Categoria: Doenças & Condições

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  • Tireoide: a pequena glândula que comanda o corpo inteiro 

    Tireoide: a pequena glândula que comanda o corpo inteiro 

    Pequena, discreta e em formato de borboleta, a tireoide passa despercebida pela maioria das pessoas. Mas essa glândula que fica no pescoço funciona como uma central de comando do corpo humano: quando funciona bem, mantém o equilíbrio; quando falha, pode bagunçar todo o organismo.

    Alterações no funcionamento da tireoide estão entre os problemas hormonais mais comuns e podem causar sintomas que vão de cansaço e ganho de peso até palpitações e emagrecimento rápido.

    O que é a tireoide

    A tireoide, localizada na frente do pescoço, logo abaixo da traqueia, é uma glândula cheia de vasos sanguíneos responsável por produzir e armazenar os hormônios tireoidianos. Eles controlam o metabolismo e influenciam órgãos e sistemas do corpo inteiro.

    Função dos hormônios tireoidianos

    Os hormônios tireoidianos atuam em praticamente todos os tecidos do corpo. Entre suas funções estão:

    • Ossos: regulam crescimento e renovação óssea.
    • Coração e circulação: aceleram os batimentos, aumentam o volume de sangue bombeado e reduzem a resistência dos vasos.
    • Gordura corporal: controlam produção, armazenamento e queima de gordura.
    • Fígado: ajudam a regular o colesterol.
    • Hipófise: modulam a produção de outros hormônios.
    • Cérebro: fundamentais para o desenvolvimento cerebral e funções neurológicas.

    Hipotireoidismo: quando a tireoide funciona devagar

    O hipotireoidismo acontece quando a tireoide não produz hormônios suficientes. Pode ser:

    • Congênito: desde o nascimento.
    • Adquirido: surge ao longo da vida.

    De acordo com a origem, pode ser:

    • Primário: na própria tireoide (como na tireoidite de Hashimoto, deficiência de iodo ou após cirurgias).
    • Secundário: na hipófise.
    • Terciário: no hipotálamo.

    Sintomas mais comuns do hipotireoidismo

    • Cansaço e sonolência;
    • Pele e cabelo ressecados;
    • Queda de cabelo;
    • Intolerância ao frio;
    • Inchaço no rosto, mãos e pés;
    • Lentidão para falar e se mover;
    • Ganho de peso sem mudança alimentar relevante;
    • Batimentos mais lentos;
    • Constipação;
    • Alterações menstruais, infertilidade ou queda da libido;
    • Humor deprimido ou apatia;
    • Dor de cabeça;
    • Bócio (inchaço visível no pescoço).

    Diagnóstico de problemas na tireoide

    O diagnóstico é feito por meio de avaliação clínica, exame físico e exames de sangue que medem os níveis de TSH e hormônios tireoidianos.

    Tratamento de alterações na tireoide

    O tratamento geralmente envolve a reposição hormonal por comprimidos diários, com ajuste de dose feito pelo médico.

    Hipertireoidismo: quando a tireoide trabalha demais

    No hipertireoidismo, a tireoide produz hormônios em excesso, acelerando o metabolismo.

    Principais causas:

    • Doença de Graves;
    • Bócio multinodular tóxico ou nódulo tóxico;
    • Tireoidite;
    • Adenoma nodular tóxico (Doença de Plummer).

    Sintomas mais comuns de hipertireoidismo

    • Ansiedade, irritabilidade ou nervosismo;
    • Tremores nas mãos;
    • Suor excessivo e intolerância ao calor;
    • Palpitações e batimentos acelerados;
    • Fraqueza muscular;
    • Pele quente e úmida;
    • Diarreia ou evacuações frequentes;
    • Alterações menstruais;
    • Emagrecimento sem causa aparente;
    • Olhos saltados (exoftalmia).

    Veja também: Colesterol alto: entenda os riscos, causas e como prevenir

    Diagnóstico

    É realizado com exame clínico, físico, dosagem hormonal e, em alguns casos, ultrassonografia ou cintilografia da tireoide.

    Tratamento para hipertireoidismo

    • Medicamentos antitireoidianos;
    • Iodo radioativo;
    • Cirurgia (tireoidectomia) em casos específicos.

    Perguntas frequentes sobre a tireoide

    1. Onde fica a tireoide?

    Na parte da frente do pescoço, logo abaixo da traqueia.

    2. Hipotireoidismo e hipertireoidismo são a mesma coisa?

    Não. Hipotireoidismo é falta de hormônio; hipertireoidismo é excesso.

    3. Toda alteração da tireoide causa sintomas?

    Não. Algumas alterações só aparecem em exames de rotina.

    4. O que é bócio?

    É o aumento visível da glândula tireoide.

    5. A tireoide pode causar problemas de fertilidade?

    Sim. Pode afetar ciclo menstrual, ovulação e libido.

    6. Quem tem doença da tireoide precisa tomar remédio para sempre?

    Depende do caso. Só o médico pode avaliar.

    7. Exoftalmia sempre aparece em quem tem hipertireoidismo?

    Não. É mais comum na Doença de Graves, mas não atinge todos os pacientes.

    Leia mais: Queda de cabelo: o que causa e quando é preocupante?

  • Intolerância à lactose: quando o leite vira desconforto 

    Intolerância à lactose: quando o leite vira desconforto 

    Tomar um copo de leite, saborear um pedaço de queijo branco ou um simples sorvete pode ser um prazer para muitos. Mas, para quem tem intolerância à lactose, esses momentos podem se transformar em dor abdominal, gases e diarreia. O problema é mais comum do que parece e está ligado à dificuldade do corpo em digerir a lactose, o açúcar natural do leite e de seus derivados.

    O que é a lactose?

    A lactose é o açúcar presente no leite e em seus derivados, como queijos, iogurtes e sorvetes. Para ser utilizada como fonte de energia, ela precisa ser quebrada em partes menores no processo de digestão.

    Essa quebra acontece no intestino delgado por meio da enzima lactase. Quando a produção dessa enzima é baixa ou inexistente, a lactose não é digerida corretamente, gerando sintomas como gases, dor abdominal e diarreia após o consumo de laticínios.

    O que é intolerância à lactose

    A intolerância à lactose ocorre quando o corpo tem dificuldade para digerir esse açúcar devido à baixa quantidade da enzima lactase. Como consequência, surgem sintomas gastrointestinais após o consumo de leite e derivados.

    Existem diferentes formas da condição:

    • Deficiência congênita de lactase: muito rara, aparece logo após o nascimento; o bebê já nasce sem capacidade de produzir lactase.
    • Intolerância primária: a forma mais comum, em que a produção da enzima diminui naturalmente ao longo dos anos, com sintomas geralmente na vida adulta.
    • Intolerância secundária: temporária, surge após doenças intestinais (como doença celíaca, Crohn, diarreias infecciosas) ou tratamentos como quimioterapia. A digestão da lactose volta ao normal quando o intestino se recupera.

    Leia também: Como montar um prato saudável para todas as refeições?

    Quais são os sintomas?

    Os sintomas surgem entre 30 minutos e 2 horas após o consumo de laticínios e variam de pessoa para pessoa:

    • Dor e cólica abdominal;
    • Inchaço e excesso de gases;
    • Diarreia aquosa;
    • Náuseas;
    • Em alguns casos: dor de cabeça, tontura e cansaço.

    A intensidade depende da quantidade ingerida e do grau de tolerância individual.

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico pode envolver diferentes métodos:

    • Testes genéticos: indicados principalmente em bebês, para identificar casos raros de ausência congênita de lactase.
    • Teste respiratório de hidrogênio: mede a quantidade de gás liberado na respiração após ingestão de lactose.
    • Teste oral de tolerância à lactose: avalia a variação da glicose no sangue depois da ingestão do açúcar do leite.
    • Avaliação clínica: em muitos casos, basta observar os sintomas e a melhora após a retirada da lactose da dieta.

    Qual é o tratamento?

    Ao contrário da alergia à proteína do leite (APLV), que exige exclusão total do alimento, a intolerância à lactose permite ajustes mais flexíveis. As estratégias incluem:

    • Reduzir a ingestão de lactose: pequenas quantidades podem ser toleradas, dependendo do indivíduo.
    • Reposição de lactase: a enzima está disponível em cápsulas, que podem ser ingeridas antes de consumir laticínios.
    • Uso de probióticos e dieta ajustada: podem ajudar no equilíbrio da microbiota intestinal.
    • Produtos sem lactose: leites, queijos e iogurtes adaptados já disponíveis no mercado.

    Todo tratamento deve ter acompanhamento médico e nutricional. A retirada completa dos laticínios sem orientação pode causar prejuízos nutricionais, já que esses alimentos são fontes de nutrientes importantes para a saúde.

    Leia também: Intolerância à lactose: o que comer no dia a dia?

  • Acne: o que é, sintomas, causas e tratamento 

    Acne: o que é, sintomas, causas e tratamento 

    A acne é uma doença crônica que surge quando há alterações nas glândulas sebáceas e nos folículos da pele, levando ao surgimento de cravos e espinhas — que, além do impacto físico, afetam diretamente a autoestima e a qualidade de vida.

    Apesar de mais comum após a adolescência, a acne pode afetar pessoas de todas as idades, inclusive na fase adulta. Pesquisas indicam que 85-100% das pessoas enfrentam o problema em algum momento da vida, o que torna importante entender os cuidados necessários para prevenir complicações, evitar cicatrizes permanentes e buscar o tratamento adequado de acordo com cada caso.

    Afinal, o que é acne?

    A acne é uma doença de pele crônica e inflamatória que afeta principalmente as glândulas sebáceas, responsáveis por produzir sebo, uma substância oleosa que lubrifica a pele e os cabelos.

    Quando existe um desequilíbrio, seja por excesso de produção de sebo, acúmulo de células mortas ou presença de bactérias, os folículos pilosos podem ficar obstruídos — resultando em cravos, espinhas e, em casos mais graves, cistos e nódulos dolorosos.

    Ela costuma se manifestar principalmente no rosto, peito e costas, áreas que possuem maior concentração de glândulas sebáceas. Apesar de mais frequente na adolescência, também pode acometer jovens adultos e até pessoas com mais de 40 anos.

