Categoria: Doenças & Condições

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  • Anemia falciforme: conheça a doença genética que afeta o formato das células do sangue

    Anemia falciforme: conheça a doença genética que afeta o formato das células do sangue

    A anemia falciforme é uma doença genética que altera o formato dos glóbulos vermelhos, as células responsáveis por transportar oxigênio pelo corpo. Em vez de redondas e flexíveis, elas assumem o formato de uma foice ou meia-lua, tornando-se rígidas e frágeis.

    Essa deformação faz com que as células se quebrem mais facilmente e bloqueiem pequenos vasos sanguíneos, o que pode causar crises dolorosas, falta de oxigênio nos tecidos e danos a órgãos. Embora seja uma doença crônica, o diagnóstico precoce e o acompanhamento médico adequado permitem controlar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.

    O que causa a anemia falciforme

    A doença é causada por uma alteração genética no gene responsável pela produção da hemoglobina, proteína que transporta o oxigênio no sangue. Essa mutação faz surgir uma hemoglobina anormal, chamada HbS.

    Quando há pouco oxigênio, como durante febre, desidratação ou esforço físico, a HbS tende a se agrupar dentro da célula, deformando o glóbulo vermelho e transformando-o em uma foice.

    Essas células tornam-se:

    • Mais frágeis, quebrando-se facilmente e causando anemia;
    • Menos flexíveis, podendo se acumular e bloquear a circulação do sangue.

    Para desenvolver a doença, a pessoa precisa herdar duas cópias do gene alterado (uma do pai e outra da mãe). Quem herda apenas uma cópia tem o traço falciforme — não apresenta sintomas, mas pode transmitir o gene aos filhos.

    Sintomas mais comuns

    Os sintomas da anemia falciforme podem variar de leves a graves, mas geralmente incluem:

    • Crises de dor: intensas e súbitas, que podem afetar ossos, articulações, abdômen ou tórax;
    • Anemia crônica: causada pela destruição precoce dos glóbulos vermelhos, resultando em cansaço, fraqueza e falta de ar;
    • Infecções recorrentes: devido à menor defesa do organismo;
    • Acidente vascular cerebral (AVC): pode ocorrer ainda na infância;
    • Danos em órgãos: rins, fígado, olhos, ossos e coração podem ser afetados com o tempo.

    As crises dolorosas, chamadas crises vaso-oclusivas, são uma das manifestações mais marcantes e podem durar horas ou dias.

    Complicações da anemia falciforme

    A doença pode causar complicações agudas (súbitas) e crônicas (progressivas ao longo do tempo).

    Complicações agudas

    • Crise vaso-oclusiva: dor intensa por bloqueio dos vasos sanguíneos;
    • Síndrome torácica aguda: febre, dor no peito e falta de ar — pode ser fatal;
    • AVC: ocorre pela obstrução de vasos cerebrais, às vezes ainda na infância;
    • Sequestro esplênico ou hepático: acúmulo de sangue no baço ou fígado, com queda brusca da hemoglobina;
    • Crise aplástica: interrupção temporária da produção de glóbulos vermelhos, geralmente após infecção viral;
    • Priapismo: ereção prolongada e dolorosa em homens, que pode causar impotência se não tratada rapidamente.

    Complicações crônicas

    • Anemia persistente;
    • Hipertensão pulmonar;
    • Doença renal;
    • Problemas oculares (retinopatia);
    • Necrose óssea;
    • Úlceras nas pernas.

    Essas complicações exigem acompanhamento contínuo e tratamento específico.

    Diagnóstico

    O diagnóstico é feito por exames de sangue e, em alguns casos, testes genéticos. O objetivo é identificar a presença da hemoglobina falciforme (HbS).

    Principais exames utilizados:

    • Teste do pezinho: detecta a doença já no recém-nascido;
    • Hemograma completo: avalia níveis de hemoglobina e células sanguíneas;
    • Eletroforese de hemoglobina: confirma e quantifica os tipos de hemoglobina (HbA, HbS, HbF);
    • Cromatografia líquida de alta eficiência: identifica com precisão as diferentes hemoglobinas;
    • Teste genético: confirma a mutação e diferencia traço de doença.

    Exames complementares, como ultrassom, ressonância magnética ou doppler de vasos cerebrais, podem ser solicitados para investigar complicações e risco de AVC.

    Tratamento

    O tratamento é multidisciplinar e individualizado, com o objetivo de controlar sintomas, prevenir crises e reduzir complicações.

    1. Cuidados de suporte

    • Controle da dor: uso de analgésicos, anti-inflamatórios e, em casos graves, medicamentos opioides;
    • Hidratação constante: reduz a chance de crises, podendo ser feita por via oral ou intravenosa;
    • Transfusões de sangue: indicadas em casos de anemia grave, AVC ou síndrome torácica aguda.

    2. Terapias modificadoras da doença

    • Medicamentos que estimulam a hemoglobina fetal (HbF): reduzem crises e internações;
    • Transplante de medula óssea: indicado em casos graves com doador compatível, principalmente em crianças.

    3. Prevenção de infecções e complicações

    • Vacinas adicionais, como pneumocócica e meningocócica;
    • Antibióticos preventivos, como penicilina em crianças;
    • Acompanhamento em centros especializados.

    4. Cuidados gerais

    • Evitar desidratação, frio intenso e esforço físico excessivo;
    • Tratar infecções rapidamente;
    • Manter acompanhamento psicológico e social.

    O que esperar

    Com o diagnóstico precoce, tratamento contínuo e cuidados de prevenção, muitas pessoas com anemia falciforme conseguem levar uma vida ativa e produtiva. A doença exige atenção ao longo da vida, mas o acompanhamento médico adequado reduz significativamente o risco de crises e complicações graves.

    Leia mais: O que você precisa saber sobre o seu tipo de sangue

    Perguntas frequentes sobre anemia falciforme

    1. O que é anemia falciforme?

    É uma doença genética em que os glóbulos vermelhos têm formato de foice, dificultando a circulação e o transporte de oxigênio.

    2. A anemia falciforme é contagiosa?

    Não. Ela é hereditária, passada de pais para filhos por meio dos genes.

    3. Quais são os principais sintomas?

    Crises de dor, cansaço, infecções frequentes, anemia e, em casos graves, lesões em órgãos.

    4. O que causa as crises de dor?

    O bloqueio dos vasos sanguíneos pelas células deformadas impede a chegada de oxigênio aos tecidos, gerando dor intensa.

    5. Existe cura para a anemia falciforme?

    O transplante de medula óssea pode curar alguns casos, mas só é indicado em situações graves e com doador compatível.

    6. Quem tem o traço falciforme sente sintomas?

    Geralmente, não. Mas pode transmitir o gene para os filhos.

    7. Como é feito o diagnóstico?

    Por exames de sangue, como o teste do pezinho e a eletroforese de hemoglobina.

    8. Qual o papel da hidratação no tratamento?

    A hidratação ajuda a manter o sangue mais fluido, facilitando a circulação das células e evitando que elas se acumulem nos vasos.

    Com isso, diminui-se o risco de crises de dor, que acontecem quando o sangue não consegue passar direito e o corpo fica com falta de oxigênio em algumas regiões.

    Confira: Anemia carencial: o que acontece quando faltam nutrientes no sangue

  • Escoliose idiopática do adolescente: entenda mais sobre essa condição

    Escoliose idiopática do adolescente: entenda mais sobre essa condição

    Durante a adolescência, o corpo passa por rápidas transformações, e é nessa fase que podem surgir alterações na postura que precisam de atenção especial. Uma delas é a escoliose idiopática do adolescente (EIA), uma curvatura anormal da coluna que costuma aparecer entre os 10 e 18 anos, em plena fase de crescimento.

    Embora muitas vezes não cause dor no início, a escoliose pode evoluir silenciosamente e, se não tratada, afetar a aparência, a respiração e até o funcionamento do coração. O acompanhamento médico é muito importante para detectar a condição ainda no início e evitar que a curvatura da coluna piore.

    O que é a escoliose idiopática do adolescente

    A escoliose idiopática do adolescente é uma alteração na forma da coluna, que fica torta para o lado. Ela costuma aparecer entre os 10 e 18 anos de idade, período em que o corpo ainda está crescendo.

    O termo “idiopática” significa que a causa exata ainda não é conhecida. A curvatura é medida pelo médico através do ângulo de Cobb e, quando esse valor é igual ou superior a 10 graus, já é considerada escoliose.

    A condição pode afetar qualquer parte da coluna, mas é mais comum na região torácica (meio das costas) e lombar (parte inferior da coluna).

    Quem pode ter escoliose idiopática

    A escoliose idiopática do adolescente afeta entre 0,5% e 5% dos adolescentes e é mais comum em meninas — numa proporção de até três meninas para cada menino.

