinar, vontade frequente de ir ao banheiro, urina turva ou com odor forte e, em casos mais graves, dor abdominal e febre.

    Durante o pré-natal, o exame de urina tipo 1 e a urocultura ajudam a detectar infecções mesmo sem sintomas. O tratamento é feito com antibióticos seguros para a gestação, que devem ser receitados por um médico.

    Veja mais: ‘Bebês Ozempic’: como os análogos do GLP-1 impactam a fertilidade?

  • Alergias em crianças: como a escola deve lidar?

    Alergias em crianças: como a escola deve lidar?

    Dermatite atópica, asma e alergias alimentares estão entre as condições mais comuns na infância e podem se manifestar logo nos primeiros anos da vida escolar. Na maioria das vezes, os sintomas de alergias em crianças aparecem de forma leve e podem ser controlados, mas algumas reações podem piorar rapidamente e evoluir para um quadro grave, como a anafilaxia.

    Como a criança passa boa parte do dia na escola, o ambiente precisa estar preparado para protegê-la sem tirar seu direito de participar das atividades com os coleguinhas. Isso envolve protocolos bem definidos, uma equipe que saiba como agir em casos de crise, boa comunicação com os pais e atitudes práticas no cotidiano que garantam a segurança sem causar isolamento ou constrangimento. Vamos entender mais, a seguir.

    Quais as alergias mais comuns na infância?

    As alergias são reações exageradas do sistema imunológico a substâncias que, normalmente, seriam inofensivas. Nas crianças, o organismo ainda está em desenvolvimento, o que torna as reações alérgicas mais imprevisíveis e, muitas vezes, mais intensas.

    Entre as mais comuns na idade escolar, a alergista e imunologista Brianna Nicoletti aponta:

    • Alergias alimentares, como leite, ovo, amendoim, castanhas, trigo, soja, peixe e frutos do mar;
    • Rinite alérgica e asma, que são desencadeadas por poeira, mofo, ácaros e perfumes;
    • Dermatite atópica, que causa pele ressecada, coceiras e feridas podem piorar com calor, tecidos sintéticos ou suor;
    • Alergia a picadas de insetos (como abelhas e vespas), comum em áreas externas, com risco de reações graves;
    • Conjuntivite alérgica, que afeta os olhos, causando coceira, vermelhidão e lacrimejamento;
    • Alergias de contato, causadas por substâncias como níquel (em fantasias, bijuterias), fragrâncias ou colas em materiais escolares;

    Algumas alergias em crianças se manifestam de forma leve, como espirros ou coceiras, mas outras podem evoluir rapidamente para quadros graves, como a anafilaxia — uma emergência médica que exige socorro imediato.

    Quais riscos a escola oferece para crianças alérgicas?

    A escola é um ambiente coletivo, então o risco de exposição a substâncias alergênicas é constante — desde alimentos compartilhados no lanche até materiais escolares, poeira acumulada em salas mal ventiladas, mofo em ambientes úmidos, perfumes usados por colegas e até produtos de limpeza usados nos banheiros e corredores.

    Mesmo com orientação, algumas situações inesperadas podem acontecer: um coleguinha que oferece um pedaço do lanche, uma atividade com materiais que causam alergia ou até uma troca de canetas com cheiro ou glitter pode desencadear uma crise alérgica.

    De acordo com Brianna, em casos severos, o maior risco é a anafilaxia, uma reação alérgica aguda que exige atendimento imediato. Os sintomas podem surgir em poucos minutos e incluem inchaço dos lábios, língua ou rosto, dificuldade para respirar, chiado no peito, queda brusca de pressão arterial, vômitos, confusão mental e, em casos extremos, perda de consciência.

    Sem intervenção rápida com adrenalina e suporte médico, a anafilaxia pode levar à morte. É por isso que toda a equipe da escola precisa estar preparada para reconhecer os sinais e agir rápido até que a criança receba o atendimento certo.

    Comunicação entre a escola e os pais

    No momento da matrícula, os pais devem entregar toda a documentação necessária, como laudos médicos, receitas atualizadas, o Plano de Ação com instruções detalhadas para emergências e os contatos diretos em caso de urgência. Tudo isso precisa ser renovado pelo menos uma vez por ano ou sempre que houver mudanças na condição de saúde da criança.

    Além da papelada, é importante que a escola organize reuniões de alinhamento no início do ano letivo com os pais para revisar protocolos, esclarecer dúvidas e ajustar qualquer ponto necessário. Também é importante que a equipe pedagógica esteja ciente da condição da criança e saiba como agir no dia a dia.

    Por fim, a escola precisa manter um canal direto e aberto com as famílias para resolver questões cotidianas — como dúvidas sobre merendas, passeios escolares, festas de aniversário ou uso de novos materiais em sala. Com essa troca próxima, a criança se sente mais acolhida e é possível prevenir problemas no dia a dia quanto a saúde e bem-estar dela.

    O que a escola deve fazer em caso de crises graves de alergias em crianças?

    Toda escola deve estar preparada para agir rápido diante de uma emergência alérgica, que deve ser previamente esclarecida pelos pais da criança. De acordo com Brianna, o protocolo nesses casos deve ser o seguinte:

    • Plano de Ação Escrito Individual: elaborado pelo médico da criança, com orientações claras sobre sinais de alerta e primeiros socorros;
    • Treinamento anual da equipe escolar: todos devem saber reconhecer uma anafilaxia, usar o autoinjetor de adrenalina corretamente e acionar o SAMU (192) sem hesitar;
    • Kit de emergência acessível: precisa conter autoinjetor de adrenalina, anti-histamínico e broncodilatador com espaçador, conforme o plano médico;
    • Registro da ocorrência: quem aplicou o medicamento, horário, evolução e contato imediato com os pais.

    A especialista ressalta que, no caso de crianças que precisam de adrenalina autoinjetável, ela deve permanecer acessível, dentro da validade e identificada com o nome da criança.

    “Qualquer adulto treinado (professor, coordenação, enfermagem escolar) pode e deve aplicar imediatamente diante de anafilaxia suspeita — não se deve aguardar confirmação médica para iniciar a adrenalina”, aponta Brianna.

    Alimentação escolar: como manter a criança segura?

    A alimentação costuma ser um dos pontos mais sensíveis no cuidado de alergias em crianças, já que o risco de ingestão acidental ou contaminação cruzada é alto — principalmente em escolas que oferecem refeições coletivas. Por isso, o cuidado com o preparo dos alimentos precisa ser rigoroso e bem coordenado entre todas as pessoas envolvidas.

    Algumas boas práticas ajudam muito nesse processo, conforme apontado por Brianna:

    • Cardápio personalizado, com todos os rótulos verificados e controle rigoroso de contaminação cruzada, usando utensílios e superfícies exclusivas, com preparo separado dos demais alimentos;
    • Lista de ingredientes disponível para a família, garantindo transparência total sobre o que será servido e permitindo que os responsáveis avaliem os riscos;
    • Treinamento constante da equipe de cozinha e cantina, com foco em lavagem correta das mãos, higienização dos utensílios e consciência sobre a gravidade de uma exposição acidental.

    Com medidas simples, é possível que a criança alérgica se alimente com segurança na escola e se sinta incluída em momentos cotidianos na escola.

    Quais são os sinais de alerta de alergias em crianças que exigem socorro imediato?

    A equipe da escola deve saber identificar os principais sinais de anafilaxia, como:

    • Urticária generalizada;
    • Inchaço de lábios, olhos ou língua;
    • Chiado no peito ou falta de ar;
    • Rouquidão súbita;
    • Dificuldade para engolir ou falar;
    • Vômitos repetidos;
    • Queda de pressão, palidez ou sonolência excessiva.