    Causas de acne

    A acne pode ser causada por uma série de fatores, apontados pela dermatologista Gabriela Capareli e pela Sociedade Brasileira de Dermatologia:

    • Genética: pessoas cujos pais ou irmãos tiveram acne têm maior probabilidade de desenvolvê-la, já que a genética influencia na produção de sebo, na obstrução dos poros e na resposta inflamatória da pele;
    • Alterações hormonais: hormônios andrógenos, como a testosterona, estimulam as glândulas sebáceas a produzirem mais sebo, favorecendo o surgimento de acne, principalmente na adolescência e em mulheres com SOP, além de situações como ciclo menstrual, gravidez e menopausa;
    • Uso de hormônios e anabolizantes: a reposição hormonal sem acompanhamento médico e o uso de anabolizantes aumentam a atividade das glândulas sebáceas, podendo desencadear ou agravar quadros de acne em homens e mulheres;
    • Estresse: períodos de tensão aumentam a produção de cortisol, hormônio que desequilibra o funcionamento das glândulas sebáceas, favorecendo oleosidade excessiva e inflamação;
    • Alimentação: consumo frequente de laticínios, açúcares, alimentos de alto índice glicêmico e comidas ultraprocessadas pode estimular a produção hormonal e intensificar processos inflamatórios, piorando a acne;
    • Fatores externos: uso inadequado de maquiagem, poluição, higiene incorreta (lavagens em excesso) e suor acumulado podem obstruir os poros e favorecer o aparecimento de acne;
    • Doenças endocrinológicas: alterações hormonais relacionadas à tireoide, glândula adrenal ou outros distúrbios podem se manifestar na forma de acne, exigindo acompanhamento conjunto com endocrinologista.

    Quais os tipos de acne?

    A acne é classificada em graus, de acordo com a intensidade das lesões e o risco de deixar cicatrizes:

    Grau 1 (leve)

    É caracterizada principalmente por cravos abertos e fechados (comedões) e discreta oleosidade, e não costuma haver inflamação intensa. É o tipo mais comum na adolescência e, quando tratado precocemente, as chances de deixar marcas permanentes são baixas.

    Grau 2 (moderada)

    Além dos cravos, aparecem espinhas inflamadas (pústulas), avermelhadas e, às vezes, doloridas. O estágio já exige mais atenção, pois a inflamação pode causar manchas temporárias e cicatrizes superficiais se a pele for manipulada de forma incorreta, como ao espremer ou cutucar as lesões.

    Grau 3 (grave)

    No grau 3, surgem nódulos maiores, profundos e dolorosos, que se formam debaixo da pele. A inflamação é intensa e aumenta consideravelmente o risco de deixar cicatrizes permanentes. Muitas vezes, o tratamento precisa incluir medicamentos orais.

    Grau 4 (muito grave)

    Conhecido como acne conglobata, o grau 4 envolve nódulos e cistos grandes, interligados entre si, formando áreas inflamadas extensas. É bastante dolorosa, pode causar deformidades na pele e costuma deixar cicatrizes profundas. É o tipo mais raro de acne, mas requer acompanhamento médico especializado e tratamento adequado.

    Sintomas de acne

    Os sintomas de acne podem variar de acordo com o grau, mas os mais comuns incluem:

    • Cravos (comedões), que podem ser abertos (pretos, por causa da oxidação do sebo) ou fechados (esbranquiçados, mais difíceis de extrair);
    • Espinhas (pústulas), que são lesões avermelhadas, inflamadas e com pus;
    • Pápulas, pequenas elevações vermelhas e dolorosas ao toque;
    • Nódulos e cistos, são lesões maiores, profundas e dolorosas, com risco de cicatrizes;
    • Oleosidade excessiva, principalmente na testa, nariz e queixo (zona T);
    • Marcas e cicatrizes, resultado de inflamações graves ou manipulação inadequada das lesões.

    Além do desconforto físico, a acne pode gerar impactos emocionais, como baixa autoestima, vergonha, ansiedade e, em alguns casos, sintomas depressivos. Por isso, é fundamental buscar acompanhamento médico e, quando necessário, apoio psicológico para enfrentar os efeitos que a acne pode causar no dia a dia.

    Leia também: 10 alimentos para aumentar a imunidade (e como incluir na dieta)

    Como é feito o tratamento de acne?

    De acordo com Gabriela Capareli, o tratamento da acne deve ser individualizado e depende diretamente do grau de acometimento da pele. Entre as principais abordagens, é possível apontar:

    Cuidados básicos na rotina

    Em casos mais leves de acne, o tratamento é simples e envolve alguns cuidados para diminuir a oleosidade da pele, como:

    • Lavar o rosto duas vezes ao dia com sabonetes específicos para pele oleosa ou acneica;
    • Uso regular de protetor solar com textura oil-free, que protege contra manchas e envelhecimento precoce sem obstruir os poros;
    • Remover completamente a maquiagem antes de dormir, pois a permanência de resíduos pode favorecer a obstrução dos poros e agravar o quadro;
    • Não espremer cravos e espinhas, pois isso pode aumentar a inflamação local e o risco de cicatrizes permanentes;
    • Não descansar o rosto nas mãos enquanto lê, estuda ou vê televisão;
    • Lavar as mãos com frequência.

    Tratamentos tópicos

    Nos casos leves e moderados, o dermatologista pode indicar o uso de remédios de uso tópico (cremes, por exemplo), como:

    • Ácido salicílico e ácido glicólico, substâncias que atuam como esfoliantes químicos, ajudando a desobstruir os poros e a controlar a oleosidade;
    • Retinoides, como a tretinoína e o adapaleno, regulam a renovação celular e reduzem a formação de novas lesões, além de contribuírem para a melhora da textura da pele;
    • Peróxido de benzoíla, que tem ação antibacteriana e anti-inflamatória, diminuindo a proliferação da Cutibacterium acnes (que vive naturalmente na pele humana) e ajudando a reduzir as espinhas ativas.

    Remédios orais

    Quando a acne apresenta inflamações mais intensas ou não responde aos cuidados tópicos, pode ser necessário recorrer a remédios orais – como antibióticos, por exemplo, que ajudam a controlar a infecção bacteriana e a inflamação em quadros moderados a graves.

    Em mulheres que apresentam acne de origem hormonal, o dermatologista pode indicar anticoncepcionais específicos, que atuam reduzindo a ação dos hormônios andrógenos sobre a pele.

    Já em casos severos, principalmente aqueles em que há risco de cicatrizes profundas, pode ser prescrita a isotretinoína oral, conhecida popularmente como Roacutan. Apesar de eficaz, o medicamento exige acompanhamento rigoroso, já que pode provocar diversos efeitos colaterais.

    Procedimentos dermatológicos

    Além do uso de remédios, existem alguns procedimentos que contribuem para amenizar o quadro de acne, como:

    • Limpeza de pele profissional, que auxilia na remoção de cravos e melhora a textura da pele;
    • Peelings químicos com ácidos como o salicílico ou retinoico, promovem a renovação celular e ajudam a clarear manchas de acne;
    • Laser e luz de LED, indicadas para reduzir a inflamação, controlar a oleosidade e estimular a cicatrização;
    • Microagulhamento, um dos recursos mais modernos para tratar não apenas as espinhas ativas, mas também as cicatrizes, já que promove a reorganização das fibras de colágeno e melhora a aparência da pele ao longo do tempo.

    Vale ressaltar que os procedimentos só devem ser feitos com orientação de um dermatologista. Cada pele é diferente, e o médico é quem vai indicar o tratamento certo para cada caso.

    Alimentação pode influenciar a acne?

    Não é uma regra para todo mundo, mas de acordo com Gabriela, a alimentação pode influenciar no surgimento de acne em algumas pessoas, especialmente quando há o consumo excessivo de produtos lácteos.

    O mesmo vale para alimentos ricos em açúcares simples, como doces, refrigerantes e ultraprocessados — que elevam o índice glicêmico e estimulam a produção de hormônios que aumentam a oleosidade da pele. Já comidas muito gordurosas também podem contribuir para inflamações.

    Por outro lado, manter uma dieta equilibrada, rica em frutas, legumes, grãos integrais e proteínas magras, pode ajudar a controlar o quadro e melhorar a saúde da pele como um todo.

    Acne pode melhorar sozinha?

    A acne até pode melhorar sozinha em alguns casos, mas não é recomendado esperar por isso. Adiar o tratamento aumenta o risco de deixar marcas e cicatrizes que podem acompanhar a pessoa na vida adulta.

    “Hoje, a gente tem vários tratamentos que possibilitam com que aquele adolescente não passe a adolescência com uma pele acometida de acne. Ele deve procurar a ajuda de um dermatologista o quanto antes”, complementa Gabriela.

    É possível prevenir a acne?

    Nem sempre é possível evitar completamente a acne, especialmente quando há fatores genéticos e hormonais envolvidos. Porém, alguns hábitos no dia a dia podem reduzir o risco e ajudar no controle:

    • Lavar o rosto duas vezes ao dia (sem exageros);
    • Usar produtos adequados para pele oleosa ou acneica;
    • Não dormir com maquiagem;
    • Evitar manipular o rosto com as mãos sujas;
    • Ter uma alimentação equilibrada, rica em frutas, legumes e proteínas magras;
    • Reduzir o consumo de leite e açúcares refinados se houver piora evidente;
    • Controlar o estresse com atividades físicas e momentos de descanso.

    Perguntas frequentes sobre acne

    Lavar o rosto muitas vezes ao dia ajuda a controlar a acne?

    Não! Na verdade, lavar o rosto várias vezes ao dia pode piorar o quadro, pois a pele, quando percebe que o sebo natural está sendo constantemente retirado, entende que precisa produzir ainda mais óleo para compensar.

    O recomendado é lavar o rosto duas vezes ao dia, de manhã e à noite, com sabonetes adequados para pele oleosa ou acneica.

    Quem tem acne deve evitar maquiagem?

    Não é necessário evitar totalmente, mas é fundamental escolher produtos adequados. O ideal é usar maquiagens oil-free e não comedogênicas, que não obstruem os poros.

    Também é importante remover a maquiagem completamente antes de dormir. Caso contrário, pode ocorrer a chamada acne cosmética, que agrava o problema.

    Produtos naturais funcionam para acne?

    Alguns ingredientes naturais, como óleo de melaleuca (tea tree oil), têm propriedades anti-inflamatórias e podem ajudar em casos leves. No entanto, eles não substituem tratamentos médicos, especialmente em casos moderados a graves.

