Categoria: Doenças & Condições

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  • Quando o fígado dá sinais: entenda a cirrose e seus riscos

    Quando o fígado dá sinais: entenda a cirrose e seus riscos

    A cirrose hepática é uma das doenças mais graves do fígado e representa o estágio final de diversas condições crônicas que afetam o órgão. Ela ocorre quando o tecido saudável é substituído por cicatrizes (fibrose), comprometendo a estrutura e reduzindo progressivamente a capacidade funcional do fígado.

    Como o fígado é essencial para o metabolismo, digestão e eliminação de toxinas, sua falha tem impacto em todo o organismo. Embora grave, a cirrose pode ter a evolução controlada e a qualidade de vida mantida com diagnóstico precoce e tratamento adequado.

    O que é a cirrose hepática

    A cirrose é caracterizada pela fibrose e formação de nódulos de regeneração no fígado, que desorganizam sua estrutura normal. Isso reduz gradualmente a capacidade do órgão de metabolizar substâncias, produzir proteínas e eliminar toxinas.

    Como a cirrose se desenvolve

    Inflamações repetidas ou lesões contínuas fazem o fígado tentar se regenerar. Esse processo constante leva à formação de cicatrizes e nódulos que alteram o fluxo de sangue dentro do órgão, provocando hipertensão portal — uma das complicações mais sérias, que causa sangramentos e acúmulo de líquido no abdômen.

    Fases da doença

    • Cirrose compensada: fase inicial, em que o fígado ainda realiza parte de suas funções. Pode não causar sintomas.
    • Cirrose descompensada: o órgão perde a capacidade de adaptação, e surgem complicações como ascite (líquido no abdômen), encefalopatia hepática (confusão mental), icterícia e hemorragias.

    A transição entre essas fases indica que a doença está comprometendo mais intensamente a saúde e o bem-estar do paciente.

    Causas mais comuns

    • Álcool: consumo excessivo é uma das principais causas. Mulheres são mais suscetíveis a menores quantidades.
    • Hepatites B e C: infecções crônicas que inflamam o fígado por anos.
    • Doença hepática gordurosa metabólica: relacionada à obesidade, diabetes e colesterol alto, pode evoluir para cirrose mesmo sem álcool.
    • Hepatite autoimune: o sistema imunológico ataca as células do fígado.
    • Doenças hereditárias: como hemocromatose (ferro), doença de Wilson (cobre) e deficiência de alfa-1-antitripsina.
    • Uso prolongado de medicamentos ou exposição a substâncias tóxicas.
    • Cirrose criptogênica: quando a causa é desconhecida.
    • Colangite biliar primária e colangite esclerosante primária: doenças dos ductos biliares que podem evoluir para cirrose.

    Sintomas e manifestações

    Nos estágios iniciais, a cirrose pode não causar sintomas. Com o avanço, podem surgir:

    • Cansaço e fraqueza;
    • Inchaço nas pernas e abdômen;
    • Pele e olhos amarelados (icterícia);
    • Perda de apetite e emagrecimento;
    • Alterações hormonais;
    • Tendência a hematomas e sangramentos;
    • Eritema palmar (palmas avermelhadas);
    • Confusão mental ou sonolência (encefalopatia hepática);
    • Aranhas vasculares (vasos dilatados visíveis na pele).

    Complicações

    Na fase descompensada, a cirrose pode causar:

    • Hipertensão portal;
    • Ascite: líquido no abdômen, com desconforto e distensão;
    • Sangramento digestivo (varizes no esôfago/estômago);
    • Encefalopatia hepática: confusão causada por toxinas no sangue;
    • Infecções bacterianas como peritonite (infecção do líquido ascítico);
    • Síndrome hepatorrenal: falência renal secundária;
    • Câncer de fígado (carcinoma hepatocelular).

    Diagnóstico

    O diagnóstico é feito por exame clínico e testes laboratoriais e de imagem:

    • Exames de sangue: avaliam enzimas hepáticas, coagulação e plaquetas;
    • Ultrassonografia, tomografia, ressonância e elastografia: identificam fibrose e alterações estruturais;
    • Biópsia hepática: confirma o diagnóstico e identifica a causa.

    Após a confirmação, exames complementares ajudam a determinar a origem da doença e definir o tratamento adequado.

    Tratamento

    O tratamento busca controlar a progressão da doença e prevenir complicações, conforme a causa:

    • Alimentação equilibrada e suplementação de vitaminas;
    • Suspensão total do álcool e de substâncias tóxicas;
    • Controle de diabetes, colesterol e obesidade;
    • Diuréticos para ascite e antibióticos para infecções;
    • Antivirais e vacinação para hepatites B e C.

    Transplante de fígado

    Nos casos mais avançados, o transplante hepático é o único tratamento capaz de restaurar a função do órgão e oferecer chance real de cura.

    Prognóstico e cuidados

    O prognóstico depende da causa e do grau de comprometimento do fígado. Quando diagnosticada precocemente, a cirrose pode ser estabilizada e a qualidade de vida preservada. Para prevenir o avanço:

    • Evite o consumo de álcool;
    • Mantenha alimentação equilibrada;
    • Vacine-se contra as hepatites;
    • Faça acompanhamento médico regular.

    Leia também: 10 coisas para fazer hoje e ganhar mais anos de vida

    Perguntas frequentes sobre cirrose hepática

    1. A cirrose tem cura?

    Não há cura definitiva, mas é possível controlar a progressão. Em casos graves, o transplante pode oferecer cura funcional.

    2. O consumo moderado de álcool pode causar cirrose?

    Sim. O risco aumenta conforme o tempo e a frequência do consumo, mesmo em quantidades pequenas — especialmente em mulheres.

    3. A cirrose sempre causa sintomas?

    Não. Nas fases iniciais, pode ser silenciosa e descoberta apenas em exames de rotina.

    4. Quem tem gordura no fígado pode desenvolver cirrose?

    Sim. A esteatose hepática pode evoluir para inflamação, fibrose e, eventualmente, cirrose se não for tratada.

    5. O que é hipertensão portal?

    É o aumento da pressão nos vasos sanguíneos do fígado, comum na cirrose, e pode causar ascite e sangramentos.

    6. Existe dieta específica para quem tem cirrose?

    Sim. Deve-se priorizar proteínas magras, frutas, legumes e evitar álcool. A dieta deve ser orientada por médico e nutricionista.

    7. Quando o transplante de fígado é indicado?

    Quando o órgão não consegue mais exercer suas funções e há risco de falência hepática.

    Confira: Gordura no fígado: conheça os sintomas e como tratar essa doença

  • Rubéola: sintomas, prevenção e por que a vacina é tão importante 

    Rubéola: sintomas, prevenção e por que a vacina é tão importante 

    Embora hoje seja considerada rara graças à vacinação, a rubéola ainda merece atenção — sobretudo entre mulheres em idade fértil e gestantes. Causada por um vírus de fácil transmissão, costuma se manifestar com febre baixa e manchas vermelhas na pele, lembrando um resfriado leve. Na maioria das vezes, a recuperação é rápida e sem complicações.

    O alerta maior é para a infecção durante a gravidez: o vírus pode atravessar a placenta e causar malformações graves no feto (Síndrome da Rubéola Congênita — SRC). Por isso, a vacinação segue sendo a principal forma de prevenção, protegendo gestantes e bebês.

    O que é rubéola

    A rubéola (também chamada de “sarampo alemão”) é uma doença viral aguda e contagiosa, do grupo das doenças exantemáticas (com manchas avermelhadas na pele). Em crianças, tende a ser leve e autolimitada; já na gestação pode provocar complicações graves ao feto, como malformações, abortamento ou natimorto — motivo pelo qual a prevenção por vacina é essencial.

    Período de incubação e contágio

    • Incubação: geralmente 17 dias (variando de 12 a 23 dias).
    • Transmissibilidade: de 5 a 7 dias antes e depois do surgimento das manchas.

    Isso significa que a pessoa pode transmitir o vírus antes de ter sintomas, facilitando a disseminação.

    Como ocorre a transmissão

    Causada pelo Rubivirus, a rubéola é transmitida por secreções respiratórias (saliva, gotículas ao tossir, falar ou respirar). O contágio ocorre de cerca de 5 dias antes até 7 dias depois do aparecimento das manchas — com pico entre 2 dias antes e 2 dias depois do exantema.

    Principais sintomas da rubéola

    Os sintomas costumam ser leves e ocorrem em duas fases:

    1. Fase prodrômica (antes das manchas)

    • Febre baixa e mal-estar;
    • Linfonodos aumentados (atrás da orelha, nuca e pescoço);
    • Dor de cabeça, coriza e dor de garganta.

