Categoria: Doenças & Condições

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  • Tratamento da depressão em 2025: o que tem de novo 

    Tratamento da depressão em 2025: o que tem de novo 

    O tratamento da depressão tem evoluído rapidamente nos últimos anos. Em 2025, novas opções surgem para pessoas que já tentaram diferentes antidepressivos sem sucesso, além de alternativas específicas para situações como a depressão pós-parto.

    Essas inovações trazem esperança, mas é importante lembrar: os pilares do tratamento continuam sendo o acompanhamento médico, em que o psiquiatra define a melhor estratégia, a psicoterapia e os cuidados com o estilo de vida.

    O psiquiatra Luiz Dieckmann explica o que há de novo no tratamento da depressão em 2025.

    Escetamina em spray nasal: agora como tratamento único

    A escetamina em spray nasal já vinha sendo usada em casos de depressão resistente, mas precisava ser associada a outro antidepressivo oral.

    A novidade é que, em janeiro de 2025, ela foi aprovada nos Estados Unidos para uso como monoterapia, ou seja, pode ser prescrita sozinha. “Antes era necessário combiná-la com outro antidepressivo oral. Essa mudança abre novas possibilidades para pacientes que já tentaram vários remédios sem melhora”, conta o médico.

    Leia mais: O que é depressão e quais são os principais sintomas

    Psilocibina: psicodélicos no radar

    A psilocibina, substância presente em alguns cogumelos, ganhou destaque em 2025. Em junho, um estudo de fase 3 mostrou que uma única sessão, associada à psicoterapia, trouxe melhora significativa em pessoas com depressão resistente.

    “A psilocibina ainda não foi aprovada, mas o resultado reforça o potencial dos psicodélicos no tratamento, desde que usados em ambiente controlado”, detalha Dieckmann.

    Zuranolona: foco na depressão pós-parto

    Para mulheres com depressão pós-parto, uma novidade importante é a zuranolona, primeira medicação oral aprovada especificamente para essa condição. Ela foi aprovada em 2023 e, em 2025, já está disponível em alguns países.

    Essa opção representa um avanço, já que até então o tratamento era feito apenas com antidepressivos convencionais, sem foco específico nesse tipo de depressão.

    Veja também: O que é ansiedade e por que ela está aumentando

    Dextrometorfano + bupropiona: antidepressivo de ação mais rápida

    Outra combinação que ganhou espaço é a de dextrometorfano com bupropiona. Trata-se de um antidepressivo oral que age mais rápido do que os tradicionais e traz melhora em menos tempo para algumas pessoas.

    Essa rapidez pode ser decisiva em quadros graves, onde esperar semanas para o efeito dos antidepressivos comuns é um desafio.

    O que muda na prática?

    As novidades de 2025 ampliam as alternativas de tratamento. Agora, quem não responde aos antidepressivos convencionais tem opções como:

    • Escetamina em spray nasal, agora aprovada como monoterapia;
    • Psilocibina, ainda em estudo, mas com resultados promissores;
    • Zuranolona, voltada à depressão pós-parto;
    • Dextrometorfano associado à bupropiona, de ação mais rápida.

    Ainda assim, Dieckmann reforça: essas inovações não substituem os pilares do cuidado — acompanhamento médico regular, psicoterapia de qualidade e atenção ao estilo de vida.

    Leia mais: ‘Acordava com a sensação de que não conseguia respirar’: o relato de quem convive com ansiedade

    Perguntas frequentes sobre o tratamento da depressão em 2025

    1. O que é depressão resistente?

    É quando o paciente não apresenta melhora mesmo após tentar diferentes antidepressivos convencionais.

    2. O que muda com a escetamina em spray nasal?

    Em 2025, ela passou a ser aprovada como monoterapia, podendo ser usada sozinha em casos de depressão resistente.

    3. A psilocibina já pode ser usada no tratamento da depressão?

    Ainda não. Apesar de estudos de fase 3 mostrarem bons resultados, a psilocibina não tem aprovação clínica.

    4. A zuranolona está disponível no Brasil?

    Por enquanto não. A zuranolona está disponível apenas em alguns países, sendo a primeira medicação oral aprovada para depressão pós-parto.

    5. O que é a combinação de dextrometorfano com bupropiona?

    É um antidepressivo oral de ação mais rápida, indicado quando a resposta imediata é importante.

    6. Esses novos medicamentos substituem a psicoterapia?

    Não. A psicoterapia segue sendo um pilar essencial do tratamento, mesmo com os avanços farmacológicos.

    7. Quem pode ter acesso a essas novidades?

    O acesso depende da aprovação em cada país e, principalmente, da indicação médica. Apenas o psiquiatra pode avaliar a melhor opção em cada caso.

    Confira: Depressão adolescente: sinais e como ajudar com empatia

  • 5 coisas para fazer hoje e proteger o coração contra o infarto 

    5 coisas para fazer hoje e proteger o coração contra o infarto 

    O infarto continua sendo uma das principais causas de morte no Brasil e no mundo, mas grande parte desses episódios pode ser evitada. De acordo com a cardiologista Juliana Soares, do Hospital Israelita Albert Einstein, mudanças no estilo de vida têm impacto direto na redução do risco de infarto.

    São pequenas escolhas no dia a dia que já fazem uma enorme diferença para manter o coração saudável. Confira cinco dicas simples.

    1. Mantenha uma alimentação equilibrada

    O prato é um dos maiores aliados (ou vilões) do coração. Prefira frutas, legumes, verduras, grãos integrais, leguminosas e peixes. Reduza frituras, ultraprocessados, excesso de sal e açúcar.

    A dieta mediterrânea é apontada em estudos como uma das mais protetoras contra doenças cardiovasculares.

    2. Faça atividade física diariamente

    Não tem como fugir: movimentar o corpo ajuda a controlar pressão, colesterol, glicemia e peso. O ideal é acumular pelo menos 150 minutos de atividade moderada por semana, segundo a OMS. Caminhar, pedalar, nadar ou dançar já valem. O importante é começar.

    3. Não fume

    O tabagismo é um dos maiores fatores de risco para infarto. As substâncias químicas do cigarro danificam as artérias e favorecem o acúmulo de placas de gordura.

    Parar de fumar pode reduzir o risco de infarto pela metade em poucos anos. Se necessário, procure ajuda para abandonar o cigarro. Atualmente, há diversos tratamentos contra o vício.

    4. Controle pressão, colesterol e glicose

    Esses parâmetros, muitas vezes silenciosos, dizem muito sobre a saúde do coração. Fazer exames com frequência ajuda a identificar alterações cedo e tratar antes de complicações.

    Saiba mais: Por que controlar o diabetes é tão importante para o coração

    5. Cuide do sono e do estresse

    Dormir mal e viver sob estresse constante prejudicam o coração. O sono ruim eleva a pressão arterial, enquanto o estresse estimula hábitos nocivos, como comer em excesso ou fumar.

    Procure dormir de 7 a 8 horas por noite. Para lidar com o estresse, aposte em meditação, alongamentos, pausas durante o dia e momentos de lazer.

    Leia também: Quando a falta de ar pode ser sinal de problema no coração

    Perguntas frequentes sobre prevenção do infarto

    1. O risco de infarto aumenta só com a idade?

    A idade é um fator relevante, mas hábitos ruins podem antecipar o risco de infarto em pessoas jovens.

    2. Existe exame específico para prever infarto?

    Não há um único exame para prever o infarto. O médico avalia pressão, colesterol, glicemia, ECG e, em alguns casos, exames de imagem para estimar o risco.

    3. Quem tem histórico familiar de infarto pode evitar a doença?

    Sim. Apesar da genética pesar, hábitos saudáveis reduzem bastante o risco.

    4. O risco de infarto é igual para homens e mulheres?

    Não. Homens jovens têm risco maior, mas após a menopausa o risco das mulheres se iguala ou até supera o dos homens, por isso é importante sempre fazer acompanhamento médico e ter hábitos saudáveis.

    5. Quem já teve um infarto pode evitar que aconteça de novo?

    Sim. Mudanças no estilo de vida, uso correto dos medicamentos e acompanhamento regular reduzem bastante as chances de um novo evento.

    6. Exercícios intensos aumentam o risco de infarto?

    Não, desde que a pessoa passe por avaliação médica antes. A atividade física regular protege o coração. O maior risco está em sedentários que fazem esforço repentino sem preparo.

    Confira também: Infarto em mulheres: sintomas silenciosos que merecem atenção

  • Gordura no fígado: conheça os sintomas e como tratar essa doença 

    Gordura no fígado: conheça os sintomas e como tratar essa doença 

    Nos últimos anos, a doença hepática gordurosa não alcoólica, popularmente chamada de gordura no fígado, ganhou destaque nas consultas médicas. Isso porque os casos têm aumentado junto com o crescimento da obesidade, da síndrome metabólica e de seus componentes, como diabetes e hipertensão.