    O uso deve ser orientado por profissional, já que até produtos naturais podem causar alergias.

    O sol pode melhorar a acne?

    Não! O que acontece é que o sol pode causar ressecamento das lesões inflamatórias e um bronzeamento que disfarça as marcas, dando a falsa impressão de melhora.

    A exposição solar excessiva, sem proteção adequada, aumenta o risco de câncer de pele e ainda estimula a produção de oleosidade, obstruindo os poros e favorecendo novas inflamações. O resultado é o chamado “efeito rebote”, que ocorre quando a acne volta pior do que antes.

    Acne e rosácea são a mesma coisa?

    Não. A acne é causada principalmente pela obstrução dos poros e inflamação das glândulas sebáceas, levando a cravos, espinhas e, em casos graves, nódulos. Já a rosácea é uma doença inflamatória crônica que causa vermelhidão persistente no rosto, vasos aparentes e lesões que podem lembrar espinhas.

    Acne pode piorar durante o ciclo menstrual?

    Sim! Muitas pessoas percebem aumento de espinhas nos dias que antecedem a menstruação, e isso ocorre porque nesse período há maior oscilação hormonal, especialmente dos andrógenos, que estimulam as glândulas sebáceas a produzirem mais óleo. O aumento de oleosidade favorece a obstrução dos poros e o surgimento de inflamações.

    Saiba mais sobre acne na adolescência

  • Nódulos na tireoide: quando se preocupar e como diferenciar benignos de malignos 

    Nódulos na tireoide: quando se preocupar e como diferenciar benignos de malignos 

    Os nódulos na tireoide são achados comuns na prática médica e frequentemente despertam preocupação nos pacientes, sobretudo pelo medo de câncer. Estima-se que uma parcela significativa da população adulta possa apresentar nódulos detectáveis ao longo da vida, muitas vezes de forma silenciosa.

    Embora a grande maioria seja benigna, uma pequena porcentagem pode representar risco maior, exigindo investigação detalhada.

    Para esclarecer as principais dúvidas, conversamos com o endocrinologista André Colapietro, que explica como os nódulos aparecem, quais características merecem atenção e quais exames definem se há motivo para preocupação.

    O que são nódulos na tireoide e por que aparecem?

    Os nódulos na tireoide são pequenos aglomerados de células que se formam no interior da glândula tireoide, localizada na região anterior do pescoço.

    “Podem surgir por alterações celulares benignas, processos inflamatórios ou, mais raramente, câncer”, fala o médico. Fatores como envelhecimento, predisposição genética e inflamações da tireoide aumentam a probabilidade de surgimento desses nódulos.

    Apesar de muita gente associar os nódulos ao câncer logo de cara, o médico tranquiliza e esclarece que nem sempre a presença de um nódulo é motivo imediato de alarme. “Cerca de 90% dos nódulos de tireoide são benignos”.

    No entanto, o acompanhamento médico é essencial na presença de um nódulo na tireoide. A avaliação criteriosa garante que os casos suspeitos sejam investigados de forma precoce e que os pacientes com nódulos benignos não passem por intervenções desnecessárias.

    Quais sintomas indicam investigação detalhada?

    Grande parte dos nódulos é assintomática, descoberta apenas em exames de rotina. No entanto, alguns sinais merecem atenção especial, pois aumentam a suspeita de malignidade ou de complicações locais.

    • Crescimento rápido do nódulo
    • Dor local
    • Rouquidão persistente
    • Dificuldade para engolir (disfagia) ou para respirar (dispneia)

    Além disso, fatores de risco individuais, como histórico familiar de câncer de tireoide e exposição prévia à radiação na região cervical, elevam a necessidade de investigação cuidadosa.

    Confira: 7 sintomas iniciais de câncer que não devem ser ignorados

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico inicial pode ser feito no exame físico, por palpação do pescoço, ou como achado incidental em exames de imagem, como tomografia ou ressonância.

    “Mas o exame de primeira linha, que fornece as informações mais completas sobre as características do nódulo, é o ultrassom”, esclarece André.

    No ultrassom de tireoide, o médico não avalia apenas se há um nódulo, mas também suas características, como formato, bordas, consistência e presença de calcificações.

    Cada detalhe recebe uma pontuação e, ao final, o resultado é convertido em um escore chamado Ti-Rads, que varia de 1 a 5. Quanto maior o número, maior a chance de o nódulo ser suspeito.

    Nódulos de baixo risco geralmente só precisam de acompanhamento periódico, enquanto aqueles classificados como de risco mais alto podem exigir exames adicionais.

    “Lembrando que não existe uma idade recomendada para iniciar o rastreio. Alguns tipos raros de câncer de tireoide com determinadas mutações genéticas implicam em rastreio precoce, ainda na infância. Mas a grande maioria das indicações do exame ocorre na idade adulta”, esclarece o endocrinologista.

    Quais exames diferenciam nódulos benignos de malignos?

    Embora o ultrassom seja a principal ferramenta para avaliar os nódulos na tireoide, ele sozinho não consegue dizer com certeza se o nódulo é benigno ou maligno. O exame mostra características que ajudam a estimar o risco, mas o diagnóstico definitivo depende de uma investigação mais aprofundada.

    Para casos de maior risco, conforme características ultrassonográficas, histórico familiar ou evolução do nódulo, pode ser necessária a punção aspirativa por agulha fina (PAAF).

    Nesse procedimento simples, feito em consultório, uma agulha fina retira uma pequena amostra de células do nódulo, que depois é analisada em laboratório.

    Isso permite identificar alterações típicas de benignidade ou malignidade, auxiliando na decisão sobre o tratamento do nódulo na tireoide.

    Leia também: Exames de rotina para prevenir câncer: conheça os principais

    Quando a cirurgia de tireoide pode ser indicada?

    Nem todo nódulo precisa ser removido. Os critérios para acompanhamento ou cirurgia de tireoide dependem de características clínicas e laboratoriais:

    • Acompanhamento periódico: indicado para nódulos benignos ou para aqueles que não tiveram indicação de PAAF. O seguimento é feito com ultrassom em intervalos regulares.
    • Cirurgia: recomendada para nódulos com diagnóstico compatível com câncer ou para nódulos muito volumosos, que comprimem estruturas vizinhas, causando sintomas como dificuldade para engolir ou respirar.

    Esse equilíbrio entre observar e intervir garante que apenas pacientes que realmente necessitam passem por cirurgia, evitando procedimentos desnecessários.

    Fatores de risco associados ao câncer de tireoide

    Alguns fatores podem aumentar o risco de câncer em pacientes com nódulos, embora não estejam diretamente relacionados à formação do nódulo em si. Entre eles:

    • Tabagismo: prejudica a saúde geral e pode impactar negativamente a evolução de doenças.
    • Obesidade grave: associada a alterações hormonais e inflamatórias.
    • Estresse crônico: pode impactar a saúde como um todo.

    O médico faz questão de esclarecer que não há uma medicação ou substância específica que atue nessa proteção. “Tanto no surgimento do nódulo quanto na sua evolução para maligno, a prevenção está ligada a bons hábitos de vida”.

    Perguntas e respostas sobre nódulos na tireoide

    1. O que são nódulos na tireoide e por que aparecem?

    São aglomerados de células que se formam dentro da glândula tireoide. Podem surgir por alterações benignas, inflamações ou, mais raramente, câncer, sendo mais comuns com o envelhecimento e predisposição genética.

    2. A maioria dos nódulos na tireoide é câncer?

    Não. Cerca de 90% dos nódulos são benignos, mas o acompanhamento médico é essencial para descartar casos suspeitos e evitar intervenções desnecessárias.

    3. Quais sintomas indicam investigação imediata?

    Crescimento rápido, dor, rouquidão persistente, dificuldade para engolir ou respirar. Histórico familiar de câncer de tireoide e exposição prévia à radiação também elevam o risco.

    4. Como é feito o diagnóstico inicial?

    O exame físico pode identificar nódulos, mas o ultrassom é o principal método. Ele avalia características do nódulo e gera um escore de risco chamado Ti-Rads, que varia de 1 a 5.

    5. Quais exames diferenciam benignos de malignos?

    A punção aspirativa por agulha fina (PAAF) é usada em casos de maior risco. O material coletado é analisado em laboratório para definir se o nódulo é benigno ou maligno.

    6. Quando a cirurgia é indicada?

    É recomendada para nódulos com diagnóstico de câncer ou muito volumosos, que comprimem estruturas do pescoço e causam sintomas. Nódulos benignos geralmente só exigem acompanhamento.

    7. Quais fatores aumentam o risco de câncer de tireoide?

    Tabagismo, obesidade grave e estresse crônico podem impactar a evolução da doença, embora não causem diretamente os nódulos. Bons hábitos de vida ajudam na prevenção.

    Veja mais: Autoexame: como detectar precocemente diferentes tipos de câncer

  • Diabetes: quando usar medicamentos orais e quando a insulina se torna necessária? 

    Diabetes: quando usar medicamentos orais e quando a insulina se torna necessária? 

    O tratamento do diabetes é um dos maiores desafios da endocrinologia moderna. A doença, que afeta milhões de pessoas, exige estratégias individualizadas para manter a glicose sob controle e reduzir o risco de complicações cardiovasculares, renais e neurológicas. Entre as principais abordagens, estão os medicamentos orais e a insulina injetável, cada um com papel específico.

    Mas, afinal, qual a diferença entre insulina e medicamentos orais para diabetes? Em quais casos cada um é mais indicado? Para esclarecer essas dúvidas, conversamos com o endocrinologista André Colapietro, que detalhou os mecanismos de ação, as indicações e os avanços recentes nos dois tratamentos.

    Qual a diferença entre insulina e medicamentos orais no tratamento de diabetes?

    A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas e sua função é permitir que a glicose no sangue entre nas células para ser usada como energia. “Todas as pessoas sem diabetes produzem insulina”. Quando essa produção falha ou quando as células não respondem bem à insulina, como em casos de diabetes, ocorre a hiperglicemia, ou seja, o excesso de açúcar no sangue.