    Na dúvida, utilize a adrenalina imediatamente, conforme o Plano de Ação da criança. Após a aplicação da medicação, o serviço de emergência (SAMU, 192) deve ser acionado imediatamente e os responsáveis legais da criança informados.

    Durante esse tempo, a equipe escolar deve acompanhar a criança de perto, mantendo-a em posição confortável e observando possíveis mudanças no quadro clínico até a chegada do atendimento médico.

    Leia mais: Alergia alimentar: dicas para comer fora com segurança

    Como incluir a criança com alergia no ambiente escolar?

    No dia a dia, os professores podem adotar estratégias simples para que a criança alérgica se sinta segura e incluída em todas as atividades da escola, sem constrangimentos ou exclusões. A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia sugere algumas práticas:

    • Converse com a turma: explique de forma simples e respeitosa que um colega tem alergia a certos alimentos e que todos podem ajudar. As conversas incentivam empatia e responsabilidade coletiva desde cedo;
    • Desenvolva atividades educativas: aproveite projetos, rodas de conversa ou dinâmicas para reforçar valores como cuidado, generosidade e cooperação. Isso ajuda a naturalizar a convivência com as diferenças;
    • Evite rótulos ou falas que isolem: tenha cuidado com palavras e frases que possam expor ou rotular a criança com alergia. O objetivo é que ela se sinta incluída, não marcada por sua condição;
    • Nada de isolamento nas refeições: com supervisão e organização, é perfeitamente possível que a criança alérgica sente-se com os colegas e participe normalmente do momento das refeições, sem ser afastada do grupo;
    • Planeje comemorações com antecedência: em festas de aniversário ou eventos com comida, avise a família da criança alérgica com antecedência. Assim, é possível organizar uma opção segura para ela sem que se sinta excluída;
    • Oriente sobre lembrancinhas com comida: se a festa contar com brindes ou saquinhos de guloseimas enviados por outras famílias, avise previamente sobre a alergia da criança. Ela também precisa receber algo especial, sem riscos à saúde.

    Veja também: Entenda como funciona a alergia alimentar e o que fazer

    Perguntas frequentes sobre alergias em crianças

    1. Existe risco ao fazer atividades ao ar livre com crianças alérgicas?

    Sim, dependendo do tipo de alergia. Crianças alérgicas a picadas de insetos, por exemplo, correm risco em ambientes abertos e com vegetação. Já quem tem asma pode reagir mal a mudanças bruscas de temperatura, poeira ou poluição.

    O ideal é sempre consultar o Plano de Ação e planejar com antecedência. Quando necessário, levar o kit de emergência, orientar a equipe que acompanhará o grupo e adaptar o espaço, como evitar áreas com gramado alto ou flores.

    2. É permitido aplicar adrenalina sem autorização dos pais?

    Sim! Em caso de suspeita de anafilaxia, a adrenalina deve ser aplicada imediatamente, mesmo sem autorização dos pais naquele momento. A medida é apoiada por protocolos médicos e pode salvar a vida da criança.

    A escola precisa ter uma política clara sobre o uso da medicação, alinhada com profissionais de saúde e informada às famílias desde a matrícula.

    3. A escola pode impedir que a criança com alergia participe de certas atividades?

    Não, pois impedir a participação da criança por medo ou despreparo é uma forma de exclusão. Toda criança tem direito a participar da vida escolar, e cabe à escola adaptar as atividades conforme as necessidades de cada aluno. Isso pode significar trocar ingredientes, mudar o local de uma aula prática, ou orientar colegas sobre cuidados básicos.

    4. Quais são os primeiros sinais de uma reação alérgica em crianças?

    Os primeiros sinais costumam surgir rapidamente após o contato com o alérgeno, mas podem variar bastante conforme o tipo de alergia e a sensibilidade da criança. Os mais comuns incluem coceira intensa na pele, vermelhidão espalhada pelo corpo, olhos lacrimejando, espirros consecutivos, tosse seca, sensação de aperto na garganta e inchaço nos lábios ou pálpebras.

    Ao observar qualquer um desses sintomas, mesmo que pareçam leves, é fundamental agir com atenção e seguir o Plano de Ação da criança.

    5. Como identificar uma reação alérgica em crianças em bebês?

    Em crianças muito pequenas, que ainda não conseguem expressar o que estão sentindo, é fundamental observar mudanças comportamentais e sinais físicos, como coçar partes do corpo de forma insistente, esfregar os olhos, tossir sem parar, ficar inquieto, chorar sem causa aparente, irritabilidade, recusar alimentos ou mostrar desconforto ao respirar.

    Veja também: Janela imunológica: como prevenir alergia alimentar em bebês

  • Teste do Pezinho: tudo o que os pais precisam saber 

    Teste do Pezinho: tudo o que os pais precisam saber 

    Nos primeiros dias de vida, um simples exame é capaz de mudar completamente o futuro de uma criança. O Teste do Pezinho, conhecido oficialmente como triagem neonatal, identifica doenças graves antes que os sintomas apareçam, e permite iniciar o tratamento imediatamente. Esse cuidado precoce evita sequelas, reduz internações e pode salvar vidas.

    Criado há mais de duas décadas como política pública de saúde, o teste faz parte da rotina de todos os recém-nascidos no Brasil. Mesmo sendo um procedimento rápido e quase indolor, seu impacto é enorme: quanto mais cedo as doenças são detectadas, maiores as chances de desenvolvimento saudável.

    Como surgiu o Teste do Pezinho no Brasil

    A triagem neonatal começou a ganhar destaque mundial na década de 1960, após recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, o primeiro passo foi dado em 1976, com um projeto pioneiro em São Paulo coordenado pelo professor Benjamin Schmidt, focado na detecção da fenilcetonúria (PKU).

    Em 2001, o Ministério da Saúde instituiu oficialmente o Programa Nacional de Triagem Neonatal (PNTN), conhecido como Teste do Pezinho. Desde então, o exame tornou-se gratuito e obrigatório para todos os bebês nascidos no país.

    Como o exame é feito

    O procedimento é simples, rápido e seguro:

    • O profissional faz uma pequena picada no calcanhar do bebê;
    • Algumas gotas de sangue são coletadas em um papel especial;
    • A coleta deve ocorrer entre o 3º e o 5º dia de vida;
    • Não é necessário jejum.

    O exame pode ser feito em UBS, maternidades, casas de parto e outros serviços autorizados.

    Esse intervalo é importante porque aumenta a precisão dos resultados.

    Por que o Teste do Pezinho é tão importante

    O exame identifica doenças genéticas, metabólicas, endócrinas e infecciosas antes dos primeiros sintomas. Esse diagnóstico precoce:

    • Evita complicações graves;
    • Previne deficiência intelectual;
    • Reduz risco de sequelas permanentes;
    • Salva vidas;
    • Garante que o bebê receba tratamento adequado o quanto antes.

    O que o Teste do Pezinho detecta pelo SUS

    O SUS oferece a versão ampliada, que identifica sete doenças:

    • Fenilcetonúria (PKU): impede o metabolismo adequado da fenilalanina;
    • Hipotireoidismo congênito: pode afetar crescimento e desenvolvimento neurológico;
    • Doença falciforme e outras hemoglobinopatias: provocam anemia e complicações no sangue;
    • Fibrose cística: afeta pulmões e sistema digestivo;
    • Hiperplasia adrenal congênita: envolve alterações hormonais importantes;
    • Deficiência de biotinidase: prejudica o uso da biotina (vitamina B7);
    • Toxoplasmose congênita: infecção transmitida da mãe para o bebê durante a gestação.

    O teste é uma triagem: caso o resultado seja positivo, novos exames confirmatórios são realizados antes do encaminhamento para especialistas.