    2. Fase exantemática (com manchas)

    • Exantema maculopapular rubeoliforme: manchas avermelhadas que surgem na face e pescoço e se espalham para tronco e membros; duram 3 a 5 dias, desaparecendo sem descamação;
    • Manchas rosadas puntiformes no céu da boca.

    Diagnóstico da rubéola

    É clínico e laboratorial, para diferenciar de outras doenças exantemáticas:

    • Sorologia (IgM e IgG): indica infecção recente ou imunidade prévia;
    • PCR para rubéola: em secreções de orofaringe/nasal ou urina.

    Tratamento da rubéola

    Não há antiviral específico. O manejo é sintomático:

    • Repouso e hidratação adequada;
    • Antitérmicos/analgésicos leves (ex.: paracetamol);
    • Anti-inflamatórios (apenas com prescrição) para dores articulares.

    Prevenção: a importância da vacina

    A tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) é segura e disponível no SUS.

    • 12 meses: 1ª dose;
    • 15 meses: 2ª dose;
    • Adolescentes e adultos até 29 anos: duas doses;
    • 30 a 59 anos: uma dose;
    • Profissionais de saúde: duas doses, independentemente da idade.

    Gestantes não devem ser vacinadas durante a gravidez; a imunização deve ocorrer antes da gestação ou logo após o parto.

    Cuidados e prevenção da transmissão

    • Lavar as mãos com frequência e evitar contato próximo com doentes;
    • Cobrir boca e nariz ao tossir/espirrar;
    • Manter ambientes ventilados;
    • Em suspeita de rubéola, evitar locais públicos até liberação médica.

    Por que a rubéola é perigosa na gravidez

    Na gestação — especialmente no 1º trimestre — o vírus pode atravessar a placenta e causar a Síndrome da Rubéola Congênita (SRC), com possíveis:

    • Surdez (mais comum);
    • Defeitos cardíacos (PCA, estenose pulmonar, defeitos do septo);
    • Lesões oculares (catarata, retinopatia, microftalmia, coriorretinite);
    • Alterações neurológicas (microcefalia, atraso do desenvolvimento, distúrbios de comportamento);
    • Problemas hematológicos (anemia, petéquias);
    • Baixo peso ao nascer, hepatoesplenomegalia;
    • Alterações endócrinas (diabetes tipo 1, doenças da tireoide).

    No pré-natal, a triagem sorológica é obrigatória e pode ser repetida. Se houver suspeita de infecção fetal, exames complementares (sangue/líquido amniótico) podem ser indicados. O acompanhamento é individualizado.

    Confira: Calendário de vacinas para adultos: quais doses você não pode esquecer

    Cuidados depois do nascimento

    Recém-nascidos com rubéola congênita devem permanecer em isolamento e seguimento regular: podem eliminar o vírus por até 1 ano e são contagiosos nesse período.

    Perguntas frequentes sobre rubéola

    1. O que é a rubéola?

    É uma doença viral contagiosa com manchas avermelhadas na pele e evolução geralmente leve — exceto em gestantes.

    2. Como a rubéola é transmitida?

    Por gotículas respiratórias (saliva, espirros, tosse), principalmente nos dias próximos ao aparecimento das manchas.

    3. Quais são os primeiros sintomas?

    Febre baixa, mal-estar, ínguas atrás da orelha/nuca/pescoço e, depois, manchas vermelhas no corpo.

    4. A rubéola tem tratamento?

    Não há antiviral específico. O tratamento é de suporte (repouso, hidratação e medicamentos leves para febre/dor).

    5. Como prevenir?

    Com a vacina tríplice viral, disponível gratuitamente no SUS.

    6. Por que é perigosa na gravidez?

    Pelo risco de Síndrome da Rubéola Congênita, com malformações, surdez, defeitos cardíacos e outras complicações graves.

    7. Gestantes podem tomar a vacina?

    Não durante a gestação. A imunização deve ocorrer antes de engravidar ou após o parto, conforme orientação médica.

    Leia mais: 7 cuidados que você deve ter antes de engravidar

  • Conjuntivite: o que é, sintomas, tipos e tratamentos

    Conjuntivite: o que é, sintomas, tipos e tratamentos

    Vermelhidão nos olhos, coceira e lacrimejamento excessivo são alguns dos principais sintomas de conjuntivite, uma inflamação que atinge a conjuntiva, a fina membrana transparente que recobre a parte branca dos olhos e o interior das pálpebras.

    Por ter várias causas, o tratamento da conjuntivite pode variar bastante, então é importante procurar um oftalmologista logo nos primeiros sintomas para ter o diagnóstico correto. Na maioria dos casos, o quadro melhora em poucos dias — mas exige cuidados para evitar complicações e reduzir o risco de contágio.

    O que é conjuntivite?

    A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, uma membrana fina e transparente que recobre a parte branca dos olhos (esclera) e a face interna das pálpebras. Quando inflamada, a conjuntiva fica mais espessa, avermelhada e sensível — levando a sintomas como ardor, coceira, lacrimejamento e sensação de areia.

    O processo inflamatório pode ser causado por vírus, bactérias, substâncias químicas ou reações alérgicas. No geral, o quadro é autolimitado, mas requer atenção para evitar complicações e reduzir o risco de contágio. Quando provocada por agentes infecciosos, ela pode se espalhar facilmente por contato direto com secreções oculares ou objetos contaminados.

    Quais os tipos de conjuntivite?

    De acordo com a oftalmologista Maria Flávia Ribeiro, existem três principais tipos de conjuntivite:

    Conjuntivite viral

    É o tipo mais comum, normalmente provocada por adenovírus, os mesmos que causam gripes e resfriados. Por ser uma infecção viral, costuma começar em um olho e depois passar para o outro, causando vermelhidão, coceira, lacrimejamento e secreção mais líquida e transparente.

    Em alguns casos, a pessoa também pode sentir fotofobia e apresentar sintomas de gripe junto com a irritação nos olhos. A transmissão ocorre por contato com secreções oculares, mãos contaminadas ou objetos usados por alguém infectado (toalhas, travesseiros, maquiagem). Espalha-se com facilidade em locais fechados, escolas e ambientes de trabalho.

    Conjuntivite bacteriana

    Provocada por bactérias, é mais comum em crianças, mas pode afetar qualquer idade. Tende a causar secreção espessa, amarelada ou esverdeada, que muitas vezes gruda os cílios ao acordar. Os agentes mais comuns são Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae. O contágio é por contato com secreções, mãos contaminadas ou itens pessoais.

    Conjuntivite alérgica

    Acontece quando o organismo reage a alérgenos como poeira, pólen, pelos de animais ou cosméticos. Não é contagiosa e é mais comum em quem já tem alergias respiratórias (rinite, asma). Os sintomas surgem logo após o contato com o agente: coceira intensa, olhos vermelhos, lacrimejamento, inchaço das pálpebras e ardor. Frequentemente vem acompanhada de espirros e nariz entupido. A secreção, quando presente, é clara e leve.

    Sintomas de conjuntivite

    • Vermelhidão intensa;
    • Coceira e sensação de areia nos olhos;
    • Lacrimejamento constante;
    • Secreção (aquosa, mucosa ou purulenta);
    • Inchaço das pálpebras;
    • Sensibilidade à luz (fotofobia);
    • Visão levemente borrada;
    • Desconforto ao piscar.

    Se houver secreção amarelada, dor intensa ou piora rápida, procure um oftalmologista para descartar complicações como úlcera de córnea.

    Conjuntivite é contagiosa?

    As conjuntivites viral e bacteriana são contagiosas e podem se espalhar por:

    • Toque direto nos olhos contaminados e depois em outras pessoas;
    • Compartilhamento de toalhas, fronhas ou maquiagem;
    • Gotículas expelidas pela tosse ou espirro;
    • Contato com superfícies contaminadas.

    Já a conjuntivite alérgica não é transmissível.

    Como é feito o diagnóstico de conjuntivite?

    O diagnóstico é clínico, com base nos sintomas e no exame ocular. O oftalmologista avalia a conjuntiva, o tipo de secreção e o inchaço. Em casos atípicos, graves ou recorrentes, podem ser solicitados:

    • Cultura de secreção ocular (identificar o agente causador);
    • Teste de fluoresceína (avalia lesões na córnea);
    • Exames alérgicos (em suspeita de alergia crônica).

    O diagnóstico adequado é essencial para definir o tratamento certo — uso inadequado de colírios pode piorar o quadro (por exemplo, antibióticos em conjuntivite viral ou alérgica).

    Tratamentos para conjuntivite

    O tratamento varia conforme o tipo; o objetivo é aliviar os sintomas e acelerar a recuperação.

    Conjuntivite viral

    Costuma melhorar sozinha com higiene ocular e compressas frias. Em alguns casos, podem se formar membranas ou pseudomembranas na conjuntiva tarsal, exigindo debridamento e colírios anti-inflamatórios sob orientação médica. Evite compartilhar itens pessoais e não use colírios por conta própria.