    Embora a causa não seja totalmente compreendida, estudos indicam influência genética e ambiental. Em muitas famílias, mais de um membro apresenta o problema, o que sugere herança familiar.

    Sinais e sintomas

    A escoliose idiopática pode se desenvolver de forma discreta e sem sintomas no início, sendo muitas vezes identificada em exames de rotina ou durante avaliações escolares.

    • Diferença na altura dos ombros ou quadris;
    • Tronco inclinado para um dos lados;
    • Uma costela ou parte das costas mais saliente;
    • Assimetria na cintura;
    • Em alguns casos, dor nas costas — mais comum em adultos.

    Nos casos mais graves, a curvatura pode afetar o tórax, dificultar a respiração e até interferir no funcionamento do coração.

    Como é feito o diagnóstico

    O diagnóstico começa com a análise da história clínica e o exame físico, observando postura, alinhamento dos ombros, quadris e pelve.

    Teste de Adams

    É o exame clínico mais usado. O adolescente se inclina para frente, e o médico observa se há diferenças entre os dois lados das costas, o que indica a presença de deformidade.

    Exames de imagem

    A confirmação é feita por radiografia da coluna em pé, que permite medir o ângulo de Cobb e classificar a gravidade da curvatura:

    • Leve: 10° a 20°;
    • Moderada: 21° a 40°;
    • Grave: acima de 40°.

    Em casos com sintomas neurológicos, o médico pode solicitar ressonância magnética para descartar outras causas.

    Tratamento

    O tratamento depende do grau da curvatura, da idade do adolescente e do potencial de crescimento ósseo.

    Acompanhamento clínico

    Indicado para curvas leves. O adolescente é acompanhado com radiografias periódicas para verificar se há progressão.

    Colete ortopédico

    Recomendado em adolescentes em crescimento com curvaturas moderadas. O objetivo é impedir o aumento da deformidade, e não endireitar totalmente a coluna.

    Fisioterapia específica

    Exercícios direcionados ajudam a fortalecer a musculatura, melhorar o equilíbrio postural e reduzir o desconforto.

    Cirurgia

    Indicada em casos de curvaturas acima de 40°–45°, ou quando há dor intensa, comprometimento funcional ou questões estéticas relevantes. O procedimento corrige e estabiliza a coluna com hastes, parafusos e enxertos ósseos, proporcionando alinhamento e estabilidade.

    O que pode acontecer se não for tratada

    • Dor crônica nas costas;
    • Limitação física e fadiga muscular;
    • Baixa autoestima e impacto emocional;
    • Osteopenia ou osteoporose precoce;
    • Comprometimento respiratório e cardíaco em casos graves.

    O diagnóstico precoce permite intervenção antes que a curvatura avance, evitando prejuízos funcionais e estéticos.

    O que esperar

    A maioria das curvas leves não causa sintomas graves e requer apenas acompanhamento periódico. Já as curvas mais acentuadas tendem a piorar durante o crescimento, mas podem ser controladas com o tratamento adequado.

    Quando diagnosticada cedo e acompanhada por equipe especializada, a escoliose idiopática do adolescente não impede uma vida ativa e saudável.

    Prevenção

    Como a causa exata da escoliose idiopática ainda é desconhecida, não há uma forma garantida de preveni-la. No entanto, bons hábitos posturais e físicos ajudam no controle e na detecção precoce:

    • Manter boa postura ao sentar e estudar;
    • Praticar atividade física regularmente;
    • Fortalecer os músculos das costas e abdômen;
    • Realizar avaliações médicas periódicas durante o crescimento.

    O rastreamento escolar e familiar é fundamental para identificar alterações ainda no início.

    Veja também: Cirurgia de coluna: 5 condições em que ela pode ser necessária

    Perguntas frequentes sobre escoliose idiopática do adolescente

    1. O que é escoliose idiopática do adolescente?

    É uma curvatura lateral anormal da coluna que surge geralmente entre os 10 e 18 anos, sem causa conhecida.

    2. Quais são os primeiros sinais da doença?

    Desalinhamento dos ombros ou quadris, tronco inclinado e uma parte das costas mais saliente.

    3. A escoliose causa dor?

    Na maioria dos adolescentes, não. A dor tende a ser mais comum em adultos com curvaturas acentuadas.

    4. Como é feito o diagnóstico?

    Por exame físico e radiografia, que mede o ângulo de Cobb e classifica a gravidade da curvatura.

    5. O uso do colete ortopédico corrige a coluna?

    O colete não endireita completamente, mas evita a progressão da curvatura durante o crescimento.

    6. Quando é indicada a cirurgia?

    Para curvaturas acima de 40°–45°, especialmente se houver dor, comprometimento funcional ou estético.

    7. É possível praticar esportes com escoliose?

    Sim. Com acompanhamento médico, atividades físicas ajudam no fortalecimento muscular e na postura.

    8. A escoliose pode ser prevenida?

    Não totalmente, mas postura adequada, exercícios e diagnóstico precoce ajudam a controlar a progressão.

    Leia mais: Como carregar peso sem prejudicar a coluna?

  • Prolapso uterino: o que é, sintomas, o que causa e tratamento

    Prolapso uterino: o que é, sintomas, o que causa e tratamento

    Você já ouviu falar em prolapso uterino? Com o passar dos anos, o corpo feminino passa por uma série de mudanças que podem afetar a sustentação dos órgãos pélvicos.

    O suporte é garantido por músculos e ligamentos que tendem a enfraquecer — seja pela idade ou por situações que aumentam a pressão dentro do abdômen, como a gravidez, a prática de esforço físico intenso ou a constipação crônica.

    Quando as estruturas de suporte perdem a força, ocorre o deslocamento dos órgãos da pelve, como o útero ou a bexiga, em direção à vagina. A condição, também chamada de prolapso dos órgãos pélvicos, pode precisar de cirurgia nos casos mais graves.

    Conversamos com uma especialista para entender quais são os fatores de risco, os sinais de alerta que merecem atenção e as opções de tratamento disponíveis. Confira!

    Afinal, o que é prolapso uterino?

    O prolapso uterino acontece pelo enfraquecimento dos músculos e ligamentos que sustentam o útero, estruturas que fazem parte do assoalho pélvico. Isso faz com que os órgãos da pelve (como bexiga, útero ou reto) deslizem de sua posição normal e desçam em direção ao canal vaginal — podendo até sair parcialmente pela vagina em casos mais graves.

    De forma simples, é como se o suporte que mantém o útero no lugar não tivesse mais força suficiente. Por isso, algumas mulheres descrevem a sensação de “uma bola na vagina” ou de pressão pélvica.

    Segundo a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), o prolapso genital faz parte de um grupo de alterações chamadas desordens do assoalho pélvico, que também incluem incontinência urinária e fecal. Estima-se que 50% das mulheres apresentem algum grau de prolapso em algum momento da vida.

    O que causa o prolapso uterino?

    O prolapso uterino pode surgir quando os órgãos da pelve perdem o apoio adequado. Isso acontece, principalmente, por mudanças na estrutura da região ou por condições que aumentam a pressão intra-abdominal, como:

    • Partos vaginais: especialmente múltiplos partos ou com uso de fórceps, que podem causar lesões na musculatura de sustentação;
    • Predisposição genética: histórico familiar eleva o risco;
    • Obesidade: o excesso de peso aumenta a pressão sobre o assoalho pélvico, elevando o risco em até 50%;
    • Doenças crônicas: constipação intestinal, tosse crônica (como em DPOC) e outras condições que aumentam a pressão intra-abdominal;
    • Idade avançada: o risco sobe após os 50 anos, especialmente após a menopausa, com queda do estrogênio.

    Existem fatores de risco?

    De acordo com a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza, a gravidez é o principal fator de risco para o prolapso uterino. Outros fatores que contribuem para o enfraquecimento do assoalho pélvico incluem:

    • Envelhecimento, com redução natural de colágeno e elastina;
    • Aumento da pressão abdominal;
    • Obesidade;
    • Presença de miomas;
    • Tumores;
    • Tabagismo, que compromete a qualidade do colágeno.

    Sintomas do prolapso uterino

    • Sensação de peso ou pressão na pelve;
    • Impressão de “bola na vagina”;
    • Dor lombar ou pélvica;
    • Dificuldade para urinar ou evacuar;
    • Incontinência urinária ou fecal;
    • Desconforto ou dor durante a relação sexual;
    • Em casos avançados, visualização do útero saindo pelo canal vaginal.

    Nem todas as mulheres apresentam sintomas intensos. Em graus leves, a condição pode ser descoberta em exames de rotina, como a ultrassonografia.

    Graus do prolapso uterino

    • Grau I (leve): o útero desce um pouco, mas não chega à abertura vaginal;
    • Grau II (moderado): o útero chega próximo à abertura da vagina;
    • Grau III (avançado): parte do útero ultrapassa a entrada da vagina;
    • Grau IV (grave): o útero sai quase totalmente pela vagina (procidência uterina).