    Muitas vezes silenciosa, a condição costuma ser descoberta em exames de rotina. Mesmo assim, exige acompanhamento e mudanças de estilo de vida para evitar complicações graves, como cirrose e até câncer de fígado.

    O que é a gordura no fígado?

    A doença hepática gordurosa não alcoólica é um espectro de doenças do fígado caracterizadas pelo depósito de gordura dentro das células hepáticas. Dentro desse grupo estão:

    • Esteatose simples: apenas acúmulo de gordura, sem inflamação;
    • Esteato-hepatite não alcoólica: já apresenta inflamação e pode evoluir para fibrose, cirrose e carcinoma hepatocelular.

    Causas da doença hepática gordurosa não alcoólica

    A gordura no fígado é considerada multifatorial, ou seja, pode surgir por diferentes razões combinadas. Está fortemente ligada à síndrome metabólica, que inclui:

    • Obesidade abdominal;
    • Diabetes tipo 2;
    • Pressão alta;
    • Colesterol alto (dislipidemia);
    • Triglicérides elevados.

    Um dos pontos centrais é a resistência à insulina, quando o corpo não consegue usar o hormônio de forma adequada, o que aumenta o depósito de gordura no fígado e pode gerar inflamação.

    Em situações menos comuns, a condição pode estar associada a uso de certos medicamentos, drogas, exposição a toxinas, nutrição parenteral prolongada, desnutrição, perda de peso rápida ou cirurgias intestinais específicas.

    Leia também: 9 hábitos alimentares que ajudam a prevenir doenças no dia a dia

    Sintomas mais comuns

    Na maioria dos casos, a gordura no fígado não provoca sintomas. Quando presentes, os sinais podem incluir:

    • Fadiga;
    • Desconforto ou dor no abdome superior direito;
    • Indigestão (dispepsia).

    Em exames clínicos, é comum observar aumento da circunferência abdominal e gordura visceral. Em alguns pacientes, pode aparecer acantose nigricans (manchas escuras na pele), associada à resistência insulínica.

    Como é feito o diagnóstico?

    Por ser assintomática no início, a condição é geralmente identificada em exames de rotina. Entre os principais exames estão:

    • Exames laboratoriais: alteração de enzimas hepáticas e triglicérides;
    • Ultrassom abdominal: mais usado por ser acessível e capaz de indicar graus de esteatose;
    • Biópsia hepática: indicada em casos graves ou suspeita de esteato-hepatite, para avaliar a extensão do dano.

    Confira: 10 coisas para fazer hoje e ganhar mais anos de vida

    Tratamento

    Não existe medicamento específico para curar a gordura no fígado. O tratamento é baseado em mudanças de estilo de vida:

    • Adotar uma alimentação equilibrada;
    • Praticar atividade física regular;
    • Manter peso saudável;
    • Reduzir ou evitar bebidas alcoólicas.

    Alguns pacientes podem receber suporte com vitamina E ou medicamentos para controlar colesterol e resistência insulínica.

    Como prevenir gordura no fígado

    A prevenção está ligada a hábitos saudáveis, como:

    • Praticar atividade física;
    • Manter alimentação equilibrada;
    • Controlar obesidade abdominal, pressão alta, diabetes e triglicérides;
    • Realizar consultas médicas periódicas.

    Perguntas frequentes sobre gordura no fígado

    1. Gordura no fígado sempre dá sintomas?

    Não. A maioria dos casos é assintomática e descoberta em exames de rotina.

    2. A gordura no fígado pode virar cirrose?

    Sim. Se não tratada, pode evoluir para esteato-hepatite, fibrose e até cirrose.

    3. O consumo de álcool causa gordura no fígado?

    Não. O consumo excessivo de álcool leva à doença hepática alcoólica, que é diferente. Porém, quem já tem gordura no fígado deve evitar álcool.

    4. Como saber se a gordura no fígado é grave?

    Somente o médico pode avaliar por meio de exames laboratoriais, ultrassom ou biópsia.

    5. Perder peso ajuda no tratamento?

    Sim. A perda de peso gradual e saudável é uma das principais formas de reduzir a gordura hepática.

    6. Crianças podem ter gordura no fígado?

    Sim. Embora mais comum em adultos, também pode ocorrer em crianças com obesidade ou síndrome metabólica.

    7. Existe remédio que cura a gordura no fígado?

    Não. O tratamento é baseado em mudanças de estilo de vida, com possíveis medicamentos de suporte conforme indicação médica.

    Leia também: Alimentação saudável: o que é, benefícios e como ter

  • Drogas e coração: os riscos reais que você precisa conhecer 

    Drogas e coração: os riscos reais que você precisa conhecer 

    As drogas ilícitas não dão trégua ao coração. Em alguns casos, os efeitos são quase imediatos e podem ser fatais. Substâncias como cocaína e crack aceleram os batimentos, elevam a pressão arterial e aumentam o risco de arritmias. O resultado pode ser um infarto fulminante, mesmo em quem nunca teve histórico de problemas cardíacos.

    O uso frequente dessas substâncias também cobra um preço alto: pressão alta crônica, sobrecarga do sistema cardiovascular e maior risco de acidente vascular cerebral (AVC). Para se ter uma ideia, estudos mostram que a cocaína está ligada a cerca de um quarto dos infartos em pessoas com menos de 45 anos.

    Como as drogas afetam o coração

    Coração saudável e drogas ilícitas não combinam. Além da dependência química, cada substância provoca danos específicos ao sistema cardiovascular.

    Cocaína, crack e anfetaminas

    Essas drogas estimulantes aceleram o ritmo cardíaco (taquicardia), elevam a pressão e aumentam o risco de arritmias perigosas. Também podem causar vasoespasmo, um aperto súbito nas artérias, que reduz o fluxo de sangue para o coração.

    “Essa combinação de espasmo na artéria, pressão elevada e coração acelerado pode levar a um infarto fulminante e morte mesmo em pessoas jovens e sem histórico de doenças cardíacas. Em quem já tem doença no coração, o risco é ainda maior”, alerta a cardiologista Juliana Soares, do Hospital Albert Einstein.

    Maconha recreativa

    Apesar da fama de mais leve, a maconha também oferece riscos. Pode aumentar a pressão, favorecer arritmias, prejudicar a circulação e facilitar a formação de coágulos. Tudo isso eleva o risco de infarto e AVC.

    “É importante ressaltar que a maconha é diferente da canabis medicinal”, explica a médica.

    “Enquanto a maconha como droga tem elevadas quantidades de THC (tetrahidrocanabinol), responsável pelos efeitos psicotrópicos da droga e também por grande parte dos efeitos nocivos sobre o sistema cardiovascular, a canabis medicinal possui concentração mais elevada de CBD (canabidiol) que tem propriedades analgésicas, anti-inflamatórias e ansiolíticas”, conta.

    Álcool associado a drogas ilícitas

    O combo álcool com drogas potencializa o perigo. No caso da mistura de cocaína com álcool, o corpo forma compostos químicos que elevam ainda mais o risco de inflamação, arritmias e infarto.

    Drogas injetáveis (heroína)

    Substâncias como heroína, quando aplicadas por via injetável, aumentam o risco de infecções graves no coração. Isso ocorre porque bactérias presentes nas seringas podem atingir as válvulas cardíacas, causando uma condição chamada endocardite.

    “O consumo de drogas é um perigo real para o coração. As drogas podem provocar danos irreversíveis independente de idade ou antecedentes cardiovasculares”, alerta a especialista.

    Leia mais: Palpitações no coração: o que pode ser e quando procurar atendimento médico

    Doenças cardíacas relacionadas ao uso de drogas

    • Miocardite: inflamação do músculo cardíaco, que pode evoluir para cardiomiopatia (enfraquecimento do coração) e levar à insuficiência cardíaca;
    • Endocardite: infecção que atinge a camada interna do coração (endocárdio) e suas válvulas. Além de danificar as válvulas, pode gerar coágulos que se deslocam para o cérebro (AVC) ou pulmões (embolia pulmonar).

    Quem tem mais risco de endocardite?

    A endocardite pode afetar qualquer pessoa, como aquelas que usam drogas ilícitas, mas alguns grupos são ainda mais vulneráveis:

    • Pessoas com doenças nas válvulas cardíacas;
    • Quem tem cardiopatias congênitas;
    • Pessoas com histórico de febre reumática;
    • Indivíduos que passaram por procedimentos odontológicos, como extração de dentes;
    • Pessoas com imunidade baixa ou que usam dispositivos como marcapassos.

