Categoria: Doenças & Condições

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  • Anemia carencial: o que acontece quando faltam nutrientes no sangue 

    Anemia carencial: o que acontece quando faltam nutrientes no sangue 

    Cansaço sem explicação, palidez e tontura são sinais comuns da anemia, uma condição que reduz a capacidade do sangue de levar oxigênio ao corpo. Em muitos casos, o problema tem origem simples, mas impacta profundamente a saúde — trata-se da anemia carencial, causada pela falta de nutrientes essenciais.

    Ela é mais frequente em crianças pequenas, mulheres em idade fértil e gestantes, e pode provocar consequências sérias, como fraqueza intensa, dificuldades na gravidez, atraso no crescimento infantil e até problemas de memória e aprendizado.

    O que é anemia

    A anemia acontece quando o sangue tem menos glóbulos vermelhos ou hemoglobina do que o normal.

    A hemoglobina é a proteína que dá a cor vermelha ao sangue e transporta oxigênio para todas as partes do corpo. Quando ela está baixa, os tecidos não recebem oxigênio suficiente, e o organismo começa a dar sinais de alerta.

    O que é anemia carencial

    A anemia carencial ocorre quando falta algum nutriente essencial para a produção de glóbulos vermelhos. Os principais são:

    • Ferro;
    • Vitamina B12;
    • Ácido fólico (vitamina B9).

    Cada tipo tem causas, sintomas e tratamentos diferentes, mas todas têm em comum a redução da oxigenação do corpo.

    Tipos de anemia carencial

    1. Anemia ferropriva (falta de ferro)

    É o tipo mais comum de anemia no mundo. O ferro é indispensável para formar a hemoglobina — sem ele, o sangue não consegue transportar oxigênio adequadamente.

    Causas mais comuns:

    • Dieta pobre em ferro: como em casos de desnutrição ou vegetarianismo sem orientação;
    • Perdas de sangue: menstruação intensa, sangramentos no estômago ou intestino;
    • Gravidez e crescimento infantil: maior demanda de ferro;
    • Má absorção intestinal: em doenças como gastrite atrófica, doença celíaca ou após cirurgia bariátrica.

    Sintomas:

    • Palidez;
    • Cansaço e fraqueza;
    • Tontura e dor de cabeça;
    • Alterações nas unhas (em formato de colher);
    • Inflamação nos cantos da boca.

    2. Anemia por deficiência de vitamina B12

    A vitamina B12 é encontrada apenas em alimentos de origem animal (carne, ovos, leite, fígado). Ela é fundamental para a formação do DNA das células do sangue e para o bom funcionamento do sistema nervoso.

    Causas mais comuns:

    • Dieta sem produtos animais: veganismo sem suplementação adequada;
    • Problemas de absorção: gastrite atrófica, cirurgia bariátrica ou anemia perniciosa, doença autoimune;
    • Envelhecimento: idosos têm menor acidez estomacal e absorvem menos vitamina B12.

    Sintomas:

    • Palidez e cansaço;
    • Dormência ou formigamento em mãos e pés;
    • Alterações de memória e humor;
    • Língua lisa e dolorida.

    3. Anemia por deficiência de ácido fólico (vitamina B9)

    O ácido fólico, ou folato, é encontrado em vegetais verde-escuros, feijões, frutas cítricas e cereais fortificados. Assim como a B12, ele é importante para a formação do DNA e das células do sangue.

    A falta é mais comum em:

    • Gestantes (maior necessidade de folato durante a gravidez);
    • Pessoas com dieta pobre em verduras e legumes;
    • Quem consome álcool em excesso.

    Sintomas:

    • Palidez, cansaço e falta de ar;
    • Irritabilidade;
    • Em gestantes, aumenta o risco de malformações do tubo neural nos bebês.

    Como é feito o diagnóstico

    O exame mais comum para detectar anemia é o hemograma, que mostra:

    • Nível de hemoglobina;
    • Número e tamanho dos glóbulos vermelhos;
    • Alterações que indicam qual nutriente pode estar em falta.

    Outros exames complementares ajudam a confirmar o tipo de deficiência:

    • Ferritina: mede as reservas de ferro no corpo;
    • Vitamina B12 e ácido fólico: avaliam os níveis dessas vitaminas no sangue.

    Tratamento da anemia carencial

    O tratamento depende do nutriente em falta:

    • Ferro: suplementação oral com comprimidos ou, nos casos graves, aplicação intravenosa;
    • Vitamina B12: suplementação oral ou por injeções, conforme a causa;
    • Ácido fólico (B9): comprimidos diários de suplementação.

    Além disso, é essencial tratar a causa da deficiência, como sangramentos, problemas de absorção intestinal ou dieta inadequada.

    Leia mais: Deficiências nutricionais em adultos: aprenda a identificar sinais no dia a dia e prevenir riscos

    Como prevenir a anemia carencial

    A boa notícia é que a maioria dos casos pode ser evitada com alimentação equilibrada:

    • Fontes de ferro: carnes, feijão, lentilha e folhas verdes;
    • Fontes de vitamina B12: carnes, ovos e leite;
    • Fontes de folato: verduras, frutas cítricas e leguminosas.

    Outras recomendações importantes:

    • Gestantes devem receber suplementação de ferro e ácido fólico conforme orientação médica;
    • Pessoas veganas precisam suplementar vitamina B12 obrigatoriamente.

    Confira: Vitamina B12: o que é, para que serve e como identificar carência ou excesso

    Perguntas frequentes sobre anemia carencial

    1. A anemia carencial é grave?

    Depende do grau e da causa. Quando tratada precocemente, tem boa recuperação, mas, sem tratamento, pode causar complicações sérias.

    2. É possível ter anemia mesmo comendo bem?

    Sim. Problemas de absorção intestinal, cirurgias ou doenças crônicas podem dificultar o aproveitamento dos nutrientes.

    3. Qual é o exame que detecta anemia?

    O hemograma é o principal exame, mas pode ser complementado com dosagens de ferro, ferritina, B12 e ácido fólico.

    4. A anemia causa tontura e falta de ar?

    Sim. A falta de oxigênio nos tecidos faz o corpo trabalhar mais, o que pode causar cansaço, tontura e falta de ar.

    5. Crianças podem ter anemia carencial?

    Sim. É comum em crianças pequenas devido ao rápido crescimento e à necessidade aumentada de ferro.

    6. Vegetarianos sempre têm anemia?

    Não necessariamente. Com uma dieta bem planejada e suplementação de vitamina B12, é possível evitar deficiências.

    Leia também: Delivery saudável: nutricionista dá dicas para escolher bem

  • Infecção urinária: sintomas, causas e tratamento 

    Infecção urinária: sintomas, causas e tratamento 

    Uma ardência toda vez que vai ao banheiro, uma vontade constante de urinar mesmo com a bexiga quase vazia e aquela sensação incômoda de que algo não vai bem é um sinal de alerta. Esses são alguns dos sintomas mais comuns da infecção urinária, uma condição que afeta milhões de pessoas todos os anos e que, embora seja tratável, pode se tornar grave se não for identificada a tempo.

    Mais frequente em mulheres, mas também presente em homens, idosos e crianças, a infecção do trato urinário (ITU) ocorre quando bactérias indesejadas invadem o sistema urinário.

    O problema pode atingir diferentes partes do corpo — da bexiga aos rins — e exige atenção médica para evitar complicações. Com diagnóstico correto e alguns cuidados, dá para tratar e até prevenir novos episódios.

    O que é infecção urinária

    A infecção do trato urinário acontece quando microrganismos — principalmente bactérias — invadem o sistema urinário, que inclui uretra, bexiga, rins e próstata.

    É uma das infecções mais comuns na prática médica e pode variar de quadros leves a infecções graves, dependendo da região afetada.

    Tipos de infecção urinária

    As infecções urinárias são divididas em dois grandes grupos:

    • Trato urinário baixo: inclui cistites (bexiga), uretrites (uretra) e prostatites (próstata);
    • Trato urinário alto: envolve pielonefrites (infecções nos rins) e abscessos ao redor dos rins.

    Quem tem mais risco de infecção urinária

    A infecção urinária pode afetar qualquer pessoa, mas é mais frequente em alguns grupos:

    • Mulheres jovens: quase 50% terão ao menos um episódio de ITU ao longo da vida. Isso ocorre por causa da uretra curta e da proximidade com a região genital;
    • Idosos: têm risco aumentado, especialmente se usam sondas urinárias ou apresentam alterações anatômicas;
    • Gestantes: as mudanças hormonais e anatômicas durante a gravidez favorecem o surgimento da infecção;
    • Crianças: até 1 ano de idade, é mais comum em meninos por malformações congênitas. Depois, passa a ser mais frequente em meninas;
    • Pessoas com cateteres urinários: o uso prolongado de sondas vesicais facilita a entrada de microrganismos.

    Como a infecção acontece

    Na maioria dos casos, a bactéria Escherichia coli — que vive naturalmente no intestino — é a principal responsável. Ela pode migrar da região anal para a uretra, subir até a bexiga e, em casos mais graves, alcançar os rins.

    Outros microrganismos também podem causar infecção urinária, principalmente em quem usa cateteres ou tem obstruções no trato urinário.

    Sintomas da infecção urinária

    Os sinais variam conforme a região afetada:

    Infecção do Trato Urinário baixa (cistite)

    • Ardência ou dor ao urinar;
    • Vontade de urinar várias vezes;
    • Urgência para urinar;
    • Dor na parte baixa do abdômen;
    • Urina com sangue em alguns casos.