    Conjuntivite bacteriana

    Requer colírios ou pomadas antibióticas prescritos pelo oftalmologista. Siga o tempo indicado para evitar recorrência. Mantenha a higiene das mãos, não coce os olhos e não compartilhe objetos.

    Conjuntivite alérgica

    Tratada com colírios antialérgicos/anti-histamínicos. Em casos mais graves, podem ser necessários corticosteroides ou imunomoduladores (sempre com acompanhamento). Evite o alérgeno (poeira, pelos, perfumes, pólen) e use compressas frias e lavagem suave.

    Autocuidados para conjuntivite

    • Lave as mãos várias vezes ao dia;
    • Evite coçar os olhos;
    • Use lenços de papel descartáveis;
    • Lave fronhas, toalhas e panos com frequência;
    • Evite maquiagem e lentes de contato até o fim da inflamação;
    • Durma bem e mantenha-se hidratado;
    • Não use colírios sem prescrição.

    Quanto tempo dura uma crise de conjuntivite?

    Nas formas viral ou bacteriana, em média 7 a 10 dias. A alérgica pode durar mais, especialmente se houver contato contínuo com o agente e coceira. Se persistir por mais de duas semanas ou piorar, retorne ao oftalmologista.

    Conjuntivite pode deixar sequelas na visão?

    Na maioria das vezes, não. Tratada corretamente, não deixa sequelas permanentes. A visão pode ficar turva temporariamente. “Quando não é feito o tratamento adequado, pode haver sequelas visuais como membranas, infiltrados adenovirais, entre outros, que exigem tratamento mais prolongado”, explica Maria Flávia. Crianças, idosos e imunossuprimidos merecem atenção especial.

    Confira: 5 causas de alergia dentro de casa e o que fazer para evitar

    Perguntas frequentes

    1. Quanto tempo depois de pegar conjuntivite eu deixo de transmitir para outras pessoas?

    Nas formas viral e bacteriana, o risco de contágio dura enquanto houver secreção — geralmente entre 7 e 14 dias. Mesmo com melhora dos sintomas, mantenha a higiene e evite compartilhar objetos até desaparecerem a secreção e a vermelhidão.

    2. Posso trabalhar ou estudar com conjuntivite?

    Não é recomendável durante a fase ativa da conjuntivite infecciosa. O ideal é ficar em casa de 5 a 7 dias (ou até a secreção desaparecer significativamente) para reduzir o contágio e favorecer a recuperação.

    3. A conjuntivite pode voltar depois de curada?

    Pode. É mais comum nas formas alérgicas (reexposição ao alérgeno). Na viral pode haver reinfecção por outro vírus; na bacteriana, recorrência pode ocorrer por higiene inadequada ou interrupção precoce do antibiótico.

    4. É normal sentir a visão embaçada durante a conjuntivite?

    Sim, de modo leve e temporário. Se o embaçamento for intenso, persistente ou acompanhado de dor forte e fotofobia, procure avaliação urgente para descartar comprometimento da córnea.

    5. Chá de camomila ajuda a tratar conjuntivite?

    Não há comprovação de eficácia. Compressas caseiras podem contaminar os olhos. Prefira gaze estéril e soro fisiológico conforme orientação médica.

    Leia também: Alergia à poeira doméstica: por que acontece e como aliviar os sintomas?

  • Trombose do viajante: o que é, sintomas, causas e como evitar

    Trombose do viajante: o que é, sintomas, causas e como evitar

    Você já ouviu falar em trombose do viajante? Antigamente conhecida como síndrome da classe econômica, ela acontece pela formação de coágulos sanguíneos nas pernas ou coxas durante viagens de longa duração — em especial em aviões.

    A condição, conhecida como trombose venosa profunda (TVP), costuma estar relacionada a fatores individuais, como obesidade, idade avançada, gravidez, uso de anticoncepcionais hormonais ou terapia de reposição hormonal. Normalmente, você só vai sentir os sintomas depois da viagem, como inchaço súbito, dor e rigidez nas pernas.

    O maior risco associado à trombose do viajante é que, em alguns casos, o trombo pode se desprender da veia e viajar até os pulmões, causando uma complicação grave e potencialmente fatal, conhecida como embolia pulmonar.

    Conversamos com o cirurgião vascular Marcelo Dalio para esclarecer as principais dúvidas sobre a condição, incluindo como ela se manifesta, quando procurar atendimento e medidas de prevenção. Confira!

    Afinal, o que é trombose venosa profunda?

    A trombose venosa profunda (TVP) é uma condição causada pela formação de coágulos sanguíneos (trombos) no interior das veias profundas, normalmente nas pernas, que podem obstruir o fluxo normal do sangue e causar dor, inchaço e sensação de peso no membro afetado.

    Durante uma viagem longa, o corpo passa muito tempo parado, de modo que a falta de movimento faz com que o sangue tenha mais dificuldade para retornar das pernas ao coração. Como resultado, ele pode se acumular nas veias — e, com o tempo, formar um coágulo.

    O problema ganhou o apelido de “trombose do viajante” justamente por ser comum em pessoas que passam muitas horas sentadas, especialmente em aviões. As poltronas apertadas, o ar seco e o baixo nível de oxigênio na cabine agravam a situação, aumentando a viscosidade do sangue e favorecendo a formação de trombos.

    Vale lembrar que a trombose não é exclusiva dos voos — longos trajetos de carro ou ônibus também podem favorecer o problema. Segundo Marcelo, em viagens terrestres é possível fazer pausas e se movimentar, o que reduz o risco; já em viagens aéreas longas, isso é mais difícil.

    Por que as viagens longas aumentam o risco de trombose?

    As viagens longas aumentam o risco porque o corpo fica parado por muito tempo, com as pernas dobradas e pouca movimentação. A imobilidade prolongada dificulta a circulação do sangue, favorecendo o acúmulo nas veias e a formação de trombos.

    No avião, há agravantes como:

    • Baixa umidade da cabine (favorece desidratação);
    • Pressão atmosférica reduzida (altera a fisiologia);
    • Pouco espaço, dificultando mexer panturrilhas e tornozelos.

    Quem está mais vulnerável à trombose do viajante?

    Condições que aumentam significativamente o risco:

    • História prévia de trombose ou embolia pulmonar;
    • Cirurgias recentes (especialmente ortopédicas e abdominais);
    • Câncer e tratamentos oncológicos;
    • Uso de anticoncepcionais hormonais ou terapia de reposição hormonal;
    • Gravidez e pós-parto;
    • Obesidade e sedentarismo;
    • Tabagismo;
    • Idade acima de 60 anos.

    Ainda assim, qualquer pessoa pode desenvolver o problema se permanecer tempo demais sem se movimentar.

    Quais os sintomas de trombose venosa?

    De acordo com Marcelo, os sintomas geralmente aparecem após o desembarque e podem piorar nas horas seguintes:

    • Inchaço súbito em uma perna (panturrilha ou coxa);
    • Dor ou sensibilidade na perna, pior ao caminhar ou ficar em pé;
    • Calor local e vermelhidão;
    • Rigidez ou sensação de peso nas pernas.

    Os sinais surgem porque o coágulo impede a passagem do sangue, causando inflamação e acúmulo de líquido.

    Segundo a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV), o perigo aumenta quando o trombo se desprende e migra para os pulmões, provocando embolia pulmonar. Nesses casos, pode haver falta de ar, dor no peito, tosse com sangue, tontura e desmaios. Qualquer sinal diferente após uma longa viagem merece avaliação médica.

    Quando saber que é hora de procurar atendimento médico?

    Procure um profissional de saúde se, nas horas ou dias após a viagem, você apresentar:

    • Inchaço em apenas uma perna;
    • Dor persistente na panturrilha;
    • Sensação de calor, vermelhidão ou endurecimento local;
    • Dificuldade para andar por dor ou peso na perna.

    O médico poderá solicitar ultrassonografia com doppler venoso para detectar coágulos e avaliar o fluxo sanguíneo. Quanto mais cedo o diagnóstico, menores as chances de complicações (embolia pulmonar, progressão do trombo ou síndrome pós-trombótica).

    Após viagens longas, os sintomas podem surgir entre 24 e 72 horas (ou mais). Sinais sutis que evoluem merecem atenção, especialmente em quem tem fatores de risco.

    Qual a relação entre trombose e embolia pulmonar?

    A TVP ocorre quando se forma um coágulo nas veias (geralmente das pernas). Se o coágulo se desprende e viaja até os pulmões, pode bloquear uma artéria pulmonar, causando uma embolia pulmonar — condição potencialmente grave, com falta de ar, dor torácica e taquicardia. Tratar a trombose precocemente reduz o risco de embolia.