    Outras versões do teste

    Na rede privada, há versões mais completas, como:

    • Teste do Pezinho Plus;
    • Teste do Pezinho Master;

    Eles podem detectar dezenas de outras doenças, como:

    Essas versões são opcionais e variam conforme laboratório e plano de saúde.

    Como funciona o Programa Nacional de Triagem Neonatal

    O PNTN organiza todas as etapas do processo para garantir eficácia:

    • Coleta correta e dentro do prazo;
    • Envio rápido da amostra;
    • Análise laboratorial segura;
    • Comunicação eficiente dos resultados;
    • Encaminhamento para centros de referência.

    Acompanhamento contínuo das crianças diagnosticadas.

    O Ministério da Saúde mantém um banco de dados nacional para monitorar e garantir qualidade.

    Atenção dos pais e dos profissionais de saúde

    O pediatra e a equipe de saúde devem orientar sobre:

    • A importância do exame;
    • O prazo ideal de coleta;
    • Situações que exigem repetição (prematuridade, transfusão, internação em UTI neonatal).

    Mesmo fora do período ideal, fazer o teste ainda é importante. O diagnóstico tardio pode não ser perfeito, mas ainda ajuda a direcionar cuidados e tratamento.

    Um direito de todos os bebês

    O Teste do Pezinho é um direito da criança e um dever do Estado. Representa um avanço enorme na saúde pública brasileira, garantindo proteção logo nos primeiros dias de vida.

    Converse com a equipe de saúde durante o pré-natal, organize a coleta e não deixe de realizar o exame. Um gesto simples, rápido e acessível pode transformar o futuro do seu bebê.

    Veja mais: Teste da orelhinha: para que serve e como é feito

    Perguntas frequentes sobre o Teste do Pezinho

    1. Dói muito no bebê?

    A picada é rápida e causa apenas um leve incômodo.

    2. E se eu perder o prazo de 3 a 5 dias?

    Ainda é possível fazer o exame. Procure a unidade de saúde o quanto antes.

    3. O teste é obrigatório?

    Sim. É gratuito e faz parte da triagem neonatal em todo o Brasil.

    4. O Teste do Pezinho substitui outros exames?

    Não. Ele é uma triagem. Exames confirmatórios podem ser necessários.

    5. O teste detecta todas as doenças genéticas?

    Não. Ele identifica apenas as condições incluídas no painel oferecido pelo SUS ou plano privado.

    6. Bebês que ficaram na UTI precisam repetir o exame?

    Em alguns casos, sim. Prematuridade, transfusão e outras situações podem exigir nova coleta.

    7. O que acontece se o resultado vier alterado?

    O bebê é encaminhado para exames confirmatórios e para especialistas, se necessário.

    Veja mais: 5 testes obrigatórios que devem ser feitos no recém-nascido

  • Pré-eclâmpsia: o que toda gestante precisa saber 

    Pré-eclâmpsia: o que toda gestante precisa saber 

    A pré-eclâmpsia é uma das complicações mais temidas da gestação, e não sem motivo. Embora muitas vezes silenciosa, ela pode evoluir rápido e trazer riscos para a gestante e para o bebê.

    A condição costuma surgir a partir da 20ª semana de gestação e envolve aumento da pressão arterial associado à presença de proteína na urina. O acompanhamento rigoroso permite intervir no momento certo, reduzindo riscos graves como eclâmpsia, síndrome HELLP e problemas no desenvolvimento fetal. Entenda mais.

    O que acontece no corpo da gestante

    A pré-eclâmpsia provoca um estreitamento dos vasos sanguíneos, dificultando a circulação do sangue. Isso pode gerar:

    • Inchaço nas mãos, rosto e pernas;
    • Perda de proteínas na urina (proteinúria), indicando sofrimento renal;
    • Alterações no fígado, como dor na parte superior do abdômen e aumento de enzimas;
    • Distúrbios de coagulação;
    • Redução do fluxo sanguíneo para a placenta, prejudicando o crescimento do bebê.

    Nos quadros graves, o cérebro também pode ser afetado, o que causa convulsões. Quando isso acontece, chamamos de eclâmpsia, o estágio mais perigoso da doença.

    Sintomas que merecem atenção imediata

    Mesmo que a gestante se sinta bem, a pré-eclâmpsia pode evoluir sem sinais evidentes. Ainda assim, alguns sintomas devem ser considerados alertas importantes:

    • Ddor de cabeça forte e persistente;
    • Visão turva, manchas na visão ou sensibilidade à luz;
    • Inchaço repentino no rosto, mãos ou pés;
    • Dor na parte superior do abdômen;
    • Náuseas e vômitos persistentes;
    • Falta de ar;
    • Diminuição da quantidade de urina.

    Como a pressão alta pode ser silenciosa, o pré-natal regular, com aferição de pressão, exames de urina e sangue, é muito importante.

    Como é feito o diagnóstico?

    A pré-eclâmpsia é diagnosticada quando a gestante apresenta:

    • Pressão arterial ≥ 140 x 90 mmHg em duas medições separadas
    • Proteinúria, ou seja, presença de proteína na urina

    Além disso, podem ser solicitados:

    • Outros exames laboratoriais;
    • Ultrassonografias para avaliar o bem-estar e crescimento fetal.

    Fatores de risco

    Algumas mulheres têm maior chance de desenvolver pré-eclâmpsia. Os principais fatores de risco são:

    • Primeira gestação;
    • Histórico pessoal ou familiar de pré-eclâmpsia;
    • Pressão alta crônica;
    • Diabetes;
    • Obesidade;
    • Gravidez múltipla;
    • Idade materna acima de 35 anos;
    • Doenças autoimunes ou problemas de coagulação.

    Possíveis complicações

    Quando não tratada, a pré-eclâmpsia pode evoluir para quadros graves, como:

    • Eclâmpsia (convulsões);
    • Síndrome HELLP;
    • Lesões em órgãos como rins, fígado e cérebro;
    • Descolamento prematuro de placenta.

    Para o bebê, há risco de:

    • Restrição de crescimento;
    • Baixo peso ao nascer;
    • Parto prematuro.

    Em situações extremas, há risco de óbito materno e fetal.

    Tratamento e cuidados

    Toda gestante com pré-eclâmpsia precisa de acompanhamento rigoroso em ambiente hospitalar ou unidade de alto risco. A doença é imprevisível e pode se agravar rapidamente.

    O tratamento depende da gravidade e da idade gestacional:

    • Casos leves: controle da pressão com medicamentos, repouso orientado, exames frequentes e vigilância médica constante;
    • Casos graves: pode ser necessário antecipar o parto para proteger mãe e bebê.

    A importância do pré-natal

    A melhor forma de evitar complicações é um pré-natal bem feito. É nele que a equipe consegue identificar alterações na pressão arterial, proteinúria e sinais precoces da doença.

    Com diagnóstico precoce e manejo adequado, a maioria das mulheres com pré-eclâmpsia pode ter uma gestação segura e um bebê saudável.

    Prevenção: o que pode ajudar

    Embora não exista forma garantida de evitar a pré-eclâmpsia, algumas medidas reduzem o risco, especialmente em gestantes de alto risco:

    • Suplementação de cálcio (se indicada pelo médico);
    • Uso de medicamentos preventivos sob orientação;
    • Pré-natal regular;
    • Controle de peso;
    • Manejo adequado de diabetes e pressão alta;
    • Hábitos de vida saudáveis e manejo do estresse.

    Veja mais: 12×8 já não é normal: nova diretriz muda o que entendemos por pressão alta

    Perguntas frequentes sobre pré-eclâmpsia

    1. A pré-eclâmpsia sempre causa sintomas?

    Não. Muitas vezes é silenciosa, por isso o pré-natal é tão importante.