    Infecção do Trato Urinário alta (pielonefrite)

    • Febre alta;
    • Calafrios;
    • Dor nas costas ou na lombar;
    • Náuseas e vômitos;
    • Pode ocorrer junto com sintomas de cistite.

    Em crianças

    A dor abdominal pode ser o principal sintoma.

    Em pessoas com cateteres

    A infecção pode ser assintomática ou apresentar sinais discretos, como febre sem causa aparente, urina turva ou queda no estado geral.

    Diagnóstico da infecção urinária

    O diagnóstico é feito pelo médico com base em sinais, sintomas e exames de urina:

    • Urina tipo I e fita reagente (dipstick): mostram aumento de leucócitos, nitrito positivo e presença de bactérias;
    • Urocultura: confirma a infecção e identifica qual bactéria está causando o problema;
    • Antibiograma: mostra a quais antibióticos a bactéria é sensível, garantindo melhor resposta ao tratamento.

    Em casos complicados ou de repetição, podem ser solicitados exames de imagem, como ultrassom ou tomografia.

    Tratamento da infecção urinária

    A base do tratamento é o uso de antibióticos, escolhidos de acordo com cada caso e com o resultado dos exames.

    • Em infecções leves ou não complicadas, o tratamento pode ser feito em casa, com melhora dos sintomas em até 48 horas;
    • Se não houver melhora, ou se os sintomas forem graves, pode ser necessária internação hospitalar, especialmente em pielonefrites complicadas;
    • Em pacientes com cateteres, é essencial retirar ou trocar o dispositivo, além de tratar com antibióticos.

    Quando não tratar

    Existe uma condição chamada bacteriúria assintomática, em que há bactérias na urina, mas sem sintomas. Nesses casos, o tratamento geralmente não é necessário, exceto em situações especiais, como:

    • Gestantes;
    • Antes de cirurgias urológicas;
    • Pacientes com imunidade muito baixa;
    • Transplantados recentes.

    Como prevenir a infecção urinária

    Alguns hábitos ajudam a reduzir o risco de infecção urinária, principalmente em mulheres com episódios recorrentes:

    • Beber bastante líquido;
    • Urinar com frequência e não segurar a urina;
    • Urinar logo após a relação sexual;
    • Evitar espermicidas como método contraceptivo;
    • Manter boa higiene íntima, lavando sempre de frente para trás;
    • Evitar o uso desnecessário de sondas urinárias.

    Em casos de infecções repetidas, o médico pode indicar antibióticos em doses preventivas ou estratégias comportamentais específicas.

    Leia mais: Delivery saudável: nutricionista dá dicas para escolher bem

    Perguntas frequentes sobre infecção urinária

    1. Infecção urinária passa de uma pessoa para outra?

    Não. A infecção urinária não é contagiosa, mas pode surgir após relações sexuais devido à contaminação local.

    2. Beber muita água ajuda a curar a infecção?

    A hidratação ajuda a eliminar bactérias pela urina e aliviar sintomas, mas não substitui o uso de antibióticos.

    3. Posso tratar infecção urinária com remédio natural?

    Não é recomendado. Somente antibióticos indicados pelo médico tratam efetivamente a infecção.

    4. Toda dor ao urinar é infecção urinária?

    Nem sempre. Outras condições, como cálculos renais ou irritações vaginais, podem causar sintomas parecidos.

    5. Infecção urinária pode causar febre?

    Sim, especialmente nas pielonefrites (infecção nos rins), que costumam provocar febre alta e dor nas costas.

    6. É normal a infecção urinária voltar com frequência?

    Reinfecções são comuns, principalmente em mulheres. O médico pode investigar fatores anatômicos ou comportamentais e indicar tratamento preventivo.

    7. Como saber se a infecção urinária chegou aos rins?

    Quando há febre alta, calafrios e dor lombar intensa, é sinal de que a infecção pode ter atingido os rins. Nesse caso, procure atendimento médico imediato.

    Veja também: Pedra nos rins (cálculo renal): quando os sintomas preocupam e como se prevenir

  • Hirsutismo: saiba mais sobre a condição que causa excesso de pelos em mulheres

    Hirsutismo: saiba mais sobre a condição que causa excesso de pelos em mulheres

    Encontrar pelos escuros no queixo, abdômen ou peito pode ser motivo de preocupação, especialmente quando eles aparecem em locais típicos de crescimento masculino. Esse quadro tem nome: hirsutismo.

    Embora muitas pessoas o associem apenas à estética, o hirsutismo é, na verdade, um sinal clínico que pode indicar alterações hormonais nas mulheres e merece avaliação médica. Entenda o que está por trás do problema, como é feito o diagnóstico e quais são os meios de fazer o tratamento.

    O que é hirsutismo

    O hirsutismo é o crescimento de pelos grossos e escuros (pelos terminais) em mulheres, em áreas onde normalmente os homens têm pelos, como:

    • Face;
    • Tórax;
    • Linha do abdômen;
    • Costas e região lombar;
    • Glúteos;
    • Parte interna das coxas;
    • Região genital externa.

    É diferente da hipertricose, em que o aumento de pelos ocorre de forma difusa e sem seguir o padrão masculino.

    Por que o hirsutismo acontece

    O hirsutismo está ligado à ação de hormônios androgênios (como a testosterona), que estimulam o folículo piloso e transformam o pelo fino e claro (velo) em um pelo grosso, escuro e longo.

    Essa resposta varia de pessoa para pessoa e depende de dois fatores:

    • Quantidade de androgênios circulantes no corpo;
    • Sensibilidade dos folículos a esses hormônios.

    Por isso, mulheres diferentes podem ter graus distintos de hirsutismo mesmo com níveis hormonais parecidos.

    Além disso, fatores étnicos influenciam: mulheres de ascendência mediterrânea, por exemplo, tendem a ter maior predisposição.

    O hirsutismo é uma doença?

    Não necessariamente. O hirsutismo não é uma doença, mas sim um sinal clínico que pode aparecer isoladamente ou estar relacionado a diferentes condições.

    As principais causas são:

    • Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP): é a causa mais comum, associada a alterações hormonais, ovulação irregular e resistência à insulina;
    • Hiperandrogenismo idiopático: leve excesso de hormônios androgênios mesmo com ciclos menstruais normais;
    • Hirsutismo idiopático: sem alteração hormonal, mas com folículos mais sensíveis;
    • Hipotireoidismo: pode aumentar a disponibilidade de testosterona no corpo;
    • Hiperplasia adrenal congênita (forma não clássica): alteração genética que interfere na produção hormonal;
    • Síndrome de Cushing ou tumores produtores de androgênios (ovarianos ou adrenais): causas raras, mas importantes;
    • Medicamentos: como esteroides anabolizantes, anticonvulsivantes, corticoides, antidepressivos e alguns antipsicóticos.

    Diagnóstico de hirsutismo

    O diagnóstico começa com uma avaliação clínica detalhada e exame físico. Um dos métodos mais usados é a escala de Ferriman-Gallwey, que atribui pontuações de 0 a 4 para o crescimento de pelos em nove áreas do corpo.

    O médico também pode solicitar:

    • Exames hormonais (como testosterona e outros androgênios);
    • Exames de imagem, para investigar ovários e glândulas adrenais;
    • Avaliação da função da tireoide.

    Esses exames ajudam a descobrir se o hirsutismo é isolado ou faz parte de uma condição hormonal.

    Leia também: Endometriose: o que é, principais sintomas e tratamentos

    Tratamento do hirsutismo

    O tratamento depende da causa identificada e pode envolver:

    1. Tratamento da causa de base

    Quando há uma condição associada — como a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP) ou hipotireoidismo —, o tratamento adequado ajuda a controlar o excesso de pelos.

    2. Medidas cosméticas

    Métodos como depilação com lâmina, cera ou cremes depilatórios são opções simples. Já técnicas mais duradouras, como laser e luz pulsada, podem oferecer resultados mais permanentes.

    3. Tratamento com remédios

    Em alguns casos, o médico pode indicar remédios que reduzem a produção ou a ação dos hormônios androgênios. Esses tratamentos exigem acompanhamento médico e podem levar meses para apresentar resultados visíveis.

    O acompanhamento deve ser feito com dermatologista ou ginecologista, que definirão a melhor estratégia de acordo com o quadro de cada paciente.

    Perguntas frequentes sobre hirsutismo

    1. Hirsutismo é o mesmo que ter muitos pelos?

    Não. O hirsutismo é o crescimento de pelos grossos e escuros em áreas típicas masculinas. Já a hipertricose é o aumento difuso de pelos em qualquer parte do corpo.

    2. O excesso de pelos sempre indica doença?

    Nem sempre. Pode ser apenas uma característica genética, mas deve ser avaliado para descartar alterações hormonais.

    3. Laser e luz pulsada eliminam o problema?

    Essas técnicas reduzem o crescimento dos pelos, mas, se a causa for hormonal, o tratamento precisa ser combinado com acompanhamento médico.

    4. O hirsutismo tem cura?

    Depende da causa. Quando está ligado a fatores hormonais controláveis, como SOP, o quadro pode melhorar bastante com tratamento.

    5. Pílula anticoncepcional ajuda?

    Alguns anticoncepcionais podem reduzir os níveis de androgênios e, portanto, ajudar no controle dos pelos. Mas o uso deve ser prescrito por um médico.

    6. É possível tratar em casa?

    Não. Embora medidas cosméticas ajudem no controle estético, o diagnóstico e o tratamento das causas exigem acompanhamento profissional.