    Perguntas frequentes sobre drogas e coração

    1. É verdade que a cocaína pode causar infarto em pessoas jovens?

    Sim. A cocaína pode provocar infarto fulminante mesmo em pessoas sem doenças cardíacas prévias.

    2. A maconha faz mal para o coração?

    Sim. A maconha recreativa pode aumentar a pressão arterial, o risco de arritmias, infarto e AVC. É diferente da cannabis medicinal, que tem outra composição e uso controlado.

    3. O que é vasoespasmo?

    É um estreitamento súbito das artérias, que reduz o fluxo sanguíneo para o coração. Ele é comum após o uso de drogas como cocaína e crack.

    4. Drogas injetáveis podem causar doenças no coração?

    Sim. O uso de drogas injetáveis aumenta o risco de endocardite infecciosa, uma infecção grave das válvulas cardíacas.

    5. Misturar drogas com álcool aumenta os riscos?

    Sim. A combinação potencializa os efeitos nocivos e aumenta muito as chances de inflamação, arritmias e infarto fulminante.

    6. O que é miocardite?

    É uma inflamação do músculo cardíaco, que pode ser causada pelo uso de drogas e evoluir para insuficiência cardíaca.

    7. Quem já tem problema no coração corre mais risco com o uso de drogas?

    Sim. Pessoas com doenças cardíacas pré-existentes são ainda mais vulneráveis e podem sofrer complicações fatais.

    Leia também: Como o estresse afeta o coração e o que fazer para proteger a saúde cardiovascular

  • Entenda a diferença entre tumor benigno e maligno 

    Entenda a diferença entre tumor benigno e maligno 

    Quando alguém recebe a notícia de que tem um tumor, o primeiro pensamento quase sempre é o mesmo: câncer. O medo é natural, já que a palavra carrega um peso enorme. Mas nem todo tumor significa malignidade.

    Por isso, é importante entender a diferença entre tumor benigno e maligno. Existem os tumores benignos, que têm um comportamento bem diferente e, em muitos casos, não oferecem o mesmo risco de vida que os malignos. A confusão acontece porque os dois envolvem o crescimento de células fora do padrão, mas as consequências são diferentes.

    Compreender essa questão é importante para diminuir a ansiedade diante de um diagnóstico e também para buscar o tratamento certo. Enquanto alguns tumores podem ser curados apenas com cirurgia, outros exigem acompanhamento constante e terapias mais complexas.

    Para esclarecer essas questões, conversamos com o oncologista Thiago Chadid, que explica de forma clara como distinguir um tumor benigno de um maligno e quais cuidados cada caso exige.

    O que é um tumor benigno?

    O tumor benigno é formado por um crescimento desordenado de células, mas que permanece restrito ao local onde surgiu. Ele pode até aumentar bastante de tamanho, mas não invade outros tecidos nem se espalha para órgãos distantes.

    “Pode até crescer bastante, mas se for retirado cirurgicamente, está curado”, explica o oncologista.

    Isso não significa, no entanto, que um tumor benigno nunca represente risco. “Se um tumor benigno crescer no cérebro, por exemplo, pode comprimir estruturas vitais e ser letal. Mas ele não se espalha para outros órgãos”, conta o médico.

    O que caracteriza um tumor maligno?

    O tumor maligno, por sua vez, tem a capacidade de invadir outros tecidos e se espalhar pelo corpo, o que se chama de metástase.

    “A partir do momento em que ele consegue lançar células na circulação sanguínea ou invadir outro órgão, é considerado maligno”, afirma o especialista.

    Esse comportamento invasivo torna o tumor maligno mais agressivo e com necessidade de acompanhamento e tratamento rápido.

    Aparência e diagnóstico: como diferenciar?

    De acordo com o oncologista, não existe um sinal clínico definitivo mostre a diferença entre tumor benigno e maligno. “O crescimento rápido, por exemplo, pode estar presente nos dois tipos, embora seja mais sugestivo de malignidade”.

    Em alguns casos, porém, a aparência ajuda a diferenciar. “Em termos de aparência, o tumor benigno tende a ser encapsulado, redondinho, enquanto o maligno é irregular, enraizado”, explica o especialista.

    Mas ele alerta que isso não é uma regra absoluta. “Existem tumores benignos que parecem malignos nas imagens. Só a biópsia confirma o diagnóstico correto”.

    Ou seja, a avaliação médica e os exames são fundamentais para diferenciar com segurança.

    Confira: Imunoterapia: a estratégia que transforma o corpo em arma contra o câncer

    Tumor benigno pode virar maligno?

    Alguns tipos de tumor benigno podem, sim, evoluir para maligno. “Alguns tumores benignos permanecem assim para sempre, porque a mutação celular não permite que evoluam. Outros, porém, podem sofrer alterações e se transformar em malignos. Isso depende do tipo e da natureza do tumor”, explica o médico.

    Por isso, mesmo tumores benignos não devem ser considerados inofensivos. “Em muitos casos, precisam ser retirados cirurgicamente para evitar riscos futuros de malignização”, detalha o oncologista.

    Perguntas frequentes sobre tumor benigno e maligno

    1. Todo tumor é câncer?

    Não. Nem todo tumor é maligno. Muitos tumores são benignos e não se espalham para outros órgãos, mas ainda assim precisam ser avaliados pelo médico e, muitas vezes, removidos por meio de uma cirurgia.

    2. Tumor benigno pode virar maligno?

    Sim, em alguns casos específicos. O oncologista Thiago Chadid explica que isso depende do tipo de tumor, por isso a biópsia é sempre importante para o acompanhamento.

    3. Tumor benigno precisa ser tratado?

    Na maioria das vezes, sim. Mesmo não se espalhando, um tumor benigno pode crescer e causar problemas dependendo da localização, como no cérebro ou em órgãos vitais.

    4. Qual é a principal diferença entre tumor benigno e maligno?

    O benigno cresce apenas no local onde surgiu, enquanto o maligno invade tecidos vizinhos e pode se espalhar pelo corpo (metástase).

    5. Como o médico descobre se o tumor é benigno ou maligno?

    O exame definitivo é a biópsia, que analisa o tecido em laboratório. Imagens de exames podem dar pistas, mas só a análise das células confirma.

    6. O tumor maligno sempre é agressivo?

    Sim, por definição ele é mais perigoso porque pode se espalhar para outros órgãos. Porém, cada tipo de câncer tem um comportamento diferente e o tratamento varia de acordo com o caso.

    Leia mais: 7 sintomas iniciais de câncer que não devem ser ignorados

  • Imunoterapia: a estratégia que transforma o corpo em arma contra o câncer 

    Imunoterapia: a estratégia que transforma o corpo em arma contra o câncer 

    Nos últimos anos, a imunoterapia deixou de ser apenas uma promessa de laboratório para se tornar uma das maiores revoluções no tratamento do câncer. Essa terapia abriu caminho para resultados melhores em tumores até então de difícil controle, como o melanoma e o câncer de pulmão, e trouxe novas perspectivas a médicos e pacientes em todo o mundo.

    Em paralelo, também despertou debates sobre custos, acesso e sobre como selecionar os pacientes que realmente vão se beneficiar dessa estratégia. Mas afinal, o que diferencia a imunoterapia dos tratamentos tradicionais, como a quimioterapia e a radioterapia? Quais são seus limites e até onde ela pode avançar nos próximos anos?

    O oncologista Thiago Chadid explica em detalhes como a imunoterapia funciona e o que já se sabe sobre sua eficácia.

    O que é imunoterapia e como ela se diferencia da quimioterapia

    A imunoterapia é uma modalidade de tratamento, uma linha de terapias. Para entender a diferença para a quimioterapia, é preciso olhar para os métodos tradicionais.

    “A quimioterapia age diretamente nas células do câncer. Em alguns casos, faz com que elas morram. Em outros, impede que continuem se multiplicando”, explica o oncologista.

    Além da quimioterapia, existem os chamados medicamentos alvo, que bloqueiam sinais internos usados pelas células para crescer, e os biológicos, que funcionam como uma espécie de trava nos receptores das células, explica o médico.

    Já a imunoterapia age de um jeito diferente, porque não vai direto nas células do câncer, ela age no sistema de defesa do próprio corpo. Para entender melhor, o câncer muitas vezes consegue enganar essas células de defesa e se esconder delas.

    “É como se o tumor colocasse uma capa de invisibilidade, usando proteínas que confundem o sistema imunológico”, explica o médico. Os principais “truques” usados pelo câncer são duas proteínas chamadas CTLA-4 e PD-L1, que funcionam como botões de liga e desliga para as defesas do organismo.

    A imunoterapia age justamente bloqueando essas proteínas, ou seja, tira a “capa” que esconde o câncer. Assim, as células de defesa do próprio corpo conseguem voltar a reconhecer os tumores como inimigos e passam a atacá-los.