    2. Toda pressão alta na gravidez é pré-eclâmpsia?

    Não. A pré-eclâmpsia exige também proteinúria ou outros sinais de comprometimento.

    3. Quem teve pré-eclâmpsia em uma gestação terá novamente?

    O risco é maior, mas não é regra. O acompanhamento precoce ajuda a prevenir complicações.

    4. Como a doença afeta o bebê?

    Pode prejudicar o crescimento, causar parto prematuro e reduzir o fluxo sanguíneo para a placenta.

    5. A única cura definitiva é o parto?

    Sim. A placenta é parte central da doença. Após o parto, os sintomas costumam regredir.

    6. Pré-eclâmpsia pode acontecer no pós-parto?

    Sim. Pode surgir até 6 semanas após o parto.

    7. Exercícios ajudam a prevenir?

    Eles ajudam no controle do peso e da saúde geral, mas não garantem prevenção.

    Veja também: Tratamento de diabetes gestacional: como é feito?

  • Capacete para criança: por que ele é importante nos esportes?

    Capacete para criança: por que ele é importante nos esportes?

    O uso de capacetes é necessário em uma série de esportes, mesmo naqueles considerados de baixa velocidade ou que envolvem mais contato físico do que velocidade. Seja em uma volta de bicicleta no quarteirão, uma tarde de skate no parque ou uma aula de equitação, o risco de quedas e colisões existe e pode resultar em traumas sérios na cabeça, especialmente em crianças.

    De acordo com a neurocirurgiã Ana Gandolfi, a importância do capacete para criança na infância é ainda maior porque a proporção da cabeça em relação ao corpo é significativamente maior nas crianças. Isso faz com que a chance de elas baterem a cabeça em uma queda seja muito superior à dos adultos.

    Para complementar, o cérebro infantil ainda está em desenvolvimento, o que o torna mais vulnerável a impactos e possíveis lesões. Mas afinal, em quais esportes o capacete é necessário e como escolher o melhor? Vamos entender, a seguir.

    Por que o capacete para crianças é tão importante?

    A cabeça da criança é proporcionalmente maior e mais pesada do que o corpo, o que aumenta o risco de bater primeiro com ela ao cair, de acordo com Ana Gandolfi. Além disso, o cérebro infantil ainda está em desenvolvimento, de modo que qualquer impacto pode ter consequências sérias.

    De acordo com estudos da American Academy of Pediatrics (AAP), o uso de capacete reduz de 63% a 88% o risco de lesões cerebrais potencialmente fatais em atividades como ciclismo e esportes na neve. Mesmo em quedas de baixa velocidade, como de um patinete ou skate, a energia do impacto pode ser suficiente para causar lesões cerebrais irreversíveis.

    Nessa situação, o capacete funciona como um amortecedor de impacto. A camada externa rígida impede que objetos duros penetrem. Já o interior, de espuma densa, absorve a energia do choque, reduzindo a aceleração do cérebro dentro do crânio — o que evita danos como concussões ou traumas mais graves.

    Vale apontar que o capacete não evita o impacto, mas diminui a força transferida ao crânio e ao cérebro, reduzindo drasticamente a gravidade da lesão.

    É possível ter uma concussão mesmo usando capacete?

    A resposta é sim, o trauma pode acontecer do mesmo modo, porque o cérebro, ao sofrer uma pancada, se movimenta dentro do crânio e bate nas paredes internas. A diferença é que, com capacete, a força é muito menor e por isso diminui muito a chance de um trauma moderado ou grave, de acordo com Ana Gandolfi.

    A especialista também lembra que a concussão pode ocorrer mesmo sem uma pancada direta na cabeça, basta um impacto forte no tórax ou em outra parte do corpo que provoque o movimento brusco do cérebro dentro do crânio.

    Quais esportes exigem capacete para criança?

    O capacete é necessário em praticamente todos os esportes com risco de queda, colisão ou impacto na cabeça — e não só nas atividades mais radicais. Veja alguns exemplos:

    • Bicicleta: é o esporte com a maior quantidade de acidentes com trauma de crânio infantil. Todos devem usar capacete, inclusive em trajetos curtos;
    • Patins, skate e patinete: quedas são comuns e costumam atingir a cabeça, cotovelos e joelhos;
    • Esportes na neve (ski e snowboard): responsáveis por até 20% das lesões graves de cabeça em crianças;
    • Equitação: o trauma mais comum é o craniano, e usar capacete reduz em até 96% o risco de hemorragia intracraniana;
    • Esportes de rodas: qualquer atividade com velocidade ou desníveis deve incluir proteção;
    • Hóquei, beisebol e futebol americano: todos exigem capacetes específicos, que reduzem drasticamente o risco de concussões e fraturas faciais.

    Orientações para crianças pequenas

    Segundo Ana Gandolfi, crianças menores possuem equilíbrio mais instável, já que o sistema locomotor está em formação. Por isso, elas estão mais propensas a cair, principalmente em esportes com rodas, como patinete, patins e skate.

    A recomendação é que essas atividades comecem apenas a partir dos 4 ou 5 anos de idade — quando a criança já tem um controle corporal mais maduro e consegue se equilibrar melhor.

    Como escolher o melhor capacete para criança?

    Na hora de escolher o melhor capacete esportivo para crianças, o primeiro passo é verificar se ele segue padrões de segurança reconhecidos. O ideal é optar por modelos fabricados por marcas confiáveis, com materiais resistentes, boa ventilação, ajuste firme na cabeça e sistema de fixação seguro.

    Na hora de comprar o capacete, vale observar alguns pontos importantes, como:

    • Tamanho correto: deve encaixar bem, sem folgas ou aperto excessivo;
    • Ajuste regulável: alças e presilhas ajustáveis garantem melhor fixação;
    • Forração interna: espuma macia, removível e que absorve impacto;
    • Ventilação: aberturas que mantêm a cabeça fresca;
    • Peso leve: facilita o uso contínuo;
    • Cores vivas: aumentam a visibilidade e segurança.

    Substitua o capacete após qualquer impacto forte, mesmo que pareça intacto. O material interno perde eficiência após uma pancada.

    Quais as outras formas de proteção?

    Além do capacete, Ana Gandolfi aponta outros acessórios essenciais:

    • Cotoveleiras e joelheiras: protegem contra cortes e fraturas;
    • Luvas: evitam escoriações nas mãos;
    • Roupas adequadas: leves, elásticas e respiráveis para facilitar movimentos.

    Meu filho bateu a cabeça. O que devo fazer?

    Depois de uma queda, mesmo com capacete, observe se aparecem:

    • Dor de cabeça forte;
    • Sonolência ou confusão;
    • Dificuldade para andar ou falar;
    • Náuseas ou vômitos;
    • Alterações de força ou sensibilidade.

    Se houver qualquer um desses sinais, procure o pronto-socorro imediatamente.

    Saiba mais: Esportes de contato: pancadas repetitivas na cabeça fazem mal?

    Perguntas frequentes sobre capacete para criança

    1. A partir de que idade a criança pode praticar esportes com rodas?

    De acordo com a neurocirurgiã Ana Gandolfi, a partir dos 4 ou 5 anos, quando o equilíbrio corporal está mais desenvolvido.

    2. Preciso trocar o capacete depois de uma queda?

    Sim. Mesmo que pareça intacto, o capacete perde capacidade de absorção após um impacto forte.

    3. O que fazer se a criança cair mesmo usando capacete?

    Observe por horas seguintes. Se houver dor de cabeça intensa, sonolência, confusão, dificuldade para andar, náuseas ou fala alterada, vá ao pronto-socorro.