    Confira: Sinais de ovulação: descubra como o corpo mostra que você está no período fértil

  • Prisão de ventre: o que fazer quando o intestino trava

    Prisão de ventre: o que fazer quando o intestino trava

    Ir ao banheiro deveria ser algo natural — mas para muitas pessoas, é uma verdadeira batalha. A constipação intestinal, ou prisão de ventre, é um problema que afeta milhões de brasileiros e interfere na qualidade de vida.

    Ela acontece quando evacuar se torna difícil, infrequente ou a evacuação é incompleta, com aquela sensação de que o intestino não esvaziou por completo. Embora seja comum, não deve ser ignorada, pois pode ter várias causas e, em alguns casos, sinalizar doenças que precisam de tratamento.

    O que é prisão de ventre

    Os médicos consideram que existe constipação intestinal (prisão de ventre) quando, por pelo menos três meses seguidos, a pessoa apresenta dois ou mais dos seguintes sinais:

    • Menos de três evacuações por semana;
    • Fezes muito ressecadas e duras;
    • Esforço exagerado para evacuar;
    • Sensação de evacuação incompleta;
    • Sensação de “entupimento” na saída;
    • Necessidade de usar laxantes ou até manobras com as mãos para facilitar a evacuação.

    Tipos de prisão de ventre

    Constipação funcional

    É a mais comum. Não está ligada a uma doença específica, mas a hábitos de vida inadequados, como alimentação pobre em fibras, baixo consumo de líquidos, sedentarismo ou idade avançada.

    Ela se divide em três subtipos:

    • Trânsito normal: o intestino funciona, mas evacuar é difícil — geralmente melhora com fibras ou laxantes leves;
    • Trânsito lento: o intestino demora muito a movimentar as fezes;
    • Evacuação obstruída: o intestino produz as fezes, mas há dificuldade na saída.

    Constipação secundária

    Ocorre quando há uma causa definida, como alterações ou lesões no intestino, uso de certos medicamentos (como analgésicos opioides), doenças neurológicas (Parkinson, AVC, doença de Chagas) ou alterações hormonais e metabólicas, como diabetes e hipotireoidismo.

    Quem tem maior risco

    A prisão de ventre pode afetar qualquer pessoa, mas é mais frequente em:

    • Idosos, que têm maior risco de complicações;
    • Mulheres;
    • Pessoas que ingerem pouca água e fibras;
    • Sedentários;
    • Gestantes.

    Principais causas de prisão de ventre

    As causas se dividem em dois grandes grupos:

    • Funcionais: dieta pobre em fibras, falta de atividade física, postura incorreta no vaso sanitário, perda do reflexo de evacuação e abuso de laxantes;
    • Secundárias: tumores, prolapso retal, efeitos colaterais de medicamentos, doenças neurológicas e musculares, diabetes e hipotireoidismo.

    Como é feito o diagnóstico

    O diagnóstico começa com uma conversa detalhada com o médico, que avalia a frequência das evacuações, o uso de remédios, a presença de outras doenças e os hábitos de vida.

    Depois, podem ser realizados exames físicos e complementares, como:

    • Exames de sangue e fezes;
    • Exames de imagem (raio X, colonoscopia ou enema opaco, quando necessário);
    • Testes de funcionamento intestinal, como tempo de trânsito intestinal, manometria e defecografia.

    Esses exames ajudam a diferenciar entre constipação funcional e causas mais complexas.

    Tratamento da prisão de ventre

    Na maioria dos casos, mudanças simples no estilo de vida já trazem alívio significativo:

    • Aumentar o consumo de fibras (frutas, verduras, legumes e cereais integrais);
    • Beber água ao longo do dia;
    • Praticar atividade física regularmente;
    • Criar uma rotina para ir ao banheiro, respeitando os sinais do corpo.

    Quando necessário, o médico pode indicar laxantes ou outros medicamentos para auxiliar na evacuação, sempre com acompanhamento profissional, já que o uso prolongado pode piorar o problema.

    Quando procurar o médico

    Procure ajuda médica se a prisão de ventre for persistente, se houver sangue nas fezes, perda de peso inexplicada, dor abdominal intensa ou alterações súbitas no funcionamento intestinal. Esses podem ser sinais de doenças que exigem investigação.

    Confira: Como montar um prato saudável em buffets? Veja algumas dicas

    Perguntas frequentes sobre prisão de ventre

    1. É normal evacuar só a cada dois ou três dias?

    Depende. Algumas pessoas têm ritmo intestinal naturalmente mais lento, mas se houver esforço, dor ou sensação de evacuação incompleta, pode indicar constipação.

    2. Laxantes podem ser usados todos os dias?

    Não. O uso contínuo pode tornar o intestino “preguiçoso”. Use apenas sob orientação médica.

    3. Água e fibras resolvem sempre?

    Na maioria dos casos, sim. A hidratação e uma dieta rica em fibras ajudam a regular o trânsito intestinal.

    4. Quais frutas ajudam a soltar o intestino?

    Mamão, ameixa, laranja com bagaço, abacate e kiwi são boas opções.

    5. É verdade que o café ajuda a ir ao banheiro?

    Em algumas pessoas, sim. A cafeína pode estimular o movimento intestinal, mas não deve ser usada como tratamento.

    6. A prisão de ventre pode causar hemorroidas?

    Sim. O esforço repetido para evacuar aumenta a pressão nas veias do reto, o que favorece o surgimento de hemorroidas.

    Leia também: 10 alimentos ricos em fibras para regular o intestino

  • Metástase: o que é, sintomas, como surge e se tem cura

    Metástase: o que é, sintomas, como surge e se tem cura

    Você já ouviu falar em metástase? O diagnóstico pode trazer um sentimento de insegurança e incerteza, especialmente em pacientes que estão em tratamento de câncer, mas entender como ela acontece é fundamental para enfrentar o momento com mais clareza.

    De maneira simples, a metástase indica um estágio crítico no desenvolvimento e progressão do câncer, e acontece quando células de um tumor maligno que surgiu em um local específico do corpo se disseminam para outras partes do corpo, como fígado, pulmão, ossos ou cérebro.

    Nesses casos, o tratamento precisa ser mais individualizado, levando em conta tanto o tipo de câncer inicial quanto os órgãos atingidos. O objetivo é controlar a doença, aliviar os sintomas e oferecer a melhor qualidade de vida possível. Entenda mais, a seguir.

    Afinal, o que é metástase?

    A metástase ocorre quando células cancerígenas se desprendem do tumor primário e se espalham para outras regiões do corpo. De acordo com o oncologista Thiago Chadid, o deslocamento normalmente ocorre pela corrente sanguínea ou pelo sistema linfático, atingindo órgãos como fígado, pulmão, ossos ou cérebro.

    Vale destacar que nem todo tumor causa metástase – e é uma capacidade apenas do câncer maligno, que consegue invadir tecidos vizinhos e se espalhar pelo corpo. Tumores benignos, por outro lado, costumam ter células mais organizadas e um crescimento mais lento. Isso significa que, quando um câncer atinge a fase metastática, novas lesões tumorais passam a surgir em locais diferentes do tumor inicial.

    Como acontece a metástase no organismo?

    Segundo o Ministério da Saúde, a metástase acontece quando células cancerígenas se desprendem do tumor principal e conseguem acessar a circulação sanguínea, a linfa ou até cavidades do corpo, como a pleural e a peritoneal. A partir daí, elas encontram novos locais para se instalar e formar outros tumores.

    De acordo com Thiago, existem três principais formas de disseminação:

    • Pelo sangue (via hematogênica): a mais comum, em que células tumorais caem na corrente sanguínea e atingem órgãos distantes;
    • Pelo sistema linfático: células invadem vasos linfáticos e alcançam linfonodos próximos ou distantes;
    • Por disseminação celômica: mais rara, ocorre na cavidade abdominal, causando o chamado carcinoma peritoneal.

    Além disso, no caso do câncer de pulmão, pode ocorrer uma disseminação aérea, em que células tumorais se espalham pelas vias respiratórias, afetando outras áreas do próprio pulmão.

    Quais órgãos são mais atingidos pela metástase?

    As metástases podem surgir em qualquer local do corpo, no entanto, alguns locais tendem a ser mais comuns. De acordo com Thiago, existe um fenômeno chamado tropismo, que é a tendência de determinados tumores crescerem melhor em ambientes específicos.

    O oncologista e o Ministério da Saúde destacam os seguintes padrões:

    Tipos de câncer Órgãos mais comuns de metástase
    Câncer de mama Linfonodos, fígado, ossos e pulmões
    Câncer de pulmão Linfonodos, pulmão, glândulas suprarrenais, fígado, ossos e cérebro
    Câncer de estômago Linfonodos, fígado e peritônio
    Câncer de intestino (cólon e reto) Linfonodos, fígado, peritônio e, em alguns casos, pulmão
    Câncer de próstata Linfonodos e ossos
    Câncer de tireoide Pulmão e ossos
    Melanoma Fígado e cérebro
    Sarcoma Pulmões

    Quais os sintomas da metástase?

    Os sintomas de uma metástase variam de acordo com o órgão afetado. Muitas vezes, o paciente só descobre a metástase quando realiza exames de rotina ou quando o câncer apresenta sinais mais agressivos.

    Entre alguns dos sinais de alerta, é possível apontar:

    • Metástase óssea: dores intensas nas costas e pescoço, ossos fragilizados, compressão da medula, dificuldade de urinar;
    • Metástase cerebral: dores de cabeça, convulsões, sonolência, vômitos, alterações neurológicas e dificuldade de fala ou visão;
    • Metástase pulmonar: falta de ar, tosse persistente, dor torácica, chiado no pulmão, sangue no catarro, rouquidão;
    • Metástase no fígado: perda de apetite, emagrecimento, icterícia (pele e olhos amarelados), dor abdominal, febre, náuseas e vômitos.