    A classificação orienta a escolha do tratamento mais adequado.

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico costuma ser clínico, durante a consulta ginecológica. O médico considera os sintomas e realiza exame físico em posição ginecológica. Em alguns casos, pode solicitar a manobra de Valsalva (esforço semelhante ao de evacuar) para evidenciar a descida do útero.

    Dependendo do quadro, podem ser solicitados exames complementares, como ultrassonografia transvaginal ou ressonância magnética.

    Tratamento de prolapso uterino

    O tratamento depende do grau do prolapso, dos sintomas, da idade e do impacto na qualidade de vida. De acordo com a Febrasgo, pode ser conservador ou cirúrgico.

    Tratamento conservador

    • Pessários vaginais: dispositivos de silicone ou borracha inseridos na vagina para sustentar o útero e aliviar sintomas — indicados especialmente para pacientes idosas, com comorbidades ou que não desejam cirurgia;
    • Fisioterapia pélvica: exercícios específicos para fortalecer o assoalho pélvico, reduzir desconfortos e retardar a progressão em estágios leves;
    • Mudanças no estilo de vida: controle do peso, combate à constipação, prática de atividade física orientada e redução de esforços (como carregar muito peso).

    Tratamento cirúrgico

    A cirurgia é indicada nos casos graves, escolhida conforme a gravidade e as necessidades da paciente. Segundo a ginecologista Andreia Sapienza, o procedimento pode ser feito por via vaginal ou por videolaparoscopia. Não se trata, em geral, de cirurgia de grande porte (sem abertura da cavidade abdominal), e a recuperação costuma ser mais rápida.

    É possível evitar?

    • Manter o peso corporal adequado;
    • Evitar esforços excessivos e levantar peso de forma incorreta;
    • Tratar constipação intestinal e tosses crônicas;
    • Fortalecer o assoalho pélvico (exercícios de Kegel, pilates com foco pélvico);
    • Realizar acompanhamento ginecológico regular.

    Embora seja mais comum a partir dos 55 anos, o prolapso pode ocorrer em qualquer fase da vida. Cada caso deve ser avaliado individualmente.

    Confira: Adenomiose: o que é, sintomas, causas e tratamento

    Perguntas frequentes sobre prolapso uterino

    1. O prolapso uterino pode voltar depois do tratamento?

    Sim. Há possibilidade de retorno, pois o enfraquecimento do assoalho pélvico pode continuar ao longo do tempo. Cirurgias têm altas taxas de sucesso, mas não garantem 100% de eficácia definitiva. Fisioterapia pélvica e manutenção do peso adequado costumam ser recomendadas mesmo após a intervenção.

    2. O prolapso uterino causa dor?

    A dor não é o sintoma mais típico, mas pode ocorrer. É comum relatar sensação de peso, pressão ou incômodo pélvico, que pode piorar ao ficar muito tempo em pé ou durante esforços. Em graus avançados, pode haver dor lombar ou desconforto nas relações sexuais.

    3. O prolapso uterino pode desaparecer sozinho?

    Não. Uma vez instalado, pode permanecer estável por um período ou progredir. A melhora significativa depende de tratamento conservador ou cirúrgico.

    4. Prolapso uterino pode virar câncer?

    Não. O prolapso é uma alteração anatômica e não evolui para câncer. Ainda assim, os exames preventivos (como o Papanicolau) devem ser mantidos em dia, pois as condições podem coexistir.

    5. Prolapso uterino é grave?

    Não costuma representar risco imediato à vida, mas pode ser grave quando compromete o dia a dia ou há complicações (infecções urinárias recorrentes, retenção urinária, obstrução intestinal, dificuldade para caminhar). Em estágios avançados, o útero pode ultrapassar a abertura vaginal, causando desconforto e risco de lesões.

    6. Prolapso uterino pode causar sangramento?

    O prolapso em si geralmente não causa sangramento, mas o atrito do útero ou da mucosa vaginal exposta pode gerar irritações, pequenas lesões ou úlceras com sangramento. O sintoma deve ser avaliado, pois pode ter outras causas ginecológicas.

    Veja mais: Exame preventivo ginecológico: o que é e quando fazer

  • Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB): o que é, sintomas e como tratar

    Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB): o que é, sintomas e como tratar

    Você já ouviu falar em vertigem posicional paroxística benigna? Normalmente confundida com labirintite, a condição é uma das principais causas de tontura e está diretamente relacionada ao movimento da cabeça. Ela causa episódios súbitos de vertigem, aquela sensação de que o ambiente está girando — que acontece ao deitar, virar na cama ou olhar para cima, por exemplo.

    O nome até pode ser complicado, mas a vertigem não interfere na audição e não está associada a infecção ou inflamação no ouvido. Porém, ela pode impactar no dia a dia, causar insegurança ao realizar tarefas cotidianas e aumentar o risco de quedas, ainda mais em pessoas idosas.

    O que é vertigem posicional paroxística benigna (VPPB)?

    A vertigem posicional paroxística benigna (VPPB), também conhecida como “tontura dos cristais”, é um tipo de tontura que surge de forma repentina quando a cabeça muda de posição, como ao se deitar, levantar da cama, olhar para cima ou virar de lado. A sensação é de que tudo ao redor está girando, mesmo quando o corpo está parado.

    De acordo com o otorrinolaringologista Giuliano Bongiovanni, apesar da intensidade do desconforto, não existem sintomas auditivos associados, como zumbido ou perda de audição. Após a crise, a pessoa pode sentir um leve desequilíbrio ou náusea — mas a vertigem principal é curta e dura até um minuto.

    Causas da vertigem posicional paroxística benigna (VPPB)

    A VPPB acontece quando pequenos cristais de cálcio, chamados otólitos, se deslocam dentro do ouvido interno e vão para um canal onde não deveriam estar. O ouvido interno é responsável pelo equilíbrio e, quando os cristais ficam no lugar errado, enviam informações confusas para o cérebro sobre o movimento do corpo.

    Normalmente, a vertigem está ligada a algum tipo de trauma na cabeça, que pode variar de leve a grave e provocar o deslocamento dos cristais dentro do ouvido interno. Também pode surgir em pessoas que passaram por distúrbios que danificam o ouvido interno, como inflamações ou infecções, alterando o funcionamento do sistema responsável pelo equilíbrio.

    Em situações mais raras, a condição aparece após cirurgias de ouvido ou depois de longos períodos deitado de costas, como acontece em procedimentos odontológicos. Por fim, a VPPB ainda pode estar associada a crises de enxaqueca, já que pessoas com a condição têm maior sensibilidade no ouvido interno e no sistema vestibular, favorecendo o deslocamento dos cristais.

    Existem fatores de risco para VPPB?

    A vertigem posicional paroxística benigna pode aparecer em qualquer fase da vida, mas é mais frequente em pessoas a partir dos 50 anos e/ou em mulheres — indicando possível influência de fatores hormonais e estruturais.

    Traumatismos na cabeça e alterações que afetam os órgãos de equilíbrio no ouvido também aumentam a suscetibilidade ao desenvolvimento da VPPB, pois favorecem o deslocamento dos cristais.

    Sintomas da vertigem posicional paroxística benigna (VPPB)

    • Sensação de que tudo está girando, principalmente ao deitar, levantar, virar na cama ou olhar para cima;
    • Tontura intensa e breve, que dura segundos ou poucos minutos;
    • Desequilíbrio ao caminhar ou dificuldade para manter a estabilidade;
    • Náusea e, em alguns casos, vômitos;
    • Sensação de cabeça leve ou flutuante;
    • Movimentos involuntários dos olhos (nistagmo) durante a crise.

    Os sintomas aparecem e desaparecem de forma recorrente e costumam durar menos de um minuto. Além da vertigem, muitas pessoas relatam sensação de desequilíbrio ao ficar em pé ou ao caminhar.

    Como é feito o diagnóstico de VPPB?

    O diagnóstico da VPPB é baseado nos sintomas descritos pelo paciente e em testes clínicos feitos pelo médico, geralmente um otorrinolaringologista ou neurologista. O especialista analisa o histórico, verifica quais movimentos provocam a vertigem e utiliza manobras específicas para observar a resposta do sistema de equilíbrio.

    O teste mais usado, segundo Giuliano, é a manobra de Dix-Hallpike. Durante o exame, o médico posiciona a cabeça do paciente de formas específicas para provocar a vertigem e observar os olhos. Quando ocorre nistagmo juntamente com a sensação de giro, o diagnóstico de VPPB é confirmado.

    Em alguns casos, o médico pode pedir exames de imagem para confirmar o quadro ou descartar outras doenças com sintomas parecidos. A eletronistagmografia é utilizada para identificar movimentos oculares anormais ligados ao equilíbrio, enquanto a ressonância magnética ajuda a avaliar o ouvido interno e o cérebro.