    Como é feito o tratamento de trombose venosa profunda?

    O objetivo é impedir o aumento do coágulo e evitar que ele se desprenda:

    • Anticoagulantes (orais ou injetáveis): reduzem a coagulação, previnem novos trombos e permitem que o organismo dissolva o existente. A duração depende da gravidade e do risco de recorrência;
    • Internação e procedimentos (em casos graves): trombólise, trombectomia ou filtro de veia cava;
    • Meias de compressão graduada: aliviam dor e inchaço e ajudam a prevenir síndrome pós-trombótica (sempre com orientação médica).

    É seguro usar anticoagulantes antes de viajar?

    Não. O uso preventivo de anticoagulantes sem prescrição não é indicado, pois aumenta o risco de sangramentos. A prevenção deve focar movimentação e hidratação, nunca automedicação.

    Como evitar a trombose venosa durante uma viagem longa?

    Dicas da SBACV e do cirurgião vascular Marcelo Dalio:

    • Movimente-se a cada ~2 horas: levante, ande, estique as pernas; sentado, gire os tornozelos e flexione os pés;
    • Use roupas confortáveis e evite peças apertadas;
    • Meias de compressão (média compressão) se prescritas, especialmente para quem tem varizes, histórico familiar ou TVP prévia;
    • Hidrate-se: beba água antes, durante e após a viagem; evite álcool e excesso de cafeína;
    • Evite álcool e sedativos (podem aumentar imobilidade e desidratação);
    • Prefira assentos no corredor para facilitar levantar e se movimentar.

    Pessoas com histórico de trombose, doenças cardíacas, câncer, varizes ou gravidez devem conversar com o médico antes de viagens longas para medidas personalizadas.

    Confira: Sente pernas pesadas no fim do dia? Confira dicas para aliviar

    Perguntas frequentes sobre trombose do viajante

    1. Qual a diferença entre trombose venosa e trombose arterial?

    A trombose venosa ocorre nas veias (retorno do sangue ao coração), gerando inchaço, dor e calor local. A trombose arterial ocorre nas artérias (envio de sangue oxigenado aos tecidos) e é mais rara, porém grave, podendo causar infarto, AVC ou isquemia de membros.

    2. A trombose tem cura?

    Sim, com diagnóstico precoce e anticoagulação adequada. O tratamento costuma durar de 3 a 6 meses (ou mais, conforme o caso). Acompanhamento médico e prevenção reduzem recidivas.

    3. A trombose pode voltar depois do tratamento?

    Sim. Quem já teve TVP tem risco maior de novos episódios. Meias elásticas, controle de peso, hidratação e atividade física ajudam a reduzir a recorrência.

    4. Como é feito o diagnóstico da trombose?

    É clínico e confirmado por imagem. O principal exame é a ultrassonografia com doppler venoso. Em casos complexos, podem ser solicitados exames laboratoriais e tomografia.

    5. A trombose pode acontecer em qualquer parte do corpo?

    É mais comum nas veias profundas das pernas, mas pode ocorrer em braços, abdômen, cérebro e coração. Sintomas persistentes e atípicos devem ser investigados.

    6. Existe relação entre trombose e obesidade?

    Sim. A obesidade aumenta a pressão nas veias das pernas, dificulta o retorno venoso e altera fatores de coagulação. Manter peso saudável, praticar exercícios e ajustar a alimentação reduz o risco e melhora a saúde cardiovascular.

    Leia também: Qual a relação entre varizes e dor nas pernas?

  • Forame Oval Patente: a pequena abertura no coração que pode causar AVC

    Forame Oval Patente: a pequena abertura no coração que pode causar AVC

    Durante a gestação, o bebê recebe oxigênio através do sangue da mãe, via placenta — e não pelos pulmões. Para que essa circulação funcione bem, existe uma pequena abertura natural no coração fetal chamada forame oval, que liga as duas câmaras superiores do coração (os átrios).

    Depois do nascimento, essa abertura normalmente se fecha sozinha. No entanto, em até 25% das pessoas, ela permanece aberta ao longo da vida — condição conhecida como forame oval patente. Na maioria dos casos, isso não traz problemas e a pessoa vive sem sintomas.

    Em algumas situações específicas, no entanto, o forame oval patente pode estar relacionado a um tipo de acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico.

    O que é o forame oval patente

    O forame oval patente é uma pequena comunicação entre os átrios direito e esquerdo do coração que, em algumas pessoas, não se fecha completamente após o nascimento. Geralmente, quem tem essa condição não apresenta sintomas e não precisa de tratamento.

    Em casos específicos — especialmente quando há histórico de AVC sem causa aparente — o forame oval patente pode ter papel importante e precisa ser investigado.

    Qual é a relação entre o forame oval patente e o AVC?

    Em algumas pessoas, o forame oval patente pode funcionar como uma “porta” para a passagem de pequenos coágulos no sangue.

    Normalmente, esses coágulos seriam filtrados pelos pulmões antes de chegar ao cérebro. Porém, quando o forame oval permanece aberto, o coágulo pode passar diretamente do lado direito para o esquerdo do coração e seguir até o cérebro, provocando um AVC isquêmico.

    Quando ocorre um AVC sem causa aparente, mesmo após exames detalhados, ele é chamado de AVC criptogênico — e o forame oval patente pode estar entre os fatores envolvidos.

    Quem tem mais risco

    O forame oval patente costuma ser identificado com mais frequência em pessoas jovens (entre 25 e 45 anos) que tiveram um AVC sem causa definida. O risco aumenta quando:

    • O forame oval patente é grande ou tem alta condutância (a passagem de sangue entre os átrios é significativa);
    • Há alterações no septo, a parede que separa os átrios;
    • Existem outros fatores de coagulação associados.

    Mesmo assim, é importante lembrar que nem todo AVC em quem tem forame oval patente é causado por ele. Muitas vezes, o achado é apenas uma coincidência.

    Como o forame oval patente é diagnosticado

    O principal exame é o ecocardiograma com microbolhas — um tipo de ultrassom do coração em que se injetam microbolhas na veia para observar se elas passam de um lado para o outro do órgão.

    O exame pode ser feito de duas formas:

    • Ecocardiograma transtorácico: realizado pelo tórax;
    • Ecocardiograma transesofágico: feito com uma sonda pelo esôfago, oferecendo imagens mais detalhadas.

    Outro exame útil é o ultrassom transcraniano com microbolhas, que permite observar o fluxo sanguíneo no cérebro e confirmar a passagem anormal das microbolhas — sinal de forame oval patente.

    Outros exames complementares podem ser necessários, como:

    • Ressonância magnética ou tomografia do cérebro;
    • Monitoramento cardíaco para descartar arritmias;
    • Exames de sangue para avaliar coagulação e identificar possíveis trombofilias (condições que favorecem a formação de coágulos).

    Tratamento do forame oval patente

    As opções variam conforme o caso e a avaliação médica. Veja as principais abordagens:

    1. Tratamento com remédios

    • Antiplaquetários: ajudam a reduzir a chance de novos coágulos;
    • Anticoagulantes: indicados em casos específicos, sempre sob acompanhamento médico.

    2. Fechamento do forame oval patente com dispositivo

    É um procedimento feito por cateterismo cardíaco, sem necessidade de cirurgia aberta. Um pequeno dispositivo semelhante a um tampão é colocado no forame para fechá-lo e impedir a passagem de coágulos.

    Esse tipo de tratamento é geralmente indicado para:

    • Pessoas com menos de 60 anos;
    • Casos de AVC criptogênico;
    • Forame oval patente considerado de alto risco;
    • Pacientes em bom estado de saúde geral.

    3. Acompanhamento médico

    Nem todo forame oval patente precisa ser fechado. Em muitos casos, o médico opta apenas por tratamento medicamentoso e acompanhamento periódico. Mesmo após o fechamento, é importante manter o seguimento com cardiologista e neurologista, especialmente nos primeiros meses.

    Pontos importantes

    • O fechamento pode reduzir o risco de novos AVCs em pessoas selecionadas, mas também traz riscos, como arritmias e complicações do cateterismo;
    • A decisão sobre o tratamento deve ser individualizada e tomada por uma equipe multidisciplinar (cardiologista, neurologista e hematologista);
    • O acompanhamento médico regular é essencial para avaliar riscos e benefícios de cada abordagem.

    Confira: Suspeita de infarto: conheça os erros que colocam vidas em risco e saiba como agir

    Perguntas frequentes sobre forame oval patente

    1. O que é o forame oval patente?

    É uma pequena abertura entre os átrios do coração que, em algumas pessoas, não se fecha completamente após o nascimento.

    2. Ter forame oval patente é perigoso?

    Na maioria das pessoas, não. A condição costuma ser benigna e não requer tratamento.