    Em quais tipos de câncer a imunoterapia funciona melhor

    Os resultados da imunoterapia não foram iguais em todos os tumores. “Em tumores como melanoma e câncer de pulmão, a resposta foi impressionante. Já em pâncreas ou vias biliares, não funcionou bem”, conta o médico.

    Isso acontece porque a eficácia depende da diferença entre a célula tumoral e a normal.

    “Quanto mais diferente, mais fácil do sistema imunológico reconhecer e atacar. Em alguns casos, como no câncer de mama, o tumor se parece demais com a célula normal, e aí a imunoterapia não funciona”.

    Outro desafio é o ambiente tumoral. “Há tumores que secretam substâncias no tecido ao redor deles que ‘paralisam’ as células de defesa, como se fosse um gás paralisante”, explica.

    Leia também: 7 sintomas iniciais de câncer que não devem ser ignorados

    Imunoterapia isolada ou em combinação com a quimioterapia?

    A resposta depende do tipo de tumor. “Em alguns tumores, como melanoma e certos tipos de câncer de pulmão ou de rim, só a imunoterapia já é suficiente para o tratamento”, explica Chadid.

    Mas há casos em que a combinação com quimioterapia é essencial. “A quimioterapia destrói células tumorais e libera proteínas que ajudam o sistema imunológico a reconhecer melhor o que é câncer. Então, às vezes, só tirar o ‘disfarce’ do tumor não basta, é preciso também dar pistas ao sistema imunológico”.

    Hoje, essa associação é bastante usada em tumores ginecológicos (endométrio, colo de útero e ovário), além de câncer de bexiga e alguns casos de câncer de rim.

    Efeitos colaterais da imunoterapia

    Os efeitos colaterais são bem diferentes da quimioterapia.

    “Como a imunoterapia tira o freio do sistema imunológico, os efeitos adversos são reações autoimunes. O sistema de defesa do corpo pode atacar células saudáveis por engano”, diz o médico.

    Entre eles estão:

    • Pneumonite (inflamação do pulmão);
    • Nefrite (inflamação nos rins);
    • Tireoidite (inflamação na tireoide);
    • Colite (inflamação no intestino grosso);
    • Diabetes.

    “A frequência varia, mas em geral é baixa: pneumonite aparece em 2% a 5% dos casos, tireoidite em menos de 1%. Ou seja, são raros, mas quando acontecem precisam ser tratados”, alerta.

    O tratamento, nesses casos, envolve a suspensão temporária da imunoterapia e uso de corticoides. “Em casos muito graves, ela precisa ser suspensa definitivamente”.

    Leia também: Como cuidar do coração durante o tratamento do câncer

    Perguntas frequentes sobre imunoterapia contra o câncer

    1. O que é imunoterapia?

    É uma forma de tratamento que estimula o sistema imunológico a reconhecer e atacar células cancerígenas.

    2. Em quais tipos de câncer a imunoterapia é mais eficaz?

    Segundo o oncologista Thiago Chadid, funciona melhor em melanoma e câncer de pulmão, enquanto tem baixa eficácia em tumores como pâncreas ou vias biliares.

    3. A imunoterapia pode ser usada sozinha?

    Sim, em alguns tumores, como melanoma e alguns tipos de câncer de pulmão. Em outros, é combinada com quimioterapia ou, se for o caso, não se usa.

    4. Quais são os efeitos colaterais da imunoterapia?

    Podem ocorrer reações autoimunes, como inflamação no pulmão, intestino, tireoide e rins.

    Confira: Saiba em quais situações você deve procurar um oncologista

  • Refluxo gastroesofágico: conheça as causas, sintomas e como tratar 

    Refluxo gastroesofágico: conheça as causas, sintomas e como tratar 

    Imagine sentir uma queimação que sobe do estômago até a garganta depois de uma refeição normal. A sensação pode parecer comum, mas a depender da frequência e de outros sinais associados, pode indicar um quadro de refluxo gastroesofágico.

    A condição, que ocorre quando o ácido gástrico retorna para o esôfago, pode causar não apenas azia, mas tosse persistente, rouquidão, pigarro e até dor no peito. Saber identificar os sintomas é importante para prevenir complicações.

    Afinal, o que é refluxo gastroesofágico e como ele acontece?

    O refluxo gastroesofágico é uma condição em que o conteúdo do estômago, especialmente o ácido gástrico, retorna para o esôfago, o tubo que liga a boca ao estômago.

    De acordo com a gastroenterologista Lívia Guimarães, isso acontece porque o esfíncter esofágico inferior — a válvula que separa as duas estruturas — não consegue se fechar de maneira eficiente, permitindo que o ácido, e às vezes até a bile, suba em direção à garganta.

    Em alguns casos, a falha pode estar ligada também à motilidade do esôfago ou a um atraso no esvaziamento do estômago.

    De forma simples, é como se a porta que deveria abrir para a passagem dos alimentos e fechar logo em seguida ficasse entreaberta. Assim, o suco gástrico, altamente ácido, retorna ao esôfago, cuja mucosa não tem defesa suficiente contra a agressão.

    O contato repetido é o que provoca a sensação de queimação e, a longo prazo, pode levar a inflamações e até complicações de saúde.

    Quais os sintomas mais comuns de refluxo?

    A queimação no peito, também conhecida como azia, é o sintoma mais comum do refluxo. Ela começa na boca do estômago e pode se irradiar até a garganta, causando desconforto intenso, especialmente após refeições maiores ou ao se deitar.

    No entanto, há outros sinais importantes que devem servir de alerta, como:

    • Regurgitação de alimento ou líquido ácido, com gosto amargo na boca;
    • Dor no peito;
    • Tosse seca persistente, especialmente à noite ou ao se deitar;
    • Rouquidão e pigarro, especialmente após refeições ou ao se deitar.

    Quais os fatores de risco do refluxo?

    De acordo com a gastroenterologista Lívia Guimarães, alguns hábitos e condições de saúde aumentam as chances de desenvolver refluxo. Entre eles estão:

    • Sobrepeso e obesidade;
    • Alimentação rica em gorduras e ultraprocessados, que dificultam a digestão;
    • Refeições muito volumosas, que sobrecarregam o sistema digestivo;
    • Tabagismo;
    • Consumo excessivo de álcool, café e refrigerantes, que estimulam o ácido estomacal;
    • Gravidez;
    • Uso de certos medicamentos, como ansiolíticos.

    Como é feito o diagnóstico de refluxo?

    O diagnóstico inicial do refluxo geralmente é feito com base na história clínica e nos sintomas relatados pelo paciente. “Geralmente, conseguimos identificar o quadro pela avaliação clínica. Em casos persistentes ou com sinais de alerta, podem ser indicados exames como endoscopia digestiva alta e pHmetria esofágica”, aponta Lívia Guimarães.

    Os exames ajudam a avaliar se há inflamações no esôfago, medir a acidez que retorna do estômago e verificar a função do esfíncter esofágico inferior.

    Tratamento de refluxo

    1. Mudanças no estilo de vida

    Grande parte dos pacientes apresenta melhora significativa com alguns ajustes na rotina. Entre as orientações médicas mais eficazes estão:

    • Comer porções menores e mais fracionadas ao longo do dia;
    • Evitar se deitar logo após as refeições;
    • Reduzir alimentos gordurosos, ultraprocessados, cafeína, álcool e refrigerantes;
    • Manter um peso saudável;
    • Elevar a cabeceira da cama em alguns centímetros;
    • Identificar possíveis intolerâncias alimentares.

    Além disso, como destaca a gastroenterologista, “exercícios respiratórios diafragmáticos podem ajudar no controle do refluxo, pois fortalecem o esfíncter esofágico inferior e reduzem os episódios, especialmente quando associados às medidas dietéticas e posturais.”

    2. Uso de remédios para refluxo

    Quando as mudanças de hábitos não são suficientes, pode ser necessário o uso de remédios que reduzem a acidez, segundo Lívia Guimarães. Alguns deles incluem:

    • Inibidores da bomba de prótons (IBPs), conhecidos como prazóis;
    • Bloqueadores do receptor H2, como a famotidina;
    • Bloqueadores ácidos competitivos de potássio, como a vonoprazana.

    Segundo o Ministério da Saúde, além de controlar a acidez, alguns medicamentos também ajudam a melhorar a motilidade do esôfago, facilitando o esvaziamento do estômago.

    Leia também: Wegovy e Ozempic: como funcionam para perda de peso

    Quando a cirurgia para refluxo é necessária?

    A cirurgia é indicada quando os remédios e as mudanças de hábitos não conseguem controlar o refluxo ou quando a pessoa depende de medicação contínua sem melhora significativa.