    No tratamento do diabetes, a escolha entre insulina e medicamentos orais depende do tipo e da gravidade da doença:

    • Medicamentos orais para diabetes: usados principalmente no diabetes tipo 2 inicial, quando o pâncreas ainda consegue produzir insulina. Eles atuam de formas diferentes, estimulando a produção de insulina, aumentando a sensibilidade das células ou eliminando o excesso de glicose pela urina.
    • Insulina injetável: indispensável no diabetes tipo 1, já que o organismo não produz o hormônio. Também pode ser necessária no diabetes tipo 2 mais avançado, em casos de diabetes gestacional ou quando há glicotoxicidade (níveis muito altos de glicose que “inibem” temporariamente o pâncreas).

    Ou seja, enquanto os medicamentos orais ajudam a aproveitar a insulina que o corpo ainda produz, a insulina aplicada substitui ou complementa essa produção quando ela é insuficiente.

    Como agem os medicamentos orais para diabetes?

    Os medicamentos orais usados no tratamento de diabetes são variados e atuam em diferentes mecanismos do metabolismo da glicose. Eles podem ser divididos em famílias de substâncias, cada uma agindo em uma frente distinta:

    • Aumentam a secreção de insulina: como as sulfonilureias e glinidas.
    • Melhoram a sensibilidade à insulina: exemplos clássicos são a metformina e a pioglitazona.
    • Promovem a excreção de glicose pela urina: como os inibidores de SGLT2, que ajudam o corpo a eliminar o excesso de açúcar.

    Essas classes podem ser usadas de forma isolada, mas também usadas em conjunto, segundo orientação médica. “Eles podem ser combinados em diferentes estratégias de tratamento”, reforça Colapietro.

    Qual é a função da insulina aplicada no tratamento de diabetes?

    A insulina injetável tem a função de substituir ou complementar a insulina que o corpo não consegue mais produzir em quantidade suficiente ou que não está sendo utilizada corretamente por resistência insulínica.

    “A insulina se liga a um receptor específico na membrana das células e ‘abre’ o transportador que permite a passagem da glicose do sangue para dentro da célula (para ser utilizada como fonte energética). Na ausência de insulina, esse transporte não ocorre, o que leva ao acúmulo de glicose no sangue”, detalha o endocrinologista.

    Isso significa que, enquanto os comprimidos atuam ajudando o corpo a lidar melhor com a glicose, a insulina é uma substituição direta, essencial em alguns tipos de diabetes.

    Diabetes tipo 1 e tipo 2: as diferenças nos tratamentos

    No diabetes tipo 1, o sistema imunológico destrói as células do pâncreas que produzem insulina. Como o corpo praticamente não consegue produzir o hormônio, a aplicação de insulina é indispensável desde o diagnóstico. Em alguns casos, medicamentos orais podem ser usados como complemento, mas a base do tratamento sempre será a insulina aplicada diariamente.

    Já o diabetes tipo 2 é caracterizado pela resistência insulínica, quando as células não utilizam bem a insulina produzida pelo corpo. O tratamento inicial combina mudanças no estilo de vida, como dieta equilibrada, exercícios físicos e perda de peso. Em paralelo, usam-se medicamentos orais que ajudam a controlar a glicose por diferentes mecanismos. Com o avanço da doença, pode ser necessária a aplicação de insulina para manter o controle glicêmico adequado.

    Assim, enquanto o diabetes tipo 1 exige insulina desde o início, no tipo 2 geralmente é possível começar com medidas mais conservadoras, mas há risco de evolução para a necessidade de insulina em estágios mais avançados. “Isso pode acontecer devido à progressão da doença (muitos anos de diagnóstico), por predisposição genética (algumas pessoas evoluem mais rapidamente) ou por refratariedade ao tratamento oral isolado (não ser possível atingir as metas seguras de controle glicêmico)”, explica o médico.

    Existem avanços no tratamento de diabetes?

    Nos últimos anos, o tratamento do diabetes evoluiu muito, tanto com relação aos medicamentos orais quanto nas formulações de insulina.

    “Os grandes destaques para os medicamentos orais são os que, além de ajudarem no controle glicêmico, têm boa segurança contra hipoglicemia, auxiliam na perda de peso e, o mais importante, reduzem risco cardiovascular e de doença renal crônica significativamente (ou seja, ajudam a glicemia, o peso, o coração e os rins)”.

    Já em relação à insulina, o médico explica que surgiram novas versões de ação prolongada, capazes de manter níveis mais estáveis de glicose sem grandes oscilações, além de insulinas ultrarrápidas, que atuam de forma mais precisa logo após a aplicação.

    Essas melhorias tornaram o tratamento mais confortável, reduziram efeitos colaterais e facilitaram a rotina de quem convive com a doença.

    De qualquer forma, o mais importante é o acompanhamento contínuo e a personalização do tratamento para garantir não apenas o controle da glicose, mas também a prevenção de complicações graves.

    Veja mais: Diabetes: por que controlar é tão importante para o coração

    Perguntas e respostas

    1. Qual a principal diferença entre insulina e medicamentos orais no tratamento de diabetes?

    Os comprimidos ajudam o corpo a usar melhor a insulina que ele ainda produz, enquanto a insulina aplicada substitui ou complementa a produção natural quando ela não é suficiente.

    2. Em quais casos os medicamentos orais são indicados?

    São usados principalmente no diabetes tipo 2 inicial, quando o pâncreas ainda produz insulina, ajudando a controlar a glicose por diferentes mecanismos.

    3. Quem precisa usar insulina desde o início do tratamento?

    Pessoas com diabetes tipo 1 precisam de insulina desde o diagnóstico, pois o corpo praticamente não produz mais o hormônio.

    4. Pessoas com diabetes tipo 2 podem precisar de insulina?

    Sim. Com a progressão da doença ou quando os comprimidos deixam de controlar a glicemia, a aplicação de insulina pode se tornar necessária.

    5. Quais os avanços recentes nos tratamentos?

    Os medicamentos orais mais modernos ajudam também no peso, no coração e nos rins. Já as insulinas novas são mais estáveis e rápidas, trazendo mais segurança e praticidade.

    Leia mais: Sintomas silenciosos do diabetes: atenção aos sinais que podem passar despercebidos

  • Acne na adolescência: 10 mitos e verdades sobre a condição

    Acne na adolescência: 10 mitos e verdades sobre a condição

    A acne é uma condição de pele que acontece quando há um acúmulo de óleo, células mortas e bactérias nos folículos pilosos — os poros da pele onde nascem os pelos. Como consequência, ocorre o surgimento de cravos, espinhas e, em casos mais intensos, nódulos e cistos dolorosos. Ela pode surgir em qualquer fase da vida, mas é especialmente comum o acontecimento da acne na adolescência.

    Durante a fase, a acne pode ter um impacto grande na autoestima e na felicidade, já que as mudanças no corpo e no rosto acontecem num período de descobertas e inseguranças. Pensando nisso, para evitar confusão e facilitar o cuidado com a pele, vale destacar alguns dos mitos mais comuns e explicar o que realmente faz sentido. Entenda mais, a seguir!

    Por que a acne na adolescência é comum?

    Segundo a dermatologista Gabriela Capareli, a adolescência é uma fase da vida onde há maior prevalência e incidência de acne devido a imaturidade e oscilação dos hormônios. Na puberdade, há um aumento na produção de andrógenos, hormônios que estimulam as glândulas sebáceas a produzirem mais óleo, chamado de sebo.

    O excesso de sebo, quando se acumula nos poros junto com células mortas da pele, favorece a proliferação de bactérias e causa inflamação — resultando nos sinais mais conhecidos, como espinhas e cravos.

    Além da questão hormonal, outros fatores também contribuem para a acne na adolescência, como predisposição genética, mudanças no estilo de vida (como aumento do consumo de ultraprocessados e estresse) e uma pele naturalmente mais oleosa.

    Quais os principais mitos e verdades sobre acne na adolescência?

    Chocolate causa espinhas

    Mito. Por si só, o chocolate não é capaz de causar espinhas. O que acontece é que dietas ricas em açúcares simples e gorduras saturadas podem aumentar a inflamação no corpo e estimular a produção de sebo, o que piora a acne em quem já tem tendência. Então, não é preciso cortar o chocolate completamente, mas vale moderar no consumo de doces e ultraprocessados.

    Acne desaparece sozinha depois da adolescência

    Depende. Em alguns casos, é possível que a acne tenha uma melhora na fase adulta, mas não é recomendado esperar que isso aconteça. De acordo com Gabriela, o paciente perde a chance do tratamento e pode se tornar um adulto com cicatrizes.

    Além disso, também existem casos em que a acne pode persistir ou até surgir na vida adulta, especialmente em mulheres, devido a variações hormonais ligadas ao ciclo menstrual, síndrome dos ovários policísticos (SOP) ou até ao uso e suspensão de anticoncepcionais.

    Lavar o rosto várias vezes ao dia acaba com a acne

    Mito. Na verdade, o que pode acontecer é o efeito inverso: quando a pele percebe que o sebo natural está sendo repetidamente retirado, ela entende que é necessário produzir ainda mais óleo para compensar — o que causa o aumento da oleosidade e, como consequência, a piora no quadro de acne.

    O recomendado é lavar o rosto duas vezes ao dia, de manhã e à noite, com sabonetes adequados para cada tipo de pele.

    Limpeza de pele ajuda em quadros de acne

    Verdade. A limpeza de pele profissional pode auxiliar no controle de cravos e na desobstrução dos poros, mas sozinha não resolve casos moderados ou graves. Ela deve ser vista como complemento, não substituto, do tratamento dermatológico.

    Acne é sinal de falta de higiene

    Mito. A acne é resultado de fatores hormonais, excesso de oleosidade e proliferação de bactérias já presentes na pele. Ela não está ligada à falta de higiene, de modo que pessoas com rotina rigorosa de limpeza também podem desenvolver acne.

    A genética influencia no desenvolvimento da acne

    Verdade. A predisposição genética tem um papel importante no desenvolvimento do quadro. Se os pais tiveram acne na adolescência ou até na vida adulta, é mais provável que os filhos também desenvolvam. Isso acontece porque há uma tendência herdada de maior produção de sebo e resposta inflamatória da pele.

    O sol melhora a acne

    Mito, mas com ressalvas. No início, a exposição solar pode dar a impressão de melhora, já que a pele fica mais ressecada e a vermelhidão diminui.

    Porém, em pouco tempo, o calor estimula as glândulas sebáceas e aumenta a oleosidade — podendo piorar o quadro e causar manchas. O ideal é, independentemente do clima, sempre usar protetor solar oil-free (mesmo dentro de casa!).