    3. Qual a relação entre forame oval patente e AVC?

    Em casos raros, o forame oval patente pode permitir que pequenos coágulos passem do coração para o cérebro, provocando um AVC isquêmico.

    4. Todo mundo com forame oval patente precisa fechar essa abertura?

    Não. O fechamento é indicado apenas em casos específicos, após avaliação de uma equipe médica.

    5. Como saber se eu tenho forame oval patente?

    O diagnóstico é feito por meio do ecocardiograma com microbolhas, um exame simples e seguro.

    6. O fechamento do forame oval patente elimina totalmente o risco de AVC?

    Não, mas reduz o risco em pessoas selecionadas. O acompanhamento médico continua sendo indispensável.

    7. O forame oval patente tem cura?

    Sim. Quando o fechamento é indicado e realizado, o forame é corrigido permanentemente, impedindo a passagem anormal de coágulos.

    Leia mais: Potássio ajuda a reduzir a pressão alta? Cardiologista explica

  • Osteoporose: conheça a doença silenciosa que enfraquece os ossos 

    Osteoporose: conheça a doença silenciosa que enfraquece os ossos 

    A osteoporose é uma das doenças mais comuns entre adultos acima dos 50 anos e uma das principais causas de fraturas em idosos. Embora seja silenciosa, pode trazer consequências sérias — especialmente fraturas em ossos frágeis. O diagnóstico precoce e os hábitos saudáveis são as principais formas de proteger a saúde óssea.

    De acordo com o Ministério da Saúde, a osteoporose é uma das principais causas de morbidade e mortalidade entre idosos no Brasil. Estima-se que uma em cada três mulheres e um em cada cinco homens acima dos 50 anos terão uma fratura relacionada à perda óssea ao longo da vida.

    O que é a osteoporose

    A osteoporose é uma doença sistêmica do esqueleto, caracterizada pela diminuição da massa óssea e pela alteração da estrutura interna dos ossos. Com o tempo, eles se tornam mais frágeis e suscetíveis a fraturas — mesmo em quedas leves ou pequenos impactos.

    As fraturas mais comuns ocorrem na coluna, quadril, punho e úmero (osso do braço).

    Como o osso perde resistência

    A força do osso depende de dois fatores principais:

    • Quantidade de osso: medida pela densitometria óssea, que avalia a densidade mineral óssea (DMO);
    • Qualidade do osso: relacionada à arquitetura interna, capacidade de renovação, equilíbrio entre minerais e colágeno e presença de microlesões.

    A densidade mineral óssea representa cerca de 50% a 70% da força total do osso, mas a qualidade também é determinante para a resistência e a prevenção de fraturas.

    Quando a perda óssea começa

    O esqueleto atinge o pico de massa óssea entre a adolescência e o início da vida adulta. Depois disso, ocorre uma perda natural de densidade. Entre os fatores que aceleram essa perda estão:

    • Genética;
    • Alimentação pobre em cálcio e vitamina D;
    • Sedentarismo;
    • Tabagismo e consumo de álcool;
    • Deficiências hormonais, especialmente após a menopausa.

    Nas mulheres, a perda óssea acelera após a menopausa devido à queda do estrogênio. Já nos idosos, a deficiência de vitamina D e a redução da atividade das células formadoras de osso (osteoblastos) agravam o processo.

    Fatores de risco para osteoporose e fraturas

    • Histórico pessoal de fratura na vida adulta;
    • Fratura em familiar de primeiro grau;
    • Baixo peso (menos de 57 kg) ou IMC abaixo de 19;
    • Uso prolongado de corticoides (mais de três meses);
    • Tabagismo;
    • Idade avançada;
    • Menopausa precoce (antes dos 45 anos);
    • Baixa ingestão de cálcio;
    • Sedentarismo;
    • Consumo excessivo de álcool;
    • Quedas recentes;
    • Doenças que afetam memória, equilíbrio ou visão.

    Tipos de osteoporose

    Osteoporose primária

    • Juvenil: rara, afeta crianças e adolescentes em fase de crescimento;
    • Idiopática: ocorre em adultos jovens sem causa identificável;
    • Senil: associada ao envelhecimento e à menopausa.

    Osteoporose secundária

    Surge em consequência de outras doenças (endócrinas, inflamatórias, reumatológicas) ou do uso prolongado de medicamentos como os corticoides.

    Sintomas e manifestações clínicas

    A osteoporose é chamada de “doença silenciosa” porque raramente causa sintomas antes da primeira fratura. Quando surgem, podem incluir:

    • Dores nas costas;
    • Diminuição da altura;
    • Deformidades na coluna;
    • Dificuldade de locomoção ou perda de equilíbrio.

    Diagnóstico da osteoporose

    O diagnóstico é baseado no histórico clínico, presença de fraturas e resultado da densitometria óssea (DXA), exame padrão que mede a densidade mineral dos ossos.

    Quando fazer a densitometria óssea

    • Mulheres a partir dos 65 anos;
    • Homens a partir dos 70 anos;
    • Adultos com fatores de risco, independentemente da idade;
    • Pessoas que já tiveram fraturas por fragilidade;
    • Pacientes que usam medicamentos que afetam o metabolismo ósseo.

    Além disso, exames laboratoriais podem avaliar níveis de cálcio, vitamina D e hormônios, ajudando a descartar causas secundárias da doença.

    Como prevenir e tratar a osteoporose

    Hábitos de vida

    • Alimentação equilibrada: inclua cálcio (leite, queijos, vegetais verde-escuros) e vitamina D (peixes gordos, alimentos fortificados, exposição solar);
    • Exposição solar segura: sob orientação médica, para manter bons níveis de vitamina D;
    • Atividade física regular: especialmente exercícios com impacto leve e fortalecimento muscular, que aumentam a densidade óssea e reduzem quedas;
    • Evite tabaco e álcool: ambos prejudicam a absorção de cálcio e aceleram a perda óssea;
    • Prevenção de quedas: adapte o ambiente doméstico, use calçados firmes e mantenha a boa iluminação.

    Tratamento médico

    O tratamento varia conforme a gravidade e a presença de fraturas. O médico pode indicar:

    • Suplementação de cálcio e vitamina D;
    • Medicamentos que reduzem a perda óssea ou estimulam a formação de osso novo;
    • Fisioterapia e exercícios supervisionados para fortalecer músculos e melhorar o equilíbrio.

    O objetivo é reduzir o risco de novas fraturas, já que o osso perdido não pode ser totalmente recuperado.

    Leia também: Artrite ou artrose? Conheça as diferenças entre as doenças

    Perguntas frequentes sobre osteoporose

    1. A osteoporose tem cura?

    Não. Mas é possível controlar a doença e reduzir o risco de fraturas com tratamento médico e hábitos saudáveis.

    2. Quando devo começar a me preocupar com a saúde dos ossos?

    Desde cedo. A prevenção deve começar na infância e juventude, com alimentação rica em cálcio e prática de atividades físicas.

    3. Só mulheres têm osteoporose?

    Não. Apesar de mais comum em mulheres, especialmente após a menopausa, os homens também podem desenvolver a doença.

    4. O que a densitometria óssea avalia?

    Ela mede a densidade mineral dos ossos e indica se há perda óssea significativa, auxiliando no diagnóstico precoce da osteoporose.

    5. Tomar sol ajuda na prevenção?

    Sim. A luz solar estimula a produção de vitamina D, essencial para a absorção de cálcio pelos ossos.

    6. Quais alimentos fortalecem os ossos?

    Leite, queijos, iogurte, brócolis, couve, sardinha e castanhas são ricos em cálcio e ajudam a manter a massa óssea.

    7. Exercícios ajudam quem já tem osteoporose?

    Sim. A prática regular fortalece músculos e melhora o equilíbrio, diminuindo o risco de quedas e fraturas.

    Confira: Médico de família e clínico geral: conheça as diferenças

  • Alergia a níquel de bijuterias: por que acontece, como tratar e se tem cura

    Alergia a níquel de bijuterias: por que acontece, como tratar e se tem cura

    Vermelhidão, coceira e pequenas bolhas após usar um brinco novo? Esses sintomas podem parecer estranhos para quem já está acostumado a usar bijuterias, mas são sinais clássicos de alergia a níquel — uma das causas mais comuns de dermatite de contato no mundo.

    O níquel está presente em muitos objetos do dia a dia — de bijuterias a botões, zíperes e até cosméticos. Em pessoas predispostas, o contato repetido com o metal provoca uma reação inflamatória que tende a se tornar crônica, mesmo com pequenas quantidades de exposição.

    Mas afinal, o que fazer? A seguir, a alergista e imunologista Brianna Nicoletti explica como é feito o tratamento, quais alternativas são seguras e como diferenciar a alergia de uma simples irritação.