    Se você já tratou um câncer e notar algum dos sintomas, isso não significa necessariamente que tenha metástase. Ainda assim, procure o médico rapidamente para investigar e, se houver confirmação, receber a orientação sobre o tratamento mais adequado.

    Como é feito o diagnóstico de metástase?

    O diagnóstico de metástase envolve uma combinação de exames clínicos, laboratoriais e de imagem. Tomografia, ressonância magnética e PET-CT, por exemplo, ajudam a identificar novos focos tumorais no corpo, mas a confirmação definitiva vem da biópsia, onde uma amostra do tecido suspeito é analisada em laboratório.

    O oncologista Thiago Chadid explica que, por meio da análise histológica e molecular, é possível determinar se a célula encontrada pertence a um tumor já existente (ou seja, uma metástase) ou se ela se trata de um novo câncer primário.

    Veja mais: Exames de rotina para prevenir câncer: conheça os principais

    Quais são os tratamentos para a metástase?

    O tratamento da metástase depende do tipo de câncer que deu origem ao tumor. Mesmo quando a doença se espalha para outros órgãos, a escolha do tratamento leva em conta o local onde começou. Normalmente, são usados medicamentos como quimioterapia, hormonioterapia, imunoterapia ou terapias-alvo.

    Em alguns casos, pode ser feita uma cirurgia para retirar metástases localizadas. Já a radioterapia é usada, na maioria das vezes, para controlar sintomas, como dor ou sangramento, mas em certas situações também pode ser indicada como tratamento do câncer com metástase.

    Metástase tem cura?

    Todo câncer metastático é considerado de estágio avançado, o que torna a cura mais difícil. Porém, como destaca Thiago, existem situações em que poucas metástases localizadas podem ser operadas ou tratadas.

    Além disso, o Ministério da Saúde ressalta que os avanços em quimioterapia, hormonioterapia, imunoterapia e drogas-alvo vêm permitindo controlar o câncer metastático por longos períodos. Nesses casos, mesmo sem falar em cura definitiva, o tratamento pode transformar a doença em algo crônico, possibilitando uma vida mais longa e com qualidade.

    É possível prevenir a metástase?

    A melhor forma de reduzir o risco de metástase é tratar o câncer o quanto antes. Quando diagnosticado precocemente, o tratamento pode incluir cirurgia associada a terapias complementares, como quimioterapia, radioterapia ou hormonioterapia. Elas têm como objetivo eliminar células tumorais que possam permanecer no organismo, evitando a recidiva da doença e o surgimento de metástases.

    Por fim, manter um estilo de vida saudável, com o controle de peso, alimentação equilibrada, prática regular de atividades físicas, não fumar e evitar o consumo excessivo de álcool, também ajuda na prevenção do câncer em si — e, consequentemente, da metástase.

    Confira: Imunoterapia: a estratégia que transforma o corpo em arma contra o câncer

    Perguntas frequentes sobre metástase

    1. A metástase pode surgir logo no início do câncer?

    Sim, o processo de metástase pode começar ainda em fases iniciais do câncer, quando algumas células já conseguem se desprender do tumor e viajar pela corrente sanguínea ou linfática. No entanto, isso acontece com maior frequência em estágios mais avançados.

    O que muda é que, no início, muitas vezes as células ainda não conseguem se instalar com sucesso em outros órgãos. Elas podem até circular, mas nem sempre encontram condições para crescer. Já em estágios avançados, a quantidade de células circulando aumenta e as chances de fixação em novos locais também.

    2. Metástase no fígado tem sintomas específicos?

    O fígado é um dos órgãos mais atingidos por metástases, especialmente em caso de câncer de mama, intestino ou pulmão. Quando isso acontece, o paciente pode apresentar sintomas como dor abdominal, pele e olhos amarelados (icterícia), perda de apetite, emagrecimento e fadiga intensa.

    No entanto, é importante ressaltar que muitas vezes a metástase hepática pode ser silenciosa, só sendo descoberta em exames de imagem de rotina. Por isso a importância do acompanhamento médico regular.

    3. Metástase no cérebro causa quais sintomas?

    Quando o câncer chega ao cérebro, os sintomas variam conforme a área afetada. O paciente pode apresentar dores de cabeça persistentes, convulsões, dificuldade de fala, alterações de visão, desequilíbrio, perda de memória ou até mudanças de comportamento.

    Os sinais muitas vezes podem ser confundidos com doenças neurológicas e, por isso, exames de imagem, como ressonância magnética, são fundamentais para esclarecer o diagnóstico.

    4. Uma cirurgia pode eliminar todas as metástases?

    Depende. Quando há poucas metástases em locais acessíveis, a cirurgia pode ser indicada e até oferecer chance de cura. Mas, na maioria das vezes, elas estão espalhadas por vários órgãos ou em áreas de difícil acesso, o que torna a cirurgia inviável. Nesses casos, o tratamento costuma ser feito com quimioterapia, hormonioterapia, imunoterapia ou terapias-alvo.

    5. Pacientes com metástase podem viver muitos anos?

    Apesar de a metástase indicar um estágio avançado de câncer, os avanços da medicina permitem que muitos pacientes vivam por longos períodos, mantendo a doença sob controle. Em diversos casos, o câncer metastático já é tratado como uma condição crônica, possibilitando anos de acompanhamento e estabilidade.

    O foco do tratamento não é apenas prolongar a vida, mas também garantir o bem-estar e a qualidade de vida. Com as terapias atuais, muitas pessoas conseguem continuar trabalhando, viajando, convivendo com a família e mantendo uma rotina próxima do normal.

    6. Metástase pode desaparecer sozinha?

    Não, uma vez instalada, a metástase não desaparece sem tratamento. O que pode acontecer é a doença ficar estável por longos períodos, sem crescimento significativo, especialmente em resposta a terapias eficazes.

    Em alguns casos, os exames mostram redução parcial do tamanho das metástases após tratamento, mas isso é resultado direto das intervenções médicas. Por isso, o acompanhamento contínuo é tão importante.

    Leia mais: Entenda a diferença entre tumor benigno e maligno

  • Energético faz mal à saúde? Cardiologista explica 

    Energético faz mal à saúde? Cardiologista explica 

    Coloridas e com embalagens chamativas, as bebidas energéticas prometem energia instantânea e disposição para enfrentar um dia puxado no trabalho, nas aulas ou até para prolongar a diversão em uma noite de festas.

    O efeito vem da combinação de altas doses de cafeína com outras substâncias estimulantes, como taurina, guaraná e ainda grandes quantidades de açúcar. Isso levanta um alerta importante: será que o consumo de energético faz mal à saúde?

    A resposta é sim! Quando consumidos em excesso ou com frequência, as bebidas podem trazer sérias consequências para a saúde, que vão desde arritmias cardíacas até alterações no humor, como aumento da ansiedade e, em alguns casos, quadros de depressão.

    Para entender melhor os impactos no coração e na saúde mental, conversamos com o cardiologista Giovanni Henrique Pinto. Confira!

    Afinal, do que é feito o energético?

    As bebidas energéticas são formuladas para estimular o sistema nervoso central, aumentando o estado de alerta e diminuindo a sensação de cansaço. Os ingredientes variam de marca para marca, mas em geral incluem:

    • Cafeína: principal estimulante, responsável pelo aumento da atenção e da energia;
    • Taurina: aminoácido que pode potencializar os efeitos da cafeína;
    • Glucuronolactona: substância que auxilia no metabolismo energético;
    • Extratos vegetais: como guaraná e ginseng, também estimulantes;
    • Açúcares ou adoçantes: para conferir sabor e energia extra;
    • Vitaminas do complexo B: envolvidas em processos metabólicos.

    De acordo com Giovanni, a cafeína é o componente com maior impacto cardiovascular. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) limita a concentração a 35 mg por 100 mL. Ou seja, uma lata de 250 mL pode conter quase 90 mg de cafeína, e algumas versões maiores ultrapassam os 200 mg.

    Energético faz mal à saúde? Veja os riscos

    O efeito imediato do energético até pode parecer positivo, afinal você consegue mais disposição, melhora na concentração e até um estímulo físico temporário. No entanto, a curto prazo, as bebidas podem acarretar uma série de consequências para a saúde. Giovanni aponta algumas delas:

    • Aumento da pressão arterial;
    • Frequência cardíaca acelerada;
    • Palpitações;
    • Ansiedade e tremores;
    • Insônia;
    • Alterações elétricas no coração, como o intervalo QT prolongado.

    Se o consumo for frequente ou em excesso, há um risco de arritmias graves, vasoespasmo (contração súbita e intensa da parede de um vaso sanguíneo) e até infarto em pessoas predispostas. Estudos mostram que, mesmo em indivíduos saudáveis, grandes doses podem causar sintomas desconfortáveis e até perigosos.

    Quem deve evitar o consumo de energéticos?

    O energético não é recomendado para os seguintes grupos:

    • Pessoas com doenças cardíacas, especialmente arritmias, QT longo, cardiomiopatias e doença coronariana instável;
    • Pessoas com hipertensão descontrolada, pois a cafeína pode elevar ainda mais a pressão;
    • Gestantes e lactantes;
    • Usuários de certos medicamentos, como descongestionantes, pré-treinos e substâncias estimulantes (pseudoefedrina, por exemplo).

    Crianças podem tomar energéticos?