    Acne é contagiosa

    Mito. A acne não é transmitida de pessoa para pessoa. Ela não é causada por vírus ou bactérias transmissíveis, mas sim por desequilíbrios individuais da pele.

    O estresse pode piorar a acne

    Verdade. Segundo Gabriela, o estresse aumenta a liberação de hormônios como o cortisol, que estimulam as glândulas sebáceas a produzirem mais oleosidade. Isso não é a causa direta da acne, mas pode agravar crises em pessoas que já tem tendência.

    Espremer a espinha ajuda a curá-la mais rápido

    Mito. Na verdade, espremer as espinhas pode agravar a inflamação, provocar infecções e deixar manchas ou cicatrizes permanentes. O mais seguro é evitar manipular as lesões e buscar produtos ou tratamentos recomendados por dermatologistas.

    Quais os cuidados no dia a dia no caso de acne na adolescência?

    • Lavar o rosto duas vezes ao dia com sabonete específico para pele oleosa ajuda a controlar a produção de sebo sem agredir a barreira natural da pele;
    • Usar protetores solares oil-free ou em gel-creme para prevenir manchas e proteger a pele, mesmo em dias nublados;
    • Hidratar a pele oleosa também é importante: hidratantes oil-free ajudam a manter o equilíbrio da barreira cutânea;
    • Alimentação equilibrada: incluir frutas, verduras, legumes, peixes e oleaginosas ajuda a reduzir inflamações e melhora o aspecto da pele;
    • Não espremer cravos e espinhas: evita aumento da inflamação e cicatrizes permanentes;
    • Tratamentos médicos: dependendo da gravidade, o dermatologista pode indicar cremes tópicos, antibióticos tópicos ou orais, ou retinoides orais nos casos mais severos;
    • Estilo de vida: dormir bem, praticar exercícios físicos e controlar o estresse ajudam no controle da acne e na saúde geral.

    Leia também: Queda de cabelo: o que causa e quando é preocupante?

    Quando devo procurar um dermatologista?

    Se a acne está causando dor, deixando manchas, provocando cicatrizes ou afetando sua autoestima, é hora de procurar ajuda médica. O dermatologista é o profissional indicado para avaliar a gravidade do quadro e prescrever o tratamento mais adequado, evitando complicações no futuro.

    Perguntas frequentes

    O que causa acne?

    A acne surge quando há um acúmulo de sebo (óleo natural da pele), células mortas e bactérias dentro dos folículos pilosos. Durante a adolescência, os hormônios andrógenos aumentam a atividade das glândulas sebáceas, deixando a pele mais oleosa.

    O ambiente também favorece a proliferação da bactéria Cutibacterium acnes, que desencadeia inflamação. Além da questão hormonal, fatores genéticos, alimentação e até estresse podem influenciar no surgimento da acne.

    Quais os sintomas da acne?

    Os sintomas variam de acordo com a intensidade. Em casos leves, aparecem cravos abertos (pretos) ou fechados (brancos) e espinhas superficiais. Em quadros moderados, surgem pústulas com pus e áreas mais inflamadas.

    Já a acne severa é marcada por nódulos e cistos dolorosos, profundos e com grande risco de cicatrizes. Além das lesões visíveis, a acne pode causar dor, sensibilidade na pele e impacto emocional significativo.

    A acne só aparece no rosto?

    Não! Na verdade, a acne também pode surgir nas costas, ombros, colo e até no couro cabeludo, já que todas essas regiões possuem glândulas sebáceas ativas.

    Como é feito o tratamento da acne?

    O tratamento de acne depende da gravidade. Para casos leves, o dermatologista pode indicar o uso de cremes ou géis com ácido salicílico, peróxido de benzoíla ou retinoides.

    Nos casos moderados, o dermatologista pode prescrever antibióticos tópicos ou orais para controlar a inflamação.

    Já a acne severa pode exigir medicamentos como a isotretinoína, conhecida como Retinol, além de acompanhamento frequente. O ideal é sempre buscar avaliação médica, pois cada pele reage de um jeito.

    Posso usar maquiagem mesmo tendo acne?

    Pode sim, mas é importante ter alguns cuidados. O ideal é optar por maquiagens formuladas para pele oleosa ou acneica, que tenham na embalagem a indicação oil-free ou não comedogênica — o que significa que eles apresentam menor risco de obstruir os poros.

    Também é fundamental cuidar da remoção da maquiagem: dormir com ela no rosto ou não limpar a pele de maneira adequada pode agravar o quadro de acne e dificultar o tratamento.

    Leia também: Intolerância à lactose: o que comer no dia a dia?

  • Sinusite aguda ou crônica? Conheça as diferenças

    Sinusite aguda ou crônica? Conheça as diferenças

    Você já teve a sensação de nariz entupido, dor no rosto e pressão na cabeça que parece não passar? Os sintomas podem indicar um quadro de sinusite, caracterizada pela inflamação da mucosa que reveste os seios da face — pequenas cavidades localizadas ao redor do nariz, das bochechas e da testa.

    A condição pode surgir por diferentes motivos, desde infecções virais até alterações anatômicas, e pode se apresentar de duas formas: aguda, quando dura até quatro semanas, e crônica, que persiste por mais de 12 semanas e exige tratamento adequado. Entenda mais, a seguir.

    Afinal, o que é sinusite e quais as causas?

    A sinusite, ou rinossinusite, é a inflamação da mucosa que reveste os seios da face, responsáveis por umidificar e aquecer o ar que respiramos, além de ajudar na filtragem de impurezas. A inflamação pode ser causada por fatores como:

    • Infecções virais (as mais comuns, associadas a gripes e resfriados);
    • Infecções bacterianas;
    • Reações alérgicas;
    • Alterações anatômicas, como desvio de septo;
    • Exposição a poluentes e irritantes, como fumaça e poeira.

    Quando a mucosa fica inflamada, o muco fica preso dentro dos seios paranasais, causando os sintomas mais comuns da condição, como dor de cabeça, pressão facial, congestão nasal e secreção.

    Sinusite aguda

    A sinusite aguda é caracterizada por um processo inflamatório com duração inferior a 4 semanas. Na maioria dos casos, está ligada a infecções virais comuns, como as que causam resfriados. Entre os principais sintomas, é possível apontar:

    • Congestão ou obstrução nasal;
    • Secreção nasal amarelada ou esverdeada;
    • Dor ou pressão facial (principalmente ao inclinar a cabeça);
    • Dor de cabeça;
    • Febre (em alguns casos);
    • Tosse, especialmente à noite.

    Como é feito o tratamento de sinusite aguda?

    Na maioria das vezes, a sinusite aguda melhora sozinha entre 7 e 10 dias, já que costuma estar relacionada a infecções virais. O tratamento, portanto, é direcionado principalmente para aliviar os sintomas.

    As medidas mais comuns incluem:

    • Uso de analgésicos para reduzir dor de cabeça e dor facial;
    • Uso de antitérmicos quando há febre;
    • Lavagem nasal com solução salina, para fluidificar e eliminar secreções;
    • Hidratação adequada e repouso, o que ajuda o corpo a se recuperar mais rápido.

    Em alguns casos, quando os sintomas são muito intensos, duram mais de 10 dias sem melhora ou voltam a piorar depois de uma melhora inicial, pode haver necessidade do uso de antibióticos, que devem ser sempre prescritos por um médico após uma avaliação.

    Sinusite crônica

    A sinusite crônica acontece quando os sintomas duram 12 semanas ou mais, mesmo com tratamento. A grande diferença em relação à sinusite aguda está no tempo: até 12 semanas é considerada aguda; passando desse período, já é crônica.

    De acordo com o otorrinolaringologista Giuliano Bongiovanni, os sintomas costumam ser parecidos nos dois tipos, como nariz entupido, secreção espessa, dor ou pressão no rosto, tosse e alteração no olfato. No caso da forma crônica, algumas pessoas desenvolvem pólipos nasais, que aumentam a obstrução e causam perda de olfato mais acentuada.

    É importante entender que a sinusite aguda não vira crônica apenas porque não foi tratada. A crônica geralmente está ligada a uma predisposição genética ou a alterações na mucosa do nariz, que favorecem uma inflamação contínua, segundo Giuliano.

    Como é feito o tratamento?

    Ao contrário da sinusite aguda, o tratamento da sinusite crônica costuma ser contínuo e precisa de acompanhamento médico. Um dos principais cuidados é a lavagem nasal com soro, que ajuda a limpar as secreções, reduzir a inflamação e facilitar a respiração. Além disso, podem ser usados sprays nasais com corticoide para controlar a inflamação da mucosa.

    Em alguns casos, quando há infecção bacteriana associada, o médico pode indicar antibióticos por períodos mais longos. Já nos quadros em que a sinusite está ligada a alergias, é importante tratar a causa alérgica para evitar novas crises.

    Quando os cuidados do dia a dia não são suficientes e os sintomas persistem, afetando a qualidade de vida, pode ser necessária a cirurgia endoscópica, um procedimento que desobstrui os seios da face e melhora a drenagem do muco. Assim, o paciente volta a respirar melhor e a condição é controlada.

    Diferenças entre sinusite aguda e sinusite crônica

    Característica Sinusite Aguda Sinusite Crônica
    Duração Menos de 4 semanas Mais de 12 semanas
    Causa comum Infecção viral ou bacteriana Inflamação persistente, alergias, fatores anatômicos (como desvio de septo)
    Sintomas Intensos, febre pode estar presente Sintomas moderados, mas contínuos
    Tratamento Uso de descongestionantes, hidratação adequada e analgésicos; uso de antibióticos se houver infecção bacteriana Tratamento prolongado; pode precisar de cirurgia em casos específicos
    Prognóstico Melhora espontânea na maioria dos casos Tendência à recorrência e impacto na qualidade de vida

    Sinusite é contagiosa?

    A sinusite em si não é contagiosa, mas as infecções virais que podem causá-la, como o resfriado, podem ser transmitidas de pessoa para pessoa através de gotículas de saliva e secreção ao tossir, espirrar ou falar. Na maioria das vezes, a sinusite é viral e pode se espalhar; já a bacteriana, em geral, não é contagiosa.