    Tratamento de vertigem posicional paroxística benigna (VPPB)

    O tratamento é feito principalmente com manobras de reposicionamento, que têm como objetivo recolocar os cristais de cálcio no local correto dentro do ouvido interno para que eles parem de enviar sinais incorretos ao cérebro.

    Giuliano aponta que a mais utilizada é a manobra de Epley, uma sequência de movimentos da cabeça e do tronco realizados de forma controlada, com o paciente sentado e depois deitado em posições específicas. A técnica costuma gerar alívio rápido e pode ser realizada em consultório.

    Após o procedimento, recomenda-se manter alguns cuidados por cerca de 48 horas para evitar recaídas: dormir com a cabeça elevada e evitar movimentos bruscos do pescoço.

    VPPB é grave?

    A VPPB não é considerada uma condição grave ou perigosa para a saúde do ouvido ou do cérebro. No entanto, ela pode causar bastante desconforto e impactar o dia a dia devido às crises de tontura, que podem surgir de forma inesperada.

    Além disso, a VPPB aumenta o risco de quedas, especialmente em pessoas idosas. Por isso, o diagnóstico e o tratamento adequados são essenciais para aliviar os sintomas e prevenir acidentes.

    Quando procurar ajuda médica?

    Procure atendimento imediato se a tontura ou vertigem vier acompanhada de:

    • Dor de cabeça súbita, intensa ou diferente do habitual;
    • Febre;
    • Visão dupla ou perda de visão;
    • Perda de audição;
    • Dificuldade para falar ou articular palavras;
    • Fraqueza nos braços ou pernas;
    • Desmaio ou perda de consciência;
    • Queda ou dificuldade para caminhar;
    • Dormência ou formigamento no corpo.

    A presença desses sinais pode indicar uma condição mais séria que precisa de diagnóstico e tratamento rápidos.

    Veja também: Consultas médicas para idosos: quais as mais importantes para quem vive sozinho?

    Perguntas frequentes sobre Vertigem Posicional Paroxística Benigna

    1. A VPPB tem cura?

    Sim, a VPPB é tratável e, na grande maioria dos casos, pode ser resolvida com manobras de reposicionamento que recolocam os cristais no local correto. Muitos pacientes melhoram imediatamente; outros precisam de algumas sessões. Recidivas podem ocorrer, mas costumam responder bem ao retratamento.

    2. A VPPB pode causar perda de audição?

    Não. A VPPB afeta apenas o sistema de equilíbrio do ouvido interno e não interfere na audição. Se houver sintomas auditivos, é importante investigar outras causas (como síndrome de Ménière).

    3. Quem tem VPPB pode dirigir?

    Durante as crises, não é seguro dirigir, pois a vertigem pode ser desencadeada por movimentos da cabeça. Com os sintomas controlados e orientação médica, a pessoa pode voltar a dirigir normalmente.

    4. A VPPB pode piorar com o estresse?

    O estresse não causa VPPB, mas pode intensificar a percepção dos sintomas e dificultar a recuperação, aumentando o desconforto.

    5. Como diferenciar VPPB e labirintite?

    A VPPB causa vertigem rápida e intensa, de segundos, que aparece com mudanças de posição da cabeça e não afeta a audição. Já a labirintite provoca vertigem contínua por horas ou dias e costuma vir acompanhada de perda auditiva, zumbido, febre ou mal-estar.

    6. Como é feita a manobra de Epley?

    É uma sequência de movimentos da cabeça e do corpo feita pelo médico para reposicionar os cristais no ouvido interno. O paciente começa sentado, vira a cabeça para o lado afetado e é deitado rapidamente; em seguida, a cabeça é girada para o outro lado e o corpo é virado até que os cristais retornem ao local correto. O processo dura poucos minutos e costuma aliviar a vertigem rapidamente.

    Veja mais: Tontura: o que pode estar por trás desse sintoma tão comum

  • Sarampo: conheça os sinais e veja o que fazer em caso de contato 

    Sarampo: conheça os sinais e veja o que fazer em caso de contato 

    Durante décadas, o sarampo foi considerado uma doença praticamente erradicada no Brasil. No entanto, a queda na cobertura vacinal nos últimos anos fez com que o vírus voltasse a circular e causasse novos surtos. Extremamente contagiosa, essa infecção viral pode provocar febre alta, manchas na pele e complicações graves, especialmente em crianças pequenas e pessoas não vacinadas.

    Transmitido pelo ar e capaz de permanecer suspenso por horas, o sarampo é uma das doenças infecciosas mais contagiosas conhecidas. A vacinação completa continua sendo a melhor forma de proteção — e também a principal maneira de evitar que o país volte a enfrentar grandes epidemias.

    O que é o sarampo

    O sarampo é uma doença infecciosa viral causada pelo paramixovírus, e se espalha facilmente pelo ar, através de gotículas expelidas ao tossir, falar ou espirrar. O vírus pode permanecer ativo no ambiente por várias horas, o que explica sua alta taxa de contágio.

    O período de incubação (tempo entre o contato com o vírus e o início dos sintomas) varia de 8 a 12 dias. A pessoa infectada começa a transmitir o vírus cerca de dois dias antes dos primeiros sintomas e permanece contagiosa até quatro dias após o surgimento das manchas na pele.

    Sintomas e evolução da doença

    O sarampo apresenta um quadro clínico clássico, dividido em duas fases principais:

    Fase inicial (prodrômica)

    Dura de 3 a 4 dias e se assemelha a uma gripe forte, com:

    • Febre alta e progressiva, que atinge o pico no início do exantema;
    • Tosse seca e persistente;
    • Mal-estar, fraqueza e cansaço;
    • Dor de cabeça;
    • Coriza (nariz escorrendo);
    • Olhos vermelhos e sensíveis à luz (fotofobia).

    Um sinal característico nessa fase são as manchas de Koplik, pequenas manchas brancas e azuladas na parte interna das bochechas, consideradas um marcador típico da doença.

    Fase das manchas na pele (exantemática)

    Nesta etapa, surgem manchas avermelhadas e levemente elevadas (exantema morbiliforme), que:

    • Começam atrás das orelhas;
    • Espalham-se para rosto, pescoço, tronco, braços e pernas;
    • Podem se unir em algumas regiões;
    • Desaparecem após 3 a 4 dias, deixando a pele com manchas acastanhadas temporárias.

    Durante essa fase, o paciente costuma ter o pior estado geral, com febre alta, tosse forte e aspecto abatido.

    Complicações possíveis

    Embora seja conhecida como uma doença da infância, o sarampo pode causar complicações graves, especialmente em:

    • Crianças pequenas;
    • Gestantes;
    • Pessoas desnutridas;
    • Indivíduos com imunidade baixa.

    Complicações mais comuns

    • Otite média (infecção no ouvido);
    • Laringite e traqueobronquite;
    • Pneumonia viral ou bacteriana;
    • Diarreia intensa e desidratação;
    • Infecções oculares, podendo causar cegueira;
    • Encefalite (inflamação cerebral);
    • Panencefalite esclerosante subaguda — que aparece anos depois e causa deterioração progressiva do sistema nervoso.

    Diagnóstico

    O diagnóstico pode ser clínico, com base nos sintomas e sinais característicos. No entanto, recomenda-se confirmação laboratorial por meio de:

    • Exame de sangue (sorologia) para detecção de anticorpos IgM;
    • Teste de PCR, que identifica o material genético do vírus.

    Esses exames são importantes para confirmar o diagnóstico e monitorar surtos da doença.

    Tratamento

    Não existe um tratamento específico contra o vírus do sarampo. O cuidado é feito com medicações para alívio dos sintomas, repouso e hidratação.

    • Uso de antitérmicos e analgésicos, conforme orientação médica;
    • Vitamina A (palmitato de retinol), recomendada pela OMS para reduzir complicações, morbidade e mortalidade da doença.

    O acompanhamento médico é essencial, especialmente em crianças pequenas, para evitar desidratação e infecções secundárias.

    Situação atual

    O Brasil recebeu, em 2016, o certificado de eliminação do sarampo pela Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). Contudo, o vírus voltou a circular nos últimos anos devido à redução das taxas de vacinação.

    Durante a pandemia de covid-19, houve queda temporária nos casos, consequência do isolamento social. Mas, com o retorno da circulação de pessoas, os números voltaram a subir.

    Em abril de 2025, foram registrados 2.325 casos confirmados nas Américas, com quatro mortes — um aumento de 11 vezes em relação ao mesmo período de 2024.

    Diante disso, o Ministério da Saúde reintroduziu a dose zero (D0) da vacina contra sarampo em locais de maior risco, reforçando a importância da imunização.