    Crianças e adolescentes menores de 18 anos não devem tomar energéticos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria. Por ter menor peso corporal e metabolismo diferente, eles atingem rapidamente os limites seguros de cafeína por quilo.

    Segundo Giovanni, até pequenas doses podem causar sintomas incômodos, como insônia, agitação e palpitações.

    Inclusive, com a popularização dos energéticos para o público mais jovem, diversos países vêm adotando medidas restritivas. Em setembro de 2025, por exemplo, o governo do Reino Unido proibiu a venda de bebidas energéticas com mais de 150 mg de cafeína por litro para menores de 16 anos na Inglaterra.

    Segundo Giovanni, a proposta se apoia nas evidências de que as bebidas podem prejudicar o sono, o desempenho escolar, a saúde mental e até o coração dos jovens — além do marketing agressivo dirigido a esse público.

    “Em termos de saúde pública, é uma intervenção proporcional e coerente”, complementa o cardiologista.

    Pode misturar energético com álcool?

    Apesar de ser uma combinação comum em festas e baladas, o energético não deve ser misturado com álcool.

    Segundo Giovanni, o energético mascara a sensação de embriaguez, fazendo com que a pessoa beba mais sem perceber os efeitos do álcool. Isso aumenta a chance de intoxicação alcoólica, acidentes e comportamento de risco.

    Além disso, a soma dos efeitos pode resultar em:

    • Arritmias;
    • Crises hipertensivas;
    • Desmaios;
    • Eventos cardíacos graves, incluindo relatos fatais.

    Existe uma quantidade segura de consumo do energético?

    Para adultos saudáveis, diretrizes sugerem que até 400 mg de cafeína por dia (de todas as fontes, incluindo café, chá e refrigerante) podem ser tolerados. Uma dose única de até 200 mg também costuma ser considerada segura.

    No entanto, é preciso atenção:

    • Uma lata de energético pode variar de 80 mg a mais de 200 mg de cafeína;
    • Embalagens grandes podem conter duas ou mais porções, e muitas pessoas consomem tudo de uma vez.

    No caso de gestantes e lactantes, não há uma quantidade segura de energético, e o consumo não é recomendado, pois a cafeína e outras substâncias estimulantes presentes nessas bebidas podem ser prejudiciais ao bebê e à saúde materna.

    Sinais de alerta de que o energético está fazendo mal

    É importante reconhecer quando o organismo não está tolerando bem os energéticos. Por isso, fique atento aos seguintes sinais:

    • Palpitações ou “coração disparado”;
    • Dor no peito;
    • Falta de ar;
    • Tontura ou desmaio;
    • Ansiedade intensa;
    • Tremores;
    • Pressão muito alta;
    • Insônia persistente.

    Se houver dor torácica, batimentos irregulares ou perda de consciência, procure atendimento médico imediatamente.

    Confira: Doença coronariana: o que é, como identificar os sintomas e quais os tratamentos indicados

    Perguntas frequentes sobre se energético faz mal

    1. O que acontece no corpo logo após beber um energético?

    Quando você consome um energético, a cafeína é rapidamente absorvida no estômago e no intestino, atingindo a corrente sanguínea em cerca de 15 a 45 minutos.

    Nesse período, já é possível sentir o aumento da atenção, da disposição e da energia. A pressão arterial pode subir, o coração pode bater mais rápido e os níveis de adrenalina também aumentam.

    É por isso que muitas pessoas sentem uma “explosão de energia” quase imediata. No entanto, o efeito é temporário e, depois de algumas horas, pode surgir uma espécie de efeito rebote — quando o corpo fica cansado, irritado e até mais sonolento do que antes.

    2. Quanto tempo dura o efeito de um energético no organismo?

    O efeito estimulante da cafeína pode durar entre 4 e 6 horas, dependendo do metabolismo de cada pessoa. Já a meia-vida da cafeína (isto é, tempo que o corpo leva para eliminar metade da substância) varia de 3 a 7 horas em adultos saudáveis. Isso significa que, se você tomar um energético no fim da tarde, ainda pode ter dificuldade para dormir à noite.

    Em pessoas mais sensíveis ou em gestantes, esse tempo de eliminação é ainda maior, podendo ultrapassar 10 horas.

    3. Beber energético todos os dias é perigoso?

    O consumo diário de energético aumenta o risco de sobrecarga no sistema cardiovascular e de efeitos adversos cumulativos. De acordo com o cardiologista Giovanni Henrique Pinto, quem bebe energéticos frequentemente pode desenvolver palpitações, arritmias e pressão alta.

    Além disso, o organismo pode criar tolerância, exigindo doses cada vez maiores para sentir os mesmos efeitos, o que potencializa os riscos.

    4. Qual é a diferença entre energético e isotônico?

    O isotônico é feito para repor sais minerais e líquidos perdidos durante a prática de exercícios, ajudando na hidratação. Já o energético contém substâncias estimulantes, como cafeína, taurina e guaraná, que têm como objetivo aumentar o estado de alerta e reduzir o cansaço. Ou seja, o isotônico hidrata, enquanto o energético estimula o organismo.

    5. Energético engorda?

    Muitos energéticos contêm altas quantidades de açúcar — algumas latas chegam a ultrapassar 30 gramas, o equivalente a 6 colheres de chá. Isso representa calorias extras que, se consumidas com frequência, podem contribuir para o ganho de peso.

    6. Existe energético sem cafeína?

    Algumas marcas lançaram versões “sem cafeína”, mas ainda assim contêm outras substâncias estimulantes, como taurina e guaraná. Portanto, não são totalmente livres de riscos.

    7. Existe limite seguro de latas por dia?

    Depende da concentração de cafeína em cada produto. Em geral, o recomendado é não ultrapassar 400 mg de cafeína por dia em adultos saudáveis. Isso significa, na prática, no máximo duas latas médias, lembrando que café, chá e chocolate também somam na conta.

    Leia também: Síndrome do coração partido: o que é, sintomas, riscos e como diferenciar do infarto

  • Torção testicular: o que é, sintomas, tratamentos e como evitar

    Torção testicular: o que é, sintomas, tratamentos e como evitar

    Dor intensa e súbita na região genital ou abdominal, inchaço, vermelhidão escrotal e náuseas são alguns dos principais sinais que podem indicar uma torção testicular, uma emergência médica que afeta especialmente crianças e adolescentes.

    O quadro ocorre quando o testículo gira em torno do próprio eixo, interrompendo o fluxo de sangue. A obstrução rápida pode comprometer o tecido testicular em poucas horas — trazendo risco de perda permanente do órgão caso o atendimento médico não seja imediato.

    Mas afinal, por que a torção acontece e o que fazer? Consultamos a urologista pediatra Veridiana Andrioli para esclarecer as principais dúvidas sobre o quadro.

    O que é torção testicular?

    A torção testicular acontece quando o cordão espermático, que é o conjunto de vasos sanguíneos, nervos e canais que nutrem e sustentam o testículo, gira sobre o próprio eixo. O movimento interrompe o fluxo sanguíneo para o testículo, causando um quadro chamado isquemia.

    Quando o testículo não recebe sangue suficiente, ele começa a sofrer danos em poucos minutos. Se não houver tratamento rápido, ele pode necrosar e precisar ser removido.

    Por isso, a torção é considerada uma emergência médica, uma vez que o tempo é o fator mais determinante para a preservação do órgão. Quanto mais cedo o paciente receber atendimento, maiores as chances de salvar o testículo.

    Quais os sintomas da torção testicular?

    Os sintomas da torção testicular podem variar conforme a idade, mas normalmente surgem de forma intensa e súbita. Os principais sinais incluem:

    • Dor forte e repentina no testículo ou na bolsa escrotal;
    • Inchaço e vermelhidão na região;
    • Náuseas e vômitos; especialmente em crianças menores, onde os sintomas podem ser menos específicos;
    • Testículo em posição mais alta ou horizontal em relação ao outro.

    “Na criança pequena, os sintomas podem ser menos específicos, como a criança ficar chorosa, dizer que está com dor na barriga, náuseas, vômitos. Por isso, se o menino estiver muito choroso e reclamar de dor, sempre é prudente olhar a região genital e procurar por alterações”, explica Veridiana.

    É importante que os pais observem atentamente pois, muitas vezes, a criança ou o adolescente pode se sentir constrangido em relatar desconforto na região genital, o que atrasa o diagnóstico.

    Existe uma faixa etária em que o risco é maior?

    De acordo com Veridiana, a torção testicular pode acontecer em qualquer momento da vida, inclusive ainda no útero materno (torção intrauterina) ou em idosos. No entanto, existe um pico de incidência entre os 12 e 25 anos de idade, período em que há maior estímulo hormonal e desenvolvimento.

    Mesmo assim, vale ressaltar que todo menino, em qualquer idade, pode ter torção testicular. Pais de crianças pequenas devem ficar atentos a sinais inespecíficos, enquanto adolescentes precisam ser orientados sobre a importância de relatar imediatamente qualquer dor ou alteração na região íntima.

    Quando procurar ajuda médica?

    Ao notar os sintomas de torção testicular, é importante levar a criança ou adolescente o mais rápido possível ao hospital.

    “A torção de testículo é uma urgência, e o principal fator de prognóstico, ou seja, que traz melhores chances de preservarmos o testículo, é o tempo. Quanto mais rápido for diagnosticado e mais rápido operado, maiores as chances de recuperação e preservação”, aponta Veridiana.

    Diagnóstico de torção testicular

    O diagnóstico geralmente é clínico, ou seja, baseado nos sintomas relatados e no exame físico realizado pelo médico. Na avaliação, o médico observa:

    • Alterações na posição do testículo;
    • Sensibilidade intensa ao toque;
    • Inchaço e coloração da bolsa escrotal.