    4. O que acontece no cérebro durante uma pancada na cabeça?

    O cérebro se move dentro do crânio, podendo bater nas paredes internas. Isso causa lesão por aceleração e desaceleração.

    5. Como identificar se uma batida na cabeça foi grave?

    Procure ajuda urgente se houver perda de consciência, vômitos repetidos, desequilíbrio, sangramento por nariz ou ouvido, sonolência excessiva ou confusão mental.

    6. É normal a criança dormir após uma batida?

    Não é ideal deixá-la dormir imediatamente, pois isso pode mascarar sinais de gravidade. Mantenha acordada e observe.

    Veja mais: Capacete protege mesmo contra lesões cerebrais?

  • Descubra como deve ser feita a higiene íntima dos meninos

    Descubra como deve ser feita a higiene íntima dos meninos

    Desde o nascimento até o fim da primeira infância, os cuidados com a região genital dos meninos são essenciais para evitar irritações, desconfortos e infecções. Isso porque o pênis passa por mudanças ao longo do crescimento — especialmente o prepúcio, a pele que recobre a glande. Compreender essas fases e saber como higienizar corretamente ajuda a manter a saúde íntima e a prevenir problemas.

    Conversamos com uma especialista para entender como deve ser feita a higiene íntima de meninos em cada fase — bebês, crianças e adolescentes — e como ensiná-los a cuidar sozinhos do próprio corpo de forma segura e natural.

    Como deve ser feita a higiene íntima dos meninos?

    A higiene deve ser sempre delicada e respeitar o desenvolvimento natural do prepúcio. A regra número um: nunca forçar a pele que cobre a glande.

    Nos primeiros anos, é comum que a pele ainda não retraia totalmente — isso se chama fimose fisiológica e é normal. A tendência é que ela se solte espontaneamente entre os 3 e 5 anos. Até lá, a limpeza deve ser apenas externa, com água morna e sabonete neutro ou glicerinado, sem perfumes ou conservantes.

    Com o tempo, conforme o prepúcio se solta naturalmente, será possível fazer uma limpeza mais completa, sempre sem puxar a pele à força.

    Higiene íntima de bebês

    Nos bebês, os cuidados envolvem trocas de fralda e o banho diário. A limpeza deve ser feita assim:

    • Trocas de fralda: use algodão com água morna ou lenços umedecidos sem álcool e sem perfume. Limpe com movimentos suaves e seque bem antes de colocar a fralda.
    • Banho: lave pênis e escroto com água e sabonete neutro apenas na parte externa, fazendo espuma nas mãos antes de aplicar.

    De acordo com a urologista pediátrica Veridiana Andrioli e o Ministério da Saúde, também é importante:

    • Trocar fraldas frequentemente;
    • Evitar produtos com perfume, álcool ou conservantes;
    • Usar roupas leves e não apertadas;
    • Lavar com sabonetes suaves e não aplicar o produto diretamente na pele;
    • Nunca tentar retrair o prepúcio — a limpeza interna não é necessária nessa fase.

    A especialista reforça: pomadas de assadura não devem ser aplicadas no interior do pênis, apenas na virilha e no bumbum.

    Higiene íntima de meninos

    Quando a criança cresce e deixa as fraldas, a higiene passa a ser parte da rotina de forma mais independente. É importante tratar o assunto com naturalidade e orientar sem constrangimento.

    Antes dos 3 anos, o prepúcio geralmente não retrai completamente, então a limpeza deve ser apenas externa. Já entre os 3 e 5 anos, ele costuma se soltar naturalmente. Quando isso acontecer:

    • Puxe o prepúcio delicadamente, sem forçar;
    • Lave a glande e a parte interna com espuma de sabonete neutro;
    • Enxágue bem;
    • Recoloque o prepúcio cobrindo totalmente a glande.

    Esse cuidado evita o acúmulo de esmegma, uma substância natural que, em excesso, pode causar irritação ou mau cheiro.

    Na pré-adolescência e adolescência, os meninos devem ser orientados a fazer a higiene diariamente, secar bem a região e usar roupas íntimas de algodão. É importante evitar sabonetes perfumados, buchas e qualquer prática que irrite a pele.

    Pode usar sabonete comum na higiene íntima dos meninos?

    Não. Sabonetes comuns costumam ter perfumes e substâncias que podem agredir a pele sensível. A recomendação é usar sabões neutros, glicerinados e próprios para crianças.

    Segundo Veridiana, o sabonete deve ser sempre usado na forma de espuma produzida nas mãos — nunca aplicado diretamente no pênis.

    Sinais de alerta para inflamação ou infecção

    Os responsáveis devem observar qualquer alteração na aparência ou no comportamento da criança, como:

    • Vermelhidão persistente;
    • Inchaço na ponta do pênis;
    • Dor ou ardência ao urinar;
    • Secreção branca ou amarelada com mau cheiro;
    • Dificuldade para urinar;
    • Febre sem causa aparente.

    Nesses casos, procure atendimento médico e evite aplicar pomadas por conta própria.

    Atenção: fimose não é doença

    A fimose é comum em bebês e crianças pequenas e costuma se resolver naturalmente. Segundo Veridiana, 80% dos meninos retraem o prepúcio até os 3 anos e até 95% até os 5 anos.

    Portanto, não é necessário tratar antes do tempo ou usar pomadas sem orientação. O pediatra ou urologista pediátrico deve acompanhar o desenvolvimento e orientar a higiene adequada.

    Leia também: Criptorquidia: o que é, causas, fatores de risco e cirurgia

    Como ensinar os meninos a fazer a higiene sozinhos?

    Quando a criança ganha autonomia, os pais devem ensinar passo a passo, sem tabu ou vergonha:

    • No banho: retrair delicadamente (sem forçar), lavar com espuma e enxaguar bem;
    • Ao urinar: expor a glande, fazer xixi e recobrir depois, secando se necessário;
    • No dia a dia: trocar cueca diariamente e mantê-la sempre seca;
    • Após atividade física: tomar banho ou trocar a roupa íntima.

    Explique que qualquer dor, coceira ou vermelhidão deve ser comunicada aos responsáveis. Esse aprendizado fortalece a autonomia e previne irritações e infecções.

    Confira: Criança que não consegue segurar o xixi: quando é normal e quando é problema

    Perguntas frequentes sobre higiene íntima de meninos

    1. Quais são os riscos da higiene íntima inadequada?

    Irritações, mau cheiro, acúmulo de secreções, balanite e, em casos extremos na vida adulta, maior risco de câncer de pênis. Mas o excesso de limpeza com produtos agressivos também irrita a pele — o ideal é equilíbrio.

    2. Pode puxar a pele do pênis para limpar?

    Não. Forçar pode causar fissuras, sangramento e cicatrizes. A retração deve ser natural. A limpeza interna só deve começar quando a pele se soltar espontaneamente.

    3. É necessário usar pomadas preventivas?

    Apenas com indicação médica. Pomadas dentro do pênis nunca devem ser usadas.

    4. Como saber se há infecção?

    Procure sinais como vermelhidão, dor, secreção, mau cheiro e febre. Em bebês, observe choro ao urinar.

    5. Quando o menino pode cuidar da higiene sozinho?

    Geralmente entre 4 e 6 anos, sempre com supervisão e orientação.

    6. É normal sair secreção branca?

    Pequenas quantidades podem ser esmegma, que é normal. Mas se houver mau cheiro, dor ou febre, deve-se consultar um médico.

    Veja mais: Criança engoliu um objeto? Veja o que fazer imediatamente

  • Rotavírus: o que é, como se manifesta e por que a vacina é tão importante 

    Rotavírus: o que é, como se manifesta e por que a vacina é tão importante 

    O rotavírus continua sendo uma das principais causas de diarreia grave em bebês e crianças pequenas. Mesmo com a ampliação das campanhas de vacinação, ele ainda provoca milhares de internações todos os anos, principalmente em regiões com menor acesso a saneamento básico, água tratada e atendimento médico rápido.