    O que é o níquel?

    Segundo Brianna, o níquel (ou sulfato de níquel) é um metal resistente, versátil e brilhante, amplamente utilizado em ligas metálicas. É popular por ser barato, durável e aumentar a vida útil de produtos metálicos.

    Ele está presente em uma série de objetos cotidianos:

    • Brincos e piercings metálicos;
    • Correntes, pulseiras e anéis prateados;
    • Fechos de colares e zíperes de roupas;
    • Botões de calça e fivelas de cinto;
    • Relógios e armações de óculos;
    • Cosméticos (sombras, batons, tinturas de cabelo).

    Nos cosméticos, o níquel não é adicionado de propósito: ele surge como impureza de pigmentos metálicos, especialmente em maquiagens com tons dourados, acinzentados ou cintilantes. Mesmo em quantidades mínimas, pode sensibilizar peles predispostas.

    Por que algumas pessoas têm alergia a níquel nas bijuterias?

    A alergia ocorre quando o sistema imunológico reconhece o níquel como uma substância estranha. Os íons do metal penetram nas camadas da pele e se ligam a proteínas locais, desencadeando uma inflamação com vermelhidão, coceira e bolhas.

    Curiosamente, a sensibilidade pode surgir após anos de uso de bijuterias com níquel. Isso acontece porque o corpo cria uma “memória imunológica” — e, a partir daí, mesmo uma exposição mínima é suficiente para causar reação. É por isso que a alergia tende a ser crônica.

    Quais são os sintomas da alergia a níquel?

    Os sintomas da alergia a níquel aparecem geralmente entre 12 e 48 horas após o contato. As áreas mais afetadas são as que têm contato direto com o metal — lóbulo das orelhas, pescoço, dedos e pulsos. Os principais sinais incluem:

    • Coceira intensa e persistente;
    • Vermelhidão e sensação de calor;
    • Descamação e ressecamento da pele;
    • Pequenas bolhas que podem liberar líquido;
    • Crostas ou fissuras em casos crônicos.

    Nos casos prolongados, a pele pode engrossar, escurecer e ficar sensível. Já nas alergias causadas por cosméticos, as lesões podem surgir em locais como pálpebras, rosto, couro cabeludo e mãos.

    Importante: mesmo após remover o acessório, a reação pode persistir por alguns dias até a recuperação completa da pele.

    Como diferenciar alergia a níquel de outras irritações?

    Nem toda vermelhidão causada por bijuteria é uma alergia verdadeira. Às vezes, trata-se apenas de uma irritação mecânica (pelo atrito) ou química (por suor ou produtos de limpeza). Veja as diferenças:

    Tipo de reação Causa Características Duração
    Irritação simples Atrito, suor, produtos químicos Ardência e vermelhidão local Melhora após remover o acessório
    Alergia (dermatite de contato) Reação imunológica ao níquel Coceira, bolhas e inflamação persistente Dura dias ou semanas, mesmo sem o acessório

    Diagnóstico da alergia a níquel

    O diagnóstico é clínico, baseado na história e nas lesões observadas. Para confirmar, o dermatologista pode solicitar o teste de contato (patch test), no qual pequenas quantidades de substâncias alérgicas — incluindo o níquel — são aplicadas nas costas do paciente.

    Após 48 e 72 horas, o médico verifica se houve inflamação na área. O resultado confirma a alergia e orienta medidas de prevenção.

    Como tratar a alergia a níquel

    Ao notar coceira intensa e vermelhidão, o primeiro passo é retirar o acessório e lavar a região com água e sabão neutro. Depois, aplique um hidratante para restaurar a barreira cutânea.

    De acordo com Brianna, o tratamento geralmente inclui pomadas com corticoide por curto período. Em casos mais graves, o dermatologista pode indicar inibidores de calcineurina, curativos de barreira ou antibióticos, se houver infecção.

    Tenho alergia a níquel. O que posso usar?

    O níquel está em muitos acessórios, mas existem alternativas seguras. Prefira peças de aço cirúrgico, titânio, ouro 18k (não folheado) ou prata 925 de boa procedência, certificando-se de que a liga não contenha traços de níquel.

    Nos cosméticos, escolha produtos com selo “nickel-tested” ou “low-nickel”. Prefira fórmulas sem fragrância e com poucos ingredientes, que reduzem o risco de irritação.

    Mantenha a pele hidratada com cremes ricos em ceramidas e evite usar acessórios por longos períodos, especialmente em dias quentes, pois o suor aumenta a liberação do metal.

    Quando procurar ajuda médica urgente

    Procure um médico se houver:

    • Inchaço intenso, dor ou calor no local;
    • Presença de pus ou secreção amarelada;
    • Lesões que não cicatrizam;
    • Coceira que se espalha pelo corpo.

    Esses sinais podem indicar infecção secundária ou outras doenças de pele, como eczema atópico.

    Confira: Será que é urticária? Conheça as características dessa doença

    Alergia a níquel tem cura?

    A alergia ao níquel tende a ser crônica. O tratamento se baseia em evitar a exposição e controlar os sintomas. Em casos específicos, o dermatologista pode considerar estratégias complementares, mas a dessensibilização não é rotina, pois o manejo é preventivo e evitativo.

    “Um alerta prático: se a dermatite aparece em pálpebras ou rosto e você não usa bijuterias, pense em maquiagens, esmaltes e tinturas como fontes ocultas. Leve seus produtos à consulta — isso ajuda no diagnóstico e na escolha de alternativas seguras”, orienta Brianna.

    Perguntas frequentes sobre alergia a níquel

    1. Posso usar bijuterias se aplicar esmalte transparente por cima?

    Passar esmalte sobre brincos, anéis ou pulseiras cria apenas uma barreira temporária. Com o tempo, o atrito e o suor removem a camada, permitindo o contato com o metal novamente. É uma solução paliativa; o ideal é usar metais hipoalergênicos.

    2. É verdade que o suor aumenta a liberação de níquel?

    Sim. O suor contém sais e ácidos que facilitam a liberação de íons de níquel das ligas metálicas, aumentando a chance de reação alérgica. Por isso, evite usar bijuterias durante o calor, ao dormir ou durante atividades físicas.

    3. Como saber se uma bijuteria contém níquel?

    Não é possível identificar visualmente. Algumas lojas informam na embalagem ou site. Outra opção é usar kits de teste para níquel, vendidos em farmácias, que mudam de cor ao entrar em contato com o metal.

    4. O uso de celular ou notebook metálico pode causar alergia?

    Sim, especialmente em pessoas muito sensíveis. O contato prolongado com aparelhos metálicos pode causar dermatite nas mãos ou bochechas. Use capas protetoras e películas para evitar o contato direto.

    5. Quais alimentos contêm níquel e podem piorar a alergia?

    Alguns alimentos possuem altos teores naturais de níquel e, em pessoas sensíveis, podem agravar os sintomas. Entre eles:

    • Chocolate e cacau;
    • Nozes, amêndoas e castanhas;
    • Feijão, lentilha e ervilha;
    • Aveia e trigo integral;
    • Espinafre e couve;
    • Chá preto e café instantâneo.

    Esses alimentos não causam alergia em todas as pessoas, mas quem tem dermatite sistêmica por níquel pode precisar restringi-los sob orientação médica.

    Leia também: Alergia à poeira doméstica: por que acontece e como aliviar os sintomas?

  • Amenorreia: quando a menstruação não vem 

    Amenorreia: quando a menstruação não vem 

    Quando a menstruação atrasa ou deixa de vir por meses, o corpo está enviando um sinal de que algo não está funcionando como deveria. A amenorreia, nome dado à ausência de menstruação, pode ser um fenômeno natural — como na gravidez, amamentação ou menopausa —, mas também pode indicar alterações hormonais ou anatômicas que precisam ser investigadas.

    Embora afete uma parcela pequena das mulheres em idade fértil, a amenorreia merece atenção. Ela não é uma doença em si, mas um sintoma de que há algo interferindo no eixo hormonal que liga o cérebro, os ovários e o útero. Entender as causas e buscar avaliação médica são medidas importantes para proteger a saúde reprodutiva.

    Como o ciclo menstrual funciona

    A menstruação depende de um delicado sistema de comunicação entre o cérebro, os ovários e o útero:

    • O hipotálamo e a hipófise, no cérebro, produzem hormônios que estimulam os ovários;
    • Os ovários liberam estrogênio e progesterona, que preparam o útero para uma possível gravidez;
    • Quando não há fecundação, o endométrio se descama e ocorre a menstruação.

    Se uma dessas etapas é interrompida — por questões hormonais, anatômicas, metabólicas ou emocionais —, a menstruação pode cessar, caracterizando a amenorreia.