    Em casos de dúvida, pode ser solicitado um ultrassom Doppler testicular, exame que avalia o fluxo sanguíneo. No entanto, o mais importante é que o exame não atrase a cirurgia caso a suspeita de torção seja alta.

    Como é feito o tratamento de torção testicular?

    O tratamento da torção testicular é cirúrgico e deve ser feito o mais rápido possível. Na cirurgia, o médico abre a bolsa escrotal, distorce o cordão espermático e avalia se o testículo voltou a receber sangue.

    • Se o testículo estiver viável, ele é fixado à parede interna da bolsa (orquidopexia) para evitar novas torções;
    • Se não houver recuperação da circulação, é necessário removê-lo (orquiectomia).

    Em alguns casos, o especialista pode tentar a distorção manual ainda no pronto-socorro, mas mesmo quando funciona, a cirurgia é sempre indicada imediatamente depois.

    Além disso, os médicos costumam fixar também o outro testículo durante a mesma cirurgia. Isso acontece porque a anatomia que favorece a torção costuma estar presente em ambos os lados, aumentando o risco de novos episódios. Dessa forma, a cirurgia atua não apenas como tratamento, mas também como prevenção de futuras torções.

    A torção testicular pode trazer consequências para a fertilidade no futuro?

    A perda de um testículo não irá interferir na produção de hormônios ou no desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários, como pelos, barba e desenvolvimento dos órgãos.

    No entanto, Veridiana explica que a ausência de um dos testículos pode reduzir a produção total de espermatozoides. Se associada a outros fatores, pode dificultar a paternidade no futuro — então a preservação do testículo sempre é prioridade na cirurgia.

    Como prevenir a torção testicular?

    Não existem medidas preventivas absolutas, já que a torção testicular pode ocorrer de forma espontânea. Porém, algumas ações podem reduzir riscos e melhorar a chance de diagnóstico precoce, como:

    • Educar adolescentes para não ignorarem dores testiculares;
    • Estimular a comunicação aberta sobre saúde íntima entre pais e filhos;
    • Explicar sinais de alerta: dor intensa, inchaço, náuseas;
    • Levar imediatamente ao pronto-socorro diante de qualquer suspeita.

    A torção testicular pode matar?

    A torção testicular em si não leva à morte, mas é uma emergência médica grave porque pode causar a perda do testículo em poucas horas. O risco maior está na necrose do tecido por falta de sangue, o que pode exigir a retirada do testículo.

    Veja mais: Desfralde diurno: saiba a idade ideal para a criança controlar o xixi e quando procurar ajuda

    Perguntas frequentes sobre torção testicular

    A torção testicular pode acontecer em qualquer idade?

    Sim. Apesar de ser mais comum em adolescentes e jovens adultos, entre 12 e 25 anos, a torção pode ocorrer em qualquer fase da vida — inclusive em bebês ainda no útero ou em homens mais velhos. O risco maior nessa faixa etária está relacionado ao crescimento rápido e a algumas características anatômicas.

    Como é feita a cirurgia para tratar a torção testicular?

    A cirurgia para tratar a torção testicular é chamada orquidopexia e deve ser realizada com urgência para preservar o testículo. O procedimento é feito sob anestesia, geralmente geral ou regional, e consiste em realizar uma pequena incisão na bolsa escrotal para desenrolar o testículo torcido — restabelecendo o fluxo sanguíneo.

    Após isso, o cirurgião fixa o testículo na parede interna do escroto com pontos, evitando que novas torções aconteçam. Na maioria dos casos, o outro testículo também é fixado preventivamente.

    A torção testicular pode acontecer de novo?

    Pode acontecer mesmo após correções cirúrgicas. A fixação testicular diminui o risco de uma outra torção, mas ainda assim ela pode ocorrer. A orquidopexia reduz significativamente a chance de recorrência.

    Como diferenciar a torção testicular de outras dores nos testículos?

    A dor da torção é súbita, intensa e geralmente acompanhada de inchaço e náuseas. Outras condições, como infecções (orquite ou epididimite), traumas ou hérnias, também podem causar dor, mas costumam ter evolução mais lenta. Como só um médico pode diferenciar com segurança, qualquer dor forte no testículo deve ser considerada uma emergência.

    Quem já teve torção testicular pode ter filhos no futuro?

    Sim, na maioria das vezes. Mesmo após a perda de um testículo, o outro geralmente é capaz de produzir espermatozoides suficientes para a fertilização. Em alguns homens, a quantidade de espermatozoides pode ser menor; exames específicos podem ser indicados em casos de dificuldade para engravidar a parceira.

    É possível ter torção nos dois testículos ao mesmo tempo?

    Sim, mas é bastante raro. A torção bilateral é ainda mais grave por colocar em risco a fertilidade. Por isso, durante a cirurgia, os médicos sempre aproveitam para fixar os dois testículos, reduzindo as chances de novos episódios.

    Existe alguma posição ou movimento que favorece a torção testicular?

    A torção pode acontecer durante atividades físicas, movimentos bruscos ou até mesmo durante o sono, sem nenhum esforço específico. Não existe uma posição única que provoque o problema, mas pessoas com predisposição anatômica podem ter maior risco em situações de impacto ou movimento intenso da região.

    Leia também: Fimose em crianças: quando é normal e quando a cirurgia é necessária

  • Prolapso da válvula mitral: sinais de alerta, exames e  tratamento

    Prolapso da válvula mitral: sinais de alerta, exames e tratamento

    O prolapso da válvula mitral (PVM) é uma alteração cardíaca relativamente comum, mas ainda cercada de dúvidas. O diagnóstico passou por mudanças ao longo dos anos — e muitas pessoas que antes eram consideradas portadoras não se enquadram mais nos critérios atuais.

    Isso levanta questionamentos: quando a condição exige atenção, quais sinais merecem acompanhamento e em que momento ela pode representar risco? Conversamos com o cardiologista Giovanni Henrique Pinto para esclarecer o quadro e tirar as principais dúvidas sobre o prolapso da válvula mitral.

    O que é prolapso da válvula mitral?

    A válvula mitral é uma das quatro válvulas do coração e atua como uma “porta” que impede o sangue de retornar do ventrículo esquerdo para o átrio esquerdo durante a contração cardíaca.

    No prolapso da válvula mitral, essa válvula não se fecha completamente: suas cúspides (abas que controlam o fluxo sanguíneo) tornam-se frouxas e podem se projetar para dentro do átrio, permitindo refluxo de sangue.

    Nem todo prolapso causa sintomas, o que pode dificultar o diagnóstico. “Na maioria das pessoas, o prolapso é assintomático e descoberto por acaso em exames de rotina. Em alguns casos, pode causar palpitações, dor no peito ou sensação de ansiedade”, explica Giovanni.

    O que mudou no diagnóstico de prolapso mitral

    Nas últimas décadas, pesquisas mostraram que os critérios antigos para diagnóstico eram pouco específicos, o que levou a muitos diagnósticos em pessoas com válvulas consideradas normais pelos parâmetros atuais.

    Com critérios mais precisos, estima-se que apenas 2 a 3% da população tenha prolapso mitral significativo — antes, o número chegava a 10% ou mais. Os avanços incluem:

    • Uso de ecocardiograma em 3D, que fornece imagens detalhadas e reduz diagnósticos exagerados;
    • Definição mais rigorosa do limite de deslocamento da válvula para considerar o diagnóstico;
    • Medição da quantidade de sangue que reflui, determinando se há comprometimento funcional;
    • Revisão de diagnósticos antigos, pois muitos casos antes considerados prolapsos não se confirmam em exames modernos.

    Sintomas de prolapso da válvula mitral

    O prolapso mitral costuma ser silencioso e muitas vezes descoberto por acaso. Quando causa sintomas, os mais comuns são:

    • Palpitações: sensação de batimento cardíaco acelerado ou irregular;
    • Dor no peito: geralmente leve ou inespecífica;
    • Ansiedade ou sensação de “coração acelerado”;
    • Falta de ar ao esforço ou cansaço fácil.

    “Em casos mais avançados, sinais de insuficiência cardíaca, como inchaço nas pernas, podem aparecer”, alerta Giovanni. Nesses casos, o coração perde eficiência no bombeamento do sangue, tornando o quadro mais grave.

    Como identificar: exames clínicos e de imagem

    O diagnóstico costuma começar com o exame físico. O médico pode ouvir um “click” mesossistólico — som curto característico do prolapso — e, se houver refluxo, um sopro cardíaco.

    “O primeiro indício pode ser o sopro ouvido no estetoscópio. O exame que confirma é o ecocardiograma, que mostra a movimentação da válvula”, detalha Giovanni.

    Exames que ajudam no diagnóstico incluem:

    • Ausculta cardíaca: identificação de click e sopro característicos;
    • Ecocardiograma transtorácico: principal exame para visualizar a válvula e o refluxo;
    • Ecocardiograma transesofágico: usado quando são necessárias imagens mais detalhadas;
    • Holter ou monitor cardíaco: útil se houver palpitações ou suspeita de arritmias.

    O diagnóstico combina achados clínicos e de imagem, que permitem avaliar a gravidade e a função da válvula mitral.

    Complicações possíveis: quando o benigno pode se tornar grave

    “Na maioria dos casos, o prolapso da válvula mitral é benigno. Mas, em alguns pacientes, pode levar à insuficiência mitral importante, arritmias e, raramente, endocardite (infecção da válvula)”, ressalta Giovanni.