    Prevenção

    A vacinação é a forma mais eficaz de prevenir o sarampo. A vacina contém vírus vivo atenuado e é aplicada da seguinte forma:

    • 1ª dose: aos 12 meses (tríplice viral – sarampo, caxumba e rubéola);
    • 2ª dose: aos 15 meses (tetraviral – sarampo, caxumba, rubéola e varicela).

    Dose zero (D0)

    Devido ao aumento de casos, foi instituída uma dose adicional para crianças de 6 meses residentes em áreas de maior risco, como:

    • Roraima e Amapá;
    • Região Metropolitana de Belém e de São Paulo;
    • Municípios de fronteira e da Região Sul.

    Essa dose oferece proteção temporária, mas não substitui as doses do calendário regular.

    Cuidados com pessoas expostas ao vírus

    Quem teve contato com alguém com sarampo e não foi vacinado nem teve a doença deve seguir estas orientações:

    • Até 72 horas após a exposição: aplicar a vacina contra o sarampo;
    • Entre 3 e 6 dias após o contato: aplicar imunoglobulina humana, que oferece proteção temporária.

    Durante o período de contágio, recomenda-se isolamento respiratório, com uso de máscara, por pelo menos 4 dias após o início das manchas.

    Veja também: Escarlatina: uma infecção antiga que ainda exige atenção hoje

    Perguntas frequentes sobre sarampo

    1. O que é o sarampo?

    É uma infecção viral altamente contagiosa que provoca febre alta, manchas vermelhas na pele e pode causar complicações graves.

    2. Como o sarampo é transmitido?

    Pelo ar, através de gotículas expelidas ao tossir, espirrar ou falar. O vírus pode permanecer suspenso por horas.

    3. Quais são os primeiros sintomas do sarampo?

    Febre alta, tosse seca, coriza, olhos vermelhos e pequenas manchas brancas na mucosa da boca (manchas de Koplik).

    4. Quando surgem as manchas na pele?

    Geralmente após 3 a 4 dias dos sintomas iniciais, começando atrás das orelhas e se espalhando pelo corpo.

    5. Existe tratamento para o sarampo?

    Não há tratamento específico. O cuidado é de suporte, com medicações para sintomas e vitamina A.

    6. Quem deve tomar a vacina contra o sarampo?

    Todas as pessoas conforme o calendário: 1ª dose aos 12 meses e 2ª aos 15 meses; adultos não vacinados também devem se imunizar.

    7. O que é a dose zero da vacina?

    É uma dose adicional aplicada em crianças de 6 meses em áreas com maior risco de surtos.

    8. O sarampo pode matar?

    Sim. A doença pode causar pneumonia, encefalite e outras complicações graves, especialmente em crianças pequenas.

    Veja mais: Catapora: tudo o que você precisa saber sobre sintomas e prevenção

  • Crupe viral: entenda a infecção que causa tosse intensa nas crianças

    Crupe viral: entenda a infecção que causa tosse intensa nas crianças

    É comum que, durante a madrugada, pais sejam despertados pelo som de uma tosse seca, intensa e rouca — parecida com o latido de um cachorro. Esse é um dos sinais mais característicos do crupe viral, uma infecção respiratória que atinge principalmente crianças entre 1 e 6 anos.

    A doença, geralmente causada por vírus, inflama as vias aéreas superiores e pode causar rouquidão, dificuldade para respirar e um som agudo na inspiração (estridor). Embora assuste, o crupe costuma ter boa evolução e se resolve em poucos dias com tratamento adequado e observação médica.

    O que é o crupe viral

    O crupe viral é uma infecção respiratória comum na infância, provocada por inflamação na laringe e na traqueia, que são as partes do corpo responsáveis pela produção da voz e pela passagem do ar até os pulmões.

    Essa inflamação estreita as vias respiratórias, causando tosse seca e rouca, rouquidão e, em alguns casos, dificuldade para respirar.

    A condição é mais frequente em crianças pequenas, especialmente entre 1 e 6 anos, e tende a ser leve e autolimitada.

    Causas

    A principal causa do crupe é viral. Os agentes mais comuns são:

    • Vírus parainfluenza (principal responsável pela maioria dos casos);
    • Vírus da gripe (Influenza A e B);
    • Vírus sincicial respiratório (VSR);
    • SARS-CoV-2 (COVID-19), em casos mais recentes.

    Casos raros podem ter origem bacteriana, geralmente como infecção secundária após o quadro viral.

    Como a doença acontece

    O crupe geralmente começa como um resfriado comum, com:

    • Nariz escorrendo;
    • Dor de garganta leve;
    • Febre baixa.

    Após 12 a 48 horas, surgem os sintomas típicos:

    • Tosse latida e seca, parecida com som de cachorro;
    • Rouquidão;
    • Dificuldade para respirar, especialmente ao inspirar;
    • Estridor, um som agudo que piora quando a criança chora ou se agita.

    A maioria das crianças melhora em 3 a 7 dias, sem complicações. Em casos graves, podem surgir sinais de insuficiência respiratória, como:

    • Respiração acelerada;
    • Retrações no peito (a pele afunda ao respirar);
    • Cansaço extremo;
    • Lábios azulados (falta de oxigênio).

    Esses sintomas exigem atendimento médico imediato.

    Formas da doença

    O crupe pode variar conforme a extensão da inflamação:

    • Laringite: afeta apenas a laringe, causando rouquidão e tosse seca;
    • Laringotraqueíte: atinge também a traqueia e provoca os sintomas típicos do crupe;
    • Laringotraqueobronquite: inflama também os brônquios, com chiado no peito e respiração mais difícil.

    Há ainda o crupe espasmódico, que aparece de forma súbita, geralmente à noite, e dura pouco tempo. Ele pode estar relacionado a alergias ou refluxo gastroesofágico.

    Diagnóstico

    O diagnóstico é clínico, feito pelo médico pediatra com base na observação dos sintomas e no exame físico. Em geral, não são necessários exames complementares, mas em casos de dúvida o médico pode solicitar:

    • Radiografia do pescoço ou tórax;
    • Testes laboratoriais, quando há suspeita de infecção bacteriana ou de outro problema, como aspiração de corpo estranho.

    Tratamento

    Na maioria dos casos, o crupe é leve e melhora com cuidados simples em casa. O tratamento tem como objetivo reduzir a inflamação e aliviar a dificuldade para respirar. Os cuidados principais são os abaixo.

    1. Manter a criança calma

    O choro e o nervosismo pioram a respiração. É essencial deixá-la em um ambiente tranquilo, confortável e seguro.

    2. Inalação

    A nebulização com soro fisiológico ou ar umidificado ajuda a aliviar o desconforto. Se a criança ficar agitada com o procedimento, é melhor interromper e esperar que se acalme.

    3. Corticosteroides

    Medicamentos que reduzem a inflamação e o inchaço da garganta, melhorando a respiração em poucas horas. Uma dose única geralmente é suficiente. Pode ser administrada por via oral, injetável ou inalável, conforme a orientação médica.

    4. Epinefrina (adrenalina) inalável

    Indicada para casos mais graves, atua rapidamente, mas o efeito é temporário. Por isso, a criança deve ser monitorada no hospital após o uso.

    5. Oxigênio

    Utilizado quando há queda da saturação. Deve ser administrado de forma suave para não causar agitação.

    Nos casos mais graves, em que há risco de obstrução das vias respiratórias, pode ser necessária intubação hospitalar, feita por equipe especializada.

    Evolução e prevenção

    A maioria das crianças se recupera completamente em poucos dias, sem deixar sequelas. Quando o crupe é recorrente, ou seja, aparece várias vezes ao ano, é importante investigar possíveis causas associadas, como refluxo, alergias ou alterações anatômicas das vias respiratórias.

    Prevenção

    Não existe vacina específica contra o crupe, mas algumas vacinas ajudam a prevenir infecções que podem causá-lo:

    • Vacina contra influenza (gripe);
    • Vacina contra o sarampo;
    • Vacina contra a covid-19.

    Também é importante:

    • Lavar bem as mãos com frequência;
    • Evitar contato com pessoas gripadas;
    • Proteger a criança do frio intenso.

    Quando procurar um médico

    Busque atendimento imediato se a criança:

    • Tiver dificuldade para respirar, mesmo em repouso;
    • Apresentar lábios ou dedos azulados;
    • Estiver muito sonolenta, agitada ou confusa;
    • Não conseguir engolir líquidos ou ficar cansada para mamar ou falar.

    Confira: Bronquiolite em bebês: sintomas e quando procurar o médico

    Perguntas frequentes sobre crupe viral

    1. O que é crupe viral?

    É uma infecção respiratória que inflama a laringe e a traqueia, causando tosse seca e rouca, mais comum em crianças pequenas.

    2. O crupe é contagioso?

    Sim. Ele é causado por vírus respiratórios e se espalha por gotículas eliminadas ao tossir ou espirrar.