    Ela também pode ser indicada em casos de hérnia de hiato ou complicações mais graves, como o esôfago de Barrett, que aumenta o risco de câncer, de acordo com a gastroenterologista.

    O Ministério da Saúde aponta que a cirurgia pode ser feita por técnica convencional ou laparoscópica e, normalmente, envolve a confecção de uma válvula antirrefluxo.

    O procedimento é especialmente recomendado em pacientes com hérnia de hiato ou com esofagite grave — quando a acidez constante do suco gástrico começa a alterar as células do esôfago, aumentando o risco de tumores malignos.

    Quais complicações podem surgir se o refluxo não for tratado?

    Se o refluxo não for tratado corretamente, pode trazer consequências mais sérias ao longo do tempo. A gastroenterologista Lívia Guimarães alerta que a irritação constante causada pelo ácido pode provocar esofagite grave, inflamação que machuca a parede do esôfago.

    Em alguns casos, surgem úlceras ou até o estreitamento do esôfago, que dificulta a passagem dos alimentos e causa dor ao engolir. Quando o quadro se torna crônico, pode aparecer o chamado esôfago de Barrett, uma alteração nas células do esôfago que aumenta o risco de câncer.

    Perguntas frequentes sobre refluxo

    1. O refluxo pode causar dor no peito parecida com a de um problema cardíaco?

    Sim, a dor torácica intensa causada pelo refluxo pode imitar a angina ou até um infarto. De acordo com estudos, a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) corresponde a cerca de 30% dos casos de dor torácica não cardíaca. Por isso, toda dor no peito deve ser investigada com atenção.

    2. Existe relação entre refluxo e ansiedade ou estresse emocional?

    Sim, o refluxo pode estar ligado à ansiedade e ao estresse. Quando a pessoa está ansiosa, o corpo produz mais ácido no estômago e os sintomas do refluxo podem piorar. Além disso, o estresse aumenta a sensibilidade: a queimação ou dor acabam sendo sentidas de forma mais intensa.

    Um estudo clínico mostrou que pacientes com refluxo e ansiedade apresentaram melhora quando o tratamento juntou remédio para reduzir o ácido e um medicamento para ansiedade. Isso significa que, em alguns casos, tratar a saúde emocional ajuda também a controlar quadros de refluxo.

    3. O refluxo pode causar mau hálito ou prejudicar os dentes?

    Sim. Estudos mostram que pessoas com refluxo gastroesofágico têm mais chances de sofrer erosão dentária. Isso acontece porque o ácido do estômago, em contato frequente com a boca, desgasta o esmalte e pode levar à perda da estrutura do dente.

    4. Dormir de lado realmente ajuda a reduzir os episódios de refluxo?

    Dormir de lado, especialmente no lado esquerdo, pode ajudar a reduzir os episódios de refluxo. Isso acontece porque, nessa posição, o estômago fica abaixo do esôfago, dificultando o retorno do ácido gástrico. Já deitar do lado direito ou de barriga para cima pode facilitar a subida do conteúdo do estômago, aumentando o desconforto.

    5. Crianças e bebês também podem ter refluxo?

    O refluxo fisiológico é comum em bebês, especialmente até os 12 meses de vida, porque o esfíncter esofágico ainda está imaturo. A maioria melhora espontaneamente após o primeiro ano. Casos persistentes ou acompanhados de perda de peso exigem avaliação médica.

    6. Quem tem refluxo precisa cortar totalmente café, chocolate e álcool?

    Não necessariamente. Quem tem refluxo não precisa cortar totalmente café, chocolate e álcool, mas é importante observar como o corpo reage a esses alimentos. Em alguns casos, eles podem relaxar o esfíncter esofágico inferior e estimular a produção de ácido, favorecendo os episódios de azia e queimação.

    Uma vez que cada organismo responde de formas diferentes, a recomendação é reduzir o consumo, evitar exageros e fazer testes individuais, sempre acompanhado de orientação médica.

    Leia também: 9 hábitos alimentares que ajudam a prevenir doenças no dia a dia

  • Quando a dor nas costas pode ser preocupante? Entenda os sinais de alerta 

    Quando a dor nas costas pode ser preocupante? Entenda os sinais de alerta 

    Se você nunca sentiu dor nas costas, pode ser apenas uma questão de tempo: 8 em cada 10 pessoas vão enfrentar ao menos um episódio significativo de dor lombar ao longo da vida, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

    Na maioria das vezes, o incômodo está ligado ao estilo de vida e pode ser aliviado a partir de mudanças simples de hábitos. No entanto, quando a dor surge de forma repentina, é muito intensa, não melhora com repouso ou vem acompanhada de outros sintomas, pode indicar alguma condição de saúde mais séria.

    Mas afinal, quando procurar atendimento médico? A neurocirugiã Ana Camila Gandolfi, do Hospital São Paulo, esclarece quando a dor nas costas é preocupante.

    Afinal, o que causa dor nas costas?

    A região das costas é formada por uma estrutura complexa — ossos, músculos, articulações, discos intervertebrais, nervos e ligamentos. Por isso, qualquer desequilíbrio, seja por má postura, esforço físico exagerado ou até estresse emocional, pode resultar em dor e atrapalhar a realização de atividades diárias.

    Normalmente, o desconforto costuma estar relacionado a situações do dia a dia, como:

    • Passar muitas horas sentado diante do computador;
    • Carregar peso de forma errada;
    • Acúmulo de estresse e tensão emocional;
    • Falta de atividade física;
    • Lesões leves após esforço intenso.

    Nesses casos, a dor tende a melhorar em poucos dias com medidas simples, como repouso, aplicação de calor na região, alongamentos leves e, se necessário, uso de analgésicos comuns. Quando isso não acontece e ela surge acompanhada de outros sintomas, pode ser momento de procurar atendimento médico.

    Quando a dor nas costas pode ser preocupante?

    Segundo a neurocirurgiã Ana Camila Gandolfi, observar as características da dor nas costas é muito importante para identificar se ela pode indicar algo mais grave. A especialista destaca alguns sinais que exigem atenção imediata:

    • Dificuldade motora: perda de força em mãos, pés ou pernas associadas à dor;
    • Dor que acorda à noite: diferente da dor que já impede o sono, é aquela que desperta a pessoa durante a noite;
    • Febre acompanhando a dor: pode indicar a presença de uma infecção;
    • Dificuldade respiratória: quando surge junto da dor nas costas;
    • Alterações neurológicas: como perda de sensibilidade ou quando um simples toque é interpretado pelo corpo como dor.

    Nesses casos, a recomendação é não adiar a consulta médica. Apenas uma avaliação profissional com exames específicos pode identificar a causa e indicar o tratamento adequado.

    Quais problemas estão associados à dor nas costas?

    Uma dor nas costas que persiste por mais de quatro semanas e está acompanhada de outros sintomas, pode indicar condições mais sérias, como:

    1. Doenças respiratórias

    Infecções como pneumonia e pleurisia (inflamação da membrana que envolve os pulmões) podem provocar dor na região torácica das costas. Isso acontece porque os pulmões inflamados aumentam o esforço da musculatura durante a respiração — causando desconforto e dor que pode piorar ao tossir ou inspirar fundo.

    2. Infecção renal

    Os rins ficam localizados na parte inferior das costas, e quando há uma infecção (chamada pielonefrite), é comum que a dor lombar apareça de forma persistente e intensa, muitas vezes em apenas um dos lados.

    O quadro costuma vir acompanhado de febre alta, calafrios, mal-estar, enjoo e alterações na urina, como cheiro forte, ardência ao urinar ou até presença de sangue. Se não tratada, a infecção pode se espalhar para a corrente sanguínea, causando complicações sérias.

    3. Pedra nos rins

    As pedras nos rins, ou cálculos renais, são uma das causas mais comuns de dor lombar súbita e muito forte, chamada cólica renal. A dor costuma surgir de forma inesperada, em ondas, e pode irradiar para a virilha, abdômen inferior e até órgãos genitais. Além disso, podem aparecer sintomas como náusea, vômito, suor excessivo, vontade frequente de urinar e presença de sangue na urina.

    4. Dor ciática

    O nervo ciático é o maior do corpo humano e percorre da lombar até os pés. Quando ele sofre compressão, geralmente por hérnia de disco ou desgaste da coluna, pode causar uma dor que começa na lombar e irradia para glúteos, pernas e até os pés. Além da dor em queimação ou fisgada, é comum a presença de formigamento, dormência e até perda de força muscular.

    5. Hérnia de disco

    A hérnia de disco acontece quando o disco intervertebral, que funciona como uma espécie de “amortecedor” entre as vértebras, se desloca e acaba comprimindo os nervos da coluna. Isso causa dor intensa, normalmente na região lombar ou cervical, que pode irradiar para braços ou pernas.