    Em certas situações, o prolapso pode evoluir para:

    • Regurgitação mitral: refluxo intenso de sangue para o átrio esquerdo, aumentando a sobrecarga cardíaca;
    • Arritmias ventriculares ou atriais: que podem causar palpitações intensas ou desmaios;
    • Endocardite infecciosa: risco aumentado em casos de refluxo importante;
    • Insuficiência cardíaca: quando o coração perde eficiência no bombeamento.

    Essas complicações são mais prováveis em pacientes com comprometimento significativo da válvula ou refluxo importante, o que torna o acompanhamento regular fundamental.

    Tratamento de prolapso da válvula mitral: quando precisa de cirurgia?

    O tratamento depende da gravidade dos sintomas e do grau de comprometimento da válvula. Segundo Giovanni, o tratamento medicamentoso é indicado em casos com palpitações ou arritmias leves.

    “A cirurgia é recomendada apenas quando há insuficiência mitral significativa, com refluxo importante e risco para o coração”, explica o especialista.

    • Medicamentos: betabloqueadores e, às vezes, antiarrítmicos para aliviar sintomas;
    • Cirurgia ou reparo valvar: indicada em refluxo grave ou disfunção ventricular.

    O objetivo é aliviar sintomas e prevenir complicações, ajustando o tratamento conforme a gravidade. Em muitos casos, o acompanhamento periódico é suficiente, mas se houver progressão da insuficiência mitral, a cirurgia pode ser necessária para preservar a função cardíaca.

    Confira: Novas metas de colesterol em 2025: valores mais rígidos para proteger seu coração

    Vida normal é possível? Prognóstico e acompanhamento

    Sim. A maioria das pessoas com prolapso da válvula mitral leva uma vida normal, podendo praticar exercícios, trabalhar e viajar — desde que mantenha acompanhamento médico regular.

    Alguns pacientes precisam de monitoramento mais próximo, especialmente se:

    • Tiverem regurgitação moderada ou grave;
    • Apresentarem arritmias confirmadas em exames;
    • Tiverem histórico familiar de degeneração valvar.

    “O prolapso pode evoluir e aumentar o refluxo de sangue, exigindo tratamento. Por isso, mesmo em pacientes assintomáticos, o acompanhamento com ecocardiograma é essencial”, conclui Giovanni.

    Perguntas e respostas sobre prolapso da válvula mitral

    1. O que é o prolapso da válvula mitral?

    É uma alteração em que a válvula mitral, responsável por controlar o fluxo de sangue entre o ventrículo e o átrio esquerdo, não se fecha adequadamente, permitindo o refluxo sanguíneo.

    2. O diagnóstico mudou nos últimos anos?

    Sim. Antes, critérios menos específicos geravam diagnósticos em excesso. Hoje, com ecocardiogramas modernos e parâmetros mais rigorosos, apenas 2 a 3% da população é diagnosticada com prolapso significativo.

    3. Quais são os sintomas mais comuns?

    A maioria é assintomática. Quando presentes, os sintomas incluem palpitações, dor no peito, ansiedade, falta de ar e fadiga. Casos avançados podem causar inchaço nas pernas por insuficiência cardíaca.

    4. Como é feito o diagnóstico?

    O médico pode ouvir um sopro ou “click” característico. O exame confirmatório é o ecocardiograma, que avalia a movimentação da válvula e o grau de refluxo. O Holter pode ser usado para investigar arritmias.

    5. O prolapso da válvula mitral sempre é benigno?

    Na maioria dos casos, sim. Contudo, pode evoluir para complicações como regurgitação mitral grave, arritmias ou, raramente, endocardite. O acompanhamento médico é fundamental.

    6. Quando é necessário tratar?

    Em sintomas leves, o tratamento pode envolver betabloqueadores. A cirurgia é indicada apenas em casos de insuficiência mitral significativa, quando há risco para o coração.

    7. Quem tem prolapso da válvula mitral pode levar vida normal?

    Sim. A maioria dos pacientes leva vida plena, podendo praticar exercícios e atividades cotidianas, desde que realize consultas regulares e ecocardiogramas de controle.

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  • Adenomiose: o que é, sintomas, causas e tratamento

    Adenomiose: o que é, sintomas, causas e tratamento

    Cólicas que não melhoram com analgésicos comuns, menstruações longas e volumosas e sensação de inchaço abdominal são alguns dos principais sintomas de adenomiose — uma condição ginecológica que afeta diretamente a qualidade de vida. Ela pode atingir entre 10% e 20% das mulheres em idade reprodutiva, sendo mais frequente entre os 30 e 50 anos.

    Conversamos com a ginecologista e obstetra Andreia Sapienza para esclarecer as principais dúvidas sobre a doença, desde os sintomas até as formas de tratamento disponíveis.

    O que é adenomiose?

    A adenomiose é uma alteração benigna que ocorre quando a camada que reveste o interior do útero, o endométrio, cresce para dentro da parede muscular do útero, chamada miométrio.

    O tecido infiltrado continua respondendo aos hormônios do ciclo menstrual, como se estivesse na cavidade uterina — ele se espessa, depois se rompe e sangra. No entanto, como está preso dentro da parede muscular, o sangue não tem por onde sair.

    Como resultado, ocorre um processo inflamatório dentro do músculo uterino, que pode desencadear os principais sintomas da condição, como cólicas menstruais intensas, sangramento aumentado e aumento do tamanho do útero.

    O que causa a adenomiose?

    A causa da adenomiose ainda não é totalmente conhecida, mas uma hipótese é que o endométrio penetre diretamente no miométrio, especialmente após situações que fragilizam a parede uterina — como gravidez, parto ou procedimentos cirúrgicos.

    Também se acredita que a adenomiose esteja associada a alterações hormonais (principalmente do estrogênio) e a fatores imunológicos. A condição é mais comum em mulheres entre 35 e 50 anos que já tiveram filhos, mas pode afetar mulheres de qualquer idade.

    Tipos de adenomiose

    • Difusa: forma mais comum. O tecido endometrial se espalha de maneira irregular pela parede do útero, sem formar nódulo bem delimitado. Provoca espessamento difuso do miométrio, deixando o útero aumentado e globoso.
    • Focal: a infiltração ocorre em um ponto específico do útero, formando uma lesão delimitada chamada adenomioma. Pode causar sintomas semelhantes à forma difusa, porém às vezes menos intensos por ser localizada.

    Qual a diferença entre adenomiose e endometriose?

    Segundo Andreia Sapienza, a adenomiose difere da endometriose em pontos importantes:

    • Endometriose: relacionada à menstruação retrógrada. Parte do sangue menstrual reflui para a pelve e o tecido endometrial implanta-se fora do útero, somado a falhas do sistema imunológico.
    • Adenomiose: há perda da integridade das camadas do próprio útero; o endométrio infiltra-se no miométrio, gerando alterações estruturais.

    Nos sintomas, a endometriose costuma estar mais associada à dor em diversos locais e momentos do ciclo; a adenomiose também causa dor, mas mais ligada ao período menstrual e frequentemente acompanhada de sangramento intenso e prolongado.

    Fatores de risco da adenomiose

    Qualquer mulher pode ter adenomiose, mas alguns fatores aumentam o risco (segundo a Febrasgo):

    • Idade entre 40 e 50 anos;
    • Primeira menstruação muito cedo (antes dos 10 anos);
    • Ciclos menstruais curtos (menos de 24 dias);
    • Uso prévio de anticoncepcionais hormonais ou tamoxifeno;
    • Sobrepeso ou obesidade (IMC elevado);
    • Ter tido mais de duas gestações;
    • Histórico de abortos;
    • Cirurgias anteriores no útero.

    Quais são os sintomas de adenomiose?

    • Sangramento menstrual intenso ou prolongado;
    • Cólica menstrual forte (dismenorreia);
    • Dor pélvica crônica;
    • Dor durante a relação sexual (dispareunia);
    • Sensibilidade abdominal ao toque.

    Aproximadamente um terço das mulheres com adenomiose é assintomático; o diagnóstico pode ocorrer em exames de imagem ou após cirurgia.

    Como é feito o diagnóstico?

    O diagnóstico é clínico e por imagem. Na avaliação, o útero pode estar aumentado, arredondado e mais macio. Para confirmação, utilizam-se:

    • Ultrassom transvaginal: exame de primeira escolha; identifica alterações na textura do miométrio e perda da definição da zona que separa endométrio do músculo uterino.
    • Ressonância magnética: indicada quando há dúvida diagnóstica ou associação com miomas; avalia com precisão a zona juncional.

    Em casos complexos, a confirmação definitiva pode ocorrer após cirurgia (análise histopatológica), mas, na prática, a imagem costuma ser suficiente para guiar o tratamento.

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    Como é o tratamento de adenomiose?

    Depende dos sintomas e do perfil da paciente. De acordo com Andreia, uma abordagem frequente é o DIU hormonal (levonorgestrel), que reduz sangramento e dor e costuma trazer boa resposta.

    Se não houver melhora com tratamento clínico, persistirem dor e sangramento intenso ou houver desejo de solução definitiva, pode-se indicar histerectomia (retirada do útero). Essa decisão é preferida para mulheres que já tiveram filhos ou que têm certeza de que não desejam engravidar, pois é irreversível e geralmente não indicada para mulheres muito jovens.

    Para alívio das cólicas, analgésicos e anti-inflamatórios podem ser prescritos para melhorar a qualidade de vida durante o tratamento.

    Quem tem adenomiose pode engravidar?