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico da sinusite é feito, inicialmente, a partir da avaliação dos sintomas que o paciente apresenta. Depois, podem ser necessários exames complementares, como aponta Giuliano Bongiovanni:

    • Endoscopia nasal: também chamada de nasofibroscopia, permite enxergar dentro do nariz e identificar sinais como secreção purulenta, inchaço da mucosa, obstrução do canal de drenagem e até pólipos.
    • Tomografia computadorizada: mostra com clareza o interior dos seios da face e ajuda a confirmar o diagnóstico. Ela pode ser solicitada se a endoscopia não for conclusiva ou não puder ser feita naquele momento.

    Normalmente, não é preciso fazer os dois exames ao mesmo tempo, complementa o otorrinolaringologista.

    Quando procurar um médico?

    É importante buscar ajuda médica se você apresentar:

    • Sintomas que duram mais de 10 dias sem melhora;
    • Piora após uma melhora inicial;
    • Febre alta persistente;
    • Dor intensa no rosto ou ao redor dos olhos;
    • Sintomas que retornam várias vezes no ano.

    Complicações possíveis da sinusite

    Apesar de raras, complicações da sinusite podem acontecer, especialmente quando a infecção não recebe o tratamento adequado ou quando há atraso no diagnóstico. Isso acontece porque os seios da face ficam muito próximos de estruturas importantes, como os olhos e o cérebro, o que facilita a disseminação da infecção em casos mais graves.

    Entre as principais complicações estão:

    • Celulite orbital: infecção ao redor dos olhos que pode causar inchaço, dor intensa e até risco de perda da visão.
    • Abscesso cerebral: quando o processo infeccioso atinge o cérebro, formando uma coleção de pus dentro do tecido cerebral.
    • Meningite: inflamação das membranas que envolvem o cérebro e a medula espinhal, com risco de sequelas graves e até de morte.
    • Infecções ósseas (osteomielite): atingem os ossos da face, tornando o quadro ainda mais difícil de tratar.

    Todas essas situações são emergenciais e exigem atendimento hospitalar imediato.

    Leia também: 5 causas de alergia dentro de casa e o que fazer para evitar

    Sinusite tem cura?

    A sinusite aguda costuma desaparecer com o tratamento adequado e até mesmo de forma espontânea em poucos dias ou semanas. Nesse caso, medidas simples como hidratação, lavagem nasal e uso de medicamentos sintomáticos já são suficientes para resolver o quadro.

    Já a sinusite crônica, uma vez que envolve fatores como predisposição genética, alergias, pólipos nasais ou alterações anatômicas, dificilmente tem cura. Nesse caso, o tratamento é contínuo, focado em reduzir a inflamação, aliviar os sintomas e prevenir novas crises. Para alguns pacientes, a cirurgia pode ser indicada para trazer mais qualidade de vida.

    Perguntas frequentes sobre sinusite aguda ou crônica

    1. Quais são os sintomas mais comuns da sinusite?

    Os sintomas típicos da sinusite incluem:

    • Dor ou pressão no rosto;
    • Congestão nasal persistente;
    • Secreção amarelada ou esverdeada;
    • Dor de cabeça;
    • Sensibilidade ao toque na região dos seios da face.

    Muitas pessoas também relatam tosse noturna, mau hálito e redução do olfato. A intensidade pode variar: na sinusite aguda, a dor costuma ser mais forte. Já na crônica, os sintomas são mais leves, mas persistem por meses.

    2. Sinusite e rinite são a mesma coisa?

    Não. A rinite é a inflamação da mucosa do nariz, geralmente causada por alergia ou vírus. Já a sinusite envolve a inflamação dos seios paranasais. As duas podem aparecer juntas, e por isso os médicos chamam de rinossinusite. Quem tem rinite tem mais chance de ter sinusite, porque o nariz entupido atrapalha a saída do muco.

    3. Existe sinusite causada por fungos?

    Sim. Em pessoas saudáveis, os fungos podem apenas viver no nariz sem causar problemas, mas em algumas situações, eles provocam inflamação:

    • Bola fúngica: acúmulo de fungos em um seio, geralmente o maxilar.
    • Sinusite fúngica alérgica: reação exagerada a fungos, com formação de pólipos.
    • Sinusite fúngica invasiva: condição muito grave, que ocorre em pessoas imunossuprimidas, podendo se espalhar para os olhos e cérebro.

    4. Quais tratamentos caseiros podem ajudar nos sintomas?

    Algumas medidas simples ajudam a aliviar os sintomas de sinusite, como fazer lavagem nasal com soro fisiológico, inalar vapor, manter-se bem hidratado e usar toalhas mornas no rosto para aliviar a pressão. Contudo, eles não substituem a avaliação médica quando os sintomas são graves ou persistentes.

    5. A sinusite pode causar tontura ou sensação de pressão na cabeça?

    Sim. A inflamação e o acúmulo de secreções nos seios da face podem gerar uma sensação de cabeça pesada, pressão ou até tontura leve. Isso acontece porque os seios estão próximos a estruturas do ouvido e do sistema de equilíbrio. Não é o sintoma mais comum, mas pode aparecer em alguns casos.

    6. Quando a sinusite é grave?

    A gravidade da sinusite varia de pessoa para pessoa. O quadro exige atenção quando os sintomas se tornam muito intensos, com nariz extremamente congestionado, secreção abundante, dor facial forte, febre ou sensação de mal-estar generalizado.

    Apesar de raro, a sinusite pode evoluir para complicações mais sérias, atingindo estruturas próximas, como os olhos ou até mesmo o cérebro. Por isso, diante de sinais mais graves, o recomendado é procurar atendimento médico.

    7. O que é sinusite subaguda?

    A sinusite subaguda é aquela que dura entre 4 e 12 semanas e costuma ser uma continuação de uma sinusite aguda que não se resolveu completamente.

    Os sinais são muito parecidos com os da sinusite aguda, e a diferença está no tempo: na subaguda, os sintomas persistem por várias semanas seguidas, sem chegar a ultrapassar 12 semanas — que é quando já passa a ser considerada crônica.

    Leia também: Tipos de sinusite: veja as diferenças entre viral, bacteriana e fúngica

  • Pedra nos rins (cálculo renal): quando os sintomas preocupam e como se prevenir 

    Pedra nos rins (cálculo renal): quando os sintomas preocupam e como se prevenir 

    As “pedras nos rins” estão entre as condições urológicas mais dolorosas e comuns. Estima-se que uma em cada dez pessoas terá ao menos um episódio de cálculo renal ao longo da vida. Embora em muitos casos eles sejam pequenos e eliminados sem grandes complicações, em outros podem provocar a temida cólica renal, considerada uma das dores mais intensas que o ser humano pode sentir.

    Conversamos com o urologista Luciano Teixeira, que detalha como os cálculos se formam, quais sintomas não devem ser ignorados, os fatores de risco, além de estratégias eficazes de prevenção.

    O que são cálculos renais e como eles se formam?

    Cálculos renais, popularmente chamados de “pedra nos rins”, são pequenos aglomerados de sais minerais e cristais que se acumulam dentro dos rins. “Normalmente, nossa urina contém substâncias que evitam a formação desses cristais, mas, quando há desequilíbrio, como excesso de sais, falta de líquidos ou alterações metabólicas, eles se juntam e formam as pedras”, explica Luciano.

    Essas formações podem começar microscópicas e aumentar com o tempo. Algumas permanecem no rim sem causar sintomas, mas, quando descem para os ureteres (canais que levam a urina dos rins até a bexiga), podem provocar dor intensa, conhecida como cólica renal.

    Quem tem mais risco de desenvolver cálculo renal?

    A propensão para desenvolver cálculos renais está ligada a fatores genéticos, metabólicos e de estilo de vida. Segundo o médico, algumas pessoas produzem urina mais concentrada ou rica em substâncias como cálcio, oxalato e ácido úrico, o que favorece a formação das pedras.

    Além disso, existem os fatores de risco para o cálculo renal, que incluem:

    • Baixa ingestão de água: deixa a urina mais concentrada, facilitando a formação e o acúmulo de cristais.
    • Alimentação rica em sal e proteínas animais: aumenta a eliminação de cálcio e ácido úrico, favorecendo pedra nos rins.
    • Histórico familiar de cálculos renais: fatores genéticos elevam a predisposição ao problema.
    • Doenças metabólicas: gota, obesidade e hiperparatireoidismo aumentam cálcio, oxalato e ácido úrico na urina.
    • Infecções urinárias de repetição: criam ambiente favorável para o desenvolvimento de certos tipos de cálculo.

    “Embora qualquer pessoa possa ter cálculo renal, alguns indivíduos estão mais propensos a repeti-los ao longo da vida”, explica Luciano.

    O que fazer quando um cálculo aparece em um exame de rotina

    Nem todo cálculo renal exige tratamento imediato, já que, muitas vezes, ele não está causando problemas e é descoberto por acaso em um exame de ultrassom ou tomografia.

    “Nesses casos, a conduta depende de condições como tamanho, localização, ‘dureza’ e composição provável da pedra”, fala o urologista.

    • Pedras pequenas e sem sintomas: podem exigir apenas observação, com aumento da ingestão de líquidos e acompanhamento regular.
    • Pedras maiores ou com risco de migrar: podem exigir tratamento antes que causem crises.

    “O mais importante é não ignorar a descoberta. Mesmo que a pedra não esteja causando sintomas, o acompanhamento com o urologista é essencial para evitar complicações futuras”.

    Quais são os sintomas de uma crise de cálculo renal?

    Quando um cálculo renal se desloca e obstrui os ureteres, o paciente pode apresentar uma crise aguda conhecida como cólica renal. Essa dor surge porque o rim e as vias urinárias são forçados a trabalhar contra a obstrução, provocando uma pressão intensa.

    Trata-se de um quadro súbito e incapacitante que pode causar diversos sintomas de cólica renal:

    • Dor súbita e intensa na região lombar: pode irradiar para abdome, virilha ou genitais.
    • Sangue na urina: geralmente deixa a urina rosada ou avermelhada.
    • Náuseas e vômitos: comuns devido à intensidade da dor.
    • Urgência ou ardência para urinar: ocorre quando o cálculo se aproxima da bexiga.

    “A cólica renal é considerada uma das piores dores que o ser humano pode sentir. Sempre que ela ocorre, é necessário atendimento médico imediato, não apenas para alívio da dor, mas também para avaliar o risco de complicações”, alerta Luciano.

    Como diferenciar a dor da cólica renal de outras dores?