    Além da dor, o quadro pode causar rigidez, formigamento, dormência e perda de força muscular, dificultando até atividades simples, como se abaixar, subir escadas ou carregar objetos. Em casos mais graves, a hérnia pode limitar bastante a mobilidade e exigir tratamento especializado.

    6. Artrose

    Também chamada de osteoartrite da coluna, a artrose é o desgaste progressivo das articulações ao longo do tempo. É mais comum em pessoas acima dos 50 anos, mas pode aparecer antes em quem sobrecarrega a coluna por fatores como má postura, obesidade ou esforços repetitivos.

    O problema provoca dor crônica, rigidez ao acordar ou após longos períodos parado, estalos e limitação de movimentos.

    7. Abscesso

    Os abscessos próximos à coluna ocorrem quando há acúmulo de pus causado por uma infecção bacteriana. Além da dor persistente e localizada, podem provocar febre, calafrios e mal-estar geral.

    Dependendo da gravidade, a infecção pode comprometer nervos e estruturas importantes da coluna, exigindo tratamento com antibióticos e, em alguns casos, drenagem cirúrgica de urgência. Por isso, é fundamental uma avaliação médica.

    8. Infarto (casos raros)

    Embora mais conhecido pela dor no peito, o infarto também pode irradiar para a região das costas, especialmente entre as escápulas. Quando a dor aparece junto de falta de ar, suor frio, náusea ou pressão no peito, é preciso procurar ajuda médica imediata.

    Como diferenciar dor comum de dor preocupante?

    Nem sempre é fácil distinguir uma dor passageira de uma dor que exige mais atenção, mas alguns sinais podem ajudar a fazer essa diferenciação:

    Dores comuns Dores que merecem atenção
    Melhoram com repouso, alongamentos leves e analgésicos simples. Não aliviam com repouso ou tratamento caseiro e pioram progressivamente.
    Estão associadas ao esforço físico, má postura ou sedentarismo. Pioram à noite ou atrapalham o sono.
    Tendem a desaparecer em poucos dias ou, no máximo, em uma a duas semanas. Persistem por várias semanas ou se intensificam ao longo do tempo.
    Não estão associadas a sintomas sistêmicos. Vêm acompanhadas de febre, perda de peso inexplicável, alterações neurológicas (formigamento, dormência, perda de força) ou incontinência urinária/intestinal.

    Como é feita a investigação?

    Quando a dor nas costas levanta suspeita de algo mais sério, o médico começa a investigação com uma avaliação detalhada — ou seja, uma conversa para entender como a dor começou, a intensidade, duração, fatores que pioram ou aliviam e o histórico de saúde do paciente.

    Também são avaliados hábitos de vida, como prática de exercícios, postura no trabalho e histórico familiar de doenças.

    Em seguida, é realizado um exame físico, onde o especialista observa postura, força muscular, reflexos, sensibilidade e amplitude de movimentos. Isso ajuda a diferenciar se a dor é de origem muscular, nervosa, óssea ou até relacionada a outros órgãos.

    Dependendo do quadro, podem ser solicitados exames complementares, como:

    • Raio-X: útil para identificar fraturas, alterações ósseas e artrose;
    • Ressonância magnética: indicada para avaliar discos intervertebrais, hérnias, nervos e tecidos moles com mais precisão;
    • Tomografia computadorizada: detalha melhor estruturas ósseas e pode ser usada em casos de trauma;
    • Exames laboratoriais: ajudam a investigar infecções, doenças renais, inflamatórias ou sistêmicas que possam estar ligadas à dor.

    Importante destacar que os exames vão depender muito da hipótese diagnóstica: pode ser um exame de imagem, um exame de sangue, uma radiografia do pulmão, do rim ou da coluna. Isso varia conforme a avaliação médica, de acordo com Ana Camila Gandolfi.

    Como prevenir dores nas costas?

    Nem sempre é possível evitar completamente o surgimento de dores nas costas, especialmente quando associadas a predisposição genética e doenças crônicas. No entanto, adotar certos hábitos no dia a dia pode reduzir bastante o risco e até aliviar crises quando elas surgem. Alguns deles incluem:

    • Manter boa postura: sentar-se com a coluna ereta, os pés apoiados no chão e os ombros relaxados; evite ficar curvado por longos períodos;
    • Fortalecer a musculatura: praticar atividades físicas regularmente, principalmente exercícios que fortaleçam abdômen, costas e glúteos;
    • Alongar com frequência: incluir alongamentos leves na rotina, especialmente após longos períodos sentado ou em pé;
    • Cuidar do peso corporal: manter alimentação equilibrada e exercícios para reduzir a sobrecarga na coluna;
    • Evitar carregar peso de forma incorreta: para levantar objetos pesados, dobre os joelhos e mantenha a carga próxima ao corpo.

    Por fim, é fundamental estar atento aos sinais que o corpo dá. Se a dor nas costas aparecer com frequência, não melhorar em alguns dias ou vier acompanhada de outros sintomas (formigamento, febre, perda de força, alterações urinárias), é hora de procurar um médico.

    Perguntas frequentes sobre dor nas costas

    1. Dor nas costas pode ser causada por estresse?

    Sim. O estresse emocional provoca tensão muscular, especialmente na região do pescoço e da lombar. Quando ela é constante, a contração pode causar dor, rigidez e até dor de cabeça. Muitas vezes, o incômodo diminui com técnicas de relaxamento, prática de atividade física, sono adequado e acompanhamento psicológico, se necessário.

    2. Dor nas costas pode estar ligada ao coração?

    Sim, em casos raros. O infarto, por exemplo, pode irradiar dor para a região das costas, principalmente entre as escápulas. Ela geralmente vem acompanhada de pressão no peito, falta de ar, suor frio, náusea e mal-estar. Nesses casos, é uma emergência médica e exige atendimento imediato.

    3. Grávidas sentem mais dor nas costas?

    Sim, pois a gestação altera o centro de gravidade do corpo, aumenta o peso e relaxa ligamentos por conta das mudanças hormonais — o que sobrecarrega a coluna. O resultado é dor lombar frequente, especialmente no final da gravidez. Alongamentos, fisioterapia e exercícios leves podem ajudar, sempre com orientação médica.

    4. O colchão influencia na dor nas costas?

    Sim. O ideal é escolher um colchão que mantenha o alinhamento natural da coluna, nem muito mole nem excessivamente duro. O recomendado é, se possível, trocar o colchão a cada 8 a 10 anos. O travesseiro também deve ser adequado à posição em que você dorme.

    5. Exercício físico ajuda ou piora a dor nas costas?

    Durante crises de dor intensa, o esforço físico exagerado pode piorar o quadro. No entanto, a prática regular de atividade física é uma das principais formas de prevenção, pois fortalece os músculos que dão suporte à coluna e melhora a flexibilidade.

    Atividades como pilates, yoga, caminhada, natação e musculação com orientação profissional podem ser incluídas na rotina.

    6. Caminhar ajuda na dor lombar?

    Caminhadas leves e regulares estimulam a circulação sanguínea, aliviam a rigidez muscular e fortalecem a região lombar e abdominal. É uma atividade segura e acessível para a maioria das pessoas, mas deve ser feita sem sobrecarga e em ritmo confortável.

    7. Como aliviar a dor nas costas?

    O alívio depende da causa, mas em casos simples, medidas como compressa morna, alongamento leve, hidratação, pausas para se movimentar e repouso relativo já ajudam. Em situações mais persistentes, podem ser necessários remédios, fisioterapia ou até procedimentos médicos.

    8. Como diferenciar dor nas costas de dor no pulmão?

    A dor nas costas geralmente piora com movimentos ou esforço físico e pode ser muscular ou nervosa. Já a dor causada por problemas pulmonares (como pneumonia ou pleurisia) costuma estar associada a falta de ar, tosse, febre e piora ao respirar fundo. Nesses casos, é essencial procurar atendimento médico.

  • Má postura pode causar lesões na coluna? Saiba como corrigir a postura  

    Má postura pode causar lesões na coluna? Saiba como corrigir a postura  

    Você já reparou na sua postura? Manter os ombros caídos, a cabeça inclinada para frente e a coluna curvada são detalhes que passam despercebidos no dia a dia, mas podem trazer dores incômodas que afetam a qualidade de vida.

    A má postura é comum especialmente para pessoas que trabalham muitas horas na frente do computador, do celular ou em atividades sedentárias. Quando combinada a hábitos prejudiciais, como falta de atividade física, excesso de peso e pouco fortalecimento muscular, o risco de dores crônicas e sobrecargas aumenta significativamente.