    Tipos de amenorreia

    Amenorreia primária

    É considerada quando a menina nunca menstruou e deve ser investigada se a menstruação não ocorrer até os 15 anos, mesmo com outros sinais da puberdade, ou até os 13 anos, se não houver nenhum sinal de desenvolvimento.

    Amenorreia secundária

    Ocorre quando a mulher já menstruou, mas o ciclo parou por três meses ou mais. Também pode ser considerada quando há menos de nove menstruações por ano.

    Em ambos os casos, é essencial procurar um ginecologista para identificar a causa e definir o tratamento adequado.

    Principais causas

    A amenorreia pode ter múltiplas origens — hormonais, genéticas, anatômicas ou até emocionais. Entre as principais causas estão:

    1. Distúrbios do hipotálamo

    • Transtornos alimentares (como anorexia ou restrições severas);
    • Disfunção hipotalâmica funcional;
    • Deficiência de gonadotrofinas (ex.: síndrome de Kallmann);
    • Presença de tumores na região.

    2. Alterações da hipófise

    • Excesso de prolactina (hiperprolactinemia), causado por tumores, uso de medicamentos ou doenças autoimunes.

    3. Problemas nos ovários

    • Insuficiência ovariana prematura (falência dos ovários antes dos 40 anos);
    • Causas genéticas, autoimunes, cirúrgicas ou decorrentes de quimio/radioterapia.

    4. Alterações genéticas e anatômicas

    • Ausência de útero, estenose cervical, hímen imperfurado ou obstruções vaginais;
    • Síndrome de Turner e outras condições genéticas que afetam os ovários.

    5. Distúrbios endocrinológicos

    • Síndrome dos ovários policísticos (SOP);
    • Doenças da tireoide (hipotireoidismo ou hipertireoidismo);
    • Doença de Cushing (excesso de cortisol).

    6. Outros fatores comuns

    • Estresse físico ou emocional intenso;
    • Prática excessiva de exercícios (comum em atletas e bailarinas);
    • Uso de medicamentos que interferem na produção hormonal.

    Diagnóstico de amenorreia

    O primeiro passo é descartar causas naturais, como gravidez. Depois, o ginecologista investiga outras possíveis origens por meio de exames e histórico clínico.

    1. Avaliação clínica

    • Histórico menstrual e idade de início da puberdade;
    • Desenvolvimento de mamas e pelos;
    • Peso, altura e hábitos alimentares;
    • Sinais de menopausa precoce (calorões, secura vaginal);
    • Frequência de exercícios físicos;
    • Uso de medicamentos e histórico de doenças.

    2. Exames complementares

    • Ultrassom pélvico: avalia útero e ovários;
    • Exames de sangue: dosagem de FSH, LH, prolactina, TSH e estradiol;
    • Cariótipo genético: em casos suspeitos de alterações cromossômicas.

    Com base nos resultados, o médico identifica em qual parte do sistema reprodutivo está a falha — se é no cérebro, nos ovários, no útero ou na hipófise — e define o tratamento.

    Tratamento

    O tratamento da amenorreia depende totalmente da causa identificada:

    • Alterações de estilo de vida: reequilíbrio alimentar, redução do estresse e ajuste na rotina de exercícios;
    • Distúrbios hormonais: uso de medicamentos que regulam a produção de hormônios (como para hiperprolactinemia ou disfunções da tireoide);
    • Síndrome dos ovários policísticos: controle hormonal e acompanhamento clínico;
    • Malformações anatômicas: tratamento cirúrgico quando necessário;
    • Deficiência de estrogênio: reposição hormonal para proteger ossos e coração.

    Em todos os casos, o acompanhamento ginecológico é essencial. Ignorar a ausência de menstruação pode trazer riscos à fertilidade, à densidade óssea e à saúde cardiovascular.

    Veja mais: Fluxo menstrual intenso: o que é, sintomas e como tratar

    Perguntas frequentes sobre amenorreia

    1. Amenorreia é uma doença?

    Não. É um sintoma que indica que algo está alterando o equilíbrio hormonal ou anatômico do sistema reprodutivo.

    2. Toda ausência de menstruação é preocupante?

    Nem sempre. Pode ser natural (como na gravidez, amamentação ou menopausa), mas deve ser avaliada se durar mais de três meses sem causa aparente.

    3. Amenorreia causa infertilidade?

    Pode estar associada à dificuldade para engravidar, dependendo da causa. Mas, com tratamento adequado, muitos casos são reversíveis.

    4. O estresse pode parar a menstruação?

    Sim. O estresse afeta o hipotálamo, parte do cérebro que regula os hormônios do ciclo menstrual.

    5. Amenorreia tem tratamento?

    Sim. O tratamento é direcionado à causa — desde mudanças de hábitos até medicamentos ou reposição hormonal.

    6. Quem faz muito exercício pode parar de menstruar?

    Sim. Exercícios intensos, especialmente combinados com baixo peso corporal, podem interromper o ciclo.

    7. Quando devo procurar o ginecologista?

    Se a menstruação não vem há três meses (em quem já menstruava) ou se nunca ocorreu até os 15 anos, é hora de investigar.

    Leia também: Adenomiose: o que é, sintomas, causas e tratamento

  • Esclerose múltipla: entenda a doença em que o corpo ataca o sistema nervoso

    Esclerose múltipla: entenda a doença em que o corpo ataca o sistema nervoso

    Por afetar diretamente o sistema nervoso central, responsável por funções como equilíbrio, movimento e visão, a esclerose múltipla pode se manifestar de muitas formas e, por isso, o diagnóstico nem sempre é imediato. Hoje, com os avanços na medicina, é possível viver bem com a doença, desde que o tratamento seja iniciado precocemente e mantido de forma contínua.

    Estima-se que mais de 2,8 milhões de pessoas em todo o mundo convivam com esclerose múltipla. A maioria dos diagnósticos ocorre entre os 20 e 50 anos, fase em que as pessoas estão ativas profissionalmente e socialmente.

    Por isso, o acompanhamento médico especializado é fundamental para reduzir o impacto da doença e preservar a qualidade de vida. Entenda mais a seguir.

    O que é esclerose múltipla

    A esclerose múltipla é uma doença autoimune que afeta o sistema nervoso central, ou seja, o cérebro e a medula espinhal. Nessa condição, o próprio sistema imunológico, que deveria proteger o corpo, ataca por engano as estruturas nervosas.

    O principal alvo da doença é a mielina, uma substância que funciona como uma capa protetora dos nervos. Ela ajuda a transmitir os sinais elétricos de forma rápida e precisa. Quando ocorre inflamação e destruição dessa capa (processo chamado desmielinização), os sinais nervosos ficam lentos ou não chegam corretamente, o que causa sintomas neurológicos variados.

    Com o tempo, podem surgir cicatrizes no tecido nervoso (gliose) e perda de neurônios, o que contribui para a progressão da doença e para possíveis limitações motoras e cognitivas.

    Quem pode ter esclerose múltipla

    A esclerose múltipla geralmente é diagnosticada entre os 20 e 50 anos de idade e é duas a três vezes mais comum em mulheres. É considerada a segunda principal causa de incapacidade neurológica em adultos jovens, ficando atrás apenas de traumas cerebrais ou de medula.

    Por que a esclerose múltipla acontece

    A causa exata da esclerose múltipla ainda não é totalmente conhecida, mas a ciência acredita que a doença surja da combinação entre fatores genéticos e ambientais.

    Os principais fatores de risco são:

    • Histórico familiar de esclerose múltipla;
    • Infecção anterior pelo vírus Epstein-Barr;
    • Baixos níveis de vitamina D e pouca exposição ao sol;
    • Tabagismo;
    • Obesidade durante a adolescência ou juventude.

    O que acontece no corpo

    Na esclerose múltipla, as células de defesa, especialmente linfócitos T e B, passam a reconhecer a mielina como um inimigo. Esse ataque causa:

    • Inflamação no sistema nervoso;
    • Destruição da mielina e das células que a produzem;
    • Formação de placas de lesão no cérebro e na medula espinhal;
    • Danos aos “fios” dos nervos (axônios), que podem levar à incapacidade progressiva.

    Sintomas da esclerose múltipla

    Os sintomas variam muito entre as pessoas. Eles podem aparecer de forma súbita, em surtos, ou se desenvolver lentamente ao longo do tempo.

    Os sinais mais comuns incluem:

    • Fraqueza muscular;
    • Alterações na visão, como visão dupla ou perda de visão em um olho;
    • Tremores, desequilíbrio e falta de coordenação;
    • Formigamento ou perda de sensibilidade;
    • Fadiga intensa;
    • Problemas urinários e intestinais;
    • Alterações cognitivas, como de atenção, memória e raciocínio;
    • Depressão e ansiedade;
    • Rigidez muscular;
    • Neurite óptica (inflamação do nervo do olho).