    A dor do cálculo renal é tão característica que, em muitos casos, basta a descrição do paciente para levantar forte suspeita.

    “A dor do cálculo renal costuma começar de forma súbita, na região lombar. Diferente de outras dores abdominais, não melhora com a mudança de posição. O paciente anda de um lado para o outro, inquieto, tentando encontrar alívio, mas não consegue”, explica Luciano.

    Ele acrescenta que dores digestivas, musculares ou ginecológicas geralmente têm localização mais específica e podem aliviar em determinadas posições.

    “No entanto, como nem sempre a distinção é simples, qualquer dor lombar ou abdominal intensa deve levar o paciente a procurar atendimento médico imediato”.

    Tratamento de cálculo renal: quais as opções?

    O tratamento de cálculo renal varia de acordo com o tamanho, a localização e a composição do cálculo. Pedras pequenas, de até 5 mm, podem ser eliminadas naturalmente com hidratação abundante, além da indicação de analgésicos e, em alguns casos, medicamentos para relaxar o ureter.

    Medicamentos também podem ser usados para dissolver pedras de ácido úrico (alcalinizantes) ou prevenir a formação de novos cálculos (diuréticos tiazídicos). Quando necessário, entram os métodos cirúrgicos:

    • Litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LEOC): fragmenta pedras menores de 20 mm nos rins ou ureter superior.
    • Ureteroscopia: indicada para cálculos no ureter médio ou inferior; usa endoscópio para fragmentar e retirar a pedra.
    • Nefrolitotomia percutânea: feita por pequena incisão nas costas, indicada para cálculos maiores de 20 mm ou complexos.
    • Cirurgia aberta ou robótica: hoje rara, reservada para casos específicos.

    “O objetivo é sempre o mesmo: eliminar a pedra nos rins com o mínimo de invasividade possível, aliviar a dor e preservar a função renal”, enfatiza o médico, que lembra que ajustes de dieta e hidratação são fundamentais para reduzir o risco de novos episódios.

    Veja mais: 9 hábitos alimentares que ajudam a prevenir doenças no dia a dia

    Alimentação e hidratação para prevenir cálculos renais

    A alimentação é um dos principais fatores na prevenção dos cálculos renais. Alguns hábitos favorecem a formação das pedras, enquanto outros ajudam a evitá-las. Entre os pontos de risco, destacam-se:

    • Excesso de sal: aumenta a eliminação de cálcio pela urina, favorecendo a formação de cristais.
    • Proteínas animais em excesso: elevam o ácido úrico e deixam a urina mais ácida, o que facilita o surgimento de cálculos.
    • Baixa ingestão de cálcio: ao contrário do que muitos pensam, aumenta o risco. O cálcio da dieta neutraliza o oxalato no intestino e evita que ele chegue em excesso à urina.

    “Uma alimentação equilibrada, rica em frutas, verduras, fibras e com moderação no sal e nas proteínas animais, é fundamental na prevenção”, fala Luciano, que acrescenta.

    “Lembrando que beber bastante água é a medida preventiva mais importante. A água dilui a urina, reduz a concentração de sais e dificulta que os cristais se juntem para formar pedras”.

    A recomendação é que o paciente elimine cerca de 2 litros de urina por dia, o que corresponde a 2 a 3 litros de líquidos ingeridos diariamente, variando conforme o clima e atividade física. Uma dica prática é observar a cor da urina: quanto mais clara, melhor a hidratação. Urina escura indica concentração elevada e risco maior de formação de cálculos.

    O risco da recorrência

    Um dos grandes desafios do cálculo renal é a sua alta taxa de recorrência. “Estima-se que cerca de 50% dos pacientes que tiveram uma pedra poderão formar outra em até 5 anos, se não houver prevenção adequada”, afirma Luciano.

    Por isso, após o primeiro episódio, é essencial investigar a causa com exames de sangue, urina e análise da própria pedra, quando possível. Mudanças na alimentação, hidratação adequada e, em alguns casos, uso de medicamentos são medidas fundamentais para reduzir o risco de novos episódios.

    Perguntas e respostas sobre cálculo renal

    1. O que é cálculo renal e como ele se forma?

    Os cálculos renais são aglomerados de sais e cristais nos rins, causados por desequilíbrios como excesso de sais ou pouca ingestão de líquidos.

    2. Quem tem mais risco de desenvolver pedras nos rins?

    Quem bebe pouca água, consome muito sal e proteína, tem histórico familiar, doenças metabólicas ou infecções urinárias.

    3. Quais são os sintomas de uma crise de cálculo renal?

    Cólica renal com dor intensa na lombar, sangue na urina, náuseas, vômitos e urgência para urinar.

    4. Como diferenciar a cólica renal de outras dores?

    É súbita, não melhora com posição e deixa o paciente inquieto, diferente de dores digestivas ou musculares.

    5. Quais são as opções de tratamento?

    Depende do tamanho e da localização. Cálculos pequenos podem sair naturalmente com hidratação. Para pedras maiores, além de medicamentos, usam-se técnicas como ondas de choque, ureteroscopia, cirurgia percutânea e, em situações raras, cirurgia aberta ou robótica.

    6. Qual é o papel da hidratação no cálculo renal?

    É a medida preventiva mais importante. Beber de 2 a 3 litros de líquidos por dia ajuda a eliminar cerca de 2 litros de urina. A urina clara indica boa hidratação; a escura sugere risco maior de pedras.

    7. O cálculo renal pode voltar?

    Sim. Cerca de 50% dos pacientes terão nova pedra em até 5 anos, se não houver prevenção adequada. Por isso, é essencial investigar a causa, ajustar hábitos alimentares e manter acompanhamento médico.

    Leia também: Como montar um prato saudável para todas as refeições?

  • Hipoglicemia: saiba como reconhecer os sintomas e o que fazer na hora da crise 

    Hipoglicemia: saiba como reconhecer os sintomas e o que fazer na hora da crise 

    A hipoglicemia é um dos quadros clínicos que mais preocupam endocrinologistas e pacientes com diabetes. Popularmente chamada de “queda de açúcar no sangue”, a condição acontece quando a glicose atinge níveis abaixo do necessário para garantir energia suficiente para os órgãos vitais. Dependendo da gravidade, pode causar desde tremores e suor frio até perda de consciência e convulsões.

    Segundo o endocrinologista André Colapietro, a condição pode ocorrer tanto em pessoas com diabetes quanto em não diabéticos em situações específicas (como jejum prolongado). Com as orientações do médico, vamos entender como reconhecer os sintomas de hipoglicemia e o que fazer na hora da crise.

    O que é hipoglicemia e como identificar

    A hipoglicemia acontece quando a quantidade de glicose (açúcar) no sangue fica abaixo do normal. A glicose é o combustível principal do corpo, especialmente do cérebro. Sem energia suficiente, o organismo começa a dar sinais de alerta. Na prática clínica, considera-se:

    • Glicemia < 70 mg/dL: já caracteriza hipoglicemia.
    • Glicemia < 54 mg/dL: indica hipoglicemia grave, especialmente quando há alteração do nível de consciência.

    Mais importante do que o número isolado é o conjunto de sintomas. Muitas vezes, o paciente sente os sinais de glicemia baixa antes mesmo de confirmar no aparelho, e isso deve ser levado a sério. Afinal, é uma condição que pode se agravar rapidamente.

    Quem pode ter hipoglicemia?

    A maioria dos casos de hipoglicemia ocorre em pessoas com diabetes em tratamento com insulina ou medicamentos que aumentam o risco de quedas de glicose. No entanto, não se trata de uma condição exclusiva desse grupo.

    “Em não diabéticos, pode ocorrer em situações de jejum prolongado, prática intensa de exercícios, consumo excessivo de álcool ou, raramente, em alguns distúrbios hormonais ou tumores pancreáticos”, explica o endocrinologista.

    Em resumo, qualquer pessoa pode, em determinadas circunstâncias, apresentar uma queda de glicose e ter hipoglicemia. Por isso, conhecer os sinais e saber como agir é fundamental.

    Sintomas de hipoglicemia mais comuns

    A glicemia baixa geralmente dá sinais visíveis que podem ser reconhecidos precocemente. Esses sintomas de hipoglicemia aparecem porque o corpo tenta compensar a falta de glicose, acionando hormônios como a adrenalina.

    Os sinais mais típicos incluem:

    • Tremores
    • Sudorese (suor frio)
    • Palpitações
    • Fome intensa
    • Ansiedade
    • Tontura e fraqueza

    “Atenção, porque alguns desses sintomas de hipoglicemia podem ser semelhantes aos da pressão baixa, então é importante, sempre que possível, aferir a pressão e também a glicemia capilar para evitar confusão com a causa dos sintomas”, enfatiza André.

    Após os primeiros sinais, se a glicemia continuar caindo, o paciente pode até evoluir para sintomas neurológicos mais sérios, como dificuldade de raciocínio, alteração da fala e desmaio.

    Leia também: Diabetes gestacional: o que é, sintomas, o que causa e como evitar

    Hipoglicemia assintomática: o risco silencioso

    Nem todos percebem os sintomas de hipoglicemia. Alguns pacientes, principalmente aqueles com diabetes de longa duração, podem ter episódios sem qualquer sintoma perceptível.

    “Principalmente pacientes que apresentaram múltiplos episódios de hipoglicemia ao longo da vida podem se tornar menos sensíveis e evoluir com hipoglicemias assintomáticas”, explica Colapietro.

    Esse fenômeno, chamado de hipoglicemia inadvertida, é particularmente perigoso porque aumenta o risco de crises graves sem aviso prévio. Para esses pacientes, o monitoramento frequente da glicemia é indispensável.

    O que fazer na hora da crise de hipoglicemia

    Uma crise de hipoglicemia exige ação imediata, com medidas simples que podem salvar vidas. O protocolo inicial inclui três passos básicos:

    1. Medir a glicemia, se possível. Essa confirmação ajuda a diferenciar de outras condições.
    2. Consumir carboidratos de ação rápida. Os líquidos doces são os mais indicados, pois são rapidamente absorvidos pelo organismo. Entre as opções estão suco de fruta, refrigerante comum, água com açúcar ou mel.
    3. Ficar em local seguro. Evitar dirigir, operar máquinas ou realizar atividades que ofereçam risco até que a glicemia esteja normalizada.