    A doença costuma surgir de forma repentina e pode evoluir rapidamente para desidratação — que é o grande risco para os pequenos. Porém, há uma vacina disponível no SUS que é muito eficaz e faz toda a diferença para evitar formas graves e salvar vidas.

    O que é o rotavírus e como ele é transmitido

    O nome rotavírus vem do formato de roda observado ao microscópio. Ele infecta principalmente o intestino delgado, provoca inflamação e leva à perda importante de líquido e sais minerais.

    A transmissão ocorre pela via fecal-oral, ou seja, quando partículas microscópicas de fezes contaminadas entram em contato com a boca.

    Isso pode acontecer por meio de:

    • Mãos sujas, especialmente após trocar fraldas ou usar o banheiro;
    • Brinquedos, objetos e superfícies contaminadas;
    • Alimentos ou água contaminados.

    Por isso, higiene das mãos e água tratada são medidas essenciais para prevenir a doença.

    Quem pode pegar o vírus

    O rotavírus é muito contagioso e está presente no mundo todo.

    • A maioria das crianças é infectada pelo menos uma vez até os 5 anos;
    • Em países com vacinação ampla, os casos graves diminuíram muito;
    • Em regiões mais pobres, ainda é uma das principais causas de morte por diarreia infantil, especialmente por conta da desnutrição e da falta de acesso rápido ao atendimento.

    Sintomas

    Os sintomas do rotavírus costumam aparecer entre 1 e 3 dias após o contágio e geralmente começam de forma abrupta.

    Os sinais mais comuns são:

    • Diarreia intensa, aquosa e frequente;
    • Febre;
    • Vômitos;
    • Cansaço, irritabilidade e mal-estar.

    Sinais de alarme de possível desidratação:

    • Boca seca;
    • Olhos fundos;
    • Urina escassa;
    • Sonolência ou letargia.

    A doença costuma durar de 5 a 7 dias, mas pode evoluir rápido em bebês. Por isso, a vigilância dos sinais de desidratação é fundamental.

    Diagnóstico

    Na maioria dos casos, o diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas e na avaliação física. Em situações específicas, o médico pode pedir exame de fezes para confirmar a presença do vírus.

    Tratamento

    Não existe um medicamento que elimine o rotavírus. O foco do tratamento é evitar a desidratação.

    As principais medidas são:

    • Soro de reidratação oral (caseiro ou industrializado);
    • Alimentação leve;
    • Repouso;
    • Evitar remédios para diarreia e vômitos sem orientação médica.

    Nos casos graves, quando a hidratação oral não é suficiente, é necessária internação para hidratação na veia.

    Estudos mostram que probióticos e suplementação de zinco podem ajudar na recuperação, especialmente em crianças pequenas.

    Prevenção: por que a vacina é tão importante

    A vacina contra o rotavírus é a principal forma de prevenção e reduz drasticamente o risco de diarreia grave, internação e óbitos. Ela é oral (pingos administrados na boca) e aplicada aos 2 e 4 meses de idade no SUS.

    Além da vacinação, outras medidas de proteção são:

    • Lavar bem as mãos com água e sabão;
    • Usar água filtrada, fervida ou tratada;
    • Lavar frutas, verduras e utensílios corretamente;
    • Manter superfícies limpas, especialmente onde há crianças pequenas.

    Veja também: Criança engoliu um objeto? Veja o que fazer imediatamente

    Perguntas frequentes sobre rotavírus

    1. Adultos podem pegar rotavírus?

    Sim, mas em geral apresentam quadros mais leves.

    2. A vacina impede totalmente a infecção?

    Ela pode não impedir todos os casos, mas reduz muito a gravidade e praticamente elimina o risco de formas graves.

    3. É perigoso oferecer soro caseiro?

    Não, desde que preparado corretamente. No SUS, o soro industrializado é preferível e pode ser retirado gratuitamente em postos de saúde.

    4. Criança com diarreia pode continuar comendo?

    Sim. A alimentação deve ser mantida, respeitando os sinais de apetite da criança.

    5. Quando devo procurar atendimento urgente?

    Se houver sinais de desidratação, vômitos persistentes, pouca urina ou letargia.

    6. É possível pegar rotavírus mais de uma vez?

    Sim. Existem diferentes tipos de rotavírus, e a imunidade não é totalmente duradoura.

    7. Probióticos realmente ajudam?

    Estudos mostram que podem acelerar a recuperação nesses quadros.

    Veja também: Diarreia: o que pode estar por trás desse sintoma tão comum

  • Insuficiência istmocervical: o que é e por que merece atenção na gravidez 

    Insuficiência istmocervical: o que é e por que merece atenção na gravidez 

    A insuficiência istmocervical é uma das causas mais importantes de abortos tardios e partos prematuros, principalmente no segundo trimestre da gestação. A condição acontece quando o colo do útero, que deveria permanecer firme e fechado até o final da gravidez, começa a se abrir antes do tempo, sem dor e sem contrações, o que aumenta o risco de a gestação terminar antes da hora.

    Por ser uma alteração silenciosa, muitas mulheres só descobrem a insuficiência istmocervical depois de passar por perdas repetidas. Por isso, o diagnóstico precoce e o acompanhamento especializado são tão importantes para proteger a gestação e aumentar as chances de o bebê nascer saudável.

    Como a insuficiência istmocervical se manifesta

    O quadro típico envolve mulheres que tiveram duas ou mais perdas gestacionais tardias, geralmente perto do 4º mês. Essas perdas acontecem de forma abrupta, com poucos sintomas.

    Os sinais mais comuns são:

    • Abertura silenciosa do colo do útero, sem contrações;
    • Expulsão rápida do bebê, geralmente vivo e sem malformações;
    • Sangramento leve e pouca dor.

    Essa evolução rápida e quase sem sintomas reforça a importância do acompanhamento contínuo.

    Como é feito o diagnóstico

    O diagnóstico pode ocorrer antes da gestação ou durante a gravidez.

    Antes da gestação

    O médico avalia o histórico de perdas e pode solicitar exames como:

    • Teste da vela nº 8: avalia a facilidade de dilatação do colo;
    • Histerografia ou histeroscopia: para analisar o canal cervical e a anatomia uterina.

    Durante a gestação

    O diagnóstico se baseia em:

    • Conversa detalhada sobre perdas anteriores;
    • Exame físico;
    • Ultrassom, que pode mostrar:
      • Encurtamento do colo do útero;
      • Membranas se projetando para o canal cervical.

    É importante lembrar que o colo curto sozinho não significa insuficiência istmocervical. O histórico obstétrico é decisivo para confirmar o diagnóstico.

    Tratamento: o que é a cerclagem

    O tratamento principal é a cerclagem uterina, uma cirurgia simples que coloca pontos no colo do útero para mantê-lo fechado até o final da gravidez. É como criar uma bolsa de contenção para segurar a gestação.

    Destaques do procedimento:

    • A técnica mais usada é a McDonald, feita pela vagina;
    • Geralmente realizada entre 12 e 16 semanas, após o ultrassom morfológico;
    • Pode ser feita até 25 semanas, em casos selecionados;
    • Feita sob anestesia, com cuidados para evitar infecção;
    • O fio é retirado por volta das 37 semanas.

    Após a cerclagem, a gestante não precisa ficar em repouso absoluto, apenas seguir as orientações médicas de forma individualizada.