    É possível, mas pode ser mais desafiador. A infiltração do endométrio no miométrio pode tornar a parede uterina mais espessa e irregular, deixando o ambiente menos favorável à implantação do embrião. Para quem deseja engravidar, é essencial acompanhamento médico, hábitos saudáveis e, quando necessário, estratégias específicas de reprodução assistida.

    Quando procurar ajuda médica?

    A identificação pode ser difícil, pois os sintomas variam de intensidade. Procure avaliação se houver:

    • Sangramentos menstruais muito intensos;
    • Cólicas fortes que não melhoram com analgésicos comuns;
    • Dor pélvica frequente.

    Quanto antes investigar, maiores as chances de aliviar sintomas e iniciar o tratamento adequado.

    Perguntas frequentes sobre adenomiose

    1. A adenomiose pode virar câncer?

    Não. A adenomiose é benigna e não tem relação direta com câncer. Porém, como os sintomas podem se confundir com os de outras doenças uterinas, o acompanhamento médico é fundamental.

    2. Por que a adenomiose causa tanta dor?

    O tecido infiltrado no músculo uterino responde aos hormônios do ciclo, cresce e sangra “preso” no miométrio, gerando inflamação local e contrações mais intensas — resultando em cólicas fortes.

    3. A adenomiose pode causar infertilidade?

    Pode, mas não é regra. O útero pode ficar aumentado e o endométrio menos receptivo, dificultando a fixação do embrião. Ainda assim, muitas mulheres com adenomiose engravidam naturalmente. Em geral, o impacto sobre a fertilidade é menor do que o da endometriose em outros órgãos.

    4. O útero aumenta de tamanho por causa da adenomiose?

    Sim. A infiltração endometrial no miométrio pode aumentar e endurecer o útero, causando sensação de peso pélvico e inchaço abdominal.

    5. A adenomiose desaparece na menopausa?

    Na maioria dos casos, sim. Como é doença hormônio-dependente, tende a regredir após a menopausa. Em mulheres próximas dessa fase, pode-se focar no controle dos sintomas até a regressão natural.

    6. A pílula anticoncepcional oral ajuda na adenomiose?

    Em alguns casos, sim. Pílulas combinadas ou apenas com progesterona podem reduzir dor e sangramento ao modular os hormônios que estimulam o endométrio. Entretanto, para muitas mulheres, o DIU hormonal é mais eficaz a longo prazo.

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  • Síndrome do coração partido: o que é, sintomas, riscos e como diferenciar do infarto 

    Síndrome do coração partido: o que é, sintomas, riscos e como diferenciar do infarto 

    A expressão “coração partido” sempre foi associada a tristezas profundas, mas a medicina transformou essa metáfora em uma realidade clínica. Descoberta no Japão nos anos 1990, a síndrome do coração partido — nome popular da cardiomiopatia de Takotsubo — é uma condição em que o coração enfraquece temporariamente após um evento de estresse físico ou emocional intenso.

    O cardiologista Giovanni Henrique Pinto explica: “O nome ‘coração partido’ surgiu porque costuma aparecer após fortes emoções. O coração fica momentaneamente enfraquecido e assume, nos exames de imagem, um formato parecido ao vaso japonês takotsubo, usado para pescar polvos”.

    Embora seja reversível na maioria dos casos, o quadro pode simular um infarto e gerar complicações graves, o que torna o diagnóstico rápido essencial.

    O que pode causar a síndrome do coração partido?

    O gatilho mais comum é uma descarga repentina de hormônios do estresse, como a adrenalina, que afetam o funcionamento do músculo cardíaco. Geralmente, surge após situações marcantes, como:

    • Perda de um ente querido;
    • Brigas ou separações;
    • Acidentes ou cirurgias;
    • Notícias impactantes;
    • Estresse prolongado ou sustos intensos.

    A síndrome do coração partido pode ocorrer mesmo em pessoas sem histórico prévio de doença cardíaca. No entanto, fatores como ser do sexo feminino (especialmente após a menopausa), ter idade mais avançada e histórico de estresse intenso aumentam a predisposição.

    Sintomas da síndrome do coração partido

    Os sinais clínicos são muito semelhantes aos de um infarto, o que explica a dificuldade no diagnóstico inicial.

    • Dor no peito;
    • Falta de ar;
    • Mal-estar súbito;
    • Palpitações;
    • Em alguns casos, desmaio.

    Esses sintomas devem sempre ser avaliados em pronto-socorro, pois não é possível diferenciar a síndrome do coração partido de um infarto apenas pela percepção do paciente.

    Diferença entre síndrome do coração partido e infarto

    O desafio dos médicos está justamente em distinguir a síndrome do coração partido do infarto agudo do miocárdio. Giovanni esclarece: “Os sintomas são muito parecidos com os do infarto”.

    Segundo ele, a diferença é feita por exames: “Tanto o eletrocardiograma quanto os exames de sangue podem se alterar de forma semelhante, mas no cateterismo não há entupimento de artérias. E na ventriculografia e no ecocardiograma encontram-se as alterações características na contração do coração que formam a imagem do Takotsubo”.

    Ou seja, enquanto o infarto ocorre pelo bloqueio súbito de uma artéria coronária, na cardiomiopatia de Takotsubo não há obstrução. O coração apresenta uma alteração transitória da contratilidade, assumindo um formato típico comparado ao vaso japonês que inspirou o nome.

    Como é feito o diagnóstico da síndrome do coração partido?

    O diagnóstico exige uma combinação de exames. O primeiro passo é descartar um infarto, já que os sintomas são praticamente idênticos. Entre os exames utilizados estão:

    • Eletrocardiograma (ECG): pode mostrar alterações semelhantes às do infarto;
    • Exames de sangue: podem apresentar elevação moderada da troponina, proteína liberada quando há lesão no músculo cardíaco;
    • Ecocardiograma: mostra as alterações típicas na contração do coração;
    • Cateterismo cardíaco: confirma a ausência de obstrução nas artérias coronárias.

    Em geral, um exame isolado não é suficiente. O ECG e a troponina levantam a suspeita de infarto, o cateterismo mostra que as artérias estão livres e o ecocardiograma revela o padrão característico do Takotsubo. Essa integração é fundamental para garantir o diagnóstico correto e o tratamento adequado.

    Tratamento da síndrome do coração partido: o coração pode voltar ao normal?

    A boa notícia é que, na maioria dos pacientes, a síndrome do coração partido é reversível. “O tratamento costuma ser de suporte clínico, com medicações para ajudar na recuperação da função cardíaca. Na maioria dos casos, o coração volta ao normal em semanas ou meses”, explica Giovanni.

    O manejo geralmente inclui medicamentos como betabloqueadores, diuréticos e, em alguns casos, anticoagulantes, sempre conforme avaliação médica. Repouso, controle dos fatores de risco e acompanhamento regular fazem parte da recuperação.

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    Existe risco de complicações graves?

    Mesmo que muitas vezes tenha evolução benigna, a síndrome do coração partido não deve ser subestimada. “Apesar de ser reversível na maioria dos casos, pode haver complicações como arritmias, insuficiência cardíaca e, em situações raras, risco de morte. Por isso, precisa de avaliação e acompanhamento médico”, alerta Giovanni.

    As complicações decorrem do enfraquecimento súbito do músculo cardíaco, que pode comprometer a capacidade de bombeamento do sangue. Essa redução temporária pode causar acúmulo de líquido nos pulmões (edema agudo de pulmão), queda da pressão arterial ou choque cardiogênico. Além disso, arritmias graves aumentam o risco de eventos fatais.

    A síndrome do coração partido pode acontecer mais de uma vez?

    Embora rara, a recorrência é possível. “Por isso é importante acompanhamento médico regular, principalmente em pessoas que já tiveram o quadro ou têm familiares próximos que já tiveram”, destaca Giovanni.

    Pacientes diagnosticados devem manter acompanhamento clínico contínuo, não apenas durante a fase aguda. O seguimento ajuda a monitorar a saúde do coração, prevenir novos episódios e oferecer suporte em situações de estresse.

    Perguntas e respostas sobre a síndrome do coração partido

    1. O que é a síndrome do coração partido?

    É uma condição chamada cardiomiopatia de Takotsubo, em que o coração enfraquece temporariamente após um evento de estresse físico ou emocional intenso.

    2. Quais situações podem desencadear o problema?

    Ela pode surgir após perdas emocionais, separações, brigas, acidentes, cirurgias, notícias impactantes ou sustos intensos.

    3. Quem pode ter a síndrome do coração partido?

    Pode ocorrer em pessoas sem doença cardíaca prévia, mas é mais comum em mulheres após a menopausa e em pessoas acima dos 60 anos.

    4. Quais são os sintomas mais comuns?

    Dor no peito, falta de ar, palpitações, mal-estar súbito e, em alguns casos, desmaio.

    5. Como diferenciar de um infarto?

    Os sintomas são parecidos, mas o cateterismo mostra que não há entupimento nas artérias. O ecocardiograma revela alterações típicas na contração do coração que formam o padrão de Takotsubo.

    6. Existe risco de complicações?

    Sim. Apesar de reversível, pode causar arritmias, insuficiência cardíaca, edema agudo de pulmão e, raramente, risco de morte.

    7. O coração pode voltar ao normal?

    Na maioria dos casos, sim. O tratamento é de suporte clínico, com medicamentos e acompanhamento médico, e a função cardíaca tende a se recuperar em semanas ou meses.

    8. A síndrome pode acontecer mais de uma vez?

    Sim, embora rara. O acompanhamento médico contínuo e o controle do estresse são fundamentais para prevenir recorrências.

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