    Tipos de esclerose múltipla

    A doença pode se manifestar de diferentes formas clínicas:

    • Esclerose múltipla recorrente-remitente (EMRR): é a forma mais comum, presente em cerca de 85% dos casos. Os sintomas aparecem em crises (surtos), seguidas de períodos de melhora parcial ou total;
    • Esclerose múltipla progressiva secundária (EMSP): começa como EMRR, mas evolui para uma piora contínua, mesmo sem crises definidas;
    • Esclerose múltipla progressiva primária (EMPP): desde o início apresenta progressão lenta e constante, sem períodos de melhora. É menos comum;
    • Esclerose múltipla progressiva-recorrente: forma rara em que há progressão contínua, mas também surgem surtos ocasionais.

    Diagnóstico da esclerose múltipla

    Não há um único exame que confirme o diagnóstico. O médico faz a avaliação com base em histórico clínico, sintomas e exames complementares, como:

    • Ressonância magnética: exame mais sensível para detectar a EM, identifica lesões típicas no cérebro e na medula. O uso de contraste ajuda a diferenciar lesões novas e antigas;
    • Análise do líquor (líquido da coluna): coleta de uma pequena amostra do líquido que envolve o cérebro e a medula espinhal para verificar proteínas e células que indiquem inflamação típica da EM;
    • Testes de potenciais evocados: avaliam se a transmissão dos sinais nervosos está mais lenta do que o normal.

    Tratamento da esclerose múltipla

    Ainda não existe cura para a esclerose múltipla, mas os tratamentos atuais conseguem controlar os surtos e retardar a progressão da doença, o que traz mais qualidade de vida.

    As abordagens incluem:

    • Controle das crises agudas (surtos): uso de corticoides para reduzir a inflamação;
    • Tratamentos modificadores da doença: medicamentos (injeções, comprimidos ou infusões) que reduzem a atividade inflamatória e retardam o avanço da EM;
    • Tratamento dos sintomas: fisioterapia, fonoaudiologia e uso de medicamentos específicos para fadiga, dor, rigidez muscular e alterações urinárias ou intestinais.

    O acompanhamento deve ser feito com uma equipe multidisciplinar, incluindo neurologista, fisioterapeuta e psicólogo, entre outros profissionais.

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    Perguntas frequentes sobre esclerose múltipla

    1. A esclerose múltipla tem cura?

    Ainda não. No entanto, há tratamentos eficazes que controlam os surtos, reduzem inflamações e retardam o avanço da doença.

    2. A esclerose múltipla é hereditária?

    Não é diretamente hereditária, mas pessoas com histórico familiar têm risco maior de desenvolver a doença.

    3. A esclerose múltipla causa morte?

    Não costuma ser fatal, mas pode causar limitações físicas e cognitivas ao longo dos anos se não for tratada adequadamente.

    4. A vitamina D ajuda no tratamento?

    Níveis adequados de vitamina D parecem ter efeito protetor e podem ser recomendados como parte do acompanhamento médico.

    5. Quem tem esclerose múltipla pode engravidar?

    Sim. Mulheres com esclerose múltipla podem engravidar, mas o tratamento deve ser ajustado sob orientação médica antes da concepção.

    6. Esclerose múltipla tem relação com o estresse?

    O estresse não causa a doença, mas pode desencadear ou agravar surtos em quem já tem diagnóstico.

    7. Quais são os primeiros sinais da esclerose múltipla?

    Alterações na visão, formigamento, fraqueza muscular e fadiga intensa são sintomas iniciais comuns que merecem investigação médica.

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  • Deficiência de G6PD: a condição genética que exige cuidado com certos remédios e alimentos

    Deficiência de G6PD: a condição genética que exige cuidado com certos remédios e alimentos

    Pouca gente sabe, mas milhões de brasileiros convivem com uma condição genética que quase nunca dá sinais, até que algo a desperte. A deficiência de G6PD, uma das deficiências enzimáticas mais comuns do mundo, geralmente passa despercebida, mas pode causar reações graves quando a pessoa entra em contato com substâncias específicas.

    Essa alteração hereditária afeta a forma como o organismo protege os glóbulos vermelhos contra o desgaste natural. Quando expostos a certos medicamentos, infecções ou alimentos (como a fava, por exemplo), esses glóbulos podem se romper, causando uma anemia súbita e intensa. Por isso, conhecer a condição e adotar medidas preventivas é fundamental para viver bem e evitar complicações.

    O que é a deficiência de G6PD

    A G6PD (glicose-6-fosfato desidrogenase) é uma enzima presente nos glóbulos vermelhos e tem uma função essencial, que é de proteger as células contra o estresse oxidativo, ou seja, contra danos provocados por radicais livres.

    Quando há deficiência dessa enzima, as hemácias (glóbulos vermelhos) ficam mais frágeis e podem se romper com facilidade — um processo chamado hemólise, que leva à anemia hemolítica.

    Causa tem origem genética e hereditária

    A deficiência de G6PD é uma condição genética hereditária, causada por mutações no gene localizado no cromossomo X. Por esse motivo, ela é mais comum em homens, que possuem apenas um cromossomo X, enquanto as mulheres, por terem dois, costumam apresentar sintomas mais leves ou serem apenas portadoras.

    Embora não tenha cura, é uma condição controlável, desde que a pessoa saiba o que evitar.

    Quando aparecem os sintomas

    Na maioria das vezes, a pessoa com deficiência de G6PD leva uma vida normal e sem sintomas. Os sinais aparecem apenas quando há contato com fatores desencadeantes, como:

    • Uso de certos medicamentos, como antibióticos, alguns analgésicos, antimaláricos;
    • Infecções bacterianas ou virais;
    • Ingestão de favas (leguminosa que pode causar crises);
    • Contato com produtos químicos e corantes específicos.

    Principais manifestações clínicas

    A deficiência pode se manifestar em diferentes formas, dependendo da idade e da exposição ao agente causador.

    1. Icterícia neonatal:

    • Surge nas primeiras 24 horas de vida;
    • Provoca pele e olhos amarelados;
    • Pode exigir fototerapia ou, em casos graves, transfusão de sangue.

    2. Anemia hemolítica aguda:

    • Acontece após contato com um agente desencadeante;
    • Sintomas: palidez, icterícia, urina escura (cor de “coca-cola”), fraqueza e dor abdominal;
    • O baço pode aumentar de tamanho.

    3. Anemia hemolítica crônica não esferocítica (rara):

    • Causa anemia persistente e risco de cálculos biliares;
    • Pode exigir transfusões repetidas.

    Diagnóstico

    O diagnóstico costuma ser feito ainda no recém-nascido, por meio do teste do pezinho, incluído na triagem neonatal ampliada.

    Quando há suspeita ou resultado alterado, realizam-se exames confirmatórios como:

    • Dosagem enzimática da G6PD (quantitativa);
    • Testes genéticos, que identificam a mutação responsável.

    Esses exames ajudam a definir o grau de deficiência e orientar os cuidados para toda a vida.

    Tratamento e cuidados

    Não há cura para a deficiência de G6PD, mas a condição é facilmente controlável com medidas simples:

    • Evitar medicamentos e substâncias proibidas (a lista deve ser fornecida pelo médico ou geneticista);
    • Tratar infecções rapidamente para prevenir crises;
    • Acompanhamento médico regular para avaliar anemia e icterícia;
    • Transfusão de sangue em casos graves de hemólise.

    Com atenção e informação, é possível levar uma vida saudável e sem limitações.

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    Perguntas frequentes sobre deficiência de G6PD

    1. A deficiência de G6PD tem cura?

    Não. É uma condição genética, mas pode ser controlada com medidas preventivas.

    2. Quem tem G6PD pode tomar qualquer remédio?

    Não. Alguns medicamentos são proibidos, pois podem causar hemólise. O ideal é sempre avisar o médico antes de usar qualquer medicação.

    3. O que acontece se uma pessoa com G6PD comer fava?

    O consumo de fava pode provocar uma crise de anemia hemolítica, com icterícia, cansaço intenso e urina escura.

    4. A deficiência de G6PD é rara?

    Não. É uma das deficiências enzimáticas mais comuns do mundo e afeta cerca de 6 milhões de brasileiros.

    5. Como é feito o diagnóstico?

    Por meio do teste do pezinho, seguido de exames laboratoriais específicos para confirmar a deficiência.

    6. Crianças com G6PD precisam de cuidados especiais?

    Sim. Os pais devem ser orientados sobre alimentos e medicamentos proibidos e manter acompanhamento pediátrico regular.

    7. Mulheres também podem ter deficiência de G6PD?

    Sim, embora seja mais comum em homens. Mulheres portadoras podem ter sintomas leves ou nenhum.

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