    “Depois disso, deve-se repetir a medição da glicemia capilar em 15 minutos. Se não melhorar, é indicado repetir a ingestão de carboidrato e procurar um serviço de pronto-atendimento”. Na prática, recomenda-se a chamada regra dos 15: ingerir cerca de 15 g de glicose rápida. Isso pode ser feito com:

    • 3 a 4 balas de doce
    • Meio copo de suco de fruta
    • 1 colher de sopa de açúcar ou mel

    “Depois, a pessoa pode comer um lanche com carboidrato + proteína (um misto quente, por exemplo) para manter a glicemia estável”. Esse cuidado evita um novo episódio pouco tempo depois da correção inicial, garantindo que a glicemia se mantenha equilibrada.

    Veja mais: Diabetes: por que controlar é tão importante para o coração

    Hipoglicemia grave: quais os sinais?

    Algumas crises podem ser corrigidas em casa seguindo essas indicações do médico, porém, em alguns casos, a hipoglicemia se torna uma emergência médica.

    Situações que caracterizam hipoglicemia grave incluem:

    • Perda ou rebaixamento da consciência
    • Convulsões
    • Incapacidade de ingerir alimentos sozinho

    “Em casos graves, pode ser necessário glucagon injetável ou atendimento hospitalar”, afirma Colapietro. O uso de glucagon, que eleva a glicose rapidamente, deve ser prescrito e ensinado pelo médico para situações de emergência.

    Como prevenir episódios em pessoas com diabetes

    Para quem vive com diabetes, a prevenção é o pilar central do cuidado. Pequenas mudanças no dia a dia reduzem muito o risco de quedas de glicose. Entre as principais medidas estão:

    • Monitoramento regular da glicemia: ajuda a identificar quedas antes que causem sintomas.
    • Ajuste da medicação: sempre em parceria com o médico, para usar o menor número possível de fármacos de alto risco.
    • Padrão estável de atividade física: manter rotina equilibrada, evitando mudanças bruscas de intensidade.
    • Alimentação adequada: evitar jejum prolongado e manter horários regulares de refeição.
    • Reconhecimento precoce dos sintomas: agir rápido assim que aparecerem os primeiros sinais.

    Para pessoas com diabetes, a prevenção deve ser parte do cuidado diário, enquanto para a população em geral, conhecer os sinais é uma forma de evitar emergências.

    Embora seja uma condição comum, nunca deve ser banalizada. O acompanhamento médico é essencial para ajustar o tratamento, orientar condutas de emergência e reduzir os riscos a longo prazo.

    Perguntas e respostas sobre hipoglicemia

    1. O que é hipoglicemia?

    É a queda do nível de glicose no sangue abaixo de 70 mg/dL. Quando chega a menos de 54 mg/dL, já pode ser considerada grave.

    2. Quem pode ter hipoglicemia?

    É mais comum em pessoas com diabetes que usam insulina ou certos medicamentos, mas pode ocorrer em não diabéticos em casos como jejum prolongado, exercício intenso ou consumo excessivo de álcool.

    3. Quais são os sintomas mais comuns?

    Tremores, suor frio, palpitações, fome intensa, ansiedade, tontura e fraqueza. Em casos mais graves, pode causar dificuldade de raciocínio e até desmaios.

    4. Existe hipoglicemia sem sintomas?

    Sim. Pacientes com diabetes de longa duração podem perder a sensibilidade aos sinais, apresentando crises silenciosas, o que aumenta o risco de complicações.

    5. O que fazer durante uma crise?

    Consumir carboidratos de rápida absorção, como suco, refrigerante comum, açúcar ou mel. Depois, repetir a glicemia em 15 minutos e reforçar a alimentação com carboidrato e proteína.

    6. Quando a hipoglicemia é considerada grave?

    Quando causa perda de consciência, convulsões ou incapacidade de se alimentar sozinho. Nessas situações, pode ser necessário glucagon injetável ou atendimento hospitalar.

    7. Como prevenir novos episódios?

    Monitorar a glicemia com frequência, ajustar medicamentos com orientação médica, evitar jejum prolongado, manter alimentação regular e reconhecer os sintomas logo no início.

    Leia também: Sintomas silenciosos do diabetes: atenção aos sinais que podem passar despercebidos

  • Alergia à poeira doméstica: por que acontece e como aliviar os sintomas?

    Alergia à poeira doméstica: por que acontece e como aliviar os sintomas?

    Se você é alérgico à poeira, sabe como ela pode atrapalhar o dia a dia: espirros, tosse e nariz entupido costumam aparecer — principalmente durante a faxina. A poeira acumulada em móveis, cortinas, roupas de cama e até no ar carrega ácaros, fungos, restos de pele e outros microrganismos que irritam o sistema respiratório e podem desencadear crises de rinite, asma ou dermatite.

    Com alguns cuidados simples é possível reduzir os sintomas e ganhar qualidade de vida. Entenda!

    Por que a poeira doméstica causa alergia?

    A “poeira” não é só o pó visível: trata-se de uma mistura de partículas microscópicas, como:

    • Restos de pele humana e de animais;
    • Fragmentos de insetos (ex.: baratas);
    • Esporos de mofo;
    • Poluentes que entram pelas janelas;
    • Ácaros e seus resíduos (fezes e partes do corpo).

    Segundo a alergista e imunologista Brianna Nicoletti, em pessoas predispostas essa exposição ativa uma resposta IgE-mediada. O organismo libera histamina, gerando inflamação nas mucosas do nariz, garganta e olhos; casos mais intensos alcançam os brônquios e agravam a asma.

    Qual o papel dos ácaros na alergia à poeira?

    Os ácaros são os maiores vilões. As proteínas de suas fezes e dos próprios corpos são potentes alérgenos. Eles penetram e se acumulam em:

    • Tapetes e carpetes;
    • Cortinas grossas;
    • Sofás e estofados;
    • Colchões e travesseiros.

    Ambientes quentes e úmidos favorecem sua proliferação (≈20–25 °C e umidade > 60%). Com o tempo, esses locais viram “reservatórios”, dificultando o controle.

    Sintomas mais comuns de alergia a poeira

    • Espirros em sequência (frequentes ao acordar);
    • Nariz entupido ou coriza clara;
    • Coceira em nariz, garganta e olhos;
    • Olhos vermelhos e lacrimejando;
    • Tosse seca persistente;
    • Chiado e falta de ar em asmáticos;
    • Lesões de pele em quem tem dermatite atópica sensível a ácaros.

    Atenção: se os sintomas durarem > 2 semanas, forem recorrentes em faxinas/troca de roupa de cama/lugares fechados, procure avaliação médica.

    Cuidados domésticos para reduzir poeira e ácaros

    Limpeza adequada

    • Use pano levemente úmido ou aspirador com filtro HEPA (evite varrer a seco);
    • Aspire sofás, poltronas, colchões e cantos com regularidade.

    Controle da umidade

    • Mantenha a umidade entre 40% e 50% (ventile a casa diariamente);
    • Conserte infiltrações e trate mofo em paredes/teto.

    Redução de reservatórios de poeira

    • Prefira superfícies lisas e fáceis de limpar;
    • Troque tapetes felpudos, cortinas pesadas e bichos de pelúcia por alternativas laváveis.

    Higienização da roupa de cama

    • Lave lençóis e fronhas semanalmente em água quente (≥ 54 °C);
    • Evite colchões/travesseiros muito antigos e enchimentos naturais (penas/lã);
    • Faça trocas regulares da roupa de cama.

    Capas antiácaro

    Capas para colchões e travesseiros, com trama fechada, funcionam como barreira física e reduzem sintomas, especialmente em rinite/asma frequentes.

    Purificadores de ar ajudam?

    Sim, com ressalvas. Modelos com HEPA reduzem partículas suspensas (benefício mais notável em quartos fechados). Não substituem a limpeza nem o controle de umidade e o efeito clínico é modesto. Evite ionizadores/ozonizadores (irritantes).

    Confira: 5 causas de alergia dentro de casa e o que fazer para evitar

    Como é feito o tratamento da alergia a poeira?

    • Anti-histamínicos: aliviam espirros e coceira;
    • Corticoides nasais: reduzem inflamação;
    • Broncodilatadores: em asma, para abrir as vias aéreas;
    • Imunoterapia (dessensibilização): microdoses do alérgeno por injeções ou via sublingual, conforme indicação médica.

    O plano terapêutico deve ser individualizado, considerando histórico, intensidade dos sintomas e condições associadas (rinite, asma, dermatite).

    Perguntas frequentes sobre alergia a poeira doméstica

    1. O que são ácaros?

    São microrganismos que vivem em colchões, travesseiros, tapetes e estofados, alimentando-se de restos de pele. Suas fezes e fragmentos provocam resposta inflamatória intensa em pessoas sensíveis.

    2. Crianças têm mais risco?

    Sim. O sistema imune ainda está em desenvolvimento e a exposição é maior (brincadeiras no chão, pelúcias, objetos na boca). Reforce limpeza e ventilação dos quartos.

    3. Como diferenciar alergia de resfriado?

    Resfriado (vírus) dura 7–10 dias e pode ter febre/secreção amarelada. Alergia pode durar semanas/meses, com coriza clara, espirros em salva, coceira e sem febre.

    4. Qual aspirador é melhor?

    Com HEPA (retém até 99,97% das partículas < 0,3 μm). Aspiradores comuns podem devolver partículas finas ao ar e piorar sintomas.

    5. Existe cura definitiva?

    Não para a predisposição genética, mas é possível controlar muito bem os sintomas com medidas ambientais, medicamentos e, em alguns casos, imunoterapia.

    6. Como manter os sintomas sob controle?

    • Ventile a casa diariamente;
    • Aspire 2x/semana com HEPA e passe pano úmido;
    • Controle a umidade (desumidificadores quando preciso);
    • Lave roupa de cama semanalmente em água quente;
    • Use capas antiácaro e evite acumuladores de poeira;
    • Faça lavagem nasal diária com soro fisiológico.

    7. Por que piora à noite?

    Colchões, travesseiros e roupas de cama concentram ácaros; o contato prolongado durante o sono intensifica espirros, obstrução e tosse.

    8. Máscara ajuda em ambientes empoeirados?

    Sim. Máscaras com filtro (PFF2/N95) reduzem a inalação de poeira/ácaros durante faxinas, mudanças e locais com muita poeira ou poluição.

    Leia mais: Vacina para alergia: entenda como funciona a imunoterapia