    Mas afinal, como corrigir a má postura? Para responder a essa pergunta, conversamos com a neurocirurgiã Ana Gandolfi, da Escola Paulista de Medicina, que explicou o que realmente funciona na prática para manter a coluna alinhada e saudável.

    O que é ter uma má postura?

    De forma geral, a má postura é o desalinhamento da coluna e do corpo em relação à posição considerada saudável. Em vez de manter uma posição neutra, em que a coluna fica ereta, os ombros alinhados e o peso bem distribuído, a má postura sobrecarrega determinadas regiões do corpo — como lombar, pescoço e ombros.

    A má postura pode ocorrer em diversas situações, como:

    • Sentar de forma incorreta em frente ao computador;
    • Dormir em posições desconfortáveis;
    • Andar curvado;
    • Carregar bolsas ou mochilas muito pesadas de um lado só;
    • Usar calçados inadequados.

    Por que a má postura acontece?

    Uma pessoa pode ter má postura por uma combinação de fatores, como:

    • Uso excessivo das tecnologias modernas: celular, computador e videogames exigem que a pessoa fique muito tempo olhando para baixo ou inclinado para frente;
    • Sedentarismo: a falta de exercícios físicos reduz a força abdominal, da lombar e até da região cervical, aumentando a chance de desalinhamentos;
    • Estresse e tensão emocional: é comum encolher os ombros e projetar o corpo para frente em situações de ansiedade e estresse. A postura, além de física, é também reflexo do estado emocional;
    • Móveis inadequados: cadeiras sem apoio, mesas muito baixas ou muito altas e até colchões desgastados contribuem para posições erradas.

    Quais são os principais sinais de má postura?

    Nem sempre a pessoa percebe que tem má postura, mas existem sinais que podem ser notados no corpo, como:

    • Dores frequentes no pescoço, ombros e costas;
    • Enrijecimento da musculatura;
    • Dor de cabeça;
    • Ombros caídos para frente;
    • Barriga projetada;
    • Cansaço excessivo ao longo do dia.

    Como identificar a sua postura no dia a dia?

    Uma dica para identificar se você possui má postura é observar-se diante do espelho ou pedir que alguém tire uma foto sua de perfil, em pé. Na postura correta:

    • A cabeça deve estar alinhada com os ombros, sem ficar projetada para frente;
    • Os ombros ficam retos, não caídos;
    • A coluna mantém curvas naturais (cervical, torácica e lombar), sem exagero;
    • O quadril está alinhado, sem inclinar para frente ou para trás.

    Outra forma de perceber é durante tarefas simples: ao sentar, ao dirigir ou ao pegar objetos no chão. Se nesses momentos você sempre curvar a coluna ou apoiar todo o peso em uma só perna, é um sinal de que a postura está incorreta.

    Má postura pode causar lesões na coluna?

    De acordo com Ana Gandolfi, a má postura, por si só, não provoca lesões estruturais na coluna. O que pode acontecer é o surgimento de dores e desconfortos quando a pessoa permanece muito tempo na mesma posição, especialmente sentada ou olhando para baixo no celular.

    No entanto, pesquisas apontam que a má postura é um fator de risco que pode, ao longo do tempo, contribuir para o surgimento ou agravamento de problemas na coluna — especialmente quando combinada a hábitos como sedentarismo, excesso de peso, falta de fortalecimento muscular e longas jornadas sentado sem pausas.

    Com o passar dos anos, a sobrecarga nas articulações, nos discos intervertebrais e na musculatura pode favorecer o aparecimento de dores crônicas, tensão no pescoço e nos ombros e até hérnia de disco em pessoas predispostas.

    Como corrigir a má postura no dia a dia

    Manter o corpo alinhado envolve uma série de pequenos ajustes na rotina, para que a boa postura se torne um hábito natural. Alguns deles incluem:

    1. Preste atenção na postura quando estiver sentado

    Pessoas que trabalham em escritórios ou fazem home office passam a maior parte do tempo sentados, então é importante fazer algumas adaptações no ambiente de trabalho.

    Primeiro, procure ajustar a cadeira de modo que suas costas fiquem totalmente apoiadas no encosto. Os pés devem tocar o chão, e se isso não for possível, utilize um apoio para mantê-los firmes. Os joelhos precisam formar um ângulo de 90 graus, assim como os cotovelos quando você digita, sempre com os ombros relaxados.

    Em relação ao computador, Ana Gandolfi aponta que o ideal é deixar o teclado mais para o fundo da mesa, de forma que o cotovelo fique apoiado. Usar apenas a mão apoiada, com o cotovelo suspenso, aumenta o risco de dor cervical, dor no braço e problemas de postura — especialmente para quem passa muitas horas no computador.

    A altura da mesa também faz diferença: o ideal é que os cotovelos permaneçam dobrados a 90 graus, com os ombros soltos e relaxados durante a digitação.

    2. Ajuste a postura ao usar o celular

    O hábito de curvar a cabeça para baixo várias vezes ao dia para usar o celular cria sobrecarga no pescoço. Uma forma simples de evitar isso é levar o aparelho até a altura dos olhos, em vez de abaixar o rosto. Isso mantém o alinhamento natural entre cabeça e coluna, reduzindo tensões desnecessárias.

    “A grande questão é que nessa posição a gente não consegue ficar muito tempo; na verdade, o ideal seria passar menos tempo no celular”, aponta Ana.

    3. Mantenha o corpo alinhado em pé

    Quando estiver em pé, lembre-se de abrir os ombros, direcionando-os para baixo e para trás, como se quisesse afastá-los das orelhas. O peso precisa ser distribuído igualmente entre as duas pernas, sem apoiar apenas um lado.

    Uma boa dica é imaginar um fio puxando a cabeça em direção ao teto. Isso ajuda a alongar a coluna naturalmente e melhora a postura sem rigidez.

    4. Fortaleça os músculos e alongue-se

    A má postura costuma aparecer porque a musculatura responsável por sustentar o corpo está fraca. Para corrigir, é importante fortalecer o chamado “core” — região do abdômen e lombar. Exercícios como prancha e ponte podem ajudar nesse sentido.

    Para quem sente incômodo na lombar, exercícios simples de mobilização do quadril e de relaxamento da coluna lombar podem ser feitos em casa, sem necessidade de academia.

    Além do fortalecimento, pausas rápidas para esticar pescoço, ombros e costas aliviam a tensão acumulada e aumentam a flexibilidade. De acordo com Ana, quem trabalha o dia inteiro sentado no computador deve, a cada uma hora ou uma hora e meia, levantar-se — nem que seja para ir ao banheiro, de preferência o mais distante, ou caminhar dois a três minutos, pegar um café ou lavar o rosto.

    5. Preste atenção ao seu jeito de dormir

    Dormir de bruços pode forçar a coluna e o pescoço, por isso o ideal é deitar de lado, com um travesseiro entre os joelhos, ou de barriga para cima, com apoio embaixo dos joelhos para aliviar a lombar. Um colchão firme e um travesseiro de altura adequada fazem toda a diferença.

    6. Evite carregar peso de forma errada

    Carregar peso do jeito errado pode acabar com a postura, já que mochilas pesadas em um ombro só, bolsas grandes ou até sacolas de mercado puxam o corpo para o lado e deixam a coluna torta. O ideal é dividir o peso entre os dois lados ou usar mochilas com alças largas e bem ajustadas, reduzindo o impacto sobre a coluna.

    Quando precisar levantar algo mais pesado, segure perto do corpo, dobre os joelhos e use a força das pernas em vez de curvar a coluna. Assim, você protege a lombar e evita dores.

    Quando procurar ajuda profissional?

    Nem sempre os ajustes do dia a dia são suficientes. É importante procurar um médico ou fisioterapeuta quando:

    • A dor é constante e não melhora com repouso;
    • Existe limitação de movimentos;
    • Há formigamento ou dormência em braços e pernas;
    • A postura anormal é visível e causa incômodo.

    Um médico pode indicar tratamentos específicos, como fisioterapia, por exemplo.

    Perguntas frequentes

    1. Crianças podem desenvolver problemas por má postura?

    Sim, e cada vez mais cedo, uma vez que uso de celular e tablet por longos períodos, além do peso excessivo das mochilas escolares, favorece alterações na postura infantil. Como o corpo da criança ainda está em desenvolvimento, alguns maus hábitos podem causar dores e outros problemas.

    Por isso, é fundamental orientar os pequenos sobre a forma correta de sentar, limitar o tempo em frente às telas e garantir que a mochila não ultrapasse 10% do peso corporal.

    2. Ficar sentado o dia inteiro é sempre prejudicial?

    Ficar sentado em si não é um problema, desde que seja em posição correta, com pausas frequentes. A questão é a combinação de muito tempo sentado, má postura e ausência de movimento — que causa rigidez, fraqueza muscular e dores. O ideal é ajustar a cadeira, manter os pés bem apoiados, a tela na altura dos olhos e fazer pequenas pausas a cada hora.