    Quando a cerclagem não pode ser feita

    A cerclagem é contraindicada quando há:

    • Trabalho de parto ativo;
    • Sangramento intenso;
    • Malformações fetais incompatíveis com a vida;
    • Rotura prematura das membranas;
    • Infecção no colo do útero (cervicite purulenta);
    • Corioamnionite.

    Cerclagem de urgência: quando é necessária

    Em situações em que as membranas já estão descendo pelo colo, o médico pode tentar uma cerclagem de urgência, desde que:

    • O bebê esteja bem;
    • O colo esteja dilatado menos de 4 cm;
    • Não haja contraindicações importantes.

    Esse procedimento pode prolongar a gestação por até 8 semanas, o que faz grande diferença para a sobrevivência e o desenvolvimento do bebê.

    É uma técnica delicada, feita até aproximadamente 25 semanas, com apoio do ultrassom para reposicionar as membranas.

    A importância do diagnóstico precoce

    Identificar a insuficiência istmocervical antes de uma nova gestação aumenta muito as chances de sucesso. O diagnóstico precoce ajuda a:

    • Evitar novas perdas;
    • Reduzir o risco de parto prematuro;
    • Planejar o melhor momento para realizar a cerclagem;
    • Acompanhar a gestação de forma mais segura.

    Mulheres com histórico de abortos tardios ou partos prematuros repetidos devem ser avaliadas por uma equipe especializada.

    O que esperar após o tratamento

    Mesmo com a cerclagem, o risco de prematuridade não desaparece totalmente. Contudo, com diagnóstico correto, realização da cirurgia no momento ideal, bom pré-natal, supervisão contínua do médico e cuidados pós-operatórios adequados, as chances de um desfecho positivo são altas — inclusive com bebês nascendo no tempo certo e saudáveis.

    Veja mais: 5 testes obrigatórios que devem ser feitos no recém-nascido

    Perguntas frequentes sobre insuficiência istmocervical

    1. A insuficiência istmocervical dói?

    Geralmente não. O colo se abre silenciosamente, sem contrações e sem dor.

    2. Colo curto é o mesmo que insuficiência istmocervical?

    Não. O diagnóstico depende do histórico de perdas e partos prematuros.

    3. A cerclagem é uma cirurgia arriscada?

    É um procedimento simples e seguro quando feito por profissionais experientes.

    4. Posso engravidar normalmente após uma cerclagem anterior?

    Sim. Em muitas gestações futuras, a cerclagem pode ser indicada novamente.

    5. A insuficiência istmocervical pode ser prevenida?

    Não necessariamente, mas um diagnóstico precoce evita perdas e partos prematuros.

    6. Toda mulher com parto prematuro tem insuficiência istmocervical?

    Não. O diagnóstico deve ser individualizado e baseado no conjunto de sinais.

    7. Preciso fazer repouso absoluto após a cerclagem?

    Na maioria dos casos, não. A gestante pode levar vida quase normal com orientações médicas.

    Veja também: ‘Bebês Ozempic’: como os análogos do GLP-1 impactam a fertilidade?

  • Crescimento infantil: quando se preocupar com a baixa estatura 

    Crescimento infantil: quando se preocupar com a baixa estatura 

    A altura é um dos indicadores mais importantes da saúde das crianças. Por isso, quando uma criança cresce menos do que os pais esperam ou parece estar sempre menor do que os colegas da mesma idade, é natural surgir preocupação. Na maioria das vezes, o crescimento segue um ritmo próprio e não indica doença.

    Em alguns casos, porém, a baixa estatura infantil pode ser um sinal de que o organismo não está recebendo tudo o que precisa para se desenvolver bem.

    O crescimento depende de fatores genéticos, hormonais, nutricionais e ambientais. Assim, problemas hormonais, doenças crônicas, carências nutricionais ou condições presentes desde a gestação podem interferir nesse processo.

    Por outro lado, muitas crianças simplesmente seguem o padrão familiar e são saudáveis, apenas menores. Saber diferenciar o que é esperado e o que merece investigação é essencial para garantir um desenvolvimento adequado.

    Como acontece o crescimento

    O crescimento começa ainda na gestação e segue até o fim da adolescência. Ele depende de vários fatores que atuam ao mesmo tempo:

    • Genética: a altura dos pais influencia fortemente a altura dos filhos;
    • Alimentação: nutrientes adequados são essenciais para que o corpo cresça;
    • Hormônios: especialmente o hormônio do crescimento (GH) e o IGF-1;
    • Saúde geral: sono, infecções, doenças crônicas e condições ambientais também interferem.

    Durante a infância, o crescimento é contínuo. Na puberdade acontece o estirão de crescimento, período em que crianças e adolescentes crescem mais rápido.

    Quando a altura é considerada baixa

    Uma criança pode ser considerada de baixa estatura quando:

    • Está abaixo do percentil 3 na curva de crescimento (menor que 97% das crianças da mesma idade e sexo);
    • Cresce menos de 5 cm por ano entre os 6 anos e a puberdade;
    • A altura é muito diferente da prevista pela altura dos pais.

    Nem sempre isso é sinal de doença. Filhos de pais naturalmente baixos podem ter baixa estatura familiar. Mas, quando o crescimento desacelera ou foge muito do padrão, é importante investigar.

    Principais causas de baixa estatura infantil

    As causas podem ser divididas em normais (não são doenças) e patológicas (causadas por condições médicas).

    Variações normais

    Baixa estatura familiar

    A criança é saudável, mas segue o padrão genético de pais e familiares baixos.

    Atraso constitucional do crescimento e puberdade

    O crescimento é mais lento e a puberdade começa mais tarde. Depois, a criança “alcança” os demais colegas e atinge altura normal.

    Causas patológicas

    Distúrbios hormonais

    Como deficiência do hormônio do crescimento ou problemas na tireoide.

    Doenças crônicas

    Asma, doença celíaca, fibrose cística, doenças renais, entre outras.

    Síndromes cromossômicas

    Como síndrome de Turner (em meninas) e síndrome de Down.

    Síndromes genéticas

    Entre elas síndrome de Noonan, Bloom e Russel-Silver.

    Retardo de crescimento intrauterino

    Quando o bebê cresce pouco dentro da barriga, por falta de nutrientes, infecções, álcool ou drogas na gestação.

    Desnutrição

    Uma das causas mais comuns de baixa estatura infantil em contextos de vulnerabilidade.

    Como o médico avalia o crescimento

    A avaliação é completa e leva em conta vários aspectos:

    • História clínica detalhada: informações sobre gestação, parto, peso ao nascer, doenças, alimentação e uso de medicamentos;
    • Altura e desenvolvimento dos pais: importante para estimar a altura alvo familiar;
    • Exame físico: avaliação da puberdade, das proporções corporais e sinais de síndromes genéticas;
    • Curvas de crescimento: o pediatra registra altura e peso em cada consulta para observar o ritmo ao longo do tempo.

    Caso exista suspeita de algum problema, podem ser realizados:

    • Exames de sangue: hormônios, tireoide, anemia, glicose, entre outros;
    • Raio-X da mão: avalia a idade óssea e o amadurecimento dos ossos;
    • Cariótipo: quando há suspeita de síndrome cromossômica;
    • Exames de imagem: como avaliação da hipófise em alguns casos.

    A combinação dessas informações ajuda o pediatra a entender se o crescimento está normal ou se há algo interferindo nele.

    Como é feito o acompanhamento da baixa estatura infantil

    A criança deve ter seu crescimento avaliado regularmente:

    • Nos primeiros 2 anos: de 3 a 4 vezes ao ano;
    • Após os 2 anos: pelo menos 1 vez ao ano ou mais, se houver preocupação.

    Para uma medição correta, a criança precisa estar:

    • Descalça;
    • Com o corpo ereto;
    • Encostada adequadamente no estadiômetro ou parede.