    3. Quanto tempo dura o crupe viral?

    Geralmente de 3 a 7 dias, com melhora progressiva dos sintomas.

    4. Quando o crupe é grave?

    Quando há dificuldade intensa para respirar, cansaço, coloração azulada nos lábios ou confusão mental, situações que exigem hospitalização.

    5. A inalação ajuda a curar o crupe?

    A nebulização com soro fisiológico ajuda a aliviar o desconforto, mas não altera o curso da doença.

    6. Corticoides são seguros em crianças?

    Sim, quando usados corretamente e sob prescrição médica, são eficazes e seguros.

    7. Existe vacina contra o crupe?

    Não há vacina específica, mas as vacinas contra gripe, sarampo e covid-19 ajudam a prevenir infecções que podem causar o crupe.

    Veja mais: Pneumonia silenciosa em crianças: conheça as características da doença

  • Coqueluche: a ‘tosse comprida’ que pode ser perigosa para bebês 

    Coqueluche: a ‘tosse comprida’ que pode ser perigosa para bebês 

    Uma tosse seca, intensa e que parece não ter fim pode ser mais do que um simples resfriado. A coqueluche, também conhecida como tosse comprida, é uma infecção respiratória causada pela bactéria Bordetella pertussis. Ela provoca crises de tosse que podem durar semanas e, em casos graves, trazer risco à vida, especialmente em bebês que ainda não completaram o esquema de vacinação.

    Extremamente contagiosa, a doença ainda preocupa os especialistas. Estima-se que até 90% das pessoas não vacinadas que convivem com alguém infectado podem contrair a coqueluche. Por isso, a vacinação e o diagnóstico precoce são fundamentais para conter a transmissão e proteger os mais vulneráveis.

    O que é coqueluche

    A coqueluche é uma infecção respiratória bacteriana aguda que atinge as vias respiratórias e provoca tosse seca, intensa e prolongada. O agente causador é a bactéria Bordetella pertussis, que se espalha facilmente de pessoa para pessoa.

    A doença pode afetar qualquer idade, mas é especialmente perigosa em bebês com menos de 1 ano, que ainda não completaram o esquema vacinal.

    Como acontece a infecção

    A transmissão ocorre por gotículas eliminadas pela tosse ou espirro da pessoa infectada. Ao serem inaladas, essas partículas levam a bactéria até o revestimento interno das vias respiratórias (epitélio ciliado), onde ela se fixa e libera toxinas.

    Essas substâncias danificam os cílios das células respiratórias, responsáveis por limpar secreções e impurezas. O resultado é uma tosse intensa e persistente, característica da doença.

    Quem corre mais risco

    Embora qualquer pessoa possa contrair coqueluche, os bebês menores de 1 ano são os mais vulneráveis. Neles, a doença pode evoluir com complicações graves, como:

    • Pneumonia;
    • Pausas na respiração (apneia);
    • Coloração arroxeada dos lábios (cianose);
    • Dificuldade para respirar, o que pode levar à morte.

    Por isso, a vacinação das gestantes é muito importante. Ela protege o bebê nos primeiros meses de vida, antes que possa ser vacinado.

    Sintomas

    Os sintomas variam conforme a idade e a resposta ao tratamento, mas geralmente a doença evolui em três fases distintas.

    Primeira fase: catarral

    Se assemelha a um resfriado comum, com:

    • Coriza;
    • Febre baixa;
    • Espirros;
    • Tosse leve.

    Segunda fase: paroxística

    Começa após cerca de uma semana e dura de duas a seis semanas. A tosse se torna mais intensa, em crises repetidas e rápidas, seguidas de um som característico na inspiração, o “guincho”. Podem acontecer:

    • Vômitos após a tosse;
    • Cansaço extremo;
    • Dificuldade para respirar;
    • Em bebês, apneia e coloração arroxeada dos lábios.

    Terceira fase: convalescença

    Os sintomas diminuem gradualmente, e a tosse melhora aos poucos. Essa fase pode durar semanas ou até meses.

    Diagnóstico

    O diagnóstico é feito com base na história clínica e nos sintomas. Nos primeiros dias, a coqueluche pode se confundir com resfriados, dificultando a detecção.

    Para confirmar, o médico pode solicitar:

    • Cultura ou PCR para identificar a Bordetella pertussis;
    • Exames de sangue e radiografias, quando há suspeita de outras doenças respiratórias.

    O reconhecimento precoce é importante para iniciar o tratamento rapidamente e evitar a transmissão.

    Tratamento

    O tratamento deve ser iniciado o mais cedo possível, pois reduz a gravidade e o risco de contágio.

    Principais medidas de tratamento

    • Antibióticos, para eliminar a bactéria;
    • Repouso e boa hidratação;
    • Medicamentos para aliviar os sintomas;
    • Bebês menores de 6 meses ou prematuros têm maior risco de complicações (como apneia) e devem ser internados para acompanhamento hospitalar.

    Os demais pacientes são avaliados caso a caso, podendo receber tratamento ambulatorial.

    Isolamento

    Como a coqueluche é altamente contagiosa, o paciente deve ser mantido em isolamento, preferencialmente em quarto individual, durante os primeiros dias de antibiótico.

    Prevenção

    A vacinação é a principal forma de prevenção da coqueluche.

    No Brasil, ela está incluída na vacina pentavalente (DTP + Hib + Hepatite B), aplicada em:

    • Três doses, a partir dos 2 meses de idade;
    • Reforços aos 15 meses e entre 4 e 6 anos.

    Gestantes devem receber a vacina dTpa a partir da 20ª semana de gestação, garantindo a proteção do bebê após o nascimento.

    Mesmo quem já teve coqueluche pode se infectar novamente, pois a imunidade não é permanente. É essencial manter o calendário de vacinas atualizado e procurar o médico em casos de tosse persistente, principalmente em crianças pequenas.

    Com diagnóstico precoce, tratamento adequado e vacinação, é possível controlar a disseminação da doença e proteger os mais vulneráveis.

    Veja mais: 5 testes obrigatórios que devem ser feitos no recém-nascido

    Perguntas frequentes sobre coqueluche

    1. O que é coqueluche?

    É uma infecção respiratória bacteriana causada pela Bordetella pertussis, conhecida pela tosse seca e intensa que pode durar semanas.

    2. Como a coqueluche é transmitida?

    Por gotículas eliminadas pela tosse ou espirro de pessoas infectadas.

    3. Quem corre mais risco?

    Bebês menores de 1 ano, principalmente os que ainda não completaram o esquema vacinal.

    4. A coqueluche tem cura?

    Sim. Com tratamento adequado e uso de antibióticos, a infecção é controlada e o paciente se recupera.

    5. A vacina protege totalmente?

    A vacina é muito eficaz, mas a imunidade diminui com o tempo, exigindo reforços conforme o calendário vacinal.

    6. Por que gestantes devem tomar a vacina?

    Porque os anticorpos da mãe são transferidos ao bebê, protegendo-o nos primeiros meses de vida.

    7. É possível pegar coqueluche mais de uma vez?

    Sim, pois a imunidade natural após a infecção não é permanente.

    Veja mais: Por que o bebê fica amarelinho? Entenda tudo sobre a icterícia neonatal

  • Síndrome do túnel do carpo: quando o punho começa a doer 

    Síndrome do túnel do carpo: quando o punho começa a doer 

    Dor, formigamento e dormência nas mãos podem parecer apenas sinais de cansaço, mas quando se tornam frequentes, podem indicar a síndrome do túnel do carpo, uma condição que atinge milhões de pessoas e pode comprometer movimentos simples, como segurar objetos ou digitar.

    Causada pela compressão de um nervo no punho, a doença é mais comum em mulheres entre 40 e 60 anos e em quem realiza atividades manuais repetitivas. O diagnóstico precoce e o tratamento adequado ajudam a evitar a progressão e devolvem a mobilidade e o conforto das mãos.

    O que é a síndrome do túnel do carpo

    A síndrome do túnel do carpo (STC) ocorre quando o nervo mediano, que passa por uma estrutura estreita no punho chamada túnel do carpo, sofre compressão. Esse nervo é responsável pela sensibilidade e pelos movimentos do polegar, indicador, dedo médio e parte do anelar.

    Quando pressionado, o nervo passa a funcionar incorretamente, provocando dor, formigamento, dormência e fraqueza. Os sintomas costumam começar à noite, mas com o tempo também aparecem durante o dia, especialmente em quem digita, costura, escreve ou usa o celular com frequência.

    A síndrome é comum e afeta principalmente mulheres entre 40 e 60 anos, mas também pode ocorrer em homens e pessoas que mantêm o punho em posição fixa por longos períodos.

    Causas e fatores de risco

    A síndrome do túnel do carpo surge quando há aumento da pressão dentro do túnel do carpo, que comprime o nervo mediano.