    3. Pilates ajuda a melhorar a postura?

    Sim! O pilates é uma das atividades mais recomendadas para quem deseja melhorar a postura, porque trabalha fortalecimento do core (músculos do abdômen e lombar), alongamento e consciência corporal.

    A combinação dá suporte à coluna, melhora o equilíbrio e ajuda a manter o alinhamento natural do corpo. Com a prática regular, é possível reduzir dores, corrigir hábitos incorretos e até prevenir o retorno de problemas posturais.

    4. O uso de salto alto causa má postura?

    O salto alto altera o centro de gravidade do corpo, forçando a lombar e projetando o quadril para frente, o que pode gerar desequilíbrios, dores e tensão muscular. Usar salto ocasionalmente não costuma trazer grandes problemas, mas o uso diário e prolongado favorece a má postura.

    Uma dica é alternar com calçados baixos e confortáveis, além de fortalecer as pernas e alongar panturrilhas e quadris para compensar.

    5. A má postura pode ser genética?

    Não exatamente. Na verdade, o que existe são predisposições genéticas a alterações como escoliose.

    Já a má postura está mais ligada aos hábitos do dia a dia: mesmo quem não tem essa predisposição pode ter problemas se ficar muito tempo em posições erradas. Por outro lado, quem tem tendência genética pode reduzir os impactos mantendo bons hábitos posturais e praticando exercícios.

  • Endometriose: o que é, principais sintomas e tratamentos  

    Endometriose: o que é, principais sintomas e tratamentos  

    A endometriose é uma das doenças ginecológicas mais comuns entre mulheres em idade fértil, mas ainda é cercada de dúvidas e diagnóstico difícil. Estima-se que milhões de brasileiras convivam com a condição, muitas vezes sem saber, já que os sintomas podem ser confundidos com cólicas menstruais comuns.

    A seguir, você vai entender o que é a endometriose, quais são os principais sintomas, como ela afeta a fertilidade e quais os tratamentos disponíveis com a explicação da ginecologista e obstetra Andreia Sapienza.

    O que é endometriose?

    A especialista explica que a camada interna do útero se chama endométrio, e é ela que descama na menstruação.

    “A endometriose é a presença desse tecido em um lugar que não é o habitual. Qualquer lugar pode ter endometriose. Existem locais mais comuns e outros mais raros, mas já temos relatos até de endometriose pulmonar, ou seja, um pedacinho de endométrio no pulmão”, explica a médica.

    “Então, se está fora do útero, é endometriose. Está fora do lugar, já chamamos de endometriose”.

    A questão é que esse tecido fora do útero continua respondendo aos hormônios do ciclo menstrual.

    “Ou seja, toda vez que o endométrio no útero descama na menstruação, esse foco de endometriose que está em outro lugar também sangra, porque o hormônio chega lá e estimula esse sangramento. O problema é que ele sangra em um local onde não há extravasamento, não há um canal de liberação. Então, esse lugar forma uma inflamação e uma fibrose crônica, porque não tem para onde escoar”.

    E é daí que vêm os sintomas, que variam conforme a localização dos focos, sendo dor e infertilidade os mais comuns.

    “É uma doença que, na grande maioria das vezes, cursa com dor: cólica menstrual, dor na relação sexual, dor que pode não ter relação com o ciclo menstrual, às vezes dor para urinar, tudo depende da localização do foco. Algumas mulheres não têm dor, mas podem ter infertilidade”.

    Leia também: Tratamento para mioma uterino: opções não cirúrgicas

    Causas da endometriose

    Ainda não existe uma única explicação definitiva para a doença. Um dos fatores conhecidos é a chamada menstruação retrógrada, quando parte do sangue menstrual volta pelas trompas para a cavidade pélvica.

    Segundo a médica, quase todas as mulheres vão ter esse fenômeno. “Algumas não desenvolvem endometriose, outras sim. Existe uma teoria de que quem tem endometriose apresenta um sistema imunológico que não consegue limpar esses focos adequadamente”, conta.

    Principais sintomas da endometriose

    A endometriose é uma condição inflamatória que, na maioria das vezes, causa dor.

    Os sintomas mais comuns são:

    • Cólica menstrual intensa e progressiva;
    • Dor pélvica fora do período menstrual;
    • Dor durante a relação sexual;
    • Dor ao urinar ou evacuar, dependendo da localização dos focos;
    • Infertilidade em alguns casos.

    “Mesmo uma mulher sem dor, mas que está investigando infertilidade porque tenta engravidar e não consegue, precisa investigar endometriose”, ressalta a especialista.

    Um ponto importante destacado pela médica é que não há relação direta entre intensidade da dor e a gravidade da doença. Mulheres com poucos focos podem ter dor intensa, enquanto outras com lesões extensas podem sentir pouco desconforto.

    Como é feito o diagnóstico

    O diagnóstico da endometriose pode ser desafiador, já que exames comuns muitas vezes não mostram a doença.

    O ultrassom transvaginal simples não identifica bem os focos, que podem ser pequenos e discretos. Por isso, os médicos pedem exames mais específicos, como:

    • Ultrassom transvaginal com preparo intestinal: semelhante ao preparo de colonoscopia, pois isso melhora a visualização dos focos;
    • Ressonância magnética com preparo intestinal: permite mapear lesões profundas de endometriose.

    Esses exames ajudam a definir a extensão e localização da doença, o que é essencial para planejar o tratamento.

    Endometriose e infertilidade

    Muitas mulheres descobrem a doença durante a investigação da infertilidade. Os focos podem comprometer a fertilidade de diferentes formas:

    • Obstruindo as trompas;
    • Alterando a ovulação nos ovários;
    • Distorcendo o endométrio e dificultando a implantação;
    • Criando um ambiente inflamatório desfavorável para o desenvolvimento de uma gestação.

    “A infertilidade pode ter origem tubária, ovariana, uterina ou até cervical. Muitas vezes, encontramos mais de um fator ao investigar. E é fundamental lembrar: a investigação deve sempre incluir o casal, porque podem existir fatores masculinos também”, ressalta a ginecologista.

    Tratamentos para endometriose

    O tratamento depende do grau da doença, dos sintomas e do desejo de engravidar.

    Tratamento clínico

    A endometriose é uma doença que depende dos hormônios para acontecer. Por isso, o tratamento clínico busca bloquear a menstruação e reduzir a ação hormonal sobre os focos. As opções de tratamento são:

    • Anticoncepcional hormonal contínuo;
    • DIU hormonal com progesterona;
    • Implantes hormonais;
    • Pílulas específicas para endometriose;
    • Analgésicos e anti-inflamatórios para controle da dor.

    “Quando bloqueio a menstruação, evito também que os focos de menstruação retrógrada continuem acontecendo. Isso ajuda a estacionar a progressão da endometriose”, explica a médica.

    Tratamento cirúrgico

    Quando os sintomas persistem ou em casos de infertilidade, pode ser indicada a cirurgia.

    A videolaparoscopia é a técnica mais utilizada. “Ela é muito mais vantajosa porque a câmera amplia o campo de visão, permitindo ver focos escondidos em lugares difíceis de acessar”, diz a ginecologista.

    Dependendo da localização, pode ser necessário atuar também no intestino ou na bexiga, em conjunto com outros especialistas.

    Se desconfia de endometriose, procure um médico

    A endometriose é uma doença crônica que pode afetar a qualidade de vida e a fertilidade da mulher. O diagnóstico precoce ajuda a controlar os sintomas e cuidar da fertilidade. Por isso, quem tem sintomas que indiquem endometriose deve procurar o médico.

    Com tratamento adequado, seja clínico ou cirúrgico, é possível ter alívio da dor, melhora na fertilidade e mais qualidade de vida.

    Perguntas frequentes sobre endometriose

    1. Toda cólica menstrual forte é sinal de endometriose?

    Não. A cólica pode ser comum, mas se for intensa, progressiva ou incapacitante, deve ser investigada por um médico.

    2. A endometriose tem cura?

    Não existe cura definitiva, mas o tratamento ajuda a controlar a doença e os sintomas.

    3. A doença sempre causa infertilidade?

    Não. Nem todas as mulheres com endometriose vão ter dificuldade para engravidar, mas a condição aumenta o risco.

    4. O que piora a endometriose?

    A estimulação hormonal pela menstruação é o principal fator de piora para a doença.

    5. Anticoncepcional ajuda a tratar?

    Sim. O uso contínuo pode bloquear a menstruação e controlar os focos.

    Leia também: Cirurgia de endometriose: veja quando ela é indicada