    O acompanhamento cuidadoso permite identificar problemas cedo e iniciar o tratamento adequado quando necessário, garantindo que a criança tenha o melhor desenvolvimento possível.

    Veja também: 5 testes obrigatórios que devem ser feitos no recém-nascido

    Perguntas frequentes sobre baixa estatura infantil

    1. Toda criança baixa tem algum problema de saúde?

    Não. Muitas são saudáveis e apenas seguem o padrão familiar.

    2. Quando devo procurar avaliação pediátrica para a altura?

    Quando a criança cresce menos de 5 cm por ano, está abaixo do percentil 3 ou perde ritmo de crescimento.

    3. Problemas hormonais sempre causam baixa estatura?

    Nem sempre, mas podem afetar significativamente o crescimento.

    4. Desnutrição pode causar baixa estatura?

    Sim. Falta de nutrientes é uma das principais causas de atraso de crescimento em várias regiões do mundo.

    5. Crianças com atraso constitucional crescem normalmente depois?

    Sim. Elas crescem mais tarde, mas tendem a atingir altura normal na fase adulta.

    6. O raio-X da mão é realmente necessário?

    Sim. Ele mostra a idade óssea, fundamental para avaliar quanto crescimento ainda é esperado.

    7. Há tratamento para baixa estatura causada por hormônios?

    Sim. A reposição hormonal pode ser indicada em casos específicos, sempre com acompanhamento de especialistas.

    Leia mais: Criança engoliu um objeto? Veja o que fazer imediatamente

  • Criança engoliu um objeto? Veja o que fazer imediatamente 

    Criança engoliu um objeto? Veja o que fazer imediatamente 

    É uma cena mais comum do que parece: a criança pequena brinca, se distrai e, em segundos, coloca algo na boca, como uma moeda, uma peça de brinquedo, uma pilha. Esse tipo de acidente, chamado ingestão de corpo estranho, é frequente na pediatria, especialmente em crianças menores de 3 anos.

    Na maioria dos casos, o objeto percorre o sistema digestivo e é eliminado naturalmente. Mas há situações em que ele pode ficar preso no esôfago, estômago ou intestino, provocando entupimento, perfuração ou intoxicação, e exigindo atendimento médico imediato. Saber como agir faz toda a diferença.

    O que é a ingestão de corpo estranho

    A ingestão de corpo estranho acontece quando a criança engole acidentalmente algo que não é alimento, como moedas, botões, brinquedos, pedaços de plástico ou pilhas.

    Embora pareça simples, o risco depende do tipo e tamanho do objeto, da idade da criança e de onde ele fica preso no trato digestivo.

    Por que isso acontece?

    A curiosidade natural das crianças pequenas é o principal motivo. Nessa fase, elas exploram o mundo com todos os sentidos, incluindo o paladar. Cores, texturas e formatos diferentes despertam o interesse, e colocar coisas na boca é parte do aprendizado.

    Por isso, os acidentes costumam acontecer sem supervisão direta, durante brincadeiras, quando os adultos se distraem por poucos segundos.

    Quais são os riscos?

    Nem todos os objetos causam complicações. Muitos passam sozinhos pelo tubo digestivo e são eliminados nas fezes. Alguns tipos, porém, representam alto risco, principalmente quando ficam presos ou liberam substâncias tóxicas.

    Os principais perigos incluem:

    Obstrução: o objeto entala no esôfago, estômago ou intestino, impedindo a passagem de alimentos;

    Perfuração: pontas afiadas ou pressão excessiva podem furar as paredes do tubo digestivo;

    Queimaduras químicas: no caso das pilhas, que liberam substâncias alcalinas e podem causar lesões graves em poucos minutos;

    Ímãs: se mais de um for engolido, eles podem se grudar através das paredes do intestino, causando necrose e perfuração.

    Essas situações exigem intervenção médica imediata.

    Sinais e sintomas

    Os sintomas variam de acordo com o tipo de objeto, local onde ele ficou preso e tempo decorrido desde a ingestão.

    Quando o objeto está no esôfago:

    Dificuldade para engolir;

    Dor ou desconforto na garganta;

    Salivação excessiva (às vezes com sangue);

    Tosse ou engasgos;

    Irritabilidade;

    Dor no peito ou dificuldade para respirar.

    Quando o objeto está no estômago ou intestino:

    Dor abdominal;

    Náuseas e vômitos;

    Febre;

    Sangue nas fezes.

    Se a criança tiver tosse intensa, engasgo ou falta de ar, deve-se procurar ajuda médica de emergência imediatamente.

    O que fazer quando a criança engole um objeto

    Mesmo que a criança pareça bem, é essencial levar ao pronto-socorro o mais rápido possível. O médico poderá solicitar exames, como raio-X ou endoscopia, para localizar o objeto e avaliar se ele está causando obstrução.

    Nunca tente provocar vômito ou retirar o objeto com as mãos, pois isso pode piorar a situação.

    Se houver engasgo e dificuldade para respirar, deve-se acionar imediatamente o serviço de emergência (SAMU 192) e iniciar manobras de desobstrução das vias aéreas, se houver treinamento para isso.

    Diagnóstico e tratamento

    O médico avaliará o caso com base em:

    Histórico e sintomas da criança;

    Exame físico;

    Radiografia simples ou seriada, para acompanhar a movimentação do objeto.

    A conduta médica pode variar:

    Apenas observação, se o objeto for pequeno e não estiver causando sintomas;

    Retirada por endoscopia, caso o objeto esteja preso ou represente risco;

    Cirurgia, em situações graves, como perfuração ou obstrução intestinal.

    A retirada de emergência por meio de endoscopia é indicada quando há:

    Obstrução do esôfago;

    Pilha ou bateria presa no esôfago;

    Objeto cortante ou pontiagudo.

    Esses casos exigem atendimento imediato, pois o risco de complicações é elevado.

    Como prevenir a ingestão de corpo estranho

    Prevenir é sempre o melhor tratamento e, nesse caso, depende principalmente da atenção dos adultos. Veja medidas simples que fazem toda a diferença:

    Mantenha objetos pequenos fora do alcance das crianças;

    Evite brinquedos com peças pequenas para menores de 3 anos;

    Não ofereça alimentos duros ou redondos, como amendoim ou balas;

    Ensine, de forma lúdica, que só comida vai à boca;

    Supervisione sempre as brincadeiras e refeições.

    Esses cuidados reduzem significativamente os riscos e ajudam as crianças a explorarem o mundo com segurança.

    Leia também: Meningite bacteriana: veja tipos, sintomas e como se prevenir

    Perguntas frequentes sobre ingestão de objetos estranhos

    1. O que fazer se meu filho engolir uma moeda?

    Leve imediatamente ao pronto-socorro. Mesmo que pareça bem, é importante fazer um exame para garantir que o objeto não ficou preso no esôfago.

    2. Engolir uma pilha é perigoso?

    Sim, é uma emergência médica. As pilhas podem liberar substâncias que queimam o tecido e causam perfuração. Vá ao pronto-socorro imediatamente caso isso aconteça.

    3. É possível o objeto sair sozinho?

    Depende do tamanho e formato. Alguns passam naturalmente nas fezes, mas só o médico pode avaliar se é seguro esperar.

    4. Quando é necessário fazer endoscopia?

    Quando o objeto está preso, é cortante ou representa risco químico (como pilhas e ímãs).

    5. Como saber se o objeto ainda está no corpo da criança?

    Apenas exames de imagem, como raio-X, podem confirmar a localização.

    6. Posso tentar fazer a criança vomitar?

    Não. Isso pode causar engasgo ou lesões. Procure atendimento médico imediatamente.

    Veja também: Endoscopia: como é o exame que vê o estômago por dentro