    Principais causas e situações associadas:

    • Manter o punho dobrado por longos períodos, como ao dormir ou dirigir;
    • Movimentos repetitivos das mãos e punhos (digitar, bordar, tocar instrumentos, usar ferramentas);
    • Traumas ou fraturas no punho;
    • Presença de cistos ou tumores dentro do túnel;
    • Doenças crônicas, como diabetes, artrite reumatoide, artrose e hipotireoidismo;
    • Gravidez e retenção de líquidos, que causam inchaço na região;
    • Obesidade e menopausa;
    • Histórico familiar, indicando predisposição genética.

    Sintomas

    Os sintomas variam conforme a gravidade, mas geralmente incluem:

    • Formigamento ou dormência nos dedos e na mão;
    • Dor no punho, que pode irradiar para o antebraço;
    • Sensação de inchaço ou peso nas mãos, mesmo sem inchaço aparente;
    • Dificuldade para segurar objetos, abotoar roupas ou abrir potes;
    • Fraqueza e, em casos mais avançados, atrofia dos músculos da base do polegar.

    Os sintomas tendem a piorar à noite ou ao acordar, e muitas pessoas relatam alívio temporário ao sacudir as mãos.

    Diagnóstico

    O diagnóstico é feito pelo médico clínico, ortopedista ou neurologista, com base nos sintomas e no exame físico.

    Testes clínicos mais usados

    • Teste de Phalen: o punho é dobrado para observar se os sintomas aparecem;
    • Sinal de Tinel: o médico toca o nervo no punho; se houver formigamento ou sensação de choque, o teste é positivo.

    Exames complementares

    • Eletromiografia e estudo de condução nervosa: avaliam o funcionamento do nervo;
    • Ultrassonografia ou ressonância magnética: indicadas em casos de dúvida diagnóstica ou suspeita de outras causas.

    Esses exames ajudam a confirmar o diagnóstico e definir o grau de compressão do nervo.

    Tratamento

    O tratamento depende da gravidade e pode ser sem cirurgia (conservador) ou cirúrgico.

    1. Tratamento não cirúrgico

    Indicado para casos leves, inclui:

    • Uso de talas de punho, principalmente à noite, para manter a posição neutra e reduzir a pressão sobre o nervo;
    • Fisioterapia, com alongamentos e fortalecimento dos músculos da mão e do punho;
    • Injeções de corticoides, que reduzem inflamação e aliviam a dor.

    Essas medidas costumam aliviar os sintomas e evitar a progressão da doença.

    2. Tratamento cirúrgico

    Em casos moderados a graves ou quando o tratamento conservador não traz melhora, é indicada a cirurgia de liberação do túnel do carpo.

    Durante o procedimento, o médico abre o ligamento que forma o túnel, aliviando a pressão sobre o nervo mediano. A recuperação é geralmente rápida, e a maioria dos pacientes recupera os movimentos e o alívio da dor.

    Prevenção

    Alguns hábitos simples ajudam a reduzir o risco de desenvolver a síndrome:

    • Evitar movimentos repetitivos por longos períodos;
    • Fazer pausas regulares durante o trabalho;
    • Alongar e fortalecer mãos e punhos;
    • Controlar doenças crônicas, como diabetes e hipotireoidismo;
    • Manter o peso saudável.

    O que esperar

    Quando tratada precocemente, a síndrome do túnel do carpo tem excelente prognóstico, e a maioria das pessoas recupera totalmente a função da mão.

    Sem tratamento, o nervo mediano pode sofrer danos permanentes, resultando em fraqueza e perda de movimentos finos.

    Leia mais: Quando a dor nas costas pode ser preocupante? Entenda os sinais de alerta

    Perguntas frequentes sobre síndrome do túnel do carpo

    1. O que é síndrome do túnel do carpo?

    É uma condição em que o nervo mediano, localizado no punho, é comprimido, causando dor, formigamento e fraqueza nas mãos.

    2. Quais são os primeiros sinais?

    Formigamento nos dedos, dormência e dor que piora à noite ou ao acordar.

    3. A síndrome do túnel do carpo tem cura?

    Sim. Casos leves melhoram com tratamento, e casos graves podem ser resolvidos com cirurgia.

    4. Quem corre mais risco de desenvolver a síndrome?

    Mulheres entre 40 e 60 anos, pessoas com doenças como diabetes ou artrite e quem faz movimentos repetitivos com as mãos.

    5. O uso de talas ajuda mesmo?

    Sim. Elas mantêm o punho na posição correta, aliviando a pressão sobre o nervo e reduzindo os sintomas.

    6. A fisioterapia é eficaz?

    Sim. Alongamentos e exercícios específicos fortalecem os músculos e ajudam a aliviar o desconforto.

    7. Quando a cirurgia é necessária?

    Quando há fraqueza persistente, dor intensa ou quando os sintomas não melhoram com o tratamento conservador.

    Leia também: 8 dicas para prevenir a dor nas costas no dia a dia

  • Miastenia gravis: conheça a doença que causa fraqueza muscular 

    Miastenia gravis: conheça a doença que causa fraqueza muscular 

    Sentir os músculos enfraquecerem ao longo do dia, com dificuldade para levantar os braços, falar ou até manter os olhos abertos, pode ser sinal de uma doença pouco conhecida, mas que tem tratamento. A miastenia gravis é uma condição rara e crônica que interfere na comunicação entre nervos e músculos, o que causa fraqueza progressiva.

    Apesar de não ter cura, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado permitem que o paciente tenha uma vida ativa e independente. Com acompanhamento médico e alguns cuidados, é possível controlar os sintomas e evitar crises graves.

    O que é miastenia gravis

    A miastenia gravis é uma doença neuromuscular autoimune que causa fraqueza muscular variável, que piora com o esforço e melhora com o descanso.

    Ela ocorre porque o sistema imunológico, que normalmente defende o corpo contra infecções, passa a atacar por engano os receptores da acetilcolina, substância essencial para a contração dos músculos.

    O resultado é uma falha na transmissão dos sinais nervosos para os músculos, o que dificulta movimentos simples e reduz a força muscular.

    Causa da doença

    Na miastenia gravis, o corpo produz anticorpos que bloqueiam ou destroem os receptores de acetilcolina na junção entre o nervo e o músculo. Com menos receptores ativos, os sinais elétricos não chegam corretamente, e os músculos não conseguem responder aos comandos do cérebro.

    A doença é autoimune, ou seja, causada por um erro do próprio sistema de defesa. Em alguns casos, está associada a alterações na glândula timo, que pode estar aumentada ou apresentar tumores benignos (timomas).

    Fatores de risco

    A miastenia gravis pode afetar pessoas de qualquer idade, mas é mais comum:

    • Em mulheres jovens, antes dos 40 anos;
    • Em homens acima dos 60 anos.

    Alguns fatores podem agravar os sintomas, como:

    • Infecções;
    • Estresse físico ou emocional;
    • Exposição prolongada ao calor;
    • Uso de certos medicamentos, como antibióticos ou relaxantes musculares.

    Principais sintomas

    O sintoma mais característico é a fraqueza muscular que piora com o esforço e melhora com o repouso.

    A doença pode atingir diferentes grupos musculares, mas os músculos dos olhos são os mais frequentemente afetados. Entre os sintomas mais comuns estão:

    Região ocular

    • Queda das pálpebras (ptose), muitas vezes o primeiro e único sinal;
    • Visão dupla (diplopia).

    Rosto e boca

    • Dificuldade para falar, mastigar ou engolir.

    Pescoço e membros

    • Dificuldade para manter a cabeça erguida;
    • Fraqueza nos braços ou pernas, especialmente ao subir escadas ou carregar objetos.

    Respiração

    • Em casos graves, pode ocorrer falta de ar intensa, chamada crise miastênica — uma emergência médica que requer atendimento imediato.

    Os sintomas podem variar ao longo do dia e de pessoa para pessoa.

    Como é feito o diagnóstico

    O diagnóstico da miastenia gravis é feito pelo neurologista e combina a avaliação clínica com exames específicos.

    Principais exames utilizados

    • Exame físico e neurológico: avalia a força e a fadiga muscular;
    • Exames de sangue: detectam os anticorpos típicos da doença;
    • Eletromiografia: mede a atividade elétrica dos músculos;
    • Teste do edrofônio (ou similares): observa melhora temporária da força após o uso de medicamentos que aumentam a acetilcolina;
    • Tomografia ou ressonância do tórax: avalia possíveis alterações no timo.

    Esses exames ajudam a confirmar o diagnóstico e excluir outras causas de fraqueza muscular.

    Tratamento

    Embora não tenha cura definitiva, a miastenia gravis pode ser controlada com tratamento adequado, o que permite que a pessoa leve uma vida praticamente normal.

    Os principais objetivos são melhorar a força muscular e reduzir a ação do sistema imunológico sobre os nervos.

    As opções de tratamento são:

    • Medicamentos que aumentam a acetilcolina: melhoram a comunicação entre nervos e músculos;
    • Corticóides e imunossupressores: diminuem a resposta exagerada do sistema imunológico;
    • Cirurgia de retirada do timo (timectomia): indicada em alguns casos, especialmente quando há timoma;
    • Plasmaférese ou imunoglobulina intravenosa (IVIg): usadas em crises ou casos graves, ajudam a remover anticorpos do sangue.

    Além disso, é essencial evitar fatores que agravam os sintomas, manter acompanhamento neurológico regular e seguir corretamente as orientações médicas.

    Quando procurar ajuda médica

    A pessoa deve buscar atendimento se apresentar:

    • Fraqueza que piora ao longo do dia;
    • Dificuldade para abrir os olhos, mastigar ou falar claramente;
    • Problemas para engolir ou respirar.

    A crise miastênica é uma emergência médica. Ela ocorre quando há fraqueza intensa dos músculos respiratórios, levando à dificuldade para respirar. Nesses casos, deve-se procurar socorro imediato para evitar insuficiência respiratória.

    Veja também: Esclerose múltipla: entenda a doença em que o corpo ataca o sistema nervoso

    Perguntas frequentes sobre miastenia gravis

    1. O que é miastenia gravis?

    É uma doença autoimune que afeta a comunicação entre nervos e músculos, provocando fraqueza que piora com o esforço e melhora com o descanso.

    2. Quais são os primeiros sintomas?

    Queda das pálpebras, visão dupla e fraqueza muscular que se agrava ao longo do dia.

    3. A miastenia gravis tem cura?

    Não há cura definitiva, mas o tratamento permite controle dos sintomas e boa qualidade de vida.

    4. A doença pode piorar com o tempo?

    Sim, se não for tratada. No entanto, o acompanhamento médico regular ajuda a evitar crises e complicações.

    5. O que é uma crise miastênica?

    É uma complicação grave, com fraqueza dos músculos respiratórios que causa falta de ar. Exige atendimento de urgência.

    6. Quem tem miastenia pode fazer exercícios?

    Sim, desde que sejam leves e supervisionados. O descanso entre as atividades é fundamental.

    7. A miastenia pode afetar a respiração?

    Sim, em casos graves. Por isso, sintomas de falta de ar devem ser tratados como emergência.

    Veja mais: Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA): o que é e como afeta a vida

  • Dermatite atópica: o que é, sintomas e cuidados 

    Dermatite atópica: o que é, sintomas e cuidados 

    A dermatite atópica, também conhecida como eczema atópico, é a forma mais comum de inflamação crônica da pele. Geralmente aparece ainda na infância e provoca coceira intensa, vermelhidão, descamação e ressecamento.

    Embora não seja contagiosa, a doença afeta profundamente a qualidade de vida. A coceira constante pode atrapalhar o sono, o convívio social e até causar infecções na pele. Com cuidados diários e acompanhamento médico, no entanto, é possível controlar as crises e viver bem.

    O que é a dermatite atópica

    A dermatite atópica é uma doença inflamatória crônica da pele caracterizada por ressecamento, coceira intensa e lesões vermelhas que podem descamar ou formar crostas. Com o tempo, a pele pode ficar mais espessa e marcada (liquenificação).

    Apesar de seu aspecto, não é contagiosa. O principal desafio está no desconforto e no impacto físico e emocional causado pelos sintomas.

    Por que a dermatite atópica acontece

    A doença surge da combinação de fatores genéticos, imunológicos e ambientais. Essa interação altera a barreira cutânea, deixando a pele mais seca, sensível e propensa à entrada de substâncias irritantes e alérgenos.

    Principais causas e influências

    • Imunidade alterada: o sistema imunológico reage de forma exagerada a estímulos comuns, causando inflamação;
    • Histórico familiar: se um dos pais tem doenças atópicas (asma, rinite ou dermatite), o risco do filho é de até 50%; se ambos têm, pode chegar a 80%;
    • Fatores ambientais: clima seco e frio, poluição, poeira, tabagismo, sabonetes agressivos e tecidos sintéticos podem agravar o quadro;
    • Alimentação: em 10% a 30% dos pacientes, alergias alimentares (a ovos, leite, amendoim, soja ou trigo) podem desencadear crises.

    Essa associação com outras doenças alérgicas é chamada de tríade atópica — dermatite, asma e rinite. Quando essas condições aparecem em sequência, o fenômeno é conhecido como marcha atópica.

    Como reconhecer os sintomas

    Os sintomas variam conforme a idade e a gravidade do quadro.

    Em bebês:

    • Manchas avermelhadas no rosto, couro cabeludo e braços ou pernas (a área da fralda costuma ser poupada).

    Em crianças:

    • Lesões principalmente nas dobras do corpo, como atrás dos joelhos, cotovelos e no pescoço.

    Em adultos:

    • Pele mais espessa, seca e com lesões em mãos, pés, pescoço e rosto.

    Sintomas mais comuns:

    • Coceira intensa (piora à noite);
    • Pele seca e sensível;
    • Lesões que soltam líquido, formam crostas e descamam;
    • Feridas por coçar excessivamente;
    • Infecções secundárias, como as causadas pela bactéria Staphylococcus aureus.

    Como é feito o diagnóstico

    Na maioria dos casos, o diagnóstico é clínico, feito pelo dermatologista a partir da avaliação da pele e do histórico do paciente.

    O médico pode levar em conta:

    • Idade de início dos sintomas;
    • Histórico familiar de asma, rinite ou alergias;
    • Intensidade da coceira;
    • Fatores que agravam as lesões (calor, suor, tecidos sintéticos, sabonetes, poeira).

    Os critérios de Hanifin e Rajka, amplamente usados, auxiliam no diagnóstico da doença. Em situações específicas, o médico pode solicitar testes de alergia, dosagem de IgE ou biópsia da pele, mas esses exames não são sempre necessários.

    Tratamento e cuidados

    O tratamento da dermatite atópica tem como objetivo controlar os sintomas, reduzir as crises e melhorar a qualidade de vida. Ele se baseia em três pilares principais:

    1. Prevenir os gatilhos

    • Evitar banhos muito quentes e demorados;
    • Preferir roupas de algodão em vez de tecidos sintéticos;
    • Evitar sabonetes agressivos e produtos com álcool ou perfume;
    • Reduzir contato com poeira, ácaros, pelos de animais e alimentos desencadeantes.

    2. Cuidar da pele todos os dias

    • Hidratar a pele: aplicar cremes ou pomadas hidratantes (emolientes) ao menos duas vezes ao dia, especialmente após o banho;
    • Banho rápido e morno: secar suavemente, sem esfregar, e aplicar o hidratante em até 3 minutos para evitar a perda de água.

    3. Controlar a inflamação e as crises

    • Cremes ou pomadas com corticoides: usados por períodos curtos para reduzir vermelhidão, coceira e inflamação;
    • Cremes não corticoides: indicados para áreas sensíveis, como rosto, axilas e virilha;
    • Novos medicamentos tópicos: ajudam em casos leves a moderados;
    • Medicamentos orais ou injetáveis: em casos graves, podem incluir imunossupressores, fototerapia (luz UV) ou terapias biológicas;
    • Antibióticos ou antivirais: usados quando há infecção secundária.

    O acompanhamento com o dermatologista e uma rotina de cuidados diários são fundamentais para manter a doença sob controle.

    Veja mais: Alergia à poeira doméstica: por que acontece e como aliviar os sintomas?

    Perguntas frequentes sobre dermatite atópica

    1. A dermatite atópica tem cura?

    Não, mas é possível controlar as crises com tratamento e cuidados diários.

    2. É contagiosa?

    Não. A dermatite atópica não é causada por vírus ou bactérias e não passa de pessoa para pessoa.

    3. O que piora a dermatite?

    Banhos quentes, clima seco, tecidos sintéticos, estresse e certos alimentos podem agravar os sintomas.

    4. Qual é o melhor hidratante para quem tem dermatite?

    Os hidratantes com ceramidas, ureia em baixa concentração e glicerina ajudam a restaurar a barreira da pele.

    5. Crianças com dermatite atópica podem levar uma vida normal?

    Sim. Com o tratamento adequado, é possível controlar bem a doença e evitar crises frequentes.

    6. É preciso fazer dieta restritiva?

    Apenas se houver alergias alimentares comprovadas. Dietas sem orientação médica não são recomendadas.

    7. A dermatite atópica melhora com o tempo?

    Em muitos casos, os sintomas diminuem ou desaparecem na adolescência ou na vida adulta.

    Leia também: Alergia à tatuagem existe? Saiba mais sobre sintomas e tratamentos